Carta ao editor Vacinas contra o HPV: Uma visão crítica Cleomenes Barros SimõesI Senhor Editor, Um precursor essencial para o desenvolvimento do câncer do colo do útero, independentemente do tipo histológico, é a infecção persistente com os tipos oncogênicos do vírus do papiloma humano (HPV, human papillomavirus).1,2 O HPV é um vírus ubíquo que causa doença sexualmente transmissível (DST)1,3 Estima-se que até 80% das mulheres adquiram uma infecção pelo HPV durante sua vida e até 50% destas infecções será por um tipo de HPV oncogênico.3 Estudos epidemiológicos internacionais têm mostrado que o HPV 16 é o responsável pela maioria dos cânceres do colo do útero, seguido pelo HPV 18. Juntos, perfazem cerca de 70% dos casos. Os HPVs 6 e 11 são responsáveis por 90% das verrugas genitais (condilomas acuminados).4,5 Existem duas vacinas profiláticas ou preventivas disponíveis contra o HPV: Gardasil (guardian of squamous intraepitelial lesion) também conhecida por Silgard, desenvolvida por Merck Sharp & Dohme (New Jersey, Estados Unidos) e Cervarix (cervical + Rixenxart) desenvolvida por GlaxoSmithKline (Rixensart, Bélgica). Ambas as vacinas são produzidas através de engenharia genética, utilizando a tecnologia do DNA recombinante (vírus cujo genoma deriva-se da combinação dos genomas de duas ou mais cepas virais diferentes), e constituídas de “pseudopartículas virais”, ou vírus-like particles (VLPs). As VLPs são geradas por clonagem do gene tardio L1 (proteína antigênica maior e principal, que se estrutura em pentâmeros), da cápside do HPV. Portanto, são vacinas de subunidade (de uma só proteína do vírus).6,7 As VLPs de estrutura tridimensional vazia são antígenos puros, de alta imunogenicidade, e morfologicamente indistinguíveis dos vírions (partículas de HPV infectante, fora da célula hospedeira) HPV nativos na microscopia eletrônica. Por serem destituídas do genoma viral, ou seja, do material genético do vírus (sem DNA do HPV oncogênico), são inócuas, não tendo capacidade infectante, nem replicativa nem oncogênica. A meta dessas vacinas é prevenir a infecção primária ou persistente do HPV e prevenir as lesões pré-invasivas e o câncer cervical, através da indução de uma resposta de anticorpos neutralizantes contra epítopos (um local específico de um antígeno onde os anticorpos se ligam) conformacionais das proteínas da cápside (L1) dos HPVs.4 A Gardasil é uma vacina recombinante quadrivalente ou tetravalente que contém VLPs L1 purificadas de dois genótipos de alto risco, HPV 16 e 18, e dois de baixo risco, HPV 6 e 11. Visa a prevenção das lesões genitais pré-cancerosas (cervicais, vulvares e vaginais), do câncer cervical, e da verruga genital, em meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade. Cada dose de 0,5 ml dessa vacina contém aproximadamente 20 µg da proteína L1 de HPV-16, 40 µg da proteína L1 de HPV11, 40 µg da proteína L1 de HPV-16, 20 µg da proteína L1 de HPV-18. Estas partículas são sintetizadas em Saccharomyces cerevisiae (micro-organismo encontrado no levedo ou levedura de cerveja), adsorvida a 225 µg de sulfato de hidroxifosfato de alumínio amorfo utilizado como adjuvante, imunoestimulante que aumenta a resposta humoral (produção de anticorpos) aos antígenos VLPs, estabiliza as partículas durante a armazenagem e promove uma resposta imune celular tipo-específica (Th1) que é importante na eliminação das infecções virais. É administrada em três doses via intramuscular (no deltoide) nos meses 0, 2 e 6.7 A Cervarix é uma vacina recombinante bivalente ou divalente que contém VLPs L1 purificadas de dois tipos de HPV: 16 e 18. Visa a prevenção das neoplasias intraepiteliais cervicais de alto grau (NIC II e III), do câncer do colo do útero, e de outros locais associados aos HPV 16 e 18, em meninas e mulheres de 10 a 25 anos de idade. Cada dose de 0,5 ml dessa vacina contém aproximadamente 20 µg da proteína L1 de HPV-16 e 20 µg da proteína L1 de HPV-18. Estas partículas geram-se em células de insetos Spodoptera frutiperda Sf-9 e Trichoplusia ni Hi-5 usando um BEVS (Baculovirus Expression Vector System).8 Utiliza como adjuvante o ASO4 (adjuvant system O4), composto de um agonista do receptor tipo TLR-4 (toll-like receptor 4), o 3D-MLA (3-O-dasacil-4’-monofosforil lipídio A), um derivado atóxico do LPS (lipopolissacarídeo), que se encontra naturalmente na parede celular externa da cepa R595 da bactéria Gram-negativa Salmonella minnesota (50 µg por dose), adsorvido a uma base de alumínio, o hidróxido de alumínio [Al(OH)3] (0,5 mg por dose). É administrada em três doses via intramuscular (no deltoide) nos meses 0, 1 e 6.9-11 Será que as evidências científicas disponíveis atualmente justificam a utilização dessas vacinas? Apesar dos bons resultados de imunogenicidade, segurança e eficácia para a prevenção do câncer cervical e das verrugas genitais evidenciados nos diferentes ensaios clínicos, existem uma série de questões pendentes de resolver antes de promovermos uma introdução efetiva de Médico e especialista em Ginecologia e Obstetrícia. I Diagn Tratamento. 2010;15(2):92-5. Cleomenes Barros Simões um programa de vacinação contra o HPV como medida de saúde pública, com o fito de reduzir a carga global de câncer cervical: 1. Não sabemos o preciso mecanismo de proteção da vacina;12 2. Não conhecemos o resultado do binômio soroconversãoproteção, ou seja, desconhecemos a correlação entre os níveis mínimos de anticorpos neutralizantes no sangue e o efeito protetor. Por isso, não sabemos como proceder no futuro em relação à dose booster (dose suplementar ou de reforço).12,13-15 E, neste caso, se houver necessidade de uma quarta dose, quem assumirá o custo? 3. Não foi ainda avaliado o impacto da vacinação, com o efeito “cross protection” inicialmente observado em alguns genótipos filogeneticamente relacionados com os incluídos nas vacinas. Desconhecemos, portanto, o benefício adicional que este fenômeno representaria na prática clínica;11 4. Não sabemos qual a real duração da imunidade: 4,5 anos, 5,5 anos, 6,4 anos, 9,5 anos?12,15 5. O ideal é que tivéssemos VLPs de 10 tipos de HPV (vacina decavalente) relacionados com o câncer, pois assim a vacina teria um potencial para proteger contra mais de 90% dos cânceres do colo do útero.13 No entanto, não sabemos se estes 10 VLPs relacionados com o câncer interagiriam entre si, ou se existiria diminuição de sua imunogenicidade;16 6. Não sabemos sobre a eficácia e a segurança da vacina em homens de diferentes idades15,17,18 e em pacientes imunossuprimidos;15,19 7. Desconhecemos se estas duas vacinas são intercambiáveis, ou seja, não sabemos se a pessoa que iniciou o esquema com a Gardasil poderá completar o esquema com a Cervarix;20 8. Não está demonstrada a eficácia em mulheres não virgens, isto é, mulheres já expostas ao vírus, e nas quais se detectam títulos de anticorpos implicados na vacina;15,21-23 9. Não se sabe se a imunidade conseguida em curto prazo com essa vacina pode alterar a história natural da infecção pelo HPV, como tem ocorrido com a varicela, onde os casos que aparecem em adultos são mais graves do que quando ocorrem na infância;24,25 10.Não sabemos se a erradicação dos vírus mais oncogênicos, no caso o 16 e o 18, através destas vacinas, poderia propiciar um desequilíbrio mutagênico, potencializando os genótipos virais menos prevalentes implicados na carcinogênese;21,25-27 11.A eficácia e a segurança da vacina não têm sido estudadas em jovens menores de 15 anos de idade. Nestas, apenas comprovou-se a imunidade humoral da vacina.27 Questões para reflexões 1. Como seria a aceitação por parte dos meninos de uma vacina indicada para prevenir um câncer na mulher? 2. As respostas imunitárias são similares se atrasarmos em um mês a segunda dose, e em dois meses a terceira? O ACIP Diagn Tratamento. 2010;15(2):92-5. (Advisory Committee on Immunization Practices) recomenda não iniciar a série de vacinações em caso de interrupção da pauta. A EMEA (European Medicines Agency) recomenda que as três doses da série de vacinação sejam administradas em um período de 12 meses.28 3. Uma menina de nove anos de idade ou uma adolescente aceitará três injeções no músculo deltoide num período de 180 dias? 4. Quando aplicada simultaneamente com a vacina contra a hepatite B, houve diminuição da média geométrica de anticorpos contra o antígeno de superfície do vírus da hepatite B. Não há trabalhos demonstrando a eficácia e a segurança desta vacina quando aplicada concomitantemente com outra (s) vacina (s) do calendário vacinal.29 5. A infecção pelo HPV oncogênico é condição necessária, porém insuficiente para desenvolver câncer cervical. Em 90% dos casos a infecção regride espontaneamente dentro de dois anos, bem como a evolução da infecção pelo HPV a câncer cervical é muito lenta e controlável.6,26,30 6. Os pediatras desempenham um papel importante na aceitação, na difusão, e na prescrição da vacina em população pré-adolescente e adolescente. Será que o atual grau de conhecimento dos pediatras sobre estas vacinas os credencia para tal desempenho? 7. Esta vacina pode dar uma falsa sensação de segurança (a vacina não cobre 30% dos casos de câncer e 10% das verrugas genitais) que pode levar a uma diminuição do rastreamento do câncer cervical através do exame de Papanicolaou e do uso de preservativos (com a probabilidade do aumento de gravidezes não desejadas e de doenças sexualmente trasmissíveis).25,30 Trata-se, portanto, de uma vacina incompleta, por falta de eficácia diante de outros genótipos de HPV, e por não prescindir do exame de Papanicolaou,20 além de limitar-se a uma faixa etária de 26 anos.15 8. Como será o processo de aceitação de uma vacina contra uma DST e um câncer para pré-adolescentes e adolescentes que ainda não iniciaram a atividade sexual? E para os seus pais? 9. 5/56 mulheres que engravidaram 30 dias antes de receberem uma dose da vacina, tiveram filhos com anomalias congênitas (megacólon congênito, estenose pilórica, pé “cavo” etc.), versus 0/58 das que receberam placebo.31 10.O VAERS (Vaccine Adverse Event Reporting System), coordenado pelo CDC (Centers for Disease and Control) nos Estados Unidos, notificou a ocorrência de 625 efeitos adversos (abortos espontâneos, síncopes devido a reação vasovagal, trombose venosa profunda, convulsões, 13 casos de síndrome de Guillain-Barré etc.), e 1,8 mortes/milhão de doses aplicadas. A vacina contra a meningite (Menactra), teve 424 efeitos adversos, e 0,6 morte/milhão de doses aplicadas.15,32,33 11.Na Espanha, somente 28,2% das mulheres com neoplasias intraepiteliais cervicais de alto grau (NIC II e III), confir- 93 94 Vacinas contra o HPV: Uma visão crítica madas por biópsia, foram infectadas exclusivamente pelo HPV tipo 16 ou 18.34 Se no Brasil tivéssemos essa prevalência para esses dois genótipos de HPV, poderíamos afirmar que é falsa a expressão: “a vacina protege 70% das lesões intraepiteliais de alto grau?” Conclusões Devemos ter prudência e precaução para utilização desta vacina, pois não estamos diante de uma doença que se supõe um grave e urgente problema de saúde pública e para a qual não se dispõe de nenhum método de tratamento ou preventivo efetivo.35,36 Achamos que é claramente precipitado e injustificado expor fisicamente e emocionalmente meninas sãs a uma nova vacina, por estarmos diante de muitos aspectos discutíveis e controversos, e por não termos respostas sólidas para questionamentos científicos tão relevantes.20,36 Desconhecemos seus efeitos a longo prazo e, até o momento, não há provas que demonstrem que a vacinação dessas pacientes reduzirá a sua probabilidade de ter câncer cervical.15,37,38 Além do mais, o preço dessa vacina deveria ser exequível para a população dos países em desenvolvimento, e não o é.39 Uma limitação atribuída à vacina é que não há resultados de ensaios clínicos com financiamento independente, todos os ensaios disponíveis têm sido financiados pela indústria que se beneficiará da introdução da vacina no calendário.20 Existem publicações feitas por pesquisadores das vacinas e editoriais em revistas científicas internacionais que questionam a atuação dos laboratórios produtores das vacinas, e a necessidade de maiores evidências que demonstrem a efetividade da vacina contra o câncer do colo do útero, levando à dúvida em relação à implantação imediata da vacinação em larga escala.25,40,41 Portanto, deveríamos aguardar e utilizá-la no mínimo daqui a uns cinco anos, pois não há razões científicas que justifiquem a pressa por vacinar.42 Esse tempo serviria para consolidar outros estudos em curso sobre essas vacinas como, por exemplo, o que está sendo realizado na Finlândia — um estudo fase III de adolescentes vacinadas que serão acompanhadas por mais de 10 anos para avaliação da eficácia e da duração da vacina.43 Nesse país nórdico também está sendo realizado um estudo fase IV, aleatório, de vigilância pós-comercialização da vacina.44 Os resultados desses e de outros estudos epidemiológicos são essenciais para determinar a segurança e a eficácia das vacinas. Assim, alcançada a primeira meta, dispor de uma vacina eficaz para a prevenção primária do câncer cervical, poderíamos então caminhar para uma outra meta mais difícil de alcançar, a universalização de sua aplicação.45 Por fim, seria de bom alvitre solicitarmos o “consentimento informado” aos pais de pré-adolescentes, e de adolescentes, e dos adultos, que optarem por utilizar a vacina, explicitando que a vacina provavelmente lhes protegerá contra o HPV, que não está claro por quanto tempo durará a proteção, ou se terá efeitos colaterais nocivos para a sua saúde.38,46 INFORMAÇÕES Endereço para correspondência: Av. Dr. Timóteo Penteado, 5 — 1o andar — Sala 13 Guarulhos (SP) CEP 07094-000 Tel. (11) 2440-4659 consultório E-mail: [email protected] Fontes de fomento: nenhuma declarada Conflitos de interesse: nenhum declarado REFERÊNCIAS 1. Schiffman M, Castle PE, Jeronimo J, Rodriguez AC, Wacholder S. Human papillomavirus and cervical cancer. Lancet. 2007;370(9590):890-907. 2. Clifford GM, Gallus S, Herrero R, et al. Worldwide distribuition of human papillomavirus types in cytologically normal women in the International Agency for Research on Cancer HPV prevalence surveys: a pooled analysis. Lancet. 2005;366(9490):991-8. 3. Baseman JG, Koutsky LA. The epidemiology of human papillomavirus infections. J Clin Virol. 2005;32 Suppl 1:S16-24. 4. Lowy DR, Schiller JT. Prophylactic human papillomavirus vaccines. J Clin Invest. 2006;116(5):1167-73. 5. Muñoz N, Bosch FX, Castellsagué X, et al. Against which human papillomavirus types shall we vaccinate and screen? The international perspective. Int J Cancer. 2004;111(2):278-85. 6. Stanley M. Prophylactic HPV vaccines. J Clin Pathol. 2007;60(9):961-5. 7. Barr E, Tamms G. Quadrivalent human papillomavirus vaccine. Clin Infect Dis. 2007;45(5):609-7. 8. Pedersen C, Petaja T, Strauss G, et al. Immunization of early adolescent females with human papillomavirus type 16 and 18 L1 virus-like particle vaccine containing ASO4 adjuvant. J Adolesc Health. 2007;40(6): 564-71. 9. Ulrich JT, Myers KR. Monophosphoryl lipid A as an adjuvant. Past experience and new directions. Pharm Biotechnol. 1995;6:495-524. 10.Garçon N, Van Mechelen M, Wettendorff M. Development and evaluation of ASO4, a novel and improved immunological adjuvant system containing MPL and aluminium salt. In: Schijns V, O’ Hagan D, editors. Immunopotentiators in modern vaccines. London: Elsevier Academic Press; 2006. p. 161-77. 11. Keam SJ, Harper DM. Human papillomavirus types 16 and 18 vaccine (recombinant, ASO4 adjuvanted, adsorbed) [Cervarix]. Drugs. 2008;68(3): 359-72. 12.Stanley M, Gissmann L, Nardelli-Haefliger D. Immunobiology of human papillomavirus infection and vaccination - implications for second generation vaccines. Vaccine. 2008;26 Suppl 10:K62-7. 13.Simões CB. Vacina quadrivalente contra o HPV [Quadrivalent Human Papillomavirus Vaccine against]. Diagn Tratamento. 2007;12(2):103-6. 14.Franco EL, Bosch FX, Cuzick J, et al. Chapter 29: Knowledge gaps and priorities for research on prevention of HPV infection and cervical cancer. Vaccine. 2006;24 Suppl 3:S3/242-9. 15.Kahn JA. HPV vaccination for the prevention of cervical intraepithelial neoplasia. N Engl J Med. 2009;361(3):271-8. 16.Dempsey AF, Freed GL. Human papillomavirus vaccination: expected impacts and unresolved issues. J Pediatr. 2008;152(3):305-9. 17.Lippman A, Melnychuk R, Shimmin C, Boscoe M. Human papillomavirus, vaccines and women’s health: questions and cautions. CMAJ. 2007;177(5):484-7. 18.Kim JJ, Andress-Beck B, Goldie SJ. The value of including boys in an HPV vaccination programme: a cost-effectiveness analysis in a low-resource setting. Br J Cancer. 2007;97(9):1322-8. 19.Palefsky JM, Gillison ML, Strickler HD. Chapter 16: HPV vaccines in immunocompromised women and men. Vaccine. 2006;24 Suppl 3:S3/140-6. Diagn Tratamento. 2010;15(2):92-5. Cleomenes Barros Simões 20.Martinez-González MA, Carlos S, de Irala J. Vacuna contra el virus del papiloma humano: razones para el optimismo y razones para la prudencia [Human papillomavirus vaccine: optimism versus prudence]. Med Clin (Barc). 2008;131(7):256-63. 21.Sawaya GF, Smith-McCune K. HPV vaccination--more answers, more questions. N Engl J Med. 2007;356(19):1991-3. 22.FUTURE II Study Group. Quadrivalent vaccine against human papillomavirus to prevent high-grade cervical lesions. N Engl J Med. 2007;356(19):1915-27. 23.Markowitz LE, Dunne EF, Saraiya M, et al. Quadrivalent Human Papillomavirus Vaccine: Recommendations of the Advisory Committee on Immunization Pratices (ACIP). MMWR Recomm Rep. 2007;56(RR-2):1-24. 24.Chaves SS, Gargiullo P, Zhang JX, et al. Loss of vaccine-induced immunity to varicella over time. N Engl J Med. 2007;356(11):1121-9. 25.Haug CJ. Human papillomavirus vaccination--reasons for caution. N Engl J Med. 2008;359(8):861-2. 26.Lowndes CM. Vaccines for cervical cancer. Epidemiol Infect. 2006;134(1):1-12. 27.Newall AT, Beutels P, Wood JG, Edmunds WJ, Maclntyre CR. Costeffectiveness analyses of human papillomavirus vaccination. Lancet Infect Dis. 2007;7(4):289-96. 28.Navarro-Alonso JA, Bernal-González PJ, Pérez-Martin JJ. Interrogantes en la introducción de la vacuna frente al virus del papiloma humano en los calendarios sistemáticos [Knowledge gaps regarding human papillomavirus vaccine implementation in ordinary vaccination schedules] Med Clin (Barc). 2007;129(2):55-60. 29.European Medicines Agency. EPARs for authorised medicinal products for human use. Gardasil. European Public Assessment Report. Disponível em: http://www.emea.europa.eu/humandocs/Humans/EPAR/gardasil/gardasil. htm. Acessado em 2009 (14 dez). 30.Márquez-Calderón S. Vacuna contra el virus del papiloma humano: reflexiones acerca del proceso de difusión, la evidencia científica y las incertidumbres [The human papilloma virus vaccine: reflections on the dissemination process, scientific evidence and doubts]. Enferm Clin. 2008;18(2):55-8. 31.Miller N. GardasilTM: Quadrivalent human papillomavirus 6, 11, 16, 18 L1 VLP vaccine. Vaccines and related biological products .Advisory Committee Meeting; 2006. Disponível em: http://www.fda.gov/ohrms/dockets/ac/06/ slides/2006-4222S-2_files/frame.htm#slide0001.htm. Acessado em 2009 (14 dez). 32.Minnesota Department of Health. Human papillomavirus vaccine. Report to the Minnesota Legislature 2008. Disponível em: http://www.Health.state. mn.us/divs/idepc/dtopics/vpds/hpv/hpvreport.pdf. Acessado em 2009 (14 dez). 33.Kahn JA, Burk RD. Papillomavirus vaccines in perspective. Lancet. 2007;369(9580):2135-7. 34.González-Bosquet E, Esteva C, Muñoz-Almagro C, Ferrer P, Pérez M, Lailla JM. Identification of vaccine human papillomavirus genotypes in squamous intraepithelial lesions (CIN2-3). Gynecol Oncol. 2008;111(1):9-12. Diagn Tratamento. 2010;15(2):92-5. 35.Razones para una moratoria en la aplicación de la vacuna del virus del papiloma humano en España. Firma la declaración. Disponível em: http:// www.matriz.net/caps2/declaracion/. Acessado em 2009 (14 dez). 36.Hernández-Aguado I, Porta M. Vacunar contra el virus del papiloma humano: análisis de una decisión de salud pública. FMC. 2008;15(3):119-21. Disponível em: http://www.matronadocente.com/res/site52338/res246089_vacunarcontra-el-HPV.pdf. Acessado em 209 (14 dez). 37.Alameda González C, de Lorenzo-Cáceres Ascanio A. Vacuna contra el papilomavirus humano: actitud ante una consulta sobre una novedad terapêutica [Human papillomavirus vaccination: attitude to a consultation on a therapeutic novelty]. Aten Primaria. 2008;40(4):205-8. 38.Gérvas J. La incierta prevención del cáncer de cuello de útero con la vacuna contra el virus del papiloma humano [Prevention of cervical cancer by the HPV vaccine is not definitive]. Rev Port Clín Geral. 2007;23:547-55. Disponível em: http://www.healthyskepticism.org/news/2008/June08.htm. Acessado em 2009 (14 dez). 39.Lippman A, Boscoe M, Scurfield C. Do you approve of spending $300 million on HPV vaccination?: no. Can Fam Physician. 2008;54(2):175, 177, 179, 181. 40.Discovery DSalud. Reportajes: El sinsentido de la vacuna para el virus del papiloma humano. Disponível em: http://www.dsalud.com/numero99_1. htm. Acessado em 2009 (14 dez). 41.Rosenthal E. Drug makers’ push leads to cancer vaccines’ rise. The New York Times. Disponível em: http://www.nytimes.com/2008/08/20/health/ policy/20vaccine.html. Acessado em 2009 (14 dez). 42.Alvárez-Dardet C, Márquez Calderón S, González López-Valcárcel B, et al. Razones para no decidir com prisas. Disponível em: http://www.elpais.com/ articulo/salud/Razones/decidir/prisas/elpepusocsal/20071106elpepisal_9/ Tes. Acessado em 2009 (14 dez). 43.Lehtinen M, Apter D, Dubin G, et al. Enrolment of 22,000 adolescent women to cancer registry follow-up for long-term human papillomavirus vaccine efficacy: guarding against guessing. Int J STD AIDS. 2006;17(8): 517-21. 44.Paavonen J. Clinical issue of prophylactic HPV vaccination:post marketing surveillance [abstract no. PS1-1-2]. In: European Research Organisation on Genital Infection and Neoplasia (EUROGIN); 2007 oct 4-6; Monte Carlo; 2007. 45.Lippman A. Human papillomavirus (HPV) vaccination and the development of public policies. J Epidemiol Community Health. 2008;62(7):570-1. 46.Charo RA. Politics, parents, and prophylaxis--mandating HPV vaccination in the United States. N Engl J Med. 2007;356(19):1905-8. Data de entrada: 4/5/2009 Data da última modificação: 14/10/2009 Data de aceitação: 14/12/2009 95