Definição de magma O magma é uma substância líquida, constituída, essencialmente, por uma mistura de rochas num estado de fusão com uma percentagem variável de gases. Este líquido ocorre a temperaturas muito elevadas. Por vezes, os magmas possuem algumas substâncias sólidas, cuja presença é explicada pelas diferentes temperaturas de fusão dos componentes da mistura. Na maioria dos casos, o magma é formado em locais onde se verifica uma forte actividade tectónica, a exemplo do que acontece em limites de placas convergentes e divergentes. Fig.1 – ambientes tectónicos onde ocorre a formação de magma A – Zona de afastamento de placas B – zona de colisão de uma placa continental com uma placa oceânica C – zona de colisão entre duas placas continentais D – Zona de colisão entre duas placas oceânicas E – zona intraplaca Composição e classificação dos magmas Do ponto de vista químico, os magmas são constituídos por silício, alumínio, ferro, magnésio, cálcio e potássio que, na maioria das vezes vêm expressos sob a forma de óxidos. Para além destes constituintes, os magmas contêm ainda outros elementos, tais como água, flúor, arsénio, cloro, boro, fósforo, que embora existam em pequenas quantidades desempenham um papel importante na formação dos minerais. Basáltico Andesítico Riolítico Cristalização e diferenciação dos magmas Durante o processo de arrefecimento de um magma, em consequência da diminuição da temperatura, tem inicio um processo de cristalização, isto é, de formação de cristais de matéria mineral. Se este arrefecimento se der á superfície da Terra, a velocidade, devido á elevadas diferenças de temperatura e pressão, de arrefecimento será muito elevada e muitas substâncias não chegam a cristalizar. Caso contrário, há uma formação sequencial de minerais, possuindo, cada um deles, uma estrutura e composição química bem definidas. Cristalização fraccionada Mediante diferentes processos de arrefecimento de magma, Norman Bowen, observou que os minerais não se cristalizam todos ao mesmo tempo. Primeiro cristalizam os minerais de mais alto ponto de fusão, seguidos dos restantes, por ordem decrescente dos respectivos pontos de fusão. Este processo designa-se cristalização fraccionada e é um dos processos responsáveis pela diferenciação magmática. Fig 2 – série reaccional de Bowen A partir desta figura podemos concluir que: Após a cristalização completa dos minerais que constituem ramos, a fracção magmática resultante pode apresentar elevadas concentrações de sílica e de metais leves, tais como o potássio e o alumínio. Cristalizarão então, sucessivamente, o feldspato potássico, a moscovite e, por fim, o quartzo, até ao esgotamento do magma residual. Os minerais e a matéria cristalina Definem-se três tipos de cristais: Cristal euédrico, se o mineral é totalmente limitado por faces bem desenvolvidas; Cristal subédrico, se o mineral apresenta faces parcialmente bem desenvolvidas; Cristal anédrico, se o mineral não apresenta qualquer tipo de faces As propriedades físicas dos minerais estão relacionadas com a sua composição química, com a natureza dos átomos, dos iões e das moléculas que os constituem, bem como a sua estrutura interna. A propriedade apresentada por minerais que possuem a mesma estrutura cristalina mas composições químicas levemente diferentes designa-se isomorfismo. É o caso dos minerais fayalita (Fe2 SiO4) e forsterita (Mg2 SiO4), que pertencem à série isomórfica das olivinas. Noutros casos, existem minerais que apresentam a mesma química mas estruturas cristalinas diferentes. Como por exemplo o mineral diamante, que é constituído por carbono e o mineral grafite, que é igualmente constituído por átomos de carbono. Nestes casos, esta propriedade designa-se por Polimorfismo. Características das rochas magmáticas Como já foi anteriormente referido, as rochas magmáticas resultam do arrefecimento e da solidificação do magma. Se essa consolidação ocorrer no interior da Terra, a grande profundidade, as rochas que se formarão designamse intrusivas ou plutónicas. Se a consolidação ocorrer á superfície da Terra, devido á sua ascensão as rochas resultantes designam-se vulcânicas ou extrusivas. Devido á grande diversidade de rochas magmáticas, a sua classificação pode ser efectuada tendo em conta a sua cor, a sua textura e as suas composições química e mineralógica. Cor A cor da rocha está relacionada com a existência dos minerais mais abundantes na sua composição. Minerais como o quartzo, os feldspatos potássicos e as micas brancas designamse minerais félsicos uma vez que são ricos em sílica e alumínio, pelo que conferem cor clara á rocha. Minerais como a biotite, piroxenas, anfíbolas, e olivinas porque são ricos em ferro e magnésio designam-se minerais máficos e atribuem uma cor escura ás rochas. Deste modo conseguimos classificar as rochas quanto á sua cor: Rochas leucratas – rochas claras, ricas em minerais félsicos e pobres em minerais máficos; Rochas mesocratas – rochas de cor intermédia, nas quais os minerais félsicos e máficos estão nas mesmas proporções; Rochas melanocratas – rochas escuras, ricas em minerais máficos e pobres em minerais félsicos No caso de elas serem constituídas apenas por minerais félsicos ou minerais máficos designam-se por hololeucocratas e holomelanocratas, respectivamente. Textura A estrutura das rochas está dependente da velocidade de arrefecimento do magma que está na sua origem. Deste modo, se a consolidação do magma ocorrer em profundidade, a sua velocidade de arrefecimento será lenta, o estado sólido será adquirido gradualmente e a matéria cristalina terá tempo para se organizar, formando rochas constituídas por minerais observáveis macroscopicamente. – Textura fanerítica ou granular Pelo contrário se o magma consolidar á superfície o arrefecimento será rápido e os minerais formandos só serão visíveis microscopicamente. – Textura afanítica ou agranular Em casos extremos, se o arrefecimento for demasiado rápido não ocorrerá formação de cristais individualizados, pelo que as rochas irão adquirir um aspecto semelhante ao vidro, acabando por ter uma textura vítrea. Conclui-se assim que: Rochas plutónicas textura fanerítica Rochas vulcânicas textura afanítica Composição química e mineralógica As rochas classificam-se com base na percentagem de silício que estas possuem em ácidas, intermédias, básicas e ultrabásicas. Classificação das rochas magmáticas em função da % de sílica Designação % de sílica Rochas ácidas Maior que 65% Rochas intermédias Entre 52% e 65% Rochas básicas Entre 43% e 52% Rochas ultrabásicas Menor que 43% Dos minerais que constituem as rochas magmáticas fazem parte dois grandes grupos: Minerais essenciais – minerais cuja presença permite caracterizar a rochas e determinar a sua designação Minerais acessórios – minerais que não são importantes para designar a rocha Exemplos de rochas magmáticas Riolito e granito – formam-se, essencialmente quando ocorrem choques entre duas placas continentais com consequente formação das cadeias montanhosas. O forte atrito que se verifica nas zonas profundas da região vai produzir um aumento de pressão e de temperatura, que irá provocar a fusão das rochas constituintes da crosta terrestre. Assim, o magma resultante será muito rico em sílica. O riólito tem uma estrutura afanítica, forma-se á superfície e é uma rocha leucocrata. O granito é uma rocha fanerítica, intrusiva e leucocrata. Basalto e gabro - maioritariamente, o manto superior é constituído por peridotito, uma rocha holomelanocrata, rica em minerais máficos, como a olivena e a piroxena. Quando uma porção de peridotito se desloca na astenosfera com um sentido ascendente, a diminuição de pressão provoca a fusão de minerais ferromagnesianos, possibilitando assim, a formação de um magma de composição basáltica. O basalto é formado neste ambiente, tendo uma estrutura afanítica, consolidando-se á superfície(rocha extrusiva)e sendo classificada como melanocrata. Para além desta rocha, forma-se também o gabro. Esta rocha tem uma estrutura fanerítica, consolida-se em profundidade (rocha intrusiva) e é classificada como melanocrata. Andesito e diorito – estas rochas formam-se quando duas placas, uma continental e uma oceânica, colidem. Há a subducção da placa oceânica. O magma resultante provem da fusão parcial de partes do manto e da crosta sob condições especiais de temperatura e pressão. Posteriormente, a água contida nos sedimentos que fazem parte da placa oceânica contribui para a formação de uma região aquosa. Assim, o magma tem tendência para adquirir uma composição química intermédia, designando-se por magma andesítico. O andesito caracteriza-se por: ter uma estrutura afanítica, ser uma rocha extrusiva e por ser mesocrata. O diorito caracteriza-se por: ter uma textura fanerítica, ser intrusiva e por ser mesocrata.