Moradores acusam prefeitura regional de maquiar patrimônio histórico em São Miguel (SP) As pedras no entorno das Ruínas do Sítio Mirim, localizadas na Vila Jacuí, em São Miguel Paulista, foram alvo de uma polêmica ação de zeladoria da Prefeitura Regional na semana passada. Moradores alegam que as pedras foram pintadas e a paisagem descaracterizada. Esse é mais um episódio envolvendo a praça, que abriga as ruínas e é objeto constante de embates entre moradores e poder público. A prefeitura regional nega que foi feito pintura do espaço e alega que houve apenas higienização. O local se constitui como um rico e importante patrimônio histórico do país pois era onde se encontrava Casa Bandeirista do Sitio Mirim, com vestígios do que foi o Brasil Colônia. O sítio é tombado a níveis municipal, estadual e federal. Mesmo assim, os moradores sempre denunciaram o abandono da praça, que também foi noticiado pelo Blog Mural em 2012. Desde 2015, a comunidade começou a se mobilizar por conta própria para cuidar do local. Uma das ações nesse sentido foi a criação do Sarau Urutu, que reúne mensalmente diversas atrações culturais na praça, e que busca dar significado ao espaço e despertar a comunidade para a importância de mantê-lo limpo e bem cuidado. Como resultado, os moradores também passaram a cobrar mais ação do poder público em relação ao local. Foi com espanto, porém, que receberam a ação da Prefeitura Regional de São Miguel Paulista, que teria pintado as pedras do entorno das ruínas de branco e cinza, descaracterizando um dos principais patrimônios históricos da região. “As pedras são um objeto da praça, muito particular, que a deixam do jeito que ela é. Quando a gente passa pelo local e vê pedras pintadas de branco e de cinza, parece uma grande maquiagem sendo feita”, afirma o morador e organizador do Sarau Urutu, Edson Lima, 31. Para muitos moradores, a praça não é mero local de passagem e uma ação como essa tem impactos significativos. É o caso de Mateus Moreira dos Santos, 16, que costuma sentar na praça para apreciar a “bela vista” proporcionada pelas ruínas do Sítio. Para ele, a ação da Prefeitura Regional foi um desperdício. “É uma verba jogada fora. Não tem necessidade de pintar rocha, ela é muito mais bonita na sua cor natural. A verba poderia ser utilizada para colocar latas de lixo na praça”, opina Mateus. Para além da questão estética, os moradores também questionam a legalidade da ação. De acordo com a portaria 420/2010 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para realizar intervenções nas áreas envoltórias de bens tombados, como o Sítio Mirim, é preciso autorização dos órgãos responsáveis. O Mural não conseguiu contato com o Iphan para saber se houve essa autorização no caso do Sítio Mirim. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), do governo estadual, informou que pinturas em áreas de bens tombados pelo órgão estadual também necessitam autorização, mas não informou se houve essa autorização no caso em questão. A Secretaria Municipal de Cultura, à qual se vinculam o Departamento de Patrimônio Histórico e o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp), responsáveis pela preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade de São Paulo, encaminhou as perguntas da reportagem para os setores responsáveis, mas não respondeu até o fechamento. Efeito Natural Questionado, o prefeito Regional de São Miguel Paulista, Edson Marques, afirmou em nota que as pedras não foram pintadas, mas sim higienizadas, o que gerou uma “aparência de pintura” e que a Prefeitura Regional tem conhecimento sobre o tombamento e as restrições impostas ao local. “O cal é composto de Germicidas que são substâncias químicas capazes de destruir todos os microrganismos, incluindo também suas formas de resistência (esporos), como aqueles produzidos por bactérias do gênero Clostridium sp e Bacillus sp abundante no local, sobretudo sobre as pedras”, afirmou. “Foi nesse contexto que surgiram com aparência de pintura, mas na temos conhecimento do tombamento Não houve descaracterização do ressaltou. algumas pedras e a mureta, verdade, higienizadas. Sim, e das restrições, impostas. local, pelo contrário”, De acordo com ele, os serviços foram realizados porque a região se encontrava o Sítio mirim era ‘deplorável’. ”Não se fazia limpeza e higienização por ali há muito tempo. Devido ao abandono, a área era ocupada por viciados em drogas, moradores em situação de rua e, com o mato alto, pedras e muretas que serviam como camuflagem, pessoas ali faziam sexo.” O prefeito regional afirma que foram encontrados cápsulas de cocaína, preservativos, carcaças de animais mortos. “Como prevíamos, chegaram as chuvas que está se encarregando de naturalmente lavar as pedras higienizadas e retornar a suas belas cores que tanto nos encanta, sem risco à saúde das pessoas”, conclui. Por Gustavo Soares Fonte original da notícia: Blog Mural – Folha de S. Paulo Caçadores localizam sítios arqueológicos no Amapá com cerca de dois mil anos Sítios arqueológicos descobertos no Amapá são indícios de que as áreas que hoje pertencem a dois municípios no estado já foram ocupadas há dois mil anos. Divulgação/Internet. Os achados foram localizados por caçadores. Logo depois, especialistas do Museu de Arqueologia e Etimologia do Amapá se dirigiram até as regiões para fazerem a identificação. Estrutura semelhante já tinha sido localizada no município de Calçoene há mais de 30 anos. Nos locais foram encontrados círculos de pedras que seriam usados, por exemplo, para ajudar a calcular as estações do ano, por meio da observação. O coordenador de Cultura do estado, Luís Bezerra, explica que as construções são rodeadas de mistério. O primeiro deles seria a origem. Ele diz que nos municípios onde os sítios estão localizados não existe material semelhante. Fora isso, o sistema usado a partir das pedras é considerado moderno para a época. O sítio que fica no município de Amapá está 13 quilômetros a leste da sede da cidade, em área de planície. Já o de Pracuúba – onde apenas 30% das pedras estão de pé – se encontra em uma extensa área de mata. O relatório com os dados sobre os sítios foi encaminhado pelo governo estadual ao Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá também foi acionado. O próximo passo será a formação de uma equipe multidisciplinar para retornar aos sítios e fazer a delimitação, reconhecimento e estudos. Após a avaliação serão traçadas as estratégias de preservação. Outra descoberta recente levou a localização de 53 esqueletos humanos no sítio histórico de ruínas da primeira igreja construída no município de Mazagão. Uma audiência pública vai decidir se os achados continuam no município ou se devem ser transportados para a capital, Macapá. Por Michelle Moreira Fonte original da notícia: EBC – Radioagência Nacional Ruínas de cidade que abrigou 200 mil pessoas são mistério em Agrigento São as ruínas mais importantes da Sicília e as mais bem preservadas fora da Grécia. Seiscentas mil pessoas visitam por ano o sítio arqueológico. Reprodução. O Vale dos Templos fazia parte da antiga Agrigento. Seiscentas mil pessoas visitam por ano o sítio arqueológico. São as ruínas mais importantes da Sicília e as mais bem preservadas fora da Grécia. Entre todos os templos, o da Concórdia foi o único que ficou em pé e resistiu aos terremotos da Idade Média que derrubaram os outros monumentos Dez outros templos faziam parte do vale, num dos maiores parques arqueológicos do mundo. Essa foi uma das maiores cidades do Mediterrâneo, com 200 mil habitantes. Píndaro, poeta e historiador da antiguidade, escreveu que lá se fazia tanta festa e que as pessoas se divertiam de tal maneira que era como se não existisse o amanhã. “Eles comiam muito, como se fossem morrer no dia seguinte, e construíam como se não fossem morrer nunca. Através da arquitetura, queriam deixar a marca da sua passagem, e como se pode ver, conseguiram muito bem”, diz o diretor do Vale dos Templos, Giuseppe Parello. Em escavações, descobriu-se que os gregos se alimentavam de vegetais, frutas e leguminosas. As oferendas de comida e animais às divindades aconteciam do lado de fora do grande templo. Só as sacerdotisas e os sacerdotes da antiguidade entravam no local, para as cerimônias de adoração dos deuses pagãos. Fonte original da notícia: Globo Repórter Ruínas de quartel de exploração de ouro em Jacuí (MG) são reconhecidas como sítio arqueológico No século 18, local era usado pelo Estado para controlar a exploração de ouro na região. Ruínas podem se tornar ponto turístico. Ruínas em Jacuí funcionavam como quartel do Estado para controlar extração de ouro no século 18. (Foto: Reprodução/EPTV) Dentro da mata de Jacuí (MG), pesquisadores descobriram um verdadeiro tesouro histórico do Sul de Minas. As ruínas de um antigo quartel que controlava a extração de ouro na região foram identificadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e reconhecidas como sítio arqueológico. Com isso, o local pode se tornar um ponto turístico para contar uma história que permaneceu desconhecida por séculos. As ruínas ficam em uma mata dentro de uma propriedade particular. Até serem identificadas, as ruínas foram confundidas com resquícios de construções antigas. “Somente os proprietários do local que conheciam [as ruínas]. Mas aqueles que estiveram aqui por algum motivo falavam: ‘são muros de delimitação de cerca, de áreas’, ou senão era conhecido como ‘muro de escravos’, os escravos que construíram esses muros e pronto”, conta a professora Renata Aparecida Silva Baquião. Renata foi aluna do professor e historiador Antonio Teodoro Grillo. Juntos, eles descobriram que no século 18 havia uma grande atividade de exploração e fundição do ouro em Jacuí. Os primeiros estudos sobre as ruínas começaram em 2003, quando eles localizaram as paredes de pedra. Até então, os moradores não tinham ideia do valor histórico local. Em 2015, arqueólogos do Iphan comprovaram a hipótese que no local existiu um quartel, construído pelo Governo Estado na época. A intenção era controlar a exploração ouro. do de do de Os paredões de pedra dizem muito sobre a construção da época. “A gente não tinha ideia que ia ter uma escada aqui, coberta de folhas, então foi fazendo a limpeza que nós vimos a escada, e percebemos que tinha acesso com as construções de cima. Foi aí a importância, porque nós fomos entender que, em cima dessas construções, tinha uma outra base.” Depois da descoberta, vieram os trabalhos de comprovação e preservação do patrimônio. O lugar ficou conhecido como Sítio do Lanhoso, que era o nome oficial designado pelo governo pra fazer a guarda do quartel. O córrego onde o ouro era lavado também recebeu o mesmo nome. Ao longo dos anos, Renata e o professor encontraram muitos objetos da época da mineração, como cerâmicas e cachimbos, peças que foram essenciais para o local ser reconhecido pelo Iphan como sítio arqueológico. “Agora, por determinação do Iphan, essas peças vão pro Museu do Carste, que é o Museu Arqueológico em Pains, pra serem curadas, e depois elas voltam para o município, pra abrigar um acervo, museu, um centro de memória”, explica Renata. Rota turística O próximo passo é o sítio ser recuperado para virar um ponto de encontro de estudantes e pesquisadores. “É a minha e a nossa grande expectativa”, explica o professor Grillo. “Resume-se numa palavra: proteção total. Isso é o grande mérito da inserção de instituições como o Iphan, porque eles têm estrutura pra isso.” A pedido da Procuradoria da União, no dia 9 de maio haverá uma reunião em Passos (MG) com o Iphan, Prefeitura de Jacuí e o proprietário das terras, para discutir como será feita a preservação das ruínas. A secretária de Educação e Cultura de Jacuí, Angelita Mendonça, já faz planos pra explorar o turismo histórico das ruínas. “Jacuí faz parte do Circuito das Montanhas Cafeeiras, e aí é muito gostoso ver que a gente pode agregar esses valores, mostrar a nossa história. A gente precisa valorizar tudo isso, para as crianças, os adolescentes, a gente trazer tudo isso pra eles, incentivar, pra que eles vejam a história do nosso município.” Fonte original da notícia: Jornal da EPTV 1ª edição Prédio histórico está abandonado há vários anos; MP aciona Hospital e Prefeitura de Poconé (MT) Várias construções fazem parte da lista de imóveis tombados e inventariados na cidade de Poconé. São testemunhas e personagens dos caminhos que a cidade trilhou em seus 236 anos – e, por isso, têm o valor arquitetônico, cultural e social preservado por lei. Muitas vezes, no entanto, só por lei. Basta um breve passeio pelas ruas da cidade para flagrar parte do passado em ruínas. Já sem telhado e com risco de desabamento, casas e prédios históricos privados viraram depósitos de lixo, criadouros de ratos e moscas, além de ponto para usuários de drogas e prostituição. São imóveis que tentam resistir à longa data, mas o desinteresse político e à ineficiência do poder público na fiscalização e aplicação das medidas punitivas acabam contribuindo com a situação. Um dos imóveis conferidos pela nossa equipe de reportagem foi a Prefeitura Velha. É um local construído há vários anos atrás, onde já abrigou o Hospital de Poconé, Prefeitura e Secretarias Municipais, o imóvel hoje consiste em uma fachada, escorada há alguns anos por ação da prefeitura. Além de se tornar símbolo do descaso com o passado, a casa virou motivo de queixa de moradores do entorno. Diante do descaso, O MPE abriu um inquérito civil publico para apurar as possíveis irregularidades constatadas. Segundo a promotoria de Justiça, o Centro Histórico de Poconé é um patrimônio tombado pelo Estado de Mato Grosso e o imóvel integrante do acervo tombado, situado na Rua Intendente Antonio João de Arruda, de propriedade da Sociedade Beneficência Poconeana, que abrigou o antigo Hospital de Poconé, também conhecido como “Prefeitura Velha” encontra-se em deplorável estado de conservação, o que pode colocar em risco sua característica original, além de colocar em risco a segurança dos moradores dos arredores, uma vez que o local, pelo estado de abandono, tornou-se ponto de vendas de drogas e prostituição; O MP acionou proprietário e o poder público da obrigação de conservar o patrimônio cultural. Onde foi determinado a a expedição de Termo de Compromisso para que a Sociedade Beneficência Poconeana para que, no prazo de dez dias, proceda a limpeza do imóvel e comprove o cumprimento da obrigação imposta pelo artigo 12 da Lei Estadual 9.107/091. Também foi oficiada a Prefeitura Municipal de Poconé, para que, no prazo de quinze dias, atenta a obrigação constitucionalmente imposta ao Município, promova, em caso de omissão do proprietário, a limpeza do imóvel, com as providências administrativas cabíveis. A Secretaria Estadual de Cultura foi oficiada, onde foi relatado o estado de deterioração do imóvel tombado, O Ministério Publico requereu para que seja procedido inspeção, com avaliação dos danos causados ao patrimônio cultural. Fonte original da notícia: Poconet Notícias Em ruínas, Justiça obriga IPHAN a recuperar Casarão do Padre Taborda em Itaverava (MG) Toda a estrutura do imóvel, cujas pinturas pertencem ao Mestre Athayde, passará por ampla reforma. Um dos mais importantes e emblemáticos patrimônios históricos de Minas passará por recuperação estrutural. O Casarão do Padre Taborda, em avançado processo de deterioração, foi alvo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público (MP), através da curadoria de cultura, contra o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico prefeitura de Itaverava. Nacional (IPHAN) e a A ação o próprio IPHAN elaborou laudo pericial que atesta o estado crítico de conservação do casarão e aponta como solução para o problema a elaboração e a execução imediatas de projeto de restauração da edificação. Após as contendas judiciais o MP conseguiu uma vitória em favor da cultura itaveranse salvando um exemplar do século XVIII quem contava com a sorte para permanecer de pé. Na ação, o MP demonstrava “cabalmente que existe um seríssimo risco de que o Sobrado do Padre Taborda venha a entrar em colapso estrutural”. Os laudos apontam que os elementos da sua estrutura, bem como os demais elementos da sua arquitetura e decoração estão comprometidos pela ação dos cupins e umidade. No final de novembro, a Superintendente do IPHAN em Minas Gerais, Célia Maria Corsino, assinou a ordem de serviço em que a empresa Restaurare Construtora executará serviços da primeira etapa das obras emergenciais do Sobrado. O serviço deve iniciar ainda este e entre eles estão a reforma completa da cobertura com substituição de peças deterioradas e reposição de telhas rompidas e deslocadas, execução de drenagem pluvial ao longo do perímetro do edifício, reestruturação da escada de acesso ao pavimento superior, reforço das fundações, com preenchimento das lacunas e injeção de material, retirada das tábuas acondicionadas no segundo pavimento e tratamento adequado para a preservação das pinturas nas paredes e forros no segundo pavimento da casa, de acordo com projeto específico. O prazo final para conclusão das obras é de um ano. A história O IPHAN tombado o Casarão do Padre Taborda em 1993 pela sua importância devido à sua importância histórico-cultural. Ali foi residência do primeiro vigário colado na Freguesia de Santo Antônio de Itaverava, Padre Manuel Ribeiro Taborda. O período de atuação do religioso no local, 1752 a 1788, indica a data de sua edificação. As pinturas artísticas do Sobrado – sua tipologia, qualidade e materiais usados datam do mesmo período de execução das da Igreja de Santo Antônio– início do séc. XIX – e seriam do mesmo artista, Manoel da Costa Athayde, o Mestre Athayde. A cidade de Itaverava, que abriga esse importante acervo histórico e artístico, foi dos primeiros arraiais mineiros, tendo se originado das incursões bandeirantes que precederam ao ciclo de descobrimento do ouro. É, ainda, considerado o primeiro local dessa descoberta em 1694, embora essa riqueza não tenha ali prosperado. A vitória do Ministério Público é uma vitória da cultura de Minas e de Itaverava. Fonte original da notícia: Correio de Minas Estudantes protestam contra o descaso com o patrimônio arquitetônico de Laranjeiras (SE) Quem passa pelo Calçadão Getúlio Vargas, no centro da cidade histórica de Laranjeiras pode observar o protesto nas paredes de alguns sobrados antigos. Uns em ruínas, outros precisando de restauração. Foram colados vários curativos gigantes e frases com pedidos de socorro nas paredes dos prédios por estudantes universitários. Fonte original da notícia: kokalaranjeiras.blogspot.com.br Recife (PE) – Patrimônio histórico ainda despercebido O mês dedicado à preservação do patrimônio chega ao fim com prédios centenários do Recife exibindo as marcas do abandono. Foto: Leo Motta O mês dedicado ao patrimônio histórico não assinalou motivos para comemorar no Recife. A preservação de imóveis que ajudaram a construir a história da Cidade ainda se mostra bem aquém do esperado. Em diversos bairros, prédios centenários exibem as marcas do abandono, descaracterização e até oferecem risco para a população. A realidade também se estende a praças e outros monumentos. O Ministério Público de Pernambuco apura as denúncias de deterioração. De acordo com o órgão, mais de 400 imóveis ainda aguardam por reconhecimento arquitetônico. Além da responsabilidade dos proprietários, faltam ações mais efetivas do poder público. De acordo com a promotora de Habitação e Urbanismo, Bettina Guedes, uma ação civil pode também responsabilizar a gestão municipal, a quem caberia a fiscalização. Apesar de protegido no papel, a falta de cuidado tem transformado em ruínas uma antiga habitação em Casa Amarela, na Zona Norte. O exemplar, na rua da Harmonia, é um dos 260 cobertos pela lei 16.284, prestes a completar dez anos. O texto normatiza os Imóveis Especiais de Preservação (IEP’s) que, além de ter proibida a demolição, deveriam receber manutenção periódica. Por lá, janelas e portas foram fechadas por tijolos, parte do telhado desapareceu e as rachaduras podem ser vistas por toda parte. “Já faz um bom tempo que não existe vida nessa casa. A sensação é de que pode desabar a qualquer momento”, diz a aposentada Maria Auxiliadora, 64, que reside próximo dali. Já no bairro de Casa Forte, os edifícios da avenida Dezessete de Agosto ainda têm como vizinho um remanescente conjunto do século passado. Fazem parte da memória urbana, como prevê a legislação. São 12 imóveis ladeados onde pelo menos cinco estão fechados e ociosos, agravando os problemas. Três deles foram descaracterizados, com fachadas dando lugar a vidraças e gradis. A norma prevê o impedimento a alterações na edificação original, assim como o desmembramento do terreno. Na prática, os artigos vão sendo deixados de lado. Nas Graças, a história se repete no número 651 da avenida Rosa e Silva, onde duas casas modernistas foram submetidas a mudanças para atender à atividade comercial. Foto: Leo Motta O professor de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, Tomás Lapa, acredita que a falha vai além. “Falta educação patrimonial, com a consciência de que o patrimônio é um bem de todos. Os mecanismos de compensação também são frágeis e nem sempre dão condições para o cuidado necessário. Hoje o que se vê são prédios mantidos na marra, sem o menor diálogo com o que está ao seu redor”, explica. O descaso também é encontrado na Boa Vista, a exemplo da rua da Glória. Três meses depois de um casarão ruir, os entulhos permanecem na via pública. “Ouvimos estalos à noite e, quando chove, surge o medo é de que possa cair sobre nós. Acho um desrespeito com o passado bonito do Recife”, opina a dona de casa Maria da Conceição, 64, que é vizinha do imóvel há 30 anos. No Bairro do Recife, o conjunto arquitetônico tombado também não escapa, alguns já vieram ao chão. Na travessa do Tuiutí, prédios estão abandonados e fachadas dividem espaço com a vegetação, evidenciando infiltrações. A Prefeitura de Recife informou que realiza a fiscalização e que vem intensificando o resgate patrimonial e histórico. Em relação ao imóvel em Casa Amarela, a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) disse que o proprietário foi notificado a recuperá-lo e multado em R$ 20,7 mil pelo mau estado de conservação. Folha resume Imóveis seculares entregues ao abandono no Recife. A falta de propostas de preservação tem levado construções de grande valor histórico a ruínas. O MPPE instaurou ação para cobrar soluções, podendo penalizar a gestão pública. Conforme especialistas, faltam ações mais eficazes e conscientização. Por Marcílio Albuquerque Fonte original da notícia: Folha de Pernambuco Portugal – Tumba de 6 mil anos funcionava como ‘telescópio’ primitivo Mausoléu de pedra pré-histórico encontrado em Portugal ajudava com a observação do céu noturno. Foto: Fábio Silva/Divulgação As tumbas pré-históricas, ao que tudo indica, eram bem mais engenhosas que as atuais. As ruínas de um mausoléu de 6 mil anos encontrado em Portugal no início do mês formam um túnel escuro alinhado com uma região específica do céu, permitindo observações astronômicas mais precisas antes da chegada do telescópio moderno. Uma observação específica, no caso: a estrela de Aldebarã, a mais brilhante da constelação de Touro. O princípio da invenção é simples: um corredor longo tubo de pedra, com aberturas apenas nas duas extremidades, direciona o olhar do observador para a posição exata da estrela no céu. A escuridão absoluta do ambiente realça o brilho do astro, o que permitiria sua observação precisa dias antes que ela fosse possível a olho nu. A escolha dessa estrela específica pode ter vários significados. Ela talvez servisse como uma espécie calendário, um ponto de referência para a mudança das estações que ajudaria a orientar as ações da tribo. Seria útil, portanto, criar uma forma de observá-la o mais rápido possível. Fábio Silva, pesquisador português que faz parte do grupo da Universidade de Wales Trinity Saint David, do País de Gales, responsável pela descoberta, afirmou à New Scientist que a oportunidade de ver a estrela também poderia ser uma espécie de ritual de passagem. “Imagine uma criança pequena forçada a passar a noite no mausoléu – provavelmente morrendo de medo”, explicou o pesquisador. “Pela manhã, ela veria essa estrela aparecer no céu dias antes do resto da tribo. Isso poderia ser revelado a ela como uma espécie de conhecimento secreto.” A conexão entre rituais funerários e o movimento dos astros na pré-história é conhecida há muito tempo. Na Irlanda, um quinto das 130 tumbas já encontradas estão alinhadas com o nascer ou o pôr do sol nos solstícios de inverno ou de verão, um número alto demais para ser mera coincidência. Por Bruno Vaiano Fonte original da notícia: Revista Galileu Vestígios de engenhos de açúcar estão escondidos pelo mato em Suape (PE) Igreja de Santana, no Cabo de Santo Agostinho, é uma das relíquias nas terras de Suape. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem Ruínas, capelas e arruados de antigos engenhos de açúcar guardam a memória canavieira de Pernambuco. Leia mais… Fonte original da notícia: jconline.ne10.uol.com.br