Introdução à Astrofísica INTRODUÇÃO À ASTROFÍSICA LIÇÃO 21 – O EQUILÍBRIO HIDROSTÁTICO Lição 20 – O Equilíbrio Hidrostático As estrelas se formam a partir de regiões densas e frias, chamadas de nebulosas. A nebulosa começa a colapsar devido à gravidade, espremendo cada vez mais seu centro. Isso faz com que as regiões internas comecem a produzir reações nucleares. A reação nuclear fará com que radiação seja emanada do centro da estrela para fora. Cria-se então duas forças opostas: uma força de dentro pra fora, em forma de radiação, e uma força de fora pra dentro (a gravidade). Essas duas forças em equilíbrio ocasionam a estabilidade da estrela. Nessa lição, vamos estudar esse processo. Para deduzir a estrutura das estrelas de forma detalhada precisamos gerar modelos computadorizados consistentes com as leis físicas. O estudo teórico da estrutura estelar, junto com os dados observacionais, mostram que as estrelas são objetos dinâmicos, com variações a uma taxa que poderiam ser consideradas lentas para os padrões humanos, embora as vezes variem de maneira drástica, como uma supernova. No sol, 3,839 × 1026 J de energia é emitida por segundo. Uma vez que as estrelas não possuem um reservatório infinito de energia, elas usam o que é disponível e morrem. A medida que as estrelas queimam seu combustível elas buscam superar a força gravitacional que busca o colapso. Evolução estelar é o resultado dessa luta constante contra a gravidade. A força gravitacional é sempre uma força atrativa. Isso implica que deve existir uma força oposta que faça com que a estrela não colapse. Essa força oposta é a pressão interna. Para calcular como a pressão deve variar com a profundidade vamos considerar que a estrela seja um cilindro de massa 𝑑𝑚 cuja base esteja localizada a uma distância 𝑟 do centro de uma estrela esférica. A força 𝐹𝑃,𝑡 é a força de pressão aplicada no topo do cilindro, enquanto que 𝐹𝑃,𝑏 é a força de pressão aplicada na base do cilindro. Da segunda lei de Newton, temos que: 𝑑2𝑟 𝑑𝑚 2 = 𝐹𝑔 + 𝐹𝑃,𝑡 + 𝐹𝑃,𝑏 𝑑𝑡 Nessa equação, 𝐹𝑔 é a força gravitacional que sempre aponta para o interior da estrela. Também existem forças nas laterais do cilindro, mas todas elas irão se cancelar. A força exercida na parte superior do cilindro será direcionada para o interior (𝐹𝑃,𝑡 < 0), enquanto que a pressão na parte inferior será para cima (𝐹𝑃,𝑏 > 0). Assim, escrevemos: 𝐹𝑃,𝑡 = − 𝐹𝑃,𝑏 + 𝑑𝐹𝑃 Substituindo esse valor na equação anterior: 𝑑2 𝑟 𝑑𝑚 2 = 𝐹𝑔 − 𝑑𝐹𝑃 𝑑𝑡 A força gravitacional sobre um elemento de massa 𝑑𝑚 localizada à uma distância 𝑟 do centro da estrela é dada por: 𝑀𝑟 𝑑𝑚 𝐹𝑔 = −𝐺 𝑟2 Onde 𝑀𝑟 é a massa dentro da esfera de raio 𝑟. A pressão é definida como a força por unidade de área (𝑃 = 𝐹/𝐴). A força diferencial pode ser escrita como 𝑑𝐹𝑃 = 𝐴𝑑𝑃. Assim: 𝑑2 𝑟 𝑀𝑟 𝑑𝑚 𝑑𝑚 2 = −𝐺 − 𝐴𝑑𝑃 𝑑𝑡 𝑟2 Se a densidade do gás no cilindro é 𝜌, sua massa é dada em termos de 𝑑𝑚 = 𝜌𝐴𝑑𝑟 Note que o termo 𝐴𝑑𝑟 é o volume do cilindro. Assim, escrevemos: Dividindo tudo por 𝐴𝑑𝑟: 𝑑2 𝑟 𝑀𝑟 𝜌𝐴𝑑𝑟 𝜌𝐴𝑑𝑟 2 = −𝐺 − 𝐴𝑑𝑃 𝑑𝑡 𝑟2 𝑑2 𝑟 𝑀𝑟 𝜌 𝑑𝑃 𝜌 2 = −𝐺 2 − 𝑑𝑡 𝑟 𝑑𝑟 Essa é a equação para o movimento radial do cilindro, assumindo uma simetria esférica. Se assumirmos que a estrela é estática, então termo 𝑑 2 𝑟/𝑑𝑡² , que é a aceleração, tem de ser zero. Logo: 𝑑𝑃 𝑀𝑟 𝜌 = −𝐺 2 = −𝜌𝑔 𝑑𝑟 𝑟 Note que escrevemos 𝑀𝑟 𝑔≡𝐺 2 𝑟 Que nada mais é do que a aceleração da gravidade. Essa equação é a condição de equilíbrio hidrostático e representa uma das equações fundamentais da estrutura estelar para objetos esfericamente simétricos. Essa equação nos diz que, para uma estrela ser estática, então o gradiente de pressão deve existir para compensar a gravidade. Note que não é a pressão que mantém a estrela em equilíbrio, mas sim a variação da pressão com o raio. Para calcular a pressão no centro do Sol, vamos assumir que 𝑀𝑟 = 1𝑀⊙,𝑟 = 1𝑅⊙ e 𝜌⊙ = 1410 𝑘𝑔𝑚−3 é a densidade solar média. Assumindo também que a pressão na superfície seja zero, temos: 𝑑𝑃 𝑃𝑠 − 𝑃𝑐 𝑃𝑐 ≈ ≈− 𝑑𝑟 𝑅𝑠 − 0 𝑅⊙ O termo 𝑃𝑐 é a pressão central. Substituindo na equação de equilíbrio hidrostático: 30 𝑀⊙ 𝜌⊙ 1,988 × 10 × 1410 𝑃𝑐 ~ 𝐺 ~ 6,674 × 10−11 ~ 2,7 × 1014 𝑁𝑚−2 8 𝑅⊙ 6,957 × 10 Para obter um valor mais preciso, devemos integrar a equação de equilíbrio hidrostático da superfície até o centro, considerando as variações de massa no interior da estrela em cada ponto junto com a variação de densidade. Logo: 𝑃𝑐 𝑅𝑐 𝐺𝑀𝑟 𝜌 𝑑𝑟 2 𝑟 𝑃𝑠 𝑅𝑠 Para resolver essa integral, necessitamos de 𝑀𝑟 e 𝜌𝑟 , o que, infelizmente, não estão disponíveis de maneira simples. Uma estimativa mais rigorosa da pressão central obtida através de modelos precisos é 2,34 × 1016 𝑁𝑚−2 . Note que esse valor é bem maior do que o obtido anteriormente. Isso se deve ao fato do crescimento de densidade em direção à região central. 𝑑𝑃 = 𝑃𝑐 = − Uma segunda relação existe envolvendo massa, raio e densidade. Novamente, consideremos uma estrela com simetria esférica. Seja uma camada de massa 𝑑𝑀𝑟 , e espessura 𝑑𝑟, localizada a uma distância 𝑟 do centro. Se a camada é suficientemente fina (𝑑𝑟 ≪ 𝑟), o volume da camada é dado por: 𝑑𝑉 = 4𝜋𝑟 2 𝑑𝑟 Se a densidade do gás é 𝜌, a massa da camada será dada por 𝑑𝑀𝑟 = 𝜌 4𝜋𝑟 2 𝑑𝑟 Reescrevendo, obtemos a equação de conservação de massa: 𝑑𝑀𝑟 = 4𝜋𝑟 2 𝜌 𝑑𝑟 Essa equação nos diz que a massa no interior de uma estrela deve variar com a distância ao centro. A EQUAÇÃO DO ESTADO Vimos que existe uma pressão interna na estrela, porém ainda não vimos nenhuma informação a respeito da origem desse termo. Devemos obter uma equação de estado, a fim de descrever as interações entre as partículas. Um exemplo famoso de uma equação de estado é a lei dos gases ideais, dada por 𝑃𝑉 = 𝑁𝑘𝑇, onde 𝑉 é o volume do gás, 𝑁 é o número de partículas, 𝑇 é a temperatura e 𝑘 é a constante de Boltzmann. Considere um cilindro de comprimento Δ𝑥 e área A. Dentro do cilindro há gás, de modo que o mesmo seja composto por partículas pontuais de massa 𝑚 que interagem através de colisões elásticas. Para determinar a pressão exercida sobre um dos extremos do cilindro devemos examinar o resultado de um impacto sobre a parede do lado direito por uma partícula individual. A colisão é perfeitamente elástica e portanto o ângulo de incidência deve ser igual ao ângulo de reflexão. A variação da quantidade de movimento da partícula é dada somente na direção x. A partir da segunda e terceira lei de Newton, o impulso (força aplicada em certo tempo) transmitido à parede é o negativo da variação da quantidade de movimento da partícula: 𝐹Δ𝑡 = −Δ𝑝 = 2𝑝𝑥 Note que a partícula deve atravessar o cilindro duas vezes antes de retornar para uma segunda colisão. Logo, o tempo de colisão com a mesma parede (pela mesma partícula) é: Δ𝑥 Δ𝑡 = 2 𝑣𝑥 Logo, a força média exercida sobre a parede por uma única partícula, em certo período de tempo, é: 2𝑝𝑥 𝑝𝑥 𝑣𝑥 𝐹= = Δ𝑡 Δ𝑥 Atente para o numerador. Pela relação da quantidade de movimento, sabemos que 𝑝 ∝ 𝑣, logo podemos escrever 𝑝𝑥 𝑣𝑥 ≡ 𝑣𝑥2 . Para partículas se movendo em direções e sentidos aleatórios, escrevemos a velocidade como: 𝑣 2 = 𝑣𝑥2 + 𝑣𝑦2 + 𝑣𝑧2 . Como o movimento provável em cada uma das 3 direções é o mesmo, escrevemos 𝑣𝑥2 = 𝑣𝑦2 = 𝑣𝑧2 = 𝑣 2 /3. Logo, obtemos a relação da força média por partícula: 1 𝑝𝑣 𝐹 𝑝 = 3 Δ𝑥 No caso geral, as partículas possuem certo intervalo de momentum. Se o número de partículas com momentum entre 𝑝 e 𝑝 + 𝑑𝑝 é dado por 𝑁𝑝 𝑑𝑝, então o número total de partículas no cilindro será: ∞ 𝑁= 𝑁𝑝 𝑑𝑝 0 A contribuição para a força total, 𝑑𝐹(𝑝), por todas as partículas no intervalo de momentum 𝑑𝑝 será: 1 𝑁𝑝 𝑑𝐹 𝑝 = 𝐹 𝑝 𝑁𝑝 𝑑𝑝 = 𝑝𝑣𝑑𝑝 3 Δ𝑥 Integrando sobre todos os possíveis valores de 𝑝: 1 ∞ 𝑁𝑝 𝐹= 𝑝𝑣𝑑𝑝 3 0 Δ𝑥 Que será a força total exercida pela partícula na colisão. Dividindo ambos os lados da expressão pela área 𝐴, obteremos a pressão sobre a superfície 𝑃 = 𝐹/𝐴. Atente que 𝐴Δ𝑥 nada mais é do que o volume Δ𝑉 do cilindro. O termo 𝑛𝑝 𝑑𝑝 é o número de partículas por unidade de volume: 𝑁𝑝 𝑛𝑝 𝑑𝑝 ≡ 𝑑𝑝 Δ𝑉 Logo, a pressão exercida sobre a parede do cilindro é: 1 𝐹= 3 ∞𝑁 𝑝 0 Δ𝑥 𝑝𝑣𝑑𝑝 1 ∞ 𝑃= 𝑛 𝑝𝑣𝑑𝑝 3 0 𝑝 Chamamos esse termo de pressão integral. Essa equação é válida para partículas com e sem massa (fótons) viajando a qualquer velocidade. Para o caso de partículas com massa, não relativísticas, podemos usar 𝑝 = 𝑚𝑣 e escrevemos a integral como: 1 ∞ 𝑃= 𝑚𝑛𝑣 𝑣²𝑑𝑣 3 0 Onde o termo 𝑛𝑣 𝑑𝑣 = 𝑛𝑝 𝑑𝑝 é o número de partículas por unidade de volume com velocidade entre 𝑣 e 𝑣 + 𝑑𝑣. A função 𝑛𝑣 𝑑𝑣 é dependente da natureza física do sistema. No caso de um gás ideal, 𝑛𝑣 𝑑𝑣 é a distribuição de velocidade de Maxwell-Boltzmann. 𝑚 3/2 −𝑚𝑣 2 /2𝜅𝑇 𝑛𝑣 𝑑𝑣 = 𝑛 𝑒 4𝜋𝑣²𝑑𝑣 2𝜋𝜅𝑇 Onde a densidade numérica de partículas é: ∞ 𝑛= 𝑛𝑣 𝑑𝑣 0 Substituindo na equação de pressão integral, temos 𝑃𝑔 = 𝑛𝜅𝑇. Em astrofísica é comum expressar esta equação de outra forma. Já que 𝑛 é a densidade numérica de partículas, deve estar relacionada à densidade de massa do gás. Podemos então escrever 𝑛 = 𝜌/ 𝑚 , onde 𝑚 é a massa média das partículas do gás. Assim, podemos escrever a lei dos gases ideais como: 𝜌𝜅𝑇 𝑃𝑔 = 𝑚 Definimos o peso molecular médio como 𝑚 𝜇≡ 𝑚𝐻 Onde 𝑚𝐻 = 1,673532499 × 10−27 𝑘𝑔 é a massa do átomo de Hidrogênio. O peso molecular médio é a massa média de uma partícula livre do gás, em unidades da massa do Hidrogênio. Logo, escrevemos a lei dos gases ideais como: 𝜌𝜅𝑇 𝑃𝑔 = 𝜇𝑚𝐻 O peso molecular médio depende da composição do gás e do estado de ionização. O nível de ionização entra porque os elétrons livres devem ser incluídos na massa média por partícula. A equação de Saha é necessária para calcular os números relativos dos estados de ionização. No entanto, quando o gás é neutro ou ionizado, os cálculos se simplificam. Para um gás completamente neutro: 𝑚𝑛 = 𝑗 𝑁𝑗 𝑚𝑗 𝑗 𝑁𝑗 Onde 𝑚𝑗 e 𝑁𝑗 são, respectivamente, a massa e o número total de átomos no gás. Dividindo tudo por 𝑚𝐻 : 𝑗 𝑁𝑗 𝐴𝑗 𝜇𝑛 = 𝑗 𝑁𝑗 Para um gás ionizado: 𝑗 𝑁𝑗 𝐴𝑗 𝜇𝑖 = 𝑗 𝑁𝑗 1 + 𝑧𝑗 Onde 1 + 𝑧𝑗 leva em conta o núcleo mais o número de elétrons livres. Invertendo a expressão para 𝑚 é possível escrever equações alternativas para 𝜇 em termos de frações de massa. Lembrando que 𝑚 = 𝜇𝑚𝐻 a equação para 𝑚𝑛 é: 1 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑗 𝑁𝑗 = = 𝜇𝑛 𝑚𝐻 𝑁 𝑚 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑔𝑎𝑠 𝑗 𝑗 𝑗 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑗 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑗 = ∙ 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑗 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑔𝑎𝑠 𝑗 𝑁𝑗 𝑋𝑗 𝑁𝑗 𝐴𝑗 𝑚𝐻 = 𝑗 = 𝑗 1 𝑋𝑗 𝐴𝑗 𝑚𝐻 Onde 𝑋𝑗 é a fração de massa dos átomos do tipo 𝑗. Resolvendo para 1/𝜇𝑛 : 1 1 = 𝑋𝑗 𝜇𝑛 𝐴𝑗 𝑗 Então, para um gás neutro: 1 1 1 ≅𝑋+ 𝑌+ 𝜇𝑛 4 𝐴 𝑍 𝑛 O termo 1/𝐴 𝑛 é a média ponderada de todos os elementos do gás mais pesados que o Hélio. O peso molecular de um gás completamente ionizado pode ser determinado de maneira semelhante. Para isso, devemos incluir o número total de partículas, núcleos e elétrons. Para um gás completamente ionizado, a equação para 1/𝜇𝑖 se torna: 1 + 𝑧𝑗 1 = 𝑋𝑗 𝜇𝑖 𝐴𝑗 𝑗 Incluindo o Hidrogênio e o Hélio: 1 3 1+𝑧 ≅ 2𝑋 + 𝑌 + 𝑍 𝜇𝑖 4 𝐴 𝑖 Para elementos mais pesados do que o Hélio, 1 + 𝑧𝑗 = 𝑧𝑗 ≫ 1 representa o número de prótons (ou elétrons) em um átomo do tipo 𝑗. Além disso, 𝐴𝑗 = 2𝑧𝑗 , uma relação baseada no fato que átomos suficientemente massivos tem aproximadamente o mesmo número de prótons e neutrons em seus núcleos e que prótons e neutrons possuem massas aproximadamente iguais. Logo: 1+𝑧 1 ≅ 𝐴 2 𝑖 Se assumimos que 𝑋 = 0,70, 𝑌 = 0,28 e 𝑍 = 0,02, uma composição típica de estrelas jovens, então 𝜇𝑛 = 1,30 e 𝜇𝑖 = 0,62. Combinando as equações 𝑃𝑔 = 𝑛𝜅𝑇 1 𝑃= 3 Obtemos 1 𝑛𝜅𝑇 = 3 Podemos reescrever essa equação como: ∞ 𝑚𝑛𝑣 𝑣 2 𝑑 0 ∞ 𝑚𝑛𝑣 𝑣 2 𝑑𝑣 0 1 ∞ 3𝜅𝑇 𝑛𝑣 𝑣 2 𝑑𝑣 = 𝑛 0 𝑚 Porém, o lado esquerdo dessa expressão é a integral da média de 𝑣 2 ponderada pela função de distribuição de Maxwell-Boltzmann. Então: 𝑣 Ou então 2 3𝜅𝑇 = 𝑚 1 3 2 𝑚 𝑣 = 𝜅𝑇 2 2 O fator 3 provém da média das velocidades das partículas nas três direções (ou graus de liberdade). Logo, a energia cinética média de uma partícula é 1 𝜅𝑇 2 Por grau de liberdade.