enfermagem na educação e humanização ao portador do hiv

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CAMILA ALVES DE SOUZA
ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO E HUMANIZAÇÃO AO
PORTADOR DO HIV
ASSIS
2010
CAMILA ALVES DE SOUZA
ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO E HUMANIZAÇÃO AO
PORTADOR DO HIV
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Instituto Municipal de Ensino Superior de
Assis como requisito do Curso de Graduação
em Enfermagem.
Orientadora: Profª. Drª Elizete Mello da Silva
Área de Concentração: Comunicação em Saúde
ASSIS
2010
FICHA CATALOGRÁFICA
SOUZA, Camila Alves de
Enfermagem na Educação e Humanização ao portador do HIV/ Camila
Alves de Souza. Fundação Educacional do Município de Assis – FEMAAssis, 2010.
59p.
Orientadora: Prof ª Doutora Elizete Mello da Silva
Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Municipal de Ensino
Superior de Assis – IMESA
1. HIV. 2. Educação. 3. Humanização
CDD: 610
Biblioteca da FEMA
Enfermagem na Educação e Humanização ao Portador do HIV
CAMILA ALVES DE SOUZA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis
como requisito do Curso de Graduação em
Enfermagem.
_______________________________________________
Orientadora: Profª. Dra. Elizete Mello da Silva
_________________________________________
Analisador (1): Rita de Cássia Cassiano Lopes
ASSIS
2010
DEDICATÓRIA
À Deus, ao meu tio Vanderlei (in memorian), à minha
avó Ana, meu avô Joaquim (in memorian) e aos meus
pais Valter e Silvia.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente ao meu Pai Celestial, todo o meu louvor e adoração pela força e
coragem que me sustentou em toda minha caminhada, sem deixar que o
desânimo, a canseira, as dificuldades enfrentadas fossem mais fortes que eu e
me fizesse desistir diante dos inúmeros obstáculos com os quais me deparei.
Ao meu tio Vanderlei (in memorian), que plantou em minha vida o desejo de
cuidar e oferecer conforto ao próximo com carinho e dedicação.
Agradeço grandemente ao meu avô Joaquim (in memorian) que sempre sonhou
em me ver formada, mas que infelizmente Deus recolheu antes que eu
terminasse essa jornada, mas sei que de onde ele estiver ele está aplaudindo a
minha vitória.
À minha avó Ana, que sempre foi e sempre será meu alicerce, minha base e
meu chão, que muitas vezes quando eu estava nervosa com algo referente à
faculdade ela chorava comigo, que sempre foi minha amiga, minha
companheira e minha mãezona.
Agradeço à minha mãe que nos últimos seis meses me escutava reclamar e
chorar com todo o meu lado emocional abalado, devido ao acúmulo de
trabalhos.
Ao meu pai, pelo carinho, atenção e paciência, por cada lágrima derramada que
ele enxugou, por cada dia mal humorado que ele tinha que agüentar pelas
pressões em cada avaliação. Pai. te amo muito, obrigada por ser sempre
presente em cada momento da minha vida..
Aos meus irmãos Thiago que agüentava meus choros, reclamações e Danilo,
que por muitas vezes me levava nos estágios, na faculdade e em casas de
colegas para estudar.
À minha tia Zanza, que sempre me aconselhou a manter a calma diante de
situações que eu via que explodir, que sempre me incentivou a lutar pelo o que
eu achava ser certo e que muitas vezes mudava totalmente seu dia para poder
me levar ás aulas e aos estágios.
Dedico este trabalho à minha pequena Bianca que por muitas vezes alegrava
meus dias com seus sorrisos, com suas palavras de carinho, palavras essas,
que saiam dos lábios de um ser tão pequeno e tão sincero, e com uma grande
sabedoria pra sua idade, que sempre me surpreendeu e sempre me encheu de
força para continuar.
À minha amiga de sala e companheira, Márcia, que muitas vezes durante esses
5 anos chorou comigo, esteve ao meu lado nas perdas de entes queridos e que
por muitas e muitas vezes não me deixava desistir e que por várias vezes
atravessava a cidade com chuva pra me levar pra faculdade. Obrigada, jamais
esquecerei esses gestos.
Aos meus colegas de classe, em especial a Maria do Socorro, Tatiane e
Nathália Moraes que dividi alegrias e tristezas, senti-me amparada e fortalecida,
obrigada por cada momento que vocês me faziam respirar fundo e manter a
calma.
À professora orientadora. Elizete (Dedé) que sempre tão compreensiva confiou
em mim, sempre me apoiou e por muitas e muitas vezes me ouviu desabafar,
Obrigada Dedé por cada telefonema que você atendeu, por cada mensagem
que você me respondeu, até em seus momentos de descanso, como em
feriados ou fins de semana. Obrigada por acreditar em mim, mesmo quando
muitos não acreditavam, agradeço à Deus cada dia que passamos juntas, cada
risada, cada conversa, enfim, obrigada!
Aos meus professores de teoria e estágios, pessoas com quem eu aprendi
muito e que foram muito importantes para a formação da ENFERMEIRA
Camila, em especial às professoras Rosângela, que muitas vezes foi a pessoa
que me ouvia chorar, reclamar de cansaço, que passou de professora à amiga
e à Ivana que sempre confiou no meu potencial, que sempre me mostrou que
temos sempre que estar em busca de conhecimento e sempre me incentivou a
batalhar por tudo o que quero, colocando DEUS sempre em primeiro lugar.
Obrigada admiro muito vocês.
Ao meu grupo de estágio Michele, Fátima, Gisele, Robson e Silvana, que
sempre foram compreensivos quando eu acordava de mau humor e estressada,
achando que não iria conseguir concluir meu curso e que se tornaram com o
passar do tempo, parte fundamental da minha família.
A AIDS não é uma epidemia e ninguém pode deixar de se amar por causa
dela.
Vamos usar camisinhas!
Vamos resistir até que encontrem a cura para essa doença”.
(Cazuza - Jornal da Tarde, 04/março/1988)
RESUMO
Na década de 80, quando surgiu o primeiro caso de contaminação pelo vírus
HIV/AIDS, houve grandes alardes em relação à sua transmissão, acometendo
apenas homossexuais, sendo conhecida na mídia como peste gay. Acreditavase que a pessoa infectada, não teria perspectiva a não ser a morte, pois a
doença não tinha cura. Realmente não foi encontrada ainda a cura para a
doença, porém existem medicamentos que quando administrados
corretamente, proporcionam ao paciente uma vida normal; ou seja, pode manter
um relacionamento (ter uma vida sexual ativa, desde que seja com o uso de
preservativo), formar uma família. No caso de paciente do sexo feminino, poder
conceber e dar à luz a um filho. Contudo, o portador de HIV acaba vivendo num
estado de tristeza muito grande. Cabe ao cuidador amenizar esse problema,
estabelecendo um vínculo entre paciente/cuidador. Cabe também ao enfermeiro
e sua equipe, o papel de educadores em saúde, proporcionando ao paciente
portador do HIV/AIDS, o esclarecimento de dúvidas e mitos que tanto o
preocupam e o inquietam em relação à sua nova condição. Pra que isso ocorra,
o enfermeiro e sua equipe, devem esclarecer dúvidas, dissolver alguns mitos e
principalmente apoiar a família, sendo sempre claro que esse tipo de patologia
não está ligada apenas à relação sexual desprotegida, mas também de mãe
para filho, com uso de drogas injetáveis (seringas compartilhadas) e
principalmente por acidentes de trabalho entre os profissionais da saúde. Essas
atitudes aumentam o lado humano do profissional da saúde, resgatando
importantes valores humanos.
Palavras chaves: Humanização – Educação - Enfermagem
ABSTRACT
In the heightens, when the first HIV/AIDS case appeared, a lot of commentaries
had been raised about the transmission ways. It was divulged that only
homosexuals were contaminated, being known in the media as a gay plague.
The cure for the illness is still not found, however exist medicines that when
managed correctly, can provide a normal life. The patient can keep a
relationship (to have an active sexual life using condom) and have a family.
Contaminated women can have children. By the way, the HIV patient normally
live in a big sadness state. In this perspective, the nurse and his team, have the
function of health educators, providing to the patient clarification about doubts
and myths that worry him. So the team nurse must clarify doubts, dissolve some
myths and may support the family, being always clearly that this type of
pathology is not only related to the forsaken sexual relation, but also of mother
for son, using injectable drugs (shared syringes) and in work accidents with
health professionals. These attitudes increase the human side of the health
professional, making the rescue of important human values.
Key-words: Humanization – Education - Nursing
Lista de Abreviaturas e Siglas
HIV
Virus da Imunodeficiência Humana
RNA
Ácido Ribonucléico
DNA
Ácido Desoxirribonucléico
CD4
Complexo de Histocompatibilidade presente nos Fagócitos
CD8
Complexo de Histocompatibilidade Citotóxico
TCD4
Linfócitos maturados no Timo, ligados nos CD4 dos Fagócitos
AZT
Medicamento Zidovudina
DST
Doenças Sexualmente Transmissíveis
SAE
Serviço de Atendimento Especializado
GIPA
Grupo Integrado de Atenção e Prevenção de DST
CTA
Centro de Testagem e Aconselhamento
SUMÁRIO
INTRODUÇÂO............................................................................................... p.15
CAPÍTULO 1
1. Humanização.............................................................................................. p.18
1.1 Assistências de Enfermagem Humanizada: o Saber Cuidar Humanizado
Realizado pela Equipe de Saúde e os Familiares do Portador de HIV/AIDS. p.22
CAPÍTULO 2
2. EDUCAÇÂO EM SAÚDE: O PAPEL DO ENFERMEIRO E SUA EQUIPE NA
PREVEÇÂO DO HIV/AIDS.............................................................................p.30
2.1 HIV/AIDS: uma condição sem volta..........................................................p.34
2.2 Ciclo vital do vírus do HIV........................................................................ p.38
2.3 Fases de infecção pelo HIV..................................................................... p.40
2.3.1 Infecção Aguda............................................................................ p.40
2.3.2. Fase Assintomática..................................................................... p.40
2.3.3 Infecção Sintomática Inicial......................................................... .p.40
2.4 Tratamento do HIV/AIDS: Terapia Anti- retrovirais, o Aumento de Sobrevida
aos Pacientes portadores de HIV.................................................................. .p.41
2.5 Cuidados Paliativos no Tratamento do Paciente com HIV/AIDS...............p.44
CAPÍTULO 3
3. A Participação do Enfermeiro na Promoção da Qualidade de Vida ao
Portador do HIV/AIDS................................................................................... p.47
3.1 A Importância da Alimentação aos Portadores de HIV/AIDS................. p. 50
3.2 Grupo Integrado de Atenção e Prevenção de DST................................ p.52
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... p.54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................p.56
15
INTRODUÇÂO
Para uma pessoa se sentir a vontade ou confortável em um ambiente é
necessário que ela se sinta acolhida. Em grandes entidades hospitalares sua
estrutura pode servir como um instrumento terapêutico, se contribuir para o bem
estar físico do paciente com a criação de espaços que além de acompanharem
os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de convívio mais humanas.
A humanização atualmente não é apenas chamar o paciente pelo nome, nem
ter um sorriso constante nos lábios, mas sim, também compreender seus
medos, angústias e incertezas, dando-lhe apoio e atenção permanente. É ir
além de um atendimento fraterno e humano, procurando sempre aperfeiçoar os
conhecimentos continuadamente e valorizar ao máximo os sentimentos do
paciente.
Na enfermagem, a humanização vai muito além da competência técnica ou
científica. Antes mesmo do profissional ser um educador da saúde, ele deve ter
em mente uma atitude individual, rodeada de valores éticos, solidários e de
respeito para com o paciente.
Para WALDOW (apud ROSELLÓ,1998, p. 311):
O ser humano precisa cuidar de outro ser humano a fim de realizar a
sua humanidade para crescer no sentido ético do termo. Da mesma
maneira, o ser humano necessita ser cuidado para atingir sua
plenitude, para que possa superar obstáculos e dificuldades da vida
humana.
Um tratamento humanizado leva em consideração os medos do paciente, suas
expectativas e principalmente a informação sobre os procedimentos aos quais
será submetido, fazendo com que ele participe do tratamento de maneira ativa.
Ao mesmo tempo o profissional de saúde humanizado volta-se para um
atendimento mais individualizado ao paciente, procurando identificar as
necessidades de cada um, minimizando o sofrimento do paciente em um local
que o lembra apenas dor, medo e angústia.
16
GIORDANI (apud MEZZOMO, 2003, p. 22) revela que humanizar, sobretudo
num ambiente hospitalar, requer empenho no cuidado da saúde, no sentido de
sua recuperação, o que mais se faz em hospital, mas também no sentido de
sua promoção, que é tarefa para toda a vida.
Humanizar é saber respeitar e reconhecer os limites e fraquezas dos nossos
pacientes, já que a enfermagem atua diretamente e indiretamente na prestação
de cuidados ao ser humano.
Sobre cuidar WALDOW (2006, p. 113) considera que:
[...] processo de cuidar é a forma em que se dá o cuidado. É um
processo interativo entre cuidadora e ser cuidado em que a primeira
tem um papel ativo, pois desenvolve ações acompanhadas de
comportamentos de cuidar, Já o segundo, ser cuidado tem um papel,
mas passivo e, em função de sua situação, pode tornar-se
dependente, temporariamente, mudando para um papel menos
passivo, e contribuir no cuidado, e ser responsável pelo próprio
cuidado.
Um paciente que recebe um resultado de sorologia positivo para HIV/AIDS, ao
primeiro momento precisará de um maior apoio da sua família, já que a mesma
estará totalmente envolvida desde o conhecimento da existência da patologia
até a sua recuperação emocional.
Esse paciente (o portador do vírus HIV/AIDS), com certeza terá medos, receios,
angústias, em relação à uma simples pergunta que ficará na cabeça dele “O
que eu faço agora?”. E cabe a nós como profissionais da saúde proporcionar
conforto, atenção, tirar as dúvidas mais comuns em relação à doença, e
principalmente, deixar o paciente e a família a par de todo o tratamento que o
mesmo será submetido, aos sintomas que ele apresentará, e desvendar para
ambos (paciente e família) os mitos e verdades sobre o HIV/AIDS. Esse
processo de interação entre paciente e família, chama-se cuidar.
O ato de cuidar não é somente estar presente para verificar uma pressão
arterial ou uma temperatura, mas sim dar assistência para que esse paciente
volte a ter vontade de viver a vida, porém com mais cautela, com algumas
17
limitações, fazendo com que se desenvolva o papel de um enfermeiro
humanizado, solidário, que preze para o bem estar do paciente.
Considerando a essência do ato de cuidar, como o objeto de trabalho, é
necessário que seja eficiente e prestado de forma humanizada. Ao se
estabelecer o cuidado, este deve ser sistematizado e holístico, a fim de
promover a qualidade da assistência e o cuidado emocional
Nesse contexto, o desenvolvimento da pesquisa, teve como objetivo educar
primeiramente o enfermeiro e sua equipe quanto á desenvolvimento de ações
humanizadas que reinsiram o portador do HIV/AIDS e sua família à sociedade,
sem quaisquer dúvidas, medos ou incertezas. De forma que na primeira parte
da pesquisa, destacamos a assistência da enfermagem e o saber cuidar
humanizado na relação da equipe de saúde e os familiares do portador do
HIV/AIDS.
Em um segundo momento, abordamos o ciclo do vírus HIV, bem como suas
fases de infecção, o tratamento e cuidados paliativos dos pacientes. Na última
etapa, ressaltamos a participação do enfermeiro na promoção da qualidade de
vida do portador do HIV/AIDS, destacando a importância do papel do
enfermeiro no Grupo Integrado de Atenção de DST (GIPA), no que se refere ao
cuidado à prevenção dos pacientes na cidade de Assis/SP e região.
18
CAPÍTULO 1
1. HUMANIZAÇÃO
Humanização é o termo utilizado para descrever a aquisição ou assimilação de
características humanas positivas por uma pessoa ou grupo de pessoas. Tendo
uma qualidade satisfatória na humanização prestada ao paciente, ele irá se
restabelecer mais rapidamente e será reintegrado ás suas atividades diárias,
voltando a ter uma vida normal.
Sobre como desenvolver a humanização no processo do cuidar de um ser
humano de forma a atingir sua plenitude, WALDOW (apud ROSELLÓ, 1998,
p.311) diz que:
O ser humano precisa cuidar de outro ser humano a fim de realizar a
sua humanidade para crescer no sentido ético do termo. Da mesma
maneira, o ser humano necessita ser cuidado para atingir sua
plenitude, para que possa superar obstáculos e dificuldades da vida
humana.
A enfermagem é uma profissão que se desenvolveu durante anos.Com o
processo de avanço tecnológico e a modernização dos procedimentos
científicos, o enfermeiro, a fim de manter uma necessidade pelo controle,
passou a assumir cada vez mais cargos administrativos, afastando-se
gradualmente da assistência ao paciente, surgiu com isso a necessidade de
resgatar os valores humanísticos da assistência da equipe de enfermagem.
Esses valores consistem não apenas em cuidar de um ser humano que carrega
(no seu corpo) sintomas de uma patologia, mas também prestar uma
assistência que não seja robotizada, mecanizada, tratando o paciente apenas
como um número de leito, ou número de prontuário ou até mesmo pelo nome
de sua patologia.
O ser humano vulnerabilizado pela doença deixou de ser o centro das
atenções, e passou a ser o instrumento em função de um determinado fim, que
19
pode variar em transformá-lo em objeto de aprendizagem ou tratá-lo como meio
de se obter status nos campos de pesquisa.
Para uma pessoa se sentir à vontade e confortável em um ambiente é
necessário que ela sinta-se acolhida. Em grandes entidades hospitalares, sua
estrutura pode servir como um instrumento terapêutico, se contribuir para o bem
estar físico do paciente, com a criação de espaços que além de acompanharem
os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de convívio mais humanas.
Atualmente, a humanização não é apenas chamar o paciente pelo nome, nem
ter um sorriso constante nos lábios, mas também compreender seus medos,
angústias e incertezas, dando-lhe apoio e atenção permanentes. É ir além de
um atendimento fraterno e humano, procurando sempre aperfeiçoar os
conhecimentos continuadamente e valorizar ao máximo os sentimentos do
paciente.
Em um artigo intitulado A Humanização dos Serviços e o Direito à Saúde,
CECILIO e PUCCINI (2004) relatam que:
A humanização é um movimento com crescente e disseminada
presença, assumindo diferentes sentidos segundo a proposta de
eleita. Aparece à primeira vista, como a busca de um ideal, pois,
surgindo em distintas frentes de atividades e com significados
variados, segundo os seus proponentes, tem representado uma
síntese de aspirações genéricas por uma perfeição moral das ações e
relações entre os sujeitos humanos envolvidos. Cada uma dessas
frentes arrola e classifica um conjunto de questões práticas, teóricas,
comportamentais e afetivas que teriam uma resultante humanizadora.
A humanização das relações e do cuidado ao ser humano no ambiente
hospitalar é uma preocupação dos profissionais. Um caminho possível e
adequado para a humanização se constitui acima de tudo na presença solidária
do profissional, ou seja, o enfermeiro cuidador, refletida na compreensão e no
olhar sensível, que desperta no ser humano sentimentos de confiança.
Sobre Humanização, MEZZOMO (1995, p. 276) afirma:
20
A humanização, não é apenas um conceito. É uma filosofia de ação
solidária. É uma presença! É a mão estendida! É o silêncio que
comunica! É a lágrima enxugada! É o sorriso que apóia! É a duvida
desfeita! É à confiança restabelecida! É a informação que esclarece! É
o conforto na despedida!
A humanização é um atendimento das necessidades biológicas, psicológicas,
sociais e espirituais, ou seja, cada pessoa deve ser compreendida como um ser
único e integral, e, portanto, com necessidades e expectativas particulares.
Ultimamente, percebemos em muitos lugares que prestam serviços em saúde,
que o atendimento é apenas focado na doença. Com atitudes como esta o
paciente não se sente valorizado como um todo, fazendo com que nós
enquanto profissionais da saúde comecemos a refletir no tipo de assistência
que estamos dando ao paciente
“A humanização dos cuidados em saúde pressupõe considerar a essência do
ser, o respeito, à individualidade e a necessidade da construção de um espaço
concreto nas instituições de saúde que legitime o humano das pessoas
envolvidas.” (PESSINI & BERTACHINI, 2004, p.3). Desse modo,como
profissionais da saúde, devemos nos conscientizar que humanizar é acolher a
necessidade de resgate e articulação de aspectos inseparáveis: o sentimento e
o conhecimento.
Mais do que isso, humanizar é adotar uma prática na qual o enfermeiro, o
profissional que cuida da saúde do próximo, encontre a possibilidade de
assumir uma posição ética de respeito ao outro, de acolhimento do
desconhecido, do imprevisível, do incontrolável, do diferente e singular,
reconhecendo os seus limites. A possuir uma pré-disposição para a abertura e
o respeito ao próximo como um ser independente e digno.
Ainda sobre o conceito de humanização, ROLIM E CARDOSO, no artigo O
discurso e a prática do cuidado ao recém- nascido de risco: refletindo sobre a
atenção humanizada. Diz que
21
[...] humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na
tarefa a ser desenvolvido, entregar-se de maneira sincera e leal ao
outro e saber ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios.
O relacionamento e o contato direto fazem crescer, e é neste
momento de troca, que humanizo, porque assim posso me reconhecer
e me identificar como gente, como humano.
É necessário repensar as práticas das instituições de ensino, que preparam os
profissionais de saúde, no sentido de buscar alternativas nas formas de
atendimento e de trabalho, que preservem este posicionamento ético no contato
pessoal e no desenvolvimento de competências relacionais. Quanto mais
articularem o conhecimento teórico e técnico da ciência aos aspectos afetivos,
sociais, culturais e éticos da relação profissional-paciente, mais estarão no
caminho para uma relação mais humanizada e eficaz.
A humanização pode reproduzir valores humanitários como: respeito,
solidariedade, compaixão, empatia, bondade, todos os valores morais de
acordo com as transformações da sociedade, propondo ainda uma construção
de valores que resgatem a dignidade humana na área da saúde.
Devemos, como educadores e profissionais da saúde, ensinar que é possível
contribuir na recuperação de um paciente por meio de atitudes simples, de uma
palavra ou de um ato de carinho. Compadecer-se do paciente em seu estado
de fragilidade é saber respeitar e reconhecer seus limites e fraquezas, já que a
enfermagem é que atua direta e indiretamente na prestação de cuidados ao ser
humano.
22
1.1. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA: O SABER CUIDAR
HUMANIZADO REALIZADO PELA EQUIPE DE SAÚDE E OS FAMILIARES
DO PORTADOR DE HIV/AIDS
Muitas vezes ouvimos a palavra cuidar em vários lugares, mas será que
sabemos por nós mesmos definir a palavra CUIDAR?
Entre tantos significados encontrados para dar sentido ao ato de cuidar,
podemos citar: aceitar, assistir aos outros, ser autentico, envolver-se, estar
presente, confortar, preocupar-se, ter compaixão, expressar sentimentos, amar,
ser paciente, proteger, respeitar, compreender, usar silêncio, ouvir. Muitos
desses significados englobam outros como, por exemplo: respeitar os outros,
respeitar o estilo de vida de cada pessoa, respeitar religião, privacidade,
diferenças sexuais. As pessoas desenvolvem comportamentos de cuidar,
porém a forma como se expressam está ligada a padrões culturais.
Conscientemente ao adoecer, o paciente busca no cuidador a resposta para os
acontecimentos ocultos que o fizeram desenvolver certo tipo de patologia. O
lado que se apresenta como base na relação entre o profissional da saúde e o
paciente são as questões existenciais e históricos pessoais que podem ou não
estar incidindo sobre o corpo e o modo de entender e reagir ao adoecimento.
Sobre cuidado emocional, SÁ (apud ORIÁ et al., 2006, p.293), o define como
habilidade de perceber o imperceptível, evidenciando a necessidade de
sensibilidade dos profissionais para executarem os cuidados, observando as
manifestações verbais e não verbais do paciente, podendo indicar ao
enfermeiro suas necessidades individuais.
Humanizar na Assistência de Enfermagem exige do profissional da saúde,
compartilhar com seu paciente, experiências que resultem na aplicação do
centro de suas ações. Humanizar o cuidado é dar qualidade na relação
profissional da saúde- paciente, acolher as dores e os medos do desconhecido
que o paciente está tendo que enfrentar em relação a uma nova condição de
vida.
23
A enfermagem é a profissão que mais deve prestar a atenção e executar o
atendimento humanizado, pois com isso o paciente irá se recuperar
rapidamente e irá se restabelecer na sociedade.
O grande desafio entre os profissionais da saúde é cuidar do ser humano como
um ser total, exercendo uma ação preferencial em relação a sua dor,
sofrimento, medos e perdas, auxiliando-o a entender sua patologia e o que ela
pode ocasionar em todas as dimensões, ou seja, física, psíquica, social e
espiritual.
Sobre a totalidade do cuidado, PESSINI & BERTACHINI (2004, p.91) diz:
[...] quem cuida e se deixa tocar pelo sofrimento humano torna-se um
radar de alta sensibilidade, se humaniza no processo e, para além do
conhecimento científico, tem a preciosa chance e o privilégio de
crescer em sabedoria. Esta sabedoria nos coloca na rota de
valorização e descoberta de que a vida não é um bem a ser
privatizado, muito menos um problema a ser resolvido nos circuitos
digitais e eletrônicos da informática, mas um dom, a ser vivido e
partilhado solidariamente com os outros.
Portanto, saber humanizar em enfermagem é saber cuidar de cada indivíduo
respeitando suas adversidades. A respeito do aprender a cuidar, FERNANDES
(2006, p.7), considera que:
Aprendendo á cuidar, descobre-se e respeitam-se a unicidades de
cada ser humano que se apresenta precisando de suporte para
superar seus limites ou adaptar-se á eles e aprendendo, tornar-se
capaz de acalmar, apaziguar, ser contingente.
Reconhecer a importância das características humanas é o primeiro passo para
humanizar a assistência de enfermagem e criar um vínculo de confiança com o
paciente. O segundo passo é o desenvolvimento de métodos que permitam a
inserção de tais aspectos humanos no pensar e no agir, sobre os processos
saúde-adoecimento-cura e nas relações de trabalho.
24
Saber cuidar do próximo é um ato ou compromisso fundamental para o
enfermeiro e sua equipe, onde, mesmo com problemas enfrentados nas
unidades de saúde, busca cuidar do paciente de uma forma humanizada, com
respeito aos seus medos e incertezas, sempre nos conscientizando que a vida
humana tem tudo a ver com o valor embutido nos conceitos sobre humanização
e o ato de cuidar.
Sobre o processo do cuidar WALDOW (2006, p.113) diz que:
[...] é a forma como se dá o cuidado. É um processo interativo entre
cuidadora e ser cuidado em que a primeira tem um papel ativo, pois
desenvolve ações acompanhadas de comportamento de cuidar. Já o
segundo, ser cuidado tem um papel mais passivo e, em função de sua
situação, pode tornar-se dependente, temporariamente, mudando
para um papel menos passivo, e contribuir no cuidado e ser
responsável pelo próprio cuidado.
Existem várias formas diferentes de cuidar, mas as que valem a pena ressaltar
são:
a) Cuidado Admissional: tipo de cuidado que esclarece ao paciente sobre
as rotinas, normas, direitos e deveres dele dentro de um ambiente
hospitalar. O paciente quando dá entrada no hospital, chega fragilizado,
já que está fora do seu habitat comum. Ao dar entrada no Hospital, o
cliente sente que seu mundo vai cair. A primeira solicitação é da retirada
dos objetos pessoais, muitas vezes significativos de uma vida e de um
simbolismo próprio;
b) Cuidado Social: tipo de cuidado voltado à preocupação do sofrimento
humano e a exclusão dos grupos sociais, principalmente os mais
carentes. É uma maneira de cuidar de um modo coletivo, fundamentado
no compromisso social. São as atividades de Educação e Saúde dentro
do espaço hospitalar a ensinar as pessoas como tratar os fatores
relativos aos estilos de vida, como cuidar de si mesmo e como lidar com
os assuntos de saúde antes deles se tornarem problemas crônicos. É o
25
compromisso social traduzido em uma maneira de cuidar em
Enfermagem.
c) Cuidado com Gestos e Palavras: tipo de cuidado que usa as palavras
como recurso terapêutico. Através das informações colhidas do paciente,
a equipe de enfermagem desenvolve ações que promovam a melhoria
da necessidade do paciente. Há todo um esforço da equipe de
enfermagem para apoiar emocionalmente o paciente através de
palavras, gestos e conversas que são estruturadas nas necessidades
humanas básicas. É o cuidar que busca a exteriorização de
necessidades e sentimentos, já que as emoções estão ligadas as
alterações físicas.
d) Cuidado Solitário: tipo de cuidado que tem como prioridade o resgate
da essência da vida, mesmo sem possibilidade de cura, como por
exemplo, os pacientes portadores de HIV/AIDS.
e) Cuidado na Alta Hospitalar: tipo de cuidado voltado para a continuação
do tratamento que foi iniciado dentro do hospital. Ao se traçar um plano
de alta, o enfermeiro deve levar em consideração todos os tipos de
cuidados anteriores, já que um está relacionado ao outro. Esse plano de
alta deve ser feito desde o momento em que o paciente da entrada no
hospital. É importante ressaltar que o plano de alta deve ser discutido e
muito bem explicado para a enfermeira da unidade de saúde que o seu
paciente irá dar continuidade ao tratamento do hospital e para a família,
que a partir do momento da alta, passa a ser parte fundamental da
melhora do paciente, assumindo o papel de cuidadores.
Sobre a definição de cuidar, PINHEIRO et al, (2005,), no artigo científico “O
cuidado humano: reflexão ética acerca dos portadores do HIV/AIDS”, diz:
O cuidado como prática fundamental na área da saúde é uma palavra
que vem assumindo significados diversos, com o passar do tempo. No
latim, significa cura e essa, de acordo como era escrita na
antigüidade, tinha sentido de amor e amizade. Outros relacionam a
26
palavra cuidada com cogitar, pensar, colocar atenção, mostrar
interesse, revelar uma atitude de desvelo e de preocupação. Seja qual
for o significado, o cuidado faz parte do ser humano e tudo que tem
vida clama por cuidado. Na realidade, o cuidado é o sustentáculo da
criatividade, da liberdade e da inteligência humana, tão importante
para a humanidade, que é preciso que cada um de nós venha a
desenvolver a afetividade para com os outros, que possa perceber
suas necessidades, para que a construção de um mundo melhor não
seja apenas fantasia.
O profissional da saúde, quando presta cuidados a alguém, entra na vida do
paciente e passa a tomar parte de sua individualidade, da sua privacidade, por
isso temos que ter o máximo de respeito possível a condição em que o paciente
se encontra.
Geralmente os pacientes portadores de HIV/AIDS experimentam cargas
excessivas de sentimentos de perda, tais como:
a) Perda de relacionamento com amigos e familiares, por causa do estigma
AIDS que está associado a sua condição de vida;
b) Perda do controle da vida e de suas atividades, já que a partir de agora,
o paciente será dependente dos medicamentos até o fim da sua vida, ou
até encontrarem a cura para a AIDS;
c) Perda de expressão sexual, pois com a infecção do vírus HIV e/ ou o
desenvolvimento da AIDS o paciente terá algumas restrições sexuais,
tendo como exemplo o uso do preservativo sempre, para que haver uma
segunda infecção do HIV, ou seja, um segundo contato com o vírus e o
aumento da carga viral do HIV no organismo do indivíduo.
Por esses motivos, é fundamental, principalmente para a equipe da saúde,
resgatar valores que foram se perdendo com o passar do tempo, fazendo com
que os profissionais se esquecessem que o cuidar não abrange somente a
patologia e o seu desenvolvimento, mas também o paciente como um todo e
junto com o paciente sua família.
27
Quando uma pessoa adoece, a família adoece junto, já que os medos tomam
conta não somente do paciente, mas de todos que o querem bem e participam
ativamente de sua vida. Uma pessoa que recebe o diagnóstico positivo para
HIV, por exemplo, sofre, já que sua vida a partir daquele momento vai tomar
outro rumo, e sua família sofre junto, com medo do desconhecido, com o futuro
sem a presença de um ente querido.
O envolvimento da família é muito importante para a melhora do paciente, já
que a família unida trás mais calma e aumenta a esperança do mesmo em viver
com um diagnóstico de HIV+ ou até mesmo com a AIDS já instalada no
organismo. Geralmente, dentro da família, o cuidador em domicílio passa a ser
a mãe, já que filhos, mesmo crescidos tendem a retornar ao lar materno diante
de um problema que a seu ver parece ser impossível de resolver.
Sobre a participação da mãe no tratamento do HIV/AIDS, PINHEIRO et al
(2005), no artigo científico “O cuidado humano: reflexão ética acerca dos
portadores do HIV/AIDS”,comenta:
A mãe apresenta um forte sentimento de solidariedade em relação ao
filho portador. A dor de perder um filho e o sentimento de
discriminação estão interagindo ativamente. As pessoas adoecem e
tendem a voltar à casa materna onde são recebidos pela mãe. Ao
assumir esse cuidado, a mãe e/ou o cuidador vivenciam a experiência
de ter um parente acometido pelo HIV, podendo passar pelas fases de
enfrentamento de uma doença grave e preparo para a morte,
permanecendo num contínuo entre o cuidar e o abandono.
Ainda sobre a participação da mãe no processo de tratamento no HIV/AIDS,
SILVA (2006), no artigo A Enfermagem como facilitadora na potencialização do
poder vital da mulher puérpera: A aplicação de um modelo de cuidado, diz:
O cuidado faz parte das necessidades de sobrevivência da vida
humana. Inicialmente, o que hoje denominamos cuidado de
enfermagem era realizado pelas mulheres, que tinham como principal
função o cuidado dos filhos e indivíduos doentes, assegurando e
mantendo a existência.
28
O enfermeiro e sua equipe devem prestar cuidados principalmente para a
família nesse momento de transição em que o ente querido está frente ao
diagnóstico de que é portador do HIV. Nesse momento o paciente e a família
entram em choque e a primeira coisa que querem fazer é negar. Negar a nova
condição do paciente, negar que isto esteja acontecendo com a família.
Em alguns casos a família passa pela fase em que o paciente fica agressivo, já
que a AIDS é uma doença que não tem cura, e seu tratamento (o uso das
medicações) varia de acordo com a quantidade de carga viral existente no
organismo do indivíduo e da velocidade que elas se proliferam, incapacitando o
sistema imunológico de exercer sua função.
É certo que o diálogo entre os profissionais de saúde, pacientes e familiares
nesse momento, favorece um relacionamento de confiança e obtêm bons
resultados para uma assistência com qualidade. O ser cuidador precisa saber
ouvir, estar presente e ter empatia com o outro ser. Desta forma, ambos se
fortalecerão e poderão encontrar a solução para uma melhora no quadro do
paciente com HIV, fazendo com o mesmo aceite sua nova condição. Isto
remete a um significado de humanização da assistência de enfermagem, com
interação entre os cuidadores/familiares.
É importante abordar a necessidade de humanização no cuidado de
enfermagem a pacientes portadores de HIV/AIDS e a atenção ao seu familiar.
Este processo de interação visa, sobretudo, tornar efetiva a qualidade da
assistência de enfermagem com o paciente, deixando-o mais confortável
possível com o seu estado, já que pra ele é vergonhoso aceitar seu novo
estado diante da família.
A equipe de enfermagem também deve estar atenta sobre o estado emocional
da família, que como o paciente, vêem suas vidas mudar completamente, a fim
de se adaptar, e a aceitar um portador de HIV/AIDS no seu meio.
Muitas famílias, geralmente aquelas composta por pessoas idosas, sofrem por
medos e anseios diante da tão cruel sociedade, que infelizmente associa o
HIV/AIDS
ao
homossexualismo.
Esses medos
e
incertezas
sobre o
29
desconhecido, pode gerar certo preconceito em relação a condição atual do
indivíduo portador do HIV/AIDS.
Sobre a discriminação ao portador do HIV/AIDS, ocorrida dentro dos próprios
lares, SOUSA et al (2004),no artigo A AIDS no interior da família - percepção,
silêncio e segredo na convivência social diz:
A família surge como uma unidade de cuidado e é também uma fonte
de ajuda para o indivíduo com AIDS, contribuindo para o equilíbrio
físico e mental do mesmo. Entretanto, os significados que a cultura
atribui à doença podem afetar os comportamentos da família, com
relação ao indivíduo com AIDS, passando a discriminá-lo e a excluí-lo
do grupo familiar. Além disso, entendemos que, neste contexto de
doença, cada família movimenta-se de forma singular, interpretando a
situação a partir de uma percepção em que sua cultura, seus códigos
e suas regras influenciam seu comportamento e o processo de
comunicação entre seus membros.
O conhecimento do diagnóstico gera, tanto para pacientes quanto para a
família, diversos sentimentos na vida: o medo do preconceito e dos julgamentos
que a doença pode gerar, no caso do paciente o receio da rejeição da família.
O enfrentamento da doença e a incorporação da mesma ao processo de viver
são questões que normalmente geram ansiedade e sofrimento, principalmente
nas pessoas ao descobrirem sua soropositividade. As reações diante do
diagnóstico são fortemente influenciadas pelas crenças e valores cultivadas
pelo indivíduo, assim como pelo grupo social no qual está inserido
Sobre o cuidado, PESSINI & BERTACHINI (2004, p.197), diz que:
[...] o cuidado é a pedra fundamental o respeito e da valorização da
dignidade humana, sobre a qual tudo o mais deve ser construído. É no
cuidar que expressamos nossa solidariedade para com o outros, e é
por esse caminho que toda relação terapêutica, enquanto tal, deveria
se caracterizar, mas de forma especial.
30
CAPÍTULO 2
2. EDUCAÇÂO EM SAÚDE: O PAPEL DO ENFERMEIRO E SUA EQUIPE NA
PREVEÇÂO DO HIV/AIDS
Considerando a ação educativa em saúde como um processo dinâmico e
contínuo, que objetiva capacitar indivíduos e/ou grupos da comunidade para
refletirem criticamente sobre as causas e problemas de saúde, torna-se patente
a importância da participação do enfermeiro nesse processo de ensinoaprendizagem.
Dessa forma, torna-se necessário e inadiável o envolvimento do enfermeiro em
ações educativas nos serviços básicos de saúde, principalmente no que se
refere à prevenção de enfermidades infecciosas, dentre elas a Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Atualmente, muito tem se discutido sobre a
importância da educação da população em relação ao contágio pelo HIV e o
desenvolvimento da AIDS. Mesmo tendo vários meios de comunicação
informando sobre as formas de contágio e manifestação da doença, ainda
existem pessoas sem conhecimento e/ou com relutância em se proteger. De
acordo com Ayres (2002, p.12), a prevenção tem sido desde o início da
epidemia, uma questão crucial para os programas de controle da AIDS.
Naqueles primeiros tempos, era grande o desconhecimento acerca da doença e
sua distribuição e poucos os subsídios para guiar ações preventivas. Sobre o
compromisso dos educadores, AGLETON (apud SCHALL & STRUCHINER,
1995, p. 96) diz que:
Os educadores comprometidos com a transformação social
necessitam considerar: as mudanças no nível das idéias, separandose os argumentos científicos das considerações morais; as relações
sociais entre educadores e educandos, com transformação das
atitudes de discriminação; processos políticos e alocação de recursos,
visando à organização de movimentos de reestruturação dos serviços
de saúde e acesso de recursos para a saúde.
31
Após essa descoberta, o quadro preventivo sofreu profundas alterações, porém
a importância da prevenção não é tão diferente do que há 20 anos atrás, já que
o grau de instrução é maior, e ainda se vê pessoas contaminadas pelo HIV e
desenvolvendo a AIDS devido a aspectos de vulnerabilidade.
Mesmo tendo progressos técnicos e científicos em relação ao tratamento da
AIDS, não há lugar para o descuido, nem por parte da população, nem dos
profissionais da saúde. A educação realizada pelos profissionais da saúde vem
sendo entendida por muitos como um meio de mudar o comportamento
prejudicial à saúde da população frente a uma doença que, se contraída, não
há cura, apenas uma melhora provisória no quadro e qualidade de vida do
indivíduo.
MARCONDES (apud PEREIRA, 1983, p.10), descreve a educação em saúde
como
"conjunto de atividades tendentes a influenciar ou modificar os
conhecimentos, atitudes, crenças e o comportamento, visando à melhoria da
saúde do indivíduo, da família e da comunidade".
Já TORRES & ENDERS (apud FREIRE & NOGUEIRA, p. 65-66), fazendo a
relação entre a educação em saúde e condições de vida apontam a educação
popular como uma forma de ajudar as pessoas a transformarem e resolverem
suas dificuldades. (apud FREIRE & NOGUEIRA)
De acordo com FREIRE (apud MONTEIRO, 1995, p. 124) a educação se
relaciona com o processo de conscientização, caracterizado pela ação crítica
permanente do homem sobre a realidade.
A conscientização não é voltada apenas para o sexo com preservativo ou o uso
de drogas injetáveis, o próprio profissional da saúde também tem que se
conscientizar que ele, querendo ou não, também faz parte do grupo de risco, já
que estão expostos á materiais perfuro cortantes que podem estar
contaminados.
SILVA (2009) et al em um artigo titulado Investigação de acidentes biológicos
entre profissionais de saúde afirma que:
32
Acidentes resultantes de exposição ocupacional a materiais biológicos
por trabalhadores da área de saúde têm sido considerados fator
preocupante, não só pelos prejuízos que acarretam às instituições,
mas também aos próprios trabalhadores. A exposição ocupacional é
caracterizada pelo contato direto com fluidos potencialmente
contaminados e pode ocorrer de dois modos distintos: por inoculação
percutânea, também chamada de parenteral; e pelo contato direto
com pele e/ou mucosa, com comprometimento de sua integridade
após arranhões, cortes ou por dermatites. Investigações de acidentes
ocupacionais com material biológico entre profissionais da área de
saúde mostraram que os que cuidam diretamente de pacientes são os
mais expostos. Outros profissionais de categorias não envolvidas
diretamente com os cuidados aos pacientes ou seus fluidos corporais
também podem ser vítimas de acidentes biológicos, tais como
trabalhadores de limpeza, lavanderia, manutenção e coleta de lixo.
O texto se refere aos profissionais da saúde que já estão formados, mas vale a
pena lembrar dos estagiários e futuros educadores em saúde, que estão
expostos ao HIV do mesmo modo que o profissional já formado.
No artigo científico Medidas Preventivas contra a AIDS e outras Doenças
Sexualmente Transmissíveis conhecidas por Universitários da Área da Saúde,
GIR et al (1.999), diz:
Considerando o universitário da área de saúde como futuro prestador
de cuidados ao portador de HIV/AIDS e outras DST, é imprescindível
que ele tenha conhecimentos acerca destas doenças e suas formas
de prevenção, a fim de desenvolver consciência crítica sobre suas
atitudes, tanto no que diz respeito às ações que visam a sua
autoproteção, bem como a do seu cliente/paciente, precavendo-se,
assim, inclusive das atitudes antiéticas e não humanísticas.
Não basta simplesmente oferecer informações, pois estar informado não
significa necessariamente conhecer; estar ciente não significa necessariamente
tomar medidas; decidir a tomar medidas não significa necessariamente fazer.
Portanto, é necessário desenvolver o senso de responsabilidade individual e
grupal; só esse compromisso pode conduzir às mais efetivas e aceitas
mudanças de comportamento, uma vez que se baseia em aceitação e não em
obrigação.
A educação é uma função delegada aos profissionais de saúde, e embora
aparentemente simples e fácil, é um processo complexo que envolve
33
numerosos aspectos inerentes ao comunicador, à comunicação e à audiência
para que as metas se tornem possíveis e atinjam os objetivos esperados.
No trabalho Atividade Educativas na Prevenção da AIDS em uma Rede Básica
Municipal de Saúde: Participação do Enfermeiro, TORRES diz que:
A educação em saúde se constitui num aspecto da educação integral,
envolvendo, portanto, o reconhecimento de que as ações educativas
se processam em uma sociedade em mudança, como um processo
contínuo. Busca-se não a mera adaptação do educando ao mundo já
construído, mas alcançar, através desse processo, a própria
mudança.
Assim, a educação em saúde se constitui num aspecto da educação integral,
envolvendo, portanto, o reconhecimento de que as ações educativas se
processam em uma sociedade em mudança, como um processo contínuo,
buscando não somente a mera adaptação do educando ao mundo já
construído, mas também alcançar através desse processo, a própria mudança.
34
2.1. HIV/AIDS: UMA CONDIÇÃO SEM VOLTA
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais conhecida como AIDS, foi
identificada pela primeira vez no Brasil, nos anos 80, sendo restrita apenas às
grandes cidades do país, como Rio de Janeiro e São Paulo. Mas não demorou
muito para se disseminar pelos quatro cantos do Brasil.
Segundo o artigo científico Qualidade de vida de indivíduos com HIV/AIDS: uma
revisão de literatura; CANINI et al (2004) diz que:
A epidemia da infecção pelo HIV e da AIDS constitui fenômeno global,
dinâmico e instável, traduzindo-se por verdadeiros mosaicos
regionais. Resultante das profundas desigualdades da sociedade
brasileira, a propagação da infecção pelo HIV e da AIDS revela
epidemia de múltiplas dimensões que vem sofrendo transformações
epidemiológicas significativas. Inicialmente restrita aos grandes
centros urbanos e marcadamente masculinos, a atual epidemia do
HIV
e
da
AIDS
caracteriza-se
pelos
processos
de
heterossexualização, feminizarão, interiorização e pauperização. As
mudanças no perfil da AIDS no Brasil devem-se à difusão geográfica
da doença a partir dos grandes centros urbanos em direção aos
municípios de médio e pequeno porte, ao aumento da transmissão por
via heterossexual e ao persistente crescimento dos casos entre
usuários de drogas injetáveis. O aumento da transmissão por contato
heterossexual implica no crescimento substancial de casos em
mulheres, o qual tem sido apontado como uma das mais importantes
características do atual quadro da epidemia no Brasil.
Na década de 80, logo após seu descobrimento, a AIDS era conhecida como a
peste gay ou câncer gay na mídia, pois os homossexuais eram os mais
afetados por essa enfermidade que ninguém sabia ao certo de onde vinha.
Porém com o passar dos anos, a AIDS vem acometendo vários gêneros,
independente de opções sexuais, crescendo muito em pessoas heterossexuais.
Já em um Discurso da Prevenção da AIDS frente às Lógicas Sexuais de Casais
Soro Discordantes, MAKSUD (2009) afirma que:
[...] ao longo dos anos, os boletins epidemiológicos divulgados pelo
Ministério da Saúde mostram que a razão entre os sexos vêm
diminuindo de forma progressiva. Se em 1985 havia 15 casos da
35
doença em homens para 1 em mulher, atualmente a relação é de 1,5
para 1, e em algumas faixas etárias, há inversão na razão de sexo. A
transmissão heterossexual continua a crescer e a epidemia vem
atingindo, também, de maneira importante, os indivíduos com menor
escolaridade. Cabe destacar, portanto, três tendências atuais
apresentadas pelo governo brasileiro em relação à epidemia de AIDS:
a) o aumento da doença em mulheres; b) o espraiamento da doença
para classes sociais menos favorecidas; c) o aumento proporcional de
casos entre os heterossexuais.
A AIDS é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, o HIV, que ataca as
células de defesa do indivíduo, comprometendo o sistema imunológico e
expondo o paciente á uma vulnerabilidade para as doenças oportunistas.
Esse vírus foi isolado pela primeira vez em 1983 pelos pesquisadores Robert
Gallo, nos Estados Unidos, e Luc Montagnier, na França, sendo que em 1986,
foi adotado o termo HIV do inglês Human Immunodeficiency Virus, traduzido
como Vírus da Imunodeficiência Adquirida, pertencente à família dos retrovírus.
Nessa família, o material genético ocorre em forma de RNA (ácido ribonucléico)
e não DNA (ácido desoxirribonucléico), como parte dos demais vírus e todos os
organismos celulares. Quando um retrovírus invade uma célula, seu RNA é
liberado e transformado em DNA, por um processo denominado „transcrição
reversa‟, realizado pela enzima transcriptase reversa. Após essa transformação,
a forma intermediária de DNA viral insere-se no DNA das células humanas
infectadas, passando a fazer parte de sua informação.
O detalhamento da origem e da evolução dessa família de vírus pode ajudar os
cientistas na busca de uma cura para esse mal, que já matou cerca de 14
milhões de pessoas. Nos últimos 20 anos, uma nova doença infecciosa,
causada por um vírus, tomou do câncer o posto de „mal do século‟.
Essa doença, para a qual ainda não existe cura, é a síndrome da
imunodeficiência adquirida, mais conhecida e temida pela sigla AIDS do inglês
Adquired Immunodeficiency Syndrome. Para que possamos conhecer o que o
HIV faz no organismo do paciente, precisamos entender primeiramente o que é
o sistema imunológico e como o mesmo é formado.
36
A função do sistema imune é a eliminação de antígenos, ou seja, corpos
estranhos que entram em contato com nosso organismo, independente destas
serem patológicas inócuas, a fim de manter homeostasia do sistema. Ele é
formado por várias células de defesa, porém as células mais acometidas em
uma infecção pelo vírus HIV são os linfócitos conhecidos como TCD4.
Os linfócitos são células pertencentes ao sistema imune adaptativo, que se
originam nas células-tronco hematopoiéticas da medula óssea e migram para
um órgão chamado Timo para maturarem.
Durante o desenvolvimento do linfócito T no timo (onde são conhecidos como
timócitos), ocorre a expressão de outras moléculas de superfície importantes
para o fenômeno de reconhecimento. São as moléculas CD4 e CD8 ou apenas
moléculas de diferenciação.
O HIV no organismo infecta as células através da sua enzima transcriptase
reversa, que produz uma cópia do seu genoma em DNA e incorpora seu próprio
genoma no genoma humano, que é localizado no núcleo das células infectadas.
Assim ocorre a lise dos linfócitos TCD4 saudáveis.
Em relação ao período de infecção do vírus, BELLINI (apud, JANEWAY et al.
2002, p.234) ensina que:
Os anticorpos contra o HIV aparecem no sangue de indivíduos de 3 a
12 semanas após a infecção, no período denominado de “janela
imunológica”. Neste ocorre o aparecimento de anticorpos anti-HIV em
concentração suficiente para permitir a sua detecção pelas técnicas
laboratoriais correntes.
Com a eventual diminuição desses linfócitos há um grande colapso no sistema
imune causando assim uma vulnerabilidade no organismo, permitindo a
instalação de patógenos que causam as doenças oportunistas e tumores que
podem evoluir para o óbito do paciente.
Em um trabalho intitulado Alterações hematológicas em pacientes infectados
pelo vírus da imunodeficência humana submetidos à terapia antirretroviral com
e sem inibidor de protease, DAMINELLI et al (2010) diz que:
37
A infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) é
caracterizada por uma contínua replicação viral e depleção dos
linfócitos T CD4, acarretando alterações imunológicas e infecções por
patógenos oportunistas.
No artigo científico Qualidade de vida de indivíduos com HIV/AIDS: uma revisão
de literatura, em relação ao HIV e os linfócitos TCD4, CANINI et al (2004), diz o
seguinte:
O HIV é um retrovírus que causa no organismo disfunção imunológica
crônica e progressiva devido ao declínio dos níveis de linfócitos CD4,
sendo que quanto mais baixo for o índice desses, maior o risco do
indivíduo desenvolver AIDS. O período entre a aquisição do HIV e a
manifestação da AIDS pode durar alguns anos, porém, apesar de o
indivíduo portador do vírus estar muitas vezes assintomático, pode
apresentar importantes transtornos na esfera psicossocial, a partir do
momento em que fica sabendo de seu diagnóstico.
Em relação aos transtornos psicossociais citados acima, vale a pena reforçar
ainda mais a importância do papel do enfermeiro em estar presente na vida do
paciente em todos os momentos, proporcionando entendimento em relação a
sua nova condição e tirando todas e quaisquer dúvidas que possam surgir,
compactuando para um desenvolvimento satisfatório na saúde do mesmo.
38
2.2 CICLO VITAL DO VÍRUS HIV/AIDS
Entender como o vírus do HIV funciona dentro da célula humana dá aos
pesquisadores indícios importantes sobre como atacá-lo em seus pontos mais
vulneráveis. Conhecer os segredos de como funciona e se reproduz pode
ajudar os cientistas a produzir novos medicamentos que são mais eficazes em
lentificar a replicação do HIV e que apresentem menos efeitos colaterais aos
usuários.
Os vírus não podem se reproduzir sem o auxílio de uma célula viva. Embora o
HIV possa infectar quaisquer células do corpo, seu alvo principal são os
linfócitos TCD4 como já vimos anteriormente.
Os linfócitos T são uma parte importante do sistema imunológico, porque
ajudam a facilitar a resposta do corpo a muitas infecções comuns, mas
potencialmente fatal. Com a diminuição dos linfócitos TCD4, o sistema
imunológico fica incapaz de se defender contra muitas infecções, denominadas
“oportunistas.”
Ao penetrar no corpo humano, e logo nas primeiras semanas da infecção, o
ciclo vital do HIV na célula humana, em especial na célula T, ocorre da seguinte
forma:
1) O HIV fixa-se nas células do hospedeiro por meio de espículas
encontradas no seu envelope viral. As espículas ligam-se a receptores
CD4 e a co-receptores, das células T;
2) Após a fixação, o RNA viral é liberado e transcrito em DNA pela enzima
Transcriptase reversa;
39
3) O DNA viral torna-se integrado ao DNA cromossômico da célula
hospedeira, podendo controlar uma produção ativa, em que novos vírus
brotam. Alternativamente, o DNA integrado pode não produzir novos
HIV's, mas permanece escondido no cromossomo da célula do
hospedeiro como um provírus. Como provírus, ele não é detectado pelo
sistema imunológico. O pró-vírus HIV, agora, aguarda sua ativação. A
partir do DNA viral, duas fitas de RNA são construídos e transportados
para fora do núcleo.
4) A etapa final do ciclo de vida viral é chamada nascente. Neste processo,
o material genético incluído no núcleo se funde com a membrana celular
deformada para formar o novo envelope viral. Com o seu material
genético escondido em seu núcleo e uma nova camada externa feita de
membrana da célula hospedeira, o HIV recém-formado comprime e entra
em circulação, pronto para começar todo o processo novamente.
40
2.3 FASES DE INFECÇÃO PELO HIV/AIDS
2.3.1 Infecção Aguda
Para aparecer os primeiros sintomas, demoram cerca de 5 a 30 dias. O primeiro
sintoma a surgir é a viremia da atividade imunológica, que se assemelha a
outras infecções.
Podem surgir também: febre, adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash
cutâneo ulcerações muco-cutâneo em mucosa oral, cefaléia, perda de peso,
náuseas e vômitos; os pacientes podem apresentar candidíase oral e
neuropatia periférica.Nos exames laboratoriais podem surgir a presença de
linfócitos atípicos, plaquetopenia e elevação sérica das enzimas hepáticas. A
queda da contagem de linfócitos T CD4+, de 30 a 90 células por ano, está
diretamente relacionada à velocidade da replicação viral e progressão para a
AIDS.
2.3.2. Fase Assintomática
Nesta fase pode ou não surgir sintoma, porém se surgir pode ser a
linfoadenopatia
generalizada,
sendo
a
mesma
indolor
e
passando
despercebida.
2.3.3 Infecção Sintomática Inicial
Podem surgir sudorese noturna, fadiga, perda de peso, candidíase oral e
vaginal, diarréia, herpes zoster, herpes simples recorrente.
41
2.4
TRATAMENTO
DO
HIV/AIDS:
TERAPIA
ANTI-RETROVIRAIS,
O
AUMENTO DA SOBREVIDA AOS PACIENTES PORTADORES DO HIV
Desde meados dos anos 80, medicamentos anti-retrovirais (ARV) têm sido
utilizados no tratamento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Os
primeiros anti-retrovirais permitiam benefícios temporários, em razão da baixa
eficácia na recuperação da capacidade imunológica e os efeitos limitados,
sobre a redução da carga viral.
A partir de 1996, com o advento de novas classes de ARV – inibidores da
protease e os inibidores de transcriptase reversa foi possível alcançar, mediante
a terapia anti-retroviral combinada, êxitos significativos no tratamento de
pessoas infectadas pelo HIV. Constatou-se, em decorrência, a diminuição
relevante nos índices de morbidade e mortalidade por AIDS.
A terapia anti-retroviral, resultou em uma redução da morbidade, aumento da
sobrevida, melhoria na qualidade de vida, supressão da carga viral e prevenção
da transmissão vertical em todo o mundo. Esses medicamentos agem no ciclo
do vírus, principalmente nas enzimas que permitem sua multiplicação dentro
das células hospedeiras.
Existem alguns medicamentos, cujo alvo é uma enzima primordial chamada
transcriptase (inibidores da transcriptase); outros que atuam dentro ou fora da
célula na enzima protease (inibidores da protease); e um terceiro grupo que
está sendo desenvolvido para atingir as integrases, enzimas que fazem o
material genético do vírus integrar-se no material genético da célula.
Basicamente, o coquetel é composto de drogas que agem nas duas primeiras
enzimas, que são fundamentais, e geralmente resulta da associação de 3 ou 4
drogas. Essa estratégia, que permite tratar o paciente por longos períodos,
levou em conta experiências anteriores como as do tratamento da tuberculose,
visando impedir que o vírus adquira resistência aos remédios, um fenômeno
freqüente quando se contava apenas com o AZT para tratamento da AIDS.
Essas drogas novas têm a vantagem, ainda, de permitir prescrever uma
quantidade menor de comprimidos o que aumenta a adesão ao tratamento.
42
Sobre a terapia anti retroviral no tratamento de pacientes portadores do
HIV/AIDS, TEIXEIRA & SILVA, (2008), no artigo A representação do portador
do vírus da imunodeficiência humana sobre o tratamento com os Anti-retrovirais
diz que:
O uso dos anti-retrovirais no tratamento da AIDS trouxe melhora
significativa na qualidade de vida das pessoas portadoras do HIV,
contribuindo para que a AIDS passe a ter características de uma
doença crônica, mas apesar do grande beneficio gerado por esta
terapêutica, restam ainda dificuldades a serem superadas, dentre
elas, a adesão da pessoa portadora ao tratamento.
Antigamente o indivíduo precisava tomar vários comprimidos dissolvidos na
água ou perto das refeições ou distante delas. Os primeiros eram tomados no
café da manhã. Pouco tempo depois de chegar ao local de trabalho, porém, era
necessário suspender as atividades para tomar mais alguns diluídos na água.
Hoje, existem preparações de drogas que são mais fáceis de administrar. A
didanosina, por exemplo, no início era apresentada em comprimidos enormes
que os pacientes detestavam mastigar ou dissolver na água. Hoje, há uma
didanosina de liberação entérica que pode ser ministrada em dose única. Além
dela, existem outros medicamentos para a AIDS que podem ser usados numa
dose única diária. Todos visam melhorar a qualidade de vida desses
pacientes.Isso teve um impacto extremamente positivo na adesão ao
tratamento, pois era comum grande parte dos medicamentos distribuídos pela
rede pública ser desperdiçada, já que o portador do HIV não tomava os
remédios direito por causa da dificuldade em distribuir sua ingestão ao longo do
dia. A experiência no tratamento da hipertensão arterial já tinha apontado nesse
sentido. O abandono da medicação era muito maior quando o hipertenso tinha
de tomar três doses diárias em vez de uma só. O coquetel anti- retroviral é
composto pelas drogas Inibidoras de proteases, Inibidoras da enzima
Transcriptase Reversa Nucleosídeos e Inibidoras da enzima Transcriptase
reversa não Nucleosídeos. Conheceremos um pouco mais de cada uma dessas
drogas.
43
a) Inibidoras de Proteases são: Indinavir (Crixivan); Ritonavir (Norvir);
Saquinavir (Invirase ou Fortovase); Nelfinavir (Viracept); Amprenavir
(Agenerase); Lapinovir (Kaletra): fazem a inibição da enzima protease
HIV, impede que a enzima processe o precursor da polo proteína,
fazendo com que as partículas virais produzidas sejam imaturas e,
portanto, incapazes de iniciar um novo ciclo de infecção celular.
b) Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleosídeos: Zidovudina
(Retrovir ou AZT); Didanosina (Videx); Zalcitabina (Hivid); Estavudina
(Zerit); Lamivudina (Epivir); Abacavir (Ziagen); Trizivir (AZT + 3TC +
Abacavir):O primeiro antirretroviral que surgiu foi em 1986, chamado
Zidovudina, que é um inibidor da enzima transcriptase reversa, esse
medicamento é também conhecido como AZT, ele inibe a síntese do
RNA viral através da inibição da transcriptase reversa, previne a
replicação viral, retarda também a progressão e diminui as seqüela pela
infecção pelo HIV, diminui a carga viral e melhora a contagem de células
CD4, diminui a transmissão pelo HIV, para crianças nascidas de mães
soropositivas
c) Inibidores da Transcriptase Reversa Não Nucleosídeos: Nevirapina
(Viramune); Efavirenz (Sustiva); Delavirdina (Rescriptor):É um inibidor
especifico não competitivo da transcriptase reversa (TR), do HIV1,
bloqueia as atividades das polimerases ARN-dependentes e ADN
dependente pelo vírus HIV1.
44
2.5 CUIDADOS PALIATIVOS NO TRATAMENTO DO PACIENTE COM
HIV/AIDS
Cuidados paliativos modernos, antigamente conhecidos como cuidado hospice
(abrigos destinados ao conforto e aos cuidados com a saúde de peregrinos e
viajantes), teve seu início nos tempos antigos.
Esses abrigos eram usados por peregrinos e doentes, ao longo de trajetos
conhecidos na Europa, como por exemplo, o caminho de Santiago de
Compostela. Muitos deles morriam nestas hospedarias, recebendo cuidado
leigo, porém caridoso.
O termo paliativo deriva da palavra latina pallium, que significa manta ou
coberta. Sendo assim, quando uma pessoa desenvolve ou adquire uma
patologia que não tem cura, como, por exemplo, o HIV/AIDS, os sintomas são
“cobertos”, com medicamentos específicos para cada sintoma.
A primeira definição de cuidados paliativos feito pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) se deu no ano de 1986, sendo revisada em 1990 e novamente
em 2002, que diz o seguinte:
Cuidados Paliativos são uma abordagem que objetiva a melhoria na
qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença
que ameaça a vida, através da prevenção e alívio de sofrimento,
através da identificação precoce e avaliação impecável, tratamento de
dor e outros problemas físicos, psicológicos e espirituais.
Esta é a definição mais recente da Organização Mundial de Saúde, realizada
em 2002. A prática adequada dos Cuidados Paliativos preconiza atenção
individualizada ao paciente com HIV/AIDS e à sua família, buscando uma
melhora de todos os sintomas e prevenção do sofrimento. O foco da atenção
não é a doença a ser curada/controlada, mas o doente.
O primeiro país a reconhecer a medicina paliativa como uma especialidade da
área da saúde foi o Reino Unido em 1987. O Brasil deu início às suas
atividades com os cuidados paliativos entre os anos de 1999 e 2001.
45
Na medida em que a doença se desenvolve e o tratamento medicamentoso
perde o poder de oferecer um controle razoável, os cuidados paliativos
crescem, no sentido não de combater a doença, mas proporcionar alívio aos
sintomas na fase aguda da doença.
Sobre a definição de Cuidados Paliativos MICHELIM et al (2007), no artigo
científico titulado Cuidados Paliativos em Pacientes com HIV/AIDS, afirma que:
O cuidado paliativo tornou-se um grande aliado de pacientes vivendo
com AIDS, principalmente ao auxiliar no controle de suas
enfermidades, garantindo-lhes uma melhor qualidade de vida, uma
vez que a doença não apresente nenhuma possibilidade de cura.
As ações paliativas desenvolvidas na fase do diagnóstico e do tratamento do
HIV/AIDS não exigem a presença de uma equipe especializada e podem ser
desenvolvidas por qualquer profissional na área da saúde.
À medida que a doença progride e o tratamento curativo perde o poder de
oferecer um controle razoável da mesma, os cuidados paliativos crescem em
significado, surgindo como uma necessidade absoluta na fase em que a
incurabilidade se torna uma realidade.
Os cuidados paliativos foram instituídos com a finalidade de suavizar os
sintomas físicos que o paciente tem a tendência a desenvolver, tais como:
1) Dor;
2) Náuseas;
3) Vômitos;
4) Diarréia;
5) Constipação;
6) Fadiga ou Cansaço.
46
Esses cuidados podem ser indicados em qualquer tratamento de doença
progressiva, ativa e em diferentes fases de evolução, que ameace a saúde do
ser humano.
Os profissionais que trabalham com cuidados paliativos desenvolvem
habilidades de se fazerem presentes no momento de desconforto e tristeza do
paciente, ou seja, o momento que ele descobre ser portador do HIV, sendo
esses momentos aqueles cheios de fúria, medo, incerteza e ansiedade á volta
de seu futuro com o desenvolvimento da doença.
A equipe de saúde que se dedica a esta forma de cuidado, aprende e recebe
muito mais do que proporciona, ele desenvolve a cada sorriso de gratidão o seu
lado humano, aprendendo a respeitar a condição humana e entender o quão
frágil são nossos egos, planos e sonhos. Vale a pena ressaltar o aprendizado
para uma vida toda sobre quais serão as prioridades, enquanto enfermeiros, e
como descartar aquilo que não é essencial á vida.
“Esse gesto de “encobrir” e “suavizar” a dor do paciente, que se denomina “
cuidado paliativo”,pois diminui o sofrimento, aumenta os laços afetivos e de
humanização nos profissionais, cria compaixão pelo paciente e sua família e
amigos mais próximos, controlando os sintomas que são pertencentes ao
desenvolvimento da patologia e proporciona a busca pela autonomia e pela
manutenção de uma vida ativa enquanto ela durar.
47
CAPÍTULO 3
3. A PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO DA QUALIDADE
DE VIDA AO PORTADOR DO HIV/AIDS
O termo qualidade de vida é utilizado quando um indivíduo está não somente
com a saúde física em perfeito estado, mas também, a saúde mental,
emocional e social. Um indivíduo portador do vírus HIV/AIDS tem um déficit em
todas essas áreas, já que sua condição mexe não somente com sua saúde
física.
No artigo Avaliação da Qualidade de vida de mulheres com HIV/AIDS através
do HAT-QoL, GALVÃO et al (2004), diz que:
[...] a qualidade de vida das pessoas com HIV/ AIDS tem sido uma
preocupação importante nas pesquisas da área. Desde a introdução
do AZT (zidovudina) em 1986, têm sido realizados ensaios clínicos
destinados a avaliar a eficácia dos esquemas de tratamentos nos
pacientes portadores de HIV, procurando focalizar inclusive a
qualidade de vida.
Após a descoberta da infecção viral por HIV e o desenvolvimento da AIDS,
havia pouca solução terapêutica para suavizar os efeitos da ação desse vírus
dentro do organismo do indivíduo. Assim, os mesmos veriam a evolução do seu
quadro clínico e esperariam a morte, sem nenhum tipo de expectativa com a
ação dos tratamentos.
Porém, no início da década de 90 surgiram medicamentos, como por exemplo,
a zidovudina ou simplesmente AZT, que trouxeram esperança para os
portadores do HIV/AIDS. Dessa forma, os portadores adquiriram não apenas
expectativa de vida, mas também qualidade de vida, devido aos avanços
terapêuticos, até que a cura ou a vacina pudesse se tornar disponíveis.
Porém, vale a pena lembrar que uma qualidade de vida adequada aos
portadores do HIV/AIDS, não está ligada somente ao bem estar em relação a
48
evolução clínica da doença, mas também aos hábitos quanto a alimentação e a
prática de exercícios físicos para beneficiar, não somente seu corpo, mas
também seu lado emocional e social.
Com o avanço dos tratamentos medicamentosos que combatem a evolução do
HIV/AIDS, houve também uma mudança impactante no estado nutricional peso
dos indivíduos que utilizam essas drogas, em particular, os inibidores de
proteases.
Sobre a evolução do estado nutricional dos portadores do HIV/AIDS, JAIME et
al ( 2004), no artigo Prevalência de Sobrepeso e Obesidade Abdominal em
Indivíduos portadores de HIV/AIDS, em uso de Terapia anti-retroviral de Alta
Potência, diz que:
Atualmente o ganho de peso, a redistribuição de gordura e a
obesidade são novos problemas nutricionais que os indivíduos com
HIV/AIDS em uso da HAART estão apresentando. Alterações na
composição corporal têm sido relatadas, especialmente no que se
referem à redistribuição da gordura corporal com acúmulo de gordura
em regiões centrais do corpo, tais como tronco, abdômen e região
dorso-cervical. A alteração na composição corporal está estimada em
cerca de 83% entre pessoas que utilizam os inibidores de protease10.
Para que o estado nutricional do paciente não agrave seu quadro, fazendo com
que o mesmo passe a fazer parte da porcentagem de pessoas com obesidade
mórbida, a equipe de saúde, lideradas pelo enfermeiro, devem orientá-lo a
práticas de exercícios físicos e manter uma alimentação equilibrada e saudável.
A equipe de saúde deve estar atenta aos problemas de desnutrição ou
obesidade nos pacientes portadores de HIV/AIDS, já que ambos andam lado a
lado ao estado em que o indivíduo se encontra no momento, ou seja, tanto o
emocional, quanto o físico e psicológico abalados.
Apesar das importantes evoluções no tratamento com os anti-retrovirais na
diminuição da replicação viral e melhora no sistema imunológico, as pessoas
portadoras do HIV/AIDS comumente experimentam problemas relacionados a
49
nutrição como a perda de peso ou obesidade. A incidência da desnutrição tende
a aumentar devido à sobrevivência prolongada, sendo essencial monitorar
anualmente o peso dos pacientes assintomáticos e freqüentemente daqueles
sintomáticos ou com mudança de peso.
Os pacientes portadores do HIV/AIDS podem perder peso facilmente e
rapidamente, cerca de 5 kg por mês, podendo ser associado a infecções
secundárias em mais de 80% dos casos, ou perder peso lentamente, indicando
uma candidíase, ou apenas a redução alimentar, devido a fatores emocionais..
Há casos, em que o paciente, simplesmente apresenta um emagrecimento
progressivo associado a uma diarréia crônica.A perda de peso grave diminui
consideravelmente
a
sobrevida
do
comprometendo sua qualidade de vida.
paciente
portador
do
HIV/AIDS,
50
3.1 A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO AOS PORTADORES DE HIV/AIDS
Uma alimentação saudável é aquela que possui todos os grupos alimentícios
necessários em cada refeição, lembrando sempre, que se deve respeitar as
preferências do paciente, valorizando seus aspectos culturais e econômicos.
Toda pessoa tem o direito a uma alimentação equilibrada para se manter
saudável, porém, quando este equilíbrio não é adquirido o corpo fica mais
sujeito à infecções, principalmente aos portadores do HIV/AIDS.
Ter uma alimentação saudável é um fator muito importante para a saúde e
conseqüentemente para a qualidade de vida das pessoas, principalmente aos
pacientes com o HIV/AIDS, pois tem muita influência importante no bem estar
físico e mental, proporcionando equilíbrio emocional, resultando assim na
melhora dos níveis de linfócitos TCD4.
Muitos pacientes que começam o tratamento com os anti-retrovirais podem
apresentar alguns sintomas como efeitos adversos aos medicamentos que
compõem o coquetel cabem aos enfermeiros, como educadores em saúde,
orientar cada caso, para que os pacientes possam ter uma melhor qualidade de
vida, através de uma dieta saudável e balanceada, é necessário atentar para:
a) Perda de Peso: existem causas que ocasionam perda de peso, sendo a
mais comum a perda do apetite, porém, existem ainda: dor ao engolir,
devido as feridas que aparecem na boca, esôfago e garganta; diarréias e
infecções, que fazem com que o corpo necessite de mais energia e
nutrientes; dificuldades de absorção, dificuldades socioeconômicas,
podendo não ter meios financeiros para se alimentar devidamente;
problemas psicológicos, como por exemplo a depressão; práticas
irrelegulares de exercícios físicos, sem a compensação calórica
necessária; Ação do Enfermeiro: encaminhar o paciente a um médico
e/ou nutricionista, para que os mesmos possam estar diagnosticar a
causa da perda de peso;
51
b) Falta de Apetite: o paciente portador do HIV/AIDS fica tão perturbado
com o diagnóstico dito pelo médico, que fica sem se alimentar, por vários
fatores emocionais. Com isso, o sistema imunológico que já está em
déficit, ficará mais debilitado, fazendo com que ocorra mais rapidamente
a evolução da doença; Ação do Enfermeiro: Orientar o paciente a fazer
pelo menos cinco refeições diárias em pequenas quantidades, variando o
máximo possível os alimentos, e incluindo sempre, sopas, caldos, bem
coloridos ao cardápio;
c) Náuseas e Vômitos: quando esses sintomas aparecem, o paciente
geralmente não se alimenta, com receio de que se agravem os sintomas.
Ação do Enfermeiro: Orientar o paciente que para que seu tratamento
evolua de forma satisfatória, é necessário que o mesmo se alimente,
mesmo estando com sensação náuseas e vômitos, e após a ingesta
alimentar, orientá-lo a descansar com a cabeça mais elevada que os
pés; importante lembrar os pacientes que a ingesta hídrica é fundamental
para a hidratação do seu organismo e que o uso de álcool dificulta muito
o seu tratamento, conseqüentemente piora a evolução clínica do seu
quadro.
52
3.2 GRUPO INTEGRADO DE ATENÇÃO E PREVENÇÃO DE DST
O Grupo Integrado de Atenção e Prevenção de DST (GIPA) foi cadastrado no
inicio com Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), e o Serviço de
Atendimento Especializado (SAE), atualmente funciona como GIPA. Até o ano
de 2002, funcionou somente o antigo Centro de Orientação e Apoio Sorológico,
a partir de setembro desse mesmo ano, acabou surgindo o Ambulatório
municipal de DST/HIV/AIDS e Tuberculose.
O CTA tem por objetivo o trabalho de prevenção às DST e AIDS, realizando
orientações, aconselhamentos pré e pós-teste, coleta para exames de HIV,
Sífilis e Hepatites B e C; encaminhando os casos detectados para devidas
referências. E é ponto de entrega de preservativos masculino, feminino, gel
lubrificante e orientação correta quanto ao uso. Como diferencial, oferecem
testagem rápida para o HIV (TRD-HIV), permitindo o conhecimento imediato do
resultado, assim como assistência caso seja necessário.
Realizam também ações preventivas em empresas, escolas, com populações
mais vulneráveis e nas unidades de saúde, junto à Atenção Básica.
O SAE tem por finalidade oferecer atendimento especializado, integral e de
qualidade aos pacientes, portadores de HIV/AIDS. Para tanto, conta com uma
equipe multiprofissional composta por coordenação, médica infectologista,
psicóloga, assistente social, enfermeira, farmacêutico, auxiliar de enfermagem,
administrativo e serviços gerais. Ainda, oferecemos referência para outras
especialidades.
No GIPA são realizados
os
atendimentos: médico, psicológico, social,
farmacêutico e de enfermagem às pessoas vivendo com HIV/AIDS. Onde, além
destes atendimentos, retiram seus medicamentos para terapia Anti-retroviral e
participam de grupos para adesão. Também é realizado no GIPA o atendimento
aos pacientes com tuberculose, onde além de consultas, recebem apoio social,
além de visitas. A busca de faltosos e supervisão no tratamento é realizada
intersetorialmente, pela Atenção Básica.
53
Atualmente trabalha com uma equipe composta por:
02 Médicos infectologistas
01 Coordenadora da unidade
01 Enfermeira
01 Psicólogo
01 Assistente Social
02 Auxiliares de Enfermagem
02 Auxiliares Administrativos
01 Auxiliar de Serviços Gerais
O GIPA, atualmente, encontra-se instalado no seguinte endereço: Rua Candido
Mota, 68, Centro – Assis/SP.
54
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um paciente portador do vírus HIV acaba se deixando levar pela patologia,
apresentando um quadro de tristeza.
Cabe a nós, cuidadores, incentivar a
melhora emocional e física do paciente.
Humanizar é saber respeitar e reconhecer os limites e fraquezas dos pacientes,
já que a enfermagem atua direta e indiretamente na prestação de cuidados ao
ser humano.
Mas, infelizmente, a realidade em que vivemos é outra; a equipe de
enfermagem deve resgatar valores que foram perdidos com o passar do tempo.
Com a informatização que foi se obtendo com o passar dos anos, a
enfermagem perdeu muito em termos de assistência humanizada, já que
antigamente o enfermeiro fazia seu primeiro contato com o paciente para anotar
seus dados pessoais e agora os dados pessoais dos pacientes já chegam
impressos na clínica onde o mesmo será internado.
Os pacientes com HIV/AIDS sentem essa falta de humanização, já que a
assistência à sua patologia tem sido o centro das atenções nos cuidados a ele
atribuídos, fazendo com que o mesmo enfrente seus medos e anseios sozinho,
sem o apoio do profissional da saúde, o qual deveria priorizar a saúde como
um todo, ou seja, o bem estar físico, emocional e social.
Em termos de bem estar social, o profissional da área da saúde, sendo
representado aqui pelo enfermeiro, teria que reeducar a sociedade em que ele
desenvolve suas atividades, digo reeducar, pois a população já tem uma ideia
totalmente errônea sobre como se transmite o HIV/AIDS, fazendo com que
ocorra a exclusão social do indivíduo portador e conseqüentemente de sua
família.
É essencial o desenvolvimento de atividades que incluam os familiares e
amigos mais íntimos do portador do HIV/AIDS, uma vez que todos que
participam de sua vida têm necessidade em saber como se adquire o vírus HIV,
pois geralmente as pessoas leigas e humildes, sem qualquer tipo de informação
55
correta, não entendem que há mais formas de contágio do que simplesmente o
uso de drogas injetáveis , sexo sem proteção e a opção sexual.
Devemos, na condição de enfermeiros, dedicar maior atenção ao paciente, não
digo passar horas dentro de um ambiente hospitalar apenas conversando com
o mesmo e sua família, mas tratá-lo pelo nome, perguntar se há alguma dúvida
não esclarecida, algum medo que o perturba em relação ao seu estado, já que
após o diagnóstico positivo, tudo na sua vida muda.
Os amigos se afastam, a família, de certa forma, se sente envergonhada,
cabendo a nós, profissionais da saúde, proporcionar entendimento, esclarecer
dúvidas. Enfim, devemos criar vínculos com nossos pacientes e muitas vezes
nos colocar em seu lugar, para ver se gostaríamos de ser tratados como
estamos tratando, ou se precisamos melhorar muito mais a nossa assistência.
Levando em consideração tudo o que foi dito neste trabalho, em relação ao
desenvolvimento e prática de um cuidado humanizado, já que muito se fala em
humanização e pouco se tem desta prática, vamos rever nossos conceitos e
pensarmos o porque estudamos tanto para nos formar enfermeiros(as), se foi
pra tratar a doença instalada no paciente, fazendo com que ele melhore e vá
para a casa ou se foi para promover o bem estar físico, emocional e social do
mesmo e logo o reinserir na sociedade.
56
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