SINDROME DE DOWN OBJETIVO GERAL. Compreender como se

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SINDROME DE DOWN
OBJETIVO GERAL.
Compreender como se dá a inclusão dos alunos com Síndrome de Down no
Ensino Regular Comum, bem como a sua aceitação ou não pelo grupo ao qual
está inserido.
Objetivos específicos.
 Verificar se o professor encontra-se preparado tanto emocionalmente, como
embasado em subsídios teóricos e práticos para receber esta clientela.
 Apontar o potencial de aprendizagem do aluno, e não evidenciar suas
limitações.
 Avaliar a socialização e interação do aluno com Síndrome de Down na
comunidade escolar.
Metodologia
A pesquisa foi realizada através de embasamento teórico: pesquisa
documental e bibliográfica, bem como observação em salas de aulas e
trabalho. Foram realizadas entrevistas com os diretores, os professores e as
mães dos alunos com Síndrome de Down, sobre a permanência dos mesmos
nas escolas de ensino regular comum.
BREVE HISTÓRICO E CONCEITO DA SINDROME DE DOWN
A Síndrome de Down ocorre em todas as raças e continentes, acontece numa
proporção de 1 (um) caso para cada 600 (seiscentos) nascimentos. É a mais
comum e mais conhecida síndrome cromossômica já existente, e foi o primeiro
distúrbio cromossômico reconhecido no homem. De acordo com Werneck,
A história oficial da síndrome de Down no mundo começa no século XIX. Até
então, os deficientes mentais eram vistos como um único grupo homogêneo.
Assim eram tratadas e medicadas identicamente, sem se levar em
consideração as causas da deficiência, que são inúmeras e podem ocorrer
durante a gestação, no momento do parto e depois do nascimento. (1995, p.
58,) Não há muitos relatos sobre os primeiros casos de Síndrome de Down
visto que, outrora havia poucas revistas médicas, e o número de pesquisadores
que se interessava por problemas genéticos e deficiência mental era muito
pequeno. Outro fator que contribuiu para a não identificação da Síndrome
foram às infecções e a desnutrição, que eram predominantes no decorrer do
século XIX, vindo então camuflar assim problemas genéticos e de mal
formações.Muitos pesquisadores descreveram algumas das características
presentes em pessoas com Síndrome de Down, mas somente John Langdon
Down fez uma descrição registrando todos os pontos cardinais da síndrome.
Em suas palavras: O cabelo não é preto, como é o cabelo de um verdadeiro
mongol, mas é de cor castanha, liso e escasso. O rosto é achatado e largo. Os
olhos posicionados em linha oblíqua. O nariz é pequeno. Estas crianças têm
um
poder
considerável
para
a
imitação.
(2007,
p.48,
apud)
Contudo outras características podem ser notadas logo ao nascimento da
criança, tais como: peso de nascimento menor se comparado à criança sem a
Síndrome, os bebês costumam ser bastante sonolentos e, geralmente têm
dificuldade na sucção e deglutição. É extremamente importante ressaltar que,
mesmo que a presença dos sinais descritos levante a possibilidade de
diagnóstico de Síndrome de Down, é necessário que se faça um diagnóstico
completo, visto que tais sinais não são específicos e cada um deles,
isoladamente pode estar presente em indivíduos ditos normais. Segundo
Voivodic diz não devemos esquecer, em nenhum momento, das grandes
diferenças existentes entre os vários indivíduos com SD no que se refere ao
próprio potencial genético, características raciais, familiares e culturais, para
citar apenas algumas e que serão poderosos modificadores e determinantes do
comportamento a ser definido como características daquele indivíduo.
Normalmente as pessoas têm o costume de estereotipar as crianças com
síndrome de Down dando-lhes características como: docilidade, amistosidade
afetividade, teimosia, e inúmeras outras, porém isto não quer dizer que todas
têm
o
mesmo
comportamento
e
personalidade.
De
acordo
Milani
No início da década de 1930, alguns médicos suspeitavam que a síndrome
poderia ser o resultado de um problema cromossômico. Porém, essas técnicas
não eram aperfeiçoadas a ponto de comprovar a teoria. Somente quando os
métodos laboratoriais se tornaram acessíveis, em 1956, permitiram que os
cientistas estudassem melhor os cromossomos e descobrissem que, ao invés
dos presumíveis 48 cromossomos, havia 46 em cada célula humana normal.
Três anos mais tarde, Lejeune observou que as crianças com a síndrome
possuíam um cromossomo a mais do que o normal, com três cromossomos 21,
o que levou ao termo trissomia. Quanto a Síndrome de Down ela é uma
alteração genética caracterizada pela existência de um cromossomo adicional
no par 21, daí o porquê também é chamada de trissomia do par21.
Normalmente, as células reprodutivas (espermatozoides e óvulos) têm 23
cromossomos cada, no momento da fecundação, em circunstancias normais,
será formada uma célula com 46 cromossomos. Posteriormente, terá início o
processo de divisão celular, que gerará outra com 46 cromossomos.
Porém, quando no momento da divisão celular, não ocorre a disjunção
adequada dos cromossomos do par 21, dois cromossomos 21 ficam
“grudados”, assim, as células serão uma de 47 e outra de 45 cromossomos,
Dessa forma, a divisão celular prosseguirá, produzindo mais células com 47
cromossomos, neste caso então se diz que ocorreu Trissomia do Par 21 (por
não disjunção), e cerca de 100% dos casos de Síndrome de Down são deste
tipo. Enquanto que 3% dos casos de Síndrome de Down são por Trissomia de
Translocação, ou seja, o número total de cromossomos nas células e de 46,
mas o cromossomo 21 extra, está ligado a outro cromossomo, formando então
novamente um total de três de cromossomos 21 presentes em cada célula.
Neste caso, o terceiro cromossomo 21 não é “livre”, pois está ligado ou
transloucado a outro cromossomo, geralmente ao cromossomo 14, 21 ou 22 é
importante salientar que o cromossomo 21 extra ou parte dele pode se aderir a
outros cromossomos. Na Translocação os cromossomos sofrem uma quebra
na sua região central, há uma união entre os dois braços mais longos e perda
dos dois braços curtos. Nos 2% restantes ocorre a Síndrome de Down por
mosaicismo, ou seja, é quando ocorre um “erro” na segunda ou terceira divisão
das células, que podem gerar células normais e células trissómicas. Após o
nascimento do bebê, encontram-se algumas células com 47 cromossomos e
outras células com o número normal de 46 cromossomos. Representando
assim
um
quadro
em
mosaico,
daí
o
termo
mosaicismo.
Diversos autores comentam que o mosaicismo possui um fenótipo, mais leve
da síndrome e apresentam um desempenho intelectual melhor que, os que
possuem S.D.por Trissomia 21. Ainda não se sabe o motivo pelo quais os
cromossomos não se separam corretamente, bem como o porquê das células
não se dividirem adequadamente. Seja qual for o tipo de Síndrome de Down é
sempre o cromossomo 21 o responsável pelos traços específicos e função
intelectual limitada, observados na maioria das crianças que tem esta
Síndrome. De acordo com Werneck,. No caso da síndrome de Down, um dos
sintomas é a deficiência mental. Em razão do excesso de material genético,
provocado pela anomalia cromossômica, várias reações químicas, essenciais
ao bom desempenho dos sistemas do organismo, não se fazem de forma
apropriada. Mas além das razões de ordem biológica, outros fatores, de ordem
ambiental, podem exacerbar ou limitar a função intelectual [...]. (1995, p.60)
A limitação intelectual provocada pela S.D., pode e deve ser amenizada pela
família, e esta é a responsável por todos os cuidados que a criança com a
Síndrome tem ou possa vir a ter. O desenvolvimento da criança dependerá
principalmente
do
meio
em
ela
está
inserida
Diagnóstico
Para diagnosticar a Síndrome de Down atualmente são utilizados três tipos de
exames: amniocentese, amostra vilocorial e a triagem de alfa-fetoproteína.
Amniocentese é o exame onde se colhe o líquido amniótico e este passa pelo
processo de centrifugação e as células do feto se reproduzirão numa cultura.
Esta técnica passou a ser utilizada em larga escala nos anos 1970, e é
realizada geralmente a partir de 14 semanas até 16 semanas de gravidez,
porém antes da realização deste exame faz-se a ultrassonografia, pois esta
auxilia na identificação da localização da placenta e da cavidade amniótica.
Frequentemente aplica-se anestesia local antes de inserir a agulha através da
parede abdominal até o útero, sugando assim amostras do líquido amniótico.
Este passa por um processo de centrifugação e as células fetais que foram
obtidas passam a se reproduzirem numa cultura, podendo ser utilizadas
posteriormente para a análise cromossômica. A amostra de vilocorial tornou-se
disponível somente a partir do ano de 1980, nos EUA, para a realização do
mesmo, é retirada uma parte do tecido placentário que é obtido por via vaginal
ou mesmo através do abdome, isso ocorre entre a oitava e a décima primeira
semana
de
gravidez.
Alguns
estudos
realizados
revelam
que
este
procedimento não é tão seguro quanto o da amniocentese, porém o outro pode
ser realizado mais precocemente e os estudos dos cromossomos podem ser
realizados imediatamente após a coleta e os resultados podem ser obtidos
mais rapidamente. No exame de ultrassonografia, ondas sonoras são emitidas
para dentro do útero, e à medida que se deparam com certas estruturas
internas, como um bebê em gestação, são registradas no monitor. Alguns
investigadores e ou médicos utilizam este exame para detectar a Síndrome de
Down, pois através deste, eles medem a grossura da pela na região do
pescoço e o cumprimento do osso da perna. A Triagem de Alfa-fetoproteína
materna só tornou-se disponível nos anos de 1980, com ele observou-se que
os
níveis
baixos
de
alfa-proteína
estão
associados
às
desordens
cromossômicas, especialmente no caso da Síndrome de Down. Estudos
realizados recentemente mostram que é possível identificar cerca de 60% a
80% desses casos no período de gestação. Por serem poucas as desordens
genéticas que podem ser separadas durante a gestação, e até o presente
momento, nenhuma terapia intrauterina foi descoberta para a Síndrome de
Down.
Cariótipo.
Para comprovar a existência da Síndrome de Down, o médico deve solicitar um
exame genético: o cariótipo. É por meio deste, que se permite confirmar o
diagnóstico. A constatação de um cromossomo extra no par 21 provém de um
“erro” na divisão do material genético no início da formação do bebê, sendo
suficiente para modificar definitivamente o desenvolvimento embrionário da
criança. A forma genética da trissomia não tem valor no prognóstico, nem
determina o aspecto físico mais ou menos pronunciado, nem uma maior ou
menor eficiência intelectual. É importante ressaltar que, não existem graus de
síndrome de Down e as diferenças de desenvolvimento decorrem das
características individuais, como a herança genética, educação, meio ambiente
,e outros. O interesse em reconhecer e diferenciar o “erro” cromossômico
responsável pelo nascimento do bebê é preventivo, ele permite saber se o
“acidente” pode ocorrer em outra gestação ou em familiares, irmãos ou irmãs
com a Síndrome.
Os
Dez
Sinais
Cardinais
da
Síndrome
de
Down.
A aparência e o funcionamento dos indivíduos são determinados pelos genes,
assim cada criança herda o gene de seus pais, e isso faz com que pareçam
com eles em relação à estrutura corporal. Porém num caso de Síndrome de
Down por causa da alteração genética as crianças são parecidas umas com as
outras, geralmente isto não interfere no seu funcionamento, tão pouco as
tornam menos encantadoras. Na realidade as características da Síndrome só
são importantes para a realização do diagnóstico e, além disso, estas crianças
são mais parecidas do que mesmo diferentes das crianças “normais” da
sociedade. O reflexo de moro hipoativo está presente em 85% das crianças
com Síndrome de Down este reflexo é involuntário e normal em recémnascidos, porém a presença deste em criança mais velha ou adulta é anormal,
bem como a falta dele nos bebês, que é o caso da criança com S.D..
A hipotonia faz parte de 80% dos casos de S.D., ela é claramente percebida já
na primeira infância, e é responsável pelo atraso no desenvolvimento motor da
criança e os reflexos fracos e lentos. A face com perfil achatado ocorre em 90%
dos casos, a criança apresenta um contorno achatado, isso acontece por causa
do pouco desenvolvimento dos ossos faciais, o nariz é pequeno, geralmente o
osso Nasal é afundado. Cerca de 80% das crianças possuem fissuras
palpebrais com inclinação superior, quanto ao formato geralmente são normais,
enquanto que as pálpebras são estreitas e levemente oblíquas, no contorno da
íris muitas vezes apresenta pequenas marcas brancas. (Manchas de
Brushfield). O excesso de pele na nuca aparece em 80% dos bebês, o pescoço
deles tem uma aparência larga e grossa e pode ser observado em ambos os
lados da parte de traz do pescoço, com o tempo tornam-se menos evidente
podendo desaparecer por completo. A prega palmar única acontece em 45%
dos casos de S.D. a dobra é transversal, frequentemente em uma das mãos,
porém
aparecer
nas
duas,
e
elas
são
curtos
e
largos.
Em média 80% das crianças apresentam hipertensão das grandes articulações,
neste caso ocorre a frouxidão geral nos ligamentos, a criança apresenta
“articulações soltas”. Geralmente isso não acarreta problemas mais sérios a
não ser quando uma junta sai do lugar (deslocamento), muitas vezes isto exige
uma
medida
mais
séria,
uma
correção
cirúrgica.
As anormalidades radiológicas da pélvis estão presentes em 70% das pessoas
com Síndrome de Down elas não apresentam instabilidade atlantoaxial (referese ao atlas e ao áxis, a primeira e segunda vértebra cervical), e nem a
atlantoccipital (refere-se ao atlas e ao osso occipital do crânio). As crianças
podem ter problemas de marcha, desconforto na região do pescoço, em alguns
casos poderá ser necessário uma intervenção cirúrgica para corrigir o
problema. As crianças com instabilidade atlantoaxial e atlantoccipital não
devem participar de atividades esportivas, pois poderiam afetar o pescoço. A
demora no reconhecimento dessas condições poderá resultar em danos na
medula. A hipoplásica da falange média do 5º dedo, este costuma ser pequeno
e curvado para dentro (clinodactilia), o que ocorre em 60% dos casos de
Síndrome de down. Em média 80% das crianças têm orelhas pequenas
arredondadas, de implantação baixa, a borda da orelha muitas vezes é
dobrada, a estrutura da orelha normalmente possui alterações, e os canais do
ouvido são estreitos.
Doenças Associadas com Maior Frequência à Síndrome de
Down.
As pessoas com Síndrome de Down apresentam mais problemas médicos do
que as que não possuem a Síndrome, no decorrer da vida delas são
encontrados
diversos
tipos
de
doenças
como,
infecções,
problemas
odontológicos, de visão, audição, cardíacos, problemas no intestino, e muitas
outras. Em relação às infecções, as crianças na primeira infância apresentam
problemas respiratórios com grande frequência, podem ter também infecções
de ouvido, já na fase da adolescência, apresentam infecções de pele,
principalmente na região das nádegas e coxas. Estas pessoas são mais
suscetíveis à infecções por terem uma deficiência imunológica, que faz com
que
elas
tenham
infecções
repetidas
inúmeras
vezes.
Os problemas odontológicos começam a ficar visíveis já nos primeiros meses
de vida da criança com Síndrome de Down, nelas pode-se observar um atraso
na erupção dos dentes, os hábitos de bruxismo e de bricomonia (apertar os
dentes), tanto em adultos como em crianças, apresentam ainda o hábito de
sugar os dedos. No entanto o maior problema dental está relacionado às
gengivas
(doença
periodental
e
gengivite).
Quanto aos distúrbios visuais existem relatos que 50% das crianças têm
dificuldade de ver de longe e 20% de ver de perto. Há um grande número de
crianças que são estrábicas que possuem inflamações das margens das
pálpebras e outras em menor número, possuem movimentos rápidos do olho
(nistagmo). Em média 60 % a 80% das crianças com S.D. possuem déficits
auditivos que podem ser leves ou moderados, em muitos casos deve-se ao
aumento de cera no canal do ouvido, causando frequentes infecções de
ouvido. Em relação aos problemas cardíacos, estes estão presentes em 50%
dos casos, e deve ser detectado com urgência. Após o nascimento da criança
com Síndrome de Down, é necessário que ela seja examinada por um
cardiologista, independentemente de apresentar os sinais indicadores da
cardiopatia congênita (baixo ganho peso, desenvolvimento mais lento quando
comparada às outras crianças com a S.D., malformações torácicas, cansaço
constante). É necessário um exame minucioso que inclui desde a ausculta dos
batimentos cardíacos, a constatação da possível presença de sopro.
Quanto aos problemas intestinais acontecem com muita frequência em
crianças com Síndrome de Down, como por exemplo, estenose ou atresia do
duodeno, imperfuração anal, podendo necessitar assim de intervenção
cirúrgica..Alves diz que, por vezes, apesar de o tratamento ser seguido à risca,
não consegue um resultado muito evidente, uma vez que, em certas crianças,
o tratamento é habilitador/reabilitador. Consegue, na melhor das hipóteses,
manter o estado da criança é garantir uma melhor qualidade de vida. (Apud
Schwartzman.Muitas crianças com S.D. podem não apresentam nenhuma
anormalidade e estarem em perfeito estado de saúde, contudo é importante
lembrar que, é necessário um acompanhamento médico regularmente, para
que possam desempenhar uma melhor qualidade de vida.
As Incidências.
Os riscos de ocorrência de nascimento da criança com Síndrome de Down no
caso de mães de diversas idades, que nunca tiveram filhos com esta
Síndrome. Já os riscos de ocorrência de nascimento da criança com S.D. no
caso de mães de diversas idades que já tiveram filhos com a Síndrome.
Idade da mãe ao conceber a criança corre o risco de nascer uma criança com
SD.
Como Dar a Notícia.
Normalmente cabe ao obstetra que realizou o parto ou ao pediatra do recémnascido, falar com o casal sobre a suspeita de que a criança tem Síndrome de
Down com certeza está não será uma das tarefas mais fáceis, principalmente
porque esta notícia despertará muitas dúvidas e sofrimento, tanto para os pais
como para os familiares. No entanto, é de suma importância que o profissional
esteja preparado para este momento. Dependendo de como for dada à
informação, ao casal, esta situação fará com que se estabeleça uma relação
que tanto poderá ser positiva, como negativa, e é de fundamental necessidade
que se crie uma relação positiva entre os pais e o bebê, para que o
desenvolvimento
geral
dessa
criança
possa
acontecer.
A seguir estão algumas sugestões que têm se mostrado mais adequadas na
horapara dar notícia. Procurar dar a notícia ao casal, logo após terem visto o
bebê, isto deve acontecer o mais precocemente possível, ainda na
maternidade.
 Dar a notícia em uma ambiente calmo e tranquilo, tento criar certa intimida
de como, não permitir em hipótese alguma a presença de estranhos.
 Usar uma linguagem adequada ao casal, considerando o seu nível de
escolaridade, idade, condições sociais, certificar-se de que ambos estão
entendendo
o
que
está
sendo
dito.
 Examinar o bebê na frente dos pais com atenção e carinho, ir apontando as
características da Síndrome de Down, que estão justificando a necessidade do
exame.
 Deixar bem claro que a confirmação da Síndrome de Down só ocorre com o
resultado do cariótipo, mas que as chances de um engano a partir das
características
físicas
são
mínimas.
 Usar o termo Síndrome de Down e explicar porque não usar o termo
mongolismo. Evitar o uso de outros termos como, retardo ou “debiloide”.
 Falar sobre a Síndrome de Down, porém deixar claro que o bebê precisa dos
mesmos cuidados que as outras crianças “ditas normais”, e que embora o seu
desenvolvimento seja mais lento, não se sabe qual será o limite desse
desenvolvimento e também nunca dizer que ele não andará, ou falará.
 Informar sobre a necessidade de acompanhamentos especializados
(fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outras) e indicar os
locais
onde
existam
esses
atendimentos
em
sua
comunidade.
 Saber entender se os pais reagirem negativamente, responder com
sinceridade
às
perguntas
feitas,
mas
de
um
modo
delicado.
 Deixar o casal um tempo sozinho após a conversa, para poder sentir suas
emoções. Em caso de dúvida procura um geneticista e principalmente mostrarse
disponível
para
outros
encontros.
 Responder a todas as perguntas dos pais, repetir se necessário, a mesma
informação

Transmitir
todas
o
as
resultado
vezes
do
diagnóstico
que
assim
for
que
solicitado.
isto
ocorrer.
 Explicar cada uma das características da Síndrome de Down, ressaltando os
pontos positivos.
 Informar que ainda não foi descoberto tratamento medicamentoso, que
possa curar a Síndrome de Down, mas que a estimulação por profissionais e o
convívio social são fundamentais para o desenvolvimento da criança.
 Incentivar o casal a contar o diagnóstico e explicar aos familiares e amigos o
que é a Síndrome de Down e que essa criança precisa de convívio, do carinho
da família (avós, tios, primos), como qualquer outra.
A FAMÍLIA E A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN.
A família tem um papel importantíssimo na vida de qualquer criança, visto que
a família é a base que sustenta, e que fortalece as estruturas do indivíduo.
Durante a gravidez a família idealiza um filho perfeito, imagina situações
futuras como, brincar, passear, a escola, os amigos, a vida profissional,
os sentimentos gerados pela ocorrência de uma criança com deficiência
oscilam entre polaridade muito forte: amor e ódio, alegria e sofrimento; uma vez
que as reações concomitantes oscilam entre aceitação e rejeição, euforia e
depressão – para citar o que ocorre com mais frequência. (apud, Amaral.
2008), No entanto, logo que recebem a notícia que o filho tão esperado e
desejado não virá, e o que chegou em seu lugar tem S.D., esta família passa a
viver conflitos e sofrimentos, sente que o mundo desmoronou, e em muitos
desistem de viver. Contudo é preciso ressaltar que cada família tem uma
reação ao receber a criança com esta Síndrome, algumas conseguem superar
as dificuldades e as crises, porém outras não se mantêm num momento de
tristeza infindável. Voivodic diz que,Segundo alguns autores, existe um
processo de luto adjacente, pela morte das expectativas do filho imaginado,
quando do nascimento de uma criança disfuncional, que envolve quatro fases.
Na primeira fase, há um entorpecimento com o choque e descrença. Na
segunda, aparece ansiedade e protesto, com manifestação de emoções fortes
e desejo de recuperar a pessoa perdida. A terceira fase caracteriza-se pela
desesperança com o reconhecimento da imutabilidade da perda. E finalmente a
quarta fase traz uma recuperação, com gradativa aceitação da mudança.
Absolutamente todas as famílias passam pela fase do luto, algumas o
superam, enquanto que outras nele permanecem. Porém no decorrer desta
fase a família precisa se interagir, buscar melhores condições para lidar com o
novo integrante. Sendo assim necessário enfocar a criança como ser completo,
insubstituível e importante, e não valorizar somente a deficiência da mesma é
preciso, portanto que haja uma conscientização por parte da família, de que a
criança com deficiência é igual às outras, porém requer mais atenção, mais
cuidados, mais e mais em tudo que diz respeito às suas necessidades.
Dentre as suas necessidades, os sentimentos que podem transformar não só a
vida destas, mas a de todos os indivíduos que a cercam está o amor e o
respeito, visto que sem estes o ser humano deixa de existir por completo, e a
base
e
as
estruturas
da
família
também
se
abalam.
Sendo a família a grande responsável pelo desenvolvimento da criança, se faz
necessário que ela encontre formas diferenciadas para melhorar a qualidade
de vida de seus filhos. Segundo Voivodic, ”famílias que conseguem manter a
ligação afetiva, estreita e positiva com a criança favorecem a aprendizagem,
proporcionando condições de desenvolvimento e segurança para sua
independência e autonomia”. Em todas as etapas da vida de uma criança, seja
ela com deficiência ou não, é preciso os laços afetivos da família, pois assim
ela se sentirá acolhida, amada e importante dentro do ambiente em que vive.
O nascimento de uma criança com síndrome de Down não se pode ser visto
como uma tragédia. Ao contrário, deve ser sentido com amor e agradecimento.
Pessoas especiais são dadas apenas para pessoas especialmente capazes.
Contudo, raramente a família consegue ver a situação por este ângulo,
simplesmente o que ela quer é o filho que por muito tempo esperaram
desejaram e fizeram planos.
A Convivência com a Criança com Síndrome de Down
Quando a família supera a fase do luto, (o que não acontece com todos os
membros mutuamente), passam então a ter vida nova, e começam a reagir
frente aos obstáculos encontrados. De acordo com Werneck, se os pais lidam
com o filho que tem síndrome de Down com naturalidade, todos também o
farão. Nada de tratá-lo como se fosse muito fraco ou indefeso, fazendo
exigências ou restrições especiais aos outros irmãos em relação a ele. A
família precisa ser a primeira a romper as barreiras do preconceito, para que a
comunidade possa aceitá-lo, e assim a sociedade por sua vez além de aceitar
irá se adequar às suas necessidades. Werneck diz ainda que, ”para as
crianças é bem mais fácil lidar com o irmãozinho que só parece ser um pouco
diferente do que imaginavam” (1995, p.122,), isso acontece porque as crianças
são naturais, espontâneas, para elas não existem diferenças e quando passam
a apontar diferenças é porque o adulto lhe passou esta informação.
A criança precisa de uma convivência saudável com seu grupo familiar, pois só
assim se desenvolverá e não se sentirá rejeitado, de acordo com Voivodic, O
desenvolvimento das crianças com deficiência mental não depende só do grau
em que são afetadas intelectualmente, pois numa visão mais sistêmicas
consideram-se vários fatores que interferem no desenvolvimento dos quais o
principal
é
o
ambiente
familiar.
(Apud
Rodrigo
&
Palácios,
1998)
Sendo assim, direta ou indiretamente, a família é a responsável pelo
desenvolvimento completo da criança, visto que é a interação da família com a
criança S.D. que irá desenvolvê-la principalmente nas áreas cognitivas,
linguísticas e sócio emocionais. Contudo algumas famílias ainda não se deram
conta dessa responsabilidade, até porque o desenvolvimento da criança com
deficiência é diferente, requer mais cuidados e atenção, e a família por sua vez
enfrentará novos desafios. Para Voivodic,(2008,p.52)Essa qualidade de
interação está mais claramente relacionada com o desenvolvimento da criança
nos primeiros anos que as próprias características das crianças (salvo em
casos de deficiência muito grave). Desde os primeiros meses, a criança com
SD tem dificuldade para manter a atenção e estar alerta aos estímulos
externos. A criança se desenvolverá de acordo com o meio em que vive, e
cabe à família estimulá-la, dar atenção, carinho, educar, e acima de tudo vê-la
como um importante membro da família.
Estimulação Precoce da Criança com Síndrome de Down
Toda e qualquer criança precisa ser estimulada após o nascimento, desde que
não seja constatada nenhuma anomalia. Pois, os benefícios trazidos pela
estimulação favorecerão a vida desta criança, melhorando assim, a fala, a
mastigação, o padrão de andar, ou seja, as funções motoras e intelectuais.
A criança precisa de estimulação, tal qual necessita de alimentação,
vestimentas, afeto, atenção, cuidados para que possa desenvolver-se e estar
pronta
para
entrar
em
contato
com
o
mundo
externo.
A fase inicial da estimulação precoce é de 0 a 3 anos, por isso ela deve
acontecer já nos primeiros dias de vida, visto que, esta é a fase crucial tanto
para o desenvolvimento cerebral, quanto para o desenvolvimento motor.
Porém, além de estimulá-las motoramente se faz necessária uma estimulação
visual com brinquedos coloridos, auditivo com brinquedos sonoros com sons
variados, podendo ainda utilizar a voz humana; quanto ao estímulo sensitivo,
este poderá ser feito utilizando texturas diferentes e a criança deverá usar o
mínimo roupas possíveis. É preciso, no entanto, salientar que todas as
atividades devem ter significados para a criança fazendo parte do seu
cotidiano, como as atividades de lazer, no ato da alimentação, do banho, do
vestuário.De acordo com Werneck ,toda criança, com ou sem retardo mental,
precisa de estímulos para aprender a se arrastar, engatinhar, sentar, andar,
falar. Só que os adultos, apesar de intuitivamente trabalharem nesse sentido,
não se dão conta do que fazem. A cada brincadeira nova, a cada ida ao circo
ou parquinho de diversões, a cada música que cantamos, a cada passeio, a
cada atividade na hora do banho ou durante a refeição, estamos estimulandoas e é de responsabilidade da família, e das pessoas que estão próximas à
criança, é sabido que a criança Down que não recebe uma estimulação
adequada tem sua vida adulta prejudicada. Visto que se trata de uma
sequencia, a criança que não aprendeu a se arrastar, não irá engatinhar de
forma adequada, assim como não sentará e nem andará corretamente.
Uma criança que vive em um ambiente onde todos conversam com ela, canta
para ela, e que a estimule a balbuciar nos primeiros meses de vida, com
certeza esta terá maiores chances de desenvolver a fala nos primeiros anos de
vida. Para Voivodic, “torna-se importante, desde os primeiros anos de vida da
criança com SD, a estimulação que leve em conta seus diferentes modos e
ritmos de aprendizagem, em função de suas necessidades especiais”. (2008, p.
46).As crianças com S.D. levam mais tempo que as outras crianças sem a
síndrome para responder aos estímulos que lhe são oferecidos, por isso é
necessário que elas sejam estimuladas todos os dias, e mais vezes, porém é
preciso ressaltar que estas crianças precisam de acompanhamento médico,
pois os exercícios que dão certo para um bebê poderá não dar certo para o
outro. Saboya diz que,[...] cada criança com síndrome de Down tem seu
programa de estimulação. O que serve para uma pode não servir para outra.
Há bebês que por não terem perdido alguns de seus reflexos iniciais (reflexos
típicos de um recém-nascido que deveriam desaparecer aos poucos, nos
meses seguintes ao nascimento), necessitam de uma antiestimulação
(exercícios inibitórios). E o rendimento dos exercícios será tanto maior quanto
mais forem incorporados à rotina do bebê e de sua família. (1995, p.144)
Os pais precisam ter em mente que ao estimular o bebê tem que ser por
prazer, e que esta atividade é feita em conjunto com a família, pois muitas
vezes acaba sendo de responsabilidade de uma única pessoa, no caso a mãe,
se todos estimularem a criança com certeza poderão compartilhar dos bons
resultados.
O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA
COM SÍNDROME DE DOWN.
As crianças com S.D. apresentam algumas limitações, são mais lentas e
demoram mais tempo que as outras para atingir a maturidade e desenvolver-se
por completo. Elas podem desenvolver inúmeras habilidades – dentro de suas
limitações –, não sendo possível então predizer suas capacidades ao
nascimento, visto que algumas crianças com Down têm um ótimo
desenvolvimento cognitivo, pois receberam estímulos desde o seu nascimento
e tiveram acompanhamento de diversas terapias.Por isso o trabalho
pedagógico específico deverá ser iniciado o quanto antes possível, de
preferência na Estimulação Precoce e na Educação Infantil, pois assim a
criança receberá uma estimulação adequada para que possa desenvolver-se
mais
rápido.
Segundo
Voivodic,
“é
necessário,
porém
romper
com
determinismo genético e considerar que o desenvolvimento da pessoa com
S.D. resulta não só de fatores biológicos, mas também das importantes
interações com o meio”. O atendimento feito à criança com S.D. deverá ser
realizado de acordo com as situações diárias da mesma, pois é na educação
Infantil que ela será interada no meio social, adquira experiências de
convivência com os demais integrantes da escola e por fim desenvolverá a
autonomia. Contudo se faz necessário ressaltar que a criança Down, necessita
da união dos profissionais em educação, dos pais e da equipe multidisciplinar
para que juntos possam trabalhar em prol do seu desenvolvimento tanto
acadêmico com social.Por mais que a escola e os profissionais se esforcem no
sentido de promover o desenvolvimento da criança com SD, seus esforços
serão bastante limitados se não for considerada, tanto em sua filosofia
educacional quanto em sua prática de ação uma orientação aos pais. (2008, p.
57) E para que estas crianças possam desenvolver as suas habilidades, se faz
necessário que ao aplicar as atividades, estas estejam voltadas para o objetivo
da aprendizagem, visto que, em se tratando da criança Down, não há método
específico, o que é preciso é uma intervenção específica de acordo com as
necessidades de cada uma delas .A criança com S.D. somente é vista por sua
deficiência, até porque a Deficiência Mental está presente em todas elas,
nunca num todo, como um ser completo, embora sua capacidade intelectual
não esteja dentro da normalidade segundo os padrões da sociedade, se forem
bem
estimuladas
e
integradas
poderão
se
desenvolver
melhor.
De acordo com Voivodic, “o uso de rótulos e categorias enfatiza apenas as
dificuldades e desvia a atenção de outros fatores que não são importantes e
podem facilitar a aprendizagem”. A aprendizagem das crianças com S.D. torna-
se um processo complexo e trabalhoso, pois, as mesmas demoram a adquirir e
desenvolver a linguagem, sendo esta uma das características marcantes na
criança com esta Síndrome, necessitando assim de uma estimulação
específica.O processo do desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem se
dará mais rápido quando a criança com S.D. for integrada às atividades
cotidianas, concretas, deixando de lado as abstrações, podendo assim
desenvolver
suas
habilidades
e
potencialidades.
Há uma outra necessidade que também deve ser lembrada, a de deixar de
estereotipar a criança com S.D., bem como a limitação das suas capacidades
intelectuais; visto que grande parte da sociedade já condena a criança a um
fracasso
intelectual
por
ter
uma
deficiência.
Alves diz que, “[...], a Síndrome de Down é classificada como uma deficiência
mental, a qual não podemos preestabelecer o limite do indivíduo, mas existe a
grande
possibilidade
de
desenvolvimento
cognitivo”.
(2007,
p.
38)
Cada pessoa possui um limite, portanto cada uma aprende de maneira
diferente, no entanto, o mesmo que acontece com as crianças S.D., umas se
desenvolvem mais rápido que as outras, assim como, umas têm mais
oportunidades que as outras.Essas crianças para que possam ser atendidas
adequadamente, precisam de profissionais preocupados com o seu bem estar,
com
a
sua
aprendizagem
e
com
todo
o
seu
desenvolvimento.
A Importância do Brincar no Desenvolvimento da Criança com Síndrome de
Down A criança com S.D. por ter seu desenvolvimento mais lento do que as
crianças “comuns”, precisam de atividades que as estimulem. As brincadeiras e
os
brinquedos
facilitam
o
desenvolvimento
das
mesmas.
Segundo Milani, As crianças, através das brincadeiras, reproduzem cenas de
sua própria vida. Em algumas situações, modificam tais cenas para que estas
se tornem mais agradáveis. Essa mesma modificação pode ser detectada
também em crianças portadoras da Síndrome de Down. (2006, p.92)
As crianças trazem para as suas brincadeiras a realidade de seu cotidiano o
que facilita muito, tanto o desenvolvimento social quanto o motor, tornando-as
mais independentes em suas práticas de atividades de vida diária.
A brincadeira permite que a criança resolva problemas não resolvidos no
passado, de forma simbólica. Dessa forma, poderá enfrentar diretamente o
presente, e se preparar para o futuro. As brincadeiras em que a criança precisa
perseverar lhe ensinam a confiar. A confiança desenvolve o hábito de
paciência, preservação e aplicação necessário para tornar possíveis as
aprendizagens completas, no entanto muitas vezes os pais, ou mesmo os
professores corrigem o modo das crianças brincarem, por acreditarem que o
brinquedo não condiz com o modo ao qual esta sendo manuseado. Então
quem acaba brincando são os adultos que intervém e não a criança, contudo é
muito importante que a criança brinque, fantasie o máximo que puder.
Em
relação
aos
tipos
de
brincadeiras
Milani
diz
que,
A criança atribui vida aos objetos (animismo) e a brincadeira predominante é
solitária. [...]. Aos poucos, vai se descentralizando e brincando coletivamente.
Esse convívio social é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e afetivo.emocional. Já na brincadeira simbólica coletiva, [...], aparece a necessidade de
respeitar regras para ser aceita no grupo. A colaboração e / ou competição
aparecerá
mais
tarde,
nos
jogos
de
regras.
(2006,
p.
99)
É através das brincadeiras que as crianças com ou sem S.D. se desenvolvem,
aprendem a viver em grupos, a respeitar normas, a impor regras e a ter limites.
E ainda aumentava a agilidade mental, tem um melhor desenvolvimento nas
atividades
de
lateralidade
e
nas
de
orientação
espacial.
Para Milani, [...] brincar é, para a criança, um modo de reconhecer suas
características individuais em grupo e individualmente, de modo a melhorar e
preservar
sua
imagem
perante
os
outros
[...]
(2006,
p.99)
Normalmente é durante as brincadeiras que as crianças extravasam as suas
vontades,
suas
características
energias,
fantasias,
próprias,
emoções
e
deixando
suas
visíveis
suas
personalidades.
O brincar é o veículo natural do crescimento e da aprendizagem. Nos primeiros
estágios, as crianças com síndrome de Down necessitam de assistência no
brincar. Precisa imitar, aprender na ação e fazer algo acontecer. Precisam
realizar escolhas e compartilhar. Os limites são determinados para seu
comportamento e eles devem aprender a colaborar. Todas essas habilidades
ajudam a formar comportamentos positivos e auxiliam na implementação de
objetivos
da
escola
e
dos
pais.
(2007,
p.
171
–
172)
Na maioria das vezes o brincar não é levado a sério nem pelos pais e nem
pelos professores, que acreditam ser uma perda de tempo e que não servirá
para nada. No entanto, principalmente no caso da pessoa com S.D., o brincar é
de suma importância, pois é através dele que a criança passa a melhorar o seu
atraso no desenvolvimento. Segundo Zausmer (Pueschel). Poucas coisas
encantam mais a criança do que descobrir um armário, baú de brinquedos ou
gaveta. Os pais devem providenciar tais lugares, mas fazendo deles uma
experiência de aprendizagem, mantendo o armário ou gaveta fechados quando
não estão sendo utilizados, guardando os brinquedos e ajudando a criança a
selecionar brinquedos que serão usados naquela hora, mas deixando claro que
existe
a
opção
de
substituí-los
mais
tarde.
(2007,
p.
156)
É importante que as crianças percebam que não são obrigadas a brincarem
com um único tipo de brinquedo, ou uma única brincadeira, assim como
também é preciso que os adultos verifiquem os melhores brinquedos os quais
melhores se adaptam.
INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO.
A inclusão e a integração possuem significados diferenciados, pois a primeira
visa o que o indivíduo precisa, enquanto que a segunda prioriza o que o
indivíduo
sabe
fazer,
ou
seja,
o
que
tem
a
oferecer.
Segundo Voivodic, no seu sentido etimológico, integração vem do verbo
integrar, que significa formar, coordenar ou combinar num todo unificado.
Inclusão vem do verbo incluir, significa compreender, fazer parte de, ou
participar.Enquanto
que
a
integração
para
Silva,
(2008,
p.
152)
[...] a integração nada ou pouco exige da sociedade em termos de modificação
de atitudes, de espaços físicos, de objetos e de práticas sociais. No modelo
integrativo, a sociedade, praticamente de braços cruzados, aceita receber
portadores de deficiência desde que estes sejam capazes de [...] (Apud,
SASSAKI,sociedade, quanto a comunidade escolar, acredita que o simples ato
de receber as pessoas com deficiência já significa que já estão cumprindo com
o seu papel de cidadão inclusivo sendo assim, acreditam que não há
necessidade de quebrar as barreiras atitudinais e / ou as arquitetônicas.
Para Silva a inclusão é, o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder
incluir, em seus sistemas sociais e gerais, pessoas com necessidades
especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na
sociedade. A inclusão social constitui, então um processo bilateral no qual as
pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar
problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades
para todos. Contudo é preciso que as pessoas não fiquem somente no
modismo, que não se acomodem e nem pensem que a inclusão é mais uma
tendência tanto visto que não é a mudança da terminologia que irá fazer com o
processo de inclusão tenha total êxito, e sim as pessoas que pertencem a
sociedade é que tem o poder de mudar a situação, de fazer a inclusão ganhar
significado. Participar de um processo inclusivo é estar predisposto, sobretudo,
a considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de'
aprender sobre si mesmo s sobre cada um dos outros em situação de
diversidade de ideias, sentimentos e ações [...]. (Apud, Pedrinelli, 2002 p. 54)
Porém a atual sociedade não se dá conta que para a inclusão acontecer é
necessário que a aceitação seja interna, e que as ações precisam
corresponder
iguais
nas
ao
escolas
verdadeiro
sentido
de
regular.
ensino
da
[...].
inclusão..
(2006,
p.9)
Ao longo da história pode-se perceber que as pessoas com deficiência eram
excluídas por questões financeiras, sociais e culturais, muitas dessas eram
consideradas como possuídas por demônio, eram tratadas como loucas e
internadas em sanatórios, exiladas em sítios afastados das cidades e quando a
família não tinha condições de levá-los a estes locais, os deixavam presos em
algum cômodo da própria casa.Contudo, a educação hoje tem um grande
desafio: proporcionar a todos os indivíduos com qualquer deficiência, de
caráter temporário ou permanente, o acesso aos conteúdos básicos que a
escola oferece. Porém, para que realmente as escolas regulares comuns
possam oferecer este ensino, elas precisam reestruturar os sistemas de ensino
adequando – os às necessidades de cada aluno. De acordo com Voivodic,
Para atender às necessidades educacionais de seus alunos, é preciso que a
escola se modifique. Nesse momento caberá a ela atender a uma parcela
social que até então esteve excluída de seus projetos e planos de trabalho,
ainda que estivesse presente em suas dependências, seja na classe especial,
na classe de recurso ou na classe comum. (Apud Mendes, 2002: 76)
Até alguns anos atrás a pessoa com deficiência ao freqüentar a escola de
ensino comum, só o fazia nas salas de recursos, ou em uma sala especial
dentro
do
ensino
comum,
ficando
assim
segregada
dos
demais.
Dentro do ensino comum as pessoas que tinham deficiências cognitivas,
múltiplas, ou distúrbios emocionais severos não eram aceitas, pois a educação
escolar não era considerada prioritária ou até mesmo possível, para estas
pessoas. Foi então que começaram a surgir às escolas especializadas para
atender as pessoas com deficiências, com distúrbios graves de aprendizagem
ou
de
comportamento,
e
também
as
com
altas
habilidades.
A educação especial tem cumprido, na sociedade moderna, duplo papel de
complementaridade da educação regular. Isto é, atende por um lado à
democratização do ensino, na medida em que responde às necessidades de
parcela da população que não consegue usufruir dos processos regulares de
ensino; por outro lado, responde, ao processo de segregação da criança
‘diferente’, legitimando a ação seletiva da escola regular a ação seletiva da
escola regular. Aparentemente a educação especial tem um sentido ambíguo,
pois ao mesmo tempo em que atende às necessidades das pessoas com
deficiência,
também
as
exclui,
segregando-as
das
demais
pessoas.
No decorrer da história da educação especial, pode-se perceber que as
pessoas com deficiência além de serem excluídas da sociedade, eram também
afastados de suas famílias, e isto fazia com que se aumentasse o preconceito
sobre
as
pessoas
que
fugiam
do
padrão
de
“normalidade”.
Por algum tempo as escolas especiais ou centros educacionais específicos
eram espaços voltados para as crianças consideradas “não escolarizáveis”, ou
seja, aquelas que não tinham proveito em classes comuns, junto com outras
crianças da mesma idade, e estas saíram prejudicadas por estarem convivendo
com crianças que não rendiam .De acordo com Voivodic, Idealmente as
classes especiais tinham por objetivo conduzir os alunos com deficiência
mental à mesma meta que a escola regular objetivava aos alunos considerados
“normais”: assegurar sua plena capacitação, preparando – os para uma vida
independente em sociedade, mediante a aquisição de conhecimento e
habilidades. Portanto a escola regular, mas sua prática se dava através de
meios diferentes, com outras técnicas, em instituições exclusivamente para
crianças
com
atraso
mental.
Constituía
um
elemento
essencial
a
homogeneidade dos alunos, e isso assegurava, na medida do possível, a
semelhança de nível intelectual, mesmo com diferenças de idade cronológica.
No entanto pode-se perceber que, as escolas especiais mostraram suas
limitações e raramente conseguiu atingir suas metas que havia proposto, como,
preparar os adultos para que estes fossem autônomos e capazes.
Somente a partir de 1994 com a Lei de Diretrizes e Base a Educação Especial
ganha
um
novo
significado.
De
acordo
com
Paulon,
A Educação Especial é definida, [...], como uma modalidade de educação
escolar que permeia todas as etapas e níveis de ensino. Esta definição permite
desvincular “educação especial” de “escola especial”. Permite também, tomar a
educação especial como um recurso que beneficia a todos os educandos e que
atravessa o trabalho do professor com toda a diversidade que constitui o seu
grupo de aluno. Para que a educação especial funcione de fato é preciso
acreditar no potencial de cada aluno ali inserido, do mesmo modo deve ser no
ensino comum. É necessário que educação especial seja além de um suporte,
que trabalhe junto com a educação comum, e que ambas não se isente das
responsabilidades relativas às dificuldades de seus alunos. Ou seja, que se
unam e trabalhem em prol do aluno com deficiência, e que procurem soluções
para
melhor
atendê-los.
Segundo
a
Revista
Educação
Inclusiva,
É comum responsabilizar a escola de ensino regular por não saber trabalhar
com as deficiências e excluir seus alunos e a escola especial por se colocar de
forma segregadora e discriminatória. A implementação da educação inclusiva
requer a superação desta dicotomia eliminando a distância entre ensino regular
e especial, que numa perspectiva inclusiva significa efetivar o direito de todos
os alunos à escolarização nas escolas comuns de ensino regular e organizar a
educação especial, enquanto uma proposta pedagógica que disponibiliza
recursos, serviços e realiza o atendimento educacional especializado, na
própria escola ou nas escolas especiais, que se transformam em centros
especializados do sistema educacional, atuando como suporte ao processo de
escolarização. A inclusão terá êxito quando as duas modalidades de ensino
visar o aluno num todo, e não somente a deficiência que ele tem, quando
deixar de procurar quem é o culpado pela educação não estar dando certa
nestas duas modalidades. Assim irão proporcionar uma educação de
qualidade, possibilitando a estes alunos meios de adquirir conhecimentos
complexos que até então à sociedade somente exigia, mas não acreditava que
os
alunos
com
deficiência
fossem
capazes
de
adquirir.
6.2 A Educação Formal e Informal da Criança com Síndrome de Down
A educação prepara as pessoas, ensina-lhes algumas habilidades, permite
ainda adquirir independência, além de possibilitar a interação com outras
pessoas. No entanto para que tudo isso aconteça é preciso que todos –
sociedade, família, comunidade escolar –, estejam dispostos a trabalhar juntos.
A principal finalidade da educação, da infância à adolescência, é a de preparar
os indivíduos para serem eficazes e bem – sucedidos na vida adulta. Assim, a
boa
educação
oferece
uma
combinação
de
habilidades
básicas
e
especializadas. Para proporcionar este tipo de educação para crianças com
Síndrome de Down, os educadores devem conhecer os desafios e problemas
que essas crianças enfrentam, e como se responde a tais desafios. (2007, p.
183) Com a educação vários caminhos se abrem para qualquer pessoa seja
ela com deficiência ou não, e através dela que o indivíduo se torna cidadão
sabedor de seus direitos e deveres, e ainda tem o poder de discernir entre a
educação informal da criança com S.D., se constitui primeiramente no seio
familiar, sendo esta a responsável por inserir a criança no mundo, nas
atividades de AVD. Segundo a família se constitui o primeiro grupo social da
criança, e é através do relacionamento familiar que a criança viverá a primeira
inserção no mundo. É no seio da família que a criança terá suas primeiras
experiências, sendo, portanto esta a unidade básica de crescimento do ser
humano
e
sua
primeira
matriz
de
aprendizagem.
(2008,
p.
48)
A família de um modo geral deposita muitas expectativas no filho, esperando
que ele corresponda de maneira positiva, porém quando o filho que nasce tem
alguma deficiência essas expectativas são quebradas e a família entra em
estado de choque.Contudo, sabe-se que este choque é inevitável, algumas
famílias superam logo e passam buscar melhores condições de vida para o
filho, geralmente a mãe e a primeira a sair do estado de choque e a acreditar
no desenvolvimento do filho.As atividades da vida cotidiana na família dão a
criança oportunidades para aprender e desenvolver – se através do modelo, da
participação conjunta, da participação conjunta, da realização assistida e de
tantas outras formas de mediar a aprendizagem. Essas atividades podem, ou
não,
propiciar
motivações
educativas.
(VOIVODIC
2008,
p.
54)
É a partir dessas atividades que a criança vai adquirir base para melhor
desenvolver-se no futuro, e suas funções cognitivas irão amadurecer, e com
isso não terá grandes problemas na escola.Quanto à educação formal esta
poderá ser oferecida tanto na modalidade de Ensino Regular Comum, como na
de Ensino Regular Especial .Voivodic diz que, a educação formal, ministrada
pela escola, é um processo importante na formação de todos os indivíduos. A
escolarização tem como principal objetivo que os alunos aprendam a aprender
e que saibam como e onde buscar a informação necessária. É a educação que
irá propiciar ao indivíduo condições, e habilidades para se tornar uma pessoa
independente e com autonomia, capaz de superar os obstáculos encontrados
ao longo do caminho.
A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN NO ÂMBITO
ESCOLAR
Toda e qualquer criança com ou sem deficiência tem o direito de freqüentar a
escola. E cabe à escola se adequar às necessidades de cada aluno,
proporcionando-lhes uma educação de qualidade. De acordo com a
Declaração de Salamanca a educação é um direito de todos e que cada
indivíduo tem suas próprias características, interesses, capacidades e
necessidades de aprendizagem. E a Declaração também assegura todos
devem ter oportunidade de obter e manter um nível aceitável de
conhecimentos. É importante salientar que, somente as leis que asseguram a
educação a todos, não são suficientes para garantir o acesso à escola e à
qualidade de ensino, é necessário que tanto as escolas, quanto a comunidade
escolar, se preparem, capacitem para atender às necessidades educacionais
dos alunos ali inseridos. Segundo Voivodic, Tais ajustes ou adaptações
também se organizam num contínuo que vai desde pequenas modificações na
programação das aulas, até mudanças significativas e que se distanciam
consideravelmente do projeto curricular estabelecido (estas, bem menos
frequentes). Estes ajustes devem ser apropriados de acordo às necessidades
específicas de cada aluno, pois são os ajustes aos recursos educacionais que
favorecerão a efetivação da inclusão, e esta só será possível quando houver
uma reestruturação completa do projeto pedagógico de cada escola.
Voivodic diz que. A inclusão se reflete no desenvolvimento de estratégias que
procuram proporcionar igualdade de oportunidades. O princípio da escola
inclusiva é que todas as crianças aprendam juntas, independente das
diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer as
diversas necessidades dos alunos e dar uma resposta a cada uma delas,
assegurando educação de qualidade a todos, através do currículo apropriado,
modificações organizacionais, estratégia de ensino usa de recursos e
parcerias. Para isso, as crianças com necessidades especiais devem receber
os apoios extras que necessitam para que tenham uma educação efetiva.
Contudo vale salientar que, o modelo de educação existente no Brasil tem um
padrão não muito favorável à inclusão. Em muitos casos, as crianças com
Down vivem um dilema, pois se de um lado a inclusão delas no ensino regular
favorece ganhos sócios – afetivos, por outro, na maioria das vezes, essas
mesmas escolas oferecem poucas ou nenhuma alternativa na retenção dos
conteúdos da sala de aula. Em contrapartida, a inserção das crianças Down
nas escolas especiais, faz com que estejam em um ambiente muito protegido e
algumas vezes segregado, contudo o aprendizado formal das crianças é o
enfoque maior onde são usados os recursos adequados para a sua
aprendizagem. É neste momento que os pais começam a ter dúvidas, não
sabem qual o melhor local para seu filho aprender, tão pouco sabe onde
encontrar profissionais aptos, qualificados e competentes para atender as
necessidades de seus filhos. No entanto Voivodic (apud Mantoan 1997)
enfatiza que “[...] a inserção escolar dessas crianças no ensino regular poderá
contribuir significativamente para o seu desenvolvimento intelectual e para a
sua atuação no meio social. No entanto, os pais precisam ter consciência de
que, para as crianças com SD se desenvolverem é necessário que elas
interajam com outras – “ditas normais” – e que se comportem e consigam fazer
as
mesmas
coisas
que
as
da
mesma
faixa
etária
fazem.
Segundo Voivodic, “[...], quando a criança com SD frequenta escolas regulares,
tem ganhos significativos não só em seu desenvolvimento social, mas também
em seu desenvolvimento cognitivo. [...]”. Porém a criança com SD só terá êxito
se estiver em um ambiente tranquilo, agradável, pois a partir do momento em
que
se
sentirem
rejeitadas
os
efeitos
serão
prejudiciais
ao
seu
desenvolvimento. Além do ambiente favorável, se faz necessário também, os
profissionais preparados, e com conhecimento para lidar com a nova situação,
auxiliando assim todo o grupo escolar na resolução de alguns problemas do
cotidiano
dentro
âmbito
escolar
.De
acordo
com
Blascovi,–Assis,
Quando falamos em um profissional bem preparado, queremos dizer que este
deve ter conhecimentos gerais sobre o desenvolvimento e comportamento, [...],
para poder intervir apenas quando necessário e de forma adequada,
respeitando a liberdade que caracteriza a situação e cumprido seu papel de
mediador em algumas ocasiões, sem resolver sozinho os problemas que
possam surgir, mas sim em conjunto com o grupo para que possa haver,
gradativamente, uma maior autonomia das crianças e dos jovens deficientes. A
quebra de barreiras do preconceito é a fase inicial da inclusão, onde as
pessoas são aceitas num todo, e a deficiência não é maior do que a pessoa
que a tem, no entanto, não é isto que se tem visto tanto nas comunidades
escolares,
O
que
como
tem
na
acontecido
sociedade
muito
segundo
de
um
Blascovi
modo
–
Assis
geral.
é
que,
A criança portadora de deficiência, além de se ver estigmatizada pelas próprias
características de sua deficiência, acaba sendo isolada do meio social em que
vive por não ser considerada como um adulto produtivo em potencial. Aos
olhos preconceituosos ela nada será quando crescer, portanto, além de ser
uma criança inútil, acaba sendo prejulgada como um adulto inútil, que não
contribuirá para o aumento de produção em nosso quadro social. (1997, p. 21)
É preciso, no entanto, evidenciar que as crianças com S.D. são capazes, e
muitas vezes o que as impedem de progredir é o preconceito e o prejulgamento
que a sociedade faz, é necessário então oportunizar a participação dessas
crianças em atividades que as façam se aproximarem e a se relacionarem o
máximo possível com as outras pessoas .Visto que para realmente acontecer à
inclusão, é necessário então a (efetiva) participação das pessoas com
deficiência, elas precisam estar presentes, que lhes deem condições para que
possam participar das atividades escolares que lhes são propostas.
Além da participação, os alunos com deficiência também necessitam aprender
e desenvolver as suas potencialidades, porém para que isso possa acontecer,
as pessoas com Down precisam ter oportunidades iguais à das outras pessoas,
que
sejam
valorizadas
diante
das
habilidades
que
possuem.
A comunidade escolar precisa também conscientizar – se que cada aluno é
diferente, tem seu próprio ritmo de aprendizagem e que isto não o impedirá de
aprender, de assimilar, de compreender os conteúdos básicos oferecidos pela
escola.
Para realizar inclusão, não é necessário que a professora seja
especialista na deficiência apresentada pela criança. Significa sim que a escola
e professores precisam adequar seu modo de ensinar, para que cada aluno
possa aprender. É preciso explicar as suas características, sem generalizar ou
ignorar suas diferenças. A intenção da inclusão não é “igualar” a criança com
SD aos colegas, é fazer com que ela aprenda dentro de suas possibilidades.
Mas
que
aprenda
(Acesso
em
23/08/08,
19H:
32
min)
O preparo do professor está no conhecimento que ele adquire ao se informar
mais sobre a deficiência de seu aluno, quais são as suas limitações, o que
pode e como deve ser trabalhada as atividades e os conteúdos, pois os
professores é que são os mediadores que favorecerem o crescimento.Um dos
grandes responsáveis pelo sucesso da inclusão, visto que ele é quem
desenvolverá as ações que estarão ligadas diretamente ao processo de
inclusão. Ações estas que podem ir de uma simples situação, como lidar com
as diferenças e o preconceito advindo por parte dos alunos ou de seus pais,
com as limitações dos alunos com deficiência ou até mesmo com as
frustrações
e
ou
expectativas
da
família
dos
alunos
incluídos.
A escola é responsável também pela inclusão social, pois é ela quem tem o
poder de transformar a sociedade, de preparar e instruir os cidadãos para o
futuro e para o convívio em grupo. É a escola que irá abordar a questão do
preconceito, visto que este tema ainda causa certo desconforto quando é
colocado em pauta. A escola é obrigada a aceitar por meio de leis, crianças
com deficiência, esta o faz porque lhe é imposto, não porque gosta ou tem
afinidades às vezes podem até achar bonito ter um aluno incluído, contudo
ainda não criaram uma lei que obriga a sociedade a aceitar de coração, as
crianças com deficiência. Tal aceitação fica por conta da consciência de cada
cidadão, pois a lei o obriga a aceitar, não a amar, a dar o melhor de si ao novo
cidadão que acaba de chegar.Em relação à educação das pessoas com S.D.,
de acordo com o Projeto Roma, Voivodic cita que, a educação das pessoas
com Síndrome de Down, desde o seu principio, deve objetivar sua autonomia
individual na idade adulta. Para isso não é necessário um modelo de educação
específico para essas pessoas, e sim um modelo educativo que respeite a
diversidade cognitiva e cultural. é fundamental que os indivíduos integrantes do
contexto social e cultural em que cada pessoa vive conhecem, compreendam e
respeite a diferença. Ou seja, as pessoas com S.D. precisam que respeitem as
suas habilidades, potencialidades e também de uma educação que desenvolva
sua autonomia, para que eles mesmos possam resolver e decidir o que quer
em sua vida, contudo se faz necessário que este respeito venha tanto da
família a qual pertence quanto da sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta pesquisa pode-se constatar que tanto a sociedade, como as escolas
ainda não estão totalmente preparadas para acolher e aceitar as pessoas com
Síndrome de Down, assim também como outras deficiências, e são poucas as
pessoas que fazem algo para amenizar essa situação, ou mesmo ao menos
conhecê-las profundamente. Pode-se notar também que as pessoas com S.D.
na maioria das vezes convivem mais com aquelas que fazem parte de seu ciclo
familiar, possuem poucos amigos, os colegas de escola é em número muito
restrito e vivem praticamente isolados. No que diz respeito ao âmbito escolar,
notou-se que estas pessoas estão incluídas, mas os profissionais que são
responsáveis pela a educação delas não estão preparados para atendê-las
adequadamente conforme suas necessidades. Alguns diretores quando
questionados se tiveram receio em aceitar as matrículas dos alunos Down,
28,5% deles disseram que não, pois a lei os obrigava a matriculá-los, ou seja,
só o fizeram porque são obrigados, e não porque se preocupam com o futuro
delas,com o tipo de educação que receberão.Outro fator importantíssimo
detectado no decorrer desta pesquisa, foi a contradição entre professores e
diretores, onde o primeiro afirma que oferece todo suporte e apoio aos
professores para trabalhar com os alunos com S.D. enquanto o segundo afirma
que o grande empecilho encontrado para trabalhar com os mesmos é a falta de
apoio e suporte
Quanto aos professores de Educação Física quando
indagados à respeito dos exames médicos (cardiologista e ortopedista), se
tinham conhecimento da necessidade destes para os alunos com Down
pudessem fazer as atividades todos eles disseram ter, porém nenhum deles
citaram se os pediu ou não .No entanto o que pode-se perceber claramente é
que se faz necessário mostrar que as pessoas com S.D. têm capacidade de
evoluir, basta que acreditem em seu potencial, que os estimulem, que faça do
ambiente onde estão inseridos um grande aliado, e que não o exclua dentro da
própria escola inclusiva, visto que falar que incluiu um aluno é fácil, difícil é
tratá-lo da mesma forma que trata os demais. Isto é, inclusão não meramente
ocupar em espaço em sala de aula, mas possibilitar que esse aluno tenha
estimulação em seu convívio e aprendizado através das atividades compatíveis
com as de seus colegas de sala ditos “normais”.
REFERÊNCIAS
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