UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A REINVENÇÃO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO NO SÉCULO XXI Por: Norma Boechat Damaceno Lopes Orientadora Profª. Ms. Aleksandra Sliwowska Niterói 2007 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A REINVENÇÃO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO NO SÉCULO XXI Apresentação Cândido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial obtenção do grau de especialista em Marketing. Por: Norma Boechat Damaceno Lopes. para 3 AGRADECIMENTOS Aos meus pais que me amaram e me educaram, presente de Deus em minha vida. Ao meu amado esposo, grande incentivador e entusiasta, amigo de todas as horas, sem seu braço forte eu não conseguiria, essa vitória também é sua. Aos meus filhos, duas alegrias que tenho aqui na terra, que participaram e compreenderam a minha luta pelo saber. 4 DEDICATÓRIA Ao meu Deus, o Todo-Poderoso que me levantou de uma cadeira de rodas, me deu nova vida, saúde e forças para que hoje eu testemunhasse, de que em pleno século XXI, milagres acontecem para todo aquele que crê. Ao maior e melhor marketeiro do mundo - Jesus, que nos ensinou os princípios do Marketing de Relacionamento. A Ele, toda honra, toda glória e todo louvor pelos séculos dos séculos. 5 RESUMO “Os avanços mais importantes do século XXI ocorrerão não por conta da tecnologia, mas pela expansão no conceito do que realmente significa ser humano”. Naisbit Esta monografia tem como princípio mostrar as diversas facetas do marketing de relacionamento e implicações decorrentes da não utilização de um atendimento personalizado e direcionado à satisfação e encantamento do cliente. Esta concepção de que é necessário e urgente, investir tanto no cliente externo como no cliente interno, determinará a excelência e a lucratividade das empresas do século XXI. O objetivo desta dissertação foi o de analisar alguns conceitos e experiências inovadoras que impactaram o mundo do marketing de relacionamento, enriquecendo a discussão sobre a perspectiva, avaliação e reformulação das relações entre empresa, cliente interno e externo, amparados nas bases sólidas, já lançadas pelos ilustres especialistas de marketing e executivos bem-sucedidos, que muito contribuíram para sua aplicabilidade nas relações negociais. O questionamento principal baseia-se na premissa, de que tudo está mudando de forma quase que instantânea, interferindo no modelo de gestão, no processo administrativo das empresas e principalmente no comportamento e preferências do cliente. Enfocamos ainda, sob a ótica acadêmica, que é preciso se adequar, antecipar, repensar, ou melhor, reinventar o marketing de relacionamento, pois o cliente de hoje, apesar de ser mais seletivo, exigente, e instável, sua humanidade, essência, anseios, desejos e necessidades não 6 mudaram, estão intactos, ou melhor, aumentaram pela volubilidade e superficialidade dos relacionamentos do século XXI. Manter ou conquistar clientes neste ambiente de transformações, competição crescente e globalizada é uma tarefa cada dia mais difícil, isto requer um posicionamento estratégico e operativo. Antes, o “foco no produto” passou para “foco no cliente”, hoje, além de “foco no cliente”, é imperativo ter o “foco do cliente”, ele está ditando regras e conceitos, ele é a razão principal das empresas existirem, e por ter acesso ao mundo ilimitado da informação, tomou posse disso. Com os dados obtidos nas pesquisas, procedeu-se uma análise compreensiva de relatos, entrevistas, leitura de livros consagrados, revistas e sites especializados que nos trouxeram uma visão exploratória e reveladora. Este trabalho proporcionou reflexões profundas, sobre a importância da complexibilidade e mutabilidade do ser humano, quando mergulhamos no oceano de conceitos antigos e vislumbramos para os séculos vindouros, um horizonte de infinitas oportunidades e desafios inimagináveis que aguardam as empresas empreendedoras e visionárias do século XXI. 7 METODOLOGIA A presente monografia foi elaborada através de pesquisas bibliográficas, jornais, sites, revistas, pesquisas de campo e depoimentos acerca do assunto em estudo. Os métodos utilizados consistiram nas seguintes etapas: escolha do tema, identificação das fontes de pesquisa, leitura preliminar, análise do material selecionado, pesquisa de campo em concessionária Mercedes-Benz, organização e digitação de textos. É importante ressaltar a contribuição dos Estabelecimentos James Frederick Clark (Niterói) S/A, situado na área operacional de São Gonçalo, que nos cedeu de bom grado, o material referente à Mercedes-Benz, a saber: revistas, livros, fotos do seu acervo. Permitiu-nos também entrevistar profissionais em suas dependências, com larga experiência na linha MercedesBenz e no atendimento de clientes da marca. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................... 9 CAPÍTULO I - O MUNDO MUDOU, O BRASIL MUDOU, O CLIENTE MUDOU............................................................................................................ 11 CAPÍTULO II – UM CONCEITO QUE NÃO SAI DE MODA............................. 14 CAPÍTULO III - ENDOMARKETING - RELACIONAMENTO DE DENTRO PARA FORA................................................................................................................ 18 CAPÍTULO IV - BOM RELACIONAMENTO NÃO TEM PREÇO .................... 25 CAPÍTULO V - CRM E DATABASE NA ERA DO MARKETING DE RELACIONAMENTO....................................................................................... 29 CAPÍTULO VI - QUANTO VALE UMA MARCA ……………………………….. 36 CAPÍTULO VII - UMA ESTRELA EM RELACIONAMENTOS - CASE MERCEDES-BENZ ………………………………………………………………. 47 CAPÍTULO VIII - A REINVENÇÃO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO………………………………………………………………. 61 CONCLUSÃO.................................................................................................. 69 BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 72 ÍNDICE............................................................................................................. 76 ANEXOS FOTOS ........................................................................................... 79 FOLHA DE AVALIAÇÃO.................................................................................. 92 9 INTRODUÇÃO Não faz tanto tempo assim, no mundo dos negócios a concorrência era menor, as empresas se preocupavam apenas em escoar os seus produtos e serviços. Tinham total poder sobre o mercado, ditavam suas normas e regras e o cliente era visto apenas como uma fonte de lucro. Hoje, essa visão mudou, devido à grande concorrência, o cliente é disputado, reverenciado e chamado até de “rei” pelos gurus da comunicação. A grande tendência das organizações, gira em torno da palavra chave que abre as portas para a retenção e longevidade de um cliente: fidelização. Essa estratégia de marketing irá sem dúvida garantir a sobrevivência e o sucesso das empresas, maximizando a retenção de seus clientes, mantendo-os fiéis, e é aí que vamos ver o Marketing de Relacionamento em ação em toda a sua potencialidade. Uma recente pesquisa publicada no www.crm-forum.com confirma que na área de alta tecnologia as marcas que mais crescem são as mais eficazes em reter os seus melhores clientes. Ao invés de focar o ciclo de vida de um produto, as empresas estão procurando entender na perspectiva de um cliente, as diversas fases que caracterizam as suas relações com uma marca. Segundo Lucas Mancini (2006), em seu livro “Call Center. “Estratégia para vencer”, pode-se perceber que esta nova tendência do mercado em estreitar e valorizar relacionamentos está derrubando paradigmas e mudando conceitos. Até mesmo o cliente que no passado era chamado de “cliente chato” no entendimento do novo, moderno e produtivo Marketing de Relacionamento se transforma em “eterno insatisfeito”, se era detalhista, exigindo explicações 10 para tudo, hoje é tratado como “minimalista” que pode oferecer contribuições, sugestões através das suas observações oportunas. Lair Ribeiro (2006) em suas palestras de motivação em vendas, enfatiza que “O diferencial das empresas de hoje está no atendimento”. E afirma que segundo pesquisas, 40% dos negócios são fechados no primeiro aperto de mão. Você pode transmitir ao cliente com apenas um gesto, várias mensagens como simpatia, rejeição, superioridade, dependendo da intensidade do seu cumprimento, mas na verdade, segundo Lair, o que o cliente mais quer sentir é a sensação simplista de que “eu sou igual a você”. (Seminário Show de Marketing, Vendas e Atendimento, Niterói em 28/11/2006). Francisco Alberto Madia (2004) de Souza, autor de “Marketing Trends”, revela outra realidade, afirmando em sua obra, que nunca na história do mundo, as empresas dispuseram de tantas ferramentas de comunicação como têm hoje, mas apesar de tudo, nunca foi tão difícil acessar o consumidor como é agora. Mais do que nunca, essa declaração se tornou uma realidade incontestável em nosso tempo. As empresas estão descobrindo a importância de tratar cada cliente individualmente, oferecendo-lhes produtos e serviços cada vez mais personalizados, objetivando sempre a sua satisfação. A proposta deste estudo é trazer uma reflexão sobre os novos desafios ao marketing de relacionamento, enfocando aspectos de ordem social e levantando questões relativas como: fidelização, ética, treinamento, abordando as diversas facetas do marketing de relacionamento nos dias de hoje em um ambiente de competição crescente e globalizada. Nesse contexto de uma sociedade mutante, as empresas precisam reinventar o Marketing de Relacionamento, é a nossa proposta e pesquisa neste trabalho que ora se inicia. 11 CAPÍTULO I O MUNDO MUDOU, O BRASIL MUDOU, O CLIENTE MUDOU “Nada é permanente, exceto a mudança.” Heráclito, 450 a.C. É inegável a extrema rapidez dos avanços tecnológicos nesta época de globalização, com o advento da “cultura informacional” o mundo mudou, está mais complexo, a competição mais acirrada e o cliente mais exigente. Na verdade, o mundo ficou pequeno diante da enxurrada de informações e apelos que bombardeiam o consumidor nesta guerra sem trégua, onde não se consegue definir o que é certo ou errado, o que é válido e o que não é, ou de onde vêm as artimanhas e os dardos inflamados dos apelos mercadológicos. O Brasil também mudou e em 2001, já se encontrava em 90 lugar no mundo em poder de compra com mais de US$ 1 trilhão de dólares em Purchising Power Parity. Hoje, o Brasil é o país em desenvolvimento com o maior número de empresas com certificação de qualidade pela ISO 9000 em torno de 6.890 empresas. O povo brasileiro começou a ser mais exigente, mais seletivo em suas compras, e descobriu o conceito de “valor” agregado às compras que faz. A atual conjuntura brasileira aliada às mudanças que estão ocorrendo no comportamento do consumidor,, quanto aos seus desejos, necessidades e expectativas, exigem uma nova abordagem para o Marketing de Relacionamento, é preciso criar o amanhã. 12 Hoje, as pessoas desejam fazer negócio com empresas que ofereçam serviços agregados a seus produtos, antes, durante, e após a venda. Eles procuram um relacionamento de longo prazo, onde as necessidades individuais possam ser atendidas, não somente hoje, mas também no futuro. Algumas empresas na vanguarda de novos conceitos costumam dizer que não existe mais a pós-venda, o sucesso se baseia na pré-venda, venda e pré-venda novamente. Todas as estratégias de pós-venda estão inseridas nos benefícios da venda, e na modernidade de expressões do século XXI, não há mais espaço para o termo pós-venda, pois este sugere uma atitude mental negativa, ainda que subliminar de encerramento de transações. Em seu livro, Marketing no Séc. XXI, Kotler (1999), comenta que forças globais continuarão a afetar a vida profissional e pessoal de todos. As empresas se encontram diante de desafios em plena revolução digital e apesar dos avanços da ciência, a grande interrogação paira no ar: Como se adequar e acompanhar o ritmo cada vez mais acelerado deste grande e inconstante mercado global. O professor Luiz Marins Ph.D, em seu artigo (2006) “O marketing do Buxixo” afirma, “Que velhas fórmulas de comunicação com o mercado cansaram o consumidor de tal forma, que os "marketeiros" precisam inventar coisas "novas" . Apesar de ser uma redundância, no meu entender, o difícil seria inventar coisas velhas. Mas, respeito o professor Marins que foi eleito o palestrante do ano de 2006, e recebeu o prêmio Top of Mind de fornecedores de RH. Ele ressalta ainda, que há uma nova tendência no mercado contemporâneo em que as agências de publicidade estão perdendo recursos e clientes. “Ninguém agüenta mais a mesmice de anúncios coloridos em páginas duplas na revista de maior circulação ou um comercial de 30 segundos no horário nobre da televisão. “E tudo muito caro e a percepção do anunciante e do cliente é que a relação custo-benefício é muito baixa. Assim, os investimentos migram para os pontos-de-venda e mais ainda para o 13 treinamento, desenvolvimento e motivação dos funcionários das empresas”, diz o professor. E ele vai além, concluindo que a empresa com este procedimento, garantirá a sua empregabilidade, terá funcionários mais capazes, mais satisfeitos, mais comprometidos com o sucesso de seus clientes e ganhará muito mais do que fazendo milionárias campanhas de mídia. (Artigo “O Marketing do Buxixo”, site. www.anthropos.com.br,) Segundo Cláudio Tomanini (2006), também especialista e professor de MBA da FGV São Paulo, o cliente fica satisfeito quando é bem atendido e tem grandes chances de retorno, porém atualmente, ser bem atendido é o mínimo. "Ser bem atendido, encontrar o que procura pagar um preço justo, para o consumidor é apenas normal. A demanda atual é muito mais exigente o que faz o mercado ser cada vez mais competitivo”, afirma Tomanini. (Artigo “O cliente pede muito mais”, (site. www.clientesa.com.br). Muito mais do que vender um produto ou serviço, a regra agora é vender satisfação plena. A competitividade é na verdade muito positiva, uma vez que lojas e empresas precisam encontrar meios de chamarem a atenção, encantar o cliente e conquistarem-no por um longo prazo. Nesse caso, faz-se necessário oferecer no primeiro contato uma experiência positiva e satisfatória da qual ele jamais se esqueça, esta é a estratégia certa para que ele compre e retorne sempre. 14 CAPÍTULO II UM CONCEITO QUE NÃO SAI DE MODA “As empresas não fazem compras; elas estabelecem relacionamentos”. Charles S. Goodman O desenvolvimento do Marketing de Relacionamento iniciou-se nas indústrias de serviços das décadas de 70 e 80. O rápido avanço em telecomunicações, transporte e processamento de informações ampliaram a possibilidade de escolha para as empresas e para os consumidores. Desde 1970, muitos termos foram usados para representar este fenômeno, são eles: marketing one to one, marketing direto, marketing de nicho, gerenciamento das relações com o cliente, database marketing. A terminologia Marketing de Relacionamento surgiu com Berry, na literatura de marketing de serviços, em 1983. O autor naquela época já ressaltava a fidelização de clientes como forma de alcançar maior competitividade das empresas e maior satisfação dos clientes. Berry definiu Marketing de Relacionamento como a atração, a manutenção de relacionamentos com o cliente, e segundo Merlin Stone e Neil Woodcook (1996) o Marketing de Relacionamento acabou se tornando “Uma dessas expressões de moda”. Na década de 90, vários autores como Lynch, Brownline e colaboradores, insistiram na afirmação de que o marketing tinha chegado ao fim, ledo engano. Mas o que é na verdade Marketing de Relacionamento? Na literatura encontramos algumas definições sobre Marketing de Relacionamento: 15 Berry (1995) define Marketing de Relacionamento sob a ótica do marketing de serviços, mostrando a importância da retenção de clientes e a captação de recursos para manutenção dos mesmos, como forma de fortalecimento do relacionamento e não somente a aquisição de novos clientes. “Marketing de relacionamento é atrair, manter e, em organizações de serviços, aumentarem o relacionamento com os clientes” (BERRY, 1995). Temos a visão de Gummesson, que o marketing se baseia em três dimensões distintas: relacionamentos, redes e interações. “Marketing de relacionamento é o marketing visto como relacionamentos, redes e interações” (GUMMESSON, 1994). Grönroos, por sua vez, enfoca relacionamento como uma troca entre as partes pela qual todos ganham além de ressaltar a importância de uma empresa cumprir sempre o prometido aos seus clientes. Um sistema de trocas onde todos lucram e ninguém sai perdendo. “Marketing de relacionamento identifica, estabelece, mantém e melhora o relacionamento com os clientes e outros interessados ("stakeholders") com lucratividade, de maneira que os objetivos de todas as partes envolvidas sejam atingidos; isto se dá por meio de uma troca mútua e cumprimento de promessas” (GRÖNROOS, 1996). 16 Como especialista Gordon (1998) reforça a importância da continuidade, no compartilhamento de vantagens mútuas, cabendo às empresas a tarefa de encontrar e inovar, aliando ao que costumamos chamar de “a dobradinha do sucesso”, ou seja: valor x benefícios. “Marketing de relacionamento é o processo contínuo de identificação e criação de novos valores com os clientes individuais e o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parceria" (GORDON, 1998). O Marketing de Relacionamento visa o relacionamento de longo prazo. Além disso, ele busca uma forma individualizada de entender e atender os clientes. O conceito de relacionamento de longo prazo e atendimento individualizado, também pode ser aplicado aos fornecedores, concorrentes, parceiros, bancos, governo etc., e não somente aos clientes. Vavra (1998), em seus vários livros sobre marketing de relacionamento, amplia o modelo do marketing tradicional para o marketing de relacionamento. Propõe um novo composto de marketing acrescentando ao produto, preço, promoção e ponto de venda (4Ps), a comunicação com o cliente (serviços de atendimento de reclamações, código 0800, revistas, eventos etc.), a satisfação do cliente e os serviços (pré e pós-venda e atividades de convivência com o consumidor). O Marketing de Relacionamento não substitui a administração do marketing tradicional baseada no composto tradicional de marketing mix (4Ps – produto, preço, ponto e promoção). Kotler (1998) em seu livro, “Administração de Marketing”, define Marketing de Relacionamento como o desenvolvimento da confiança e relacionamentos, um “ganha-ganha” a longo prazo com consumidores, revendedores e fornecedores. 17 Podemos conceituar Marketing de Relacionamentos de todas as formas e sob a ótica de vários autores e especialistas no assunto, alguns o chamam hoje de Marketing Relacional. Podemos também utilizar ferramentas, estratégias variadas para alcançar os objetivos na construção de relacionamentos empresa x clientes. Podemos ainda, acrescentar quantos P’s forem necessários para alcançarmos êxito em nossos propósitos, como fez o palestrante Maurício Góis (2006) com seus 12 P’s, mas será o bastante para que o cliente não migre para outra marca? O que na verdade atrai, seduz e estimula a lealdade de um cliente? O que faz um prospect se transformar em cliente fidelizado? Que tipo de estratégia transforma um cliente em propagandista de primeira, executando o marketing do boca a boca espontaneamente, o tão falado buzz marketing? O que determina a linha tênue que leva um cliente a escolher sua empresa e não a do seu concorrente? Esses são alguns questionamentos que as empresas mais fazem. Não importa oferecer produtos de alta qualidade a preços competitivos, o cliente de hoje quer mais, muito mais. As grandes empresas descobriram a duras penas, que para se tornar grande de verdade, precisa não somente ganhar clientes, mas acima de tudo, saber como mantê-los. A focalização do cliente não é apenas uma moda passageira, não é uma medida ilusória de sucesso, estamos na era do desenvolvimento do Marketing de Relacionamentos, onde mais importante que os 4, 7 ou 12 P’s do marketing apenas um “P, é a razão pela qual as empresas existem, o “P” de pessoa” – o cliente. Construir, portanto, relacionamentos com o cliente na atual conjuntura de nossa sociedade imediatista, é fundamental, porque ele é um recurso cada vez mais escasso das empresas. 18 CAPÍTULO III RELACIONAMENTO DE DENTRO PARA FORA ENDOMARKETING “Se os relacionamentos são os bens essenciais de uma empresa, então, todos os seus esforços, deveriam funcionar no sentido de construí-los.” (GORDON, 1998. p.16) 3.1. - Definição O termo Endomarketing foi registrado no INPI em 1995, por Saul Faingaus Bekin, autor de dois best-sellers sobre o assunto, “Conversando sobre Endomarketing” (1995) e “Endomarketing como praticá-lo com sucesso” (2004). Ele define Endomarketing como “Ações gerenciadas de marketing eticamente dirigidas ao público interno (funcionários) das organizações e empresas focadas no lucro, das organizações não-lucrativas e governamentais e das do terceiro setor, observando condutas de responsabilidade comunitária e ambiental”. “Endo” provém do grego e quer dizer, “ação interior ou movimento para dentro”. Endomarketing é, portanto, marketing para dentro. Pode-se ainda, definir endomarketing como a realização de ações de marketing voltadas para o público interno da empresa, com o fim de promover entre os seus funcionários e departamentos os mesmos valores destinados a servir o cliente. O endomarketing é, portanto, um processo que visa adequar a empresa ao atendimento do mercado, tornando-a mais competitiva a partir da integração de seus funcionários à estrutura organizacional. Como sua característica preponderante está o objetivo de estabelecer, conforme Bekin 19 (2004), um processo permanente de motivação do funcionário conferindo-lhe dignidade, responsabilidade e liberdade de iniciativa. Este processo motivacional deve ser algo integrado ao cotidiano da empresa. Como instrumentos do processo de motivação. Brum (1998) defende que o endomarketing deve ser conduzido em parceria entre as áreas de marketing e recursos humanos; a primeira tem o Know-how para a condução de projetos e instrumentos de marketing e a segunda tem o conhecimento e a facilidade de acesso ao público alvo. 3.2. - Colaboradores de Peso Tão importante quanto o cliente externo é o cliente interno, o primeiro compra o produto em detrimento do segundo. O cliente interno é o primeiro a comprar a idéia e vendê-la para o cliente externo. Os empresários são responsáveis diretos pela qualidade do trabalho de seus funcionários que hoje são chamados de colaboradores. Não há organização excelente quando seus colaboradores estão desmotivados. Por sinal, a excelência somente é alcançada se obedecido também tal critério. Esta é uma constatação de caráter notório, cujo fantasma aterroriza, não somente os administradores das áreas de Marketing ou da qualidade, mas os empresários de forma geral, qualquer que seja o seu segmento de atuação. O que pesa na realidade na hora de colocar em prática o endomarketing, é a supremacia de investimentos para alcançar os clientes externos, o que sobrepuja qualquer gasto, com treinamentos ou aperfeiçoamento técnico. As empresas chamam seus funcionários de clientes internos, mas não os tratam como tal, a figura do empregado e subalterno, ainda prevalece. Como prometer 20 um serviço excelente sem preparar os funcionários da empresa para fornecêlo? A empresa não pode esperar a boa conduta de seus empregados, se não adota uma postura semelhante, ainda que isto represente custos, como a prestação de serviços sem falhas, pontualidade e preços corretos. A prática do endomarketing em sua essência estimula toda a organização na busca da excelência de seus serviços e é aí que o Marketing de Relacionamento se torna uma ferramenta fundamental para colocar na prática a comunicação entre a organização e seus colaboradores. De que adianta ter um produto fantástico, se o cliente é mal atendido? Uma empresa pode gastar fortunas em marketing mix, campanhas publicitárias, benchmarketing e atrair a atenção dos clientes externos, mas quando estes entram em contato com os clientes internos (colaboradores) despreparados, desistem da compra e na maioria das vezes, não voltam mais. Todos os dias, casos são relatados na mídia ou através de pessoas conhecidas que desistiram da compra pelo fato de serem mal atendidas pelo cliente interno de uma empresa. O Procon possui até mesmo, uma lista dos campeões em reclamações. Processos se avolumam nos fóruns originados de conflitos que poderiam ser sanados, se as empresas praticassem realmente o endomarketing e seus colaboradores, estivessem realmente, envolvidos e comprometidos com os objetivos da organização. Funcionário motivado se torna um diferencial em um atendimento, por isso devem ser tratados como clientes e valorizados como pessoas. Nas empresas onde o discurso e a prática ainda estão distanciados, a disseminação de informações e a liderança competente das chefias intermediárias, são capazes de manter os funcionários seguros e dispostos a estabelecer relações flexíveis e duradouras. A divulgação de metas pela direção da empresa, a informação bem trabalhada pelas chefias intermediárias tem papel preponderante, influenciando colaboradores e motivando-os a comprar idéias e vendê-las como suas. Uma 21 das regras básicas do endomarketing é implantar políticas para garantir que o funcionário esteja atualizado sobre os rumos do negócio e perceba que suas opiniões são relevantes. Ricardo Semler (1998), fundador e presidente da Semco S/A, empresa do setor de serviços, maquinário e softwares e autor do livro “Virando a própria mesa” é um exemplo fascinante de implantação de endomarketing ousado e inovador. Aos 21 anos, ao assumir a empresa de compressores do pai, ele implantou um sistema de gestão baseado na democracia total. Os funcionários passaram a fazer os próprios horários, discutir com os chefes a estratégia do negócio e tirar sonecas em redes instaladas na sede da empresa, em São Paulo. Mas ao contrário do que muitos temiam, a empresa não virou uma bagunça, nem foi à falência. Hoje fatura US$ 160 milhões, tem três mil empregados e vem registrando taxas médias de crescimento de 30% ao ano. É importante salientar que com um alto nível de motivação e um clima favorável ao crescimento pessoal e profissional de cada um, a empresa pode ter o funcionário, como um agente de marketing, “um colaborador de peso.” 3.3. – A Força da Motivação O dentista Marcelo Kyrillos (2005), de 39 anos em 1995, decidiu investir em tratamentos estéticos, mudou-se para o nobre bairro do Brooklin Novo, na zona sul de São Paulo, deixando para trás um antigo consultório na região industrial de Diadema, no ABC paulista. Batizou o novo consultório de Atelier Oral. Mas logo percebeu que algo poderia atravancar o crescimento – as funcionárias ainda estavam condicionadas a atender as pacientes pobres do endereço anterior. “O cliente de alto poder aquisitivo, não se contenta com um serviço básico muito bem feito”, diz Kyrillos, “ Ele nota qualquer detalhezinho e 22 quer se sentir muito, mas muito bem tratado”, Kyrillos lançou mão de estratégias que aparentemente não tinha nada a ver com o seu negócio, matriculou suas atendentes em vários cursos: maquiagem para que os rostos estivessem sempre impecáveis; curso de passarela para melhorar a postura e elegância e também curso de massagem para que elas mimassem os clientes mais ansiosos. No ano passado, o Ateliê Oral obteve o faturamento de 1,5 milhões de reais – 35% mais que no ano interior. (Revista EXAME PME, jul/ago./2006. Artigo, “Pequenos e Visionários” por Luciana Barreto, p.67). 3.4. Integração Gera Felicidade Em seu artigo, “O Poder das 15 trocas” (2006), Maurício Góis destaca: “Transforme seus funcionários em fãs e seus operários em adeptos. Faça com que seus vendedores comprometidos se tornem clientes; e com que clientes encantados se tornem vendedores que contem para todo mundo que você existe e é excelente”. (site: www.mauriciogois.com. br). O cliente externo ao entrar em contato com o cliente interno motivado, sente o ambiente favorável em que ele trabalha, capta a sua energia, o que gera confiabilidade e um estímulo à sua fidelização. Uma Comunicação Interna bem feita é capaz de encorajar idéias, diálogos, parceria e estimular até mesmo um envolvimento emocional. Tudo isso traz a felicidade das pessoas no ambiente de trabalho, estabelecendo relacionamentos integrados entre os trabalhadores e utilizando programas participativos. Implementando também, o business-to-employee que é capaz de gerar o comprometimento do público interno, contribuindo para um ambiente propício às boas e saudáveis relações 23 interpessoais, com considerável aumento na produtividade. Na linguagem popular, podemos resumir esta premissa com a frase: Motivado, o funcionário realmente “veste a camisa” da empresa para a qual trabalha. A empresa “integradora” deve esclarecer e transmitir à todos os funcionários, sua missão e seus objetivos, fazendo com que esses profissionais se sintam orgulhosos de suas atividades, tornando-os espontaneamente participativos e não apenas meros espectadores. Mostrar problemas e confessar dúvidas pode fazer também com que funcionários entendam cenários de crise e ajam com dedicação e esforço para enfrentá-los, colaborando de bom grado na economia de despesas excessivas e compreendendo o corte até mesmo de alguns benefícios. Uma forma de incentivo é o estabelecimento de um sistema de remuneração, que permita a iniciativa e o desenvolvimento pessoal das pessoas, acrescentando que em muitas empresas é estabelecido um método de remuneração variável, condicionado a um melhor desempenho do funcionário em suas atividades. Nada melhor que um estímulo, porém, é importante mantê-lo informado acerca da política salarial adotada pela empresa, de forma a possibilitar a avaliação da compatibilidade entre a sua remuneração e a atividade desempenhada, para que não haja problemas futuros. Algumas empresas usam e abusam de prêmios para incentivar funcionários, apesar de ser agradável receber uma gratificação em dinheiro, muitos especialistas, defendem a tese de que são preferíveis prêmios que em geral deixem algo palpável, que gerem uma experiência e lembrança boa, viagens, eletrodomésticos, troféus, entre outros. A Disney criou um plano singular em 2003 para estimular seus funcionários a se importarem com os clientes. Oferecia cinco minutos a mais no intervalo do almoço ou uma barra de chocolate para quem descobrisse qual visitante vinha de mais longe para curtir o País. Antes de descobrir o País, cada funcionário levantava outras informações úteis sobre cada pessoa. (Venda Mais 2003, pág.13) 24 A empresa paulista Banco de eventos, especializada em promoções, se reúne todas as quartas-feiras com seus sócios para pensar em melhorias para uma classe de clientes, chamada por eles de “classe especial”: os 100 funcionários da própria empresa. “Devemos começar por nosso pessoal”, diz a diretora Andréa Galasso. “É preciso, antes de tudo, estar com a casa arrumada para ser respeitado”, reforça Andréa. O público interno, segundo ela, é estratégico para conquistar e manter clientes exigentes como Ambev e Pão de Açúcar. Desses encontros semanais, para os quais sempre são chamados alguns dos funcionários, surgiram ótimas idéias como a de aprimorar o método de avaliação por desempenho e a publicação de um informativo interno. Quando o Banco de Eventos se propôs a investir em endomarketing, com a filosofia de conquistar o coração dos funcionários para que eles promovessem o crescimento da empresa, faturou 85 milhões de reais, mais que o triplo de 2003. (Revista Exame Julho/Agosto de 2006, ed. 3. Especial Marketing, pág. 67 por Luciana Barreto). Em seu artigo “Você é o DNA da sua empresa”, o Coordenador do Centro de Empreendorismo da Fundação Getúlio Vargas, José Augusto Corrêa, enfatiza: “Sua empresa depende de uma rede, cujo bom funcionamento é essencial para seu sucesso, lembre-se de que, além de criar uma empresa, você criou uma comunidade”. Essa rede inclui pessoas que mantém relação com seus clientes, aparecendo para eles como a imagem daquilo que você criou’. (Revista Exame Jul/Agos. 2006, pág. 104 por José Augusto Corrêa). O mercado nacional ainda está muito aquém, desta nova visão organizacional, há uma compreensão por parte dos empresários, em estimular a motivação de seus empregados, objetivando a produtividade e comprometimento com a ideologia de sua empresa, mas não estão dispostos a investir em treinamento por considerarem um custo alto. A proposta deste tipo de marketing anda, há anos luz de sua aplicação de fato. 25 CAPÍTULO IV BOM RELACIONAMENTO NÃO TEM PREÇO “Marketing de relações: tudo começa com o melhor de todos os produtos – o ser humano”. Norma Boechat 4.1 – Quem dita as regras? O Marketing de Relacionamento apresenta o conceito de intangibilidade de um produto ou serviço e trabalha praticamente a área subjetiva da mente do consumidor, lutando para que ele realmente se torne leal à sua marca. Há várias décadas, havia empresas concentrando suas energias de vendas em modificar a mentalidade do cliente adaptando-a para seus produtos. Com o desenvolvimento da tecnologia e o aumento da competição, algumas empresas se mostraram mais dispostas a atender as necessidades do cliente. Hoje, as empresas têm que estudar muito bem o mercado e, principalmente seu público alvo, para poder atender da melhor forma suas necessidades. As pesquisas de opinião se tornaram fontes essenciais de captação de informações para a conquista da preferência de seus clientes. A competição trazida pela globalização se torna presente a cada dia, os ciclos de vida dos produtos estão mais acelerados e as organizações se reestruturam constantemente em uma busca frenética por novas formas de se fazer negócio. As habilidades empresariais se tornam críticas na assimilação das mudanças e a tecnologia altera implacavelmente a forma de enxergar e 26 prever as rápidas ações que devem ser tomadas, isto tudo, aliado às expectativas dos clientes, que estão cada vez maiores. A crença antiga de que a venda é a que gera o relacionamento com o cliente é falsa. Ao contrário, é o relacionamento que gera vendas. É o cliente, esse ser inconstante e eterno insatisfeito quem dita as regras. Antes, o fatorchave de sucesso de uma empresa era ser eficiente e bem administrada. Hoje, só isso não basta. É preciso ser criativa, inovadora, e rápida na antecipação das necessidades do mercado e estar acima de tudo, antenada com as exigências dos clientes. A cada dia, os consumidores detêm uma maior quantidade de informações e se dirigem a uma posição mais privilegiada na relação com as empresas. É o consumidor, quem está definindo regras em diversos segmentos de mercado, devido ao fato de estar mais bem informado sobre os produtos, sendo alvo da grande concorrência das empresas. Quanto custa sair do escritório e dar uma volta no supermercado e prestar atenção no gesto do consumidor que acabou de tirar o produto da prateleira? A Procter & Glamber, Jhonson’s e Unilever, saíram em campo e colocaram em prática as estratégias da observação antropológicas e fizeram descobertas que ajudaram a melhorar seus produtos. Especialistas, observam hoje, o modo como os consumidores interagem com bens e serviços para saber quem ele é, e o que deseja. Características, pessoais, principais interesses, freqüência de compras e média de gastos, são algumas informações que ajudam a traçar esses perfis. 4.2. – Surpreender para Fidelizar 27 O recente advento, e aceitação dos conceitos de marketing de relacionamento estão mudando a orientação do marketing: dos princípios de curto prazo e transações discretas para o desenvolvimento e manutenção de relacionamentos de longo prazo, entre uma empresa e seus clientes. O enfoque nos clientes e na concorrência passou a dominar o dia-a-dia das empresas, orientando suas ações cada vez mais para o mercado e para o relacionamento com os clientes como um importante fator de vantagem competitiva. Ser uma empresa focada nos clientes significa ter recursos e competências para produzir os produtos e serviços demandados pelo mercado e, acima de tudo, possuir habilidades no entendimento e na entrega de satisfação a eles. Essa satisfação está diretamente ligada à qualidade, ao valor percebido e aos serviços adequados, visando atender seus anseios, desejos e necessidades. O que se verifica atualmente é que apenas satisfazer o cliente não é mais suficiente. É necessário surpreendê-lo e torná-lo leal por meio de ações de relacionamento efetivas, repetidas e duradouras ao longo do tempo. 4.3. – Apaixonados por Clientes No mundo atual, quase todos os negócios podem se beneficiar de iniciativas e programas de relacionamento, o que ajuda a fazer com que o preço deixe de ser a principal consideração na mente do cliente e as ofertas e mensagens encontrem, melhor acolhida que as da concorrência. A quantidade e a variedade de produtos e serviços à disposição do cliente estão verdadeiramente tornando-o rei. Nesse contexto a busca de diferenciação para manter o cliente é vital. É preciso que ele se sinta único e para que isso aconteça, as ofertas são relevantes e as boas experiências inesquecíveis, ou seja, ele sempre voltará ao restaurante, cujo maítre sabe qual é o seu prato preferido ou como gosta do seu chope. E se o preço é mais caro, vale pelo atendimento. Esse é o diferencial. Fidelização, sempre gera lucratividade. 28 É o caso de Luiz Gilberto Pimentel (2006), de 72 anos, dono de um restaurante em Salvador. Ele sempre achou que seus clientes desejavam mais que uma comida bem temperada. “As pessoas procuram num restaurante uma experiência que elas não teriam em casa”, diz. Com esse conceito, ele implantou num sítio o “Paraíso Tropical”. Ali não há nenhuma sofisticação e a tranqüilidade reina. As mesas ficam sob árvores e as crianças se sujam de terra num pomar e, enquanto esperam pelos pratos, os clientes pegam frutas do pé e escolhem mudas de plantas que levam para casa. Na hora da refeição, surgem surpresas – frutas na moqueca e outros ingredientes inusitados. Como a preparação dos pratos é demorada, uma ida ao local pode durar o dia inteiro. A boa culinária, somada ao ambiente único, permite que Pimentel dispute com os restaurantes mais sofisticados. Lá, as porções individuais chegam a R$ 72,00 reais. Com faturamento anual estimado em 2 milhões de reais, o Paraíso Tropical cresceu 20% no ano passado, em relação a 2004. “Gosto de comida boa, natureza e alegria” diz Pimentel. “É isso que ofereço aos meus clientes”. Ele acrescenta emoções e entretenimento ao que normalmente não passaria de venda corriqueira e surpreende sempre. Tanto potencial de volubilidade e diversificação, não surpreende que as grandes empresas proclamem a fidelização como sua prioridade número. (Revista EXAME PME, jul/ago./2006. Artigo, “Pequenos e Visionários” por Luciana Barreto, p.66). Não poderia deixar de citar novamente Maurício Góis (2006) em outro artigo polêmico, intitulado: “As 8 Falhas Fatais que você pode evitar para transformar seu negócio”, ele adverte o empresário de hoje, de uma forma singular e declara enfaticamente: “Pare de ficar apaixonado por produtos e comece a se apaixonar por clientes. É a única saída.” (Artigo, site. mauriciogois.com. br). 29 CAPÍTULO V CRM E DATABASE NA ERA DO MARKETING DE RELACIONAMENTO “Uma máquina pode fazer o trabalho de 50 homens comuns. Nenhuma máquina pode fazer o trabalho de um homem extraordinário”. Elbert Hubbard 5.1 - O Caderninho Informatizado O CMR (Costumer Relationship Management) ou Gestão de Relacionamento combina o marketing de relacionamento com a tecnologia da informação, que detém das ferramentas e recursos de informação uma resposta rápida para os clientes. A necessidade de se obter estas informações em tempo real ou mesmo em curtíssimo prazo, tem feito com que o CRM seja uma ferramenta importantíssima para empresas que desejam consolidar e aprimorar seus conceitos de atendimento. A origem desta filosofia atribui-se a donos de pequenos empórios, quitandas, “pharmácias” e os famosos armazéns de periferia que adotavam a Caderneta de Registro Mensal (CRM), e ali conseguiam saber tudo sobre os seus clientes, tratando cada um deles pelo nome. O famoso caderninho de conta tinha todas as informações, quem comprava mais, o que comprava mais, em que período, o tamanho da família, todos esses dados faziam parte do cotidiano do “empresário” daqueles tempos áureos, onde já existia um relacionamento entre as partes. Tudo era registrado, até as últimas novidades dos parentes, possibilitando ao dono do negócio utilizar através dessas anotações, informações necessárias para atingir o cliente e suas preferências com promoções direcionadas. 30 O advento da tecnologia fez com que o nome do cliente fosse esquecido, as informações fossem traduzidas em estatísticas de previsões, metas, ticket médio, curvas ABC e uma série de sistemáticas onde o foco deixou de ser o cliente. O código de barra foi enaltecido e os processos que antes eram de cliente lidando com funcionários, passou para clientes lidando com máquinas e funcionários lidando com números. Em nosso século, ações de marketing de relacionamento ainda surpreendem, mesmo que indiretamente, sem o contato “in locum” com o cliente, utilizando um banco de dados como os serviços de entrega e produtos que são pedidos através do telefone e via internet. E nos dias de hoje? Quem nunca se surpreendeu com o Disk-Pizza que através de um identificador de chamadas instalado no telefone, consegue saber por um simples banco de dados, quem é você, quais as últimas pizzas que você pediu e o que mais lhe agrada? Considerando a enorme limitação deste banco de dados que está à disposição destas empresas, podemos observar que são informações sucintas, como nome, endereço, telefone e, logicamente os pedidos que foram feitos desde a primeira vez, mas fazem um enorme sucesso, fidelizando os clientes amantes de massas. A implantação do CRM nas empresas é muito mais complexa e ao mesmo tempo, abrangente, do que um simples registro como o que citamos acima, não deve se restringir à simples montagem de um call center ou telemarketing, é preciso mais. As informações geradas pelo sistema deverão ser filtradas e analisadas sistematicamente pela empresa e elas podem conter vários dados e subsídios que implicarão no desempenho e na tomada de decisão na organização. O processo de captar essas informações refletirá diretamente nas atitudes e intenções da empresa. Visando um melhor atendimento ao cliente, as empresas precisam deter de meios para saber o nível de satisfação e principalmente os desejos do cliente quando contatar seu 31 call-center. Estes clientes ligam por dois motivos básicos, o primeiro é pelo suporte técnico ou de informação, para buscar de informações que irá ajudá-lo a esclarecer dúvidas e resolver problemas. O segundo motivo é quando o cliente não está satisfeito com os produtos e serviços prestados pela empresa, esta ligação é tão importante quanto a primeira, no entanto, as informações, quem dita é o cliente. Todas as reclamações e pedidos que os clientes fazem, devem ser devidamente anotados. Principalmente, as perguntas a eles designadas, deverão ser muito bem elaboradas, dentro de uma seqüência lógica de ocorrência dos fatos. Assim, pode-se respectivamente entender o que os clientes buscam e desejam, mensurar o nível de satisfação, para que então, possa-se planejar estrategicamente. O treinamento de cada departamento é fundamental para o sucesso do CRM. A melhora da qualidade do atendimento é percebível quando o treinamento e o uso adequado das informações que as pessoas envolvidas obtêm estão corretos, fazendo com que lucratividade da empresa aumente consideravelmente. Guilherme Rocha (2003) Diretor da System Marketing Consulting em seu livro sobre CRM “The Road to CRM – Practical Applications”, publicado nos Estados Unidos, afirma que o mercado brasileiro está pronto para lucrar na era do marketing de relacionamento. “A estratégia de qualquer empresa passa, em algum momento, pela relação com seus clientes, seja uma empresa do segmento business-tobusiness ou business-to-consumer”. E para isso é preciso criar um sistema de relacionamento com o cliente. Chegou até ser uma decisão estratégica, valorizar o conhecimento técnico que nós detemos e que é, muitas vezes, uma carência de muitas empresas de marketing do mercado, aliando conhecimentos em marketing e consultoria. (Revista Venda Mais nº. 109Maio/2003.) 32 As empresas que não buscarem se adaptar no modelo de CMR passarão por dificuldades para manter seus clientes. Basta verificar que quando um cliente é bem atendido, ele desperta para o que de bom este novo fornecedor pode lhe oferecer. As empresas precisam se modernizar e ampliar sua visão de atendimento. Mobilizar os esforços conjuntos, em equipe, e utilizar os meios de comunicação eficazes são instrumentos essenciais para que se obtenha reconhecimento imediato do cliente. É importante esclarecer que a empresa deve estar preparada para atender, da forma que o cliente merece ser atendido. Agindo assim certamente a empresa progredirá e alcançará resultados e lucros altos. Daniel Domeneghetti (2004) é diretor de estratégia e conhecimento da E-Consulting Corp. e defende a questão do CRM que muitas vezes é utilizado pelas empresas de forma impessoal, ele faz declarações interessantes em seu artigo na internet “O CRM não é um produto ou serviço. É uma filosofia de marketing que transforma uma empresa em client-oriented (ou seja, a evolução da empresa marketing-oriented para one-to-one marketing-oriented). Como ferramenta, capacita a empresa a desenvolver seu conhecimento sobre clientes (atuais, potenciais, etc), principalmente, quando atrelado a práticas como knowledge management (KM) e business intelligence (BI).” Analisa o CRM de uma forma clara e transparente, brindando-nos com sua vasta experiência e filosofia baseada escopo do Antropomarketing de Clemente da Nóbrega: “CRM é marketing, Marketing de Relacionamento, oneto-one, marketing para seres humanos. Não pode haver discussão sobre isso. CRM é sobre mercados de 1 só, de alguns, de pares. É sobre perfis, tribos e comunidades. CRM é sobre fazer os clientes (seres humanos) interagirem com marcas. Acima de tudo, entendo que fazer CRM é proporcionar experiências aos clientes. Se diferenciar”. 33 E conclui sua definição sobre CRM, revelando uma visão humanista e surpreendente: “Uma empresa, para sobreviver, precisa de clientes. É assim que manifesta sua perpetuação. CRM será um instrumento da reputação corporativa. Para fazer CRM de verdade, precisa-se, portanto entender de gente. Mais, precisa-se gostar de gente.” (Portal Marketing Direto, site www.abemd.org.br). 5.2. – Database Marketing X E-Commerce Como expomos no início deste capítulo, houve um tempo em que era possível fazer-se um atendimento personalizado. Os comerciantes sabiam o nome de cada cliente, conheciam os seus hábitos e preferências e, portanto, podiam ser mais eficientes no atendimento às suas necessidades. A ampliação dos mercados, a industrialização e a produção em massa, trouxeram uma espécie de ruptura e os produtos também se tornaram cada vez mais semelhantes na forma e no preço, gerando uma desenfreada corrida na concorrência. Nessa guerra pela concorrência e no afã de abocanhar a maior fatia de mercado, o cliente individual desapareceu para surgir o mercado de massa, onde o que importa para as empresas é o seu “market share”. Hoje a tecnologia da informação, aliada a interatividade, reconstruiu essa ponte de comunicação entre empresa e cliente. Em plena era digital, estamos presenciando um retorno ao atendimento individualizado. O acesso instantâneo aos dados do cliente, viabiliza através de um banco de dados, o atendimento de suas necessidades específicas. Registram-se todas as informações e dados comportamentais do cliente, não somente os dados cadastrais, ou seja, quantas vezes visitaram o site, quantas vezes compraram e entraram em contato com a empresa, o valor médio de compras em um grande banco de dados chamado “Data warehouse”. A partir daí, em um processo chamado “data mining” ou mineração de dados, 34 faz-se a análise dessas informações, buscando levantar as necessidades reais ou hipotéticas de cada cliente para realizar as campanhas de marketing. Empresas como Mercado Livre Brasil tem a maior comunidade compras e vendas na América Latina. As lojas Americanas, acompanhou essa tendência do consumidor que hoje está mais exigente, comparando preços, pesquisando a funcionalidade de produtos e adquirindo o que melhor lhe convém confortavelmente, sem sair de casa. Hoje a “Americanas.com” se tornou um referencial em vitrine virtual. De acordo com a pesquisa da Boston, Consulting Group o Brasil é o líder de negócios de pessoas físicas na internet com 80% de participação no mercado da América Latina. Com 20 a 25% dos negócios a liderança se concentra nas compras de supermercado. A globalização da economia aliada à popularização da internet e também o baixo custo dos computadores pessoais, se tornaram componentes propulsores desta nova forma de comércio. O uso do comércio eletrônico no Brasil cresce assustadoramente, numa escala de 1500% ao ano, ou melhor, dizendo, cresce surpreendentemente, haja vista, as nossas limitações de país subdesenvolvido. Na verdade, o comércio eletrônico se tornou uma “mina de ouro” para as empresas que estão investindo em tecnologia de informação. Empresas de cartões de crédito e até mesmo bancos, sabem os hábitos de compra e investimentos de seus milhões de clientes, o que costuma consumir, qual o seu padrão de gastos, grau de endividamento, etc. A internet oferece ainda, uma ferramenta importantíssima chamada “mensurabilidade”. Toda transação on-line, fica automaticamente registrada e o banco de dados praticamente pronto para utilizar quando quiser, já que qualquer acesso é registrado automaticamente. “A palavra de ordem, não é “participação no mercado”, mas sim, “participação no cliente”. Isto significa buscar maximinizar, o retorno oferecido por cada cliente, através do famoso 35 “Marketing one to one”. A internet, aliada ao database, se tornou um instrumento extremamente útil para gerar a satisfação ao cliente. Em plena era digital, é claro que, o velho caderninho não teria mais espaço, apesar da filosofia pretendida ser a mesma. Mas o conceito e as ações foram copiados pelos empresários, resgataram-se antigos valores e hábitos que há muito tinha se perdido. A tempo, voltamos às nossas raízes, que emergem de uma base fundamentada no cliente e sua satisfação. 36 CAPÍTULO VI QUANTO VALE UMA MARCA? “Você pode sonhar, criar e construir a idéia mais maravilhosa do mundo, mas são necessárias pessoas para fazer o sonho virar realidade.” (Walt Disney) 6.1 - A Marca que Fica Hoje, a grande discussão é: Quanto vale uma marca? O valor de uma marca é capaz de sustentar o preço de um produto ou serviço frente a uma marca concorrente. Ou seja, quanto o consumidor está disposto a pagar “mais” para adquirir aquela “marca”. Kotler (1998), em seu livro “Administração de Marketing”, define marca como: “Marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los”.(1998, p.393) E defende seis níveis de significados, citando como exemplo a marca Mercedes que vale a pena descrever: Atributos. A princípio, uma marca traz à mente certos atributos. Assim, Mercedes sugere preço alto, qualidade de construção, boa engenharia, durabilidade, elevado prestígio, alto valor de revenda, velocidade etc. Durante anos a Mercedes foi anunciada como “Trabalho de engenharia que não é oferecido em nenhum outro carro do mundo” Isto serviu como plataforma de posicionamento para projetar outros atributos do carro. 37 Benefícios. Os consumidores não compram atributos, compram benefícios. Os atributos precisam ser transformados em benefícios funcionais e/ ou emocionais. O atributo durabilidade pode ser transformado em beneficio funcional: “Não terei que comprar um carro novo por muitos anos”. O atributo preço elevado pode ser traduzido em benefício emocional: “O carro ajuda-me a sentir importante e admirado”. O atributo qualidade de construção pode ser transformado em benefício funcional e emocional: “Estou seguro no caso de um acidente”. Valores. A marca também transmite algo sobre os valores do fabricante. Assim, a marca Mercedes representa alto desempenho, segurança, prestígio etc. Cultura. Adicionalmente, a marca Mercedes pode representar certa cultura, A marca Mercedes representa a cultura alemã: organizada, eficiente e de alta qualidade. Personalidade. A marca também pode projetar certa personalidade. Se ela fosse uma pessoa, animal ou objeto, o que viria à mente? Mercedes pode sugerir um chefe incoerente (pessoa), uma leoa reinando (animal) ou um palácio austero (objeto). Às vezes, a marca pode assumir a personalidade de uma pessoa ou porta-voz bem conhecido. Usuário. A marca sugere o tipo de consumidor que compra o produto. Ficaríamos surpresos em ver uma secretária de 20 nos de idade comprando uma Mercedes. Nossa expectativa seria ver um alto executivo de 50 anos e idade atrás do volante. Os 38 usuários serão aqueles que se relacionam com os valores, cultura e personalidade do produto. O grande desafio das empresas quanto à definição da marca, de acordo com a visão Kloteriana, se podemos assim chamar, é desenvolver um conjunto profundo de significados em todas as seis dimensões. Podem ser divididas quanto à audiência em marcas profundas e superficiais. Kotler avalia a Mercedes como marca profunda, pois seus significados podem ser entendidos em todas as seis dimensões. Considera a marca AUDI como de menor profundidade por não possibilitar a identificação de seus benefícios, personalidade e perfil de usuários específicos. O próprio PHILLIP KOTLER é sinônimo de Marketing, haja visto, seu livro acima citado ser considerado por profissionais da área de marketing como a bíblia do Marketing. Kotler foi eleito o primeiro líder no ensino do marketing pela Associação Americana de Marketing. Suas pesquisas concentram-se em marketing estratégico, internacional, de empresas, social, para organizações culturais, hotelaria, turismo e marketing de lugares, marketing e desenvolvimento econômicos. Autor de 25 livros, muitos dos quais traduzidos para mais de 20 idiomas. Seu livro Marketing Management (Administração de Marketing) foi considerado pelo Financial Times, como uma das 50 melhores publicações na área de administração. Seu nome atualmente é sua marca, ele é o seu próprio porta-voz, tornou-se um referencial em marketing no mundo, personificando as suas seis dimensões, principalmente no que tange aos quesitos valores e personalidade, mencionados em sua célebre obra. O consultor francês Chetoniche, diz que o grande capital das empresas no século XXI será a “marca”, como o próprio nome diz é a imagem “impressa”, “marcada” na cabeça de um consumidor sobre tal e qual produto ou serviço. Estudos neste sentido são feitos comparando-se marcas diferentes em produtos similares. Por exemplo: Suponhamos que num almoço de família num 39 domingo, haja dois refrigerantes na mesa, são eles Coca-Cola e Tubaína. Qual o refrigerante que será consumido primeiro? Coca-Cola é claro! Quando o preço dos dois é R$1,00, quase 100% dos pesquisados preferem Coca-Cola. Colocando a Coca-Cola a R$1,00 e a Tubaína a R$0,80, vemos que quase 75% ainda preferem Coca-Cola. Colocando a Tubaína a R$ 0,50 e a Coca-Cola a R$ 1,00 vemos que a migração para Tubaína passa ser mais de 60%. Assim a marca Coca-Cola “sustenta” um preço até esse patamar. É o quanto vale uma marca nesse exemplo. (Pesquisa Anthopos Consulting, Luiz Marins). 6.2. Confiança Histórica Qual a primeira marca que lhe vem à cabeça? De quantas marcas você gostava e continua gostando até hoje? Com essas e outras perguntas, o Datafolha vem realizando há 15 anos um levantamento sobre a lembrança de marcas do país. Ser conhecida é a primeira condição para o sucesso da marca. É preciso também ter uma imagem sólida para sobreviver em meio a essa avalanche constante de novos produtos. No mercado, 90% das marcas são apenas nomes. Segundo analistas especializados, o patrimônio, representado pelas marcas pode chegar a 90% e 95% dos ativos de uma empresa. Em 2006, o prêmio Top do Top que mede também o “awareness” das empresas, foi vencido por Omo (significa “Old Mother Owl”, velha mãe coruja), Nestlé e CocaCola. Coca-Cola é o refrigerante mais consumido e a marca número um do mundo. Na edição da Interbrand, vale 67 bilhões de dólares (dados de 2006). Interessante paradoxo, a garrafa que simboliza a centenária Coca-Cola é praticamente a mesma desde 1915 e seu inconfundível slogan “The pause that refreshes” (A pausa que refresca) data de 1929. (Folha Topo of Mind 2005, Quinze anos, parte integrante da Folha de S.Paulo em 18/10/2005, p.12 e13). 40 Em 15 anos de pesquisa, a Omo tem sido vitoriosa em sua categoria: pelo menos oito em cada dez entrevistados têm indicado essa marca como a primeira marca que lhes vêm à cabeça. É líder também de mercado, a empresa tem mais de 40% de participação, segundo o Ibope. “Estamos em 75% dos lares brasileiros, somos a marca número um do mercado, sendo duas vezes maior que o segundo,“player”, contabiliza Andréa Salgueiro, gerente de marketing da área de higiene e limpeza Unilever. Trazida para o Brasil em 1957 a marca da Unilever, praticamente introduziu o sabão em pó no país. Na década de 50, a grande maioria das brasileiras ainda usava sabão em pedra, Para mudar o hábito, a então Gessy Lever, distribuiu amostras de sabão para promover as suas vantagens. (Revista ESPM, vol. 12 ed. nº 5, set/out 2006.) Interessante é que os hábitos de consumo destes produtos permanecem imutáveis ao longo dos anos. É o caso da pioneira palha de aço Bombril de 1948 em relação à atual, ela é praticamente a mesma. O imortal Garoto Bombril, protagonizou a campanha de maior longevidade em toda a história da propaganda e de maior número de filmes com o mesmo personagem, que já somam um total de 340. É a marca mais difundida em todo o país. E o que dizer, da força de uma marca, que virou bordão nacional como a Brastemp, conhecida pelo sinônimo de, “a melhor”? Após, o famoso filme da poltrona e o consagrado jargão “Não é nenhuma Brastemp”, a frase caiu no gosto do público, a ponto do presidente da República de improviso, utilizar desse recurso, usando o slogan de publicidade como exemplo, ao falar sobre o crescimento da economia – “não foi nenhuma Brastemp” e a população brasileira entendeu perfeitamente o que ele queria dizer. Marca é o fator de diferenciação que vai determinar uma compra ou desempatar a escolha. Muito mais que um símbolo gráfico ela acaba construindo uma relação forte com o consumidor. Quanto mais forte é esse vínculo, maior será a fidelidade ao produto e, portanto, melhores serão os 41 resultados das vendas. Não bastam apenas estratégias de propaganda e marketing – o produto precisa corresponder às expectativas que sua comunicação criou. Importante também observar, que numa sociedade que valoriza a individualidade, a marca pode ser vista como veículo de auto-expressão da própria personalidade das pessoas que a possuem; seja a personalidade real ou aspirada, seja a expressão para os outros ou para si mesmo. Sabendo disso, o mercado de luxo no Brasil movimenta anualmente US$ 2 bilhões em produtos e serviços. Um exemplo de marca consagrada é a Harley-Davidson que chegou ao Brasil em 1991 e se tornou sinônimo de despojamento e aventura. Todo comprador de uma motocicleta Harley-Davidson nova que custa em torno de R$ 29,9 mil a R$ 100 mil, recebe um convite para associar-se ao HOG Brasil, e pode se filiar ao Clube de benefícios que lhe oferece 5% de desconto para P&A, roupas e serviços nas concessionárias HD, 01 lavagem grátis por mês em todas as concessionárias autorizadas HD. O Cartão do HOG Chapter é válido por 01 ano, em todo o território nacional e proporciona também descontos em eventos. Hoje, a Harley-Davidson é ícone norte-americano, lenda, objeto do desejo e também símbolo de status aqui no Brasil, ela ocupa o 41º lugar no ranking de marcas mais valiosas do mundo da revista Businessweek. Não é comum ver uma marca estampada no braço de um consumidor em forma de tatuagem, e que é exibida com orgulho e admirada por todos. A Harley Davidson conseguiu essa façanha, seus consumidores fiéis não compram apenas uma moto, mas vivem o estilo Harley Davidson. 42 Richard Teerlink juntou-se às fileiras da empresa em 1981. CEO da empresa por oito anos, entre 1989 e 1997, atualmente ocupa o cargo de Chairman of the board - presidente do conselho administrativo. Formado em Contabilidade, tem um MBA pela University of Chicago, em Chicago, Illinois, expressa seu conceito sobre a HD numa entrevista com Priscila Portugal no site: carreiras.empregos.com.br/carreira/entrevistas. “Somos uma companhia que se interessa pelas pessoas. Na realidade, nós nos consideramos uma família. Uma marca tem credibilidade somente quando os compradores acreditam que seja assim. Portanto, temos a obrigação de nunca violar nossos valores a fim de preservar o relacionamento que criamos com os compradores. Não queremos que a Harley-Davidson seja vista como uma companhia que considera o cliente exclusivamente como uma fonte de renda”. Um exemplo do quanto uma marca pode representar para alguém é a criação de um museu, na cidade de Le Roy, no estado de New York, mantido por uma sociedade de voluntários homenageando o inventor da famosa marca de gelatina Jell-Ono no estado de New York. A marca tornara-se a favorita de gerações de americanos, um verdadeiro ícone cultural. Uma experiência fascinante é passear pelos sites de “fãs-clubes” de marcas, desenvolvida pelos próprios usuários. (Revista ESPM, vol. 12 ed. Nº 5, set/out 2006.) Num mundo povoado por marcas, se destacam aquelas que conseguem produzir experiências mágicas. Qual foi a marca que uma experiência deixou em você? Ou seja, qual foi a marca associada a um evento de sua vida? Quando associamos uma marca a uma vivência prazerosa, o produto ou serviço passa a ocupar um lugar especial em nossa mente e em nosso coração. Existem marcas privilegiadas que há anos habitam o imaginário dos consumidores. Alguns exemplos: Coca-Cola, McDonald’s, Pó Royal, Maizena, 43 Matte Leão, Aymoré, Bom Bril, Suggar, Gillette, Guaraná Antártica, Localiza, TAM, etc. Como o caso da Gilette, com as lâminas de barbear (todo mundo compra uma “Gilette”, mesmo que seja de outro marca). A Parmalat em 1998 contratou a agência de comunicação DM9 para aumentar o mind share da marca e criar uma ação que ultrapassasse o aumento das vendas e bloqueasse a concorrência. No ar, a campanha criada pela dupla Erh Ray e José Henrique Borgui, os “Mamíferos”, virou mania nacional. O resultado foi além das expectativas, quando a Parmalat promoveu a troca de códigos de barras por bichinhos de pelúcia com a embalagem de leite na mão, arrebataram corações. Apoiada nesta campanha de apelo emocional, que usava a inesquecível imagem de crianças fantasiadas de mamíferos e um jingle que até hoje muitos lembram, a Parmalat conseguiu aliar confiança à marca. A corrida para aquisição dos mamíferos de pelúcia da coleção, tornou-se uma febre, a ponto de interromperem a distribuição, devido à multidão de pessoas nas filas. Foram distribuídos 17 milhões de animaizinhos, e a campanha foi exportada para dez países e conquistou mais de 20 prêmios publicitários. Com esta ação, alcançou os maiores índices de recall no seu período de veiculação, criando o desejo do consumidor pelos brinquedos e uma enorme confiança na marca, cuja qualidade passou a ser associada à imagem de crianças bonitas e saudáveis. Recentemente a Dove, também utilizou uma ação promocional para fortalecer a marca, através de uma campanha que mostrava “mulheres reais”, com físicos bem diferentes dos estereótipos impostos pela mídia. Intitulada “Minhas curvas, minha história” a ação promocional do concurso premiou as melhores histórias com uma consultoria de beleza e as vencedoras tiveram suas fotos publicadas nas revistas, Nova, Contigo e Boa Forma. Bloquear a concorrência, fixar a imagem, reposicionar ou posicionar produtos, aumentar a credibilidade e o grau de relacionamento com o 44 consumidor, são objetivos perseguidos e almejados pelas empresas que investem utilizando o marketing promocional. Segundo dados da AMPRO (Associação de Marketing Promocional) ao fim de 2006, o mercado brasileiro de marketing promocional, registrou em média um faturamento aproximadamente de R$ 20 bilhões, valor quase superior aos 17 bilhões que em 2005. ((Revista ESPM, vol. 12 ed. Nº 5, set/out 2006.) 6.3. Marca Responsável Empresas veteranas reinventam seus produtos, com novas fórmulas que tentam antecipar os desejos do consumidor e garantem a lembrança das suas marcas. Como saber o que ele ainda vai querer? Com pesquisas. Mas além dos desejos, é preciso também entender seus hábitos de compra. O picolé Chicabon da Kibon é um exemplo disso, assim como a Hellmann’s, provavelmente nunca deixarão de existir em seu portifólio de produtos. A Danone lança seus sabores diferentes, sem diminuir a produção tradicional do iogurte de morango que é o preferido dos brasileiros. Kotler (1998) cita a experiência de grandes marcas que fracassaram por não pesquisarem os hábitos do seu público-alvo. Ele descreve a tentativa frustrada da Coca-Cola em lançar a garrafa de dois litros no mercado espanhol, tendo que retirar seu produto ao descobrir que poucas residências, possuíam refrigeradores com compartimentos suficientemente altos. A Philips também teve que reduzir o tamanho de suas cafeteiras, adequando-as às pequenas cozinhas japonesas e também dos barbeadores que foram ajustados às pequenas mãos do povo oriental. Levi Carneiro, (2006) especialista em branding e sócio da ASA Comunicação, aponta para três fases evolutivas das marcas. A primeira foi 45 aquela do nome colado a um produto. Era apenas para identificar um item feito em larga escala. A segunda foi a fase da imagem, que surgiu com a proliferação da televisão. A marca aparecia como uma imagem de um texto televisivo independente da presença física do produto. A terceira fase, a atual, é a marca sentida como símbolo de uma experiência que abrange várias dimensões: produto/serviço, propaganda, internet, cores/design, assessoria de imprensa, equipes de venda, marketing direto e atendimento nos pontos de venda. Observa-se que nos dias de hoje existe uma tendência global de se transformar tudo em commodities, isto é, produtos equivalentes aos de marcas famosas com qualidade parecida e preços muito mais baixos. A empresa tem, dessa forma, a opção de entrar em dois universos competitivos: o das marcas ou o dos preços. A opção pela concorrência no mundo das marcas implica, inevitavelmente, em investimentos maciços na qualidade do produto e do atendimento, visando o encantamento do cliente. Mesmo depois que o consumidor acolheu a marca e a registrou em sua mente coração, o trabalho deve continuar para que ele associe o produto ou serviço a uma experiência mágica e não trágica. Algumas situações engraçadas pincelam a história da marca e o feedback de seus consumidores. O lançamento do Peru temperado entre 1974 e 1975 causou transtornos para a empresa. No comercial, para melhorar o áudio do comercial, a agência de publicidade colocava uma campainha quando focalizava o termômetro. Após a estréia do anúncio, a Sadia recebeu uma avalanche de telefonemas de donas-de-casa irritadas. Todas reclamavam que o peru tinha queimado porque o termômetro “não tinha apitado”. Outra história real foi provocada pelo comercial com Lucinha Lins, que nos anos 80, dizia que lingüiça era com “S” de Sadia. Ao ser, colocada na frigideira, a lingüiça formava um S enquanto fritava. Novamente queixas. As consumidoras queriam saber por que na casa delas não se formava o famoso S. 46 Atualmente, as marcas estão atreladas à imagem de responsabilidade social e de empreendedora como é o caso da Nike com o patrocínio da seleção brasileira. Presente na cabeça e na vida dos brasileiros, a Coca-Cola, conta com mais de 140 projetos sociais e ambientais em todo o país. A Petrobrás patrocina também, ao longo do ano, projetos de Restauro de Patrimônio Edificado, projetos de Continuidade e projetos de Oportunidade / Relacionamento Institucional. O conjunto envolve cerca de 800 contratos de patrocínio cultural ativo, que correspondeu a um investimento recorde de R$ 235 milhões em Cultura em 2005. Além da boa imagem, as ações culturais geram valorização da marca e dá maior credibilidade a ela. Empresas compreenderam que essas ações de marketing solidificavam a imagem institucional da empresa e dava visibilidade para a marca a médio e longo prazo sua perpetuação. E estão agindo com crescente convicção nas áreas de responsabilidade social e ambiental. O conceito da sustentabilidade tem se tornado pauta constante nas reuniões das empresas e norteado, grandes projetos empresariais. Há uma luz no fim do túnel para o nosso castigado planeta. 47 CAPÍTULO VII “UMA ESTRELA EM RELACIONAMENTOS” CASE MERCEDES-BENZ “Hoje é um grande dia para industrialização do Brasil. Estamos entrando resolutamente na indústria automobilística. O Brasil acordou!” Presidente da República Juscelino Kubitscheck (1956) Com a frase acima, o então presidente da República Juscelino Kubitschek participava de um momento histórico, inaugurava em 28 de setembro de 1956, a fábrica da Mercedes-Benz no Brasil em São Bernardo do Campo (SP), que se tornou um marco na história da indústria automotiva nacional. Também participaram da cerimônia o governador do estado de São Paulo, Jânio Quadros, o presidente da montadora alemã Fritz Koenecke e o presidente da Mercedes no Brasil, Alfred Jurzykowsk que durante a cerimônia, foi condecorado com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul e permaneceu à frente da empresa se alternando como presidente e membro da diretoria até 1960. Fato curioso, é que junto ao convite vinha um mapa do local da solenidade e a maior parte dos convidados enfrentou grandes dificuldades para chegar lá. 7.1 – Uma Marca que Marca a História do Brasil 48 Trazida ao País pela persistência e teimosia do empreendedor polonês Alfred Jurzykowski,,a montadora alemã tinha uma missão de excepcional importância: suprir uma nação que, apesar de suas dimensões continentais, carecia ainda de um sistema de transporte eficaz e abrangente. Da fábrica do ABC Paulista saiu o primeiro caminhão a diesel brasileiro o L-312, chamado de o “Torpedão” com motor totalmente nacional. Em 1970, suas instalações são ampliadas e são lançados dois produtos o ônibus O-321-H, e o famoso caminhão “Cara Chata”. Em 1991, é inaugurado o Centro de Desenvolvimento Tecnológico com o Dr. Bernd Gottschalk na presidência da empresa no Brasil. A década de 90 marca um representativo capítulo dessa história: é produzido o milionésimo veículo comercial, (a indústria é reconhecida como a primeira a obter o Certificado ISO 9001 e se inicia a unidade de construção de carros de passeio em Juiz de Fora 9MG). Em 2000, a Mercedes-Benz do Brasil S.A. consolida sua integração no Grupo DaimlerChrysler do Brasil Ltda. Em 2001, a DaimlerChrysler do Brasil conta dois milhões de motores produzidos, que equipam caminhões, ônibus, embarcações e máquinas industrias. Atualmente, a Mercedes-Benz domina 1,5 milhões dos 2,8 milhões de caminhões produzidos no Brasil e 500 mil do total de 600 mil ônibus feitos em 50 anos. Hoje, de cada dois veículos comerciais em circulação no Brasil, um é da Marca Mercedes-Benz. A unidade de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, é responsável por mais de um milhão e meio de veículos comerciais produzidos no país pelo Grupo DaimlerChrysler, desempenhando um papel fundamental no crescimento da marca. São 32 modelos básicos de caminhões e 15 de ônibus. A empresa é também a maior exportadora de veículos comerciais do País: já vendeu ao longo de seus 50 anos, aproximadamente 300 mil caminhões e ônibus a mais de 100 países. Fornecendo produtos para mais de 50 países, e, no que se refere às 49 exportações brasileiras de veículos comerciais, a DaimlerChrysler do Brasil manteve em 2006 a liderança, com cerca de 35% de participação. O mercado brasileiro de caminhões acima de 6 toneladas, que inclui de leves a extra-pesados, totalizou 68.239 unidades em 2006. A marca MercedesBenz conquistou a liderança, com 21.783 unidades comercializadas e 31,9% de participação. Líder absoluta no segmento de ônibus, a marca MercedesBenz encerrou o ano com 53,4% de participação com 10.041 unidades vendidas. O mercado brasileiro de ônibus em 2006 totalizou 18.817 unidades comercializadas. Os emplacamentos de automóveis, Mercedes-Benz em 2006 somaram 2.137 unidades garantindo à marca uma participação de 37% e a liderança no segmento de modelos de luxo. Trata-se de um volume cerca de 29,5% superior ao comercializado em 2005, quando foram vendidas 1.650 unidades. Mas o que faz o sucesso de uma empresa de meio século num País com tantas mudanças? Segundo o seu atual presidente, Gero Herrmann, (2006) que assumiu o comando da empresa em 2004: “Quem faz uma marca ser grande são as pessoas que a vendem com disposição de vencedor. Essa história de sucesso não poderia ser contada sem destacar o apoio e a dedicação de nossos colaboradores, fornecedores, concessionários e clientes. Muitos deles já são representantes da terceira geração de suas famílias ou de suas empresas”. Quando o empresário e piloto alemão Emil Jellinek batizou o primeiro carro com o nome da filha, Mercedes, em 1899, não imaginava a poderosa marca que estava criando e que se perpetuaria no imaginário dos apaixonados por veículos por mais de um século. Hoje a denominação Mercedes-Benz e seu tradicional símbolo, a estrela de três pontas, se traduzem na marca mais 50 lembrada quando o assunto é caminhão ou ônibus. Para se atingir este grau de percepção e fidelidade, houve um trabalho árduo de marketing, principalmente pelas constantes mudanças de perfil do público nesses 50 anos de história, de Assis Chateuaubrian para cá, muita coisa mudou. Segundo a pesquisa da Folha Top of Mind em 2003,2004 e 2005, a Mercedes-Benz liderou com folga como a marca mais lembrada pelo consumidor quando o assunto é caminhão. “Queremos reforçar o conhecimento da marca junto ao cliente final”, diz Tânia Silvestri, (2006) diretora de marketing e de rede de concessionários da DaimlerChrysler, que detém 210 pontos-de-venda e serviço, 48% da frota e 32% das vendas de caminhões no país. Para o gerente de vendas, João Batista Cogo, da Concessionária Savar de Porto Alegre, desde a sua primeira venda em 1978 até hoje o que norteia suas ações é por em prática um conceito. “Tratar todos os clientes de maneira igual, com honestidade, não importa como eles aparentam.” Segundo ele, numa área com a de comercialização de caminhões, além de dispor de bons produtos, é fundamental que o vendedor saiba sempre se colocar no lugar de seus clientes, para entender suas necessidades e oferecer-lhe a melhor opção de compra. Essa é a filosofia de Cogo em seus 30 anos de experiência de relacionamento com os clientes. (Revista Assobens, ed. 244. Ano 2006) O diretor de Pós venda, Ari Carvalho (2006) expressa a filosofia da empresa em encantar os clientes e a compara a uma orquestra de música onde todos executam uma melodia única: “Para que essa sintonia funcione da melhor forma transformada em uma melodia única que encante todos os clientes é preciso 51 que cada um de nós seja como uma música de uma orquestra. Uma nota desafinada pode estragar tudo. Garantir que os próximos 50 anos sejam também de sucesso depende de esforços diários ainda no presente. E como podemos intensificar essa parceria? Basta mantermos a fórmula que nos consolidou neste meio século de história: estar presente no cotidiano dos clientes. Essa é a filosofia que adotamos para oferecer um relacionamento inesquecível com a marca. O diferencial está em identificar e atender situações para superar expectativas”. E complementa seu pensamento unindo a ampla experiência com a frase tão oportuna nos dias de hoje: “A tecnologia só funciona e traz benefícios, se estiver associada aos valores humanos. A equipe e a sintonia deste relacionamento representam nosso maior capita.” (2006) 7.2 – Foco Total no Cliente Tão importante quanto à qualidade de seus produtos é a excelência de seu relacionamento com os clientes. Por isso a DaimlerChrysler dispõe de uma divisão de pós venda, com cerca de 500 especialistas, voltados integralmente à satisfação dos clientes com a marca. A Mercedes-Benz possui o serviço 0800909090 que atende todo o território nacional, qualquer veículo MBB que receber o chamado terá apoio e socorro da concessionária autorizada mais próxima, além disso, ao comprar um veículo MBB, imediatamente é transmitido para o serviço chamado CIG, onde o cliente é contatado para saber de sua satisfação no atendimento e dúvidas com respeito à compra. 52 A DaimlerChrysler, possui concessionários sempre a postos para atender os clientes no que for preciso em todo o país. São cerca de 200 pontos de atendimento, onde cada um deles presta assistência técnica, fornece peças genuínas e oferece todo o tipo de suporte, por meio do exclusivo sistema StarDiagnosis. Tecnologia de ponta e profissionais voltados para a solução de qualquer problema em poucos minutos. 7.2.1 - Central de Atendimento ao Cliente Por meio de carta, telefone, fax, e-mail e chat, o cliente pode acionar os serviços de assistência e socorro mecânico, fazer consultas, conseguir informações sobre produtos e serviços, dar sugestões, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Um dos lemas do atendimento é “Na DaimlerChrysler, o cliente jamais está sózinho.” 7.2.2 – SAC e Telemarketing Por meio de números 0800, os clientes podem valer-se dos serviços de assistência mais completos do país, gratuitos para veículos dentro do prazo de garantia. Através do serviço de telemarketing são feitas diariamente coletas de dados, quanto a qualidade dos serviços prestados pela concessionária, os problemas são analisados pela gerência e diretoria para que providências sejam tomadas e as dúvidas sanadas pelos respectivos departamentos. 7.2.3 – Clube do Caminhoneiro 53 Um canal de comunicação, para os clientes que vivem na estrada. Além de divulgar eventos e notícias aos caminhoneiros, dispõe de uma Central de Recados. 7.2.4 - Caravana da Mercedes-Benz Em 2006, destacaram-se ainda as ações de demonstração da nova linha de produtos, como a Caravana Vem Mercedes-Benz, o maior evento itinerante de veículos comerciais já realizados no Brasil. Marcando presença em todo o território brasileiro, a caravana percorreu mais de 16.000 quilômetros, em 14 estados brasileiros, demonstrando os benefícios e superioridade técnica da mais completa linha de caminhões, composta pelos modelos Accelo, Atego e Axor. 7.2.5 – Programa de Certificação Profissional Uma das preocupações da Mercedes-Benz é manter a excelência nos serviços, no atendimento e rentabilidade, pensando nisso, lançou vários programas de qualidade com certificação, visando o desenvolvimento de um alinhamento estratégico entre a Fábrica e os Concessionários, impulsionando a padronização e melhoria contínua de processos e sistemas. 7.2.6 – Programa SIC de Vendas e Pós-Venda 54 Os programas de Inteligência Comercial - SIC de Vendas e SIC de Pós Vendas visam o aprimoramento na gestão de contatos com cliente e das equipes. Ferramentas como Banco de Dados (BD), Plano de desenvolvimento de vendas (PDV), Sistema de informações de vendas (SIV) e Plano de Desenvolvimento estrutural (PDE) são aplicadas e contribuem para obter resultados positivos. 7.2.7 – Programa C-Sales É um programa de qualificação e certificação de vendedores, realizado em módulo, teste, avaliações de desempenho e estágio de práticas no concessionário onde ao final, os vendedores serão certificados como consultores de vendas. 7.2.8 – Programa C-Service O C-Service visa formar profissionais de Pós-venda, extremamente qualificados e preparados para atuar num mercado altamente competitivo, atendendo à exigente clientela com um alto padrão de conhecimento e de qualidade no atendimento e fidelização. 7.2.9 – Programa PDG É um processo de capacitação gerencial, centrado na gestão de negócios e na geração de resultados para o concessionário. 55 7.3 - PROGRAMAS DE APERFEIÇOAMENTO DA REDE 7.3.1 – Dealer Standard Anualmente, é feita uma auditoria pela MBB e de acordo com a pontuação de cada requisito do Dealer Standards é conferido à Concessionária nota e classificação no ranking regional e nacional com entrega de prêmio e placa comemorativa à certificação. O requisito de maior peso na avaliação é o índice de satisfação do cliente que desclassifica o concessionário, caso não alcance um grau de bom relacionamento na venda e pós-venda. 7.3.2 – Certificação Star Class O Star Class é um programa de Certificação que propõe o alinhamento estratégico entre a fábrica e os concessionários, e padronização de processos proporcionando uma experiência única aos clientes Mercedes-Benz. Por meio de auditoria realizada, os concessionários, são classificados em categorias e reconhecidos pelos seus esforços por meio de incentivos, a soma de pontos determinará a categoria conquistada Ouro, Prata e Bronze, dentro das normas do Manual de Implementação STAR CLASS que reúne todas as ferramentas de mensuração da qualidade da concessão. 7.3.3 - Truck Plus Este programa registra em seu banco de dados os clientes por segmentos, potencial de compra, características, termômetro de negociação – 56 frio, morno e quente, frota, prospecção, essas informações são captadas para o cadastro, permitindo ações de marketing direcionadas à clientela, facilitando o envio de malas diretas, convites, feiras, exposições de peças, lançamentos de produtos, programação de visitas e correspondências em geral. 7.3.4. – Programa Multiclube O Multiclube foi criado em abril de 2004 para estreitar o relacionamento com os concessionários, valorizar as equipes e tornar rede e fábrica mais próximos. É um programa de conceito guarda-chuva que engloba toda a parte de comunicação, agilizando o contato com a rede na forma de campanhas de incentivo, eventos, workshops com os vendedores e convenções de vendas e pós-venda. Foi criado também o www.multiclubemb.com.br, um site com dicas de mercado, informações de produto e parceria com a área de treinamento. Para se conhecer mais os vendedores, foram instituídos workshops, e foi crido também o jornal “Eu faço parte”. Hoje, pode-se considerar que as equipes de Marketing, Vendas, Pós-venda, Treinamento, Banco Mercedes-Benz e Mercedes Seguros, integram-se num mesmo objetivo de preparação para novas conquistas. 7.3.5. – Center Bus O Center Bus foi criado, visando ampliar a participação de mercado, conquistar novos clientes, buscar melhorias nos resultados e promover um novo conceito no atendimento. Ao todo são 23 Center Bus, estrategicamente localizados em todo o país. Com isso, cerca de, 75% do mercado brasileiro de ônibus passa a contar com uma estrutura exclusiva e especializada par atender 57 esse segmento. Dispõem de profissionais especializados exclusivos, como vendedores, assessores e frotistas para atender as áreas de vendas e pósvenda. Com uma estrutura diferenciada, com Identidade Corporativa Exclusiva Center Bus e Oficina Volante equipada para proporcionar mais comodidade durante os atendimentos dos clientes. A estrutura Center Bus, em conjunto com o SIC De vendas Center Bus, possibilita uma grande parceria das áreas de vendas e Pós-Vendas, nas ações integradas in loco da concessão, cujo objetivo é a fidelização e a melhoria contínua da satisfação dos nossos clientes. 7.4 – A GRANDE FAMÍLIA BENZ “No processo de desenvolvimento de uma organização, a evolução das pessoas que aí trabalham está intimamente ligada.”, conta, com conhecimento de causa o gerente de recursos humanos, Rubens Giacon que entrou na empresa em fevereiro de 1964, como um dos aprendizes da histórica escola de Formação de Aprendizes de Ofício (EFAO), fundada após um ano de inauguração da fábrica em parceria com SENAI. Hoje, transformou-se no Centro de Treinamento com mais de 30 salas de aula, laboratório técnico, oficina especializada, e um auditório para mais de 200 pessoas. Os aprendizes passam por dois anos de formação e são selecionados entre filhos e irmãos de colaboradores e um pequeno grupo da comunidade próxima à empresa. Até hoje foram formados mais de 5.000 profissionais. Todas essas medidas de implantação de projetos e padronização da MBB impulsionam à modernização, treinamento, motivação e incentiva todos os funcionários e equipes de vendas a buscarem qualidade e aperfeiçoamento para que a concessão se mantenha bem colocada no ranking regional e nacional. 58 No Concessionário James Frederick Clark (Niterói) S/A em São Gonçalo as ações de marketing e fidelização são totalmente voltadas para o cliente, lá não se medem esforços para agradar e fazer com que se sintam parte da família, Clark. Caso interessante aconteceu no dia 03.01. 07 na oficina da revenda. No final do expediente, um cliente, chegou com o seu caminhão avariado, acompanhado da sua jovem esposa e um bebê. Com o passar das horas, no cumprindo das praxes normais de um atendimento, o bebê que os acompanhava, começou a chorar incansavelmente com fome. A mãe nova e inexperiente, não sabia o que fazer. A gerente da oficina, Fátima Quaresma Cunha, vendo a aflição dos pais, pensou rápido, colocou a família em seu carro, levando-os a um apartamento de uma amiga próximo à Concessionária, não sem antes ligar explicando toda a situação. Lá providenciou mamadeira, leite e um saboroso lanche para todos. Problema resolvido voltou para a Clark e ao chegar com a família feliz, o veículo já estava pronto. O cliente, Sr. Paulo Setúbal, proprietário da empresa, Alvo Atual da Moda Comércio de Roupas Ltda, que também esperava a entrega de seu caminhão, observava toda a situação. Ficou muito sensibilizado com o atendimento original e escreveu uma carta de apreciação para a diretoria da J.F.CLARK, elogiando o esforço e a prontidão da gerente Fátima Quaresma em resolver o problema da família em questão. E de maneira poética e inusitada, descreveu a performance desta profissional, chamando-a de “A gerente de lábios açucarados”. Casos como esse, acontecem no dia-a-dia de uma Concessionária que tem como lema a fidelidade e lealdade aos seus clientes. Por isso, não poucos os que fazem da Clark a sua segunda família. Há um balcão de café no showroom da empresa, onde os clientes se confraternizam e às vezes se sentem à vontade para desabar e contar seus problemas, em dezembro de 2006, presenciamos o depoimento do Sr. Jair Braga Toledo, cliente desde 1980 que 59 disse: _ “A Clark é a minha segunda família, aqui tenho muitos amigos, o dia que não venho tomar esse cafezinho, sinto falta, são quase 30 anos de amizade.” Fátima Quaresma Cunha, formada em Administração de Empresas e gerente da Oficina, baseada na experiência de 19 anos na Clark, declara: “Há várias Concessionárias no Rio de Janeiro, todas oferecem o mesmo produto da marca Mercedes-Benz, o mesmo serviço. Onde está o diferencial? No atendimento, é claro, no marketing de relacionamento!” 7.5 – APAIXONADOS POR UMA ESTRELA A Mercedes-Benz coleciona uma legião de fãs pelo nosso Brasil. Jaguaretama, a 240 km de Fortaleza (CE), o Sr. Francisco da Silva, caminhoneiro, desde 1981, há seis anos, batizou a filha de Edna Maria Mercedes-Benz. Foi a maneira que encontrou de agradecer a sorte da estrela que roda no seu caminhão em média 18mil km por mês, carregando ladrilho, mármore do Nordeste ao Sudeste. A paixão por caminhões Mercedes-Benz desperta até mesmo, ciúmes foi o caso de Aline Steffens Wermann, 23 anos, que por causa das constantes viagens de seu noivo Darci Wermman, 28 anos, tinha seu tempo e amor dividido, resolveu então, tomar uma atitude radical: aprendeu a dirigir o caminhão e passou a se interessar mais pelo trabalho dele. Resultado: Casaram-se no dia 13 de maio na Igreja de São Pedro, no pequeno município de Estrela (RS) e o pedido para realizar um sonho da noiva à Concessionária Apomedil de Lajeado (RS) onde ela comprou o primeiro caminhão zero, foi logo atendido. Aline chegou à igreja, vestida de noiva em limusine inédita, o mais novo modelo pesado da Mercedes-Benz, AXOR. Desceu do caminhão com seu 60 vestido de noiva que combinava com o potente AXOR branco e realizou seu sonho. Sem dúvida alguma, este foi um casamento da pesada! Mas, em matéria de paixão o Sr. Dasir Martinhão, 55 anos, 36 de estrada fez também pedido inusitado à sua família: “Minha mulher está avisada, quando eu morrer, arranca a estrela do caminhão e enterra ela comigo”. Histórias de relacionamento de clientes com a marca, se misturam e passam a fazer parte da saga de famílias, influenciando gerações, perpetuando o nome e consolidando cada vez mais a marca. 61 CAPÍTULO VIII A REINVENÇÃO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO “Para as empresas focalizadas no cliente, a satisfação do cliente é ao mesmo tempo um objetivo e um fator dominante do seu sucesso.” (KOTLER; ARMSTRONG, 1995, p.394) 8.1- A Evolução traz Revolução Nos últimos quinze anos, a evolução tecnológica provocou uma verdadeira revolução na vida das pessoas, de tal forma, que idéias novas transformam-se em negócios da noite para o dia. Com um clicar de mouse, produtos novos podem ser testados mais rapidamente e a resposta do mercado pode ser medida de forma quase que instantânea. Faz-se cada vez mais uso de novas tecnologias, videoconferência, automação de vendas, softwares, páginas na Internet, intranet e extranets. Nessa nova abordagem, as empresas estão disponíveis sete dias por semana, 24 horas por dia, em linhas 0800, websites ou correio eletrônico. Esta revolução foi causada basicamente pelo uso indiscriminado do computador e informatização das empresas, criando-se ferramentas maravilhosas e uma infinidade de siglas (B2B – Business To Business, B2C - Business to consumer ,ERP-Enterprise Resource Package, ERM – Employee Relationship 62 management, CRM – Customer Relationship Management,BI – Business Intelligence ), porém em alguns momentos, foi ignorado que no centro de tudo isto, estão as pessoas e elas é que fazem a real diferença. Enquanto isso, o tempo foi passando e fazendo exigências, definindo novos perfis e criando novos parâmetros, diminuindo drasticamente o intervalo entre a descoberta, o desenvolvimento de alguma coisa e a sua aplicação. A frase que mais se escuta hoje em dia é “o tempo voa”. O comercial do Citibank (2006) passou essa preocupação, adotando o foco comportamental com a frase polêmica: “Por que as semanas demoram tanto e os anos passam rapidinhos”? Realmente, o tempo urge, pois o novo envelhece rápido, transforma-se em idéia inovadora e antes de colocá-la em prática, já se tornou obsoleta e quanto mais a gente pensa que sabe, menos sabemos. Estamos diante de um cenário novo e inquietante com um sem número de alternativas à nossa disposição. Os consumidores estão cada vez mais críticos e adeptos de modismos que surgem da noite para o dia e com a mesma efervescência desaparecem. 8.2. – O Viagra do Marketing de Relacionamento Na era de interatividade máxima a dinâmica das famílias mudou. A figura da família unida vendo televisão ou fazendo a refeição no fim do dia, dá lugar aos chamados “lares dormitórios”. O uso da mídia muda de acordo com as faixas etárias, os jovens de hoje, passam mais tempo em frente ao computador do que a televisão, o que nos faz questionar sobre a capacidade dos comerciais de chamarem a atenção deste tipo de consumidor em potencial. Livros, revistas, somente segmentadas e direcionadas indiscutivelmente ao seu público alvo. Na verdade, estamos em tempos de marketing viral, fruto da 63 maturidade da web e símbolo de contemporaneidade da comunicação, vivendo abordagens diferentes on e offline, este tipo de marketing que combina mais com a geração plugada de hoje. Jovens de hoje, se utilizam de uma linguagem exclusiva, que não se encontra em dicionários, ou qualquer outro vocabulário de nossa comunidade lusófona, e que faz os ilustres escritores e defensores da nossa ortografia se revolver nas entranhas da terra, onde deveriam repousar placidamente. Como bem definiu o crítico Wilson Martins, é um lamentável “linguicídio”, que, aliás, consta no nosso vocabulário. Foco, conceito e sinergia são desafios do momento. O desafio está em compreender, diagnosticar, formular, surpreender essa apaixonante e complexa matéria prima do profissional de marketing: GENTE! E gente muda, evolui, troca de opiniões o tempo todo. Indicadores publicitários comprovam que as verbas estão cada vez mais fragmentadas, numa busca de sensibilizar e atingir a preferência do consumidor em momentos diferentes e sob formas diferentes. Em épocas de tribalização e pessoalização, há de se buscar novos rumos é preciso urgentemente, reinventar o marketing de relacionamento. Será que o mercado não se surpreendeu ao constatar o aumento do consumo de Viagra por potentes jovens de vinte e poucos anos? Ou o crescente mercado de tuning, da categoria de carros urban adventure, focada em quarentões sedentários? Nos Estados Unidos, os SPAS, viraram uma febre, não aqueles do estilo antigo, em que se fazia regime e exercício, mas os modernos, onde se faz massagem e é possível tomar banhos relaxantes. No Brasil, a tendência também cresce em São Paulo, já é comum, gente da própria cidade se hospedar no hotel para desfrutar os serviços do Spa, como as massagens aiurvédicas ou com pedras quentes. A consultora Vera Aldrighi (2005), questiona se a busca pelo prazer, em alguns casos, não esconde outras ausências. “As pessoas estão carentes de autogratificação. Trabalham demais, 64 estão sujeitas à violência, seus relacionamentos vão mal e elas ainda pegam trânsito. Precisam de carinho. O apoio que não recebem do chefe, do marido ou dos filhos, vão buscar na comida, na bebida, nos perfumes gostosos.” (Revista Época, p.82) O psicanalista Jorge Forbes, autor do livro “Você quer o Que Deseja?” reconhece: “Saímos do mundo vertical, da era industrial, na qual os padrões eram bem definidos e hierarquizados, e passamos a viver em uma sociedade horizontal, globalizada, na qual não existe mais uma única forma correta de se portar. Essa falta abriu caminho para os prazeres.”, conclui, Forbes, em entrevista para a revista Época intitulada” O princípio do Prazer”. (Reportagem de capa “A geração do Eu mereço”, por Tânia Nogueira e Débora Rubin, nº. 354. Fev. 2005). Aí está o filão do Marketing de Relacionamento, o Viagra do Marketing, a sociedade está mudando, se transformando pela velocidade da informação, pode-se até mesmo parafrasear, com a expressão “andando a passos largos” para “uma São Silvestre sem precedentes na história”. É preciso pegar carona neste metrô do futuro, que corre desesperadamente para o consumismo, para a busca de mimos como fonte de prazer. O sociólogo francês Michel Maffesoli em entrevista para a revista Época (2005), responde a pergunta feita pelas jornalistas Tânia Nogueira e Débora Rubin, em artigo intitulado, a “Era do Deleite”: Por que as pessoas estão voltadas para o prazer? E Maffesoli responde: “Nos séculos XVIII e XX, predominaram a razão e o mito do progresso, agora chegou ao fim desse domínio, estamos na era do deleite. Vemos renascer a idéia de prazer e a importância das emoções.. A marca da pós-modernidade será uma estetização crescente da existência.” diz o sociólogo francês. (Entrevista da revista Época, fev., 2005, p.80). O consumo de produtos diet e ligth engrossa o faturamento de empresas do ramo que antes investiam no público jovem, aqueles aficionados por 65 academias com modus vivendi saudável, hoje as empresas vêem a fatia maior do mercado aumentando a concentração na faixa de 30 a 50 anos. Será que os números de divórcios diminuíram? Infelizmente não, pesquisas apontam que nessa faixa de idade há maior número de lares desfeitos e consequentemente, o “novo solteiro” sairá à busca de uma “nova companheira”, para que tenha sucesso, muda de hábitos, rompe paradigmas, quer reconstruir, quer recomeçar. Faz um check-up em sua maneira de vestir, de se relacionar e obviamente passa a cuidar mais da alimentação, consumindo alimentos com baixo teor de gordura e açúcar. As pessoas estão também mais seletivas e a geração saúde cresceu. As empresas atentas à essas tendências de mercado, investem nesse nicho emergente e preenche com produtos diversificados suas expectativas. Uma nova consciência, um novo estilo de vida está tomando conta da vida das pessoas. Caminhar, fazer exercícios, tornou-se hoje quase uma obrigação, academia não é mais point de jovens, cada vez mais eles estão dividindo o espaço com os trintões, quarentões, etc. 8.3 - Cliente Marketeiro Marcas em excesso, dificuldade na diferenciação da comunicação de produtos de uma mesma categoria, fartura de instrumentos de comunicação, consumidores exigentes e tribalizados, são desafios deste século XXI e exigem o trabalho conjunto. Requer uma mudança na ótica do marketing tradicional, dissolvendo conceitos engessados, saindo da mesmice, valendo-se de todas as ferramentas da integração e complementaridade. Não há mais espaço para uma ação importante, mas sim, um conjunto de estratégias que trabalham em prol do mesmo objetivo, sem nunca perder o foco no cliente. O resultado é que, depois das grandes corporações, agora chegou a vez de o middle marketing se armar até os dentes com ferramentas de 66 encantamento ao cliente. Estamos vivenciando uma grande transformação, em que o cliente é o foco e a nova orientação para os negócios. Por isso, hoje, nenhuma empresa pode se abster de ações que visem o diálogo, o relacionamento e a retenção dos mesmos. Vivemos num mercado em que os clientes mudam mais depressa do que aqueles que estão tentando conquistálos, logo, é cada vez mais importante entender suas atitudes e conquistá-lo. Está surgindo um novo tipo de cliente, o cliente “marketeiro”, estamos diante de uma nova tendência, um novo tipo de relacionamento baseado no acesso, na interface, nos serviços incorporados e nos sistemas inteligentes de informações que operam por trás de tudo. Com este consumidor cada vez mais informado e exigente e uma saturação publicitária que o faz receber na ordem dos 5.000 impactos distintos ao dia, diferenciar-se é essencial, e essa diferenciação só chega quando se oferece ao cliente; lembrando o seu nome, apelidos e necessidades concretas, aquele produto ou serviço que está realmente preparado para ele e não para todo o resto da humanidade. Ele precisa se sentir único, (ainda que na realidade isto não seja verdade) e este tipo de atendimento totalmente personalizado, será o diferencial, o mimo que ele tanto precisa, esta atitude determinará sua escolha, preferência e fidelidade pela marca ou serviço nas próximas compras. Devemos, portanto, baseados num posicionamento reflexivo, mas contundente, pensar em Marketing de Relacionamento como uma evolução ideológica e conceitual do Marketing contemporâneo. Se o bom e velho Marketing definiu sabiamente a necessidade em se conhecer o mercado e se estruturar internamente segundo as exigências externas, o Marketing de Relacionamento está na vanguarda e estabelece que, além de conhecer é necessário se relacionar e criar vínculos duradouros com seus clientes, parceiros e funcionários. Nas próximas décadas, só sobreviverão as empresas que colocarem em prática esse conceito e que sejam capazes de se adiantar à 67 sua concorrência para assegurar a sua posição no mercado em qualquer setor de atividade. É notório que as empresas (ilhas de excelência) que investiram em Marketing de Relacionamento, aumentaram lucratividade em mais de 90%, reduziram o “churn” em até 40% e otimizaram suas verbas destinadas às ações de mercado. Estas, com certeza, entenderam o conceito e dificilmente o abandonará. Qualquer empresa pode e deve fazer Marketing de Relacionamento ainda que em graus diferentes. É preciso desmistificar o pensamento de que para se ter resultados têm que investir milhões ou adquirir grandes e caros softwares. Pode-se fazer Marketing de Relacionamento com as ferramentas do Acces, por exemplo, e por que não algumas anotações naquela velha caderneta com procedimentos, devidamente compartilhados e padronizados entre seus funcionários bem treinados e motivados, ainda que poucos. Vale ressaltar que os gestos mais simples e inesperados são aqueles que vão ficar na memória do cliente. E para isso não é preciso gastar “rios” de dinheiro, e sim, ter atitude. Algumas empresas compreenderam a tempo, que somente a tecnologia não resolve o problema de atendimento porque sistemas inteligentes não são capazes de diálogo. Descobriram também que a tradição da marca apenas, não é suficiente e apesar de toda parafernália moderna que se cercaram não sabiam na verdade, quem eram seus melhores clientes e a quais deveriam dedicar mais tempo e estrutura. O cliente era apenas um código de processo, falava com quem o atendesse e repetia incansavelmente seus dados, recebendo o mesmo erro que deveria ter sido corrigido. Jorge Nascimento Rodrigues, no site www.janelaweb.com, entrevista Elliott Ettenberg, especialista norte-americano de marketing, autor do livro “Marketing ao Poder”, que reclama a "reinvenção" do marketing, e diz que a tradicional abordagem ao cliente está moribunda. “Em seu Livro, ele apresenta 68 ‘As 10 Ferramentas do Marketing” com a quarta totalmente voltada para o marketing de relacionamento e expõe: “Eu defendo uma nova fórmula, a dos 4 R's - relacionamento (de longo prazo com o cliente), redução (compressão dos alvos a atingir), relevância (estratégica no que se oferece) e "rewards" (no original), prêmios (de fidelidade) e não prêmios pontuais de promoção”. De um modo incisivo, fala que tem de se começar por deitar fora a receita dos 4 P's preço, produto, local. E que os 4 P's já não funcionam mais junto dos compradores e dos consumidores. E enfatiza que hoje eles são melhores compradores do que nós somos vendedores. Cita a tal "mudança de poder" no mercado de que tanto se fala - dos vendedores para os compradores. E que vamos assistir a emergência do maior mercado de compradores de que há memória na História. Conclui sua entrevista de forma categórica e profética de um guru do marketing: “Em relação às empresas, particularmente, o tradicional "P" diferenciador, o preço, a competição feroz pelo preço pode conduzir ao suicídio econômico. É o que propõe também, Phillip Kotler (1998) sobre outra vertente ,izendo que os paradigmas do Novo Marketing passam, sem dúvida, por conceder cada vez menos valor aos famosos “quatro Ps” e substituí-los, pelos “três Vs”. Valor do cliente; valor da proposta; valor de empresa. No que respeita ao valor do cliente, uma afinada segmentação é absolutamente chave. Concordo em parte com os gurus de marketing citados acima, em tempos modernos, para se reinventar não é necessário “deitar fora os “quatro P’s”, ou substituí-los pelos “três V’s” de Kotler”. Inovar, reinventar necessariamente não significa jogar fora bases sólidas de conceitos de marketing, mas regenerar suas estratégias. Agregar valores à essência dos “4 P’s” é mais produtivo, modernizar e empreender são perspectivas apaixonantes para um marketing contemporâneo e visionário. 69 CONCLUSÃO Neste século XXI, onde as mudanças acontecem diariamente, não basta ser líder no mercado, ou detentor de uma grande marca, o número um de hoje pode não ser o de amanhã, por isso, faz-se necessário desenvolver relações com fornecedores e distribuidores, investidores, clientes e outras pessoas e empresas importantes do mercado. Clientes e fornecedores influenciam as mudanças dos produtos e serviços através da participação nessas relações. As mudanças no ambiente de mercado podem alterar rapidamente preços e tecnologias, mas boas relações podem durar a vida toda. Maurício Góis em seu site escreveu o artigo intitulado: “Os novos desafios do Marketing” e fez declarações pertinentes quanto ao marketing de hoje dizendo que, durante décadas, o marketing viveu na Era da Incerteza, e que hoje, vivemos na Era da Imprevisibilidade Louca. Defende que o marketing ainda é a administração da criatividade e que para vencer os desafios que virão precisamos atualizar paradigmas, ser fanáticos pela inovação contínua, desenvolver uma emoção competitiva e trocar o medo do futuro pelas ferramentas certas. E declara com sua experiência de empresário e palestrante de marketing: “Adote o cardiomarketing. O mundo mudou, mas o coração humano continua carente de reconhecimento e afeto, portanto, não satisfaça, deslumbre; não venda, seduza. (Site. mauriciogois.com.br) Segundo James Collins e Jerry Porras (1995) - autoras do livro, “Feita para Durar” (ed. Rocco), empresas visionárias são aquelas líderes nos mercados de que participam intensamente admiradas por outras grandes empresas e com grande impacto em todo o mundo. Não importa quantas 70 danças administrativas atravessem ou que um de seus produtos se torne obsoleto, essas empresas estão sempre de pé. No processo galopante de globalização, não podemos desprezar a história dessas empresas vencedoras como a Microsoft que reinventou o computador com o sistema Windows ou a 3M que reinventou o “recado” com o “Post-it”, a TAM que reinventou a aviação regional no Brasil. A McDonald’s, que reinventou o “fast-food” e assim, vemos que as empresas que tem sucesso hoje, foram aquelas que literalmente reinventaram o seu setor. Não foram empresas que apenas fizeram o melhor, mais rapidamente, com menos custo, aquilo que já faziam. Elas fizeram coisas fundamentalmente diferentes. A grande vantagem do Marketing de Relacionamento é a capacidade de ser “algo a mais”, a chance de mostrar o que se tem de melhor e o que oferece, onde todo o resto é igual. As empresas que não reconhecerem que o poder está nas mãos do consumidor, dando a ele o que ele deseja, terão poucas chances de vencer os desafios impostos pelo mercado no novo milênio A empresa visionária estará sempre à frente de seu tempo, e concomitantente, de sua concorrência. E a grande margem de diferença, entre comuns e visionárias está na capacidade das empresas visionárias enxergarem que podem seguir, e além do horizonte, e que a partir dessa visão, podem alterar rotas, ações e estratégias, sem nunca perder a essência e o foco no cliente. A empresa visionária não desiste de seus objetivos, ela tem o bom senso para redirecioná-los e para perceber aquilo que pode ou não mudar. Não massificam a singularidade, não dispersam suas energias em campanhas infrutíferas e enxergam oportunidades em situações adversas. O futuro é agora e é maior que o passado. Adaptar-se hoje às transformações rápidas do mundo é preparar-se para o terceiro milênio, que se 71 avizinha. Neste cenário contemporâneo, propício para avaliação e reformulação, com profundas mudanças no âmbito das organizações, no comportamento humano e na competição crescente e globalizada, mais do que nunca, nós profissionais de Marketing precisamos refletir sobre os desafios do Marketing de Relacionamento. É imperativo ousar, é preciso reinventar o Marketing de Relacionamento. Está em nossas mãos! 72 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEKIN, Saul F. Endomarketing: Como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Prentice Hall, 2004. BEKIN, Saul Faingaus. Conversando Sobre Endomarketing. São Paulo: Makron Books, 1995. CANNIE, Joan K. e CAPLIN, Donald. Mantendo clientes fiéis e para sempre. São Paulo: Makron Brooks, 1994. 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Disponível em Ícone Imprensa, história, Niterói, 2006. Acesso em 27/12/2006. MULTICLUBE – Site: www.multiclubemb.com.br. Acesso restrito aos cadastrados pela MBB (CPF e senha). Ícone Campanhas de Incentivo: Multimilha, multipontos. Portal Marketing Direto, site www.abemd.org.br, acesso em 20/12/2006). TOMANINI, Cláudio, www.clientesa.com.br. Artigo “O cliente pede muito mais”, acesso em 20/12/2006 76 ÍNDICE INTRODUÇÃO.................................................................................................. 9 CAPÍTULO I .....................................................................................................11 O MUNDO MUDOU, O BRASIL MUDOU, O CLIENTE MUDOU .....................11 CAPÍTULO II .....................................................................................................14 UM CONCEITO QUE NÃO SAI DE MODA .................................................... 14 CAPÍTULO III ................................................................................................... 18 ENDOMARKETING - RELACIONAMENTO DE DENTRO PARA FORA ....... 18 3.1 . – Definição ............................................................................................... 18 3.2 . – Colaboradores de Peso ........................................................................ 19 3.3 . – A Força da Motivação ........................................................................... 21 3.4 . – Integração gera Felicidade ................................................................... 22 CAPÍTULO IV ................................................................................................... 25 BOM RELACIONAMENTO NÃO TEM PREÇO ............................................... 25 4.1. – Quem dita as Regras? ........................................................................... 25 4.2. – Surpreender para Fidelizar ................................................................... 26 4.3. – Apaixonados por Clientes ..................................................................... 27 CAPÍTULO V .................................................................................................. 29 CRM E DATABASE NA ERA DO MARKETING DE RELACIONAMENTO...... 29 5.1. – A Caderneta Informatizada ................................................................... 29 5.2. – Database X E-Commerce ..................................................................... 33 CAPÍTULO VI.................................................................................................... 36 QUANTO VALE UMA MARCA? ..................................................................... 36 6.1. – A Marca que Fica ....................................................................................36 77 6.2 . – Confiança Histórica .............................................................................. 39 6.3 . – Marca Responsável ............................................................................. 44 CAPÍTULO VII.................................................................................................. 47 UMA ESTRELA EM RELACIONAMENTOS - CASE MERCEDES-BENZ....... 47 7.1. – Uma marca que marcou a história do Brasil ......................................... 47 7.2. – Foco Total no Cliente ............................................................................. 51 7.2.1. – Central de Atendimento ao Cliente ................................................. 52 7.2.2. – SAC e Telemarketing ...................................................................... 52 7.2.3. – Clube do Caminhoneiro ................................................................. 52 7.2.4. – Caravana da Mercedes-Benz ........................................................ 53 7.2.5. - Programa de Certificação Profissional .......................................... 53 7.2.6. – Programa SIC de Vendas ............................................................... 53 7.2.7. – Programa C.Sales ........................................................................... 54 7.2.8. – Programa C-Service ...................................................................... 54 7.2.9. – Programa C-Service ...................................................................... 54 7.3. – Programas de Aperfeiçoamento da Rede .............................................. 54 7.3.1. - Dealer Standard .............................................................................. 54 7.3.2. - Certificação Star Class ………………………………………………… 55 7.3.3. – Truck Plus ………………………………………………………………. 55 7.3.4. – Programa Multiclube …………………………………………………... 56 7.3.5. – Center Bus ……………………………………………………………… 56 CAPÍTULO VIII.................................................................................................. 61 A REINVENÇÃO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO....................... 61 8.1. – A Evolução traz a Revolução ................................................................ 61 8.2. – O Viagra do Marketing de Relacionamento ........................................... 62 78 8.3. – Cliente Marketeiro .................................................................................. 65 CONCLUSÃO.................................................................................................. 69 BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 72 ÍNDICE............................................................................................................. 76 ANEXO 1 – FOTOS ……………………………………………………………….. 79 ANEXO 2 – FOTOS ……………………………………………………………….. 80 ANEXO 3 – FOTOS ……………………………………………………………….. 81 ANEXO 4 – FOTOS ……………………………………………………………….. 82 ANEXO 5 – FOTOS ……………………………………………………………….. 83 ANEXO 6 – FOTOS ……………………………………………………………….. 84 ANEXO 7 – FOTOS ……………………………………………………………….. 85 ANEXO 8 – FOTOS ……………………………………………………………….. 86 ANEXO 9 – FOTOS ……………………………………………………………….. 87 ANEXO 10 – FOTOS ………………………………………………………………. 88 ANEXO 11– FOTOS ……………………………………………………………….. 89 FOLHA DE AVALIAÇÃO.................................................................................. 92 79 ANEXO 1 FOTOS 50 ANOS DE HISTÓRIA DA MERCEDES-BENZ NO BRASIL Foto 1 - O primeiro caminhão do mundo construído em 1896 por Daimler e Maybach, na Alemanha. Foto 2 - Do trabalho iniciado por Daimler e Benz, na Alemanha, resultou a formação, em 1926, da Daimler-Benz AG. 80 ANEXO 2 Foto 3 - Do outro lado do Atlântico, Walter P. Chrysler, um apaixonado por mecânica, lançou, nos Estados Unidos, o primeiro automóvel com o nome Chrysler, o Chrysler Six, em 1924. Foto 4 – Slogan 50 anos em 2006: “Por você a gente não pára de inovar, Mercedes-Benz, 50 anos de Brasil. 81 ANEXO 3 HOMENS QUE FIZERAM A HISTÓRIA ANDAR EM QUATRO RODAS Foto 5 – Alfred Jurzykowski foi condecorado com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul. Permaneceu à frente da empresa se alternando como presidente e membro da diretoria até 1960. 82 ANEXO 4 Foto 6 – A cidade de São Paulo que abria suas portas para Jurzykowski, quando uma segunda linha de montagem, entrou em funcionamento na Moóca, tradicional bairro paulistano. Foto 7 – Inaugurada em 16 de abril de 1950, a linha produzia 10 veículos por dia. Foto 8 – Ainda em 1953, Jurzykowski concretizava seu objetivo comprando o terreno e mudando o nome da então Distribuidora Unidos do Brasil S.A., para fundar oficialmente, a Mercedes-Benz do Brasil S.A. 83 ANEXO 5 Foto 9 – Em 1956, Alfred Jurzykowski, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, inaugurava a fábrica de São Bernardo do Campo com a presença do então Presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek e o Governador do Estado de São Paulo, Jânio Quadros. Foto 10 – Em 1966, Alfred Jurzykowski falece e é agraciado postumamente pelo Governo Brasileiro com a Ordem do Rio Branco. 84 ANEXO 6 Foto 11 – Benz conseguiu no mesmo ano apoio financeiro dos investidores Max Rose e Friedrich Wilhelm Esslinger. Em outubro de 1883 fundaram a firma "Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik". Foto 12 – Começou com a construção de um veículo de concepção própria, ao qual integraria seu motor de quatro tempos à gasolina, em contraposição à Daimler que montava seu motor numa carruagem adquirida externamente. 85 ANEXO 7 Foto 13 – Este automóvel, pelo número de 1200 veículos produzidos, pode ser considerado o primeiro automóvel produzido em série. Foto 14 – A Chrysler foi constituída como corporação em Delaware, em 6 de junho de 1925, como sucessora da Maxwell Motor Car. Walter Chrysler foi o primeiro presidente do Conselho e da Companhia. Foto 15 – Nesse ano, a empresa apresentou o Chrysler Four Serie 58, cuja velocidade atingia 93 km/h. Mais de um milhão de pessoas visitaram o salão de exposição. Foto 16 – Veículo Dodge de 1928 86 ANEXO 8 Foto 17 – Gottlieb Daimler Foto 18– 1886: o inventor com seu primeiro carro motorizado; no volante seu filho Paul. Foto 19 – Primeiro carro motorizado 87 ANEXO 9 Foto 20 – Panhard e Levassor, representantes da Daimler na área de motores, iniciaram a evolução da indústria automobilística francesa. Na foto eles estão no primeiro carro da Daimler levado a Paris. Foto 21 – O primeiro automóvel de quatro rodas do mundo. 88 ANEXO 10 Foto 22 – Wilhelm Maybach Foto 23 – Em 1885, uma motocicleta de madeira, e no ano seguinte uma carruagem com o novo motor montado.. Foto 24 – Nice, 1901: o carro de corrida Mercedes, de 35 cv, com Werner Bauer ao volante; mais tarde ele foi motorista do imperador alemão Guilherme I 89 ANEXO 11 Foto 25 – Em 23 de junho de 1902 o nome "Mercedes" é registrado como marca. Emil Jellinek recebe em junho de 1903, autorização para usar o nome Jellinek-Mercedes. Foto 26 – No circuito de Semmer, em 1899: Emil Jellinek ao volante de um Daimler de 24 cv. Foto 27 – O carro motorizado de Daimler chamado " Mercedes ", de 1901, O veículo atingia uma velocidade máxima de 75 km/h. 90 ANEXO 12 A Foto 28 – J.F.CLARK, concessionária da Mercedes-Benz do Brasil, fundada em 1958 em São Gonçalo-RJ 91 ANEXO 13 Foto 29 – Evento comemorativo aos 50 anos da Mercedes-Benz Foto 30 – Momentos de atendimento ao cliente em seu show-room 92 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” Título da Monografia: A REINVENÇÃO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO NO SÉCULO XXI Autora: Norma Boechat Damaceno Lopes Data da Entrega: Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Conceito Final: