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Catequese Familiar
Catecismo 2
Guia do Animador Familiar
Etapa 1
Documento de Trabalho para
Paróquias Piloto
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Projecto de Catequese Familiar
Guia dos Animadores Familiares
Introdução
Caras(os) Animadoras(es) Familiares
Caras (os) Catequistas
A Catequese Familiar é um modelo de educação para a fé que integra plenamente o
sentido de conversão missionária da catequese, permitindo uma «transição» nos modos de
fazer catequese – entre aquilo que já estamos habituados a fazer e aquilo que chegaremos a
fazer, um dia – e realizando um novo paradigma da mesma. Vamos, agora, partilhar convosco o
que é que a Catequese Familiar nos propõe para a catequese das nossas comunidades de fé1.
1. Um modelo de educação para a fé
«A catequese familiar, portanto,
precede, acompanha e enriquece
todas as outras formas de catequese. (CT 68)
A família lugar da comunicação da fé, tantas vezes marginalizada por uma tradição que
«delegou» noutros – fora do âmbito familiar – a educação da fé, deve retomar o seu papel
insubstituível e transformar-se naquele lugar privilegiado – qual «Igreja doméstica» –, onde o
pai e mãe honram a sua condição de «primeiros catequistas». O caminho não é fácil, mas já vão
surgindo algumas experiências de Catequese Familiar como passos dados na valorização da rica
virtualidade da família como lugar de educação para a fé2.
1
Propomos-vos que aprofundeis o seu conhecimento com a leitura, e estudo, talvez em grupo, da obra «A
Catequese Familiar: reflexões e propostas de trabalho», da autoria do P. Vasco da Cruz Gonçalves e
editada em 2011 pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã. O P. Vasco Gonçalves trabalha
actualmente com a Dr.ª Maria Luísa Boléo e o Departamento de Catequese do SNEC na planificação,
desenvolvimento e implementação do projecto de CATEQUESE FAMILIAR que aqui vos apresentamos.
2
De referência é a CATEQUESE FAMILIAR chilena. Nasceu na arquidiocese de Santiago do Chile, estendendo-se
progressivamente às outras dioceses chilenas, logo após o Concílio, tendo o mérito de ser uma das primeiras
experiências deste tipo de catequese a transformar-se em actividade pastoral prioritária, a nível nacional. O seu
carácter popular, os efeitos que produziu e a sua vasta difusão, tornaram-na uma referência incontornável na
abordagem da CATEQUESE FAMILIAR.
Surgindo, inicialmente, como apoio à catequese infantil, a CATEQUESE FAMILIAR passou a centrar-se nos adultos
como os primeiros sujeitos do itinerário de evangelização e catequese. Esta CATEQUESE FAMILIAR tem
fundamentalmente três objectivos, sendo progressivamente desenvolvidos ao longo de dois anos: evangelizar os pais,
aproveitando a preparação dos filhos para a Primeira Comunhão; orientar as famílias para uma integração activa nas
suas paróquias, de preferência em CEBs; despertar e promover o compromisso social nos pais e nos filhos como fruto
da sua adesão a Cristo.
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Este modelo de Catequese Familiar permite um salto qualitativo na catequese e na
pastoral, já que aponta uma nova perspectiva pastoral, onde o centro da atenção passa dos filhos
para os pais, onde se percebe que os pais não estão presentes apenas com o intuito de ajudar os
filhos na sua iniciação cristã, mas porque sentem necessidade de amadurecer e aprofundar a sua
própria fé. Não é, pois, somente uma proposta para os adultos colaborarem na pastoral das
crianças, mas um verdadeiro processo de catequese que é, também, Catequese de Adultos, na
convicção de que esta garante, ao mesmo tempo, uma melhor eficácia no processo da iniciação
cristã dos filhos. São inúmeras as experiências e modelos deste tipo de catequese, porém,
procuraremos propor para a catequese da infância e adolescência a «forma fundamental que é a
catequese “familiar”, isto é, a catequese dos pais aos seus próprios filhos»3. Porque «a catequese
familiar precede, acompanha e enriquece as outras formas de ensinamento da fé. Os pais têm a
missão de ensinar os filhos a rezar e a descobrir a sua vocação de filhos de Deus. A paróquia é a
comunidade eucarística e o coração da vida litúrgica das famílias cristãs; é o lugar privilegiado
da catequese dos filhos e dos pais»4.
2. Por ocasião da preparação para os Sacramentos
Culturalmente excluída de quase todos os ambientes favoráveis à formação e
desenvolvimento da pessoa, a Igreja é instada a redescobrir um dos caminhos mais sólidos e
seguros para a formação dos seus filhos. Esse caminho foi apontado pelo Papa João Paulo II: a
Catequese Familiar, porque a actual e futura evangelização depende, em grande parte, da
Igreja doméstica5 que é o lugar privilegiado para a formação da pessoa. Neste sentido, a
responsabilidade dos pais e das mães é tão grande e tão crucial, que não se pode dar por
adquirida a sua fé ou, pelo menos, suficientemente desenvolvida e amadurecida face à missão
que lhes é confiada, para bem de toda a Igreja.
Assim, a proposta de Catequese Familiar, que agora introduzimos, torna possível realizar,
em família, uma catequese mais sistemática e especificamente de iniciação cristã, seguindo o
programa do itinerário aprovado pela Conferência Episcopal Portuguesa6 em Abril de 1988 e
renovado em Abril de 2005, portanto, já estabelecido e, neste caso, sempre em conjunto com a
paróquia. Desta forma, poderá transformar-se naquela vivência capaz de dar entusiasmo e força
à própria catequese paroquial que, voltada para a infância e a adolescência, vive sempre uma
sensação de relativa ineficácia, sobretudo quando falta o suporte familiar.
O próprio CELAM assumiu a promoção desta CATEQUESE FAMILIAR a nível da América Latina.
3
RH 19.
4
Catecismo da Igreja Católica, n. 2226.
5
Catequese Familiar. FC 52.
6
Como é sabido, trata-se de um itinerário para dez anos em que a Primeira Etapa (Catecismos 1 a 3) tem como meta
a inserção das crianças na comunidade de fé: descobrir e participar da vida da fé da Igreja, pedagogicamente
consubstanciada no programa de catequese e nos catecismos e guias do catequista que o desenvolvem e aplicam.
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Partindo da importância que alguns pais dão, ainda, à Primeira Comunhão de seus filhos,
assim como à Profissão de fé e ao Sacramento da Confirmação (Crisma), torna-se urgente
aproveitar essas circunstâncias para proporcionar, a pais e filhos, um período de formação cristã
intensiva. Os pais, na sua maioria, apresentam os filhos para se prepararem para os sacramentos,
porém, nós pretendemos mais: um caminho de iniciação cristã. Neste sentido, a nossa proposta
consiste em começar por acompanhar os pais, juntamente com os filhos, do primeiro ao terceiro
ano de catequese, primeira etapa da iniciação cristã, que termina com a celebração da Eucaristia.
Depois, paulatinamente, estender-se-á às outras etapas.
Tendo em conta a diversidade de famílias, devemos considerar que a escolha específica
do modelo de Catequese Familiar a adoptar constitui, apenas, um dos modelos possíveis e não
dispensa toda uma variedade de propostas locais que a aperfeiçoem de acordo com as situações
concretas das famílias, das comunidades de fé e das diversas dioceses.
3. Uma catequese familiar estruturada em quatro tempos
Esta proposta permite reformular a iniciação cristã das crianças, obrigando-a a sair do
esquema escolar em que, por vezes, acaba por cair. Envolvendo os pais, valoriza especialmente
a vivência cristã do Domingo. É um itinerário articulado em quatro momentos semanais, de
preferência ao Sábado ou Domingo.
Materiais
Para tal, a Catequese Familiar pode contar com os seguintes subsídios:
- Guias do Catequista 1 a 3;
- Catecismo das crianças 1 a 3;
E ainda, especificamente para a Catequese Familiar:
- Guia do Animador Familiar (este mesmo volume) 1 a 3: trata-se de um subsídio para
a Catequese de Adultos, a realizar com os pais, e também para o Catequista das
crianças, que trabalha com estas na paróquia.
- Guia dos Pais 1 a 3: trata-se de um auxiliar para os pais na sua conversa ou diálogo
com os filhos, em casa.
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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EM PREPARAÇÃO
O texto deste documento digital
para Paróquias Piloto
corresponde à preparação
desta edição
Já disponível nas Livrarias Diocesanas
[email protected]
Material de apoio disponível para a Catequese Familiar
Edições do Secretariado Nacional da Educação Cristã
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Plano Geral de Trabalho
Etapas para o 2º ano de Catequese
«Ensina-nos a rezar»
Setembro
Mês
Encontro Introdutório
Etapa
Tema
1
A nossa família quer continuar
a conhecer Jesus…
escutando-O
2
A nossa família quer continuar a
conhecer Jesus…
amando, respeitando, dizendo a
verdade e obedecendo como Ele
3
A
nossa
família
quer
continuar a conhecer Jesus…
o Deus connosco
4
Com Jesus a nossa família
aprende a rezar
5
Com Jesus a nossa família
aprende a rezar o «Pai Nosso»
6
Com Jesus a nossa família
reza e confia em Deus Pai
7
Uma família de baptizados
celebra a ressurreição de Jesus
8
9
Pelo baptismo recebemos o
Espírito Santo, entramos na
família de Jesus e somos
irmãos
A nossa família celebra, em
Igreja, a Festa do «Pai-Nosso»
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Tempo
(datas)
1
2
3
4
1
2
3
4
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2
3
4
1
2
3
4
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3
4
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2
3
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Plano Geral de Trabalho
Organização Mensal da Catequese Familiar
Quatro Tempos
Tempo 1 (na paróquia, duas vezes por mês)
Animadores
Familiares
- Encontro dos pais (Catequese de Adultos):
Tem como primeiro objectivo a descoberta da fé dos adultos, que acontece num grupo
de pais orientado por um animador ou casal animador:
De preferência
com a
colaboração dos
catequistas das
crianças
Como segundo objectivo fornece aos pais sugestões para comunicar, em família, o que
foi amadurecido no grupo.
Assim, é proposto aos pais um itinerário de Catequese de Adultos, mas ao ritmo das
etapas do catecismo dos seus filhos (na prática, seguindo o programa dos respectivos
catecismos da infância: 1 a 3; o Guia dos Pais ajuda-os a encontrar a melhor pedagogia
para falar dessa experiência com os filhos).
Tempo 2 (em casa, ao longo do mês)
Pai e/ou Mãe
- Diálogo em família: no encontro dos pais foram-lhes oferecidas algumas propostas
simples, assim como materiais de apoio, procurando prepará-los para a sua missão de
testemunhar a fé aos filhos, com momentos próprios de diálogo, de oração e de
confronto com a vida, muito em torno do catecismo das crianças e das actividades
formativas que este já propõe.
O diálogo em família, entre pais e filhos, é o momento central de toda a
CATEQUESE FAMILIAR. Aliás, esta está estruturada de forma a potencializar e
tornar o diálogo familiar verdadeiramente fecundo.
Este momento é, naturalmente, aberto aos demais membros da família – irmãos, avós –
e, por vezes, estende-se a uma vivência que envolve todo o lar.
Tempo 3 (na paróquia, duas vezes por mês)
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Catequistas das
crianças
− Encontro das crianças: acontece na paróquia e é organizado de modo a poder estender-se, pelo menos, por um período de duas horas e marcado para uma data sempre
sucessiva ao diálogo em família.
Num primeiro momento, calmo e agradável: Deve ser possível garantir, antes de
mais, um digno acolhimento das crianças, para as fazer sentir-se bem, em grupo e à
vontade, fazendo uma experiência de aceitação e participação no grupo, como
comunidade.
Num momento, profundo e extenso: Depois, o catequista trabalha para dar a
possibilidade de todas, e cada uma das crianças, partilharem o que viveram em
família: esta é a mais importante indicação pedagógica para o Encontro das crianças! O
papel do Catequista consiste, sobretudo e essencialmente, em dar a palavra às crianças,
em as orientar e motivar para partilharem aquilo que realizaram e aprenderam em casa.
Em caso algum se pretende que o Catequista realize um encontro de catequese
«tradicional», mesmo com a boa intenção de colmatar as eventuais falhas dos pais. É
evidente que o Catequista estudou e preparou este encontro a partir do Guia do
catequista, como o fará qualquer outro catequista, mas a sua intenção é a de se preparar
para interrogar as crianças – animando-as a partilhar e a mostrar o que fizeram e
aprenderam com os pais – a combinar aquilo que cada uma vai dizendo com os
contributos das outras crianças e a, eventualmente, chamar a atenção para um aspecto
ou outro que, sendo importante, não foi referido. Desse mesmo guia também retirará
algumas ideias para envolver as crianças, que ainda são pequenas: cantar, fazer um
desenho que mostre o que trabalharam em casa, mostrar os recortes, desenhos ou
pinturas feitos no e com o catecismo, em casa, … Este momento de partilha é concluído
de uma forma muito especial: escutando Jesus, que nos fala através da Palavra. Agora,
a Palavra é lida em grupo, como experiência de Igreja: bem lida, lida de uma forma bela
e estimulante… e é escutada de formas diversas: em silêncio, numa leitura conjunta,
encenada… E aprende-se a fazê-la chegar ao nosso coração e à nossa inteligência.
É imprescindível que os Catequistas compreendam que as crianças – mesmo quando os
pais não têm grande cultura geral ou preparação catequética (embora, naturalmente, este
projecto de Catequese Familiar a garanta, tanto quanto possível) – aprendem muito mais
e muito melhor quanto estão em casa, envolvidos, com os pais, numa tarefa e numa
experiência que é importante para ambas as partes, do que num grupo de catequese
assistido pelo melhor e mais bem preparado dos catequistas: em primeiro lugar, pela
relevância emocional do momento (as crianças amam muito e confiam profundamente
nos pais), depois, pela descontracção e intimidade já existentes entre ambos, quase sem
barreiras à comunicação; finalmente, pela concentração da atenção que se dá quando
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uma única criança (ou talvez o grupo de irmãos) interage directamente com um adulto
que a conhece melhor do que ninguém e, certamente, também a ama de uma forma
muito especial.
Num momento particularmente emotivo e bem preparado, levado a cabo sem
pressas: para rezarmos juntos. Neste momento o catequista também combina as
sugestões deste Guia dos Animadores Familiares com as sugestões do Guia dos
Catequistas.
Nos encontros podem estar presentes, e intervir activamente, o pároco, pais voluntários,
Parceiros na
catequese
jovens, ministros da Eucaristia, os avós ou outras pessoas que possam fazer equipa com
o catequista e que, assim, dão o seu contributo «carismático» específico (caritativo,
musical, lúdico, etc.). É um momento frutuoso, depois de um bom diálogo em família, e
deve ser seguido por outro momento, em que a criança regista num caderno, ou num
«Diário de Bordo», a sua vivência: com desenhos, com palavras, com frases,
acompanhando as competências de literacia que vão sendo aprendidas na escola, mas
sempre a partir dos interesses das crianças.
Tempo 4 (na paróquia, no final de cada mês)
Viver plenamente
a eucaristia:
−
O Domingo: os pais encontram-se, guiados pelo pároco/catequista/casal animador,
para uma avaliação da experiência feita em família e para aprofundar as questões
Todos juntos, em
comunidade!
abertas. Entretanto, as crianças preparam uma oração, um gesto, ou um sinal para
manifestar na Missa alguma coisa do caminho feito e envolvendo a assembleia. Esse
gesto decorre da Expressão de Fé da própria catequese.
−
Este encontro acontece ao Domingo cerca de duas horas antes da celebração da
Eucaristia. Previamente combinado com os pais, pode ser no Sábado à tarde ou no
Domingo à tarde.
Este quarto tempo é o mesmo que o segundo encontro dos pais e das crianças na
paróquia.
Os recursos
Recursos
humanos: bons
catequistas
Para que se realize eficazmente esta catequese mensal, em quatro tempos diferentes, são
indispensáveis catequistas dotados de competência para este tipo de catequese. E,
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sem dúvida, que a formação de catequistas tem de ser o primeiro grande passo desta
proposta. Portanto, animador ou casal animador para o grupo de pais e um catequista para
o grupo das crianças, sendo fundamental a coordenação entre um e outros para que o
trabalho em família seja frutuoso. Deste modo, um trabalho de planificação e de partilha,
feito em conjunto, é absolutamente necessário.
Tal como fomos referindo são também indispensáveis para este trabalho os subsídios, tais
Usar bem os
materiais,
preparar-se
como: o guia dos pais, o guia do animador/catequista e o catecismo da criança. Estes
devem ser estudados com atenção e complementados sempre que disso resulte um
benefício para a catequese.
Todo o
potencial da CF
O critério de fundo é colocar no centro a família, e não só as crianças, privilegiando os
adultos, a partir do seu papel de pais. É-lhes proposto um caminho ritmado pela iniciação
cristã dos filhos, mantendo-se, assim, o percurso da catequese tradicional (infantil, mas
não infantilizante), permitindo, todavia, a abordagem de questões fundamentais que os
próprios pais formulam enquanto adultos. Para tal, é necessária uma reformulação –
mas não uma substituição – do itinerário, segundo a dinâmica dos quatro tempos,
processo que, de seguida, se apresenta.
Esta perspectiva da catequese faz com que se vá deslocando a objectiva dos filhos para os
pais, das crianças para os adultos, colocando ao centro do projecto catequético uma
Catequese de Adultos
A CATEQUESE FAMILIAR aposta numa autêntica renovação da catequese, porque é
uma acção de grande relevância cultural, incidindo na mentalidade dos pais, tantas vezes
alheia ao evangelho, estando as comunidades conscientes de que «uma fé que não se torne
cultura é uma fé não plenamente acolhida, internamente pensada e fielmente vivida»7.
Esta proposta requer coragem e decisão: a coragem de um exame de consciência e a
interpretação dos novos caminhos, não tanto para nos «recompormos de posições perdidas»,
mas como «profecia cristã». O seu objectivo final é garantir que as comunidades de fé são vivas
e catequizadas, capazes de catequizar.
Votos de um excelente trabalho, na esperança de muitos e bons frutos!
7
JOÃO PAULO II, Ai participanti al Congresso Nazionaledel Movimento EclesialediImpegnoCulturale. Fede e cultura
elevano a valore disalvezza Cristiana (16 gennaio), in «Insegnamentidi Giovanni Paolo II», V, 1 (1982), ed. Libreria
Editrice Vaticana, Cittàdel Vaticano 1982, p. 685.
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Encontro Introdutório:
Avaliar para prosseguir
Objectivo:
Partilhar a vivência em família da proposta para férias (catequeses 29 e 30 do Catecismo 1):
como conversaram e reflectiram sobre «Jesus está sempre connosco» e «Viver de mãos dadas
com Jesus… nas férias»; avaliação da caminhada realizada ao longo do primeiro ano;
programação do segundo ano e proposta de diálogo em família.
Critérios para avaliação e partilha entre pais
Encontro de pais:
•
O que é que te tocou mais e encontras de útil nos encontros de pais?
Diálogo em família:
•
O que é que mais gostaste no momento do diálogo em família?
•
Que questões ficaram em aberto?
•
Se alguém não viveu ainda o momento em família, o que pensa deste momento?
Catequese na paróquia:
•
Como é que os vossos filhos estão a viver o seu momento de catequese?
•
O que é que vos contaram em casa?
A avaliação é realizada em pequenos grupos para que todos possam intervir. Um elemento de
cada grupo toma nota das partilhas para apresentar em assembleia.
O Animador:
- prepara uma folha, cartaz ou projecção com as perguntas (as que referimos acima podem ser
adaptadas e ampliadas) a partir das quais o grupo fará a sua avaliação;
- determina o tempo de trabalho de grupos (30-45 min.);
- toma nota dos aspectos positivos e negativos de cada momento do itinerário e das sugestões
para melhorar;
- no final, ajudará a perceber os pontos fortes do grupo e a encontrar eventuais soluções para os
pontos mais débeis e possíveis tensões. Portanto, avaliar para prosseguir.
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No final, o animador recomenda aos pais que, no diálogo em casa, devem preparar os
filhos para uma caminhada de mais um ano, apresentando-lhes o catecismo do 2º Ano e
conversando com eles sobre a primeira catequese: «De novo juntos com Jesus».
1ª Etapa:
A nossa família quer continuar a conhecer Jesus…
escutando-O
Inicia-se o percurso de catequese do 2º ano, com o 1º Bloco… até ao Natal de Jesus.
Esta 1ª fase é marcada pelo desejo do encontro com Jesus e de aprofundarmos o seu
conhecimento. «Queremos conhecer Jesus» torna-se o lema deste Bloco que tem como
objectivos:
- Conhecer um acontecimento, uma Pessoa que, sendo semelhante a nós, gostamos de
escutar e de seguir como modelo;
- Ser motivado, em família, para, com Ele, amar, respeitar, obedecer e dizer a verdade, na
catequese, em família, na escola, no trabalho e na comunidade a que pertencem.
- Receber a apresentação de Jesus como Filho de Deus, o Deus connosco.
- Compreender que, pela sua encarnação, Deus dá-nos Jesus; e Maria, sua Mãe, é bendita
entre as mulheres.
Objectivo:
Motivar os pais para a continuação da caminhada por mais um ano e apelar para a sua
responsabilidade insubstituível nesta caminhada de fé, levando-os a tomarem consciência do seu
compromisso no momento do matrimónio e do baptismo dos seus filhos; fortalecer a fé em
Jesus, voltando a temas já abordados no 1º ano: reconhecer Jesus como o Filho amado de Deus;
a Bíblia como Palavra de Deus; a importância de escutar Jesus; a oração expressão da fé em
Jesus.
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Leitura integrada:
No guia do catequista «Ensina-nos a Rezar», pp. 31-60.
No Catecismo da Criança «Ensina-nos a Rezar», pp. 9-20.
Semana
Pais
(na paróquia)
Filhos
(na paróquia)
Família
(em casa)
OUTUBRO
1ª
2ª
De novo juntos com
Jesus
- Sugestões para o
diálogo em família
A missão dos pais:
primeiros catequistas
- Síntese do diálogo em
família
De novo juntos com
Jesus
“Este é o meu Filho
muito amado”
Escutar Jesus
3ª
4ª
Domingo em família
A família na família
cristã vivendo o Dia do
Senhor
- Sugestões para o
diálogo em família
Ao encontro de Cristo
- Síntese do diálogo em
família.
“Este é o meu Filho
muito amado”
Escutar Jesus
1ª Semana
Diálogo em família (preparado na reunião introdutória)
Como alguns pais poderão estar na catequese pela primeira vez, mas mesmo para aqueles
que vão para o 2º ano de caminhada, seria bom voltar a explicar adequadamente o que se
pretende, assim como a estrutura e utilização dos materiais (Guia dos Pais e Catecismo da
criança).
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Explicar aos pais que devem ler, ter presente e reflectir os parágrafos de
Aprofundamento do Tema que iniciam cada catequese ou conjunto de catequeses, no seu
GUIA. Esses pequenos textos ajudam-nos a recordar a partilha feita entre casais e animadores
familiares e a ter presente o que devem transmitir aos filhos.
Chamar-lhes igualmente a atenção para os textos Em Família, que acompanham cada
uma das catequeses no Catecismo da criança e que ajudam os pais a reflectir e a encontrar
algumas oportunidades de alimentar a educação para a fé dos seus filhos.
No encontro introdutório, o animador do grupo de pais deve ajudá-los, seguindo o Guia
dos Pais, a preparar o diálogo em casa à volta da 1ª catequese: «De novo juntos com Jesus».
Os pais devem fazer este diálogo em casa com os filhos na consciência de que, mais do
que as palavras que digam, é de suma importância o que fazem e como fazem. Daí que a relação
com Jesus Cristo não se diz, mas vive-se. Se os pais aprofundarem, sempre de novo, esta
relação apaixonada por Jesus, com facilidade contagiarão os seus filhos. Portanto, voltemo-nos
de novo para Cristo transfigurado, no Seu amor de crucificado e ressuscitado.
Ao longo da semana seria muito bom que os pais encontrassem um momento para, com o
filho(a), verem o álbum do baptismo ou, à falta deste, algumas fotos. Poderiam contar ao(à)
filho(a) esse acontecimento e porque escolheram o nome que lhe foi atribuído no baptismo.
2º Semana
Na Paróquia
A segunda semana é marcada pela vinda da família à paróquia para viver um momento de
formação. Os filhos têm a sua primeira sessão de catequese 1, «De novo juntos com Jesus»,
orientada pelo(a) catequista; numa outra sala, os pais reúnem-se para trocarem experiências e
crescerem na fé. O animador, ou casal animador, está como um entre os outros adultos, como
companheiro de caminhada, tendo como finalidade coordenar os tempos, provocar a partilha de
experiências e propor a Palavra de Deus, concluindo com o seu aprofundamento.
O Encontro de Pais começará sempre pelo momento da PARTILHA DA EXPERIÊCIA
TIDA EM CASA, NO DIÁLOGO COM OS FILHOS: partilhando amplifica-se a experiência,
aprende-se com os outros, celebra-se a descoberta e reforço da fé. O animador recorda a
importância de partilhar, procura apoio nas dificuldades e convida, sobretudo, os pais a
exprimirem-se. Em caso de necessidade, tiram-se dúvidas e dão-se as sugestões que forem
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pedidas. No fim, pode fazer-se uma breve síntese, ressaltando os aspectos mais positivos, a
evolução que se vai testemunhando.
O animador, depois de levar o grupo a fazer a Experiência Humana que é proposta neste
guia, ilumina-a com a Palavra de Deus que traz luz, ajuda a encontrar sentido e reorienta essa
mesma Experiência tantas vezes alheia à lógica do Evangelho.
I. Encontro de Pais:
A missão dos pais: primeiros catequistas
EXPERIÊNCIA HUMANA
Trabalho em pequenos grupos – 20 min.
Após o acolhimento devido e a oração inicial, os pais reúnem-se em pequenos grupos e,
tendo em conta que o Baptismo dos filhos foi um acontecimento solene onde eles assumiram
um compromisso, reflectem a partir das seguintes questões:
Porque é que escolheste esse nome para o teu filho (a tua filha)? Porque lhe foi dado o
nome logo no início da celebração do Baptismo? Como recordas o Baptismo do teu filho (da tua
filha)? Como é que tens vivido o compromisso que assumiste no momento do Baptismo do teu
filho (da vossa filha)?
REFLECTINDO
Em assembleia: partilha e aprofundamento – 15 min.
Os vários grupos partilham, em assembleia, o fruto da sua reflexão.
Partindo da partilha dos pais, o animador exorta-os a levarem por diante o compromisso
que assumiram, lembrando que este ano continuamos o caminho formativo que os ajudará a
descobrir, cada vez mais, o Evangelho, com o objectivo de o transmitirem aos seus filhos. É
uma ajuda para personalizar o compromisso de educarem cristãmente os filhos que Deus lhes
deu e que assumiram logo na celebração do matrimónio. Personalizar também a profissão de fé
cristã que, como pais, fizeram no momento do Baptismo.
«Lembrais-vos do momento do Baptismo dos vossos filhos, sobretudo o momento inicial,
quando apresentastes o vosso filho(a) para ser baptizado(a). De forma solene, no início do rito
do baptismo perguntaram-vos: “que nome dais ao vosso filho(a)?”. Quando nasceram os vossos
filhos, uma das primeiras coisas que fizestes por eles foi a escolha do nome.
Mas associada à escolha do nome estava a pergunta seguinte: recordais qual é? (Que
pedis à Igreja de Deus para N.?) E vós respondestes? (o Baptismo). Então o celebrante
dirigindo-se a vós, pais, disse:
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«Caríssimos pais: pedistes o Baptismo para o vosso filho (a vossa filha). Deveis educa-lo
(educa-la) na fé, para que, observando os mandamentos, ame a Deus e ao próximo, como
Cristo nos ensinou. Estais conscientes do compromisso que assumis?».
E vós respondestes? (Sim, estamos).
O animador faz o aprofundamento tendo em conta os seguintes aspectos:
1. O nome
Ninguém nasce com um nome, ninguém o escolhe: o nome foi-nos dado por alguém que
nos precede e acolhe. Sem nome as coisas não existem: dando um nome reconhece-se,
identifica-se, cria-se uma relação (ex. as criancinhas dão um nome aos seus brinquedos, aos
animais…). A Bíblia narra que, desde a criação, Adão foi chamado por Deus para dar um nome
a todos os seres vivos, para que se cumprisse a passagem do caos desordenado ao cosmos
ordenado (cf. Gn 2, 18-20). Dar um nome é dizer: «há também espaço para ti, foste acolhido,
tens uma originalidade e identidade, és único». Dar um nome é fazer com que o outro se sinta
em casa e esteja feliz pelo dom da sua vida.
«Também eu fui (ou posso vir a ser) chamado por Cristo, a começar por aquele acontecimento
que deu um rumo novo à minha vida e no qual Ele, após pronunciar o meu nome, me disse:
“Eu te baptizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”
Quando estas palavras nos foram ditas, a grande maioria de nós era ainda demasiado novo para
se aperceber do seu alcance significativo. Mas, mesmo para quem foi baptizado mais tarde, vale
a pena reviver o que então se passou. A começar pelo meu nome, pelo qual sou chamado. Ao
pronunciá-lo, Deus diz-me: “Chamei-te pelo teu nome, tu és meu (Is 43, 1)”. Isto é, “Deus
conhece-me; Ele aceita-me como Seu e acolhe-me para sempre na minha inconfundível
unicidade.”
E acolhe-me para me fazer participar da Sua vida. “Ser baptizado significa: a minha história de
vida pessoal mergulha na corrente do amor de Deus” – o amor que Ele manifestou sobretudo na
morte e ressurreição do seu Filho Jesus Cristo.
Por isso nos pergunta São Paulo: Não sabeis que todos nós, que fomos baptizados em Cristo
Jesus, fomos baptizados na sua morte? E acrescenta: Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados
com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos para glória do
Pai, também nós caminhemos numa vida nova (Rom 6, 3-4). Isto é, pelo Baptismo Jesus
actualiza em mim o Seu amor de crucificado e ressuscitado: associa-me à Sua morte, levandome a morrer para o pecado, e à Sua ressurreição, para ter uma vida que há-de culminar na minha
própria ressurreição.
E porque desde então Lhe pertenço, por isso passei a ser identificado por um nome que vem do
Seu: cristão, isto é, de Cristo – o nome de que me orgulho, à maneira do que possivelmente
sinto com o sobrenome dos meus pais que, pelo que deles recebi, fazem parte da minha vida».
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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D. Anacleto Oliveira, Cristo em vós: a esperança da glória. Carta Pastoral, n. 29, pp. 40-41
2. Os pais são os primeiros educadores da fé dos próprios filhos
Através de uma leitura e análise atenta de um ou outro dos seguintes textos do magistério,
levar os pais a apurarem a consciência do compromisso que assumiram no Baptismo dos seus
filhos:
«Os pais são os primeiros educadores na fé. Juntamente com eles, sobretudo em certas
culturas, todos os membros da família têm uma tarefa activa, em vista da educação dos
membros mais jovens. É necessário determinar mais concretamente em que sentido a
comunidade cristã familiar é “lugar” de catequese.
A família foi definida como uma “Igreja doméstica”; isto significa que em toda a família
cristã se devem reflectir os diferentes aspectos ou funções da vida de toda a Igreja:
missão, catequese, testemunho, oração, etc... De fato, a família, da mesma forma que a
Igreja, “deve ser um espaço onde o Evangelho é transmitido e donde o Evangelho
irradia”. A família como “lugar” de catequese, tem uma prerrogativa única: transmite o
Evangelho, integrando-o no contexto de profundos valores humanos. Com esta base
humana, é mais profunda a iniciação na vida cristã: o despertar para o sentido de Deus, os
primeiros passos na oração, a educação da consciência moral e a formação do sentido
cristão do amor humano, concebido como reflexo do amor de Deus Criador e Pai. Em
resumo: trata-se de uma educação cristã mais testemunhada do que ensinada, mais
ocasional do que sistemática, mais permanente e quotidiana do que estruturada em
períodos. Nesta catequese familiar, torna-se cada vez mais importante a contribuição dos
avós. A sua sabedoria e o seu sentido religioso são muitas vezes decisivos para favorecer
um clima realmente cristão» (DGC 255).
«A acção catequética da família tem um carácter particular e, em certo sentido,
insubstituível, justificadamente posto em evidência pela Igreja, de modo especial pelo
Concílio Vaticano II. A educação para a fé, feita pelos pais — a começar desde a mais
tenra idade das crianças — já se realiza quando os membros de determinada família se
ajudam uns aos outros a crescer na fé, graças ao próprio testemunho de vida cristã muitas
vezes silencioso, mas perseverante, no desenrolar da vida de todos os dias, vivida
segundo o Evangelho. Torna-se ainda mais marcante quando, ao ritmo dos
acontecimentos familiares — como por exemplo a recepção dos Sacramentos, a
celebração de grandes festas litúrgicas, o nascimento de um filho, um luto — se tem o
cuidado de explicar em família o conteúdo cristão ou religioso de tais acontecimentos.
Importa, porém, ir ainda mais longe: os pais cristãos hão-de esforçar-se por prosseguir e
retomar no ambiente familiar, a formação mais metódica que é recebida noutras partes.
Só o facto de determinadas verdades sobre os principais problemas da fé e da vida cristã
serem retomadas num quadro familiar, impregnado de amor e de respeito, fará muitas
vezes que elas marquem as crianças de maneira decisiva para toda a vida. E os próprios
pais beneficiarão do esforço que isso lhes impõe, porque nesse diálogo catequético cada
um recebe e dá alguma coisa.
A catequese familiar, portanto, precede, acompanha e enriquece todas as outras formas de
catequese. Por outro lado, naquelas partes onde uma legislação anti-religiosa pretende
impedir a educação para a fé, e onde a incredulidade difundida ou o secularismo
avassalador tornam praticamente impossível um verdadeiro crescimento religioso, a
família, essa «como que Igreja doméstica», acaba por ser o único meio onde as crianças e
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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os jovens poderão receber uma autêntica catequese. Sendo assim, nunca serão demais os
esforços que fizerem os pais cristãos para se prepararem para este ministério de
catequistas de seus próprios filhos e para o exercerem com zelo infatigável. Nesta linha é
preciso encorajar também as pessoas ou instituições que, mediante contactos individuais,
encontros, reuniões e recurso a toda a espécie de meios pedagógicos, ajudam os pais a
cumprirem a sua missão: prestam à catequese um serviço inestimável» (CT 68).
«No conjunto daquilo que é o apostolado evangelizador dos leigos, não se pode deixar de
pôr em realce a acção evangelizadora da família. Nos diversos momentos da história da
Igreja, ela mereceu bem a bela designação sancionada pelo Concílio Ecuménico Vaticano
II: "Igreja doméstica". Isso quer dizer que, em cada família cristã, deveriam encontrar-se
os diversos aspectos da Igreja inteira. Por outras palavras, a família, como a Igreja, tem
por dever ser um espaço onde o Evangelho é transmitido e donde o Evangelho irradia.
No seio de uma família que tem consciência desta missão, todos os membros da mesma
família evangelizam e são evangelizados. Os pais, não somente comunicam aos filhos o
Evangelho, mas podem receber deles o mesmo Evangelho profundamente vivido. E uma
família assim torna-se evangelizadora de muitas outras famílias e do meio ambiente em
que ela se insere. Mesmo as famílias surgidas de um matrimónio misto têm o dever de
anunciar Cristo à prole, na plenitude das implicações do comum baptismo; além disso,
incumbe-lhes a tarefa que não é fácil, de se tornarem artífices da unidade» (EN 71).
«Na família, como numa igreja doméstica, devem os pais, pela palavra e pelo exemplo,
ser para os filhos os primeiros arautos da fé e favorecer a vocação própria de cada um,
especialmente a vocação sagrada» (LG 11)
«A família cristã é revelação e realização específica da comunhão eclesial e por isso pode
e deve chamar-se “Igreja doméstica”.
Todos os membros da família, cada um segundo o dom que lhe é peculiar, possuem a
graça e a responsabilidade de construir, dia após dia, a comunhão de pessoas, fazendo da
família uma “escola de humanismo mais completo e mais rico”» (FC 21)
«A missão educativa da família cristã como um verdadeiro ministério, através do qual é
transmitido e irradiado o Evangelho, ao ponto da mesma vida da família se tornar
itinerário de fé e, em certo modo, iniciação cristã e escola para seguir a Cristo. Na família
Consciente de tal dom, como escreveu Paulo VI, “todos os membros evangelizam e são
evangelizados” (cf. EN 71)» (FC 39).
ILUMINADOS PELO EVANGELHO
Leitura bíblica e reflexão, com a possibilidade dos participantes fazerem a sua
partilha – 20 min.
Em espírito de oração lê-se o texto Mc 9, 2-8.
Os pais podem ser para seus filhos o rosto mais visível de Deus e do Seu Filho Jesus
Cristo. Ver o Senhor transfigurado e transfigurar-se em Cristo significa viver como São Paulo:
«Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gl 2, 20). Os filhos precisam de sentir
isto nos pais pela sintonia entre o que ouvem e o que vêem. Os gestos são mais expressivos do
que muitas palavras, são mais convincentes.
Para convencer os discípulos de que vale a pena segui-Lo, Jesus subiu com os três mais
íntimos a «um alto monte», onde é maior a proximidade de Deus para aí ser transfigurado. A
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cena é tão fascinante, e simultaneamente tão densa, que mostra aos discípulos, aos pais
hesitantes, tímidos ou descompreendidos, que vale a pena arriscar a subida. Porque «quem
quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la, mas quem perder a sua vida por causa de mim e do
Evangelho, há-de salvá-la» (Mc 8, 35). Esta é a palavra que Deus nos convida a interiorizar,
quando, depois de nos ter apresentado o «Seu Filho muito amado», conclui: «Escutai-O»…
deixando-se apaixonar por Ele, seguindo-O na sua paixão, no amor que só é autêntico, quando é
sofrido, apaixonado. (Ver Guia do Catequista, p. 32).
O encontro termina com as sugestões para o diálogo em família sobre a catequese seguinte «Este é o meu filho muito amado/Escutar Jesus» -, tal como vem sugerido no Guia dos Pais.
Entretanto, avivar nos pais a consciência da importância da oração em família. Remeter para o
quadro que vem em anexo, «Ensinemos-lhes a rezar», a ter presente em várias catequeses ao
longo deste ano.
II. Catequese das crianças:
De novo juntos com Jesus
Se o acolhimento é fundamental na catequese, neste primeiro encontro deve dedicar-selhe uma atenção muito especial. O catequista deve ter presente os seguintes objectivos:
- Partilhar a vivência em família da proposta para férias (catequeses 29 e 30 do Catecismo
1): como conversaram e reflectiram com os pais sobre «Jesus está sempre connosco» e «Viver
de mãos dadas com Jesus… nas férias»;
- Levar as crianças a relatarem a vivência em casa e o diálogo com os pais acerca da
catequese 1, «De novo juntos com Jesus»;
- Fortalecer, pela admiração, a fé em Jesus;
- Dispor-se a vir sempre à catequese.
Para preparar e desenvolver, o(a) catequista segue o Catequese «De novo juntos com
Jesus», Guia do Catequista, pp. 31-40.
3ª Semana
Diálogo em família
Se os pais, porventura, descuidaram o espaço «especial» que lá em casa reservam para o
encontro com os filhos, tal como vem recomendado na introdução ao Guia dos Pais, convém
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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recomendar-lhes que o façam. A Bíblia continua a ter um lugar de destaque, porque é ela que
nos revela o Filho muito amado do Pai e é dela que nos vem a Sua Palavra que devemos
aprender a escutar.
Os pais dialogam com os filhos sobre as catequeses «Este é o meu filho muito amado» e
«Escutar Jesus», tal como vem sugerido no Guia dos Pais e seguindo o Catecismo da criança.
Os pais devem falar a seus filhos de Jesus Cristo da melhor forma que forem capazes;
devem, igualmente, falar-lhes da Bíblia porque é por Ela que o Senhor nos fala. Para tal basta
ter presente a caminhada do ano anterior.
A escuta do Senhor também se faz pelo exercício da oração em família. Os pais devem ter
presente as sugestões do quadro em anexo, «Ensinemos-lhes a rezar».
4ª Semana
Domingo em família
Nunca é demais relembrar que o Domingo em família tem como grande objectivo
despertar e desenvolver nas famílias e em cada um dos seus membros o sentido da vida
comunitária da fé, porque esta só pode ser vivida numa comunidade crente. Daí a importância
do acolhimento: é Cristo quem nos acolhe através de uma comunidade que acolhe a família e
através da própria família (que também tem as suas responsabilidades no seio da comunidade de
fé, tal como na sociedade) que é capaz de acolher o testemunho da comunidade crente. Isto não
significa que a família não viva todos os domingos como o Dia do Senhor, tendo no seu centro a
Eucaristia: aliás a vivência da Eucaristia é o objectivo final de todo o itinerário. Com a
valorização deste 4º Domingo como o Domingo em família, pretende-se enfatizar que a família
(da catequese familiar) deve sentir-se acolhida pela comunidade (a grande família), e
simultaneamente torna-se uma ocasião para a família dar o seu testemunho na e à comunidade
da sua caminhada de fé.
I. Encontro de Pais:
Ao Encontro de Jesus
EXPERIÊNCIA HUMANA
Trabalho em pequenos grupos – 20 min.
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Todos precisamos de determinadas condições para crescermos, também os nossos filhos.
Quais são as palavras, os gestos, as coisas que fazem crescer? Recordando o nosso tempo de
crianças… o que é que desejamos oferecer aos nossos filhos para que cresçam não só em
estatura, mas sobretudo em humanidade, para que sejam «lindos e sãos» por fora e por dentro?
REFLECTINDO
Em assembleia: partilha e aprofundamento – 15 min.
Os vários grupos partilham, em assembleia, o fruto da sua reflexão. Depois aprofunda-se:
o que tem a ver a fé com estas coisas acerca do crescimento? Reconhecemos em Jesus um dom
para poder crescer integralmente, nós e os nossos filhos? Em que sentido? Como o exprimimos?
Também Jesus cresceu. O seu crescimento humano, psicofísico e espiritual é referido em
LC 2, 52. Já nos debruçamos sobre o crescimento de Jesus numa catequese do 1º Ano.
Jesus preocupou-se sempre em ajudar a crescer a vida das pessoas: acolheu, encorajou,
curou, levantou, perdoou… Podemos reconhecer que o estilo de vida de Jesus foi sempre o
empenho em promover a vida, em favorecer a dos mais pobres, dos desprezados, abandonados,
excluídos e dos sem voz. É importante descobrir que a humanidade de Jesus é o dom maior que
Deus nos fez para crescermos «lindos e saudáveis» no coração.
ILUMINADOS PELO EVANGELHO
Leitura bíblica e reflexão, com a possibilidade dos participantes fazerem a sua
partilha – 20 min.
Em espírito de oração lê-se o texto Mc 9, 2-8.
As palavras de João Paulo II, na Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, n. 5, dizemnos que «No coração da catequese, encontramos essencialmente uma Pessoa: Jesus de Nazaré,
Filho único do Pai, que sofreu e morreu por nós e que agora, ressuscitado, vive connosco para
sempre. Catequizar é revelar, na Pessoa de Cristo, todo o desígnio eterno de Deus. É procurar
compreender o significado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele realizados».
E qual o seu fim? «Pôr em comunhão com Jesus Cristo: somente Ele pode levar ao amor
do Pai, no Espírito, e fazer-nos participantes na vida da Santíssima Trindade».
«“Este é o meu Filho muito amado. Escutai-O”
Foi esta a mensagem que os três discípulos, testemunhas da transfiguração de Jesus,
ouviram da voz que falou da nuvem, que o mesmo é dizer, de Deus (Mc 9, 7). É o auge da cena.
Pela audição é plenamente confirmado o que aos três era transmitido pela visão: naquela pessoa,
de vestes luminosas e entre duas figuras celestes, estava alguém em quem se condensavam as
fases mais representativas e mediadoras de Deus em toda a história da salvação documentada
pelo Antigo Testamento.
São quatro as passagens bíblicas que estão sintetizadas nesta breve, mas densíssima
revelação de Deus:
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– O Sl 2, 8, sobre o futuro Messias ou Ungido e o seu poder dado por Deus, com estas
palavras: “Tu és Meu Filho, Eu hoje te gerei”.
– Is 42, 1, com a apresentação, feita pelo próprio Deus, de uma figura profética a que
chama servo: “Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi”.
– Gn 22, 2, com a ordem dada por Deus a Abraão para lhe sacrificar o seu filho: “Pega no
teu filho, no teu único filho a quem tanto amas”.
– Dt 18, 15, com a promessa de Deus, transmitida por Moisés, de um profeta que seria, no
futuro, voz de Deus no meio do Seu povo: “O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós,
dentre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar”.
Quer isto dizer que conflui para Jesus Cristo toda a acção salvífica de Deus. Nele
concentra-se, de um modo único e inexaurível, a salvação com que Deus, desde Abraão, foi
mantendo vivo o seu povo. Cristo está no centro da história salvífica. É única a sua relação com
Deus. “O nome de Filho de Deus significa a relação única e eterna de Jesus Cristo com Deus
seu Pai: Ele é o Filho único do Pai e, Ele próprio, Deus. Crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus
é convicção necessária para ser cristão” (CIC 454)… e muito mais para ser catequista. Crer! De
que modo, por que caminho?
Do conhecimento ao anúncio
S. Paulo chama “conhecimento” ao seu encontro com Cristo ressuscitado, em que se situa
a sua conversão e vocação apostólica. Em Fl 3, 8 fala da “maravilha que é o conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor”. Em 2Cor 4, 6 vê nisso um acto do Deus Criador: “O Deus que disse:
«das trevas brilhe a luz» foi quem brilhou nos nossos corações, para irradiar o conhecimento da
glória de Deus, que resplandece na face de Cristo.”
Se o conhecimento de Cristo se deu no coração humano, quer dizer que conhecer é mais
um acto do coração do que do intelecto. De facto, na tradição bíblica, o conhecimento é acima
de tudo um processo afectivo. E entre nós, se pensarmos bem, não é diferente: conhecemos,
pelo menos melhor e de melhor vontade, aqueles a quem amamos e por quem somos amados.
Assim aconteceu com Paulo: a luz que Deus fez brilhar no seu coração, era a que brilhava
no rosto de Cristo morto e ressuscitado, a luz da ressurreição que pôs fim para sempre às trevas
do pecado e da morte, a luz do amor extremo, à escala divina.
Um amor que se apoderou de tal maneira dele, que a sua vida passou a ter nele todo o seu
sentido: passou a irradiar essa mesma luz através da palavra do Evangelho e de uma vida
marcada pela entrega em que esse mesmo amor brilhava com não menos intensidade.
O mesmo se passa connosco: “Deste conhecimento amoroso de Cristo brota o desejo de
O anunciar, de «evangelizar» e levar os outros ao «sim» da fé em Jesus Cristo.
Mas, ao mesmo tempo, faz-se sentir a necessidade de conhecer sempre melhor esta fé”
(CIC 429). Não há outro caminho para o catequista: o conhecimento de Cristo gera a
necessidade de mais conhecimento, de mais amor. E quanto mais d’Ele se conhecer, mais se
transmite… e se ama. E então sim: no centro da catequese está Cristo… a falar, a actuar e viver
naquele que O transmite» (Guia do Catequista, pp. 42-43).
Escutai-O: a Cristo, a Palavra da vida
«De vida porque de Deus: “Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais,
nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias que são os últimos, Deus falou-nos por
meio de seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por meio de quem criou o
mundo” (Heb 1, 1-2). “É Ele o Logos (termo grego para “Palavra”) que no princípio (sem
princípio) estava em Deus... e se fez carne e veio habitar entre nós” (Jo 1, 2. 14a).
E provou o que era, que “quem o vê, vê o Pai”. De que modo? “Com a sua presença e
manifestação pessoal, com as suas palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua
morte e gloriosa ressurreição, enfim, com o envio do Espírito de verdade, aperfeiçoa e completa
totalmente a revelação (de Deus) e confirma-a com o testemunho da vida, isto é, que Deus está
verdadeiramente connosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e nos ressuscitar
para vida eterna” (DV 4).
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Que Ele, Jesus Cristo, assim é, sabemo-lo por experiência própria, aliada à de tantos
outros que, desde séculos e até aos nossos dias, apostam n’Ele, a Ele se entregam e confiam e,
deste modo, adquirem uma vitalidade que se manifesta na vida que transmitem: pelo que dizem
e pelo que fazem. Uma vida em que as palavras estão em sintonia com as acções ou, se
quisermos, as acções se tornam palavras. Já foi assim com Ele: a Sua mensagem do Reino de
Deus teve o sucesso que teve, porque Ele próprio a viveu e transmitiu pelas suas acções. A
palavra na vida fez que a Sua vida fosse a palavra que transforma, vivifica, salva... até aos
nossos dias, nomeadamente:
A palavra que se tornou livro
A Bíblia nasceu da vida e para a vida. É fruto da vida do povo de Deus: Israel e a Igreja.
É a fixação por escrito das experiências e acontecimentos constitutivos da história do povo de
Deus. Uma fixação que teve como finalidade primeira alimentar a vida de todas as gerações que
se seguiram.
E assim acontece de facto: não há celebração alguma na Igreja em que se não faça uma ou
mais leituras da Sagrada Escritura. Se a isso juntarmos a leitura pessoal e em grupos, nas
circunstâncias mais diversas, podemos concluir: nem a Igreja, nem cada um dos seus membros,
podem viver sem a Palavra de Deus contida e transmitida pela Bíblia.
Ela é transmissora de vida, também e em última análise, através daqueles que, em Igreja e
individualmente, dela se alimentam e vivem. A vida que está na sua origem vai ganhando
sentido novo naqueles que a lêem, escutam... e põem em prática.
Se Jesus, em Mt 7, 24-27, nos chama a atenção para isso, é porque é imprescindível. Na
prática da vida é que as suas palavras se tornam num edifício inabalável. No texto em causa, são
as palavras a que habitualmente chamamos “Sermão da Montanha” (Mt. 5, 7), porque situadas
pelo evangelista no “Monte” (5, 1), isto é, no “lugar” mais próximo de Deus. A montanha é, em
todas as religiões, como que o eixo entre o céu e a terra, entre Deus e os homens. Quando Jesus
é transfigurado no alto do monte (Mt 17, 1-9), as primeiras palavras que dirige aos seus
discípulos, têm ou pretendem ter um efeito semelhante ao Seu, transfigurador, vivificante... para
a felicidade e a vida de quem as escuta, acolhe e põe em prática... e para que as suas palavras e
acções sejam fonte de vida.
Todo o catequista tem experiência disso: do bem, da felicidade, da vida que as suas
palavras podem produzir nos catequizandos... se as palavras que dizem forem vistas ao vivo no
seu comportamento, nas suas acções.
Para isso é fundamental uma leitura permanente da Palavra que se tornou Livro e, através
dele, um profundo contacto de fé com Aquele que é para nós a Palavra mais viva de Deus... a
Palavra da Salvação! » (Guia do Catequista, pp. 51-53)
Antes da oração final, que ilustra a catequese vivida, o animador dá indicações aos pais
para a abordagem do próximo diálogo em família, seguindo o Guia dos Pais.
Oração final
(texto do Prefácio da Oração Eucarística V/D)
«Deus fiel, Pai de misericórdia, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos
graças sempre e em toda a parte:
Porque nos destes o vosso Filho, Jesus Cristo, como nosso Senhor e Redentor. Ele foi
sempre misericordioso para com os pobres e humildes, os doentes e os pecadores e
aproximou-se dos oprimidos e dos aflitos.
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Com a sua acção e a sua palavra anunciou ao mundo que sois Pai e olhais com solicitude
por todos os vossos filhos».
II. Encontro das crianças
Este é o meu Filho muito Amado / Escutar Jesus
O catequista inicia a catequese promovendo, nas crianças, a partilha sobre o diálogo em
casa. A partir daí desenvolve e aprofunda a catequese tendo presente as duas catequeses do Guia
do Catequista, pp. 41-60: catequese 2 - «Este é o meu Filho muito amado»; catequese 3 «Escutar Jesus».
No final da catequese o(a) catequista prepara com as crianças uma partilha na Eucaristia
como expressão de fé da catequese. Fica um pouco à criatividade do(a) catequista. Porém,
partindo da 2ª proposta da Expressão de Fé da catequese 3, pp. 59 e 60 do Guia do Catequista,
na celebração da Eucaristia, no ofertório, acção de graças ou outro momento que decidirem ser
mais próprio, as famílias podiam beijar a Bíblia ou colocar uma flor junto da Palavra de Deus.
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2ª Etapa:
A nossa família quer continuar a conhecer Jesus… amando,
respeitando, dizendo a verdade e obedecendo como Ele
Objectivos
- Reconhecer a necessidade do amor e descobrir a proposta de amor feita por Jesus.
- Experimentar a alegria do amor e de ser amado, tomando consciência das diferenças, que
aprendemos a respeitar, como expressão de amor;
- Unir-se a Cristo no respeito para com todos;
- Verificar como é em família que somos mais autênticos e verdadeiros;
- Verificar como dizer a verdade nos faz felizes;
- Descobrir em Jesus a fonte da verdade, com base no amor e no respeito; comprometer-se a
dizer sempre a verdade; descobrir a alegria de obedecer, a partir da união com Deus.
No guia do catequista «Ensina-nos a Rezar», pp. 61-105
No Catecismo da Criança «Ensina-nos a Rezar», pp. 21-36
Semana
Pais
(na paróquia)
Filhos
(na paróquia)
Família
(em casa)
Novembro
1ª
2ª
Com Jesus quero amar
Com Jesus aprendo a
respeitar
- Sugestões para o
diálogo em família
O Amor e o respeito
pelo outro nasce na
família
- Síntese do diálogo em
família
Com Jesus quero amar
Com Jesus aprendo a
respeitar
Com Jesus quero dizer
a verdade
Obedeço como Jesus
3ª
4ª
Domingo em família
A família na família
cristã vivendo o Dia do
Senhor
- Sugestões para o
diálogo em família
O Esplendor da
Verdade vive-se em
família
- Síntese do diálogo em
família.
Com Jesus quero dizer
a verdade
Obedeço como Jesus
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1ª Semana
Diálogo em família
No diálogo em família, os pais, seguindo a proposta do Guia dos Pais sobre as catequeses
(4 e 5) e o Catecismo da criança, dialogam com os filhos sobre a importância de cultivar o
respeito e o amor pelos outros, sobretudo pelos mais pequeninos, motivando-os a viverem
gestos concretos para exprimirem o compromisso de quererem viver a respeitar e a amar.
2ª Semana
Na paróquia
I. Encontro de Pais:
O Amor e o respeito pelo outro nasce na família
EXPERIÊNCIA HUMANA
Trabalho em pequenos grupos – 20 min.
Em pequenos grupos, os pais procuram reflectir sobre a sua vida em família: será
marcada por um estilo evangélico? Podem partir das seguintes questões: A nossa família é lugar
que recebe e gera a vida em plenitude nas várias dimensões humanas e cristãs? Que tipo de
vínculos familiares, afectivos e religiosos alimentam o crescimento do casal e dos filhos?
REFLECTINDO
Em assembleia: partilha e aprofundamento – 15 min.
Reunidos em assembleia partilham as reflexões dos grupos. E aprofunda-se, a partir das
seguintes questões: Quais as dificuldades socioculturais que encontramos na transmissão das
formas de uma vida boa e de uma vida de fé? Que escolhas devemos fazer para que a família
seja espaço onde crescer em plenitude e graça de Deus?
Para ajudar ao aprofundamento o animador pode servir-se do seguinte texto da Familiaris
consortio:
Educar para os valores essenciais da vida humana
«Embora no meio das dificuldades da obra educativa, hoje muitas vezes agravada, os pais
devem, com confiança e coragem, formar os filhos para os valores essenciais da vida humana.
Os filhos devem crescer numa justa liberdade diante dos bens materiais, adoptando um estilo de
vida simples e austero, convencidos de que “o homem vale mais pelo que é do que pelo que
tem”.
Numa sociedade agitada e desagregada por tensões e conflitos em razão do violento
choque entre os diversos individualismos e egoísmos, os filhos devem enriquecer-se não só do
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sentido da verdadeira justiça que, por si só conduz ao respeito pela dignidade pessoal de cada
um, mas também e, ainda mais, do sentido do verdadeiro amor, como solicitude sincera e
serviço desinteressado para com os outros, em particular os mais pobres e necessitados. A
família é a primeira e fundamental escola de sociabilidade: enquanto comunidade de amor, ela
encontra no dom de si a lei que a guia e a faz crescer. O dom de si, que inspira o amor mútuo
dos cônjuges, deve pôr-se como modelo e norma daquele que deve ser actuado nas relações
entre irmãos e irmãs e entre as diversas gerações que convivem na família. E a comunhão e a
participação quotidianamente vividas em casa, nos momentos de alegria e de dificuldade,
representam a mais concreta e eficaz pedagogia para a inserção activa, responsável e fecunda
dos filhos no mais amplo horizonte da sociedade.
A educação para o amor como dom de si constitui também a premissa indispensável para
os pais chamados a oferecer aos filhos uma clara e delicada educação sexual. Diante de uma
cultura que “banaliza” em grande parte a sexualidade humana, porque a interpreta e a vive de
maneira limitada e empobrecida coligando-a unicamente ao corpo e ao prazer egoísta, o serviço
educativo dos pais deve dirigir-se com firmeza para uma cultura sexual que seja verdadeira e
plenamente pessoal. A sexualidade, de facto, é uma riqueza de toda a pessoa - corpo, sentimento
e alma - e manifesta o seu significado íntimo ao levar a pessoa ao dom de si no amor.
A educação sexual, direito e dever fundamental dos pais, deve actuar-se sempre sob a sua
solícita guia, quer em casa quer nos centros educativos escolhidos e controlados por eles. Neste
sentido a Igreja reafirma a lei da subsidiariedade, que a escola deve observar quando coopera na
educação sexual, ao imbuir-se do mesmo espírito que anima os pais.
Neste contexto é absolutamente irrenunciável a educação para a castidade como virtude
que desenvolve a autêntica maturidade da pessoa e a torna capaz de respeitar e promover o
“significado nupcial” do corpo. Melhor, os pais cristãos reservarão uma particular atenção e
cuidado, discernindo os sinais da chamada de Deus, para a educação para a virgindade como
forma suprema daquele dom de si que constitui o sentido próprio da sexualidade humana.
Pelos laços estreitos que ligam a dimensão sexual da pessoa e os seus valores éticos, o
dever educativo deve conduzir os filhos a conhecer e a estimar as normas morais como
necessária e preciosa garantia para um crescimento pessoal responsável na sexualidade humana.
Por isto a Igreja opõe-se firmemente a uma certa forma de informação sexual, desligada
dos princípios morais, tão difundida, que não é senão uma introdução à experiência do prazer e
um estímulo que leva à perda - ainda nos anos da inocência - da serenidade, abrindo as portas ao
vício» (FC 37).
A missão educativa e o sacramento do matrimónio
«Para os pais cristãos a missão educativa, radicada como já se disse na sua participação
na obra criadora de Deus, tem uma nova e específica fonte no sacramento do matrimónio, que
os consagra para a educação propriamente cristã dos filhos, isto é, que os chama a participar da
mesma autoridade e do mesmo amor de Deus Pai e de Cristo Pastor, como também do amor
materno da Igreja, e os enriquece de sabedoria, conselho, fortaleza e de todos os outros dons do
Espírito Santo para ajudarem os filhos no seu crescimento humano e cristão.
O dever educativo recebe do sacramento do matrimónio a dignidade e a vocação de ser
um verdadeiro e próprio “ministério” da Igreja ao serviço da edificação dos seus membros. Tal é
a grandeza e o esplendor do ministério educativo dos pais cristãos, que Santo Tomás não hesita
em compará-lo ao ministério dos sacerdotes: “Alguns propagam e conservam a vida espiritual
com um ministério unicamente espiritual: é a tarefa do sacramento da ordem; outros fazem-no
quanto à vida corporal e espiritual o que se realiza com o sacramento do matrimónio, que une o
homem e a mulher para que tenham descendência e a eduquem para o culto de Deus”.
A consciência viva e atenta da missão recebida no sacramento do matrimónio ajudará os
pais cristãos a dedicarem-se com grande serenidade e confiança ao serviço de educar os filhos e,
ao mesmo tempo, com sentido de responsabilidade diante de Deus que os chama e os manda
edificar a Igreja nos filhos. Assim a família dos baptizados, convocada qual igreja doméstica
pela Palavra e pelo Sacramento, torna-se, conjuntamente, como a grande Igreja, mestra e mãe»
(FC 38).
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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ILUMINADOS PELA PALAVRA
Leitura bíblica e reflexão, com a possibilidade dos participantes fazerem a sua
partilha – 20 min.
Em seguida proclama-se o texto Mc 9, 33-37.
A cena entre os Doze e Jesus é densa pela sua dimensão tão humana. Aos discípulos que
no caminho seguem um desejo profundamente humano – querer ser o maior -, Jesus propõe o
caminho do serviço, a atitude daquele que tudo faz pelos outros. Maior, para Jesus, é aquele que
partilha gratuitamente a sua vida e, assim, torna-a fecunda: gera novas vidas , dando vida a
quem a não tem. A sua vida passa a ser a dos outros, e a destes, a sua vida.
Uma vida ilimitada e, como tal, geradora de vida. Principalmente se aqueles que a
recebem e dela vivem, passam a usar a vida que assim adquirem, na mesma perspectiva e
dinâmica da gratuidade e do dom.
Jesus é modelo para nós: tornou-se o maior, o Messias de Deus, porque, como “Filho do
Homem”, Filho de um Deus que, no Filho, se faz extremamente solidário e servidor dos
homens, se entregou “nas mãos dos homens, que o mataram; mas, “morto, três dias depois”
ressuscitou (9,31). Na sua morte partilhou do modo mais extremo a vida…para alcançar aquela
vida que não tem limites, porque vivida num amor infinito.
Até hoje, até nós que d’Ele vivemos, para, com Ele, nos entregarmos àqueles que são:
“Os mais pequeninos” - “E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraçou-o”… (v.
36).
Para Jesus, e para Deus que O envia, é esse o maior, exactamente por ser o menor, o mais
dependente, o mais necessitado.
A medida do amor, do verdadeiro amor, é o outro, nas suas necessidades e carências. É
ele que, sendo o maior para Jesus, faz d’Ele, Jesus, o maior; faz com que Ele lhe dê tudo, se dê
todo, sem outro interesse, senão o de ver crescer esse menor… para, no amor que recebe e
partilha, se tornar por sua vez, também ele um maior…
Imaginemos que esse menor é cada um de nós. Ou melhor: não precisamos imaginar;
somos mesmo. De quem nos vem, afinal, tudo o que temos e somos? Não é realmente d’Ele,
através do número incontável de pessoas que Ele tem colocado no longo caminho da nossa vida,
para nos darem a vida que temos, em todas as suas componentes? Se a vida, que assim
adquirimos, é um dom que d’Ele nos vem, então vivamo-la como tal: na doação
incondicional… E então, sim, encontraremos a verdadeira vida, já nesta vida que vivemos no
aqui e agora de cada dia: encontraremos Deus, como Jesus e com Jesus, o maior, por ter sido o
menor com os menores.
Para já, agradeçamos-lhe a oportunidade única que nos dá, como pais e catequistas, de o
servirmos nas crianças que, semana a semana, coloca diante de nós: os pequeninos que Ele nos
oferece… para os oferecermos a Ele no amor incondicional e gratuito que a todos nos une.
O amor leva implica o respeito pelas diferenças, porque elas são um bem para o indivíduo
e a sociedade. Estas diferenças fazem parte do plano de Deus que quer que cada um receba de
outrem aquilo de que precisa e que os que dispõem de «talentos» particulares comuniquem os
seus benefícios aos que deles precisem.
Um bem, portanto, mas que exige, antes de mais, o respeito por essa diferença: conforme
indica a própria etimologia da palavra, exige que o outro seja “olhado” (do latim “spectatus”)
mais e mais, tão longa e repetidamente, que esse olhar leve ao acolhimento e aproveitamento
das diferenças e, consequentemente, à sua promoção.
Só assim as diferenças se tornam complementares na construção da vida, do bem, do
progresso, tão fundamentais para a existência humana.
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Nesse sentido, o respeito é uma atitude sagrada: uma virtude que assenta em Deus, que
nos fez diferentes e, pelas diferenças, nos desafia ao amor. O respeito é constitutivo daquele
amor em que o outro é tratado e acolhido como é... para ser mais.
Porque será que nem os discípulos de Jesus, segundo Mc 9, 38-41, se apercebem disso?
Dar-se ao respeito
No fundo, há uma razão que tem a ver com a pessoa humana: aquela que está em jogo na
cena imediatamente precedente, em que os discípulos discutiam e, pelos vistos, lutavam com
todos os meios para serem os maiores... à custa dos menores.
Queriam ser os maiores, fazendo dos outros os menores, se possível, tão menores, que
desaparecessem, deixassem de se ver... de se respeitar.
Ora quem não respeita, cria condições para não ser respeitado. No fundo é o próprio que
impede que os outros o respeitem, porque lhes não permite que eles o olhem tal qual é... até com
as suas fraquezas e pecados.
Para ser respeitado
Sim, é muito mais facilmente respeitado aquele que, pelo bem que faz, pelo respeito
como olha e trata os outros, se dá ao respeito. Cria-se entre ele e os outros uma espiral virtuosa
que, tantas vezes, começa num simples copo de água: “Sim, seja quem for que vos der um copo
de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa” (v. 41).
Felizes os catequistas, pela oportunidade única que têm, todas as semanas e cada dia da
semana, de respeitar, de se darem ao respeito e criarem respeito: em primeiro lugar com as
crianças a crescer para a vida, pelo respeito que experimentam e praticam, depois com os
colegas que exercem o mesmo carisma na catequese; e ainda com os pais e outros educadores
das crianças. São felizes, pelo contributo que dão para a vida que, assim, vai muito mais além da
sua própria vida. Vejam o que aconteceu, ou melhor, acontece ainda com Cristo: o homem ainda
hoje mais respeitado em todo o mundo. E com toda a razão.
(Para aprofundar: Guia do Catequista, pp.61-63 e 73-75)
A vida em família traz consigo um estilo singular, novo e criativo, que deve ser vivido e
saboreado no casal e transmitido aos filhos. O estilo evangélico de vida familiar influi dentro e
além do círculo eclesial, fazendo resplandecer o carisma do matrimónio, o mandamento novo do
amor a Deus e ao próximo. A Familiaris consortio, nº 64, exorta-nos a descobrir um rosto mais
familiar de Igreja, com a adopção de «um estilo de relações mais humano e fraterno», ajudando
a descobrir em cada irmão a imagem de Deus.
«Animada e sustentada pelo mandamento novo do amor, a família cristã vive a acolhida,
o respeito, o serviço para com o homem, considerado sempre na sua dignidade de pessoa e de
filho de Deus.
Isto deve acontecer, antes de tudo, no e para o casal e para a família, mediante o empenho
quotidiano de promover uma autêntica comunidade de pessoas, fundada e alimentada por uma
íntima comunhão de amor. Deve além disso ampliar-se para o círculo mais universal da
comunidade eclesial, dentro da qual a família cristã está inserida: graças à caridade da família, a
Igreja pode e deve assumir uma dimensão mais doméstica, isto é, mais familiar, adoptando um
estilo de relações mais humano e fraterno.
A caridade ultrapassa os próprios irmãos na fé, porque “todo o homem é meu irmão”; em
cada um, sobretudo se pobre, fraco, sofredor e injustamente tratado, a caridade sabe descobrir o
rosto de Cristo e um irmão a amar e a servir.
Para que o serviço ao homem seja vivido pela família segundo o estilo evangélico será
necessário pôr em prática com urgência o que escreve o Concílio Vaticano II: “Para que este
exercício da caridade seja e apareça acima de toda a suspeita, considere-se no próximo a
imagem de Deus, para o qual foi criado, veja-se nele Cristo, a quem realmente se oferece tudo o
que ao indigente se dá”.
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A família cristã, enquanto edifica a Igreja pela caridade, põe-se ao serviço do homem e do
mundo, actuando verdadeiramente a «promoção humana», cujo conteúdo se encontra sintetizado
na Mensagem do Sínodo à família: “É vossa tarefa formar os homens para o amor e educá-los a
agir com amor em todas as relações humanas, de modo que o amor fique aberto à comunidade
inteira, permeado do sentido de justiça e de respeito para com os demais, cônscio da própria
responsabilidade para com a mesma sociedade”» (FC 64).
Antes da oração final, o animador propõe o diálogo em família a partir da proposta di
Guia dos pais.
II. Catequese das crianças
Com Jesus quero amar e aprendo a respeitar
Preparar com o auxílio do Guia do Catequista: catequeses 4 «Com Jesus quero Amar» e
catequese 5 «Com Jesus aprendo a respeitar».
O(a) catequista procura promover a partilha entre as crianças, tendo em conta o diálogo
com os pais em casa e partindo da catequese 4, tal como é sugerido no Guia dos Pais.
Tendo em conta que se tratam dois temas estritamente interligados, uma vez que o
«respeito» é uma forma e, simultaneamente, expressão do «amor», não será difícil para o(a)
catequista tirar partido das potencialidades que a junção dos temas lhe proporciona.
3ª Semana
Diálogo em família
Durante esta semana, em casa, os pais vão dialogar com os filhos no sentido de os ajudar
a compreenderem que Jesus é a fonte da verdade (a verdade implica amor e respeito tal como
vimos na catequese anterior) e a comprometerem-se a dizer sempre a verdade e a viver a alegria
de obedecer, a partir da união com Deus.
A partir da apresentação e explicação, no Guia de Pais, da catequese «Com Jesus quero
dizer a verdade/obedeço como Jesus» e seguindo o catecismo da criança, os pais mostram aos
seus filhos como viver na verdade e dizer a verdade nos faz felizes, assim como a alegria de
obedecer aos pais e a outras autoridades encontra o seu exemplo em Jesus e na sua íntima
relação com o Pai.
4ª Semana
Domingo em família
I. Encontro de Pais
O Esplendor da Verdade vive-se em família
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Neste encontro, os pais são ajudados a compreender que a verdade constrói a família; a
transparência do seu amor promove a obediência dos seus filhos. E o fundamento e modelo da
vida da família cristã é Jesus Cristo, o Esplendor da Verdade. Portanto, na família cristã, o amor
dos esposos, dos pais para com os filhos e dos filhos para com os pais, deve ser sempre vivido
«no Senhor», no amor desinteressado, na pedagogia de Jesus.
EXPERIÊNCIA HUMANA
Trabalho em pequenos grupos – 20 min.
Em pequenos grupos os pais procuram reflectir sobre o sentido da verdade nas suas vidas
e da sua família, partindo da seguinte questão: onde está a verdade? Partilhar experiências ou
comportamentos onde a verdade foi posta em prática e onde foi contradita ou distorcida…
O Catecismo da Igreja Católica (nº 2464 a 2513) ajuda a uma reflexão sobre a verdade e a
apurar as ofensas à verdade (nº 2475 a 2487).
REFLECTINDO
Em assembleia: partilha e aprofundamento – 15 min.
Os grupos partilham as suas reflexões e o animador faz o aprofundamento do tema, com
base nas seguintes questões:
Qual o caminho para vivermos na verdade? Quem nos faz viver na verdade?
«O ESPLENDOR DA VERDADE brilha em todas as obras do Criador e particularmente
no homem, criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26). A verdade ilumina a
inteligência e modela a liberdade do homem, que, deste modo, é levado a conhecer e a
amar o Senhor. Por isso, exclama o salmista: “Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da
vossa face” (Sal 4, 7)» (Veritatis splendor).
«Nenhum homem pode esquivar-se às perguntas fundamentais: Que devo fazer? Como
discernir o bem do mal? A resposta só é possível graças ao esplendor da verdade que
brilha no íntimo do espírito humano, como atesta o salmista: “Muitos dizem: ‘Quem nos
fará ver o bem?’ Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da vossa face” (Sal 4, 7).
A luz da face de Deus resplandece em toda a sua beleza no rosto de Jesus Cristo,
“imagem do Deus invisível” (Col 1, 15), “resplendor da sua glória” (Heb 1, 3), “cheio de
graça e de verdade” (Jo 1, 14): Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6). Por isso,
a resposta decisiva a cada interrogação do homem, e particularmente aos seus problemas
religiosos e morais, é dada por Jesus Cristo; mais ainda, a resposta é o próprio Jesus
Cristo, como lembra o Concílio Vaticano II: “Na realidade, o mistério do homem só se
esclarece verdadeiramente no mistério do Verbo Encarnado. Efectivamente, Adão, o
primeiro homem, era figura do que havia de vir, Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na
mesma revelação do mistério do Pai e do seu amor, manifesta plenamente o homem ao
próprio homem e descobre-lhe a sublimidade da sua vocação”» (Veritatis splendor, nº 2).
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Estes textos não só proporcionam o aprofundamento do tema, mas também permitem ao
animador dar a conhecer aos pais outro precioso documento do magistério da Igreja: a Encíclica
Veritatis spendor do Papa João Paulo II sobre a doutrina moral católica.
ILUMINADOS PELA PALAVRA
Leitura bíblica e reflexão, com a possibilidade dos participantes fazerem a sua
partilha – 20 min.
Com a Bíblia ao centro, ladeada por dois castiçais, os pais vão lendo alternadamente as
seguintes frases bíblicas. Uma música de fundo ajuda a interiorizar…
«Para isto nasci, para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo
aquele que vive da verdade escuta a minha voz» (Jo 18, 37)
«Ele que amava os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim» (Jo 13, 1)
«Se permanecerdes fiéis à minha mensagem, sereis verdadeiramente meus
discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres» (Jo 8, 31).
«Se dizemos que estamos em comunhão com Ele e andamos nas trevas, mentimos,
não praticamos a verdade» (1 Jo 1, 6)
«Despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu próximo, pois somos
membros uns dos outros» (Ef 4, 25)
No final, alguém se aproxima da Bíblia e proclama Jo14, 6.
“Naquele tempo,
respondeu Jesus a Tomé:
«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém pode ir ao Pai, senão por Mim.»
«Repararam bem no que Jesus disse a Tomé e aos outros?... Disse: “Eu sou”. E depois
juntou três palavras: “o Caminho, a Verdade e a Vida”.
Vamos pensar na palavra do meio.
O catequista afixa no placar, por debaixo do dístico “Respeitar”, o dístico “Verdade”.
Depois continua:
Jesus não só dizia a verdade, mas Ele diz-nos que é a Verdade. Quer dizer que, quem
olhava para Ele via a Verdade.
Como é que se pode entender isto?... Pelas outras duas palavras: caminho e vida.
Com o caminho mostrava o modo como Ele vivia. Como nós que andamos e podemos
andar por caminhos bons e maus. Maus são os caminhos da mentira, da falta de amor e de
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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respeito (apontar os dísticos respectivos). Jesus amava e respeitava a todos. E porque amava e
respeitava é que Ele dizia sempre a verdade. De tal maneira que Ele é a própria Verdade.
E o que é que acontece com quem diz, faz e se comporta como Jesus, levado pelo amor e
pelo respeito?
Está na outra palavra – “Vida”. Mas que vida será essa?
Quem nos vai dizer é um outro grande amigo de Jesus. Chamava-se Paulo. Este amigo de
Jesus escreveu muitas coisas sobre Jesus. Querem ouvir o que ele escreveu para as pessoas que,
desde o Baptismo, se tornam amigos de Jesus?
Não se esqueçam que essas pessoas também somos nós. Então ouçam com atenção:
Proclama-se ainda calmamente Ef 4, 25:
“Meus irmãos despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu próximo, pois
somos membros uns dos outros”.
“Somos membros uns dos outros.”
Sabem o que é um membro? É uma mão, um pé, um olho, o nariz. São estes e outros os
membros do nosso corpo. E todos são precisos. Sem mãos, custa muito viver. E viver sem
olhos?...
Pois bem, S. Paulo diz aos cristãos, amigos de Jesus que somos membros uns dos outros.
Quer dizer que estamos todos ligados uns aos outros, mas ligados como?
Olhemos outra vez para o placar e para as palavras que Jesus nos tem vindo a dizer.
Podemos lê-las todos ao mesmo tempo: “Amar”, “Respeitar”, “Verdade”.
Muito bem. Pois são estas palavras que nos ligam uns aos outros para, todos, ficarmos
como que num corpo. Como quem nos diz estas palavras é Jesus, então é Ele quem nos liga uns
aos outros. E só ligados uns aos outros, podemos viver felizes. Não é? E agora digam-me:
podemos estar bem ligados uns aos outros a mentir? Que acontece quando as pessoas mentem?»
(Guia do catequista, pp. 89-91).
Só o amor de Deus é modelo para nos amarmos uns aos outros. A obediência é fruto
desse amor. O modelo é Cristo: porque amava o pai, amou-o até ao fim, obedecendo-lhe.
II. Catequese das crianças
Com Jesus quero dizer a verdade/obedeço como Jesus
O catequista prepara esta catequese a partir do Guia do Catequista: catequese 6 «Com Jesus
quero dizer a verdade» e a catequese 7 «obedeço como Jesus», tendo presente o que se diz no
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Guia dos Pais sobre a abordagem das duas catequeses «Com Jesus quero dizer a
verdade/obedeço como Jesus».
Inicia com a habitual e tão necessária partilha das crianças sobre o diálogo em casa e vai
aprofundando a temática levando as crianças ao compromisso de dizerem a verdade e
obedecerem aos pais e outros superiores, à imitação de Jesus, pois só desta forma serão
verdadeiramente felizes.
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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3ª Etapa:
A nossa família quer continuar a conhecer Jesus…
o Deus connosco
Objectivos:
- Viver e exprimir a alegria de seguir Jesus;
- Iniciar a preparação da celebração de Natal;
- (Re) descobrir Maria, Mãe de Jesus, como modelo de fé e prática cristã;
- Dar sentido cristão à festa do Natal, descobrindo e acreditando que Jesus é Deus connosco.
- Celebrar o Natal em comunhão com Jesus e com os outros.
Leitura integrada:
No Guia do Catequista «Ensina-nos a Rezar», pp. 107-140.
No Catecismo da Criança «Ensina-nos a Rezar», pp. 37-48.
Semana
Pais
(na paróquia)
Filhos
(na paróquia)
Família
(em casa)
Dezembro
1ª
2ª
Que bom é ter Jesus
Jesus, Filho de Maria
- Sugestões para o
diálogo em família
Jesus está no centro da
nossa vida e Maria é
exemplo para nós
- Síntese do diálogo em
família
Que bom é ter Jesus
Jesus, Filho de Maria
Jesus é Deus connosco
3ª
4ª (dia30)
Domingo em família
A família na família
cristã vivendo o Dia do
Senhor
- Sugestões para o
diálogo em família
Emanuel, Deus
connosco
- Síntese do diálogo em
família.
Jesus é Deus connosco
Celebração de Natal
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Nota
Sugere-se aos Animadores que recordem com os pais as sugestões de vivência familiar do
Natal que foram fornecidas no ano anterior (Catequese Familiar do Catecismo 1), de modo
que estes vão tornando aqueles pequenos gestos de decoração da casa e de oração numa
tradição familiar (montagem do presépio, coroa do Advento). E, mostrando que a família
cresce na sua caminhada, incentivá-los a convidar alguns familiares e amigos para viver com
a família esses mesmos momentos, e também como sinal da sua motivação evangelizadora.
Tenham-se em atenção as famílias que se juntaram mais recentemente à Catequese Familiar.
1ª Semana
Diálogo em família
Seguindo o Guia dos Pais e o Catecismo da criança, os pais devem dialogar, ao longo
desta semana, com os filhos sobre as duas catequeses: catequese 8 «Que bom é ter Jesus» e
catequese 9 «Jesus, Filho de Maria». O ideal é que a família se reúna, pelo menos, duas vezes
por semana e, para além de falar das figuras do presépio, da construção do presépio e do Natal
(ver 3ª Etapa do 1º Ano no Guia do Animador Familiar), ser capaz de sentir a alegria de seguir
e imitar Jesus, sobretudo pela oração em família; descobrir em Maria o modelo de fé e prática
cristã; iniciar a preparação da celebração de Natal.
2º Semana
Na paróquia
I. Encontro de Pais:
Jesus está no centro da nossa vida e Maria é exemplo para nós
Evocar Maria é confrontar-se, também, com o tema da fé e do seguimento de Jesus.
Contemplar a figura de Maria como «perfeita» seguidora-discípula de Jesus», que acolhe com fé
a sua Palavra, defendendo-a e transmitindo-a. Acolher a mensagem do seu filho, identificar-se
com o seu programa profético de vida, não foi fácil, nem é óbvio, tendo em conta o contexto
humano, cultural e religioso que se interpunha entre ela e a «novidade» que o seu Filho Jesus
trazia. Nem todos os pais e mães seguem os seus filhos e filhas.
Com este encontro promovemos a consciência de que Maria foi seguidora do seu Filho
Jesus… até ao fim, apesar da noite da fé. E torna-se exemplo para nós, sua Igreja, na «hora do
seguimento», de dar razões da nossa fé.
EXPERIÊNCIA HUMANA
Trabalho em pequenos grupos – 20 min.
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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Em pequenos grupos, os pais vão reflectir, tendo como base as seguintes questões: Quem
é para ti, Maria? Porque é que ela tem uma presença de destaque no presépio? Podemos dizer
que Maria é exemplo do discípulo fiel? Ter fé identifica-se, primeiro que tudo, com uma relação
pessoal de confiança. Maria manifestou uma confiança absoluta em Deus e também em Jesus,
Quais são os motivos que te levam, por vezes, a ser tão incrédulo ou incrédula?
REFLECTINDO
Em assembleia: partilha e aprofundamento – 15 min.
Em assembleia, partilham as reflexões dos grupos e faz-se o aprofundamento tendo
presente ainda estas questões: ao olharmos para Maria não só como mãe, mas também como
seguidora de seu filho, quais os traços que mais te chamam a atenção? Reconheço este momento
da Igreja como a «hora do seguimento»? Como posso definir o meu modo próprio de seguir
Jesus? Qual é o itinerário da minha fé?
O Evangelho é Cristo e Cristo é o Verbo incarnado no seio de Maria por obra do Espírito
Santo. O sim da anunciação englobou toda a sua vida na pessoa e obra de Jesus. Como mãe,
viveu para o filho. Como escrava do Senhor, converteu-se em Sua colaboradora na obra da
salvação. Seguiu Jesus não fazendo materialmente as coisas que Ele fez, mas vivendo unida
com Ele no amor, cooperando no seu plano de salvação.
Não há dúvida, Maria, a primeira discípula no tempo, é também a primeira de todos
aqueles cujo lema de vida foi compartilhar os sentimentos e o estilo de vida de Jesus. Ninguém
melhor do que Ela pôde exclamar: Para mim, viver é Cristo. Não sou eu que vivo, é Ele que
vive em mim.
Apresentar Maria como «perfeita seguidora de Jesus» é especialmente importante neste
momento histórico da Igreja, que é o nosso. Não pode haver um distanciamento entre Jesus e a
sua Igreja: esta precisa de ir à raiz, ao coração da fé seguir Jesus, não é só admirá-Lo, tê-Lo
como modelo, mas, sobretudo, «revestir-se d’Ele>» (cf. Rm 13, 14). O seguimento de Maria
confronta-nos com incoerências e infidelidades
ILUMINADOS PELO EVANGELHO
Leitura bíblica e reflexão, com a possibilidade dos participantes fazerem a sua
partilha – 20 min.
Proclamar o texto evangélico Lc 11, 27-28.
Para o evangelista Lucas, Maria foi modelo de fé e de seguimento de Jesus. Ele sublinha
que Maria assumiu, com toda a responsabilidade e liberdade, a missão que Deus Lhe confiou
como Mãe. O evangelista assinala que Maria não reduziu a sua actuação a uma função
meramente biológica. Para Lucas, Maria foi a primeira pessoa humana que acolheu no seu corpo
e no seu coração a entrega do melhor de Deus à humanidade.
Catequese Familiar – Catecismo 2 – Paróquias Piloto Bloco 1
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«Não há dúvida de que as palavras da mulher são ditas com a melhor das intenções. Qual
é a mãe que se não sente orgulhosa pelo êxito e reconhecimento alcançado pelo filho que se
formou no seu ventre e cresceu, amamentado pelo seu leite?
Mas, Maria foi mais do que isso, mais do que uma simples mãe biológica.
Daí a reacção de Jesus que, longe de contradizer as palavras da mulher, as completa:
“Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática” (v. 28). Se alguém, para
além de Jesus, o fez de um modo completo, foi Maria, sua Mãe. “Ao anúncio de que dará à luz
«o Filho do Altíssimo», sem conhecer homem, pela virtude do Espírito Santo, Maria respondeu
pela «obediência da fé», certa de que «a Deus nada é impossível»: «Eis a escrava do Senhor,
faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Assim, dando o seu consentimento à palavra
de Deus, Maria tornou-se Mãe de Jesus”(CIC 494).
“É graças à sua fé que ela vem a ser a Mãe do Salvador”: segundo S.to Agostinho, “Maria
é mais feliz por receber a fé de Cristo do que por conceber a carne de Cristo” (Ibidem 506).
Ouve-o de Isabel: “Feliz de Ti, porque acreditaste” (Lc 1, 45). Ao que ela responde com o
“Magnificat” que, no dizer de Bento XVI, é “um retrato, por assim dizer, da sua alma” e “está
inteiramente tecido com fios da Sagrada Escritura, fios tirados da Palavra de Deus. Desta
maneira se manifesta que ela se sente verdadeiramente em casa, na Palavra de Deus, dela sai e a
ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus; esta torna-se palavra dela, e a
sua palavra nasce da Palavra de Deus (…).
Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, pôde tornar-se mãe da “Palavra de
Deus encarnada”.
E como esta Palavra encontra a sua síntese no mandamento e na vivência do amor,
conclui o Papa: “Enfim, Maria é uma mulher que ama. E como poderia ser de outro modo?
Enquanto crente que, na fé, pensa, com os pensamentos de Deus, ela não pode ser senão uma
mulher que ama” (DCE 41)… E continua a sua fonte de amor para quem a Ela recorre,
nomeadamente através da oração» (Guia do Catequista, pp. 120-121):
Avé Maria…
Santa Maria, Mãe de Deus…
No final, o animador dá recomendações aos pais para o diálogo em família, seguindo o
Guia dos Pais e o Catecismo da criança: ao longo da semana, abordem a temática das duas
catequeses (8 e 9), em separado ou procurando uma síntese das duas.
II. Catequese das Crianças
Que bom é ter Jesus, Filho de Maria
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Esta catequese procura preparar, desde já, as crianças para a celebração do Natal: pelo
afecto que encontram especialmente em Maria, as crianças abrem-se à fé em Deus que se fez
dom, de um modo especial na encarnação do seu Filho.
Partindo do diálogo em casa, o(a) catequista procura aprofundar, sintetizando numa, as
duas catequeses já referidas para o diálogo em família: catequese 8 «Que bom é ter Jesus» e
catequese 9 «Jesus, Filho de Maria». Os objectivos desta catequese são: proporcionar uma
revisão das catequeses anteriores; viver e exprimir a alegria de seguir Jesus, iniciando a
preparação para o Natal, onde se descobre Maria, a Mãe de Jesus, como modelo de fé e prática
cristã. Naturalmente que, a partir de uma leitura atenta do Guia, não será difícil para o(a)
catequista encontrar uma síntese harmoniosa das duas catequeses.
4ª Semana
Domingo em Família
Os encontros catequéticos, quer para as crianças quer para os pais, constam de uma
Celebração de «Jesus é Deus connosco» alusiva à vivência do Natal. Nesta celebração
participam os pais e os filhos. Convém que os Animadores e os catequistas a preparem a partir
do Guia do Catequista (pp. 131-135). Depois da celebração, as famílias devem levar algo para
partilhar com a comunidade, na Eucaristia de Domingo.
Encontro de Pais e Catequese dos filhos
Jesus é Deus connosco
(Celebração)
Nesta celebração pretende-se a participação conjunta dos pais e dos filhos, tendo em
conta as últimas catequeses e abrindo ao espírito natalício. Transcrevemo-la tal como vem no
Guia do Catequista (pp. 136-140), deixando espaço à criatividade dos catequistas e animadores.
1. ENTRADA E ACOLHIMENTO
Ainda fora da sala: à frente o catequista que preside, seguido das crianças em fila e dos
seus familiares e outros catequistas, cantando o cântico:
“Dlim-dlão” (ou outro cântico natalício)
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Depois de todos nos seus lugares, as crianças à frente e os adultos atrás, o catequista
manda-os sentar e diz:
Que acham da nossa sala?
Está especialmente preparada, porque hoje, aqui na catequese, é dia de festa: celebramos
o Natal de Jesus. Mas, estão aqui muitas coisas na sala que os vossos pais/avós não entendem.
Não querem explicar-lhes? Comecemos pelo placar:
De quem é aquela figura branca que está ao centro?...
E quem disse aquela palavra ao alto e ao fundo?
Ora leiam lá.
E de quem se trata?
E onde foram ditas?
E quem as disse?
Muito bem, no alto do monte, onde a figura de Jesus se tornou muito luminosa e rodeada
de Moisés e Elias, Deus disse-lhes: “Este é o meu Filho muito amado” e “Escutai-o”. Portanto,
Deus mandou-nos escutar Jesus, seu Filho.
E que nos tem dito Jesus? Olhem para o placar...
Exacto: amar, respeitar, dizer a verdade e obedecer. E vós tendes feito isso?
Vejam lá, os vossos pais/avós estão a ouvir...
Bom, umas vezes mais, outras menos. De qualquer modo, todos sabemos que é bom fazer
o que Jesus nos mandou e Ele mesmo faz. Se é bom, então cantemos, de pé:
“É bom sorrir”
(com 1 ou 2 estrofes que tratem dos temas de que as crianças mais falaram; em último
lugar a estrofe:)
“É bom estar com Maria, Mãe do Filho a Deus”.
2. ORAÇÃO
Repararam que também cantámos “É bom estar com Maria”. Onde é que ela está? É a 1ª
figura do presépio, que acolhemos na catequese anterior. E rezámos-lhe uma oração. Lembramse quem fez essa oração?...
Por isso, lá estão também as figuras do Anjo e de S. Isabel em volta das palavras “Ave
Maria”.
Querem rezá-la? Então vamos todos erguer as mãos e voltados, para a imagem da Mãe de
Jesus, digamos todos ao mesmo tempo:
“Ave Maria…
Santa Maria…”
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3. PALAVRA
Podem sentar-se. Já repararam que do outro lado da Bíblia e a olhar para ela está outra
figura. De quem será?
Mas S. José não era o verdadeiro pai de Jesus. Quem era o verdadeiro pai?...
Exacto: até está escrito no placar, lá ao alto.
Quer dizer que S. José não devia entrar no presépio. Que acham?...
Ele tornou-se o pai adoptivo, como ainda hoje há tantos pais adoptivos. Só que com S.
José foi um pouco complicado. Querem ouvir o que se passou?
Para vos apresentar a história, vou pedir a colaboração do/a Sr./a (nome) que vem aqui ler
a palavra de Deus. Eu até lhe vou entregar a Bíblia.
Mas até ele/ela ler as palavras que Deus vai dizer, vou contar o que se passou antes.
Foi assim: quando S. José soube que Maria, sua noiva, estava de bebé, ficou muito
atrapalhado. Sabia que o bebé não era dele, mas não sabia de quem era. Como ele amava muito
Maria, pensou mesmo em deixá-la em segredo. S. José era muito bom.
Era um homem justo, diz ali na Bíblia.
Andava ele nisto, sem saber bem o que fazer, quando teve um sonho. E quem lhe havia de
aparecer naquele sonho? Deus, o verdadeiro Pai de Jesus. E que disse Deus?
Para ouvirem com mais respeito, ponham-se de pé e cantemos:
“Fala Senhor…”
Catequista:
“Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus”:
Todos:
“Glória a vós, Senhor”.
Catequista:
“Naquele tempo,
Disse Deus a José, num sonho:
Leitor/a: (Mt 1, 20-21)
«José, filho de David,
não temas receber Maria, tua esposa,
pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo.
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Ela dará à luz um filho,
ao qual darás o nome de Jesus,
porque Ele salvará o povo dos seus pecados»”.
Catequista:
Será que S. José fez o que Deus lhe disse?
É claro que fez. Por isso aquele que escreve esta história, S. Mateus, junta umas palavras
ditas muitos séculos antes por um profeta, um homem que falava em nome de Deus. S. Mateus
diz-nos que essas palavras se cumpriram em Jesus. Querem ouvir?
Leitor/a: (Mt 1, 23):
“Eis que uma virgem conceberá
e dará à luz um filho;
e hão-de chamá-lo Emanuel,
que quer dizer: Deus connosco.”
Catequista:
“Palavra da Salvação”.
Todos:
“Glória a Vós, Senhor”.
Depois de o leitor se afastar:
Podem sentar-se. Então S. José merece ou não estar no presépio?
Claro: sem Ele, Jesus não teria nascido, pelo menos em boas condições. E reparem como
ele está, aqui na nossa mesa, a olhar para a Bíblia, onde vêm aquelas palavras do profeta. Ainda
se lembram que nome é que esse profeta dizia para darem a Jesus?...
Na língua deles é “Himmanu-el”. Mas S. Mateus traduz para a gente. Que quer dizer
Emanuel? Deus (El) connosco (Emanu).
Então Jesus tinha dois nomes?
Não. Este segundo é só um título. Como às vezes se diz de uma pessoa que é, por
exemplo, um homem de Deus, assim se diz de Jesus: Ele é Deus connosco.
E é mesmo. Olhem para o placar: que disse Deus de Jesus? – Este é o Meu Filho muito
amado! Portanto, como Jesus era Filho de Deus, também José falava das coisas de Deus e falava
muito com Deus.
Parece-nos que é de pôr aqui junto do presépio este título tão lindo dado a Jesus?...
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O catequista afixa o dístico “Deus connosco” por baixo do dístico “Ave Maria”.
Fica mesmo bem: “Ave Maria” é para a Mãe de Deus; “Deus connosco” foi o que
descobriu S. José.
E se nós cantássemos a alegria de termos Deus connosco? Então, de pé, cantemos:
“É bom ter Deus connosco
Em seu Filho, Jesus”.
4. ADORAÇÃO DO MENINO
Mas, estou a reparar que, no nosso presépio, falta a figura principal. Quem falta?...
Então vamos receber a imagem do Menino Jesus. Vai ser trazido pela/o Sr./Sra. (nome),
acompanhado de dois meninos com duas velas acesas. Voltemo-nos todos para a porta (indicar
qual), por onde vai entrar. E cantemos com muita alegria:
“Alegrem-se os céus e a terra” (ou outro cântico natalício).
Depois de chegarem à frente , voltados para as crianças, o catequista, se achar
oportuno, convida os presentes a irem beijar a imagem do Menino, nas mãos de quem a
transportou. Durante o ósculo, continuem com o mesmo cântico ou outro. No final, a imagem
do Menino é colocada em cima da Bíblia, aberta em Mt 1, 23-25 e ladeada dos dois castiçais
acesos.
5. ORAÇÃO E GESTO DA PAZ
Digam lá se o nosso presépio não está lindo. E grande! Já repararam bem quantos estão
em volta dele, a começar pelos que estão no placar. Até lá está cada um de nós, com o nome
escrito naqueles coraçõezinhos. E mais aonde? – Nas pagelas com a Ave Maria.
Mas não é tudo. Não trouxeram mais cartolinas? Uma em forma de coração e outra com
uma flor desenhada. E nas duas estão muitos nomes. Que nomes são?
Ora peguem nelas.
Que está escrito nas pétalas das flores?
Os nomes das pessoas a quem vós mais deveis obedecer. Não querem rezar por elas a
Jesus?
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Então fazemos assim: pegam nessa cartolina, colocam-na na palma da mão aberta e,
voltados para Jesus no presépio, vamos oferecer a Jesus o nosso coração, o nosso amor por
essas pessoas.
Se o grupo for pequeno, pode sugerir-se a algumas crianças que, antes da oração, leiam
apenas alguns nomes.
Então cantemos todos:
“Senhor, para ti, o meu coração” (repetido).
Muito bem. Agora podem ir entregar essa flor ao vosso pai/mãe/avó com um beijinho.
Se houver crianças sem familiares, dizer-lhes que o façam em casa, do mesmo modo:
com um beijo e votos de um bom Natal.
Se quiserem, podem guardar isso para a noite de Natal, quando receberem os presentes.
Falta a outra cartolina em forma de coração e escrita dos dois lados: Dum lado, está o
nome de um vosso colega e, do outro, estão nomes de pessoas que eles querem respeitar.
Querem também oferecer esses nomes a Jesus? São pessoas que vós também amais e
respeitais. Então coloquem-na nas palmas das mãos, estendidas para Jesus, e cantemos:
“Senhor, para ti, o meu coração” (repetido).
E que vamos fazer a essas cartolinas?...
Eu proponho que cada um as entregue ao colega a quem pertence.
De acordo? Mas fazem assim: entregam a cartolina e desejam-lhe um bom Natal.
6. RITOS FINAIS E DE DESPEDIDA
Podem sentar-se. Ainda faltam duas coisas.
Primeiro é saber o que vão fazer com a cartolina em forma de coração e com nomes de
pessoas a quem respeitam. Têm alguma ideia?
Então proponho o seguinte: vão ter um gesto de amizade e respeito para com ao menos
duas dessas pessoas: podem escrever-lhe um cartão de boas festas, ou simplesmente telefonarlhe. O melhor será visitá-la e oferecer-lhe uma prenda de Natal. Pode ser uma das muitas que
irão receber.
Se isso não for possível, talvez por não terem o contacto dessa pessoa, podem pelo menos
rezar a Jesus por ela. Nesse caso, proponho que coloquem esse cartãozinho no presépio que
fizerem lá em casa.
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Se fizerem isso, estão a dar uma grande alegria a Jesus e a fazer com que Deus esteja
mais connosco.
A última coisa: que vamos fazer às cartolinas com a oração da Ave Maria, que estão aqui
junto do presépio?... Proponho o seguinte: cada um leva a sua e, lá em casa, vai entregá-la ao
pai e à mãe e convidá-los a rezar convosco essa oração a Nossa Senhora. De acordo?
O catequista chama por cada criança e entrega-lhe a respectiva cartolina, com um gesto
de carinho - beijo, carícia - desejando-lhe um bom Natal. Depois de todas distribuídas, propõe
o seguinte cântico conclusivo:
“Dlim-dlão” (ou outro natalício).
No final do encontro, o catequista procura obter dos pais, uma fotografia, tipo passe, de
cada criança, necessária a partir da próxima catequese.
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