PROJETO “AQUI É O MEU LUGAR”: O ENSINO DE GEOGRAFIA

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PROJETO “AQUI É O MEU LUGAR”: O ENSINO DE GEOGRAFIA ATRAVÉS DE
IMAGENS
Francisco Hermínio Ramalho de Araújo/UFRN
netinho_serra.sr@ Hotmail.Com
Leidy Daiane Araújo Alves/UFRN
leidypibid@ Hotmail.Com
Letícia Andrade da Silva
[email protected]
Profa. Dra. Sandra Kelly de Araújo (orientadora)/UFRN
[email protected]
Resumo
O projeto “Aqui é o meu lugar” foi realizado na Escola Estadual Professor Antônio Aladim
(EEAA), na cidade de Caicó/RN, no ano de 2012. Esse projeto foi desenvolvido no âmbito do
Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto de Geografia do CERES/UFRN.
Trata-se de um projeto por imagens das particularidades onde viviam os alunos da EEAA. Que teve
por objetivo trazer algo inovador para o ensino de geografia da referida escola, ao tempo que
proporcionou estudar a Geografia através de imagens levando para uma perspectiva mais local. O
Projeto foi realizado por meio de oficinas com aulas expositivas, com confecções de mapas e
capturarão de imagens. Dessa maneira foi possível alcança os resultados esperados por parte dos
alunos de aprende os conceitos básicos de geografia com foco principal nos de lugar, paisagem e
região, além de desenvolver as noções de localizações e bases cartográficas.
Palavras-chave: Ensino de Geografia. Conceitos geográficos. Imagem.
Introdução
As profundas modificações que vêm ocorrendo na sociedade contemporânea
trazem consigo novos desafios para as escolas e, consequentemente, para a
profissão de professor, principalmente o que leciona Geografia. Devido a tal fato é
que o ensino de geografia vem passando por significativas tentativas de mudanças
desde a década de 70, quando o ensino tradicional de geografia passou a receber
muitas críticas. Na tentativa de extinguir a geografia tradicional surgiu a geografia
crítica nos anos 70.
A partir da década de 70 o ensino de geografia passou a ser questionado por
muitas autoridades, por educadores a até mesmo por partes da sociedade em geral
que considerava como um saber ultrapassado que não dava conta de explicar a
nova configuração do espaço atual. Esse tipo de ensino tradicional da geografia e
rotulado no rol das disciplinas decorativas, sempre baseado na memorização de
nomes como: de rios, cidades e qualquer outro aspecto do espaço. “Uma coisa é
certa: o ensino tradicional de geografia-mnemônico e descritivo, alicerçado no
esquema ‘a terra e o homem’ não tem lugar na escola do século XXI” (Vesentine,
2008, p. 220).
A geografia crítica surgiu inicialmente na França, em meados da década de
70, e posteriormente nos outros países. No Brasil ela começou a se expandir a partir
dos anos 80. Para Vesentine (1985), a geocrítica concebe o espaço geográfico
como espaço social, onde ocorrem construções, lutas e conflitos sociais. Com a
geografia crítica o ensino passou a ser mais debatido, onde o professor em vez de
transmitir conhecimento constrói possibilidades para que os alunos possam construir
a sua própria aprendizagem.
A geografia cultural surgiu no fim do século XIX. A partir da década de 80,
essa tendência passou a ser mais debatida nos currículos escolares. Com a
geografia cultural veio à tona novos temas e novas propostas de ensino para a
Geografia. Essa tendência vê a necessidade de temas culturais nas escolas tendo
em vista a diversidade cultural existente num ambiente escolar. “O entendimento da
escola como lugar de culturas implica que o conteúdo das diferentes matérias
escolares e os procedimentos por elas adotados levam em conta a cultura dos
agentes, a cultura escola, o saber sistematizado, a cultura da escola” (Calvacanti,
2010, p. 67).
O Projeto “Aqui é o meu lugar” apoiou-se nessas tentativas de mudança de
ensino e contou com aparatos tecnológicos oferecidos pelo Laboratório de Ensino de
Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Campus de
Caicó e pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)
como: computadores, data-show, caixa de som, pendrive, texto impresso e câmeras
fotográficas. Com o auxílio desses recursos foram trabalhados através de imagem
os conceitos de lugar, paisagem e região, levando sempre para uma perspectiva
local. As imagens coletadas foram colocadas nos sites http://www.panoramio.com e
http://www.projectnoah.org. Esse projeto foi realizado na Escola Estadual Professor
Antônio Aladim de Araújo (EEAA), localizada no bairro Boa Passagem na cidade de
Caicó/RN. O projeto “aqui é o meu lugar” foi realizado pelo PIBID, subprojeto de
Geografia do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), campus de Caicó.
O Panoramio é um serviço do Google onde é possível armazenar e
compartilhar fotografias através da internet, anexadas a mapas e localizações dos
lugares onde as mesmas foram tiradas. As fotos passam por uma avaliação e em
seguida são anexadas ao programa do Google Earth, sendo que fotos de pessoas e
comerciais não são relacionadas podendo ate ficar armazenada na conta do
Panoramio. O objetivo do site é explorar as paisagens dos lugares através de
fotografias.
Project Noah foi criado a partir de uma iniciativa da National Geographic
Society para proporcionar às pessoas de todas as idades um meio simples e fácil de
compartilhar suas experiências com animais selvagens. O objetivo é compartilhar
fotos ou imagens de animais silvestres e caracterizá-los como específicos de cada
região. No site você confere na seção de mapas, os animais encontrados em cada
região.
Objetivos
O projeto “Aqui é o meu lugar” teve como objetivo trabalhar as práticas de
ensino de Geografia através de imagens. Promovendo estudos dos conceitos de
lugar, paisagem e região, expondo a Geografia local através da documentação de
imagens dos aspectos característicos dos lugares onde vivem os alunos da EEAA,
sede do subprojeto de Geografia (figura 1).
Figura 1: EEAA sede do PIBID, Subprojeto de Geografia. Fonte: Arquivo dos autores.
As imagens obtidas durante o projeto passou por uma análise para serem
postadas no site http://www.panoramio.com e as selecionadas migrariam para o
Google Earth ampliando as possibilidades de estudo e divulgação (figura 2)
Figura 2: paisagem retratando o Açude Recreio nas proximidades da EEAA. Fonte:
http://www.panoramio.com/user/eeaa
.
Além disso, o “Aqui é o meu lugar” pretendeu-se formar uma coleção de
imagens
sobre
o
bioma
Caatinga
que
seria
postada
no
site
http://www.projectnoah.org. Essas imagens seriam de espécies que compõem a
fauna e a flora da Caatinga (figura 3).
Fgura 3: Bougainvillea é uma espécie nativa da américa do sul que está presente no bioma
Caatinga. Fonte: http://www.projectnoah.org/users/eeaa
Metodologia
O projeto “Aqui é o meu lugar” foi desenvolvido em cinco etapas: a primeira foi
divulgação do projeto na EEAA e inscrever os interessados. Foi aberta inscrição
apenas para os alunos do ensino médio.
A segunda etapa consistiu em capacitar os alunos para fotografar,
capturar/obter imagens; em um segundo momento os alunos foram conduzidos a
registrar algumas imagens dos bairros Recreio e Boa Passagem, onde se encontra
as residências dos mesmos.
Na terceira etapa foi realizada uma oficina de cartografia, onde os alunos
tiveram uma noção sobre a leitura cartográfica e foram instruídos acerca dos
principais elementos que compõem um mapa (título, escalas, coordenadas
geográficas, rosa-dos-ventos e legenda). Em seguida eles deram início a produção
de uma carta cartográfica dos bairros já citados.
E a quarta etapa efetuou-se com a capacitação para o uso do suporte digital
das imagens. Com isso foi apresentado dois sites: http://www.panoramio.com e
http://www.projectnoah.org. Em seguida foram criadas contas no Panoramio e
Project noah em nome da escola e selecionadas as melhores imagens para
armazená-las nos mesmo.
Resultados
De acordo com as etapas desenvolvidas nos procedimentos metodológicos o
Projeto “Aqui é o meu lugar” apresentou os seguintes resultados: foram inscritos
catorze alunos, depois foi efetuado a captura de imagens que retratassem o aspecto
local dos bairros Recreio e Boa Passagem. Depois foi produzida uma carta
cartográfica dos bairros já citados, essa produção foi elaborada na escala de 1:1.500
e nela foram inserida alguma imagens para proporcionar uma melhor localização
dos lugares onde as mesmas foram fotografadas (figura 4).
Figura 4: carta cartográfica dos bairros Boa Passagem e Recreio, produzida no âmbito do
Projeto “Aqui é o meu lugar”. Fonte: Arquivo dos autores.
Ainda foram criadas contas no Panorâmio e no Project Noah onde foram
postadas as imagens que foram tiradas na primeira etapa do projeto. Essas contas
foram criadas em nome da EEAA e serviram de suportes digitais para as imagens
capturadas pelos alunos envolvidos no projeto. Ao acessarmos estes sites:
http://www.panoramio.com/user/eeaa e http://www.projectnoah.org/users/eeaa, nos
depararmos com as imagens lá postadas nos levam a ver que elas nos trazem um
sentido com relação dos conceitos abordados no projeto “Aqui é o meu lugar”, lugar,
paisagem e região. Através das Panoramio foi possível a migração das imagens
para o Google Earth.
O Google Earth é um programa de computador desenvolvido pelo Google
cujo objetivo é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a
partir de mosaico de imagens de satélite obtidas de diversas fontes.
As imagens postadas no Panoramio foram todas aceitas no Google Earth e
foram visualizadas por 612 pessoas até o dia 04 de junho de 2013. Já com relação
as imagens postadas na conta do Project noah houve algumas espécies as quais
não tínhamos conhecimentos sobre nomes científicos e podemos ter acesso a essas
informações
através
de
comunicação
entre
os
membros
do
site
http://www.projectnoah.org.
E por ultimo foi elaborado um cartaz com as melhores imagens selecionadas
e a apresentação de slide em PowerPoint dos dois ambientes virtuais, Panoramio e
Project noah, onde foram criadas contas para a escola nos mesmos.
A apresentação do projeto “Aqui é o meu lugar” ocorreu durante a III Amostra
Científica Artística e Tecnológica (ACART) da EEAA, realizado no dia 26 de outubro
de 2012 durante o turno matutino e vespertino (figura 5).
Figura 5: apresentação do “Projeto Aqui é o meu lugar” na EEAA. Fonte: Arquivo dos
autores.
O projeto ficou numa sala exclusiva onde montamos a apresentação de slides
do Panoramio e do Project noah no data show; as paredes foram decoradas com
mapas cartográficos cedidos pela escola e com as imagens tiradas pelos alunos no
âmbito do projeto (figura 6).
Figura 6: sala de aula onde foi apresentado o Projeto “Aqui é o meu lugar” com as paredes
decoradas. Fonte: Arquivo dos autores.
Foi exposto a carta cartográfica dos bairros Boa Passagem e Recreio,
reproduzida e ampliada pelos alunos que estavam envolvidos no projeto e os
bolsistas do PIBID. Durante a exposição do projeto “Aqui é o meu lugar” 250
pessoas visitaram a sala e lá ocorreram algumas explicações relacionadas ao
trabalho, como foi realizado o projeto, onde elas poderiam localizar na carta
cartográfica o lugar em que mais se identificavam, assim como e criar contas
navegar no panoramio e Project noah (figura 7).
Figura 6: visitante se localizando na carta cartográfica durante a apresentação do projeto
“Aqui é o meu lugar”.
Fonte: Arquivo dos autores.
Portanto o Projeto “Aqui é o meu lugar” proporcionou para os alunos e os
bolsistas aprendizagens sobre os conteúdos de localização espacial e cartográficas,
onde os alunos sentiam mais dificuldades. Além de aprenderem os conceitos de
lugar, paisagem e região, abordados no projeto através do uso de imagens.
Conclusão
O desenvolvimento do projeto “Aqui é o meu lugar” apresentou para a EEAA
uma possibilidade de integração de tecnologias de informação e comunicação no
ensino de Geografia. Essa foi baseada no uso de aparatos ou instrumentos
tecnológicos que estavam disponíveis em nossas mãos, recursos esses oferecidos
pelo Laboratório de Ensino de Geografia da UFRN, Campus de Caicó, e pelo PIBID.
Com ênfase em três conceitos-chave da Geografia (lugar, paisagem, e região),
expomos a geografia do local, onde residem os alunos da escola e inscritos no
projeto, através de imagens.
Portanto, pode-se afirmar que o ensino de Geografia pode ser realizado em
amplas dimensões e utilizar várias técnicas. Uma dessas técnicas foi aplicada nesse
trabalho através de imagens, as quais despertaram novas perspectivas de
aprendizagem nos alunos envolvidos no “Aqui é o meu lugar”. Pois com isso pode
ser observado que a Geografia possui a capacidade de ser analisada numa
perspectiva local abordando as experiências vivenciadas em cada cenário.
Referências bibliográficas
CALVALCANTI, Lana de Souza. Ensino de Geografia e Diversidade: Construção de
conhecimentos Geográficos Escolares e atribuição de Significados Pelos Diversos
Sujeitos do Processo de Ensino. In: CASTELLAR, Sonia (Org.). EDUCAÇÃO
GEOGRÁFICA: teorias e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2010. P. 66-78.
VESENTINE, José William. Realidades e Perspectiva do Ensino de Geografia no
Brasil. In: ____. O Ensino de Geografia no Século XXI. 4ª ed. Campinas, SP:
Papirus, 2008. Cap. 7.
VESENTINE, José William. Geografia Crítica e Ensino. In: OLIVEIRA, Ariovaldo U.
(Org.). Para onde vai o ensino da geografia? 9ª. ed. São Paulo: Contexto, 2010. P.
30-38.
Disponível em: <http://www.panoramio.com/user/eeaa> Acesso em 04/06/13.
Disponível em: <http://www. projectnoah.org/users/eeaa> Acesso em 04/06/13.
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