Prof I – Português

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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO
01- Você recebeu do fiscal o seguinte material:
a) Este caderno com o enunciado das 40 (quarenta) questões objetivas divididas nas seguintes sessões:
Língua Portuguesa
Questões
1 a 14
Conhecimentos Pedagógicos
Questões
15 a 20
Conhecimentos Específicos
Questões
21 a 40
b) Uma (1) Folha de Respostas, destinada às respostas das questões objetivas formuladas nas provas, a ser entregue ao
fiscal ao término da prova.
02- É DE RESPONSABILIDADE DO CANDIDATO A CONFERÊNCIA DO NÚMERO DO CADERNO DE
PROVA NO CARTÃO RESPOSTA. Caso não sejam compatíveis, notifique IMEDIATAMENTE o fiscal.
03- Verifique se este material está em ordem (tais como se a sequência de páginas está correta e se o número de questões
confere com o quadro da alínea “a” do item 1) e se o seu nome e número de inscrição conferem com os que aparecem
na confirmação de inscrição. Caso contrário, notifique IMEDIATAMENTE o fiscal.
04- Após a conferência, o candidato deverá assinar no espaço próprio da Folha de Respostas, preferivelmente à caneta
esferográfica de tinta na cor preta ou azul.
05- Tenha muito cuidado com a Folha de Respostas para não a DOBRAR, AMASSAR ou MANCHAR. A folha
somente poderá ser substituída caso esteja danificada em suas margens superior ou inferior – BARRA DE
RECONHECIMENTO PARA LEITURA ÓTICA.
06- Na Prova Objetiva, as questões são identificadas pelo número que se situa acima do enunciado.
07- Na Folha de Respostas, as mesmas estão identificadas pelo mesmo número e as alternativas estão identificadas acima
da questão de cada bloco de respostas.
08- Para cada uma das questões objetivas são apresentadas 5 alternativas classificadas com as letras (A), (B), (C), (D) e
(E); só uma responde adequadamente ao quesito proposto. Você só deve assinalar UMA RESPOSTA. A marcação
de nenhuma, de mais de uma alternativa ou da rasura de qualquer natureza (borracha, corretivo, etc) anula a questão,
MESMO QUE UMA DAS RESPOSTAS SEJA A CORRETA.
09- Na Folha de Respostas, a marcação das letras correspondentes às respostas certas deve ser feita cobrindo TODO O
ESPAÇO compreendido pelo retângulo pertinente à alternativa, usando caneta esferográfica de tinta preta ou azul,
de forma contínua e densa. A LEITORA ÓTICA é sensível a marcas escuras, portanto, preencha os campos de
marcação completamente, procurando deixar menos “espaços em branco” possível dentro do retângulo, sem invadir
os limites dos retângulos ao lado.
10- Será terminantemente vedado ao candidato copiar seus assinalamentos feitos na folha de respostas da prova objetiva,
conforme item 9.17, alínea “f”, do edital.
11- SERÁ ELIMINADO do Concurso o candidato que:
a) Se utilizar ou portar, durante a realização das provas, de armas, máquinas, relógios e/ou aparelhos de calcular, bem
como rádios gravadores, fones de ouvido, telefones celulares ou fontes de consulta de qualquer espécie, que seja na
sala de prova ou nas dependências do seu local de prova;
b) Se ausentar da sala em que se realizam as provas levando consigo o Caderno de Questões e/ou a Folha de
Resposta;
c) usar ou tentar usar meios fraudulentos ou ilegais para a sua realização;
d) for surpreendido dando ou recebendo auxílio para a execução da prova.
12- Reserve os 30 (trinta) minutos finais para marcar sua Folha de Respostas. Os rascunhos e as marcações assinaladas
no Caderno de Questões NÃO SERÃO CONSIDERADOS.
13- Quando terminar, entregue ao fiscal o Caderno de Questões e a Folha de Respostas, e ASSINE A LISTA DE
PRESENÇA.
14- O TEMPO DE DURAÇÃO DA PROVA OBJETIVA E DA REDAÇÃO É DE TRÊS (3) HORAS.
15- Por motivo de segurança, a FUNRIO solicita que o candidato transcreva em letra cursiva, no espaço próprio da Folha
de Respostas, a frase abaixo apresentada.
"Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida."
(Ernesto Che Guevara)
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CADERNO 1
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TEXTO: REINAÇÕES DE NARIZINHO (cap. XII, A Volta)
Estavam todos prontos para a volta, exceto Emília. Narizinho refletia sobre o seu caso. Por fim pediu a opinião de Tom Mix sobre o
melhor meio de a levar.
– Acho que temos de pôr a senhora condessa dentro dum dos ancorotes de mel.
– Que disparate, Tom! Emília ficaria toda melada !...
– Sim, mas há um vazio – respondeu ele. – Creio que ali irá mais comodamente do que na garupa do cavalinho pangaré.
Emília fez cara feia e protestou. O meio de sossegá-la foi permitir-lhe seguir na frente do bando, para que pudesse “ir vendo as
coisas antes dos outros”. Estava nascendo nela aquele espírito interesseiro que a ia tornar célebre nos anais da ciganagem.
Puseram-se em marcha. Meia légua adiante Emília pôs-se de pé dentro do barrilzinho e gritou:
– Estou vendo uma coisa esquisita lá na frente! Um monstro com cabeça de porco e “peses” de tartaruga!
Todos olharam, verificando que Emília tinha razão. Era um monstro dos mais estranhos que possa alguém imaginar. Tom Mix
puxou da faca e avançou, dizendo a Narizinho que não se mexesse dali. Chegando mais perto percebeu o que era.
– Não é monstro nenhum, princesa! Trata-se do senhor marquês montado num pobre jabuti! Vem metendo o chicote no coitado, sem
dó nem piedade.
E assim era. Rabicó dava de rijo no pobre jabuti e ainda por cima o descompunha.
– Caminha, estupor! Caminha depressa, se não te pico de espora até a alma! – gritava ele.
Narizinho ficou indignada com aquilo. Era demais! Vendo-a assim, Tom Mix puxou do revólver e disse:
– Se quer, apeio aquele maroto com uma bala!
– Não é necessário – respondeu ela. – Eu mesma lhe darei uma boa lição. Deixe o caso comigo.
Nisto o marquês alcançou o grupo, e já estava armando cara alegre de sem-vergonha, quando a menina o encarou, de carranca
fechada.
– Desça já do pobre jabuti, seu grandíssimo...
Muito espantado daquela recepção, Rabicó foi descendo, todo encolhido.
– E para castigo – continuou a Menina – quem agora vai montar é o senhor jabuti. Vamos, senhor jabuti! Arreie o marquês e monte e
meta-lhe a espora sem dó!
O jabuti assim fez, e sossegadamente, porque jabuti não se apressa em caso nenhum, botou os arreios no leitão, apertou o mais que
pôde a barrigueira, montou muito devagar e lept! lept! fincou-lhe o chicote como quem surra burro bravo.
– Coin! coin! coin! – berrava o pobre marquês.
– Espora nele, jabuti! – gritava a boneca. – Espora nesse guloso que me comeu os croquetes!
– E também uma boas lambadas por minha conta! – murmurou uma voz fina no ar.
Todos ergueram os olhos. Era a libelinha enganada, que ia passando, veloz como um relâmpago.
O caso foi que naquele dia Rabicó perdeu pelo menos um quilo de peso e pagou pelo menos metade dos seus pecados...
(Monteiro Lobato. Rio de Janeiro: Ed. Globo, 2008, p. 48-9)
* Língua Portuguesa *
Questão 1
O jabuti assim fez, e sossegadamente, porque jabuti não se apressa em caso nenhum, botou os arreios no leitão, apertou o mais que
pôde a barrigueira, montou muito devagar e lept! lept! fincou-lhe o chicote como quem surra burro bravo.
– Coin! coin! coin! – berrava o pobre marquês.
Nesse trecho observa-se o uso repetido de um recurso de linguagem chamado
A)
B)
C)
D)
E)
hipocorístico.
onomatopeia.
justaposição.
aliteração.
anadiplose.
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CADERNO 1
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Questão 2
Observe o emprego do pronome oblíquo LHE nas passagens abaixo transcritas:
I - O meio de sossegá-la foi permitir-lhe seguir na frente do bando
II - Eu mesma lhe darei uma boa lição.
III - Arreie o marquês e monte e meta-lhe a espora sem dó!
IV - O jabuti (...) fincou-lhe o chicote como quem surra burro bravo.
O pronome LHE desempenha a função sintática de objeto indireto
A)
B)
C)
D)
E)
somente na primeira frase.
apenas em três frases.
somente na última frase.
em todas as quatro frases.
apenas nas duas primeiras frases.
Questão 3
Quanto ao modo de organização do texto de Monteiro Lobato, observa-se a utilização do gênero narrativo, embora ocorram
também trechos em que o narrador inclui comentários pessoais, como ocorre na seguinte passagem:
A)
B)
C)
D)
E)
Jabuti não se apressa em caso nenhum.
Emília fez cara feia e protestou.
Muito espantado daquela recepção, Rabicó foi descendo.
Chegando mais perto, percebeu o que era.
A menina o encarou, de carranca fechada.
Questão 4
– Não é necessário – respondeu ela. – Eu mesma lhe darei uma boa lição. Deixe o caso comigo.
Nesse trecho, o narrador se vale do discurso direto para apresentar três frases ditas por Narizinho. Se optasse, porém, por reunir sob
a forma do discurso indireto as frases da personagem num único período, teria de manter as estruturas sintáticas originais e
completá-las com os conectivos típicos da construção indireta. Nesse caso, o resultado da transposição seria o seguinte:
A) Narizinho pediu a Tom Mix que deixasse o caso com ela, pois não era necessário atirar no Rabicó, já que ela mesma preferia
dar uma boa lição no maroto.
B) Narizinho respondeu que não era necessário, pois ela mesma lhe daria uma boa lição, e pediu a Tom que deixasse o caso com
ela.
C) Narizinho disse que não havia necessidade de fazer aquilo, pois preferia tomar a frente do caso e dar uma boa lição no Rabicó.
D) Narizinho respondeu a Tom Mix que era necessário dar uma boa lição naquele maroto e que preferia que o caso ficasse
consigo.
E) Narizinho disse que não era necessário atirar no Rabicó e que preferia deixar o caso consigo pois tinha vontade de dar-lhe uma
boa lição.
Questão 5
– Desça já do pobre jabuti, seu grandíssimo...
Nesse trecho, o superlativo absoluto e as reticências, em conjunto, têm o objetivo de
A)
B)
C)
D)
E)
reforçar a descompostura que Narizinho passa em Rabicó.
amenizar o tom autoritário da ordem de Narizinho para Rabicó.
destacar a visão humanitária de Narizinho em relação ao jabuti.
suspender a frase para evitar o uso de alguma palavra mais ofensiva.
relativizar a desproporção dos aspectos físicos de Rabicó e do jabuti.
Questão 6
No sintagma “cara alegre de sem-vergonha” a última palavra contém hífen assim como também têm hífen as palavras
A)
B)
C)
D)
E)
auto-biografia e hexa-campeão.
contra-torpedeiro e super-mercado.
inter-acadêmico e ultra-chique.
anti-herói e semi-integral.
neo-latino e áudio-visual.
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CADERNO 1
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Questão 7
– Estou vendo uma coisa esquisita lá na frente! Um monstro com cabeça de porco e “peses” de tartaruga!
A frase de Emília contém uma flexão que contraria a regra de plural dos substantivos. Apesar disso, a palavra assume, nessa feição,
um valor expressivo, talvez combinando a ideia de quatro pés de tartaruga à imagem do monstro com cabeça de porco. Para
representar graficamente essa situação, o escritor recorreu ao uso de
A)
B)
C)
D)
E)
aspas.
dois pontos de exclamação.
apenas um ponto de exclamação, o segundo.
travessão.
apenas um ponto de exclamação, o primeiro.
Questão 8
– Não é monstro nenhum, princesa. Trata-se do senhor marquês montado num pobre jabuti! Vem metendo o chicote no coitado,
sem dó nem piedade.
Sobre a expressão “metendo o chicote no coitado”, é correto afirmar que
A)
B)
C)
D)
E)
o substantivo chicote tem valor conotativo e simboliza a ação do marquês.
o verbo meter tem valor metafórico e significa “aplicar com violência”.
o substantivo coitado está adjetivado para condensar a força da imagem.
a locução “no coitado” é redundante pois repete a expressão “pobre jabuti”.
o sintagma “metendo o chicote” é a variante formal de “chicotear”.
Questão 9
Todos olharam, verificando que Emília tinha razão. Era um monstro dos mais estranhos que possa alguém imaginar. Tom Mix
puxou da faca e avançou, dizendo a Narizinho que não se mexesse dali. Chegando mais perto percebeu o que era.
A segunda oração do primeiro período do parágrafo transcrito possui um verbo no gerúndio. Caso o período fosse reescrito com
orações que empregassem os conectivos necessários, o resultado coerente em relação ao trecho original seria
A)
B)
C)
D)
E)
Todos olharam, verificando ter Emília razão.
Todos olharam para verificar que Emília tinha razão.
Todos olharam enquanto verificavam ter razão Emília.
Todos olharam e verificaram que Emília tinha razão.
Todos olharam quando verificaram que tinha razão Emília
Questão 10
Muito espantado daquela recepção, Rabicó foi descendo, todo encolhido.
A frase acima contém quantos dígrafos e quantos encontros consonantais?
A)
B)
C)
D)
E)
três dígrafos e cinco encontros consonantais.
dois dígrafos e três encontros consonantais.
seis dígrafos e dois encontros consonantais.
cinco dígrafos e quatro encontros consonantais.
quatro dígrafos e seis encontros consonantais.
Questão 11
– Caminha, estupor! Caminha depressa, se não te pico de espora até a alma! – gritava ele.
Sobre a palavra “estupor”, é correto afirmar que se refere no texto a
A)
B)
C)
D)
E)
um estado de inconsciência profunda de origem orgânica, com perda da faculdade de exibir reações motoras.
um cozinhado de bucho, miúdos, tripas, sangue e cabeça de cabrito, carneiro, ovelha ou bode.
uma reação psicótica de inacessibilidade e de imobilidade presente em certos casos de esquizofrenia.
uma forma ofensiva de dirigir-se a outrem destacando sua ineficiência, má aparência ou más qualidades.
uma degenerescência progressiva da sensibilidade ao meio ambiente e aos animais do meio rural.
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CADERNO 1
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Questão 12
– Creio que ali irá mais comodamente do que na garupa do cavalinho pangaré.
A estrutura mórfica das palavras “comodamente” e “cavalinho” está corretamente comentada na seguinte alternativa:
A)
B)
C)
D)
E)
ambas são formadas por sufixação e derivam de um adjetivo e de um substantivo, respectivamente.
apenas a primeira é formada por sufixação, pois “cavalinho” é um caso de derivação imprópria.
apenas a segunda é formada por sufixação, pois “comodamente” é um caso de composição por aglutinação.
as duas palavras são formadas por hibridismo, pois empregam morfemas de origem latina e grega.
ambas são formadas por derivação parassintética a partir de “modo” e “vale”, respectivamente.
Questão 13
O caso foi que naquele dia Rabicó perdeu pelo menos um quilo de peso e pagou pelo menos metade dos seus pecados.
Da leitura atenta desse trecho, compreende-se que Rabicó
A)
B)
C)
D)
E)
engordou menos do que esperava e aumentou sua dívida com a religião.
ficou mais magro menos de um quilo e se arrependeu de quase metade dos pecados.
perdeu peso carregando o jabuti nas costas e foi perdoado por suas faltas.
emagreceu um quilo ou mais e se redimiu de cinquenta por cento de seus pecados ou mais.
ficou menos esbelto e menos pecador do que era, pelo menos em parte.
Questão 14
Estavam todos prontos para a volta, exceto Emília. Narizinho refletia sobre o seu caso. Por fim pediu a opinião de Tom Mix sobre o
melhor meio de a levar.
Assinale a única opção que analisa corretamente um dos elementos mórficos da palavra destacada.
A)
B)
C)
D)
E)
voltA (a = desinência de gênero)
refletIA (ia = desinência número-pessoal)
estaVAm (va = desinência modo-temporal)
pediU (u = vogal temática)
levAR (ar = sufixo verbal)
* Conhecimentos Pedagógicos *
Questão 15
“...sob a crença de que, com a educação, é alcançado o maior bem estar e plenitude para os indivíduos e para a sociedade, podemos
agrupar os fins e os objetivos que dão sentido à educação em quatro grandes grupos:
1. a fundamentação da Democracia;
2. o estímulo ao desenvolvimento da personalidade do sujeito;
3. a difusão e o incremento do conhecimento e da cultura em geral;
4. a inserção dos sujeitos no mundo.” (Sacristán, 2001)
Para que o sentido da educação se concretize, a partir dos quatro grupos expressos no texto acima, faz-se necessário que as
instâncias das políticas educacionais, das unidades escolares e dos professores, sejam contempladas. Elas podem ser representadas,
respectivamente, por
A)
B)
C)
D)
E)
leis; projeto político-pedagógico da escola; e planejamento das aulas.
orientações gerais do MEC; currículo; e cotidiano da escola.
documentos curriculares; regulações e resoluções legais; e programações anuais das disciplinas.
projeto político-pedagógico da rede de ensino; diretrizes curriculares oficiais; e planos de ensino.
parâmetros curriculares nacionais; pedagogia de projetos; e listagens dos conteúdos programáticos.
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Questão 16
A forma como o ensino é concebido, o entendimento do que é aprender, do que é ensinar, do papel da escola e suas finalidades
estão intimamente relacionados com a avaliação da aprendizagem.
Entendendo a avaliação como algo inerente aos processos escolares cotidianos, em que todos os sujeitos estão envolvidos, é correto
afirmar que
A)
B)
C)
D)
E)
a avaliação escolar é parte de uma ação exclusiva do professor que está na sala de aula.
a avaliação na escola não pode ser compreendida como algo isolado, já que tem subjacente uma concepção de educação.
existem alguns conceitos já arraigados no campo da avaliação, e mesmo que sejam discutidos, não podem ser mudados.
novas práticas avaliativas devem vir desacompanhadas de outros aspectos relacionados ao contexto escolar.
relaciona-se a avaliação da aprendizagem estritamente com os conteúdos programáticos das disciplinas.
Questão 17
“A discussão sobre o que ensinar centrou-se na tradição anglo-saxã, em torno do currículo, um conceito definido, primitivamente,
nos fins e conteúdos do ensino, que mais tarde se ampliou.” (Sacristán e Gómez, 2002)
A ampliação do conceito de currículo, na perspectiva crítica, para fins escolares, envolveu
A)
B)
C)
D)
E)
a generalização dos conteúdos programáticos, nos planejamentos dos professores.
os principais postulados das teorias behavioristas e comportamentalistas para as escolas.
métodos escolanovistas e de pesquisa em educação no cotidiano escolar.
aspectos das teorias vinculadas aos pensamentos marxista e piagetiano.
a incorporação do porquê, como e quando ensinar nos planejamentos curriculares.
Questão 18
Pode-se dizer que um estudante realizou uma aprendizagem de fato sempre que os novos conteúdos trabalhados em sala de aula
provoquem a
A)
B)
C)
D)
E)
aquisição da cultura acadêmica como um processo de justaposição.
consciência da limitação do valor potencial das novas aprendizagens.
negociação dos significados anteriormente incorporados pela cultura escolar.
nomeação de novos termos e conceitos apresentados nas disciplinas.
ativação de seus esquemas habituais de pensar e atuar.
Questão 19
“Antes de as crianças entrarem na escola, as corporações empresariais já fizeram o seu trabalho. Às escolas, parece apenas caber
administrar esses eus transbordantes de desejos supérfluos, inebriantes, descartáveis e infinitamente renováveis. Mais do que uma
difícil tarefa, eis um novo e imenso desafio que se apresenta às professoras e professores destes tempos – enfrentar o consumismo e
educar o consumidor-cidadão.” (Marisa Vorraber Costa, 2009)
No trecho acima, podemos interpretar que a autora quer chamar a atenção para a
A) lógica do consumo que invade as mentes das crianças ainda fora de escola e que deveria ter sua funcionalidade trabalhada e
perpetuada pela escola representante dos novos e desafiadores tempos contemporâneos.
B) difícil tarefa de administrar o consumismo que invade os bancos escolares, de forma que as crianças não percam sua identidade
já construída antes de entrarem para a escola, não negando assim sua própria cultura e história anteriores.
C) estreita relação entre o consumismo e a educação escolar e a necessidade de se repensar as formas de educar as crianças e os
jovens a fim de que a escola possa ser um local de aprendizado de uma perspectiva crítica dos sentimentos artificiais criados a
partir da lógica do consumo.
D) negação da mídia e do consumo no trabalho escolar, no sentido de que a escola não é o lugar no qual esses processos de
enfretamento deveriam ser travados, pois se constituiriam em desafios imensos para os professores.
E) educação dos jovens e crianças como consumidores-cidadãos que precisam da escola e dos professores para aprender os
imensos desafios impostos pelas corporações empresariais, desde muito cedo, em suas vidas.
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Questão 20
Sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) podemos afirmar o que segue.
1. Foi criado em 1998 e tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica.
2. Avalia o desempenho das escolas públicas e particulares de nível médio.
3. Em conjunto com o ENADE, faz parte da política do SINAES.
4. É uma opção voluntária de todos os egressos do Ensino Médio.
5. Acompanha o desempenho de estudantes das escolas públicas ao longo do ensino médio.
Somente são verdadeiras as opções
A)
B)
C)
D)
E)
1, 2 e 3.
2, 3 e 4.
1 e 4.
3 e 4.
4 e 5.
TEXTO I: NOMENCLATURA GRAMATICAL E ENSINO
Uma nomenclatura gramatical uniforme no ensino de Língua Portuguesa nos níveis fundamental e médio é necessária, porque, se
cada professor usasse uma nomenclatura diferente, o aluno, saltando de uma terminologia para outra, gastaria muito mais tempo do
que hoje em seu aprendizado. Ora, o objetivo do ensino de português nos níveis fundamental e médio é fazer do aluno um leitor
eficaz e um competente produtor de textos. O ensino da metalinguagem, nesses níveis do ensino, é um meio e não um fim. Além
disso, uma nomenclatura uniforme é condição de democratização dos concursos e exames, pois todos têm as mesmas condições de
prestá-los, sem que seja necessário um preparo terminológico específico para cada um deles. Isso posto, é necessário olhar a questão
de outros ângulos.
O estabelecimento de uma nomenclatura gramatical uniforme para uso escolar é um processo de incorporação da ciência no discurso
pedagógico, o que não se faz sem tensão, uma vez que o conhecimento escolar e o científico se fundamentam em princípios
diversos. Todas as ciências, e a da linguagem não é diferente, necessitam de uma terminologia, para referir-se, de maneira unívoca,
aos fatos que descrevem ou explicam. No entanto, como na ciência é “o ponto de vista que cria o objeto”, não é possível unificar a
terminologia sem engessar o desenvolvimento científico, pois pontos de vista teóricos distintos estabelecem fatos também diversos,
o que implica uma metalinguagem diferente. Já a nomenclatura gramatical para uso pedagógico tem, antes de tudo, a função de
delimitar fatos relevantes que são objeto dos processos de ensino/aprendizagem, tendo em vista objetivos do ensino de línguas
estabelecidos numa dada época. A terminologia, ao circunscrever os fatos linguísticos de que se deve falar na escola e os modos de
falar deles, é um dos instrumentos do ensino do idioma.
Isso significa que, mudados os objetivos do ensino de língua materna, é necessário proceder a uma atualização da nomenclatura.
Nossa terminologia gramatical foi estabelecida num período em que se estudavam, sincrônica e diacronicamente, apenas os fatos da
fonética, da morfologia e da sintaxe. Por isso, suas três partes concernem a esses níveis da língua. Num apêndice, aparecem alguns
outros elementos que eram também ensinados na escola, mas de maneira marginal. Ora, é necessária uma atualização da
nomenclatura para incorporar a semântica, as práticas discursivas, a organização do texto, a variação, etc.
Em nosso país, o ensino de português é insatisfatório. As avaliações realizadas pelos diferentes órgãos oficiais têm demonstrado que
a maioria dos estudantes termina o ensino médio com dificuldade para ler um texto de média complexidade e para redigir textos
adequadamente. Isso implica, antes de mais nada, discutir o que ensinar, a fim de que os estudantes desenvolvam os saberes
relativos à produção e à recepção linguística, à estrutura e ao funcionamento da linguagem humana e das línguas e, ao mesmo
tempo, adotem uma posição não estreita a respeito da variação e da mudança. Isso implica uma terminologia linguística uniforme.
Por tudo o que foi exposto, uma nomenclatura gramatical uniforme deve atender a algumas exigências. Deve ser coerente. Para isso,
é preciso que tenha uma sustentação teórica. Entretanto, só entrarão na nomenclatura aqueles termos que representem aquisições
consolidadas e consensuais no domínio da investigação linguística. Ela deve ser simples, ou seja, de fácil aplicação pedagógica. Para
isso, é necessário que ela respeite tanto quanto possível a tradição escolar brasileira. Além disso, deve aproximar-se do uso
internacional, para que, no estudo das diversas línguas, não se precise fazer um aprendizado terminológico específico. Finalmente,
deve visar sempre à monossemia, para que os fatos que ela nomeia sejam evocados de maneira unívoca. Essas exigências parecem
contraditórias entre si: por exemplo, atualidade teórica e respeito à tradição escolar. No entanto, é em meio a essa contradição que é
preciso estabelecer uma nova nomenclatura gramatical brasileira.
(José Luiz Fiorin, in: Nomenclatura Gramatical Brasileira, 50 anos depois, de Claudio Cezar Henriques. São Paulo: Parábola, 2009,
p. 86-7)
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* Conhecimentos Específicos *
Questão 21
No quarto parágrafo, J. L. Fiorin afirma que, no Brasil, o ensino de português é insatisfatório e aponta como argumento para isso os
maus resultados obtidos pelos estudantes nas avaliações oficiais, que revelam sua dificuldade para ler e para redigir textos. Entre as
medidas que apresenta para resolver esse problema, o autor cita a necessidade de existir uma nomenclatura gramatical
(terminologia linguística) uniforme, cujo papel no ensino é
A) democratizar os concursos e exames delimitando fatos relevantes que são objeto dos processos de aprendizagem.
B) oferecer aos alunos a oportunidade de conhecer os termos que representam aquisições no domínio da investigação linguística.
C) favorecer o desenvolvimento relativo à produção e à recepção linguística, à estrutura e ao funcionamento da linguagem
humana.
D) destacar a importância do estudo gramatical como elemento principal da formação linguística e da preparação do cidadão para a
vida social.
E) valorizar a reflexão metalinguística como único instrumento capaz de permitir ao aluno alcançar a autonomia comunicativa,
oralmente e por escrito.
Questão 22
O autor considera importante que os estudantes “adotem uma posição não estreita a respeito da variação e da mudança” (4o
parágrafo). Tal recomendação permitirá ao aluno reconhecer diferenças entre usos e observar, reflexivamente, características da
oralidade e da diversidade regional e social.
Tomando como base a frase “Tem dois dias que a gente não se vê”, uma análise linguística poderia dizer que o verbo “ter” indica
tempo decorrido e que o pronome “a gente” tem o valor de “nós”. Complementando o comentário, a posição “não estreita a respeito
da variação e da mudança” diria que
A)
B)
C)
D)
E)
ambas as construções costumam ser empregadas na linguagem falada de pessoas com pouca cultura.
esses desvios gramaticais devem ser evitados na linguagem escrita e em redações escolares.
a língua popular contém expressões que acabam contaminando a pureza do idioma.
essas construções são prestigiadas na linguagem coloquial brasileira contemporânea.
os gramáticos mais liberais não condenam essas construções, que só se justificam na língua vulgar.
Questão 23
Observe a afirmação seguinte:
“A Nomenclatura Gramatical Brasileira entrou em vigor em 1959 e nunca foi revogada ou cancelada. Por isso, a maioria dos livros
didáticos ainda segue a terminologia oficial, embora a ciência linguística tenha avançado bastante e mostrado que a NGB precisa
ser atualizada.”
Pode-se dizer que, em relação às opiniões de J.L. Fiorin, a citação acima atua como uma
A)
B)
C)
D)
E)
contradição.
complementação.
redundância.
negação.
subversão.
TEXTO II: TERROR É EFICIENTE E COM BONS SUSTOS
Numa época de ameaças terroristas, aquecimento global e profecias apocalípticas, será que a realidade mete mais medo do que a
ficção? Com tantos “Big Brothers” e YouTubes, ainda conseguimos nos impressionar com a imaginação? Ou só a realidade nos
apavora?
“Contatos de 4º Grau” é mais um filme recente que usa o recurso da não ficção para atrair o espectador. Como “Atividade
Paranormal”, outro thriller sobrenatural em cartaz, finge ser uma experiência verdadeira. Mas “Contatos” vai mais longe: enquanto
“Atividade” apenas se passa por documentário, este incorpora cenas (supostamente) reais e aumenta seu impacto. O resultado,
verdadeiro ou não, é apavorante.
O filme segue a psicanalista Abigail Tyler (Milla Jovovich), que mora em Nome, no Alasca, uma cidade que, segundo o filme, tem
um dos maiores índices de pessoas desaparecidas nos EUA (humm...). Tyler percebe estranhas coincidências entre seus pacientes:
sofrem de insônia, acordam toda noite à mesma hora e veem uma enigmática coruja no jardim.
No início do filme, a atriz Milla Jovovich, dirigindo-se ao espectador, diz que a história é real. Logo depois, vemos cenas
supostamente verdadeiras da Tyler real, sendo entrevistada num programa de TV. Durante todo o filme, o diretor Olatunde
Osunsanmi mistura sequências reencenadas por atores a cenas “documentais”, mostrando inclusive possessões extraterrestres,
levitações e outras imagens aterrorizantes. Em algumas cenas, a tela é dividida ao meio, com a psicanalista “real” sendo entrevistada
de um lado e Jovovich de outro, interpretando a mesma cena. A
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mensagem é clara: isto é verdade!
Como filme de terror, “Contatos” é eficiente. Não são poucos os sustos, e a combinação das cenas “reais” e ficcionais realmente
impressiona. Já como documento de presença alienígena, não tem a mesma sorte: jornais do Alasca acusam os produtores de terem
inventado toda a história e reclamam da imagem negativa que o filme passa de Nome. Buscas pela verdadeira dra. Tyler não deram
em nada. Famosos críticos de cinema, como Roger Ebert, reclamam que a farsa foi “uma enorme decepção”.
Minha reação foi exatamente a oposta: isso só me fez gostar mais ainda de “Contatos”. O que era apenas um bom terror barato virou
um evento. Que audácia desse diretor, mentir para o público! Ora, não é exatamente a mesma coisa que Orson Welles fez quando
simulou uma invasão alienígena pelo rádio, assustando meio mundo? Quer dizer que Welles pode, mas Osunsanmi não? Devíamos é
agradecer a “Contatos”, por mostrar que a ficção ainda pode bagunçar a realidade.
(Folha de S.Paulo: 01/01/2010, crítica de André Barcinski, colaborador)
Questão 24
Poderíamos resumir numa única frase elementos importantes do comentário de Barcinski. Essa frase serviria, por exemplo, como
uma espécie de “chamada” para a leitura da crítica.
Assinale a alternativa que faz isso de modo coerente com o texto publicado no jornal.
A) Filme bagunça realidade e ficção, o que levou jornais do Alasca a reclamarem da imagem negativa que ele faz do local.
B) Milla Jovovich interpreta jornalista maluquete em novo filme de terror de Olatunde Osunsanmi que assusta meio mundo.
C) História real se confunde com ficção em filme-cabeça inspirado na invasão alienígena de “Guerra dos Mundos”, de Orson
Welles.
D) Documentário americano cria cidade fictícia no Alasca para mostrar situações paranormais que se misturam com a realidade.
E) Farsa cinematográfica gera polêmica jornalística nos Estados Unidos e tira Olatunde Osunsamni do anonimato.
Questão 25
“Contatos de 4º Grau” é mais um filme recente que usa o recurso da não ficção para atrair o espectador. Como “Atividade
Paranormal”, outro thriller sobrenatural em cartaz, finge ser uma experiência verdadeira. Mas “Contatos” vai mais longe: enquanto
“Atividade” apenas se passa por documentário, este incorpora cenas (supostamente) reais e aumenta seu impacto. O resultado,
verdadeiro ou não, é apavorante.
Sobre os recursos coesivos empregados no trecho acima transcrito, é correto afirmar que o pronome demonstrativo ESTE
A) deve ser interpretado como uma referência ao filme “Atividade Paranormal”, que não é o tema da crítica, mas parece retomar
equivocadamente o seu antecedente frasal mais próximo, o filme “Contatos de 4º Grau”.
B) deve ser entendido como uma referência ao seu antecedente frasal mais distante, o filme “Atividade Paranormal”, que não é o
tema da crítica, mas parece retomar equivocadamente “Contatos de 4º Grau”.
C) deve ser entendido como uma referência ao seu antecedente frasal mais próximo, o filme “Contatos de 4º Grau”, que é o tema
da crítica, mas parece retomar equivocadamente “Atividade Paranormal”.
D) deve ser considerado como uma interferência entre os planos lógico e sintático para confundir intencionalmente os leitores, pois
se refere concomitantemente aos filmes “Atividade Paranormal” e “Contatos de 4º Grau”.
E) deve ser interpretado como uma referência ao filme “Contatos de 4º Grau”, que é o tema da crítica, mas parece retomar
equivocadamente o seu antecedente frasal mais próximo, o filme “Atividade Paranormal”.
Questão 26
A clivagem é um recurso discursivo que interfere na estrutura sintática de uma oração. Na crítica de André Barcinski, temos um
exemplo de clivagem na seguinte passagem:
A)
B)
C)
D)
E)
No início do filme, a atriz Milla Jovovich, dirigindo-se ao espectador, diz que a história é real.
Ora, não é exatamente a mesma coisa que Orson Welles fez quando simulou uma invasão alienígena?
Com tantos "Big Brothers" e YouTubes, ainda conseguimos nos impressionar com a imaginação?
Famosos críticos de cinema, como Roger Ebert, reclamam que a farsa foi “uma enorme decepção”.
Devíamos é agradecer a “Contatos”, por mostrar que a ficção ainda pode bagunçar a realidade.
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Questão 27
Compare os dois trechos transcritos da crítica do filme “Contatos de 4o Grau”:
I - O filme segue a psicanalista Abigail Tyler (Milla Jovovich), que mora em Nome, no Alasca, uma cidade que, segundo o filme,
tem um dos maiores índices de pessoas desaparecidas nos EUA (humm...).
II - Já como documento de presença alienígena, não tem a mesma sorte: jornais do Alasca acusam os produtores de terem inventado
toda a história e reclamam da imagem negativa que o filme passa de Nome.
Sobre a interjeição que encerra o primeiro trecho, é correto afirmar que
A) modaliza a estranheza do jornalista diante da existência de fato uma cidade chamada Nome no Alasca, o que se comprova com
a leitura do segundo trecho.
B) ironiza o conteúdo da afirmação que a precede e cria uma expectativa no leitor, que comprova a verossimilhança dos fatos
apenas com a leitura do segundo trecho.
C) reforça a descrição inicial do enredo do filme insinuando tratar-se de obra pretensiosa e confusa, o que comprova a
inverossimilhança denunciada no segundo trecho.
D) insinua que a afirmação que a precede, embora confiável, pode ser comprovada adiante, como se vê no teor do segundo trecho.
E) atua como um indício de que a afirmação que a precede não é totalmente confiável, o que se comprova com a leitura do
segundo trecho.
Questão 28
No trecho “sofrem de insônia, acordam toda noite à mesma hora e veem uma enigmática coruja no jardim”, observa-se o uso
correto do acento indicativo de crase.
Assinale a única opção que está correta quanto ao uso desse acento.
A)
B)
C)
D)
E)
Só falei à guisa de contribuição pois sinto que sua família não faz nada à esmo.
À tarde, o sol sufoca à brisa que costuma refrescar aqueles corpos delicados.
Quando andamos à cavalo, sentimos muita alegria e pensamos em viver à toa.
Andamos às voltas com esses problemas há tempos e ficamos à mercê da sorte.
Ele saiu às pressas, mas ficou de tomar conta da casa à partir das onze horas.
TEXTO III: O ANTIPROFESSOR
Andrade não é apenas o treinador que entende a linguagem dos jogadores, como diz o chavão. Essa expressão é preconceituosa,
como se o ex-atleta, sem diploma e sem um discurso professoral, não tivesse capacidade intelectual de comandar um grupo. Ainda
mais se for negro.
Um grande título e um ótimo trabalho não são suficientes para se tornar, definitivamente, um grande treinador. Isso vale também
para os jogadores e para qualquer profissional. Só com o tempo, teremos certeza. Andrade ainda não é, mas tem tudo para ser um
excelente técnico.
Andrade não tem nada a ver com os treinadores-professores. Andrade é o antiprofessor. Trabalha sem se notar. Ele acabou com
outro chavão, o de que Leonardo Moura e Juan teriam que jogar ao lado de três zagueiros.
Assim como o Flamengo, quase todas as seleções que irão ao Mundial atuam com dois zagueiros e dois laterais. As exceções são
Chile, Uruguai e Grécia, como mostrou Paulo Vinícius Coelho, no caderno especial da Folha, depois do sorteio dos grupos. Se
Dunga quiser informações sobre a misteriosa Coreia do Norte, deveria ligar para o PVC.
(Folha de S.Paulo: 09/12/2009, coluna de Tostão)
Questão 29
Tostão começa o texto com uma frase que é a primeira parte de uma correlação que mostrará duas de suas opiniões sobre o técnico
Andrade. A questão relevante sobre a escolha argumentativa do colunista é que a segunda parte dessa correlação
A)
B)
C)
D)
E)
fica subentendida no restante do texto, sob a justificativa de estar contida no título.
aparece sob a forma de um anacoluto logo na última frase do primeiro parágrafo.
está formalmente distante, exposta nas frases do terceiro parágrafo, em especial na segunda delas.
desconstrói as características negativas do treinador, em vez de reafirmá-las.
dá a entender que a primeira parte é um pressuposto falso, a ser negado por ela.
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Questão 30
Para dar título à crônica, o colunista escolheu o substantivo “antiprofessor”, palavra que serve como exemplo de
A)
B)
C)
D)
E)
neologismo semântico.
derivação parassintética.
derivação imprópria.
neologismo lexical.
gramaticalização prefixal.
Questão 31
O substantivo empregado no título da coluna não poderia ser escrita com hífen nem antes nem depois da reforma ortográfica de
2008, que produziu bastantes modificações nesse quesito.
Assinale a única série que contém palavras corretamente grafadas, nos termos do acordo ortográfico em vigor desde 01 de janeiro
de 2009.
A)
B)
C)
D)
E)
Para suas irmãs, compramos duas blusas cor-de-abóbora e duas saias cor-de-rosa.
Não vou almoçar no pé-sujo que fica perto de sua casa, pois não sou um pé-de-chinelo.
O time sagrou-se hexa-campeão, embora alguns jornais insistam na história do penta-campeonato.
O vizinho é um multi-instrumentista com cara de pseudo-revolucionário arrependido.
A planta que eu vi era uma comigo-ninguém-pode ideal para meu contra-ataque sentimental.
Questão 32
Nos estudos do léxico, as relações semânticas podem ser estabelecidas por meio de um critério que conjuga as idéias de “parte” e
“todo”. Durante a redação de um texto, quando precisamos evitar a repetição de uma palavra, temos à disposição uma ferramenta
coesiva importante: os hiperônimos e os hipônimos.
Observando-se a série ANDRADE, EX-ATLETA e TREINADOR, usada no texto, é correto afirmar que o substantivo Andrade
funciona como
A)
B)
C)
D)
E)
hipônimo de ex-atleta, mas não de treinador.
hiperônimo de ex-atleta e de treinador.
hipônimo de ex-atleta e de treinador.
hiperônimo de ex-atleta, mas não de treinador.
hipônimo de treinador e hiperônimo de ex-atleta.
Questão 33
Assim como o Flamengo, quase todas as seleções que irão ao Mundial atuam com dois zagueiros e dois laterais. As exceções são
Chile, Uruguai e Grécia, como mostrou Paulo Vinícius Coelho, no caderno especial da Folha, depois do sorteio dos grupos. Se
Dunga quiser informações sobre a misteriosa Coreia do Norte, deveria ligar para o PVC.
A última frase do texto combina o futuro do subjuntivo do verbo da oração subordinada com o futuro do pretérito do verbo auxiliar
da oração principal. Razões discursivas levaram o colunista a fazer uso dessa combinação, que contraria o princípio segundo o qual,
nas estruturas adverbiais desse tipo, verbos
A)
B)
C)
D)
E)
no futuro do subjuntivo devem estar associados a verbos no pretérito perfeito do indicativo.
no modo subjuntivo devem estar associados apenas a verbos no modo subjuntivo.
no futuro do pretérito devem estar associados a verbos no pretérito imperfeito do subjuntivo.
no subjuntivo futuro devem estar associados apenas a verbos no indicativo presente.
no futuro do indicativo devem estar associados a verbos no presente do indicativo.
Questão 34
No trecho “Leonardo Moura e Juan teriam que jogar ao lado de três zagueiros” encontramos o emprego da palavra QUE, cuja
classificação é
A)
B)
C)
D)
E)
preposição essencial.
conjunção integrante.
pronome relativo.
conjunção explicativa.
preposição acidental.
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Questão 35
Observe os fenômenos fono-ortográficos das palavras transcritas do texto e assinale a única que contém dígrafo, encontro
consonantal, ditongo e hiato:
A)
B)
C)
D)
E)
expressão.
preconceituosa.
suficientes.
profissional
intelectual.
Questão 36
Ao dizer que “Andrade trabalha sem se notar”, Tostão empregou uma estrutura sintática com verbo no infinitivo ao lado da palavra
SE. O papel gramatical da palavra SE na frase acima transcrita está repetido na seguinte alternativa:
A)
B)
C)
D)
E)
Só se pensa nas pessoas desamparadas quando é tarde demais.
Talvez a turma formada em 2000 se reúna novamente em 2010.
Ainda que muitos neguem, aquele casal parecia se amar de verdade.
Nunca se esquece o gesto de carinho oferecido na hora da tristeza.
Uma moça com roupas bonitas apareceu para se queixar da situação.
TEXTO IV: Soneto
Poeta fui e do áspero destino
Senti bem cedo a mão pesada e dura.
Conheci mais tristeza que ventura
E sempre andei errante e peregrino.
Vivi sujeito ao doce desatino
Que tanto engana, mas tão pouco dura;
E ainda choro o rigor da sorte escura,
Se nas dores passadas imagino.
Porém, como me agora vejo isento
Dos sonhos que sonhava noite e dia,
E só com saudades me atormento;
Entendo que não tive outra alegria
Nem nunca outro qualquer contentamento
Senão de ter cantado o que sofria.
(José Albano: Rimas [coleção Nossos Clássicos]. Rio de Janeiro: Agir, 1958)
Questão 37
No poema, o eu-lírico reconhece o seguinte contraste entre duas situações de sua existência:
A)
B)
C)
D)
E)
a força das dores enfrentadas X as saudades que o atormentam.
o destino áspero de sua poesia X o doce desatino que o enganou.
sua vida errante e peregrina X as venturas que conheceu.
a tristeza que predominou em sua vida X a alegria de ter sido poeta.
os sonhos que sonhou noite e dia X o rigor da sorte escura.
Questão 38
Quanto aos recursos rítmicos empregados pelo poeta, podem ser citados
A)
B)
C)
D)
E)
os versos alexandrinos e as rimas toantes nos dois tercetos.
os versos decassílabos e as rimas interpoladas nos dois quartetos.
os versos em redondilha maior e as rimas soantes em todas as estrofes.
os versos brancos e soltos e as estrofes simétricas e clássicas.
os versos hendecassílabos e as estrofes emparelhadas.
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Questão 39
Por necessidade rítmica, José Albano empregou em um de seus versos uma construção sintática pouco praticada na linguagem
contemporânea brasileira. Identifique-a.
A)
B)
C)
D)
E)
Porém, como me agora vejo isento (verso 9)
Entendo que não tive outra alegria (verso 12)
Conheci mais tristeza que ventura (verso 3)
E sempre andei errante e peregrino (verso 4)
Vivi sujeito ao doce desatino (verso 5)
Questão 40
Vivi sujeito ao doce desatino / Que tanto engana, mas tão pouco dura; / E ainda choro o rigor da sorte escura, / Se nas dores
passadas imagino.
Assinale a única opção que analisa corretamente um dos elementos mórficos da palavra destacada.
A)
B)
C)
D)
E)
imaginO (o = desinência número-pessoal)
vivI (i = desinência modo-temporal)
ENGana (eng = radical)
durA (a = desinência de gênero)
chorO (o = vogal temática)
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