144 123 22ª RAIB FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DO BICHO-MINEIRO (LEUCOPTERA COFFEELLA) (LEPIDOPTERA: LYONETIIDAE) NA REGIÃO DA ZONA DA MATA DE RONDÔNIA.* COLEN, B.O.**; MAIA, D.S.; PEREIRA, F.F. Universidade Federal de Rondônia, Departamento de Agronomia, Linha 184 Norte, km 15, CEP 76940-000, Rolim de Moura, RO, Brasil. Email: [email protected] Population fluctuation of leaf miner (Leucoptera coffeella) (Lepidoptera: Lyonetiidae) in the area of the forest Rondônia. O bicho-mineiro, Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville, 1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) é considerado uma praga de grande importância para a cafeicultura na atualidade. Este lepidóptero é monófago, atacando somente o café. Possui desenvolvimento holometabólico e a fase larval é a única etapa do ciclo prejudicial para a cultura. As lagartas alimentamse do mesófilo foliar, causando lesões e queda de folhas, redução da capacidade fotossintética e também na produção de frutos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a flutuação populacional do bicho-mineiro na região da Zona da Mata de Rondônia. A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Entomologia do Departamento de Agronomia/UNIR de Rolim de Moura, RO e em plantios comerciais de café (Coffea arabica L. cv. catuaí; Coffea canephora Pierre cv. conilon e cv. guarini). Foram coletadas 200 folhas por cultivar, sendo as amostragens realizadas em intervalos de quatorze dias, coletando-se quatro folhas por planta, sendo duas de cada uma das faces de exposição ao sol. De cada uma das dez plantas tomadas aleatoriamente na parcela (100 m2) foram destacadas duas folhas do terceiro ou quarto par de folhas localizadas no terço médio das plantas. O delineamento experimental foi em blocos casualizados dispostos em esquema fatorial 3x2, cujos tratamentos corresponderam a 3 cultivares e dois lados da planta com cinco repetições e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Constatou-se a ocorrência de folhas lesionadas nas lavouras durante todo o período experimental, embora tenha apresentado valores relativamente baixos de janeiro a agosto de 2009 nos cultivares guarini e conilon. As médias de lesões por folha referentes aos cultivares guarini, conilon e catuaí foram 1,01; 0,94 e 1,58, respectivamente. Por outro lado, no que se refere ao número de lagartas vivas por folha, foram observados valores médios de 1,14, 0,75 e 0,73 nos cultivares catuaí, guarini e conilon, respectivamente, não se observando diferenças entre os dois últimos. Em relação à preferência do lado da planta para infestação, verifica-se que esta ocorreu de forma semelhante para os dois lados de exposição ao sol (leste-oeste). Os mais altos índices de infestação da praga foram registrados para os meses de outubro a novembro de 2008 nos cultivares guarini e conilon e nos meses de setembro (2008) e julho (2009) para o cultivar catuaí. Este apresentou maior número de lesões por folha, maior número de lagartas vivas de bicho-mineiro por folha e maior índice de infestação (39%) durante o período amostral, revelando-se mais susceptível ao ataque da praga. *Financiador: UNIR. **Bolsista – PIBIC/UNIR. 124 DANOS DE PSEUDOLYCAENA MARSYAS (LINNAEUS, 1758) (LEPIDOPTERA: LYCAENIDAE) EM FRUTOS DE ARAÇÁ–BOI (EUGENIA STIPITATA McVAUGH) (MYRTACEAE) NO ESTADO DO AMAPÁ, BRASIL. PEREIRA, J.D.B.1*; LIMA, A.L.2; SILVA, R.A. da2 1Universidade Federal do Amapá, Rod. Juscelino Kubitschek, kem 2, CEP 68902-280, Macapá, AP, Brasil. E-mail: [email protected] 2Embrapa Amapá, Macapá, AP, Brasil. Damage of Pseudolycaena marsyas (Linnaeus, 1758) (Lepidoptera: Lycaenidae) in fruits of Eugenia stipitata McVaugh (Myrtaceae) in the state of Amapá, Brazil. Na Amazônia, a diversidade de espécies frutíferas nativas é elevada, sendo que muitas destas são encontradas apenas em estado silvestre e outras estão em processo de domesticação. O conhecimento acerca de danos ocasionados por insetos em frutíferas não cultivadas na região amazônica ainda é restrito, em virtude, principalmente, de sua vasta dimensão e riqueza biológica. Assim, o presente trabalho objetivou registrar a ocorrência de danos causados pela lagarta Pseudolycaena marsyas (Linnaeus, 1758) (Lepidoptera: Lycaenidae) em frutos de araçá-boi (Eugenia stipitata McVaugh) (Myrtaceae), no Estado do Amapá. Em um quintal residencial, no Município de Macapá, foi observada uma planta de araçá-boi com 10 frutos com pericarpo danificado por lagartas. Nesta planta, não foram verificadas folhas danificadas por insetos mastigadores. Dois frutos contendo lagartas foram coletados e transportados para o Laboratório de Entomologia da Embrapa Amapá, Macapá, AP, onde foram acondicionados individualmente em recipientes plásticos, com camada fina de vermiculita como substrato e mantidos em câmaras climatizadas em condições controladas de temperatura, umidade e fotofase, até a emergência dos adultos. Dois exemplares de borboletas foram obtidos e encaminhados ao Museu Paraense “Emílio Goeldi”, Belém, PA, onde foram identificados pelo pesquisador W. L. Overal. Trata–se de P. marsyas, espécie nectívora, cujas lagartas apresentam hábito polífago. Lycaenidae é uma das três famílias mais ricas em espécies no Brasil e reúne borboletas pequenas, com cores brilhantes e aspectos metálicos. Esta espécie apresenta coloração azulada, prolongamentos filamentosos nas asas posteriores e são frequentes em jardins. A associação entre a borboleta P. marsyas e o gênero botânico Eugenia L. já foi registrada no Brasil, no entanto, a literatura relata danos ocasionados pelas lagartas desta espécie apenas em folhas de E. stipitata, não mencionando danos em frutos, como registrado no presente trabalho. *Bolsista Mestrado CAPES. Biológico, São Paulo, v.71, n.2, p.83-202, 2009