UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL COMPARAÇÃO DO MÉTODO DO ÍNDICE DE AVIDEZ COM O ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO-BED DE CAPTURA DE IgG, PARA DETECÇÃO DE INFECÇÃO RECENTE PARA O HIV-1, DE DOIS CENTROS DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL DANIELA MEDEIROS SALUSTIANO 2010 DANIELA MEDEIROS SALUSTIANO COMPARAÇÃO DO MÉTODO DO ÍNDICE DE AVIDEZ COM O ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO-BED DE CAPTURA DE IgG, PARA DETECÇÃO DE INFECÇÃO RECENTE PARA O HIV-1, DE DOIS CENTROS DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL Dissertação apresentada à banca examinadora do Programa de PósGraduação em Medicina Tropical do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção do Título de Mestre. ORIENTADORA: Profa. Dra Heloísa Ramos Lacerda 2010 Salustiano, Daniela Medeiros Comparação do método do índice de avidez com ensaio imunoenzimático-BED de captura de IgG, para detecção de infecção recente para o HIV-1, de dois centros de testagem e aconselhamento do estado de Pernambuco / Daniela Medeiros Salustiano. – Recife: O Autor, 2010. 72 folhas: il., fig., tab., gráf. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Medicina Tropical, 2010. Inclui bibliografia, anexos e apêndice. 1. HIV. 2. Infecção recente. 3. Índice de avidez. 4. BED-CEIA. I. Título. 616.98 616.979 2 CDU (2.ed.) CDD (20.ed.) UFPE CCS2010-154 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL REITOR Prof. Amaro Henrique Pessoa Lins PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Prof. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Prof. José Tadeu Pinheiro COORDENADORA DA PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL Profa. Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlho VICE-COORDENADORA DA PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL Profa. Heloísa Ramos Lacerda de Melo CORPO DOCENTE Profa. Ana Lúcia Coutinho Domingues Profa. Célia Maria Machado Barbosa de Castro Prof. Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto Profa. Elizabete Malagueño de Santana Prof. Fábio André dos Santos Brayner Profa. Heloísa Ramos Lacerda de Melo Profa. Maria Amélia Vieira Maciel Profa. Maria de Fátima Pessoa Militão de Albuquerque Profa. Maria do Amparo Andrade Profa. Maria Rosângela Cunha Duarte Coelho Profa. Marli Tenório Cordeiro Prof. Ricardo Arraes de Alencar Ximenes Profa. Valdênia Maria Oliveira de Souza Profa. Vera Magalhães de Silveira Ao meu pai, Eugênio Salustiano, pela vida que me deu, pela formação moral e acadêmica que me proporcionou... A minha Tia Ana Salustiano, pelo estímulo e confiança depositado em mim e pelo exemplo de dedicação na busca dos seus objetivos... A minha vozinha Anita, por todo seu amor, pela paciência, dedicação e compreensão nos momentos mais difíceis, pelo apoio e motivação constantes em todo tempo da minha vida... Ao meu filho, Felipe, pelas virtudes que possui, pelo bem que me faz, pelo significado que deu à minha vida com sua existência e pela possibilidade que me deu de prosseguir... A todos vocês dedico este trabalho. AGRADECIMENTOS A Deus, por estar sempre presente na minha vida, me fazendo superar todos obstáculos e seguir em frente. À minha orientadora, Profa. Dra. Heloisa Ramos Lacerda, pela oportunidade de trabalho em colaboração, pelo incentivo na superação dos desafios, pelo apoio, ensinamentos e confiança depositados em mim. À minha Tia, amiga e mãe Ana Salustiano, pelo apoio, confiança, incentivo e amor em todos os momentos de minha vida. As minhas irmãs Gabi e Manu, que sempre me encorajam a vencer os obstáculos e aos meus cunhados André e Ricardo (topó) pela compreensão e colaboração durante essa empreitada. Ao meu filho, que mesmo com 4 aninhos soube colaborar do seu jeitinho, para que a mamãe concluísse este trabalho. Às Coordenações de DST/Aids do município do Cabo de Santo Agostinho, e do município de Paulista, por abrirem as portas para realização deste trabalho. À minha chefinha e amiga Lúcia Cristina Buarque (Tininha), pela grande ajuda e oportunidade, proporcionando a realização deste trabalho juntamente com o desempenho de minhas funções. Aos meus colegas do Centro Herbert de Souza – CTA – Cabo, pelo apoio, colaboração e paciência nos momentos fundamentais deste trabalho. Ao meu amigo e grande parceiro nesta jornada, Kledoaldo, pela troca de conhecimentos, pelos bons e difíceis momentos compartilhados e principalmente pela amizade que foi criada. Ao programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, pela oportunidade de crescimento científico. Ao funcionário Walter Leite, pela ajuda e paciência nestes dois anos de mestrado. A todos, que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho, meu MUITO OBRIGADA! O milagre não é dar vida ao corpo extinto, ou luz ao cego, ou eloqüência ao mundo... nem mudar água pura em vinho tinto... milagre é acreditarem nisso tudo! (Mário Quintana) LISTA DE ABREVIATURAS AC Anticorpo Ag Antígeno AIDS Síndrome da imunodeficiência adquirida ARV Antiretroviral BED-CEIA Ensaio imunoenzimático de captura para quantificação da IgG anti- gp41 do HIV-1, subtipos B, E e D. CAL Calibrador CD4 Grupo de diferenciação nº 4 CDC Centros para o Controle e Prevenção de Doenças Centers for Disease Control and Prevention CEP Comissão de ética em pesquisa CN Controle negativo CO Valor de corte Cut off CRF Forma recombinante circulante Circulating recombinant form CTA Centro de Testagem e Aconselhamento DNA Ácido desoxirribonucléico Deoxyribonucleic acid DO Densidade óptica DOP Densidade óptica padronizada DST Doenças sexualmente transmissíveis EIA Ensaio imunoenzimático Enzyme immunoassay ELISA Ensaio imunoenzimático Enzyme-linked immunosorbent assay Env Envelope EUA Estados Unidos da América G Guanidina Gag Antígeno grupo-específico Group-specific antigen HIV Vírus da imunodeficiência humana Human immunodeficiency vírus HSH Homens que fazem sexo com homens HTLV Vírus T-linfotrópico humano Human T-lymphotropic vírus IA índice de avidez IC Intervalo de Confiança IFI Imunofluorescência indireta Ig Imunoglobulina OMS Organização Mundial da Saúde OR Relação dos produtos cruzados Odds Ratio PBS Solução salina tamponada com fosfatos Phosphate-buffered saline Pol Polimerase Ver Regulador da expressão de proteínas virais Regulator of expression of virus proteins RNA Ácido ribonucléico Ribonucleic acid ROC Receiver operating characteristic SIV Vírus da imunodeficiência símia Simian immunodeficiency vírus STARHS Algoritmo de testes sorológicos para detecção de soroconversão recente para o HIV Serologic testing algorithm for recent HIV seroconversion Tat Trans-ativador da transcrição Transactivator of transcription Th Célula T auxilidadora T helper cell UDI Usuário de droga injetável UNAIDS Programa conjunto das Nações Unidas para a AIDS United Nations Joining Aids Program UNUSIDA Programa da Organização das Nações Unidas para o combate à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Vif Fator de infectividade viral Virion infectivity factor Vpr Proteína viral R Viral protein R Vpu Proteína viral U Viral protein U WB Western blot; Western blotting SUMÁRIO 1. DELIMITAÇÃO DO TEMA.................................................................. 17 2. REVISÃO DA LITERATURA.............................................................. 19 2.1. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida............................ 19 2.2. O Vírus da Imunodeficiência Humana..................................... 20 2.3. Situação da epidemia de HIV/Aids no Brasil e no mundo..... 22 2.4.Desenvolvimento dos algoritmos de testes laboratoriais para a identificação de infecções incidentes pelo HIV-1........ 25 2.5. Métodos baseados em marcadores de infecção recente....... 26 3. PERGUNTA CONDUTORA................................................................ 30 4. OBJETIVOS........................................................................................ 31 4.1. Objetivo geral.............................................................................. 31 4.2. Objetivos específicos................................................................. 31 5. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................... 32 5.1. Métodos...................................................................................... 33 5.2 Análise estatística dos dados...................................................... 36 5.3. Aspectos éticos da pesquisa.................................................. 36 6. ARTIGO.............................................................................................. 37 7. CONCLUSÃO.................................................................................... 58 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................. 59 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE COLETA DE DADOS................ 65 ANEXO A – APROVAÇÃO EM COMITÊ DE ÉTICA............................. 67 ANEXO B – NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA................. 68 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV........................................21 Figura 2 – Ciclo replicativo do HIV-1................................................................22 Figura 3 – Estimativa de adultos e crianças vivendo com HIV/ Aids em 2007.............................................................................................................23 Figura 4 – Municípios com pelo menos um caso de aids por período e ano de diagnóstico. Brasil, 1980 – 2009 ......................................................24 Figura 5 – Fluxograma da metodologia do índice de Avidez ...........................35 Figura 6 – Esquema da interpretação do resultado do BED-CEIA ..................35 LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS Tabela 1 - Características dos 364 pacientes diagnosticados para a infecção pelo HIV e incluídos no estudo, CTA-Cabo e CTA-Paulista, 2006 a 2009...................................................................................................................48 Tabela 2 - Resultados do teste de avidez com ponto de corte 0,8 comparados aos resultados do ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG das 364 amostras, CTA-Cabo e CTA-Paulista, período de 2006 a 2009.......................49 Tabela 3 - Resultados do teste de avidez com o ponto de corte 0,9 comparados aos resultados do ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG das 364 amostras, CTA-Cabo e CTA-Paulista, 2006 a 2009..........................................50 Tabela 4 - Performance do teste de avidez tendo como pontos de corte a densidade ótica de 0,8 e 0,9, tento como Padrão ouro o ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG das 364 amostras do estudo, CTA-Cabo e CTA-Paulista, 2006 a 2009...................................................................50 Gráfico 1 - Curva ROC mostra a sensibilidade e especificidade do Índice de Avidez comparado ao BED de 364 amostras....................................................51 RESUMO Em vigilância epidemiológica, um grande desafio é encontrar a melhor forma de monitorar a incidência do vírus da imunodeficiência humana do tipo1 (HIV-1). A Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou em 2001 uma metodologia laboratorial que permite identificar infecções recentes. O estudo foi desenhado para comparar o ensaio automatizado Axsym HIV 1/2gO modificado pela Guanidina que avalia o Índice de Avidez, com o ensaio imunoenzimático de captura de IgG BED-CEIA, na identificação de infecções recentes pelo HIV-1 de usuários de dois Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) do estado de Pernambuco. Foram utilizadas 364 amostras de soro que tiveram diagnósticos positivos para o HIV-1 de indivíduos que procuraram de forma espontânea, os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da cidade do Cabo de Santo Agostinho e da cidade do Paulista, ambas localizadas na região metropolitana do Recife, no período de 2006 a 2009. Os resultados dos dois testes foram comparados utilizando o BED como Padrão Ouro. Das 364 amostras, 103 (28,29%) foram identificadas como infecção recente pelo BED; pelo índice de avidez, com ponto de corte 0,8 e 0,9 foram identificadas 76 amostras (20,87%) e 148 (40,7%), respectivamente. para um ponto de corte de 0,9. A curva ROC mostrou que o ponto de corte para o IA com a melhor sensibilidade e especificidade em relação ao BED foi de 0,9, no qual a sensibilidade foi de 85,4% e especificidade de 77%. O presente estudo permite concluir que o IA obtido pela metodologia Axsym-HIV1/2gO com adição de Guanidina, possui boa performance comparado ao BED na detecção das infecções recentes pelo HIV, sendo de grande utilidade em regiões com recursos limitados. Palavras - chave: HIV, Infecção recente, Índice de avidez, BED-CEIA. ABSTRACT In surveillance remains an enormous challenge to find the best way to monitor the incidence of human immunodeficiency virus type 1 (HIV-1). The WHO in 2001 adopted a laboratory method for identifying recent infections. The study was designed to compare the test automated AxSYM HIV 1/2gO modified by Guanidine that measures the avidity index with the enzyme immunoassay IgG capture BED-CEIA in the identification of recent infections with HIV-1 users of two Voluntary and Counselling Testing (VCT) of Pernambuco - Brazil. We analyzed 364 samples of serum that had positive diagnosis for HIV-1 individuals searching, spontaneously, the Voluntary and Counselling Testing (VCT) from Cabo de Santo Agostinho and Paulista, both lin the metropolitan area of Recife, in the period 2006 to 2009. The results of both tests were compared using the BED as Gold Standard. Of the 364 samples, 103 (28,29%) were identified as recent infections by BED and 76 (20,87%) by the avidity index (AI) with a cutoff point of 0,8 and 40,7% for a point cutoff of 0,9. The ROC curve showed that the cutoff point for the AI that will bring the best sensitivity and specificity in relation to BED was 0,9 in which the sensitivity was 85,4% and specificity of 77%. This study shows that the IA methodology Axsym-HIV-1/2gO obtained by the addition of Guanidine has good performance compared to the BED in the detection of recent HIV infections, and is useful in regions with limited resources. Key - words: VIH, Recent infections, Avidity index, BED-CEIA. SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 1. DELIMITAÇÃO DO TEMA Os sistemas de vigilância epidemiológica têm sido desafiados constantemente para melhorar os métodos para o monitoramento das tendências da epidemia de HIV/Aids em todo o mundo (S. Bio Fernandes et al,2005). As informações disponíveis são baseadas, na sua maioria, em estudos transversais de soroprevalência os quais podem se constituir em uma ferramenta pobre para inferir as tendências da epidemia, ao longo do tempo, em grupos populacionais em risco para a infecção (McDougal et al, 2005). A incidência de infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) era avaliada por meio de estudos longitudinais em coortes de indivíduos soronegativos e por meio do monitoramento da soroprevalência entre indivíduos que freqüentam com periodicidade serviços de testagem sorológica (Walker et al, 2001). Contudo, a modificação de comportamentos sexuais de maior risco, com conseqüente redução da transmissão do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), tem contribuído para o viés de seguimento observado nos estudos longitudinais tradicionais (Johnson et al., 2003). Além dos efeitos da intervenção, estes estudos são geralmente dispendiosos, demorados e podem também ter seus resultados influenciados pela participação seletiva e pelas diferenças de perda no seguimento (Sahlu et al., 2002; Kaul et al., 2002). O crescente interesse em estimar a incidência da infecção pelo HIV, utilizando amostras de seção transversal tem levado ao desenvolvimento de métodos laboratoriais diversos (Suligoi et al, 2002). Em 2004, Dobbs e colaboradores avaliaram as características de desempenho do ensaio BED-CEIA, visando elaborar um algoritmo de testes sorológicos alternativo às estratégias de testagem dupla sensível/menos sensível para a detecção de infecções recentes pelo HIV-1. O teste baseia-se na determinação da proporção de imunoglobulinas G (IgG) anti-HIV em relação ao total de Imunoglobulinas G no sangue, através do teste ELISA (McWalter T et al, 2009). O tempo da infecção do HIV pode então ser estimado, uma vez que em princípio a razão entre a relação da IgG total e a IgG anti-HIV varia de acordo com a progressão da doença (McWalter T et al, 2009). Esta técnica é freqüentemente utilizada em conjunto com ferramentas matemáticas para estimar a incidência da infecção pelo HIV e tem sido amplamente utilizada ( Hargrove J et al, 2009). 17 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Um outro método que permite distinguir as infecções recentes das estabelecidas com base na avidez (afinidade) dos anticorpos foi descrito em 2002 (Suligoi et al, 2002). A metodologia baseia-se no princípio de que a avidez dos anticorpos produzidos na fase inicial da infecção é reduzida, em oposição ao que se observa em infecções estabelecidas. Na validação deste método, é calculado o Índice de Avidez (I.A.) mediano em função do tempo de seroconversão para um tempo inferior a seis meses (Suligoi et al, 2003). Assim, foram definidas como infecções recentes as contraídas há menos de seis meses e infecções estabelecidas, as contraídas há mais de 6 meses (Suligoi et al, 2003). Os autores realçam a simplicidade e o automatismo da técnica, e ainda, o fato de teoricamente detectar todos os subtipos virais e não ser influenciado pelo estádio da infecção. O estudo foi desenhado para comparar um teste automatizado que avalia o índice de avidez (Axsym-HIV1/2gO), com o ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG (IgG-Capture BED-CEIA), para a detecção de infecção recente para o HIV de amostras armazenadas em sorotecas de dois Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da região metropolitana do Recife-Pernambuco, no período 2006 a 2009. . 18 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. A síndrome da imunodeficiência adquirida Em 1981, os Centros para o Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC Centers for Disease Control) notificaram a ocorrência de casos de pneumonia pelo Pneumocystis carinii [posteriormente classificado como Pneumocystis jiroveci (Stringer et al., 2002)] e de Sarcoma de Kaposi em homossexuais masculinos jovens previamente sadios, que passaram a apresentar um quadro de deficiência imunológica severa, linfadenopatia generalizada e uma acentuada diminuição do número absoluto de linfócitos T-auxiliadores no sangue periférico (CDC, 1981a; Durack et al., 1981; Gottlieb et al., 1981; Masur et al., 1981). Após a descrição dos primeiros casos, a imunodeficiência foi também observada em usuários de drogas injetáveis, receptores de transfusão, hemofílicos e crianças recém-nascidas de mães dependentes de drogas injetáveis (CDC, 1981b; CDC, 1982a, 1982b, 1982c). Ao final de 1982, a denominação "Síndrome da Imunodeficiência Adquirida" (Aids - Acquired Immunodeficiency Syndrome) já era utilizada para a descrição desta síndrome, cuja investigação epidemiológica determinou ser uma doença infecciosa transmitida por contato sexual, sangue e produtos do sangue. Em 1983, Barré-Sinoussi e colaboradores (grupo de pesquisadores da França) demonstraram atividade de transcriptase reversa (DNA polimerase dependente de RNA) em sobrenadantes de culturas de linfócitos do sangue periférico de um paciente com linfadenopatia. Em 1984, Gallo e colaboradores (EUA) demonstraram que uma linhagem de células T humanas era capaz de propagar o HIV, o que possibilitou grande avanço no isolamento e na identificação de partículas virais a partir do sangue de portadores de Aids. Inicialmente, o vírus recebeu várias denominações. O grupo do Dr. Luc Montagnier, do Instituto Pasteur da França, o denominou de Vírus Associado à Linfadenopatia (LAV - Lymphadenopathy-associated virus); pesquisadores ligados ao grupo do Dr. Robert Gallo o denominaram Vírus TLinfotrópico Humano do tipo III (HTLV-III - Human T-lymphotropic virus type III) e o grupo do Dr. Jay Levy o 19 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... denominou Retrovírus Associado à AIDS (ARV - Aids-Associated Retrovirus) (Levy et al., 1984). Em 1986 foi proposta uma nomenclatura unificada para os vírus causadores de imunodeficiência humana e este agente passou a ser denominado Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV - Human Immunodeficiency Virus) (Coffin et al., 1986). Ainda em 1986, um segundo vírus causador de imunodeficiência em humanos, também associado a Aids, foi descrito em países do oeste da África (Clavel et al., 1986). Este novo vírus foi denominado HIV-2 e o primeiro foi subseqüentemente renomeado, passando a ser chamado de HIV-1. Desde o isolamento do vírus, várias descobertas sobre a biologia do HIV-1 permitiram a elucidação das vias de transmissão, além do desenvolvimento de testes sorológicos e drogas anti-retrovirais, que são cruciais no controle da infecção pelo vírus, até que seja possível a obtenção de uma vacina eficaz (Gallo & Montagnier, 2002). 2.2. O Vírus da Imunodeficiência Humana O HIV possui um genoma com duas moléculas de RNA de fita simples, pertencente ao gênero Lentivirus, subfamília Orthoretrovirinae e a família Retroviridae. O vírion possui um diâmetro de aproximadamente 100 nm, um genoma de 9,8kb e um envelope, oriundo da célula hospedeira (Rücker et al., 2004). As glicoproteínas virais são derivadas de um precursor gp160, que é clivado por proteases celulares, produzindo as glicoproteínas gp120 de superfície e gp41, a glicoproteína transmembrana (Rücker et al., 2004). No interior do envelope encontrase um segundo envoltório, a matriz, que é constituída pela proteína p17. O capsídeo é formado pela proteína p24, e no interior dele encontram-se as duas cópias do genoma RNA fita simples, com polaridade positiva, associadas às proteínas p7 e p6, formando o nucleocapsídeo. As enzimas virais transcriptase reversa (RT), integrase (IN) e protease (PR) também são encontradas dentro da partícula viral (Larder et al.,2001). 20 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Figura 1 - Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV-1. Fonte:(Levy.,J.A HIV and the pathogenesis of AIDS, 1994) O Vírus HIV-1 (figura 1) contém pelo menos nove genes diferentes, sendo três deles encontrados em todos os retrovírus, são eles: gag (que codifica as proteínas estruturais), pol (que codifica a protease (PR), transcriptase reversa (RT) e integrase (IN)) e env (que codifica glicoproteínas do envelope). Esses genes são considerados os genes estruturais. Os genes gag, pol e env são traduzidas em poliproteínas precursoras, que são posteriormente clivadas por proteases celulares e por uma protease viral (Flint et al.,2004). Os retrovírus utilizam a enzima transcriptase reversa para a transcrição do RNA em DNA. Após a síntese do DNA, o genoma viral se integra ao genoma da célula hospedeira e recebe o nome de provírus. Os retrovírus pertencentes ao gênero Lentivirus, do latim lentus (lentos), receberam essa denominação porque possuem em longo período de incubação no hospedeiro, podendo persistir e replicar-se por muitos anos antes de causar sinais clínicos e doença (figura 2). Os lentivírus produzem efeitos citopaticos, provocam deficiência imunológica, desordens hepáticas e nervosas, além de doenças autoimunes (http://hiv-web.lanl.gov). Os genomas desses vírus são relativamente grandes, apresentando um número maior de genes do que outros retrovírus. Além dos genes estruturais, gag, pol e env, comuns a todos os retrovírus, os lentivírus codificam proteínas acessórias e regulatórias da replicação viral. A descoberta do HIV levou á caracterização e vários outros lentivírus, como aqueles isolados de primatas não 21 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... humanos, SIV (simian immunodeficieny vírus) (Janeway et al., 2002; Flint et al., 2004). Figura 2 – Ciclo replicativo do HIV-1 Fonte:(Levy.,J.A HIV and the pathogenesis of AIDS, 1994) 2.3. Situação da epidemia de HIV/Aids no Brasil e no mundo Conforme o relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids, existem no mundo aproximadamente 33 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids (UNAIDS, 2007). O número de pessoas que vivem com o HIV diminuiu globalmente em comparação com os dos anos anteriores. A diferença nos números se deve ao aperfeiçoamento da metodologia e às ações efetivas de enfrentamento da epidemia que vêm sendo desenvolvidas em diversos países (UNAIDS, 2007). A figura 3 mostra distribuição da estimativa de adultos e crianças vivendo com HIV/Aids em 2007. 22 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... América do Norte 1.3 milhões (480.000 – 1.9 milhões) Europa Central 760.000 (600.000 – 1.1 milhões) Leste da Europa e Ásia Central 1.6 milhões (1.2 – 2.1 milhões) Leste da Ásia 800.000 (620.000 – 960.000) Caribe 230.000 (210.000 – 27.000) América Latina 1.6 milhões (1,4 – 19 milhões) Norte da África 380.000 (270.000 – 500.000) Sul e Sudeste da Ásia 4.0 milhões (3.3 – 5.1 milhões) África Sub-Saariana 22.5 milhões (20.9 – 24.3 milhões) Oceania 75.000 (53.000 – 120.000) TOTAL: 33.2 (30.6 – 36.1) milhões Figura 3 – Estimativa de adultos e crianças vivendo com HIV/ Aids em 2007. Fonte:(UNAIDS, 2007) A África Subsaariana é a área mais afetada, com aproximadamente dois terços do total mundial (22,5 milhões de pessoas com o HIV); desse número três quartos são do sexo feminino. A região também concentra 76% das mortes pela doença. Na América Latina, o relatório afirma que a epidemia permanece estável. Em 2007, o número estimado de novas infecções na região foi de 100 mil; e o de mortes, de 58 mil. Atualmente, estima-se que 1,6 milhão de pessoas vivam com aids na América Latina (UNAIDS/ WHO, 2007). Estima-se que, no Brasil, cerca de 630 mil indivíduos, de 15 a 49 anos, vivam com o HIV/aids. De acordo com parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a epidemia de aids no país é concentrada, ou seja, apresenta taxa de prevalência da infecção pelo HIV menor que 1% entre parturientes, residentes em áreas urbanas, e maior que 5% em subgrupos populacionais sob maior risco para infecção pelo HIV (Barbosa-Jr Aristides et al, 2009). A taxa de prevalência da infecção pelo HIV, no país, na população de 15 a 49 anos, mantém-se estável em aproximadamente 0,6% desde 2004, sendo 0,4% entre as mulheres e 0,8% entre os homens. Entre os jovens do sexo masculino entre 17 e 20 anos, a taxa de prevalência do HIV foi estimada, em 2007, em 0,12%, apresentando ligeiro aumento 23 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... quando comparado com a estimativa de 2002 (0,09%), embora não estatisticamente significativo (Szwarcwald CL, 2009). Entre mulheres jovens de 15 a 24 anos, a taxa estimada em 2006 foi semelhante à encontrada em 2004, em torno de 0,28%. Em relação aos subgrupos populacionais de risco acrescido, estudos realizados em 10 municípios brasileiros (Manaus, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Santos, Curitiba, Itajaí, Campo Grande e Brasília), de 2008 e 2009, estimaram taxas de prevalências de HIV de 5,9% entre usuários de drogas ilícitas, de 10,5% entre homens que fazem sexo com homens (HSH) e de 5,1% entre mulheres profissionais do sexo Barbosa-Jr Aristides et al, 2009). Com relação aos casos de aids, de 1980 até junho de 2009, foram identificados 544.846 casos. Em média, são identificados cerca de 35 mil novos casos por ano. A taxa de incidência de aids vem apresentando uma tendência à estabilização, em patamares elevados nos últimos anos, atingindo em 2008 18,2 por 100.000 habitantes (http://www.aids.gov.br). Existem, entretanto, grandes diferenças regionais, com declínio da taxa de incidência nas regiões Sudeste e Centro- Oeste, no período de 2000 a 2008, e aumento nas regiões Norte, Nordeste e Sul. A Região Sudeste ainda concentra o maior percentual de casos identificados no país com 59,3%; a região Sul, 19,2%; a Nordeste, 11,9%; a Centro-Oeste, 5,7%; e, a Norte, 3,9% (http://www.aids.gov.br). 1980 -1994 2000 - 2004 1995 -1999 2005 - 2009 Figura 4 – Municípios com pelo menos um caso de aids por período e ano de diagnóstico. Brasil, 1980 – 2009. Fonte:(www.aids.gov.br) 24 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 2.4. Desenvolvimento dos algoritmos de testes laboratoriais para a identificação de infecções incidentes pelo HIV-1 Os dados de soroprevalência, isoladamente, podem não ser suficientes para inferir sobre as tendências da epidemia de HIV/Aids ao longo do tempo em grupos populacionais específicos em risco para a infecção (Heyward et al, 1994; Batter et al., 1994, McDougal et al, 2005). As medidas da incidência da infecção pelo HIV podem prover informações mais detalhadas para monitorar a epidemia, o que é crucial para a identificação de grupos de maior vulnerabilidade para a infecção e para direcionar os programas de prevenção e controle (Walker et al, 2001). Os programas de intervenção baseados no aconselhamento e na educação individual ou coletiva têm demonstrado efetividade na modificação de comportamentos sexuais de maior risco e na redução da transmissão do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST). Mas, isto tem contribuído para o chamado "viés de seguimento" (ou "efeito coorte") em estudos longitudinais tradicionais, realizados para se verificar a incidência do HIV em coortes de indivíduos não infectados (Laga et al., 1994; Heyward et al., 1994; Sahlu et al., 2002; Kaul et al., 2002; Johnson et al., 2003). Em 1989, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou a primeira norma para o estabelecimento de sistemas para a vigilância da infecção pelo HIV. Baseados no rastreamento por meio de vigilância sentinela, da dispersão do vírus em subgrupos populacionais e da vigilância dos casos de Aids notificados, estes sistemas se limitavam ao registro das infecções em curso (ONUSIDA/OMS, 2000). Contudo, estudos para medir a incidência de HIV-1 em populações específicas têm demonstrado que os métodos de vigilância baseados na prevalência de anticorpos específicos na população ou na notificação de casos não são suficientemente sensíveis para detectar as tendências da epidemia em curso (Batter et al., 1994; Brookmeyer et al., 1995; Wawer et al., 1997; Mcfarland et al., 1997; Mcfarland et al, 1999; Rutherford et al., 2000), sendo necessária a implementação de estratégias complementares para aprimorá-los. 25 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 2.5. Métodos baseados em marcadores de infecção recente Em 1998, Janssen e colaboradores padronizaram uma nova metodologia, baseada em um algoritmo de ensaios sorológicos para a identificação de infecções recentes pelo HIV-1. Neste algoritmo, conhecido como STARHS - Serologic Testing Algorithm for Recent HIV Seroconversion, amostras de soro/plasma, positivas para a presença de anticorpos anti-HIV (confirmado por meio de teste de Western blotting), são analisadas para a pesquisa de anticorpos anti-HIV em duas etapas, sendo uma delas em um ensaio imunoenzimático padrão (sensível), comercialmente disponível, e outra em um ensaio imunoenzimático modificado, conhecido como DetunedELISA, que apresenta menor sensibilidade em relação aos ensaios do tipo padrão (McDougal, J. S. et al, 2006). Amostras com resultado "reagente" no ensaio sensível e "não reagente" no ensaio menos sensível são classificadas, em relação à infecção pelo HIV-1, como amostras de infecção recente ou amostras incidentes (também chamadas de "amostras detunadas") (Oliveira, C., 2006). O ensaio Detuned-ELISA, padronizado por Janssen e colaboradores, baseava-se no emprego do reagente comercial Abbott 3A11 (Abbott Park, IllinoisEUA), um ensaio imunoenzimático indireto produzido a partir de antígeno viral total obtido do lisado de culturas celulares infectadas pelo HIV-1, subtipo B (HIV-1IIIB). Este ensaio foi modificado na diluição da amostra, no tempo de incubação da mesma, do conjugado e no método de cálculo do Cutt Off (valor de corte da reação) (Peterson ML, et al, 2006). Para que a reatividade das amostras pudesse absorver o impacto das variações inter-ensaio, a densidade óptica (DO) da amostra foi normalizada ou padronizada (DOP), passando a ser calculada com base nos valores de DO dos controles negativo (CN) e positivo (CP) dos seus respectivos ensaios [(DOP = valor da DO da amostra - valor da DO do CN)/valor da DO do CP]. Analisando painéis de amostras seqüenciais de soro/plasma de pessoas que soroconverteram (soroconvertores) para o HIV-1, Janssen e colaboradores (1998) estabeleceram condições ótimas do ensaio menos sensível, capazes de estimar o tempo decorrido desde a soroconversão para essas amostras conhecidas. O tempo decorrido desde a soroconversão, também chamado de "período de janela de detecção" neste protocolo, foi determinado por meio de modelagem matemática, considerando-se o tempo estimado entre o último resultado "não reagente" e o primeiro resultado "reagente" das séries de amostras seqüenciais dos 26 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... painéis, no ensaio sensível e no ensaio menos sensível (Peterson ML, et al, 2006). Enquanto os protocolos STARHS eram validados e recomendados oficialmente para a estimativa da incidência de HIV-1, como ferramenta auxiliar às iniciativas de vigilância e prevenção de HIV/Aids nos Estados Unidos (CDC-EUA, 2001), diferentes estudos eram conduzidos com o objetivo de desenvolver métodos laboratoriais alternativos, que pudessem superar as limitações técnicas impostas pela diversidade viral e pela dinâmica da progressão da doença. Com base nos resultados que mostraram uma distinção entre o título, a afinidade e a quantidade proporcional de anticorpos dirigidos contra a gp41, Parekh e colaboradores (2001b) desenvolveram um novo método, chamado de Ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG (IgG-Capture BED-EIA), baseado na detecção de proporções crescentes de IgG específica após soroconversão. Realizado em microplacas com 96 cavidades, este método utiliza, como antígenos, peptídeos derivados da região imunodominante da gp41, contendo seqüências dos subtipos B, E e D, representativas de múltiplos subtipos do HIV-1 (Parekh e McDougal, 2001; Parekh et al., 2002). O período de janela para a soroconversão neste método é de 160 dias, empregando-se um CO de 1,0 para a DOP; o ensaio apresenta índices de sensibilidade e de especificidade para a identificação de amostras incidentes de 81,7% e 89,1%, respectivamente, e um índice de exatidão para a estimativa da incidência de 93%. O desempenho do método não é afetado pela diversidade do HIV-1, mas, da mesma forma como para os protocolos STARHS-3A11, ele depende da imunocompetência do indivíduo cuja amostra será analisada (Parekh, 2002). Dobbs e colaboradores (2004) avaliaram as características de desempenho do ensaio BED-CEIA, visando elaborar um algoritmo de testes sorológicos alternativo às estratégias de testagem dupla sensível/menos sensível para a detecção de infecções recentes pelo HIV-1. Os autores propuseram a inclusão de controles positivo-fraco e forte e do calibrador (CDC-EUA) em cada corrida e a normalização da DO da amostra (DOP) frente às DO destes controles. O CO proposto para a discriminação de amostras de soroconversão recente e infecção crônica foi de 1,0 e o período de janela de detecção foi inicialmente de 160 dias, tendo sido posteriormente estabelecido em 153 dias (Calypte Biomedical Corporation, 2005). 27 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Além do protocolo BED-CEIA, outros métodos têm sido padronizados e avaliados para a identificação de amostras de infecção recente pelo HIV-1. A medida do índice de avidez da reação de anticorpos policlonais anti-HIV presentes em amostras de soro foi explorada como forma alternativa para a discriminação entre infecção crônica e recente pelo HIV-1. Suligoi e colaboradores (2002) Avaliou a precisão e exatidão de um procedimento para detectar o HIV, especificamente, o índice de avidez (IA), calculado através de um método baseado em um teste HIV AxSYM 1/2gO automatizado (Abbott). Para avaliar a precisão, foram realizadas várias repetições em oito amostras de soro HIV-positivos. Para avaliar a precisão na identificação de infecções recentes (isto é, dentro de 6 meses de soroconversão), utilizou-se um painel de amostras amostras de soro cujas datas de soroconversão foram conhecidos. Para avaliar a sensibilidade e a especificidade do processo de diferentes pontos de corte do Índice de Avidez (IA) foi realizada análise receiver operating characteristic (ROC). O estudo mostrou que a precisão do procedimento foi robusto (isto é, a variação total do IA foi inferior a 10%). Quanto à precisão, a média IA foi significativamente menor para as amostras coletadas dentro de 6 meses de soroconversão, em comparação com as amostras coletadas depois (0,68 + / 0,16 versus 0,99 + / - 0,10; P <0,0001), sem sobreposição dos intervalos de confiança de 95%. A análise de ROC revelou que o valo dor IA de 0,6, apresentou sensibilidade de 33,3% e especificidade de 98,4%, em comparação com 87,9 e 86,3%, respectivamente, para um IA inferior a 0,9. Tratamento anti-retroviral, a contagem de células CD4 baixa, e baixa carga viral não teve nenhum efeito aparente sobre o IA. Em conclusão, este procedimento é reprodutível e preciso para a identificação de infecções recentes. É automatizado, fácil de executar e fornece um resultado quantitativo com diferentes níveis de sensibilidade e especificidade, dependendo do corte escolhido (AxSYM HIV 1/2gO, Abbott Diagnostics, Alemanha). Não foram introduzidas modificações no procedimento original do ensaio, mas sim o pré-tratamento das amostras com guanidina 1M. As estimativas de incidência da infecção pelo HIV calculadas com base em métodos para detecção de infecção recente/incidente variam de acordo com a região e com as populações analisadas e são dependentes do subtipo viral predominante. (Suligoi et al., 2003). 28 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Tanto o BED-CEIA quanto a metodologia para a determinação do índice de avidez de anti-HIV, AxSYM HIV 1/2gO, tiveram altos índices de reprodutibilidade, a sensibilidade. Assim, justificamos a proposta deste estudo, a comparação do índice de avidez através do ensaio automatizado Axsym HIV1/2 gO com a técnica BED-CEIA, que permitem identificar infecções recentes pelo HIV-1, a partir de amostras de soro, provenientes de duas populações com características epidemiológicas distintas, e será avaliada a sensibilidade e a especificidade do IA em relação ao BED. 29 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 3. PERGUNTA CONDUTORA Qual a sensibilidade e especificidade do ensaio automatizado Axsym HIV1/2gO modificado pela Guanidina que avalia o Ìndice de Avidez de IgG na detecção da infecção recente pelo HIV, quando comparado com ensaio imunoenzimático de captura de IgG BED-CEIA? 30 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 4. OBJETIVOS 4.1 Objetivo geral • Comparar o ensaio automatizado Axsym HIV 1/2gO modificado pela Guanidina que avalia o Índice de Avidez, com o ensaio imunoenzimático de captura de IgG BED-CEIA, na identificação de infecções recentes pelo HIV-1 de usuários de dois Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) do estado de Pernambuco. 4.2 Objetivos específicos • Determinar a sensibilidade e especificidade do teste de avidez Axsym HIV 1/2gO modificado pela Guanidina com base no BED-CEIA; • Determinar o valor preditivo positivo e negativo para o teste avidez Axsym HIV 1/2gO, com base no BED-CEIA ; • Realizar a curva ROC para indicar o melhor ponto de corte para uma melhor sensibilidade e especificidade do teste de avidez Axsym HIV 1/2gO em relação ao BED-CEIA; • Avaliar a performance do teste de avidez Axsym HIV 1/2gO modificado pela Guanidina no diagnóstico da infecção recente pelo HIV-1, comparado ao BEDCEIA; 31 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 5. MATERIAL E MÉTODOS População de estudo Foram utilizadas 364 amostras de soro que tiveram diagnóstico positivo para o HIV-1, de indivíduos dos sexos masculino e feminino que procuraram, de forma espontânea, os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da cidade do Cabo de Santo Agostinho e da cidade do Paulista, ambos pertencentes à região metropolitana do Recife, no período de 2006 a 2009 e cujos resultados foram positivo para o HIV-1. Seleção das Amostras A presença dos anticorpos anti-HIV foi definida com base nos registros de protocolos de exames dos CTAs, de acordo com seguinte critério: apresentar dois resultados reativos pela metodologia ELISA (ensaio imunoenzimático) de princípios metodológicos ou antígenos distintos de fabricantes diferentes, e que foram confirmados pela técnica de imunofluorescência (IFI) ou Westernblot (WB), conforme a portaria nº 59 do Ministério da Saúde. (http:// www.aids.gov.br) As amostras de soro foram codificadas a partir dos seus números de registro originais, e encontravam-se armazenadas a -20ºC, nas sorotecas dos seus respectivos CTAs. Coleta de dados Foi realizado um questionário (apêndice A) com os dados dos usuários obtidos através livros de registros/planilhas de protocolos de exame dos laboratórios dos respectivos CTA´s. Os dados sócio-demográficos dos indivíduos foram coletados no, banco de dados do Sistema de Informação de Resultado de Exame de HIV (SIREX-HIV), disponível nos CTAs da pesquisa, de forma anônima e desvinculados para garantir o sigilo e a confidencialidade em relação à identidade dos mesmos. 32 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 5.1. MÉTODOS Parekh e colaboradores (2001b) desenvolveram um novo método chamado de Ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG (IgG-Capture BED-EIA), baseado na detecção de proporções crescentes de IgG específica após soroconversão. Suligoi e colaboradores (2002) padronizaram metodologia para a determinação do índice de avidez de anti-HIV, empregando um ensaio de ELISA com micropartículas (AxSYM HIV 1/2gO, Abbott Diagnostics,Alemanha) Esses testes são para estimativa de incidência da infecção recente pelo HIV1, apenas para fins de pesquisa para investigação em epidemiologia. Método de avidez (IA) Após descongelamento da amostra foram feitas duas alíquotas de 20 µL, e submetidas a uma diluição de 1:10: uma alíquota (alíquota PBS) foi diluída com 180µL de uma solução de tampão fosfato (PBS - PhosphateBuffered Saline) e a outra alíquota (alíquota G) foi diluída com 180 µL de uma solução 1M de Guanidina (G). Após diluição, todas as amostras foram agitadas no vortex e incubadas durante 10 minutos à temperatura ambiente. Ambas alíquotas de cada amostra foram testadas no ensaio automatizado HIV1/2gO do equipamento AxSYM (Abbott DiagnosticsDivision, Wiesbaden, Germany), seguindo as instruções do fabricante, sem alterações. O AxSYM HIV1/2gO é um ensaio imunoenzimático de micropartículas (MEIA) utilizado para a detecção qualitativa de anticorpos para HIV-1 (grupos M e O) e/ou HIV-2 em soro ou plasma humano. Este dispositivo é um ensaio de terceira geração que não faz a distinção entre a reatividade a anticorpos para HIV-1 e/ou HIV-2, apresentando uma sensibilidade e especificidade >99,9%. O AxSYM HIV1/2gO utiliza antígenos recombinantes derivados, correspondentes a quatro proteínas virais (invólucro do HIV-1 grupo M, invólucro do HIV-1 grupo O, núcleo do HIV-1 e invólucro do HIV-2) e dois peptídeos sintéticos correspondentes aos do invólucro do HIV-1 e do invólucro do VIH-2. O ensaio é completamente automatizado e a presença ou ausência de anticorpos para HIV-1/HIV-2 na amostra é determinada pela intensidade da fluorescência obtida para essa amostra, comparada com o valor de cut-off, calculado a partir de uma calibração índice 33 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... AxSYM HIV1/2gO feita anteriormente. Se a intensidade da fluorescência da amostra for superior ou igual ao valor de cut--off, a amostra é considerada reativa (tem anticorpos para HIV), ou seja, a razão S/CO (sample/cut-off) será maior ou igual a 1. A adição de um agente desnaturante (Guanidina) quebra as pontes de hidrogênio que ajuda a determinar a estrutura secundária dos anticorpos levando um efeito residual na interação antígeno-anticorpo. Esse tratamento tem um maior efeito nos anticorpos recentes, que são os anticorpos de baixa avidez (Murphy e Parry, 2008). Este procedimento resulta numa razão S/CO menor para alíquota G quando comparados com alíquota de PBS. O Índice de Avidez é calculado após a obtenção das razões S/CO para as alíquotas em PBS e G. O Índice de Avidez (I.A.) dos anticorpos anti-HIV foi calculado através da seguinte fórmula: I.A. = Resultado da alíquota G Resultado da alíquota PBS Valores de corte de 0,8 e 0,9 foram utilizados para a classificação das infecções recentes. INDICE AVIDEZ (I.A) SOROTECA SEPARAÇÃO DE 2 ALIQUOTAS DE 20 µL CADA ALIQUOTA 1 Diluir com 180 µl Guanidina (G) 1M ALIQUOTA 2 Diluir com 180 µl PBS – 7,0ph Vortex e incubar por 10 minutos a T.A Colocar no equipamento automatizado Axsym-Abbott CALCULO DO INDICE AVIDEZ IA= resultado G / resultado PBS Figura 5 – Fluxograma da metodologia do índice de avidez 34 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Método BED-CEIA O BED-CEIA (Calypte Biomedical Corporation) é um ELISA de captura de IgG (IgG-CaptureBED-EIA) o qual é baseado na detecção de proporções crescentes de IgG específica após soroconversão. É realizado em microplacas de 96 cavidades sensibilizadas com antígenos, peptídeos derivados da região imunodominante da gp41, contendo sequencias dos subtipos B, E e D, representativas de múltiplos subtipos do HIV-1 (Calypte Biomedical Corporation, 2005). O kit contém soro controle negativo (CN) (do próprio conjunto de reagentes), um soro controle positivo forte (CP), um soro controle positivo fraco (CPF) e um soro calibrador (CAL), que devem ser analisados em todas as corridas. O teste foi realizado em duas etapas, uma de triagem e uma confirmatória, onde a triagem de cada amostra será incluída no ensaio uma única vez; na etapa confirmatória, as amostras serão analisadas em triplicata a partir de três diluições independentes da amostra original. O período de janela para a soroconversão neste método é de 153 dias, empregando-se um valor de corte (cut-off) de 1,2 para a densidade óptica padrão (DOP). A interpretação do teste foi realizada da seguinte maneira: • Interpretação triagem: toda amostra com D.O ≤ 1.2, foram testadas em triplicadas para confirmação da infecção recente ou não. • Interpretação confirmatória: amostras com D.O >0.8, foram caracterizadas infecção não recentes, antiga ou estabelecida; e as D.O ≤ 0.8, foram caracterizadas como infecção recente. Amostras HIV positivas confirmadas Se DOn > 1.2 Infecção tardia Se DOn ≤ 1.2 Repete-se o teste em triplicada (confirmação) Se DOn > 0.8 Infecção tardia Se DOn ≤ 0.8 Infecção recente Figura 6 – Fluxograma da interpretação do resultado do BED-CEIA 35 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 5.2. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS Na análise dos resultados foram utilizados os softwares: MSOffice Excel versão 2000 para o gerenciamento do banco de dados; SPSS for Windows versão 12.0 - Statistical Pachage for the Social Science, para a execução dos cálculos estatísticos, elaboração e edição de gráficos e na elaboração das tabelas e redação usamos o MSOffice Word versão 2000. Para comparar as distribuições de frequência das variáveis qualitativas foi utilizado o teste Qui-Quadrado de Pearson. 5.3. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital Agamenon Magalhães (HAM) sob nº Registro 518, resolução 196/96 e autorizado pelos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) onde a pesquisa foi realizada (Anexo A ). Não foi obtido o consentimento pós-informação dos sujeitos da pesquisa, por tratar-se de levantamento sorológico anônimo desvinculado, a partir de amostras armazenadas em bancos de soros. O sigilo e a confidencialidade a respeito dos dados disponíveis dos indivíduos cujas amostras foram analisadas neste estudo foram preservados, não tendo sido utilizados os nomes ou outros identificadores destes sujeitos. 36 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 6. ARTIGO Comparação do método do índice de avidez com o ensaio imunoenzimático-BED de captura de IgG, para detecção de infecção recente para o HIV-1, de dois Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Estado de Pernambuco-Brasil. 37 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... ARTIGO ORIGINAL Comparação do índice de avidez com o ensaio imunoenzimático-BED de captura de IgG, para detecção de infecção recente para o HIV-1, em dois Centros de Testagem e Aconselhamento do estado de Pernambuco-Brasil. Autores: Daniela Medeiros Salustianoa Kledoaldo de Lima Oliveirab Ana Maria S Cavalcantic Heloisa Ramos Lacerdad a Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Herbert de Souza, Cabo de Santo Agostinho Pernambuco, Pernambuco, Brasil. b Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Paulista, Centro do Paulista, Pernambuco, Brasil. c Laboratório Central de Parnambuco (LACEN-PE), setor de virologia, Recife, Pernambuco, Brasil. d Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco,Recife, Pernambuco, Brasil. Endereço para Correspondência: Heloisa Ramos Lacerda Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Campus Universitário, Cidade Universitária, Recife-PE-Brasil E-mail: [email protected] 38 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... RESUMO O estudo foi desenhado para comparar o teste automatizado Axsym-HIV1/2gO modificado com a adição de Guanidina para avaliar o índice de avidez (IA), com o ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG (IgG-Capture BED-CEIA), com o objetivo de detectar infecção recente para o HIV. A pesquisa incluiu 364 amostras positivas para HIV das sorotecas de dois Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da região Metropolitana do Recife, sendo 206 do CTA do Cabo de Santo Agostinho e 158 do CTA de Paulista, de 2006 a 2009. As amostras foram submetidas ao teste BED-CEIA e ao teste de avidez. Os resultados dos dois testes foram comparados utilizando o BED como Padrão Ouro. Das 364 amostras, 103 (28,29%) foram identificadas como infecção recente pelo BED; pelo índice de avidez, com ponto de corte 0,8 e 0,9 foram identificadas 76 amostras (20,87%) e 148 (40,7%), respectivamente. para um ponto de corte de 0,9. A curva ROC mostrou que o ponto de corte para o IA com a melhor sensibilidade e especificidade em relação ao BED foi de 0,9, no qual a sensibilidade foi de 85,4% e especificidade de 77%. A área sob a curva foi de 0,883 (IC 95%: 0,842 – 0,925). O presente estudo permite concluir que o IA obtido pela metodologia Axsym-HIV-1/2gO com adição de Guanidina possui boa performance quando comparado ao BED na detecção das infecções recentes pelo HIV, sendo de grande utilidade em regiões com recursos limitados. Palavras - chave: HIV, Infecção recente, Índice de avidez, BED-CEIA. 39 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... ABSTRACT The study was designed to compare the automated test Axsym-HIV1/2gO modified with the addition of Guanidine to assess the avidity index (AI) with the enzyme immunoassay-Capture BED IgG (IgG-Capture BED-EIA), with order to detect recent HIV infection. The survey included 364 HIV positive samples from two Soroteca Voluntary and Counselling Testing (VCT) of the metropolitan area of Recife, and 206 of the VCT of Cabo de Santo Agostinho and 158 of the VCT Paulista, 2006-2009. The samples were tested with BED-CEIA and then submitted to the avidity test. The results of both tests were compared using the BED as Gold Standard. Of the 364 samples, 103 (27.9%) were identified as recent infections by BED and 76 (20.87%) by the avidity index (AI) with a cutoff point of 0.8 and 40.7% for a point cutoff of 0.9. The ROC curve showed that the cutoff point for the AI that will bring the best sensitivity and specificity in relation to BED was 0.9 in which the sensitivity was 85.4% and specificity of 77%. The area under the curve was 0.883 (95% CI: 0.842 to 0.925). This study shows that the IA methodology Axsym-HIV-1/2gO obtained by the addition of Guanidine has good performance compared to the BED in the detection of recent HIV infections, and is useful in regions with limited resources. Key - words: VIH, Recent infections, Avidity index, BED-CEIA. 40 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... INTRODUÇÃO O crescente interesse em estimar a incidência da infecção recente para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) tem levado ao desenvolvimento de métodos laboratoriais diversos (S. Bio Fernandes et al, 2005). Em 1998, foi descrita na literatura uma adaptação de um teste de diagnóstico para o HIV-1 que veio revolucionar os métodos epidemiológicos para estudo da história natural do vírus (Janssen et al,1998). O princípio do teste é a diferenciação das infecções recentes (menos de seis meses) das infecções estabelecidas, graças ao conhecimento da cinética dos anticorpos após a infecção do HIV-1, o que permite estimar a incidência a partir de um estudo transversal e com um único soro por caso estudado (S. Bio Fernandes et al, 2005). Esta metodologia, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é utilizada apenas para fins de investigação em epidemiologia, sendo conhecida pela sigla STARHS (Serological Testing Algorithm for Recent HIV Seroconversion - Detuned )(UNAIDS-WHO, 2001). Em 2004, Dobbs e colaboradores avaliaram as características de desempenho do ensaio BED-CEIA, visando elaborar um algoritmo de testes sorológicos alternativo às estratégias de testagem dupla sensível/menos sensível para a detecção de infecções recentes pelo HIV-1. O teste baseia-se na determinação da proporção de imunoglobulinas G (IgG) anti-HIV em relação ao total de Imunoglobulinas G no sangue, através da utilização do teste ELISA (McWalter T et al, 2009). Realizada em microplacas com 96 cavidades, este método utiliza, como antígenos, peptídeos derivados da região imunodominante da gp41, contendo seqüências dos subtipos B, E e D, representativas de múltiplos subtipos do HIV-1 (Parekh e McDougal, 2001; Parekh et al., 2002). O tempo da infecção do HIV pode então ser estimado, uma vez que, em princípio, a razão entre a relação da IgG total 41 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... e a IgG anti-HIV varia de acordo com a progressão da doença (McWalter T et al, 2009). Esta técnica é freqüentemente utilizada em conjunto com ferramentas matemáticas para estimar a incidência da infecção pelo HIV e tem sido amplamente utilizada ( Hargrove J et al, 2009). Um outro método que permite distinguir as infecções recentes das estabelecidas, com base na avidez (afinidade) dos anticorpos foi descrito em 2002 (Suligoi et al, 2002). A metodologia baseia-se no princípio de que a avidez dos anticorpos produzidos na fase inicial da infecção é reduzida, em oposição ao que se observa em infecções estabelecidas. Na validação deste método é calculado o Índice de Avidez (I.A.) mediano em função do tempo de seroconversão: 0,68 para um tempo inferior a seis meses e 0,99 para um tempo superior a seis meses em que os intervalos de confiança a 95% destes valores não são sobreponíveis (0,68 ± 0,16 versus 0,99 ± 0,10, respectivamente, (p<0,001)(Suligoi et al, 2002). Assim, foram definidas como infecções recentes as contraídas há menos de seis meses e infecções estabelecidas as contraídas há mais de 6 meses (Suligoi et al, 2003). Os autores realçam a simplicidade e o automatismo da técnica, e ainda, o fato de teoricamente detectar todos os subtipos virais e não ser influenciado pelo estágio da infecção. Tendo em vista a importância da identificação das infecções recentes para a compreensão da dinâmica da epidemia pelo HIV em diferentes regiões, as diferenças de subtipos e a sua interferência na detecção de anticorpos, bem como o custo elevado do teste BED, o presente estudo foi desenhado para comparar o teste automatizado Axsym-HIV1/2gO com adição de Guanidina que avalia o índice de avidez ao ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG (IgG-Capture BEDCEIA), para a detecção de infecção recente para o HIV de amostras positivas para 42 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... esse vírus de dois Centros e Testagem e Aconselhamento (CTA) da região metropolitana do Recife-Pernambuco, do período de 2006 a 2009. MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizadas 364 amostras de soro que tiveram diagnósticos positivos para o HIV-1 de indivíduos que procuraram, de forma espontânea, os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da cidade do Cabo de Santo Agostinho e da cidade do Paulista, ambas localizadas na região metropolitana do Recife, no período de 2006 a 2009. Os dados referentes ao sexo e à idade dos indivíduos, foram resgatados através de livros de registros/planilhas de protocolos de exame, que se encontravam nos laboratórios dos CTAs, e os dados sócio- demográficos dos usuários, através do banco de dados do Sistema de Informação de Resultado de Exame de HIV (SIREXHIV), disponível nos CTAs. Estas informações foram coletados de forma anônima e desvinculadas das amostras para garantir o sigilo e a confidencialidade em relação à identidade dos mesmos. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital Agamenom Magalhães sob nº 518, resolução 196/96. Preparação das amostras para Índice de Avidez (IA) Após descongelamento da amostra, foram feitas duas alíquotas de 20 µL, que foram submetidas a uma diluição de 1:10. Uma alíquota (alíquota PBS) foi diluída com 180µL de uma solução de tampão fosfato (PBS - PhosphateBuffered Saline) e a outra alíquota (alíquota G) foi diluída com 180 µL de uma solução 1M de Guanidina 43 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... (G). Após diluição, todas as amostras foram agitadas no vortex e incubadas durante 10 minutos à temperatura ambiente. As duas alíquotas de cada amostra foram testadas no ensaio automatizado HIV 1/2 gO do equipamento AxSYM (Abbott DiagnosticsDivision, Wiesbaden, Germany), seguindo as instruções do fabricante. O ensaio é completamente automatizado e a presença ou ausência de anticorpos para HIV-1/HIV-2 na amostra é determinada pela intensidade da fluorescência obtida para essa amostra, comparada com o valor de cut-off, calculado a partir de uma calibração índice AxSYM HIV 1/2gO feita anteriormente. Se a intensidade da fluorescência da amostra for superior ou igual ao valor de cut--off, a amostra é considerada reativa (tem anticorpos para HIV), ou seja, a razão S/CO (sample/cut-off) será maior ou igual a 1. A adição de um agente desnaturante (Guanidina) quebra as pontes de hidrogênio, que ajuda a determinar a estrutura secundária dos anticorpos levando a um efeito residual na interação antígenoanticorpo. Esse tratamento tem maior efeito nos anticorpos recentes, que são os anticorpos de baixa avidez (Murphy e Parry, 2008). Este procedimento resulta numa razão S/CO menor para alíquota G quando comparado com a alíquota de PBS. O Índice de Avidez é calculado após a obtenção das razões S/CO para as alíquotas em PBS e G. O Índice de Avidez dos anticorpos anti-HIV foi calculado através da seguinte fórmula: I.A. = Resultado da alíquota G Resultado da alíquota PBS Valores de corte de 0,8 e 0,9 foram utilizados para a classificação das infecções recentes. 44 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Método BED-CEIA O BED-CEIA (Calypte Biomedical Corporation) é um ELISA de captura de IgG (IgG-CaptureBED-EIA) baseado na detecção de proporções crescentes de IgG específica anti-HIV-1 após soroconversão. É realizado em microplacas de 96 cavidades, sensibilizadas com antígenos, peptídeos derivados da região imunodominante da gp41, contendo seqüência dos subtipos B, E e D, representativas de mútipols subtipos do HIV-1. O conjunto original do fabricante contém um soro controle negativo (CN), um soro controle positivo forte (CP), um soro controle positivo fraco (CPF) e um soro calibrador (CAL), que devem ser analisados em todas as corridas. O teste deve ser realizado em duas etapas, uma de triagem e uma confirmatória. Na etapa de triagem cada amostra será incluída no ensaio uma única vez; na etapa confirmatória, as amostras serão analisadas em triplicata a partir de três diluições, independentes da amostra original. O período de janela para a soroconversão neste método é de 153 dias, empregando-se um valor de corte de 1,2 para a densidade óptica padrão (DOP). O teste foi interpretado da seguinte maneira: Interpretação triagem: todas as amostras com D.O ≤ 1.2, foram testadas em triplicadas para confirmação da infecção recente ou não; Interpretação confirmatório: amostras com D.O >0.8 foram caracterizadas não recentes, antigas ou estabelecidas; e as com D.O ≤ 0.8 foram caracterizadas como infecções recentes conforme bula do fabricante (Calypte Biomedical Corporation, 2005). 45 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Métodos Estatísticos Para avaliar a qualidade dos resultados do teste de Avidez, considerando o BED como Padrão Ouro, foram utilizadas medidas que caracterizam a qualidade intrínseca dos testes de diagnósticos e avaliados dois pontos de corte: 0,8 e 0,9. Para estes dois pontos de corte foram avaliados, sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo, acurácia, razão de verossimilhança para o teste positivo, razão de verossimilhança para o teste negativo, Kappa e uma curva ROC. Os softwares utilizados foram: MSOffice Excel versão 2000 para o gerenciamento do banco de dados; SPSS for Windows versão 12.0 - Statistical Pachage for the Social Science. Para a execução dos cálculos estatísticos, elaboração e edição de gráficos usamos o MSOffice Word versão 2000. Para comparar as distribuições de freqüência das variáveis qualitativas foi utilizado o teste Qui-Quadrado de Pearson. O teste exato de Fisher foi utilizado nas situações onde os valores esperados foram inferiores a 5. Valor de p menor do que 0,5 identificou a associação estatisticamente significativa entre as variáveis. 46 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... RESULTADOS Características da população estudada A população de estudo consistiu de 175 (48%) homens e 189 (52%) mulheres, entre elas, 53 (28%) eram gestantes. A mediana da idade foi de 29 anos. Quanto à categoria de exposição sexual, 14 (3,8%) eram bissexuais, 303 (82,2%) heterossexuais e 36 (9,8%) homossexuais. Vinte e sete (7,1%) indivíduos eram parceiros de pessoas positivas para o HIV e o uso de drogas injetáveis não foi referido por nenhum paciente. Em relação à inserção no mercado de trabalho observamos que 115 (31,5%) tinham alguma ocupação (empregados e autônomos) e 122 (33,5%) eram donas de casa. (Tabela 1). 47 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Tabela 1. Características dos 364 pacientes diagnosticados para a infecção pelo HIV e incluídos no estudo, CTA-Cabo e CTA-Paulista, 2006 a 2009. Total Pacientes HIV positivos CTA-Cabo N % CTA-Paulista N % N % Sexo Feminino Masculino 116 90 56,3 43,8 73 85 45,9 54,1 189 175 52,0 48,0 Gestação Sim Não 33 83 15,7 40,6 20 53 12,6 33,3 53 136 28,0 72,0 Idade (anos) mediana Situação de Risco BSX HTS HSH Hemotransfusão Profissional do sexo Transmissão vertical UDI Parceiro HIV+ Estupro 27 30 29 6 178 10 11 6 7 - 2,8 86,4 4,8 5,1 2,8 3,2 - 8 125 26 3 2 1 20 1 5,0 78,6 16,4 1,9 1,3 0,6 12,6 0,6 14 303 36 14 8 1 27 1 3,8 82,2 9,8 3,8 2,1 0,2 7,4 0,2 Escolaridade ≤ 8 anos > 8 anos Não informado 148 49 9 73,3 22,6 4,1 78 78 2 49,1 49,7 1,3 226 127 11 62,0 35,0 3,0 Local de residência Cabo Paulista Outra cidade RMR Interior do Estado 148 42 16 73,3 19,4 7,4 123 35 - 77,4 22,6 - 148 123 42 16 73,3 77,4 19,4 7,4 Inserção no mercado de trabalho Empregado Autônomo Desempregado Estudante Dona de casa Aposentado Não informado 33 21 34 09 75 7 27 16,0 10,1 16,5 4,3 36,4 3,3 13,1 40 21 28 15 47 2 5 25,3 13,2 17,7 9,4 29,7 1,2 3,1 73 42 62 24 122 09 32 20,0 11,5 17,0 6,5 33,5 2,4 8,8 48 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Comparação das infecções recentes avaliados pelo BED-CEIA e índice de Avidez Os resultados do teste de avidez e do ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG nas 364 amostras estão descritos nas Tabelas 2,3 e 4. Para analisarmos a qualidade dos resultados do teste de Avidez, considerando o BED como Padrão Ouro, foram utilizadas algumas medidas que caracterizam a qualidade intrínseca dos testes de diagnósticos, descritos na tabela 5. Foi realizado IA para dois pontos de corte, 0,8 e 0,9. Apesar da sensibilidade ser maior para um IA 0,9 o kappa foi substancial para IA 0,8 : 0,669 (p< 0,001). Tabela 2. Resultados do teste de avidez com ponto de corte 0,8 comparados aos resultados do ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG das 364 amostras, CTA-Cabo e CTA-Paulista, período de 2006 a 2009. BED AXSYM Recente (<=0,8) Tardia (>0,8) Total N Inf.Recente 67 Inf.Tardia 9 Total % 65,0% 3,4% 20,9% N 36 252 288 % 35,0% 96,6% 79,1% N 103 261 364 % 100,0% 100,0% 100,0% 76 49 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Tabela 3. Resultados do teste de avidez com o ponto de corte 0,9 comparados aos resultados do ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG das 364 amostras, CTA-Cabo e CTA-Paulista, 2006 a 2009 BED AXSYM Inf.Recente (<=0,9) N Inf.Recente 88 Inf.Tardia 60 Total 148 % 85,4% 23,0% 40,7% N 15 201 216 % 14,6% 77,0% 59,3% N 103 261 364 % 100,0% 100,0% 100,0% Inf.Tardia (>0.9) Total Tabela 4. Performance do teste de avidez tendo como pontos de corte a densidade ótica de 0,8 e 0,9, tento como Padrão ouro o ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG das 364 amostras do estudo, CTA-Cabo e CTA-Paulista, 2006 a 2009. Ponto de corte ≤0,9 Ponto de corte ≤0,8 Medidas Valor Medidas Valor Sensibilidade 85,4% Sensibilidade 65,0% Especificidade 77,0% Especificidade 96,6% VPP 59,5% VPP 88,2% VPN 93,1% VPN 87,5% Acurácia 79,4% Acurácia 87,6% RV+ 13,72 RV+ 18,9 RV- 0,18 RV- 0,36 % Falso positivo 16,5% % Falso positivo 2,5% % Falso negativo 4,1% % Falso negativo 9,9% Kappa (p-valor) 0,552 (p<0,001) Kappa (p-valor) 0,669 (p<0,001) 50 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Curva ROC para os valores do IA A curva ROC mostrou que o ponto de corte para o IA que trará a melhor sensibilidade e especificidade em relação ao BED foi de 0,9 no qual a sensibilidade foi de 85,4% e especificidade de 77%. Para avaliar se o ponto de corte é uma boa classificação verificamos se a área sob a curva está entre 0,5 e 1. Essa área pode ser interpretada como a probabilidade do indivíduo ter sido classificado corretamente. No nosso caso a área foi de 0,883 (IC 95%: 0,842 – 0,925) (Figura 1). Sensibilidade 1- Especificidade Gráfico 1. Curva ROC mostra a sensibilidade e especificidade do Índice de Avidez comparado ao BED de 364 amostras. 51 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... DISCUSSÃO No estudo observamos que uma proporção elevada de indivíduos que procuraram os dois Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) das cidades do Cabo de Santo Agostinho e Paulista no período de 2006 a 2009 apresentaram infecção recente, atingindo 27,9% da população testada. Os CTAs estão localizados na região metropolitana da capital do estado de Pernambuco, pertencente à Região Nordeste do Brasil onde a epidemia do HIV/Aids ainda cresce, diferentemente de da região Sudeste do Brasil (MS Boletim Epidemiológico, 2009). Ao compararmos o teste automatizado Axsym-HIV1/2gO modificado com a adição de Guanidina para avaliar o índice de avidez (IA), com o ensaio Imunoenzimático-BED de Captura de IgG (IgG-Capture BED-EIA), com o objetivo de detectar infecção recente numa população de indivíduos que procuram os CTAs verificamos que o IA tem uma boa performance que varia com o ponto de corte utilizado. A curva ROC mostrou que o ponto de corte 0,9 apresentou melhor sensibilidade em relação ao BED, entretanto, para analisar a performance de um teste, deve-se levar em conta várias medidas que caracterizam a qualidade intrínseca do teste. Quando analisamos a sensibilidade e a especificidade do IA em relação ao BED para o ponto de corte 0,8, verificamos uma sensibilidade de 65% e uma especificidade de 96,6%. Ao aumentar o valor de corte para 0,9, a sensibilidade do teste aumentou para 85,4%, mas, sua especificidade diminuiu consideravelmente, ficando em 77%. Conseqüentemente o percentual de falsos positivos aumentou para 16,5%, antes era de 2,5%, mostrando que o ponto 0,8 teve uma melhor performance em relação ao corte 0,9. Os resultados deste estudo concordaram parcialmente com os descritos por Suligoi et al, 2002 quando analisou a precisão e a exatidão do IA para detectar infecções recentes para o HIV em 47 pacientes com a data de soroconversão conhecida. De acordo com o estudo, pontos de corte baixos, resultam em baixa sensibilidade e alta especificidade para soroconversões recentes, enquanto os maiores valores de corte correspondem a uma maior sensibilidade e menor especificidade. IA <0,8 pode ser utilizado como ponto de corte para vigilância das infecções incidentes, uma vez que a sensibilidade e especificidade observadas com 52 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... este corte iriam identificar corretamente cerca de 80% de todas as infecções recentes pelo HIV e apenas 8% das infecções identificadas como infecções recentes seriam infecções estabelecidas. IA de <0,6 e 0,7 poderia ser utilizado por médicos em sua decisão sobre tratamento antirretroviral nas infecções agudas, porque identificaria as pessoas na fase inicial da doença que poderiam se beneficiar do tratamento precoce, reduzindo o risco do tratamento desnecessário pois apresentaria taxas muito baixas, entre 1% e 5%, de resultados falso-positivos. IA >0,9 poderia ser utilizado para a notificação de parceiros, uma vez que sugere que a infecção tenha sido adquirido há mais de um ano, evitando assim o risco de identificar um parceiro recente como fonte de infecção (Suligoi et,al, 2003). Na prática, a escolha do valor de corte dependerá dos objetivos da sua utilização. Estudos epidemiológicos se beneficiariam de uma maior sensibilidade e, portanto, um corte maior, enquanto valor de corte menor seria preferível para fins clínicos. Uma importante vantagem desta metodologia é que não é necessário modificar o procedimento recomendado pelo fabricante do teste, sendo assim, não necessitaria de aprovação de autoridade regulatória oficial para a sua utilização (Chawla et al, 2007). O único passo adicional é a preparação da amostra, que consiste na diluição de parte do soro com uma solução salina de tampão fosfato e outra parte com guanidina, um agente de dissociação barato e fácil de obter. O Axsym é totalmente automatizado, o que garante uma melhor reprodutibilidade dos resultados e é usado rotineiramente em grande parte dos laboratórios para triagem da infecção do HIV-1. O teste também pode ser usado para avaliar rapidamente a incidência de infecção pelo HIV entre populações que são candidatos para teste de vacinas, especialmente em países pobres sem recursos (Martró et al, 2005). O local do estudo é também a região mais carente e populosa do Brasil, onde há necessidade de metodologias simples e baratas que permitam a detecção de infecções recentes. O Axsym é um ensaio imunoenzimático por micropartículas (MEIA) de terceira geração bastante sensível à detecção de anticorpos formados precocemente e reconhece todas as classes de anticorpos. Além disso, permite a detecção do HIV-1, grupos M e O e o HIV-2 (S.Bio Fernades et al, 2005). Em virtude destas características o IA não é influenciado pelo estágio avançado da doença, por qualquer tratamento antiviral e por subtipos virais (Chawla et al, 2007). Considerando que no estado de Pernambuco predominam os subtipos B (82,4%) e 53 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... F (11,8%) (Cavalcanti et al, 2007), este último não estaria excluído nas análises de infecção recente por este subtipo, constituindo mais uma vantagem desta metodologia. Entretanto é importante salientar que o nosso estudo comparou exames realizados a partir de sorotecas, nas quais o período de soroconversão não foi documentado, aspecto que poderia limitar o valor dos nossos achados. Os resultados do nosso estudo confirmam a boa performance do índice de avidez. O teste fornece resultado quantitativo com diferentes níveis de sensibilidade e especificidade, a depender do ponto de corte escolhido, que pode variar de acordo com a utilidade a ser conferida ao teste. Somam-se ainda o baixo custo e a facilidade na obtenção e execução, aspectos que sugerem fortemente o benefício da sua utilização para a detecção das infecções recentes na região. 54 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS CALYPTE BIOMEDICAL CORPORATION. CALYPTE HIV-1 BED Incidence EIA. Package insert2005. [Disponível on-line em URL http://www.calypte.com/PRODUCTS/INSERTS/BED_MSDS-LN-2050002.pdf]. CAVALCANTI A. M. S., LACERDA H. R., BRITO A. M., PEREIRA S., MEDEIROS D., OLIVEIRA S. Antiretroviral resistance in individuals presenting therapeutic failure and subtypes of the human immunodeficiency virus type 1 in the Northeast Region of Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz vol.102 no.7, 2007. CHAWLA, G. MURPHY, C. 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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE COLETA DE DADOS DADOS DA AMOSTRA: 1) Código da amostra: _______________________ 2) Origem: 1 – Cabo ( ) 2 – Paulista ( ) 3) Ano de diagnóstico: 1 – 2004 ( ) 2 – 2005 ( ) 3 – 2006 ( ) 4 – 2007 ( ) 5 - 2008 ( ) 6 – 2009 ( ) 4) Sexo: 1 – Feminino ( ) 2 – Masculino ( ) 5) Gestante: 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 3- Não se aplica ( ) 6) Idade: _____________ 1 – Não informado ( ) 7) Situação de risco para a infecção pelo HIV: – Acidente ocupacional. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Bissexual. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Heterossexual. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Homossexual. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Transfusão sanguínea. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Profissional do sexo. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Transmissão vertical. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Usuário de drogas injetáveis. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Parceiro de HIV+. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Paciente de clínica de DST. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Caminhoneiro. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Paciente de tuberculose. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). – Vítima de estupro. 0 – Não ( ) 1 – Sim ( ). 8) Escolaridade: 1 – ≤ 8 anos de estudo ( ) 3- Não informado ( ) 2 - > 8 anos de estudo ( ) 65 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... 9) Local de residência: 1 – Cabo ( ) 2 – Paulista ( ) 3 – Outra cidade da RMR ( ) 4 – Cidade do interior do Estado ( ) 5 – Outro Estado do Brasil ( ) 6 – Estrangeiro ( ) 7 – Não informado ( ) 10) Inserção no mercado de trabalho: 1 – Empregado ( ) 2 – Autônomo ( ) 3 – Desempregado ( ) 4 – Estudante ( ) 5 – Dona de casa ( ) 6 – Não informado ( ) 7 – Aposentado ( ) 11) Estado Civil: 1 – Solteiro ( ) 2 – Casado/amigado ( ) 3 – Separado/divorciado ( ) 4 – Viúvo ( ) 5 – Não informado ( ) DADOS RELACIONADOS AO DIAGNÓSTICO: 12) Sintomatologia: 1 – Sim ( ) 2 – Não ( ) 3 – Não informado ( ) 13) D.O do EIE 1ª amostra: 1 – Fraca reação <1.0 ( ) 2 – Forte reação ≥1.0 ( ) 14) Resultados do BED: 1 – Infecção recente ( ) 2 – Infecção tardia ( ) DO do BED: ______ 15) Resultado Avidez (AXSYM): 1 – < 0.8 ( ) 2 – ≥ 0.8 ( ) AI do AXSYM: ______ 66 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... ANEXO A – APROVAÇÃO EM COMITÊ DE ÉTICA 67 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... ANEXO B – NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA INSTRUÇÕES AOS AUTORES • • Objetivos e política editorial Formato e estilo ISSN 0074-0276 versão impressa ISSN 1678-8060 versão on-line Objetivos e política editorial As Memórias do Instituto Oswaldo Cruz são uma revista multidisciplinar que publica pesquisas originais relativas aos campos da medicina tropical (incluindo patologia, epidemiologia de campo e estudos clínicos), parasitologia médica e veterinária (protozoologia, helmintologia, entomologia e malacologia) e microbiologia médica (virologia, bacteriologia e micologia). A revista aceita, especialmente, pesquisas básicas e aplicadas em bioquímica, imunologia, biologia molecular e celular, fisiologia, farmacologia e genética relacionada a essas áreas. Comunicações breves são também consideradas. Artigos de revisão só quando solicitados. A revista publica oito números regulares, constitutindo um por ano. Ocasionalmente, trabalhos apresentados em simpósios ou congressos são publicados como suplementos. Os artigos apresentados devem ser escritos preferencialmente em inglês. Quando neste idioma, para não causar atrasos na publicação sugerimos que sejam checados por alguém que tenha o inglês como primeira língua e que, preferencialmente, seja um cientista da área. A submissão de um manuscrito às Memórias requer que este não tenha sido publicado anteriormente (exceto na forma de resumo) e que não esteja sendo considerado para publicação por outra revista. A veracidade das informações e das citações bibliográficas é de responsabilidade exclusiva dos autores. Os manuscritos serão analisados por pelo menos dois pareceristas; a aprovação dos trabalhos será baseada no conteúdo científico e na apresentação. Somente serão aceitas submissões eletrônicas dos artigos, no seguinte endereço: http://submission.scielo.br/index.php/mioc/login. Por meio desse serviço você pode submeter o artigo e acompanhar o status do mesmo durante todo o processo editorial. Garantindo rapidez e seguranças na submissão do seu manuscrito e agilizando o processo de avaliação. O manuscrito deverá ser preparado de acordo com as Orientações aos Autores. Ao encaminhar um manuscrito para a revista, os autores devem estar cientes de que, se aprovado para publicação, o copyright do artigo, incluindo os direitos de reprodução em todas as mídias e formatos, deverá ser concedido exclusivamente para as Memórias. A 68 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... revista não recusará as solicitações legítimas dos autores para reproduzir seus trabalhos.Para maiores informações sobre o formato e o estilo da revista, favor consultar um número recente da Revista ou entrar em contato com a Editoria Científica pelos telefones (+55-212598.4335/2561-1442), fax (+55-21-2280-5048), ou e-mail ([email protected] / [email protected]). Formato e estilo O manuscrito (incluindo tabelas e referências) deve ser preparado em um software para edição de textos, em espaço duplo, fonte 12, paginado. As margens devem ser de pelo menos 3 cm. As figuras deverão vir na extensão tiff, com resolução mínima de 300 dpi. Tabelas e figuras deverão vir em documentos separados. Deve ser organizado de acordo com a seguinte ordem: Título resumido: com até 40 caracteres (letras e espaços) Título: com até 250 caracteres Autores: sem títulos ou graduações Afiliação institucional: endereço completo somente do autor correspondente Resumo: com até 200 palavras (100 palavras no caso de comunicações breves). Deve enfatizar novos e importantes aspectos do estudo ou observações. Palavras-chave: devem ser fornecidos de 3 a 6 termos, de acordo com a lista Medical Subject Headings (Mesh) do Index Medicus. Notas de rodapé: indicando a fonte de financiamento e mudança de endereço Introdução: deve determinar o propósito do estudo, oferecer um breve resumo (e não uma revisão de literatura) dos trabalhos anteriores relevantes, e especificar quais novos avanços foram alcançados através da pesquisa. A introdução não deve incluir dados ou conclusões do trabalho em referência. Materiais e Métodos: deve oferecer, de forma breve e clara, informações suficientes para permitir que o estudo seja repetido por outros pesquisadores. Técnicas padronizadas bastam ser referenciadas. Ética: ao descrever experimentos relacionados a temas humanos, indicar se os procedimentos seguidos estiveram de acordo com os padrões éticos do comitê responsável por experimentos humanos (institucional ou regional) e de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, revisada em 1983. Ao relatar experimentos em animais, indicar se diretrizes de conselhos de pesquisa institucionais ou nacionais, ou qualquer lei nacional relativa aos cuidados e ao uso de animais de laboratório foram seguidas. Resultados: devem oferecer uma descrição concisa das novas informações descobertas, com o mínimo julgamento pessoal. Não repetir no texto todos os dados contidos em tabelas 69 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... e ilustrações. Discussão: deve limitar-se ao significado de novas informações e relacionar as novas descobertas ao conhecimento existente. Somente as citações indispensáveis devem ser incluídas. Agradecimentos: devem ser breves e concisos e se restringir ao absolutamente necessário. Referências: devem ser precisas. Somente as citações que aparecem no texto devem ser referenciadas. Trabalhos não publicados, a não ser os já aceitos para publicação, não devem ser citados. Trabalhos aceitos para publicação devem ser citados como " in press "; nesse caso, uma carta de aceitação da revista deverá ser fornecida. Dados não publicados devem ser citados somente no texto como " unpublished observations "; nesse caso, uma carta com a permissão do autor deve ser fornecida. As referências ao final do manuscrito devem ser organizadas em ordem alfabética de acordo com o sobrenome do primeiro autor. Os títulos de revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no Index Medicus,consultar: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=journals&TabCmd=Limits. • No texto, usar o sobrenome do autor e a data: Lutz (1910) ou (Lutz 1910). Com dois autores, a forma é: (Lutz & Neiva 1912) ou Lutz and Neiva (1912). Quando há mais que dois autores, somente o primeiro é mencionado: Lutz et al. (1910) ou (Lutz et al. 1910). • Nas referências, usar os seguintes estilos: Artigo de revista Chagas C, Villela E 1922. Forma cardíaca da tripanosomiase americana. Mem Inst Oswaldo Cruz 14: 15-61. Livro ou Tese Forattini OP 1973. Entomologia Médica. Psychodidae, Phlebotominae, Leishmaniose, Bartonelose, Vol. IV, Edgard Blucher, São Paulo, 658 pp. Morel CM 1983. Genes and Antigens of Parasites. A Laboratory Manual, 2nd ed., Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, xxii + 580 pp. Mello-Silva CC 2005. Controle alternativo e alterações fisiológicas em Biomphalaria glabrata (Say, 1818), hospedeiro intermediário de Schistosoma mansoni Sambom, 1907 pela ação do látex de Euphorbia splendens var. hislopii N.E.B (Euphorbiaceae), PhD Thesis, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 85 pp. Capítulo de livro Cruz OG 1911. The prophylaxis of malaria in central and southern Brasil. In R Ross, The 70 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... Prevention of Malaria, John Murray, London, p. 390-398. Artigo de revista na Internet Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an advisory role. Am J Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited 2002 Aug 12];102(6):[about 3 p.]. Available from: http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm Monografia na Internet Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative care for cancer [monograph on the Internet]. 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Bethesda (MD): National Library of Medicine (US). c1999 [updated 2001 Nov 20; cited 2002 Aug 12]. Available from: http://www.nlm.nih.gov/mesh/jablonski/syndrome_title.html Parte de uma base de dados na Internet MeSH Browser [database on the Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine (US); 2002 - [cited 2003 Jun 10]. Meta-analysis; unique ID: D015201; [about 3 p.]. Available from: http://www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser.html Files updated weekly. Updated June 15, 2005 71 SALUSTIANO, D.M.Comparação do Método do Índice de Avidez com o Ensaio Imunoenzimático–BED... • Ilustrações: figuras e tabelas devem ser compreensíveis sem a necessidade de referência ao texto. - Figuras: as fotografias devem ser bem nítidas, com alto contraste, ampliadas em preto e branco em papel brilhante, se apresentadas lâminas, as figuras devem ser numeradas consecutivamente em algarismos arábicos. As escalas devem ser indicadas por uma linha ou barra na figura, e referenciadas, se necessário, na legenda (por exemplo, bar = 1 mm etc.). Lâminas e gráficos devem ajustar-se tanto em uma coluna (8 cm) ou na largura completa (16.5 cm) da página, e devem ser menores que a página para permitir a inclusão da legenda. As letras e números nas figuras devem ter tamanho legível após a redução ou a impressão. Ilustrações coloridas somente podem ser aceitas se os autores assumirem os custos. Por outro lado, uma fotografia colorida ilustra a capa de cada fascículo de Memórias, e os autores são convidados a submeter para consideração da revista ilustrações com legendas de seus manuscritos que poderão vir a ilustrar a capa. - Tabelas: devem complementar, e não duplicar, o texto. Elas devem ser numeradas em algarismos romanos. Um título breve e descritivo deve constar no alto de cada tabela, com quaisquer explicações ou notas de rodapé (identificadas com letras a, b, c etc.) colocadas abaixo. • Comunicações breves: devem ser breves e diretas. Seu objetivo é comunicar com rapidez resultados ou técnicas particulares. As comunicações não devem ocupar mais do que três páginas impressas, incluindo figuras e/ou tabelas. Não devem conter referências em excesso. As referências devem ser citadas no final do texto, usando o mesmo formato para artigos originais. Um resumo breve e três palavras-chave devem ser apresentados. • Formato alternativo: Os manuscritos podem ser submetidos seguindo os "Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals" produzidos pelo International Committee of Medial Journal Editors, também conhecidos como Vancouver Style. Nesse caso, os autores devem seguir as diretrizes da quinta edição (Annals of Internal Medicine 1997; 126: 36-47, ou no website http://www.acponline.org/journals/resource/unifreqr/htm), sendo responsáveis por modificar o manuscrito onde diferir das instruções aqui apresentadas, se o manuscrito for aceito para publicação. Os autores também deverão seguir os Uniform Requirements para quaisquer outras diretrizes omitidas nestas instruções. Uma vez que um trabalho seja aceito para publicação, os autores devem enviar: • uma declaração de affidavit fornecida pela produção editorial da revista, assinada por todos os autores. Autores de diferentes países ou instituições podem assinar em diferentes folhas que contenham a mesma declaração. • uma declaração de copyright fornecida pela produção editorial da revista, assinada pelo autor responsável pela correspondência. •Taxas: a revista não cobra taxas para publicação. •Provas: serão enviadas provas tipográficas aos autores para a correção de erros de impressão. As provas devem retornar para a Produção Editorial na data estipulada. Outras mudanças no manuscrito original não serão aceitas nesta fase. 72