Portugal não tem surto de gripe das aves, dizem

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14-01-2016
Revista de Imprensa
14-01-2016
1. (PT) - Destak, 14/01/2016, Portugal não tem surto de gripe das aves, dizem autoridades
1
2. (PT) - Diário de Notícias, 14/01/2016, Gripe: remédio guardado há sete anos à espera de pandemia
2
3. (PT) - Jornal de Notícias, 14/01/2016, Misericórdias querem saber se serão ressarcidas da perda de
hospitais para o Estado
4
4. (PT) - Diário de Notícias, 14/01/2016, Médicos incentivados a quebrar sigilo sobre violência doméstica
5
5. (PT) - Público, 14/01/2016, Saúde quer reduzir para metade quantidade de açúcar nas saquetas
8
6. (PT) - Correio da Manhã, 14/01/2016, Correio da Saúde - Jornalismo e Saúde
11
7. (PT) - Correio da Manhã, 14/01/2016, Família de idoso acusa hospital
12
8. (PT) - Diário do Minho, 14/01/2016, Cápsula endoscópica junta especialistas em Guimarães
13
9. (PT) - Diário do Minho, 14/01/2016, Aeródromo quer reduzir tempo de resposta em situações de
emergência
14
10. (PT) - Jornal de Notícias, 14/01/2016, Linha SOS Droga só tem um funcionário para atender queixas
16
11. (PT) - i, 14/01/2016, Cancro deve ser público ou privado?
19
12. (PT) - Público, 14/01/2016, Para que uma morte não tenha sido em vão!
24
13. (PT) - Jornal de Notícias, 14/01/2016, INEM - Presidente avisado para não regressar hoje ao posto de
trabalho
26
14. (PT) - Público, 14/01/2016, As facturas que hão-de vir
28
15. (PT) - Público, 14/01/2016, Governo ainda não sabe quanto custam as 35 horas no Estado
29
16. (PT) - Público, 14/01/2016, Misericórdias contestam decisão sobre hospitais
32
17. (PT) - Público, 14/01/2016, O (novo) vírus de Zica que chegou ao Brasil está a alastrar-se
34
18. (PT) - i, 14/01/2016, Putin anuncia medicamento contra ébola
36
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14-01-2016
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Pág: 6
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
BRUNO SIMÃO
Portugal não tem surto de gripe
das aves, dizem autoridades
Portugal não tem qualquer foco de
gripe das aves e aproibição de comercialização destes animais em alguns
mercadoséumamedidadeprevenção,
disse o diretor geral de Alimentação e
Veterinária, garantindo não existir
riscoparaoshumanos.Nomesmodia,
a subdiretora-geral da Saúde afirmou
que o vírus da gripe A, diagnosticado
noHospitaldaGuardaeemSantarém,
não é pandémico e é menos perigoso
do que o verificado há seis anos.
Vírus da gripe A é menos perigoso
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ID: 62667719
14-01-2016
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Pág: 14
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Medicamentos para a gripe em
contentores à espera da pandemia
Saúde. Milhares de doses guardadas no Laboratório Militar desde 2009. Infarmed tem de fazer
análises regulares para certificar eficácia. Mas quando os hospitais precisam têm de comprar
ratório Militar. "A reserva continua
a existir e mantém-se válida. A validade é determinada pelo LnfarMilhares de doses do medicamen- med, que faz análises regulares em
to contra a gripe estão guardados que verifica a condição da subsem contentores no Laboratório Mi- tância. Se mantém as característilitar há sete anos. Foram compradas cas de qualidade, eficácia e seguem 2009, quando a gripe A surgiu rança idênticas às de quando foi
pela primeira vez, mas só serão usa- adquirida", explicou ao DN à subdas em caso de pandemia. O oselta- diretora-geral da Saúde.
mivir (nome da substância ativa) é o
Nos hospitais, este antiviral é
antiviral recomendado para o trata- usado para tratar situações mais
mento de situações mais graves de complicadas de gripe ou fazer pregripe ou para prevenção, mas quan- venção em casos particulares. Mas
do os hospitais precisam. têm de o apesar de Portugal terumareserva
comprar. A subdiretora-geral da nacional, ela não pode ser usada.
Saúde, Graça Freitas, explica que o "Está fechada em contentores prómedicamento está guardado em prios e só pode ser usada num congrandes quantidades, por isso se os texto de pandemia. O que comprácasos a serem tratados forem pou- mos na altura foi apenas a substâncos, estariam a ser desperdiçadas cia ativa, que é um pó e que não
centenas de doses.
está separado em doses indiviQuando em 2009 o mundo en- duais. Quando necessário pode ser
frentou a pandemia da gripeA, vá- transformado em xarope ou cáprios países compraram milhões de sulas. Se abríssemos um contentor
doses de oseltamivir. Portugal ad- para t ratar poucos casos, estaríaquiriu então doses suficientes para mos a desperdiçar todas as outras
tratar 25% da população portugue- doses, que já não poderiam ser
sa. Uma parte desta reserva estra- usadas", referiu a especialista.
tégica foi usada na altura A.restanNo site da DGS está publicada
te mantém-se guardada no Labo- uma norma para os médicos, reANA MATA
ferindo que o uso do antiviral é
uma decisão clínica individualizada e que se insere numa estratégia de "prevenção/ minimização da evolução para doença grave e prevenção / minimização da
transmissão da infeção a pessoas
de risco". "Os médicos podem
prescrever em casos graves, quando os sintomas são mais exuberantes, ou em outras situações
que considerem ser a melhor solução", acrescentou.
Gripe A é a dominante
O vírus dominante este ano está a
ser para já o A H1N1 , o mesmo que
ficou conhecido por gripe A em
2009. Hoje é publicado um novo relatório do Instituto Ricardo Jorge
(INSA), que faz um balanço semanal dos casos de gripe. O último
dava conta de 18 casos que tiveram
de ser internados nos cuidados intensivos. Ontem o Hospital de Santarém confirmou à Lusa que foram
identificados casos de gripe A em
alguns doentes e profissionais e no
dia anterior a Unidade Local de
Saúde da Guarda revelou ter diaposticado 13 casos.
VACINAS
BE questiona falhas
nos centros de saúde
> O Bloco de Esquerda (BE)
questionou o Ministério da
Saúde sobre a falta de vacinas
do Plano Nacional de
Vacinação nos centros de
saúde. "Atualmente, na
Guarda, há três vacinas do
PNV que se encontram esgotadas há mais de três semanas: Haernophilus influenz,ae
do tipo B (H1B),
(VIP) e tétano, difteria
e tosse convulsa (DTPa). Esta
situação de ruturas sucessivas é insustentável e tem de
ser definitivamente resolvida", denuncia o BE. Na pergunta, o deputado do BE
Moisés Ferreira enumera falhas sucessivas da BCG (vacina para a tuberculose dada
aos bebés) e de outras vacinas
que originaram várias perguntas durante 2012 e 2013.
Graça Freitas afirma que não há
razões para alarme. "Gripe A foi o
nome que se deu à doença quando
o vírus apareceu pela primeira vez
em 20091e por ser a primeira vez é
que foi considerada pandémica].
Desde então o vírus tem estado em
circulação, já não como pandémico, mas como sazonal. As pessoas,
que são os hospedeiros, mudaram
de perfil. Não estamos tão frágeis
porque fomos adquirindo imunidade, quer por-contacto com ele
quer através da vacinação. Desde
2009 que este vírus faz parte da vacina", explicou a especialista.
Quando surgiu, este vírus atingiu pessoas mais novas, ao contrário de outros vírus da gripe, que
normalmente têm efeitos mais
graves erit idosos. Segundo Graça
Freitas, ainda é cedo para se perceber se essa é uma tendência que
se mantém, apesar de 70% dos 18
casos internados nos cuidados intensivos serem de pessoas entre os
15 e os 64 anos. "Os números ainda são pequenos e esta é uma faixa etária alargada. Também existem doentes mais velhos internados. Não se pode tirar uma
conclusão", disse.
Para casos muito graves, internados nos cuidados intensivos, há
ainda um outro medicamento, o
zanamivir, que também tem uma
reserva estratégica nacional com
um número pequeno de doses
para estarem disponíveis de forma
imediata para responder a situações "de reconhecida gravidade clínica em que o início da terapêutica
é um fator prognóstico decisivo".
Segundo a norma da DGS, esta reserva está armazenada na Farmácia do Hospital de Santa Maria.
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14-01-2016
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
SOM
Gripe: remédio
guardado há sete
anos à espera
de pandemia
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Saúde Misericórdias querem saber se serio
ressarcidas da perda de hospitais para o Estado
• As misericórdias a quem tinha sido atribuída a gestão dos hospitais de Santo Urso e S. João da Madeira, pelo Governo PSD/CDS-PP.
querem saber se vão ser compensadas pela decisão do Ministério
da Saúde de anular o compromisso. Segundo Manuel de Lemos, presidente
da União das Misericórdias Portuguesas, foi feito um "investimento significativo", por exemplo na aquisição
de equipamentos. "As duas misericórdias deram-me conta dos gastos
que tinham tido e perguntaram-me
como é que era", disse ao IN. Na segunda-feira, a tutela fez saber que anulou a transfe
rència da gestão por
"fundadas dúvidas sobre a efetiva defesa do
interesse público" .
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País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 3
Médicos
incentivados
a denunciar
violência
doméstica
Crime. Ordem permite que médicos protejam
a vida das vítimas sem violar o segredo profissional e arriscar processos disciplinares
OM explica que "este parecer vem
clarificara atual situação e vem reforçar a confiança das pessoas
Os médicas vão poder quebrar o se- quando vêm tomar estas decisões.
gredo profissional e denunciar Os médicos podem fn7Pr alguma
situações de violência doméstica coisa quando se depararem com espara protegera vida das vítimas. Até tes casos", explica ao DN.
aqui, arriscavam processos discipliAté aqui, e como refere o parecer,
nares e judiciais se apresentassem só existia violação do dever de sequeixas sem autorização.
gredo se a revelação não fosse aceiUm parecer do departamento ju- te pela vítima O código deontológirídico da Ordem dos Médicos (OM) co apenas permitia a comunicação
vem clarificar a situação atual, às autoridades policiais ou instânabrindo a possibilidade de os médi- cias sociais competentes das situacos quebrarem o segredo profissio- ções"de maus-tratos, sevícias ou asnal e efetuarem denúncias sempre sédio" que envolvessem pacientes
que a integridade física da vítima menores, idosos, deficientes ou
possa estar em risco. O documento pessoas incapacitadas. Estas situaem causa surgiu na sequência de ções seriam ás únicas exceções ao
dúvidas levantadas por uma médi- segredo profissional e não se aplica de família, que foi confrontada cavam a vítimas maiores de idade
com o caso de uma víou capazes.
tima. A médica quesNeste caso, o paretionou a OM sobre a
cer refere-se a agresParecer surgiu
possibilidade de quesões físicas entre cônbrar o sigilo e sobre os
na sequência de
juges e companheiprocedimentos a seros, geralmente mudúvidas de uma
guir de forma a apre- médica de família lheres. Só em rasos exsentara queixa. Por últremos os clínicos potimo, perguntou se era
diam requerer ao baspossível conduzir a vítonário a escusa de sitirna em causa
gilo e fazer a denúncia Agora a OM
O documento, publicado na Re- 'refere que situações emergentes de1,Ésra Ordem dos Médicos e que foi vem ser "imediatamente comuniaprovado em Conselho Nacional uidas às entidades de investigação
Executivo, é claro quanto às primei- criminal". Mas cada caso deve ser
ras questões. "Em todas as situações põnderado, avaliando se podem
em que a intensidade ou a reitera- acarretar o aumento do perigo para
ção da conduta do agressor são evi- a saúde ou vida davftima.
dentes e põem em causa, de forma
O presidente daAssociação Porgrave, a saúde, a integridade física tuguesa de Apoio Witima (APAV),
ou a própria vida da vítima, poderá João Lázaro, diz que em termos geo médico (...) desvincular-se do se- rais esta" é uma boa notícia, porque
gredo e efetuara denúncia lá a con- admite que se pondere uma dedução para uma associação de núncia em nome da saúde e da vida
apoio não pode ser feita sem o con- das vítimas. A exceção até aqui era
sentimento expresso" da vítima.
apenas em casos extremos e meMiguel Guimarães, presidente diante autorização do bastonário".
do Conselho Regional do Norte da Estas regras vêm "clarificar, criar
DIANA MENDES e RUTE COELHO
Um crime público que deve ser denunciado
CAMPANHAS No ano passado, 29 mulheres cncrniramem PortugalvItimas
devidênela. Em =Moram 42. Todos
os anos, organizações nacionais e Internacionais lançam campanhas can-
um protocolo de atuação, mas apenas se admitem os casos de violência reiterada ou extrema, porque
prevalece sempre o dever de confidencial idade".
O próximo passo a dar será criar
uma rede de sinalização. "Tem de
haver um protocolo, já que não de-
13X rápido
O Código Deontológico só
permitia a comunicação de
casos com menores, idosos
ou pessoas incapacitadas.
Ordem dos Médicos refere
que situações emergentes
entre cônjuges devem ser
I o go comunicadas.
Um padre também não
pode violar o segredo da
confissão para reportar um
caso de violência doméstica.
tra a violência doméstica, como aquela que se vê na foto, criada na Rússia,
onde uma grande percentagem de
mulheres sofrem algum tipo de violência. O grande objetivo á sensIbill-
verá ser o médico a fazer a queixa ao
Ministério Público. Tem de haver alguém a fazer esta denúncia nas unidades de saúde."
Práticas diferentes
Miguel Guimarães diz que "em determinadas circunstâncias passa a
ser possível comunicar estes casos.
Não havia consenso e as práticas
eram diferentes. Sempre que nos
deparamos com situações destas
temos o dever de questionar os
doentes, é a nossa obrigação ética".
No decurso da prática clínica
"deparamo-nos com sinais de violência na observação fisica, como
as equimoses, mas também percebemos pela conversa com os doentes. Muitas vezes lançam sinais,
como dizer que a vida está muito
complicada ou que em casa não
têm tempo para nada".
Na sua opinião, "todos ou quase
todos os médicos já se depararam
com situações de violência, mas ficavam sempre numa situação
complicada. Por um lado, têm o dever ético e moral de denunciar. Por
outro, temos por vezes uma pessoa
que nos pede por Deus para não divulgar". O médico do Porto já se de-
zar as pessoas para um crime que é
público e que deve ser denunciado.
No final de 2015, o artista Italiano
Alexsandro Palombo juntou-se a celebridades, como Angelina Jolie,
parou com duas situações deste
tipo. "Em ambas tive autorização
para denunciar, mas fi-lo ao chefe
de equipa, porque ainda era interno geral. Se não houvesse autorização era mais complicado." Falta
agora "ter mais tempo na consulta.
"Se houvesse, certamente teríamos
mais casos."
Médicos e padres são exceção
Os médicos "não têm o dever de denúncia obrigatória" dos casos de
violência doméstica que chegam
aos centros de saúde, consultórios
privados ou hospitais públicos ou
privados, apesar de se tratar de um
crime público. Fonte do Ministério
Público (MP) explicou ao DN que
os clínicos" incorrem em processos
disciplinares se violarem o segredo
profissional" para denunciar às autoridades que uma paciente foi vítima de agressões domésticas.
O crime de violação do segredo
profissional, previsto e punido no
Código Penal, só pode ser justificado se o ato de violência que o médico denunciar for muito mais grave
do que a quebra do sigilo, que representa o elo sagrado com os doentes.
Segundo a mesma fonte, a única
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RETRATO
70
mortes
> Mulheres que foram mortas
pelos cônjuges nos últimos
dois anos: 42 em 2014 e 28
em 2015, segundo os dados
do Observatório de Mulheres
Assassinadas da UMAR.
37
casas abrigo
> O Estado Português tem
uma rede nacional de 37
casas-abrigo para vítimas
de violência doméstica.
Estes refúgios são de
localização secreta.
16 881
denuncias
> Número de casos de violência
doméstica registados pela
Associação de Apoio à Vitima
.(APAV) em 2014. Porser crime •
público, pode ser denunciado
por qualquer pessoa.
Madorna e MIley anis. Pediam que
»quebrasse oallincioErn20:12,1ana
campanha chocante fana na Rússia
resultou em mis de dezrra pedidos
de ~mações de mulheres.
forma de os médicos se precaverem
e evitarem processos disciplinares é
darem conhecimento do caso concreto ao Conselho de Deontologia
da Ordem dos Médicos. Se for uma
situação muito urgente, em que o
clínico desconfie de que pode estar
em risco avida da vítima, deve então comtinicarà0Mquevaiviolar o
segredo para denunciar às autoridades um caso muito grave. O sigilo
médico está pressuposto em todos
os atos médicos, sejam praticados
mim hospital público ou num privado. Os enfermeiros e outros profissionais de saúde também não estão obrigados a comunicar os casos
de violência doméstica.
Um padre também não pode
violar o segredo da confissão para
reportar um caso destes. Só o pode
fazer com a autorização doVaticano (ver texto ao lado), esclareceu a
fonte do lvIP Só os polícias e magistrados (juízes e procuradores) têm
o dever de comunicar o crime de
violência doméstica às autoridades.
A violação do segredo profissional
acarreta não só responsabilidade
disdplinar, mas também responsabilidade civil, com pena de prisão
até romano.
3279
participações por ameaça
►E um dos crimes com maior expressividade no universo da
violência doméstica. Foram
3279 as participações em 2014,
segundo a Associação de
Apoio à Vítima.
7314
vítimas do sexo feminino
As mulheres representam
82.3% dos casos, segundo o
relatório anualda
Associação de Apoio à
Vítima de 2014.0 relatório
de 2015 não está disponível.
1519
vítimas do sexo masculino
Os cri mes de violência doméstica contra homens representam 17,1% do total de casos
registados,segundo o mesmo
relatório anual da Associação
de Apoio à Vítima,
datado de 2014.
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 3
Psicólogos e advogados admitem
quebras excecionais, padres não
para o outro, que podem justificar a
quebra", explicou ao DN o bastonário da Ordem dos Psicólogos (OP),
Teimo Mourinho Batista, ressalvando, no entanto, que é algo que
"não se faz de ânimo leve". Nesse
caso, não é necessária autorização
da OP"Muitasve2P.s, não há tempo
para consultar ninguém", justifica.
PROFISSÕES Só
em casos
muito extremos pode ser
quebrado o sigilo profissional de psiéólogos e advogados. Na Igreja não é possível
Se um cliente convencer o advogado de que vai mata/ alguém, o profissional poderá quebrar o sigilo
profissional. Mas caso decida fazê-lo, deverá pedir autorização ao presidente do conselho regional. Esta
será uma das raras exceções para a
violação do segredo profissional,
considerado o pilar da advocacia.
No caso dos psicólogos, o sigilo profissional também só deverá ser violado se em causa estiverem danos
para o próprio utente ou para terceiros. Já os padres não podem nunca quebrar °segredo da confissão,
mesmo que lhes revelem um crime.
"O cidadão comum tem de ter a
certeza absoluta de que o que conta ao advogado nunca irá ser revelado a quem quer que seja", diz Rui
da Silva Leal, vice-presidente da Ordem dos Advogados (0A). Mesmo
que o cliente peça ou exija ao advógado que revele as informações
transmitidas, este "continua sujeito ao segredo profissional." De outra forma, o cidadão não poderia ter
a certeza de que "pode contar todos
os factos ao advogado, porque só
assim é que ele consegue defender
os seus interesses e direitos."
Em 33 anos de advocacia, Rui da
Silva Leal nunca esteve perante uma
situação que o tivesse levado a violar o segredo profissional. Mas há
casos em que os advogados pedem
que seja levantado, nomeadamente quando querem passar a testemunhas. Nesse caso, solicitam ao
presidente do conselho regional autorização prévia para o fazerem. "A
OA é muito exigente nesta matéria.
É raríssimo conceder dispensa ao sigilo profissional", adianta o vice-presidente da 0A. Só quando "não
existe outra maneira de fazer prova"
poderá ser concedida.
Quando um cliente confessa ao
advogado que matou alguém mas
que não quer admitir o crime. o advogado não poderá quebrar o sigilo.
No entanto, o cenário é diferente se
o homicídio ainda não tiver ocorrido. "Se convencer o advogado de
que vai matar, este deve agir de imediato", frisa. Isto porque "a vida é o
bem jurídico mais importante de
todos". Além de contactar as autoridades, o advogado terá de pedir autorização ao presidente do conselho
regional. Caso não lhe seja concedida, poderá agir, arriscando-se a uma
infração disciplinar.
Quando está em causa avida humana, os psicólogos também po-
Teimo Mourinho Batista diz que
psicólogos podem violar sigilo
em casos de perigo de vida
dem violar o sigilo profissionaL Diz
oCódigo Deontológico que á não
manutenção daconfidencialidade
se justifica quando "existir uma situação de perigo para o cliente ou
para terceiros que possa ameaçar
de uma forma grave a sua integridade ffsica ou psíquica".
"É um requisito fundamental
para a profissão, mas há situações
de grande gravidade, que envolvem
danos extensos para o próprio ou
E uma questão que se põe, sobretudo, em situações de suicídio.
Já no que diz respeito aos padres, o segredo da confissão não
pode nunca serviolado."É sagrado.
Não pode ser quebrado em nenhuma circunstância", disse ao DN o
padre Carreira das Neves. No entanto, quando está perante um crime, "o padre dá conselhos e diz à
pessoa para mudar de vida e se
apresentai, às autoridades". Manuel Barbosa, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa,
confirma que "está no direito canónico", pelo que quebrá-lo significava "quebrar toda a dimensão sacramental".
JOANA CAPUCHO
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ID: 62667829
14-01-2016
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 3
Médicos incentivados
a quebrar sigilo sobre
violência doméstica
~são.Médicos ficam livres do segredo profissional sempre que tenham
suspeitas de violência doméstica sobre doentes. Até agora arriscavam processo disciplinar e judicial se denunciassem sem autorização. —.—.-GE PAGS le E19
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País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 3
Açúcar no café? Saúde quer reduzir
quantidade dos pacotes para metade
Esta é a primeira proposta de um lote de
medidas lançadas pela Direcção-Geral da
Saúde para reduzir o consumo de açúcar.
Embalagens individuais vão passar de
oito para quatro gramas de açúcar
Saúde
Alexandra Campos
Servirem-lhe um café sem o tradicional pacotinho de açúcar ou apresentarem-lhe uma embalagem com
metade da quantidade habitual nos
restaurantes pode tornar-se realidade num futuro bem próximo. A
Direcção-Geral da Saúde (DGS) acaba de entregar esta proposta “revolucionária” no gabinete do ministro Adalberto Campos Fernandes:
a ideia é reduzir para metade ou
menos de metade (dos actuais oito
gramas para apenas quatro ou três
gramas) a quantidade de açúcar das
embalagens individuais (saquetas)
servidas na restauração e tornar
obrigatório que estes pacotes apenas
sejam disponibilizados aos clientes
se o pedirem expressamente.
“Apesar de já existirem embalagens com menos açúcar [no mercado], pretende-se que a redução para três ou quatro gramas passe a ter
carácter vinculativo, obrigatório, e
que estes pacotes não sejam distribuídos de forma passiva aos cidadãos,
para evitar o desperdício, que se estima em cerca de 40%”, justifica ao
PÚBLICO o director-geral da Saúde,
Francisco George.
Mas esta proposta é apenas a primeira de um lote de medidas que visam reduzir o consumo de açúcar e,
consequentemente, diminuir a taxa
de doenças crónicas, especialmente
a diabetes tipo 2 e a obesidade, dois
dos principais problemas de saúde
pública em Portugal, afirma. Apesar
de a medida ainda ter de ser discutida e passar pelo crivo dos responsáveis do Ministério da Economia, e de
se seguir depois todo um processo
legislativo, Francisco George acredita que tem todas as condições para
se materializar num futuro próximo.
O director-geral assume que não
tem medo de polémicas: “A economia não pode estar contra a saúde
dos cidadãos. Se há provas de que o
açúcar está na origem de problemas
graves, tem que haver uma aliança
estratégica”. Uma aliança que envolva não só os sectores da saúde, da
economia e da indústria, mas “to-
Bebidas açucaradas
Vendas por país em 2014,
(kcal/pessoa/dia)
1.º Chile
2.º México
3.º EUA
4.º Argentina
5.º A. Saudita
6.º Alemanha
7.º Holanda
8.º Eslováquia
9.º Áustria
10.º Brasil
(...)
24.º Portugal
(...)
52.º Vietname
53.º Indonésia
54.º Índia
188
158
157
135
118
96
95
93
93
90
71
14
13
5
Fonte: Euromonitor Passport International PÚBLICO
dos os cidadãos, pais, avós, filhos”,
elenca.
“Sabemos que há uma relação estreita entre o consumo de açúcar e a
diabetes tipo 2 e sabemos que todos
os anos há 60 mil novos casos de diabetes”, num país em que se estima
que cerca de um milhão de pessoas
sofra já desta doença crónica, enfatiza George. Este é um primeiro passo,
idealiza, de “um processo educativo
que visa a promoção de mais literacia e autocuidados que possam
conduzir à redução da diabetes e
da obesidade”.
É até “um primeiro sinal” para
chamar a atenção da população para o facto de” haver aqui um problema”, diz o médico, que acredita que
o processo vai “avançar rapidamente”, idealmente “ao longo do primeiro trimestre” deste ano.
Crianças e muito açúcar
A proposta foi desenvolvida no quadro de um programa a que a DGS
chama “Uma nova ambição para a
saúde pública” e os trabalhos estão
“na fase inicial”. Seguir-se-ão, depois, as outras medidas que Francisco George prefere, por enquanto,
Director-geral da Saúde acredita que dentro de três meses os pacotes de açúcar terão metade da quantidade
Intolerância à lactose “é moda”, diz especialista
Consumo de Leite e Lacticínios — O que Pode Estar a Mudar foi o tema de um sem
A
endocrinologista Isabel do
Carmo afirma que a suposta
intolerância à lactose é
uma moda, para a qual não
existe qualquer fundamento
científico. Este foi o tema que
a especialista tratou ontem
durante o seminário Consumo
de Leite e Laticínios — O que
Pode Estar a Mudar. Segundo
explicou, há milhares de anos
que os europeus possuem uma
enzima chamada lactase, que
desdobra a lactose, e permite
ao organismo transformar este
açúcar presente no leite, pelo
que considera que “a história
da intolerância ao leite está mal
contada”.
“A mutação tem sete mil
anos. E não há nenhuma
mutação actual ao contrário.
A intolerância é uma moda,
que suspeito seja influência
da indústria norte-americana
de produção de soja e leite de
soja”, afirmou. Isabel do Carmo
aconselha a que quem suspeitar
de intolerância faça testes para
confirmar, porque o leite tem um
valor nutricional como nenhum
outro, sendo um alimento
completo para crianças e quase
completo para o adulto.
A mesma ideia defende Pedro
Graça, da Faculdade de Ciências
da Nutrição e Alimentação
da Universidade do Porto,
adiantando que o leite, que
fornece “uma série de nutrientes
de forma muito concentrada”. “O
leite é também um produto
Página 8
ID: 62667478
14-01-2016
RICARDO CAMPOS
Tiragem: 32431
Pág: 13
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 16,62 x 26,67 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 3
não divulgar e que se inserem no
tal programa de “educação para a
saúde”.
Estas medidas passam por um aumento das taxas dos produtos alimentares com excesso de açúcar,
como tinha chegado a ponderar o
anterior secretário de Estado e ministro da Saúde, Fernando Leal da
Costa (e que se estendiam ao sal em
excesso)? Francisco George não responde. O mais importante, nesta fase, é chamar a atenção para “o risco”
que o excesso de açúcar representa
para a saúde, defende.
O médico recorda que o açúcar é
ingerido não só da forma mais evidente, como a dos pacotinhos e do
açúcar refinado em geral, e que é
preciso levar também em conta as
quantidades consumidas através de
produtos como os refrigerantes ou os
alimentos sob a forma de sobremesas. “O consumo de açúcar conduz
6
Segundo a OMS, o total
de açúcar adicionado aos
alimentos não deve ultrapassar
as seis colheres de chá por dia.
Um refrigerante pode conter dez
25%
O consumo de açúcar pelas
crianças portuguesas aproxima-se dos 25% da energia ingerida
diariamente, ou seja cinco vezes
acima dos 5% ideais
minário
relativamente barato, o que
é importante numa altura de
grandes desigualdades sociais.
O leite é democrático, acessível
a todas as bolsas”, acrescentou
o também director do Programa
Nacional de Alimentação
Saudável. Relativamente à
intolerância à lactose, salienta
que sempre houve, mas não
tem certezas de que esteja
a aumentar, embora, no seu
conjunto, as alergias tenham
vindo a aumentar.
ao consumo de insulina do pâncreas
e a insulina gasta-se. É como as minas de ouro”, compara, sublinhando
que um simples refrigerante açucarado de tamanho convencional (350
ml) tem “três, quatro ou até cinco
pacotes de açúcar”.
Em Março de 2015, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) tomou uma
posição e recomendou que o consumo de açúcares simples adicionados
à alimentação se mantivesse abaixo
de 10% das calorias ingeridas diariamente, aproximando-se idealmente
de 5% do total de energia consumida. Isto significa que o total de açúcar adicionado aos alimentos (por
exemplo em refrigerantes, sobremesas, cereais de pequeno-almoço) não
deverá ultrapassar as seis colheres
de chá de açúcar por dia. Uma lata
de refrigerante tradicional pode conter dez colheres de chá de açúcar.
Segundo a OMS (que se baseia
nos últimos estudos disponíveis), o
consumo de açúcar pelas crianças
portuguesas aproxima-se dos 25%
da energia ingerida diariamente, ou
seja, cinco vezes acima dos 5% ideais. Estudos recentes, como o EPACI
(Estudo do Padrão de Alimentação
e de Crescimento na Infância), desenvolvido em parceria pela Escola
Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, a Faculdade de
Medicina e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, e o
Geração 21 indicam que as crianças
portuguesas começam a consumir
doces muito cedo, logo a partir dos
12 meses. Aos quatro anos, mais de
metade bebe já refrigerantes açucarados todos os dias e 65% comem
doces diariamente.
Já no que toca a vendas de refrigerantes calóricos, Portugal situava-se
um pouco abaixo do meio da tabela
numa lista de mais de meia centena de países estudados pela Euromonitor International em 2014 (ver
gráfico). Os maiores consumidores
eram os chilenos, os mexicanos e os
norte-americanos e os menores, os
indianos.
Petição em 2011
Esta não é, porém, a primeira vez
que a ideia de reduzir a quantidade
de açúcar nas embalagens individuais é debatida em Portugal. Em 2011,
um grupo de quatro alunos da licenciatura em Gestão e Concepção de
Políticas Hospitalares do Instituto
Politécnico de Tomar chegou mesmo a lançar uma petição pública,
propondo que as embalagens individuais de açúcar fossem reduzidas
por razões “de saúde pública”. Na
sequência desta iniciativa, o Parlamento ainda ouviu várias entidades,
mas a ideia não chegou a avançar
porque se concluiu então que a indústria já estava a reduzir a quantidade de açúcar nos pacotes de forma
voluntária.
Na altura, o que se pretendia era
que as embalagens passassem a conter um máximo de seis gramas de
açúcar. O que os peticionantes propunham era que fosse alterado um
decreto-lei de 2003, introduzindo
um limite máximo de seis gramas
para os pacotes de açúcar, como
“forma de combater alguns problemas de saúde, nomeadamente,
a diabetes, a obesidade, doenças
cardiovasculares e cerebrovasculares, cujos tratamentos têm um peso
significativo para a saúde”.
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ID: 62667478
14-01-2016
Tiragem: 32431
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 18,83 x 7,98 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 3
Saúde quer reduzir
para metade quantidade
de açúcar nas saquetas
A Direcção-Geral da Saúde entregou uma proposta ao ministro Adalberto
Campos Fernandes para reduzir para metade a quantidade de açúcar das
embalagens individuais servidas nos cafés e restaurantes Portugal, 12/13
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A11
ID: 62668196
14-01-2016
Tiragem: 142529
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Área: 5,22 x 28,54 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
CORREIO
DA SAÚDE
José Manuel
Silva
BASTONÁRIO DA ORDEM DOS MÉDICOS
Jornalismo
e Saúde
c
ertos comentários
jornalísticos ao
triste caso da morte
por aneurisma no Hospital
de S. José surpreenderam-me. Interrogo-me como é
possível alguns jornalistas
revelarem tanta falta de informação, mas ainda assim
escreverem imediatamente
sem cuidar em se informar
com rigor, comentarem
sem questionar as pessoas
envolvidas, colocarem publicamente perguntas para
as quais não se preocuparam em ouvir previamente
as respostas, opinarem de
cátedra altaneira sem sólidos alicerces, falhando a
verdade. Algo está errado.
O meu telefone está sempre
OS CORTES NA SAÚDE
LEVARAM, MAIS UMA
VEZ, A PERDA DE VIDAS
HUMANAS
disponível para os jornalistas. Alguns comentadores,
felizmente poucos, procuraram fazer dos profissio nais de saúde o bode expiatório das irresponsabilida des e incompetências políticas, administrativas e
organizativas do anterior
Ministério da Saúde, procurando alijar as óbvias
culpas dos verdadeiros responsáveis políticos e justificar os cortes na Saúde,
para cujo exagero a Ordem
dos Médicos avisou repetidamente e que levaram,
lamentavelmente e mais
uma vez, à perda de vidas
humanas.
Quem quiser ler o longo e
explicativo editorial que escrevi para a Revista da Ordem dos Médicos pode fa zê- lo em https: / /www.fa cebook . com noseManuel Silva0M . •
Página 11
A12
ID: 62668049
14-01-2016
Tiragem: 142529
Pág: 48
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 7,43 x 5,05 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
GUIMARÃES
FAMÍLIA DE IDOSO ACUSA HOSPITAL
amiliares de um homem de 100 anos acusam
o Hospital de Guimarães de não ter prestado
os devidos cuidados ao idoso, que acabou por morrer naquela unidade de saúde. Segundo os queixosos, o homem terá fitado várias horas ao abandono
na Urgência, o que é negado pelo hospital, que,
através de fonte oficial, garantiu que foi prestada
toda a assistência ao homem, que tinha vários problemas de saúde decorrentes da idade.
F
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A13
ID: 62669690
14-01-2016
Tiragem: 8500
Pág: 12
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 13,40 x 30,80 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
ENCONTRO IBÉRICO
Cápsula endoscópica
junta especialistas
em Guimarães
A
contro, bem como estabelecer uma ampla troca de
experiências entre os especialistas nesta área, de
forma a melhorar a qualidade assistencial. Serão
ainda apresentados importantes resultados decorrentes de investigação clínica.
Nas palavras de José
Cotter, «espera-se uma
Médicos
portugueses
e espanhóis
trocam
experiências.
testino delgado era muito difícil, uma vez que se
trata de um órgão de difícil acesso. Hoje, através
da cápsula endoscópica, a
visualização do seu interior é efetuada «em tempo real».
Trata-se de uma técnica mais fácil, mais precisa,
mais cómoda e mais rápida, permitindo ao especialista aceder a áreas do
tubo digestivo que anteriormente estavam muito
dificultadas. Uma boa notícia, dado que as doenças
que acometem este órgão são muito debilitantes da qualidade de vida
dos seus portadores ou
podem mesmo pôr em
DR
XIV Reunião Ibérica
de Cápsula Endoscópica vai realizar-se em Guimarães,
sábado dia 16, e será dirigida por José Cotter,
presidente da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG). O
fórum irá centrar-se nos
temas relativos à cápsula
endoscópica, fundamentais para a prática clínica
gastrenterológica.
Aquela reunião destina-se a médicos gastrenterologistas portugueses e espanhóis e,
devido ao prestígio alcançado pelo encontro,
irão deslocar-se a Guimarães médicos gastren-
Encontro promove e debate enormes desenvolvimentos científicos
terologistas brasileiros,
num fórum que permitirá juntar cerca de duzentos especialistas altamente qualificados.
Fazer um "estado da arte" sobre os enormes desenvolvimentos decorridos nos últimos tempos
referentes às doenças do
intestino delgado e ao seu
diagnóstico, nomeadamente a doença celíaca,
doença de Crohn, hemorragias digestivas com origem no intestino delgado
e tumores do intestino é
um dos objetivos do en-
reunião de excelente nível
científico e um momento único de troca de experiências entre os gastrenterologistas ibéricos que
têm afinidade com esta
técnica endoscópica». A
enteroscopia por cápsula é um meio de diagnóstico não invasivo, cómodo e muito informativo,
sendo considerado o método auxiliar de primeira escolha para o estudo
das doenças do intestino delgado. Antes do seu
aparecimento, o diagnóstico das patologias do in-
risco a própria vida.
O exame de diagnóstico destina-se a doentes
com suspeita de doença
de Crohn ou doença confirmada, doença celíaca,
anemia, hemorragia digestiva com origem no
intestino delgado, pólipos e tumores do intestino delgado e encontra-se disponível na maior
parte dos serviços modernos de gastrenterologia. A cápsula endoscópica constitui-se também
como um método diagnóstico alternativo.
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ID: 62669523
14-01-2016
Braga
Este simulacro
vai-nos permitir
completar o plano de
emergência.
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País: Portugal
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Área: 26,00 x 30,80 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 2
Foi um exercício
que correu dentro
da normalidade
esperada.
CÍCERO PEIXOTO
HERCÍLIO CAMPOS
rita cunha
Aeródromo Municipal de Braga pretende diminuir o
tempo de resposta
a situações de emergência. A aquisição de um veículo para o transporte de
equipamentos de primeira
intervenção e melhorias
ao nível das comunicações móveis poderão fazer parte da solução.
A pretensão foi avançada ontem pelo diretor
do equipamento municipal, Cícero Peixoto, após
a realização de um simulacro que serviu para testar a capacidade de reação do aeródromo para
fazer face a várias situações de emergência. Esta era a etapa que faltava
para a conclusão do plano de emergência daquele espaço.
O alerta para a aterragem mal sucedida de uma
aeronave com seis tripulantes foi dado às 10h00
em ponto. Dando conta
da ocorrência, que provocou um pequeno incêndio, o vigilante deslocou-se para o local do
sinistro e, pelo caminho,
informou o 112 e o CDOS.
Depois de assistidos no local, os três feridos – um
dos quais em estado grave – foram transportados
para o Hospital.
No final do teste, o diretor do aeródromo explicou que este serviu para
definir o plano de emergência daquele equipamento. «Estamos certificados desde 2013, mas
tínhamos esta lacuna e
com este simulacro conseguimos ter um plano para responder às exigências
de um aeródromo desta
Avelino Lima
Avelino Lima
O
Avelino Lima
Avelino Lima
Aeródromo quer reduzir tempo de resposta
em situações de emergência
Simulacro testou os meios de socorro após uma aterragem mal sucedida de uma aeronave com seis tripulantes, três dos quais feridos
classe», explicou.
Segundo Cícero Peixoto, as lacunas detetadas
«não são muitas» e podem
ser colmatadas «se melhorarmos o tempo de resposta, que foi o que correu menos bem», apesar
de este «nunca ser o ideal».
«Penso que no futuro podemos melhorar isso em
termos de equipamentos
e de formação dos vigilantes», disse o responsável,
dando como possíveis soluções a aquisição de um
veículo para chegar mais
rapidamente ao portão,
facilitando o acesso aos
meios de que o aeródromo dispõe, e de «alguns
meios de comunicação
móveis» que permitam a
realização de tarefas em
simultâneo.
Nesta operação, que
serviu também para testar a coordenação entre
os meios de socorro, estiveram envolvidos cerca de 40 elementos de 14
entidades, entre as quais
os Bombeiros Voluntários e Sapadores de Braga, o Hospital de Braga, a
GNR, a Polícia Municipal,
a Autoridade Nacional de
Proteção Civil, o CDOS,
o INEM e a Cruz Vermelha Portuguesa.
À margem do simulacro, o comandante operacional do distrito de Braga
explicou que estes exercícios «são sempre positivos», quer corram bem
ou mal, porque é através
deles «que percebemos as
lacunas que podem existir», podendo regularizar as situações «a curto prazo».
«Foi um exercício que
correu dentro da normalidade esperada, com os
meios em excesso que foram introduzidos porque
no momento atual o plano
do aeródromo ainda não
está concluído, o que quer
dizer que no próximo já
teremos atrás de nós o
apoio de um plano de intervenção do próprio aeródromo», afirmou Hercílio Campos.
A comandar as operações esteve João Felgueiras, comandante dos
Bombeiros Sapadores de
Braga, que lembrou a importância dos simulacros
na correção de anomalias.
Também a vereadora
Sameiro Araújo assistiu ao
exercício, tendo sublinha-
do a eficiência dos meios
envolvidos. «Isto é importante para que estejamos
prontos a responder da
melhor maneira», disse.
Atualmente, o aeródromo de Palmeira é
frequentado por cerca de
30 aeronaves, registando
um aumento da afluência,
que é superior aos fins de
semana.
Segundo o diretor, Cícero Peixoto, não têm sido frequentes os acidentes, sendo que o último
com uma aeronave ocorreu em 2012, no exterior
do recinto.
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ID: 62669523
14-01-2016
Tiragem: 8500
Pág: 1
País: Portugal
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Área: 4,91 x 3,79 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 2 de 2
Aeródromo
quer reduzir
tempo de resposta
em situações
de emergência
BRAGA P.03
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ID: 62667783
14-01-2016
Tiragem: 75041
Pág: 4
País: Portugal
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Área: 25,50 x 30,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 3
flash:
Há mais de dez
anos que as
linhas têm vindo
a perder meios
Primeiro
Plano
Luis Patricia
Psiquiatra especialista
em adições
Saúde Linha de apoio a comportamentos aditivos e dependências continua a ter procura
apesar do atendimento limitado. Diretor do SICAD diz que é preciso pensar na eficácia
SOS Droga só com
uma pessoa para
atender telefones
Dias Mamata
[email protected]
►A Linha Vida SOS Droga está a funcionar
a meio gás. Na prática, um só psicólogo
está a assegurar o atendimento telefónico
apesar da intensa procura. na ordem das
7500 chamadas/ano, ou seja, mais de 20
por dia. O apoio aos problemas de comportamentos aditivos e dependências tem
vindo a ser reduzido desde 2009, quando
ali trabalhavam cinco técnicos. A coordenadora justifica a redução de profissionais
com os cortes na Administração Pública.
Há meses que a linha da chancela do
SICAD - Serviço de Intervenção nos
Comportamentos Aditivos e nas Dependência. tem um técnico exclusivamente
dedicado à receção de chamadas. Teoricamente estão duas pessoas neste serviço, mas a baixa do segundo elemento.
com meses, não motivou a sua substituição. Somente quando o único técnico
que está a trabalhar avisa da sua ausência se opta por desviar alguém de outro
serviço, mas também nem isso é regra.
Aconteceu recentemente a técnica faltar durante a manhã e a linha ficar a descoberto, deixando chamadas por atender.
A linha 1414, que é gratuita. recebe chamadas de pais preocupados com os consumos dos filhos, sobretudo de meios
desfavorecidos e das periferias; de avós
desconfiadas com a mudança de comportamento dos netos; de jovens interessados em desfazer dúvidas sobre o efeito
das drogas ou que querem saber como
podem recorrer a uma ajuda presencial; e
ultimamente auxilia utentes com problemas de jogo - isto desde que o número
passou a estar inscrito nos boletins dos logos Santa Casa. Além do apoio psicológiko propriamente dito, o técnico encami-
nha os utilizadores para as possíveis respostas dentro do universo do SNS.
A Linha Vida SOS Droga - uma das
mais antigas, que arrancou em Lisboa e
Porto, em 1988, com a designação Linha
Aberta - chegou a ter horário alargado até
às 24 horas. Foi assim no início e em 2000.
Hoje funciona apenas das 10 às 18 horas.
O alerta para o desinvestimento na 11-
•••nr - ••%•• • kaMma Almom
Iffill.9.8~~11.11rfercori~~
%P. ••••
• r.,--
1
, ".•
com tinhas
desatualizadas
RETRATO No Portal da Saúde, a consulta da página onde se encontram
as linhas de apoio tem informações
erradas. A linha "Medicamentos e
Gravidez" nem sequer tem telefone
atribuído: o espaço está em branco. O
contacto da Linha SOS - Deixar de
Fumar revela-se uma frustração,
pois ninguém atende do outro lado,
assim como outro telefone fixo associado a urna Unha Contra o Cancro.
Ao lado desta, porém, a Unha Cancro
(da Liga Contra o Cancro) funciona,
entre outras. Contactado pelo 1N, o
Ministério refere que "foi efetuado
um levantamento de todas as linhas
telefónicas e informada a SecretariaGeral para atualizar a informação".
Pais e avos contactam o
servico na busca de Informaçao profissional
sobre a melhor forma de
lidar com os consumos
dos filhos e netos
nha já tem anos. Em 2013, o relatório de
atividades apontava 8155 chamadas/ano
e referia uma ligeira diminuição no número de contactos face ao ano anterior
(9148, em 2012). "Apesar desta ligeira diminuição", dizia, "a perceção dos técnicos
é de um aumento na procura do serviço,
considerando que, no final de março de
2013, se verificou uma redução da equipa
de atendimento - passando de 5 para 3
elementos - e uma redução do horário de
atendimento em 2 horas diárias". O relatório de 2014 apontava 7860 chamadas.
Em 2015. segundo a coordenadora Patrícia Pissarra. terão sido 7500, "um valor semelhante ao do ano anterior" e 200 a 300
emitis, que terão diminuído.
A redução de técnicos no serviço de
atendimento é justificada pela conjuntura. "Toda a Administração Pública sofreu
cortes nos últimos anos". A coordenadora diz que "trabalham dois técnicos a tempo inteiro no serviços, mas que são quatro os que estão ligados a este tipo de
aconselhamento".
A Sexualidade em Linha, outra linha no
ativo desde 1998. possui uma equipa de
quatro pessoas: atendeu 2896 chamadas
em 2015 e deu resposta a 1300 emails.
Tem havido "uma sangria nos recursos
humanos". reconhece João Goulão, fruto
das dificuldades dos últimos anos em contratar. Apesar de tudo, o diretor do SICAD
assegura que tem havido capacidade de
atendimento, tendo em conta que se 'trata
de uma linha de aconselhamento e não de
emergência. O atendimento direto continua a ser útil, mas não é uma coisa dramática no sentido em que não se trata de uma
resposta de emergência. O que temos de
fazer é também pensar na eficácia deste
tipo de atendimento", diz, revelando que o
SICAD está "a trabalhar na exploração de
sinergias com outras linhas telefónicas". •
Página 16
ID: 62667783
A Linha Vida SOS Droga tem só um técnico e
há queixas de que muitas chamadas ficam
por atender. Tem conhecimento de dificuldades no funcionamento?
São muito poucas as referências à existência
da linha. Ocasionalmente ouvi referências
de pais que pediram ajuda. Quanto aos
doentes em geral não falam dessa linha.
Apenas uma exceção de alguém que terá pedido um esclarecimento e que não se sentiu
esclarecido.
14-01-2016
Acha que tem havido desinvestimento?
Nas realidades que conheço - nas áreas da
prevenção/educação, tratamento, redução
de riscos e recuperação, formação/atualização - tem havido manifestamente regressão
e significativas perdas desde há mais de dez
anos. Há grandes assimetrias na qualidade e
enormes disparidades entre o que se diz que
se faz e o que se faz.
Qual é a importância que estas linhas têm
Tiragem: 75041
Pág: 5
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 25,50 x 30,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 3
para a dissuasão e acompanhamento das
pessoas com comportamentos de risco?
A informação adequada às verdadeiras necessidades da população é um direito dos cidadãos e pode ser uma boa ajuda, nomeadamente para quem sofre de doença, de dúvidas ou de ignorância.
Justifica-se a existência destas linhas?
Dispondo de pessoas com competência, justificam-se. Se for apenas para dizer que exis-
tem não fazem falta. O que faz a qualidade
das respostas das organizações são as pessoas que lá trabalham, a sua qualidade, entrega e competência.
Que aspetos deveriam ser melhorados?
Responder permanecente às necessidades
das pessoas e não para o agrado dos políticos
que. por uns tempos, gerem os destinos das
respostas preventivas, terapêuticas ou sociais
de uma determinada população. ANA GASPAR
linhas :
808 222 003
SEXUALIDADE
EM LINHA
• A população feminina foi a
que mais recorreu ao atendimento telefonico deste serviço, correspondendo a
78,3% das chamadas e a
faixa mais frequente e a dos
18 '25 anos, representando
48,2% dos contactos. As
duvidas mais repetidas incidiram em metodos contracetivos, nomeadamente, pilula contracetiva e interação
medicamentosa. Ao todo.
recebeu 2896 chamadas telefónicas efetivas durante
2015 e um total de 1310
emails. Recorrendo ao email,
as questões focaram-se
mais na contraceção e gravidez. Na soma de chamadas
e email a procura atingiu
4206 pedidos.
808 201 139
Linha de aconselhamento médico conta com 450 enfermeiros no atendimento
Mais procura
da Saúde 24 leva
a suspensão
da Linha Sénior
SOS GRÁVIDA
• Em 2015, a Linha 505
Gravida, assegurada por um
técnico por turno, recebeu
1057 chamadas e respondeu a 287 emails. A maior
parte das solicitações são
pedidos de informações
pontuais sobre gravidez, sexualidade e planeamento familiar e ainda sobre questões relacionadas com a parentalidade, nos vários âmbitos legal, saúde, etc. O
serviço complementa-se
com o novo projeto "Vamos
dar de Mamar", de incentivo
e apoio ao aleitamento.
.300 505 700
UNHA RARA
• A Linha Rara não fecha a
sua atuação dentro de portas Ja recebeu mais de
9000 pedidos de informação e apoio proveniente', de
mais de 20 países, tendo
sido duas vezes distinguida
como a linha de apoio com
mais pedidos em função da
população do país, de acordo
com o estudo Caller Profile
Analysis A Linha Rara é um
serviço de informação e não
uma plataforma de consulta
medica
IDOSOS A Linha Saúde 24 Sénior.
assegurada pela Linha Saúde 24.
está suspensa. Não são aceites mais
inscrições e os cerca de 20 mil idosos registados deixaram de receber
as chamadas telefónicas quinzenais de acompanhamento. Segundo Sérgio Gomes. responsável da
Direção-Gerai da Saúde (DGS) pela
linha, o "aumento da procura" da
Saúde 24 fez disparar a pressão no
atendimento telefónico da linha
geral, obrigando à suspensão deste serviço especifico direcionado
para os mais velhos.
A linha sénior chegou a fazer
1300 contactos diários, sendo "um
serviço que os utentes gostam" e
que "os ajuda". prosseguiu Sérgio
Gomes. adiantando que. "de mo
mento" não há previsão sobre a
data em que o funcionamento da linha do idoso será retomado.
lá a Linha Saúde 24 atendeu. nos
primeiros 12 dias do ano. 3.1 244
chamadas, mais 39% (13355) do que
no mesmo periodo de 2015. que
correspondem a uma média de 118
telefonemas por hora. Das mais de
34 mil chamadas. 27879 foram de
triagem. aconselhamento e encaminhamento e. destas últimas.
3236 casos foram triados como sin
dromc gripal. "Estes números são
indicadores de que o surto gripal já
se iniciou mas ainda não atingiu o
pico esperado". revela a DGS.
A este aumento da procura não
será alheio o apelo que tem vindo a
ser feito pelo Ministério da Saúde
para que a população recorra primeiro à Saúde 24 antes de se dirigir às urgências hospitalares. Sérgio Gomes adiantou que os serviços da Saúde 24 estão a reorganizar-se para que os 'doentes que sejam encaminhados para as urgências pela linha fiquem isentos de
pagar taxas moderadoras".
Idosos recebiam
telefonemas
quinzenais da linha
A Linha Saúde 24 dispõe amaimente de 450 enfermeiros operacionais no atendiMento. Para fazer
face ao esperado acréscimo de
contactos. por causa do pico da gripe, a Saúde 2-1 tem vindo a receber
algumas medidas de reforço por
parte da tutela. Entre elas está a instalação do novo Centro de Atendi
mento. em Coimbra, a 9 de janeiro.
onde estão a ser formados mais 60
enfermeiros. encontrando-se já
parte destes a reforçar a capacidade de atendimento. A.G.
Página 17
ID: 62667783
14-01-2016
Tiragem: 75041
Pág: 1
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 4,90 x 3,16 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 3
Saúde Linha SOS
Droga só tem um
funcionário para
atender queixas
Páginas A e 5
Página 18
A19
ID: 62667702
14-01-2016
Tiragem: 2091
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País: Portugal
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Área: 22,60 x 26,43 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 5
~~
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ID: 62667702
14-01-2016
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País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 22,60 x 29,51 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 5
CANCRO? DIGO
OU NÃO:DIGO;
EIS A QUESTÃO
É uma moda com alguns anos. Figuras mediáticas
revelarem que têm cancro. E bom ou màu? Faz bem ou
mal? Ajuda ou nem por isso? Uma polémica para durar
zorros Mariana Madrinha
Página 20
ID: 62667702
14-01-2016
Tiragem: 2091
Pág: 22
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 22,60 x 31,50 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 5
Z o om // Saúde
Polémica.
Cancro deve
ser público
ou privado?
Partilhar um processo oncológico pode trazer
pressão adicional a uma figura pública doente,
mas também ajuda quem nela se revê
MARIANA MADRINHA
[email protected]
A semana passada, a atriz Sofia Ribeiro
partilhou na sua página pessoal do Facebook um vídeo onde mostrava o momento em que rapou o cabelo, rodeada de amigos. Sofia revelou no fim dc novembro
que sofria de cancro da mama através
desta rede social. Desde então tem publicamente falado da sua doença e recebido mensagens de incentivo de milhares
de pessoas anónimas e também de figuras públicas, entre elas António Sala (que
também já foi doente oncológico).
O vídeo tem quase nove minutos e só
no final se ouve a voz da atriz. "Confia.
Vai dar tudo certo", diz. As mensagens
deixadas mostram que o apoio e o carinho demonstrado pelo público tem sido
contínuo. Mais de 14 mil pessoas comentaram o vídeo: há muitos relatos de cancros curados, muitas mensagens de compreensão, muitas palavras de incentivo
e muitas partilhas dc situações similares. Em resumo, há muito boa energia
a circular naquele espaço.
Como Sofia Ribeiro, muitas pessoas
conhecidas pela sua profissão ou aparições públicas partilharam a sua experiência, maioritariamente após os tratamentos terem terminado. Ruy de Carvalho, por exemplo, já ultrapassou três
cancros, tendo posteriormente falado
sobre os processos. Simone de Oliveira
já sobreviveu a dois cancros da mama
(um em 1988 e outro em 2007), tendo
até recebido em 2012 um prémio entregue pela Liga Portuguesa Contra o Cancro pela forma como encarou a doença.
Manuel ForJaz, professor, empresário
e apresentador do programa da TV! "28
minutos e 7 segundos", foi outra das figuras públicas que nunca escondeu que
sofria de um cancro, neste caso no pulmão. Durante os cinco anos em que lutou
contra a doença escreveu o livro "Nunca te distraias da vida", um testemunho ça, agradeceu ao cancro por a ter prode um doente oncológico que nunca porcionado. Sobre a partilha da sua vida
desistiu da cura e uma espécie de manual, íntima, disse em entrevistas que "falar
com as estratégias que encontrou para ajudava a combater o bicho". Em 2010,
manter a normalidade da sua vida. António Feio percebeu que ia morrer.
Manuel morreu em abril de 2014. Um Por isso, e pela onda de apoio que recemês antes, uma frase que deixou em beu, escreveu o livro "Aproveitem a
entrevista à "Notícias Magazine" tornar- Vida", onde relatou que "a doença deise-ia uma súmula quer da forma como xou de ser apenas um problema que é
viveu a doença, quer do modo como par- meu, de alguma forma deixou de me
tiu: "Posso morrer de cancro, mas o can- pertencer. E isto sucedeu aos poucos, à
cro nunca me matará".
medida que a onda de apoio e solidaTambém o ator António Feio escolheu riedade à minha volta foi crescendo e
contar que tinha um cancro no pân- ganhando forma". Faleceu no Hospital
creas em abril de 2009. De forma des- da Luz, e foi acompanhado por milhacomplexada, afirmou que "ia combater res de portugueses nos seus últimos
o bicho". A luta duraria 15 meses, até dias, através de mensagens deixadas
30 de julho de 2010, dia em que o seu nas redes sociais.
corpo não resistiu mais. Na Gala dos
Para a psicóloga oncologista Cláudia
Globos de Ouro desse ano, chegou a Natacha Costa - que, além de trabalhar
agradecer ao país a atenção e, da for- nesta área há 17 anos, é porta-voz da
ma cómica que caracterizou todas as União Humanitária dos Doentes com
suas intervenções a respeito da doen- - Cancro partilhar um processo de doen-
Há figuras públicas que
escolhem partilhar os
processos dc doença que
atravessam, o que lhes
Nde trazer
"Assumir um cancro
está relacionado com
crenças, personalidade
e até superstições",
diz especialista
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ID: 62667702
14-01-2016
Tiragem: 2091
Pág: 23
País: Portugal
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Área: 22,60 x 31,50 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 4 de 5
Ribeiro no
vídeo em que
rapou o cabelo
Casos
01 Sofia
FIR
02 Fernanda
Serrano
ultrapassou um
cancro da mama
DR
03 António Sala teve
cancro no rim
PEDRO AZEVEDO
04 Simone de
Oliveira já
sobreviveu a dois
cancros
I.1911NP BANTOS
05 António Feio
faleceu com um
cancro no
pâncreas
HELENA GARCIA
David Bowie
O cantor David Bowie morreu
este domingo vítima de
cancro do fígado, doença
contra a qual lutou 18 meses.
Durante este tempo manteve
a sua condição no segredo
dos deuses: prova disso é o
disco "Biackstar", editado
apenas três dias antes da sua
morte. Faleceu rodeado da
famfiia e a noticia foi
comunicada no Twitter pelo
filho, que contou que "David
Bowie morreu
tranqullamente".
06 Manuel Forjaz
faleceu com
cancro no
pulmão
DR
07 Ruy de Carvalho
já teve três
tumores
. ••_.Anastacia
EDUARDO MASTINS
A cantora norte-americana
Anastacia já ultrapassou dois
cancros da mama (2003 e
2013) que resultaram numa
dupla mastectomia.
Sempre falou do cancro em
público "para alertar outras
mulheres". "Percebam que se
pode sobreviver ao cancro
com a cabeça bem erguida e
a feminilidade intacta", disse
dirigindo-se a doentes com
esta patologia em várias
entrevistas.
ça oncológica quando se está a passar
por ele tem aspetos positivos e negativos associados. Em especial, quando essa
partilha é feita por figuras públicas com
grande alcance mediático.
"Para os doentes anónimos ajuda bastante verem as pessoas que têm como
ídolos a passar a mesma situação", considera a psico-oncologista. "As pessoas
percebem que o cancro não é unicamente de pessoas que se sentem mais
fragilizadas socialmente, é uma doença transversal que não escolhe estatutos", disse ao 1. .
E, para a própria figura pública, pode
funcionar como motivação. "Para um
famoso, partilhar através dos media uma
situação de cancro faz diminuir os níveis
de ansiedade que sente em relação à
doençlo:', explica Cláudia Natacha Costa. Por outro lado, "há figuras públicas
que sentem a necessidade de alimentar
uma relação com os fãs, e nesse senti-
do, acham que é seu dever partilhar o
que estão a passar".
No entanto, essa situação traz algumas
adversidades. 'Toda a gente tem medos,
e os famosos não são exceção. O cancro
é uma doença de emoções que provoca
muito medo e debilita física e psicologicamente as pessoas".
Quem escolhe, por isso, mostrar esses
momentos, pode, por um lado. estar a
automotivar-se, "mas está a abrir uma
porta para que ao longo do seu processo de doença lhe seja exigido informações do que se plissn (junge como de uma
novela se tratasse".
A psico-oncologista considera que esta
situação trará, eventualmente, desgaste
energético, "pois no momento em que a
figura pública quiser pôr um travão c
convalescer na intimidade será muito
mais difícil".
Por melhor intencionado que seja o
interesse do público e o motivo da figu-
ra pública, "partilhar estes momentos
pode implicar a retirada da paz necessária, porque se torna quase num dever
que o público vai cobrar". "É uma escolha pessoal, mas traz muita pressão a
estes doentes", adianta . "Partilhar ou
não um cancro enquanto se passar por
ele está relacionado com as crenças de
cada pessoa, educação, personalidade e
até superstições", conclui a especialista.
No lado oposto da partilha, há o do
segredo. David Bowie morreu este domingo sem que tivesse saído urna linha sobre
a sua condição: um cancro no figado, diagnosticado há um ano e meio.
O sigilo foi tal que "Blackstar", saído
na semana passada, foi encarado com
um álbum de celebração dos 69 anos do
cantor e não de despedida, como agora
se sabe. Morreu, mas continua a ser um
herói: só por mais uni dia, um a seguir
ao outro. "Wc can be heroes, just for one
day". Rowie. E Forjaz. E Feio.
Kylie Minogue
A cantora australiana Kylie
Minogue também já se
debateu com um cancro da
mama, diagnosticado em
2005. Disse no programa "60
Minutes" que "foi o egoísmo
que a ajudou a vencer a
doença", pois focou-se
apenas nela própria e permitiu
aos outros que a ajudassem.
No mesmo testemunho referiu
que quando o cabelo lhe
começou a crescer
"um milagre".
novamente foi Página
22
ID: 62667702
14-01-2016
Tiragem: 2091
Pág: 1
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 5,34 x 16,62 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 5 de 5
Cancro
deve ser
público
ou
privado?
Partilhar um
processo
oncológico pode
trazer pressão
adicional a uma
figura pública
doente, mas
também ajuda
quem nela se revê
// PÁGS. 20-23
Página 23
A24
ID: 62667597
14-01-2016
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País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Para que uma
não tenha sido
O
Debate Cuidados de saúde
José Mário Martins
desfecho trágico do caso de
um doente com ruptura de
aneurisma cerebral que não
foi tratado convenientemente
fez correr rios de tinta. Da
imprensa escrita às redes
sociais, gente anónima e gente
conhecida (muitas vezes não
conhecedora...) opinou sobre
o assunto.
Passados que estão alguns dias, agora é o
tempo de a razão tomar o lugar da emoção.
Tentemos colocar as questões
fundamentais e, se possível, dar-lhes
resposta, ou apontar caminhos para
conseguir essa resposta.
1. A transferência do doente para um
hospital de Lisboa era a única e a melhor
solução?
Não. Contudo, a equipa que o recebeu
no hospital de origem tinha a obrigação
de o enviar para Lisboa porque as normas
de referenciação assim determinam. Em
Portugal vigora um sistema de referenciação
geográfica anacrónico que, caricaturando,
referencia os doentes pelo “código postal”.
Era do conhecimento da tutela que não
existia, em Lisboa, resposta para este tipo
de casos. Mas claro que há, em Portugal
e nomeadamente em Coimbra e Porto,
hospitais do SNS que poderiam ter recebido
e tratado este doente.
O Ministério da Saúde tinha a obrigação
de disseminar essa informação por todos
os hospitais que referenciam para Lisboa,
dando instruções sobre qual o centro a
contactar para receber estes casos. Uma vez
chegado a Lisboa, a sua transferência para
outro centro implicava enormes riscos para
a vida, pelo que devia ser evitada.
2. Não foi possível assistir o doente
em causa porque não havia, em Lisboa,
equipa de neurocirurgia, já que os
médicos deixaram de estar disponíveis
para trabalhar ao fim-de-semana, porque
sofreram cortes nos seus vencimentos?
Não. De facto há, nos hospitais de Lisboa,
equipas de neurocirurgia em serviço de
urgência durante o fim-de-semana. Porém,
a situação clínica deste doente exige o
recurso a uma equipa muito diferenciada —
que inclui médicos, enfermeiros, técnicos e
pessoal auxiliar — altamente treinada para
este tipo de patologia, cuja especificidade
PEDRO CUNHA
Página 24
ID: 62667597
14-01-2016
Tiragem: 32431
Pág: 47
País: Portugal
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Period.: Diária
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
a morte
o em vão!
vai desde os cuidados anestésicos,
cirúrgicos e de enfermagem até ao material
e seu manuseio. O que não havia disponível
era uma equipa de neurocirurgia vascular.
Gente muito habilitada e conhecedora,
porque neste tipo de intervenção todos os
segundos contam e as hesitações podem ser
fatais. E foram precisamente os enfermeiros
que, sentindo-se vilipendiados pelo valor
que lhes foi proposto para pagamento de
uma tarefa tão exigente, decidiram não
continuar a trabalhar, inviabilizando a
continuação das equipas.
Sublinhe-se que a falta de condições
de trabalho e os aviltantes vencimentos
que são pagos aos
profissionais de
saúde (não apenas
aos médicos)
levam a que
aqueles estejam
a abandonar
precocemente o
SNS.
3. O doente não
poderia ter sido
enviado para um
hospital privado de
Lisboa e aí ter sido
operado?
Não respondo
a esta questão,
porque não conheço
a capacidade de
resposta para
este tipo de
situações em todos os hospitais privados
de Lisboa. Permito-me, contudo, duvidar
de que tenham capacidade instalada para
atender estes casos, porque a manutenção
de uma equipa deste tipo não será
economicamente rentável. Sei que um
hospital privado terá referido ter “três
neurocirurgiões com competência para este
tipo de intervenções”. Como atrás ficou
demonstrado, o problema nunca foi o da
falta de neurocirurgiões com competência,
mas de uma equipa altamente diferenciada.
Ficámos a saber que, apesar de o SNS
dever ser, porque a Constituição assim o
determina, igual para todos, a hora e o
local onde se adoece tem uma marcada
importância nas hipóteses de sucesso do
tratamento.
Com uma correcta referenciação entre
instituições do SNS este doente poderia
ter tido acesso ao melhor tratamento, de
acordo com o estado da arte, ainda que o
resultado final pudesse ter sido o mesmo.
Para que esta morte não tenha sido em
vão, há que apurar por que não funcionou o
sistema em benefício do(s) doente(s).
Não podem três demissões apaziguar as
nossas consciências.
Há que apurar
por que não
funcionou o
sistema em
benefício do(s)
doente(s)
Médico estomatologista, presidente da
Direcção da APCMG — Associação de
Medicina de Proximidade
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A26
ID: 62667847
14-01-2016
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Pág: 10
País: Portugal
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Period.: Diária
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Saúde Presidente suspenso comunicou que regressava hoje. Inspeção-Geral
notificou-o de que se o fizer poderá ser alvo de um novo processo disciplinar
Paulo Campos
avisado para não
aparecer no INEM
hás Scleradc e Padre Saias Dias
[email protected]
► A Inspeção-Geral das Atividades
em Saúde (IGAS) avisou ontem
Paulo Campos, suspenso preventivamente do cargo de presidente do
INEM, que se aparecer no instituto
hoje será alvo de um novo processo disciplinar. O IN apurou que
Paulo Campos comunicou esta semana à tutela que se apresentaria
hoje no instituto, considerando que
o prazo da suspensão de 90 dias
terminou ontem.
A confusão, noticiada pelo IN no
passado domingo, prende-se com
a contagem dos prazos da suspensão preventiva aplicada a Paulo
Campos pelo anterior ministro da
Saúde, Paulo Macedo, por recomendação da IGAS. Esta entidade,
que está a conduzir o processo dis- Paulo Campos discorda da tutela sobre a contagem do prazo da suspensão
ciplinar aberto ao dirigente, diz que
90 dias, com a contagem do prazo
o prazo da suspensão é contado em
Legislação Arrisca
a ser suspensa aos sábados, domindias úteis, pelo que só termina a 28
nova suspensão
gos e feriados", disse o INEM, rede fevereiro. A defesa de Paulo
metendo mais esclarecimentos
Campos argumenta que são dias
por desobediência
para o Ministério e para a IGAS.
seguidos (incluindo fins de semaO eventual regresso de Pauna e feriados) e terminou ontem.
lo Campos ao INEM à revelia da
Médico defende-se na televisão
O IN sabe que o tema foi abordaadvertência da tutela poderá
Apesar de várias vezes contactado
do numa reunião que decorreu seresultar noutro processo discipelo IN, Paulo Campos não esteve
gunda-feira entre o ministro da
plinar. Nesse caso, arrisca-se
ontem disponível. Surgiu, porém,
Saúde e Paulo Campos. O dirigena ser sancionado com suspenem direto na TVI à noite, defendente terá sido informado sobre o ensão. Segundo a Lei Geral do
do-se das acusações da IGAS.
tendimento da tutela acerca dos'
Trabalho em Funções Públicas,
O médico, arguido no processo
prazos, mas posteriormente fez saa medida é aplicável a trabadisciplinar por violação do interesber que tencionava apresentar-se
lhadores que "desobedeçam
se público no acionamento irreguao serviço hoje.
escandalosamente, ou perante
lar de um helicóptero do INEM para
Contactado pelo IN. o Ministério
o transporte de uma doente crónio público e em lugar aberto ao
da Saúde referiu que o advogado de
mesmo, às ordens superioca entre o Hospital de Cascais e o
Paulo Campos foi ontem informares". Já a suspensão preventide Abrantes. acusou os responsádo formalmente pela IGAS de que a
veis do primeiro hospital de terem
va é uma medida cautelar para
suspensão preventiva decorre até
"ignorado olimpicamente" a doenproteger a averiguação dos
ao dia 28 de fevereiro. O IN descote, para a qual "não existia vaga" 48
factos da interferência do arnhece se houve resposta a essa nohoras após a sua entrada. Defendeu
guido. A divergência na contatificação. Segundo fonte oficial da
gem dos prazos surge no âmque aquele foi "o meio próprio".
tutela, o oficio acrescenta que, se o
bito da referida lei, que não esque agiu após reclamação da famíarguido insistir em apresentar-se
pecifica se os 90 dias de suslia da doente - "que não conhecia"
no INEM, "poderá ser-lhe aberto
pensão são úteis. Este será um
- e deixou criticas ao ex-ministro.
novo procedimento disciplinar".
dos argumentos de Paulo
"Podiam-me ter demitido justifiEm causa estará uma infração por
Campos, baseado em decisões
cando que queriam uma nova
desobediência a ordens superiores.
judiciais anteriores. Para a tuorientação estratégica para o INEM:
O INEM confirma que a suspentela, à contagem aplica-se o
assim ofendem-me. Aguardo até ao
são de Paulo Campos se mantém e
Código de Processo Adminisfinal do processo um pedido de
acolhe o entendimento da tutela
trativo, que prevê que os pradesculpas do ex-ministro da Saúde,
quanto aos prazos. "De acordo com
zos suspendem-se "nos sábaPaulo Macedo, e do ex-secretário de
a legislação em vigor, a suspensão
dos, domingos e feriados".
Estado. Leal da Costa", disse. •
preventiva tem o prazo máximo de
Página 26
ID: 62667847
14-01-2016
Tiragem: 75041
Pág: 1
País: Portugal
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Área: 4,76 x 3,08 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
INI:M Presidente
avisado para não
regressar hoje ao
posto de trabalho
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Página 27
A28
ID: 62667572
14-01-2016
Tiragem: 32431
Pág: 44
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
As facturas
que hão-de vir
P
Debate Serviços de saúde
Isabel do Carmo
ara além das facturas imediatas
e escandalosas, resultantes
da ideologia e da prática da
austeridade, tais como a falência
do Banif e a morte de doentes
em fins-de-semana por falta de
intervenção especializada, há
as facturas que este Governo vai
ter de pagar e que a população
empobrecida vai pagando e que
se reflectem no médio e longo prazo. Sem
escândalo.
Se as contas forem feitas e o dinheiro
rastreado, veremos, ou temos esperança
de ver, quem ganhou com os buracos
(afinal a banca estava mesmo “rota”) por
onde escaparam os quantitativos que o
Estado vai repor, subtraindo ao orçamento
de todos nós. Como já foi dito, daria para
pagar mil neurocirurgiões em fins-desemana sem fim. Porém, a população, que
conta as moedas e as notas, se as tiver,
será difícil perceber os caminhos ínvios
do dinheiro virtual. Boa parte percebe
sim a falsa imagem dos “cofres cheios”,
criada por eficientes publicitários para
uso político. Porque ainda são do tempo
ou da imaginação dos grandes cofres e das
notas lá dentro. No entanto, a batalha da
informação terá que ser vencida.
Quanto à morte de doentes devida a finsde-semana sem determinada especialidade,
a responsabilidade também é rastreável.
As escalas de urgência foram assinadas por
directores de serviço e de urgência, foram
sancionadas por directores clínicos, que
por sua vez integram direcções do hospital
com o conselho de administração, o qual
reporta à Administração Regional de Saúde.
Também se pode ver quem protestou,
reclamou, denunciou, por vias internas
ou externas. Porque há quem tenha muito
“respeitinho” e há quem não tenha. Como
escreveu Ana Arendt, a obediência também
é uma responsabilidade.
Durante estes quatro anos houve quem
não aceitasse “o tem que ser”, houve quem
desse a cara. Em Novembro de 2013 o
presidente do conselho de administração
e director clínico do Centro Hospitalar
Lisboa Norte (CHLN, Hospital de Santa
Maria e Hospital Pulido Valente), que
ocupava este último lugar desde 2005,
não teve medo de dar uma entrevista ao
Expresso em que relatava a situação de quase
ruptura financeira. E com isso pode ter
sido “incomodado”. E durante o surto de
gripe de 2014, muitos vieram a público dar
a cara, houve directores de urgência que se
demitiram.
Um primeiro tempo deste novo Ministério
da Saúde será para apagar fogos, obviar a
situações urgentes imediatas, olhar para o
panorama geral do país e antever possíveis
descalabros. O ministro e a equipa que
escolheu têm grande capacidade para isso,
por conhecerem bem o tecido do Serviço
Nacional de Saúde (SNS) e a localização dos
cortes. Por serem defensores do serviço
público. Em paralelo virão os planos
globais, de ampliação das unidades de
saúde familiar, de activação das estruturas
das unidades primárias que devem
penetrar na comunidade, de articulação
formal e informal com as estruturas locais,
pensadas, co-decididas e executadas
por quem está na base da pirâmide. De
articulação formal e informal dos cuidados
primários com os hospitais. E finalmente
pensar a rede hospitalar, os centros de
tratamento e os centros de referência.
Os serviços centrais funcionam bem na
informação: sabem quantos enfermeiros e
médicos tem o SNS, onde estão colocados,
que idade têm, quanto ganham, quantos
exames pedem e o que é receitado. Há
matéria e massa crítica para ter um plano
geral e um conceito para as estruturas e o
seu funcionamento, mesmo sabendo que
tem que se vencer inércias.
Todavia, virão em breve as facturas de
curto prazo: os equipamentos a chegarem
ao fim, com manutenção inexistente ou
já impossível. Vejamos um exemplo: o
investimento em equipamento médico
no CHLN foi em 2010 de 12.892.000 de
euros e em 2013 de 1.371.620. Quanto ao
informático, foi de 3.153.000 de euros em
2010 e de 77.530
em 2013. Por isso,
quando se fala
em falhas nas
colonoscopias,
nas ressonâncias
magnéticas, nos
aparelhos de
cardiologia de
intervenção, não
estamos a falar de
coisas abstractas.
Às vezes a realidade
está presa por
arames e muito
boa vontade. Os
fornecedores vão
reclamar. E há
necessidade urgente
de contratação
de pessoal, para
além de médicos
e enfermeiros —
administrativos,
assistentes
operacionais,
técnicos de
informática, tão
necessários como
os outros grupos
profissionais.
Os números falam
por si. Em Maio de
2015 estavam sem
No Ministério
da Saúde, entre
Dezembro de
2011 e 2015,
o pessoal
da Saúde
foi reduzido
em 11,2% em
número. Em
orçamento,
muito mais.
As mortes mais
visíveis estão
aí para pagar
a factura
NELSON GARRIDO
médico de família atribuído 126.152 utentes
na Região Norte, 150.757 no Centro, 799.006
em Lisboa e Vale do Tejo, 42.579 no Alentejo,
114.742 no Algarve. Total: 1.233.236. Se
considerarmos que um médico de família
deve ter entre 1500 e 1800 utentes, façam-se
contas. E contratos. Percebe-se que vão ter
que se hierarquizar prioridades e estabelecer
fases, agrupamento a agrupamento. Mas
têm que ser feitas. E o custo das urgências
hospitalares irá compensar, diminuindo.
De acordo com o Sindicato dos
Enfermeiros, faltam 25 mil enfermeiros no
nosso país. A presença de enfermeiros nos
cuidados da comunidade diminui as vindas
ao centro de saúde e melhora a condição das
doenças crónicas; os enfermeiros suficientes
e sem estarem exaustos na enfermaria
diminuem as infecções hospitalares e há
estudos que avançam uma diminuição em
sete por cento da taxa de mortalidade. É
necessário trazê-los de volta dos países
para onde tiveram que emigrar. A conta
dos contratos salda-se a curto prazo com
os benefícios económicos para o SNS. Tal
como é necessário não deixar fugir alguns
dos melhores especialistas médicos para os
serviços privados, por razões puramente
financeiras.
Tudo isto é consequência dos cortes
feitos no SNS e que são objectivos. De 2005
para 2010 o orçamento para a Saúde subiu
de 5834 milhões para 8698 milhões; de
2012 para 2015 desceu de 9694 milhões
para 7402. Num país que é um dos países
da Europa com menos custos per capita na
Saúde e em que há mais comparticipação
que “sai do bolso” dos cidadãos, onde é
que foram cortar estes milhões? Antes de
tudo, no pessoal, em número, em salários
e em pagamento de horas extraordinárias.
No Ministério da Saúde, entre Dezembro de
2011 e 2015, o pessoal da Saúde foi reduzido
em 11,2% em número. Em orçamento, muito
mais. As mortes mais visíveis estão aí para
pagar a factura.
Mas as doenças e as mortes invisíveis, as
ocultas, essas não aparecerão nos jornais
e estender-se-ão por médio e longo prazo.
Com um quarto da população na zona
da pobreza, não se morre de fome, mas
adoece-se por carências.
A falta de nutrientes marca as crianças
e a sua aprendizagem. As infecções
respiratórias dos adultos foram mais
frequentes. Os tratamentos dentários e
oftalmológicos não foram feitos. A falta de
auto-estima, a depressão e os pensamentos
suicidas são uma mancha de óleo. Esta
quietude da população pode, aliás, explicar
que 62% tenham votado à esquerda e
possibilitado a solução alternativa mais
surpreendente da Europa, sem ser
precedida de movimento de massas. E que
agora se fale de esperança, baixinho e com
cuidado, não vão os deuses acordar.
Médica, professora da Faculdade de
Medicina de Lisboa
Por impossibilidade do autor, a crónica de
Francisco Assis só será publicada amanhã
Página 28
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ID: 62667502
14-01-2016
Tiragem: 32431
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Área: 25,70 x 30,56 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 3
Governo ainda está a avaliar custo
das 35 horas na função pública
PS admite deixar cair Julho da proposta
das 35 horas, que está no Parlamento.
CGTP mantém greve até ter a garantia
“por escrito” de que será assim
Função Pública
Raquel Martins
O Governo ainda está a avaliar quanto custa reduzir o horário da função
pública de 40 para 35 horas semanais, apesar de este ser um assunto
que está já a ser debatido no Parlamento. No final de uma ronda de reuniões com os sindicatos para discutir
o Orçamento do Estado para 2016, o
ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu que “neste momento não
há uma estimativa sector a sector”
sobre os custos da redução do horário de trabalho no Estado.
“A informação sobre esta matéria
não existe na Administração [Pública] e não conhecemos nenhum estudo em que estas matérias tenham
sido avaliadas também nas outras
alterações legislativas que foram feitas. É esse o esforço que é preciso
desenvolver neste momento”, disse
o ministro.
Sem poder adiantar quanto custará a medida, Mário Centeno lembrou
que “no programa do Governo, a referência às 35 horas é muito clara”
quando diz que “não deverá implicar
um aumento global dos custos com
pessoal”. O custo da redução do horário de trabalho, insistiu “terá de ser
nulo no conjunto da Administração
Pública”.
Na prática, embora o PS, o BE, o
PCP e o PEV tenham já projectos de
lei para a reposição das 35 horas semanais no Estado - que foram discutidos na generalidade também nesta
quarta-feira - o Governo desconhece
qual o custo da medida. E também
não adianta como é que os serviços a poderão por em prática sem
aumentar as despesas globais com
pessoal, deixando em aberto a sua
aplicação.
Confrontado com a ameaça de
uma greve nos serviços da administração central - convocada por
alguns sindicatos ligados à CGTP
que se opõem à data de entrada em
vigor das 35 horas prevista pelo PS
- Mário Centeno remeteu a resposta
para o Parlamento. “As 35 horas é
uma matéria que está a ser tratada
em sede parlamentar, as primeiras
propostas entraram na Assembleia
da República ainda este governo não
tinha tomado posse”, lembrou. “O
processo legislativo está a correr, não
temos sequer ideia de quando é que
ele terminará”, referiu, acrescentando que “o Governo vai estar atento”
ao processo.
No Parlamento, onde se discutiram na generalidade os projectos de
Lei dos partidos da esquerda, o PS
parece estar disposto a deixar cair a
entrada em vigor do diploma a 1 de
Julho, eliminando assim a principal
razão para a marcação da greve.
“Admitimos que na especialidade
a data possa não constar, desde que
sejam cumpridas as condições que
consideramos razoáveis para a entrada em vigor da medida”, disse ao PÚBLICO a deputada e vice-presidente
da bancada parlamentar socialista,
Luísa Salgueiro. Essas condições são
duas: evitar a ruptura de funcionamento dos serviços, sobretudo os
que funcionam em permanência, e
a redução do tempo de trabalho não
pode implicar aumento de custos,
nomeadamente com trabalho extraordinário.
“É preciso haver negociação sector
a sector. Se, por exemplo, na saúde,
todos os enfermeiros passarem a trabalhar sete horas, tal poderá gerar dificuldades para a população. Vamos
cumprir o nosso compromisso, mas
sem perturbar o funcionamento da
Administração Pública”, argumentou.
O foco dos restantes partidos está
na abrangência das 35 horas. Durante o debate de ontem PCP e BE defenderam que a redução da semana
de trabalho tem de abranger todos
os funcionários pagos pelo Estado,
independentemente do tipo de vínculo. O PEV vai mais longe e propõe a
redução do horário semanal também
no sector privado.
Todas as matérias que estão em
aberto são remetidas para a discussão das propostas em sede de especialidade.
Embora haja disponibilidade do PS
para responder às reivindicações dos
sindicatos, a ameaça de greve não
está ainda afastada. Ana Avoila, dirigente da Federação de sindicatos
da CGTP que convocou a paralisação
para 29 de Janeiro, deixou claro que
Ministro das Finanças, Mário Centeno, reuniu-se ontem com os sindicatos da Função Pública
Governo mantém requalificação mas com alterações profundas
O
Ministério das Finanças quer
manter um sistema que
permita a requalificação dos
funcionários públicos, mas
diferente do modelo existente,
que tem de ser “profundamente
alterado”. À margem das
reuniões com os sindicatos da
função pública, que se realizou
ontem em Lisboa, o gabinete de
Mário Centeno veio dar algumas
pistas sobre a execução de um
dos pontos do programa de
Governo.
No documento, o PS promete
a “revisão” da requalificação,
afirmando que vai apostar
na mobilidade voluntária dos
trabalhadores e equaciona
criar “incentivos especiais
para este efeito”. Os acordos
assinados com o PCP, o Bloco de
Esquerda e PEV, que permitiram
a formação do actual executivo,
vão mais longe e prevêem “o fim
do regime de requalificação/
mobilidade especial”.
Agora, Mário Centeno reconhece
que “é necessária a existência
de um sistema de requalificação
na administração pública”, mas
que “o modelo que existe hoje
tem que ser profundamente
alterado”. Os sindicatos
saíram do encontro com o
ministro com visões diferentes
quanto ao futuro. Ana Avoila,
dirigente da Frente Comum,
concluiu que o regime em
vigor (em que os trabalhadores
considerados excedentes são
colocados em inactividade,
com cortes nos salários
e, em alguns casos, numa
antecâmara do despedimento)
será revogado. Mas já Nobre
dos Santos, dirigente da
Federação de Sindicatos da
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GUILHERME MARQUES
Administração Pública (Fesap)
diz que a palavra usada
pelo ministro foi “revisão”
e que a ideia é “manter um
sistema de requalificação
reformulado que permita
uma efectiva requalificação
dos trabalhadores”. Isso,
acrescentou, não passará por
manter os trabalhadores em
casa. Os acordos assinados
com o PCP, o Bloco de
Esquerda e PEV vão mais longe
e prevêem “o fim do regime
de requalificação/mobilidade
especial”.
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Corte: 2 de 3
“a bola está do lado da Assembleia da
República”. “A greve só será desconvocada se, no quadro parlamentar,
tivermos garantias escritas de que as
duas condições - a entrada em vigor
em Julho e a regulamentação da lei
que remete a entrada em vigor [das
35 horas] para Outubro - serão retiradas”, desafiou.
A Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), ligada
à UGT, não afasta a possibilidade de
uma greve. Mas, para já, os sinais que
chegam do Parlamento e a disponibilidade do Governo para negociar
são positivos e deixam a organização
optimista quanto ao desfecho do processo das 35 horas, disse ao PÚBLICO
o dirigente José Abraão.
Helena Rodrigues, presidente do
Sindicatos dos Quadros Técnico do
Estado (STE), entende que ainda
é cedo para recorrer a uma greve,
embora defenda a entrada em vigor das 35 horas “o mais breve possível.” “A greve é o último recurso.
Neste momento estamos no início
de um processo negocial”, disse no
final da reunião com o ministro das
Finanças.
O ministro lembrou que as 35 horas não foram o tema central das reuniões que serviram, sobretudo, para
discutir a metodologia a seguir nas
próximas reuniões, com a separação
entre as reivindicações e propostas
dos sindicatos que têm incidência
orçamental, e que serão discutidas
no imediato, e as outras “que serão
tratadas posteriormente”, como garantiu o ministro.
A próxima reunião está marcada
para 28 de Janeiro. A data, garantiu
Mário Centeno já estava previamente
agendada e o facto de ser na véspera
da greve foi mera coincidência
Os funcionários públicos passaram
a trabalhar 40 horas por semana a
partir de 28 de Setembro de 2013. Na
altura o governo de Passos Coelho e
Paulo Portas justificou a medida com
a necessidade de conter as despesas
com trabalho extraordinário e de responder à redução do número de trabalhadores que estava em curso.
Na altura, o executivo de Passos
Coelho/Paulo Portas esperava uma
poupança entre 153 e 200 milhões
de euros anuais. Numa carta que
enviou em Maio de 2013 à Comissão Europeia, ainda antes da lei das
40 horas no Estado ser aprovada,
a poupança estimada rondava os
200 milhões de euros anuais, mas
no Orçamento do Estado para 2014
a estimativa foi revista em baixa e
não ia além dos 153 milhões de euros anuais.
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Governo ainda não
sabe quanto custam
as 35 horas no Estado
PS admite antecipar as
35 horas para antes de Julho.
CGTP mantém greve até ter
a garantia “por escrito” p20/21
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Corte: 1 de 2
Misericórdias admitem pedir
indemnizações ao Ministério da Saúde
Instituições estão a fazer contas ao investimento feito para a transferência, agora anulada, dos hospitais
de Santo Tirso e de São João da Madeira. Comissão mista vai avaliar hospitais de Anadia, Serpa e Fafe
NUNO FERREIRA SANTOS
Saúde
Andreia Sanches
Depois de a passagem dos hospitais
de Santo Tirso e de São João da Madeira para a alçada das santas casas
das misericórdias locais, prevista
para este ano, ter sido anulada esta
semana pelo Governo, Manuel de
Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), diz
que as instituições que representa
estão a fazer contas à despesa que
todo o processo acarretou. E que
podem vir a pedir indemnizações
ao ministério.
“As instituições gastaram muito
dinheiro”, porque “fizeram um trabalho muito sério de preparação”,
disse Manuel de Lemos ao PÚBLICO, lembrando que, se um acordo
não é cumprido, “isso põe em causa a confiança mútua”. Sendo certo
que “a relação com o Ministério da
Saúde não está em causa”, há “um
retomar de confiança” que precisa
de ser trabalhado, notou ainda o
presidente da UMP ontem, no final
de uma reunião com o secretário de
Estado da Saúde, Fernando Araújo.
Uma reunião que aconteceu depois
de conhecida a decisão do Governo
de anular os processos de transferência dos hospitais de Santo Tirso e de
São João da Madeira, por considerar
que os acordos celebrados pelo anterior executivo não acautelavam o
interesse público.
Segundo Manuel de Lemos, ficou
ainda decidido que os hospitais de
Serpa, Anadia e Fafe, que, desde o
ano passado, já são geridos pelas misericórdias locais — ao abrigo do plano de devolução às misericórdias de
várias unidades hospitalares nacionalizadas no pós-25 de Abril iniciado
pelo Governo de Passos Coelho —, serão avaliados. “Queremos, exigimos
até, ser avaliados, aliás é isso que está
nos acordos assinados, que deveria
haver uma avaliação para saber se
houve benefícios para o Estado e
para as comunidades”, sublinhou.
A comissão de acompanhamento
que fará a avaliação deverá integrar
elementos do Ministério da Saúde e
das misericórdias.
O presidente da UMP já tem, contudo, alguns indicadores que diz ter
fornecido à tutela: “Em Anadia e Fafe fizemos em média mais 100% de
consultas e mais 300% de cirurgias
Manuel de Lemos, presidente da UMP, diz estar desiludido com a decisão do Ministério da Saúde
Hospitais privados queixam-se à Comissão Europeia
Em causa estão protocolos do Estado com oito misericórdias
P
orque considera que
foi posto em causa o
“princípio da livre e franca
concorrência”, a Associação
Portuguesa de Hospitalização
Privada (APHP) entregou uma
queixa na Comissão Europeia
contra o Estado português. Em
causa está a relação deste com
as misericórdias. Desde logo,
o facto de o anterior Governo
ter contratualizado com estas
instituições a realização de
consultas e operações sem abrir
concurso que permitisse ao
sector privado candidatar-se a
prestar esses serviços.
Um dia depois de ter sido
conhecido que o Governo
recém-empossado anulou a
transferência de dois hospitais
estatais (Santo Tirso e São João
da Madeira) para o terceiro
sector, a associação presidida
por Artur Osório, administrador
do Grupo Trofa Saúde, tornou
pública a queixa entregue na
comissão.
O texto refere que o protocolo
de cooperação celebrado
em Março de 2010 entre o
Ministério da Saúde e a União
das Misericórdias Portuguesas
“representa uma forte restrição
do princípio da livre e franca
concorrência e, nessa medida,
uma clara violação do princípio
da liberdade de escolha”.
Para a APHP, a partir do
momento em que o Estado,
face às insuficiências do SNS,
decide encaminhar doentes
que não consegue tratar para
os prestadores de cuidados de
saúde de natureza social, “sem
fazer passar o critério decisório
pelas regras do mercado
mediante concurso”, não há
“qualquer respeito pela iniciativa
privada” nem pela “liberdade
de escolha do cidadão
esclarecido”.
A gota de água, para a
associação, foi o facto de “a dois
meses das eleições” o Governo
ter assinado “protocolos
com oito misericórdias para
a realização de consultas e
operações no valor de 25
milhões, só em 2016”. Um
protocolo que, diz o texto,
deverá vigorar pelo prazo de
cinco anos e envolverá no total
125 milhões de euros.
A associação contesta por
fim a transferência de hospitais
para as misericórdias, que Artur
Osório acusa de terem entrado
“num negócio”, tendo o Estado
“como principal financiador”.
O presidente da APHP afirma
ainda que o sector não só não
se sujeita às mesmas regras de
licenciamento dos privados
como “não é alvo de auditorias”.
e, só em Anadia, criámos 111 postos
de trabalho.”
Manuel de Lemos não esconde a
“desilusão” que as misericórdias sentem. Diz que não foram elas que pediram para passar a gerir os hospitais
que tinham sido nacionalizados. “Foi
o Estado que foi lá desencaminhá-las,
pedindo-lhes para ficarem a gerir os
hospitais. Aceitámos porque temos
a experiência da gestão dos nossos
hospitais, que fomos abrindo depois
de 1975, e sabemos que fazemos mais
barato. E aceitámos também porque
achámos que era o melhor para as
comunidades, porque esses hospitais
estavam a sofrer, nos últimos anos,
uma desnatação, a perder serviços,
a perder profissionais, a ver os seus
equipamentos a deteriorarem-se.”
Apesar de achar que foi aberta uma
“ferida”, a UMP acredita que ela será
sarada e que outros acordos entre o
Ministério da Saúde e as misericórdias não estão em causa, nomeadamente ao nível da Rede Nacional de
Cuidados Continuados — as santas casas detêm actualmente quase metade (3843) das camas desta rede para
onde são encaminhados os doentes
que, após alta hospitalar, necessitam
de um período para convalescença e
recuperação, e, para isso, receberam
em 2015 um total de 61,7 milhões de
euros. “O que foi dito foi que o Ministério da Saúde e as misericórdias
continuarão a colaborar.”
Para anular os despachos de homologação (assinados pelo anterior executivo em 12 de Novembro de 2015,
já após a rejeição do Programa do
Governo) dos Acordos de Cooperação entre a Administração Regional
de Saúde (ARS) do Norte e as santas
casas de Santo Tirso e de São João da
Madeira, o ministério de Adalberto
Campos Fernandes teve em conta
vários factores. Desde logo considerou que não estava demonstrada “a
necessidade da devolução”.
Depois, entendeu que “os dados
apresentados não são suficientes
para demonstrar que o objectivo
proposto, de redução de pelo menos 25% dos encargos para o SNS,
fosse atingido”, lê-se numa nota
informativa. Os estudos feitos pela
ARS Norte “apenas evidenciam que
a diminuição directa dos encargos
para o SNS, mantendo as condições
de financiamento constantes, seria
efectuada pela redução/alteração na
oferta de cuidados”.
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
Misericórdias
contestam decisão
sobre hospitais
As misericórdias admitem
pedir indemnizações ao
Ministério da Saúde devido
à anulação da transferência
de hospitais p16
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
O (novo) vírus de Zica está a alastrar-se
pelo continente americano
O número de recém-nascidos com microcefalia aumentou muito no Brasil e pode estar associado ao vírus
de Zica, que chegou ao país em Maio de 2015. Depois do ébola, esta é uma das novas ameaças mundiais
Doenças emergentes
Nicolau Ferreira
Há um ano, o vírus de Zica ainda não
tinha chegado ao Brasil. Nessa altura,
o agente patogénico que se transmite
pela picada de mosquitos do género
Aedes já estava em franca expansão.
Em 2007 tinha chegado à Micronésia, em 2013 à Polinésia Francesa,
em 2014 à ilha da Páscoa, no Chile,
e em Maio de 2015 aterrou no Brasil.
Estima-se que, entretanto, já tenha
infectado entre 440.000 e 1.300.000
pessoas no Brasil, segundo um comunicado do Instituto Pasteur, que
anunciou nesta semana ter sequenciado o genoma deste vírus.
Apesar de três quartos das pessoas infectadas serem assintomáticas
e os sintomas, quando surgem, serem só febre e erupções cutâneas,
alguns doentes já tiveram complicações neurológicas devido à infecção.
No entanto, o que está a preocupar
verdadeiramente as autoridades do
Brasil é o aumento substancial de
recém-nascidos com microcefalia,
bebés que nascem com uma cabeça
muito mais pequena do que a média,
indicando problemas no desenvolvimento do cérebro durante a gestação.
Segundo os dados do Ministério
da Saúde brasileiro, há já 3530 casos
suspeitos de microcefalia, citava anteontem o jornal brasileiro Folha de
São Paulo. A Organização Mundial da
Saúde (OMS) ajuda a contextualizar
o número. Enquanto em 2010 nasciam no Brasil 5,7 crianças em cada
100.000 com microcefalia, a 30 de
Novembro de 2015, o número já tinha
saltado para as 99,7 crianças, lê-se
num Alerta Epidemiológico da OMS
de Dezembro. Em alguns daqueles
casos, foram detectados vestígios do
vírus de Zica.
Num relatório de Novembro último, as autoridades de saúde da Polinésia Francesa assinalaram também
uma subida anormal dos casos de
malformações no sistema nervoso
dos bebés nascidos no biénio 20142015, coincidente com o surto do vírus de Zica, explica a OMS. Apesar de
ainda não se ter provado que o vírus
causa a microcefalia, pensa-se que
é no primeiro trimestre de gestação
que os fetos estão mais vulneráveis
ao vírus. E no Brasil, que em Dezembro declarou o estado de emergência
e que em Agosto deste ano vai aco-
lher os Jogos Olímpicos, aconselhouse às mulheres grávidas evitarem as
picadas de mosquitos.
Este vírus foi isolado pela primeira vez em 1947, num macaco rhesus
oriundo da floresta de Zica, no Uganda. No ano seguinte, o vírus foi encontrado em mosquitos Aedes africanus. Em 1968, isolou-se o vírus numa
pessoa na Nigéria e entre 1951 e 1981
detectaram-se anticorpos do Zica em
pessoas de países africanos (como
o Uganda, a Tanzânia e o Egipto) e
também de países asiáticos (como a
Índia, a Malásia e a Indonésia). Os anticorpos revelam que as pessoas estiveram em contacto com o vírus.
O vírus foi isolado
pela primeira vez
em 1947. Desde
2007, expandiu-se
pelo Pacífico até
chegar ao Brasil
O Aedes aegypti, responsável pela
transmissão do vírus da febre dengue e do vírus da febre-amarela, é
também vector do vírus de Zica. O
mosquito é endémico em quase toda
região tropical, e pode migrar para
novas regiões, como aconteceu em
2012, na Madeira, onde infectou milhares de pessoas com a dengue. Em
Novembro de 2015, o Zica já tinha
sido identificado noutros países da
América Latina, como El Salvador, o
México e a Venezuela. A 21 de Outubro, as autoridades de saúde de Cabo
Verde também informaram a OMS de
um surto de Zica no arquipélago.
Tanto o vírus da dengue como o
da febre-amarela e o Zica pertencem
ao género Flavivirus. Dos três, o Zica
é o menos agressivo. Os casos mais
graves poderão indicar que o vírus
se terá tornado mais patogénico.
Até agora nunca se tinha associado o vírus a casos de microcefalia.
“Será que estas malformações são
causadas só pelo Zica ou pela co-circulação de outras infecções ou ainda
por outros factores?”, questiona Dominique Rousset, directora do Laboratório de Virologia do Instituto Pasteur na Guiana Francesa, no comunicado, explicando que a sequenciação
do genoma do vírus é um ponto de
partida para compreender como irá
ele comportar-se no futuro.
Segundo a cientista, está-se a desenvolver métodos para facilitar o
diagnóstico do Zica, um utensílio
essencial para ter um retrato mais
real da infecção no terreno. Com a
epidemia do vírus do ébola, que em
2014 e 2015 afectou alguns países do
Oeste africano, as autoridades de
saúde mundiais testemunharam o
perigo de se deixar uma doença tão
perigosa como o ébola ficar fora do
controlo. Por isso, a vigilância do Zica
tornou-se ainda mais prioritária.
Bactéria que veio dos solos
Outra infecção que está a preocupar
as autoridades é a melioidose, causada pela bactéria Burkholderia pseudomallei, original de solos do Norte da
Austrália e do Sudeste asiático, que
pode estar a matar 89.000 pessoas
por ano, de acordo com a estimativa
num estudo publicado agora na revista Nature Microbiology.
“A melioidose é um óptimo imitador de outras doenças e é necessário
um bom laboratório de microbiologia”, disse à Reuters Direk Limmathurotsakul, microbiólogo da Universidade de Mahidol na Tailândia, um
dos autores do estudo, em que se estimou a existência de cerca de 165.000
infecções por ano. “A doença afecta
especialmente os pobres rurais nos
trópicos, que muitas vezes não têm
acesso a estes laboratórios.”
Não existe nenhuma vacina para a
melioidose, que causa febre, tosse,
dores no peito e nas articulações e
pode ter um período de incubação
de anos. A bactéria pode ser exportada para outras regiões do globo,
tornando-se endémica nos solos. As
maiores zonas de risco são o Sul e
Leste da Ásia, a África Subsariana e
a América do Sul.
NELSON ALMEIDA/AFP
Mosquitos Aedes aegypti criados no Instituto Biomédico de São Paulo, no Brasil: estes mosquitos transmitem o vírus de Zica
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O (novo) vírus de Zica
que chegou ao Brasil
está a alastrar-se
Número de recém-nascidos
com microcefalia aumentou
muito no Brasil e pode estar
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Corte: 1 de 1
Putin anuncia
medicamento
contra ébola
RÚSSIA O presidente russo. Via-
dimir Putin, anunciou ontem ter
registado a patente do medicamento russo contra o virus ébola "que revelou nos testes correspondentes uma grande eficácia,
superior aos compostos usados
neste momento a nivel mundial",
disçe. Contudo. a vacina ainda só
pode ser usada em ensaios clínicos ou casos específicos.
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