FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Enfermagem Ana Augusta Santos TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS COM ÊNFASE NO CUIDADO PALIATIVO PRESTADO PELA ENFERMAGEM. Pará de Minas 2014 1 Ana Augusta Santos TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS COM ÊNFASE NO CUIDADO PALIATIVO PRESTADO PELA ENFERMAGEM. Monografia apresentada à Coordenação de Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas, como requisito parcial para a conclusão do curso de Enfermagem. Orientadora: Profª. Ms. Marisa Gonçalves Brito Menezes. Pará de Minas 2014 2 Ana Augusta Santos TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS COM ÊNFASE NO CUIDADO PALIATIVO PRESTADO PELA ENFERMAGEM. Monografia apresentada à Coordenação de Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas, como requisito parcial para a conclusão do curso de Enfermagem. Aprovada em: _____ / _____ / _____ _____________________________________________ Prof. Ms. Marisa Gonçalves Brito Menezes _____________________________________________ Edna Lúcia Campos Wingester 3 DEDICATÓRIA A Deus, por estar sempre ao meu lado, iluminando-me para vencer mais essa etapa em minha vida e dar renascimento a cada dia. Aos meus pais, José Nogueira dos Santos e Margarida Anísia Nogueira, por terem me ensinado o valor e a importância do estudo e da dedicação e por acreditarem nas minhas potencialidades, estando presentes em tantos momentos da minha vida, alegres e tristes, oferecendo-me seu amor incondicional. Ao Juliano Cosme dos Santos, meu querido irmão que, com brandura, apoiou-me durante toda a construção deste estudo, preocupando-se com os obstáculos que surgiam e orgulhando-se com as conquistas obtidas. Ao Wanderson Francisco Ferreira Maria, soube como ninguém me consolar e estimular durante toda minha trajetória acadêmica e, principalmente, para continuidade dessa obra, compreendendo os momentos de ausência e cansaço. À Profª. Ms. Marisa Gonçalves Brito Menezes, pela orientação e solicitude em sempre me ajudar, que com carinho, amor, zelo e dedicação auxiliou-me na realização deste trabalho. 4 AGRADECIMENTO Obrigada, meu Deus, por permitires concluir este trabalho; pelas oportunidades de aprendizado e crescimento ao longo da minha existência; pela sua fidelidade, amor e companhia em todos os momentos da minha vida. Aos meus pais, José Nogueira dos Santos e Margarida Anísia Nogueira, que me acompanharam nessa trajetória, por acreditarem em mim, pelos sacrifícios que realizaram para me manterem estudando e concretizarem meus sonhos. Ao meu irmão, Juliano Cosme dos Santos, pelo carinho, amizade e paciência em todos os momentos. Ao Wanderson Francisco Ferreira Maria, pelo amor, carinho, respeito, pelas palavras amigas nas horas difíceis, por torcer sempre pelo meu sucesso. Em especial à Profª. Ms. Marisa Gonçalves Brito Menezes, pelo seu profissionalismo, pelo apoio recebido, por sua dedicação, compromisso e paciência, e por ter enriquecido este trabalho com sua grande sabedoria. Agradeço-lhe muito. Deus a abençoe. A todos os professores do curso de Enfermagem da FAPAM, que contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional. Aos funcionários da biblioteca em especial Uli e a Neusa que sempre demonstrou atenção, solicitude e Carinho. 5 “A enfermagem é uma arte; e para realizá-la com arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poderse-á dizer, a mais bela das artes!” Florence Nightingale 6 RESUMO O câncer representa um crescimento anormal de células, o qual se adentra aos tecidos e órgãos prejudicando o funcionamento dos mesmos. Os principais métodos de tratamentos realizados são a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Outra forma de tratamento é o cuidado paliativo que é desenvolvido quando o paciente encontra-se fora de possibilidade terapêutica. O objetivo deste estudo foi identificar como está a evolução do câncer no Brasil e quais são os principais tratamentos, dando ênfase ao tratamento paliativo oferecido pela enfermagem. Tratou-se de um estudo de revisão bibliográfica narrativa, sendo utilizados artigos e literaturas clássicas editados em português no período de 2004 a 2014. Devido ao crescimento desordenado do câncer, o Brasil necessita de criar formas para ampliar as possibilidades de tratamento com intuito de orientar, cuidar, tratar e prevenir novos casos. O câncer muitas vezes ao ser diagnosticado não há indicação terapêutica, restando somente o cuidado paliativo. Essa forma de tratamento visa dar uma melhor qualidade de vida ao paciente, com intuito de aliviar a dor, o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual, cabendo à enfermagem usufruir dos seus conhecimentos técnicos e científicos para prestar uma assistência holística voltada para cuidado. Palavras-chave: Câncer. Terapia Oncológica. Cuidados Paliativos. Enfermagem. 7 ABSTRACT Cancer is a group of diseases involving abnormal cell growth with the potential to invade or spread to other parts of the body damaging tissues and organs operations. The main treatment methods are surgery, chemotherapy and radiotherapy. Another treatment is the palliative care, which is developed when the patient is out of the therapeutic possibility. The aim of this study was to identify how is the cancer evolution in Brazil, what are the main methods of treatment emphasizing the palliative care offered by nursing. It was done by a literature review using articles and classic literature written in Portuguese between the period of 2004 and 2014. Due to the disordered growing of the number of patients diagnosed with cancer, Brazil needs to expand the treatment possibilities in order to guide, nurse, treat and prevent new cases. Many times when the cancer is diagnosed the therapeutic treatment is not recommended, remaining only the palliative care. This aims a better live quality for the patient, in order to relieve pain, physical suffering, psychological, social and spiritual being the role of the nursing use its technical and scientific knowledge to give a holistic care. Key words: Cancer. Oncology Therapy. Palliative Care. Nursing. 8 LISTA DE SIGLAS BVS: Biblioteca Virtual em Saúde. DNA: Ácido Desoxirribonucleico EPI’s: Equipamentos de Proteção Individual. GLOBOCAN: Estimated Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Worldwide in 2012. LILACS: Literatura Latina Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. MEDLINE: Literatura Internacional em Ciências da Saúde. MS: Ministério da Saúde. OMS: Organização Mundial da Saúde. SCIELO: Scientific Electronic LibrayOnlin. SUS: Sistema Único de Saúde. 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 10 2 OBJETIVO.................................................................................................................... 12 3 METODOLOGIA......................................................................................................... 13 4 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 4.1 Assistência ao câncer no Brasil................................................................................. 4.2 Tratamentos oncológicos........................................................................................... 4.2.1 Tratamento cirúrgico................................................................................................ 4.2.2 Tratamento quimioterápico....................................................................................... 4.2.3 Tratamento radioterápico......................................................................................... 4.2.4 Cuidado paliativo...................................................................................................... 4.3 A enfermagem e os cuidados paliativos.................................................................... 14 14 15 16 17 22 23 26 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 30 REFERÊNCIAS............................................................................................................... 32 10 1 INTRODUÇÃO Para Lorencetti e Simonetti (2005) a etiologia do câncer tem sido interpretada de várias formas. Essa palavra, câncer, pode ser definida como um tecido celular, cujo mecanismo de controle do crescimento normal está alterado, dando lugar ao seu crescimento permanente ou, então, como uma doença que tem início quando uma célula se torna anormal devido à transformação por mutação genética do ácido desoxirribonucleico (DNA), que começa a se proliferar anormalmente. Essas adentram nos tecidos circunvizinhos, acessando os vasos linfáticos e sanguíneos, através dos quais podem ser transportadas para outras áreas do corpo formando as metástases. Segundo Santos, Melo e Santos (2012) o câncer é umas das causas predominantes de morbidade e mortalidade no mundo, é influenciada por fatores clínicos e socioeconômicos, como também pela disponibilidade e qualidade da assistência prestada, o que faz necessários estudos contínuos e inesgotáveis de todos os profissionais da saúde. O Brasil está passando por um período de transição demográfica onde a maior parte da população está envelhecendo, associado à alteração nos hábitos de vida, exposição a fatores de risco e ao desenvolvimento desordenado do câncer que se expande assustadoramente. (BRASIL, 2014). Ainda de acordo com o Brasil (2014), o câncer é uma doença que está entre as principais causas de morte, sendo superado apenas pelas doenças cardiovasculares, e estimativas mundiais da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do projeto Globocan (Estimated Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Worldwide in 2012), mostram que houveram 14,1 milhões novos casos e um total de 8,2 milhões de mortes por câncer em todo o mundo em 2012. O alto índice da doença continuará aumentando nos países em desenvolvimento e crescerá ainda mais em países desenvolvidos se medidas preventivas não forem amplamente aplicadas. Já para 2030, estima-se que a carga global será de 21,4 milhões de novos casos e 13,2 milhões de mortes por câncer, em consequência do crescimento e do envelhecimento da população, bem como da redução na mortalidade infantil e nas mortes por doenças infecciosas em países em desenvolvimento. Para Costa e Leite (2009), os tratamentos de câncer podem ser realizados através de aplicação de técnicas cirúrgicas, quimioterápicas e radioterápicas, resultando na cura de mais de 50% dos pacientes diagnosticados. 11 Porém, Diniz et al. (2006) revelam que mesmo com os grandes avanços no tratamento oncológico, nem sempre é possível obter a cura; com isso, muitas vezes os pacientes necessitam de cuidados que buscam muito além do controle da dor e dos outros sintomas. Essa assistência deve interferir nos aspectos psicológico, sociais e espirituais, com o objetivo de intervir na melhora da qualidade de vida do paciente e, assim pensando, surge o cuidado paliativo. O cuidado paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. (BRASIL, 2009). Para Pessini e Bertachini (2005), o conceito “paliativo” deriva do latim pallium que significa manto, capote, promover um manto para aquecer “aqueles que passam frio”, uma vez que não podem mais ser ajudados pela medicina curativa. De acordo com Silva e Sudigursky (2008), pode-se dizer que a definição do cuidado paliativo é como o modo de assistir pessoas cuja doença não é mais responsiva ao tratamento curativo, caracterizando, assim, um tratamento realizado através do controle dos sinais e sintomas físicos e psicológicos, próprio do estágio avançado da doença incurável. Sousa et al. (2009) complementam ao afirmarem que o enfermeiro, em razão do contato estreito e diário com os envolvidos, torna-se o profissional que atua como aliado no diagnóstico precoce e no tratamento dos transtornos mentais e de ajustamento dos doentes e familiares que desenvolvem câncer, estando aí a importância de um estudo mais elaborado sobre o tema, pois, concomitantemente a população e os profissionais irão se favorecer, uma vez que estes terão maior conhecimento teórico e os demais, maiores benefícios com os saberes adquiridos pelos profissionais. 12 2 OBJETIVO Identificar como está a evolução do câncer no Brasil e quais são os principais tratamentos, dando ênfase ao tratamento paliativo oferecido pela enfermagem. 13 3 METODOLOGIA O presente estudo se caracterizou como uma revisão bibliográfica narrativa que, para Prodanov e Freitas (2013), demonstra que o pesquisador deve iniciar amplo levantamento das fontes teóricas com o objetivo de elaborar a contextualização da pesquisa e seu embasamento teórico, o qual fará parte do referencial da pesquisa na forma de uma revisão bibliográfica. Dessa forma, para Cordeiro et al. (2007), a revisão narrativa apresenta uma temática mais aberta e dificilmente é parte de uma questão específica bem definida, não exigindo um protocolo rígido para sua confecção. A busca das fontes não é pré-determinada e específica, sendo frequentemente menos abrangente em relação a outros tipos de revisão. Por sua vez, Lima e Mioto (2007) afirmam que a pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso, não pode ser aleatório. Para realização deste estudo foram utilizados artigos e livros que passaram pelo critério de inclusão. Os critérios de inclusão para selecionar as publicações foram: a) terem sido editados na língua portuguesa; b) terem sido publicados no período compreendido entre 2004 e 2014; c) estarem disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Dessa forma, a busca do material foi realizada especialmente nas bases: Literatura Latina Americana e do Caribe em ciências da Saúde (LILACS), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Scientific Electronic Libray Online (SCIELO). O estudo foi associado aos seguintes descritores: cuidado de enfermagem, terapia oncológica, câncer e cuidados paliativos. Sendo encontrados inicialmente 250 artigos, lidos os seus resumos foram escolhidos 100 deles para a construção do estudo. Mediante o critério de inclusão, foram selecionadas, finalmente, 30 publicações. Quanto aos livros utilizados, bastava ser um clássico da literatura acadêmica onde eram abordados temas pertinentes ao estudo. Assim, o estudo apresentado foi realizado entre janeiro e setembro de 2014. Para sua elaboração foram utilizadas as seguintes etapas: estabelecimento da pesquisa, busca na literatura, categorização dos estudos, avaliação dos artigos inclusos na revisão e interpretação do resultado. 14 4 REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 Assistência ao câncer no Brasil Segundo Brasil (2011), o câncer foi descoberto há vários séculos, mas era considerada uma doença de países desenvolvidos e com grandes recursos financeiros. Mas há quatro décadas, a situação mudou e a maior parte do ônus global do câncer pode ser observada em países em desenvolvimento, principalmente aqueles com poucos e médios recursos. O Brasil está passando por um período de transição demográfica onde a maior parte da população está envelhecendo. Associado à alteração nos hábitos de vida e à exposição a fatores de risco, também está havendo desenvolvimento desordenado do câncer, que se expande assustadoramente em todo o país. (BRASIL, 2014). Santos, Melo e Santos (2012) relatam que há duas dificuldades que caracterizam um problema de saúde pública no Brasil. Primeiro, apresentam o aumento gradativo de incidência e de mortalidade por câncer, proporcionalmente ao crescimento demográfico e ao desenvolvimento socioeconômico. Segundo, os desafios que isso representa para o sistema de saúde, principalmente na garantia do acesso da população ao diagnóstico e ao tratamento da doença. Estudos demonstram que, no Brasil, as estimativas para o ano de 2014 seriam válidas também para o ano de 2015 e apontam a ocorrência de, aproximadamente, 576 mil casos novos de câncer, incluindo os casos de pele não melanoma, reforçando a magnitude do problema do câncer no país, que cresce descontroladamente. (BRASIL, 2014). Rosa et al. (2013) informam que o câncer aumentou consideravelmente e que diversos tipos da patologia estão associados à classe social. Os cânceres de mama, próstata, colón e reto, atingem, principalmente, pessoas com maior poder socioeconômico; já os outros, os de colo de útero, pênis, estômago e cavidade oral estão associados à pobreza. Esta divisão ocorre devida à exposição aos agentes químicos, físicos e biológicos, bem como exposição a fatores relacionados às disparidades sociais, incluindo condições de trabalho e nutrição. Herr et al. (2013) relatam que as doenças oncológicas são consideradas problema de saúde pública no Brasil pela elevada incidência, prevalências de mortalidade, despesas hospitalares e, acima de tudo, às decorrências sobre a qualidade de vida do sujeito, bem como demandas de cuidado para os profissionais de saúde. Assim sendo, Brasil (2011) afirmam que o serviço de atendimento oncológico baseiase na demanda espontânea, considerando que a disponibilidade de serviço para uma 15 assistência boa ou aceitável necessita de ser ampliada hoje em dia. O acesso ao diagnóstico e tratamento é insuficiente devido aos casos novos que aumentam progressivamente, uma vez que a assistência é centrada somente nas grandes capitais ou em cidades economicamente desenvolvidas, o que provoca uma assistência oncológica precária e de péssima qualidade, principalmente para aqueles que necessitam dos serviços que são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os mesmos autores determinam que a prevenção e o controle do câncer precisam alcançar um espaço de destaque na atenção dos serviços assistenciais, pois, quando os números de casos novos aumentarem de forma rápida, o SUS não terá recursos suficientes para prover as necessidades dos diagnósticos, tratamentos e acompanhamentos. Vislumbrando esse cenário, mais e mais pessoas terão câncer e correrão o risco de morrer prematuramente por causa da doença. (BRASIL, 2011). Brasil (2011) complementa ainda que, apesar das lentas, porém crescentes disponibilidades da assistência ao câncer, muitos pacientes ainda sofrem com sintomas e com o uso excessivo de terapias diversas, ineficazes e caras durante a fase avançada da doença, na tentativa de minimizar os sofrimentos. 4.2 Tratamentos oncológicos O tratamento do câncer, segundo o Ministério da Saúde (MS), é um dos componentes do Programa Nacional de Controle do Câncer. As modalidades de tratamento oncológico variam conforme o tipo de tumor e o estágio em que esse se apresenta. (OLIVEIRA; CRUZ; TOMOKO, 2012). Segundo Lorencetti e Simonetti (2005), os pacientes com câncer passam pela propedêutica que envolve uma série de testes diagnósticos e vários exames na tentativa de escolher o melhor método para o tratamento. Uma vez escolhido corretamente, nessa fase pode ocorrer a erradicação completa da doença maligna, com a contenção do crescimento das células cancerosas, obtendo, assim, uma sobrevida prolongada ou alívio dos sintomas associados ao processo canceroso. Os tratamentos mais utilizados no Brasil são o cirúrgico, a quimioterapia e a radioterapia. Quando não erradicada a doença, são administrados cuidados paliativos com a finalidade de promover maior qualidade de vida. 16 4.2.1 Tratamento cirúrgico De acordo com Costa e Leite (2009), o tratamento cirúrgico foi a primeira modalidade de tratamento que significativamente alterou o curso de uma neoplasia. Atualmente, mais de 60% dos pacientes com câncer são tratados cirurgicamente, e a cirurgia também é usada no diagnóstico e estadiamento em mais de 90% de todos os casos de câncer. Para Santos, Piccoli e Carvalho (2007), a cirurgia oncológica envolve vários aspectos que podem desencadear sentimentos diversos nos pacientes. O estado emocional é o mais comprometido, pois os pacientes não estão preparados para tais situações e são acometidos pelas incertezas do diagnóstico, ou pela confirmação deste no próprio ato cirúrgico, pelo resultado da cirurgia, com a imagem corporal, com alterações em sua rotina diária ou simplesmente pelo período de internação que, nesses casos, podem ser longos e frequentes. Dessa forma, as autoras supracitadas, acreditam que as cirurgias oncológicas devem ser avaliadas em conjunto com o paciente e seus familiares, considerando que os efeitos da cirurgia sobre a imagem corporal, autoestima e capacidade funcional podem desencadear respostas emocionais graves. A cirurgia pode ser realizada para a definição do diagnóstico, ser profilática, paliativa, o principal método de tratamento ou, ainda, ter a finalidade reconstrutora. (SANTOS; PICCOLI; CARVALHO, 2007) Para Smeltzer et al. (2011), a elaboração do diagnóstico é realizado através da biopsia, numa cirurgia, onde se coleta uma amostra do tumor para a análise das células suspeitas de serem malignas. A biopsia excisional é empregada para a remoção do tecido normal além da área tumoral, que causa a diminuição da possibilidade das células patológicas microscópicas residuais levarem a uma recidiva do tumor. A biopsia incisional é quando o tumor abrange uma área extensa, onde se coleta apenas uma pequena amostra para análise. A biopsia por agulha é realizada através da aspiração dos fragmentos de uma área suspeita de comportar a doença. Ainda conforme as mesmas autoras supracitadas, a cirurgia profilática envolve a remoção de tecidos desvitalizados ou órgão que estejam com risco aumentado para desenvolver o câncer. São levados em consideração a história familiar, consequentemente, a predisposição genética, presença ou ausência de sintomas, riscos e benefícios potenciais, tendo a capacidade de detectar o câncer em um estágio precoce. O tratamento cirúrgico paliativo tem a finalidade de reduzir a população de células tumorais ou de controlar sintomas que põem em risco a vida do paciente ou comprometem a sua qualidade de vida. (BARBOSA et al., 2008). 17 A cirurgia reconstrutora pode suceder a cirurgia curativa ou radical em uma tentativa de melhorar a função ou obter um efeito estético mais desejável. Ela pode ser realizada em uma operação ou em estágios. (SMELTZER et al., 2011). Barbosa et al. (2008) afirmam que o tratamento cirúrgico é definido como curativo quando indicado nos casos iniciais da maioria dos tumores sólidos. A ressecção curativa é aquela em que todo o câncer visível é removido e as margens cirúrgicas são microscopicamente livres de lesão. Essas margens livres representam segurança na cirurgia oncológica, em que dois centímetros podem ser suficientes em uma margem da ressecção, que pode variar de acordo com a localização e o tipo histológico do tumor. Essa margem representa a retirada total do câncer, promovendo um espaço de segurança onde não há existência de resquícios tumorais. De acordo com Santos, Piccoli e Carvalho (2007), o relacionamento interpessoal entre enfermeiro e paciente no momento pré-cirúrgico torna-se imprescindível na redução de complicações e traumas, no que se refere ao aspecto emocional do paciente. O enfermeiro nessa situação tem que elaborar estratégias para adquirir a confiança do paciente, para que o mesmo possa expressar seus temores e realizar questionamentos acerca dos procedimentos e situações ao qual será exposto devido à terapia cirúrgica. 4.2.2 Tratamento quimioterápico A quimioterapia consiste no emprego de substâncias químicas, isoladas ou em combinação, com objetivo de tratar as neoplasias. São drogas que atuam em nível celular, interferindo no seu processo de crescimento e divisão. (BONASSA; SANTANA, 2005). Para as autoras supracitadas, o crescimento e o desenvolvimento das células normais ou tumorais ocorrem através da divisão celular, que é denominada de ciclo celular; tais células se dividem ativamente nas fases Gl, S, G2 e M. A fase G0 é de descanso e, por isso, nela não ocorre a divisão celular. Devido a não ocorrência dessa divisão, os efeitos das drogas quimioterápicas são pouco vulneráveis e se tornam as grandes responsáveis pelas recidivas e a ocorrência de metástases. Por esse motivo, quando a célula passa para a fase G1, começa desenvolver a divisão, ocorrendo em um período rápido e se proliferando para os demais tecidos. À medida que o tumor cresce, ocorre uma competição entre as células em busca de nutrientes, oxigênio e espaço, e o número de células ativas em reprodução diminui. (BARBOSA et al., 2008). 18 Dessa forma, para os mesmos autores, um dos objetivos do tratamento do câncer é reduzir o tamanho considerado das células, em que a velocidade de crescimento aumenta e as células tornam-se mais suscetíveis à quimioterapia em decorrência de uma função de divisão celular aumentada. Smeltzer et al. (2005) revelam que os agentes quimioterápicos são classificados pelo agrupamento químico, cada qual com um diferente mecanismo de ação. São classificados em seis grupos principais: os alquilantes, agentes múltiplos, antimetabólicos, antibióticos antitumorais, alcaloides vegetais e agentes hormonais. Os agentes antineoplásicos são tóxicos a qualquer tecido de rápida proliferação, que possuem como característica alta atividade mitótica e ciclos celulares curtos, quer sejam normais ou cancerosos. (SILVA; REIS, 2010). A exposição da célula neoplásica a mais de um quimioterápico é capaz de retardar o mecanismo de resistência tumoral, possibilitando melhores respostas ao tratamento. (BARBOSA et al., 2008). De acordo com Bonassa e Santana (2005), os agentes quimioterápicos têm intuito de destruir ou reduzir basicamente cada tipo de tumor. A extensão da doença e do estado geral do paciente são fatores importantes para acabar com as evidências da neoplasia e, consequentemente, proporcionarem a cura. Dessa forma, o tratamento com a quimioterapia pode ser desenvolvido em vários períodos, até mesmo no cuidado paliativo. Para Barbosa et al. (2008) a quimioterapia paliativa proporciona a melhora na qualidade de vida do paciente, minimizando os sintomas decorrentes da proliferação tumoral, aumentando seu tempo de sobrevida em função de uma redução importante do número de células neoplásicas. A aplicação da quimioterapia paliativa varia de três a doze meses, dependendo do tipo tumoral ou intervalo do esquema terapêutico. Segundo Marques e Pierin (2008), a indústria farmacêutica vem desenvolvendo drogas para tratar o câncer com efeitos tóxicos menos agressivos, as quais, além de bem toleráveis, também são de fácil manejo: tratam-se das drogas antineoplásicas administradas por via oral. Para as mesmas autoras, as drogas orais têm uma aceitabilidade positiva, uma vez que o paciente pode permanecer em seu vínculo familiar ou no trabalho, evitando o deslocamento para as unidades de tratamento, além de contar com a eliminação da necessidade do acesso venoso e, ainda, alguns medicamentos são associados com menos efeitos colaterais, causando um forte impacto na qualidade de vida dos pacientes. Bonassa e Santana (2005) afirmam que, se necessário, pode haver a diluição da medicação somente em água, recomendando-se a administração logo em seguida à diluição. 19 Em casos de vômitos após a ingestão do quimioterápico, deve-se administrar nova dose do medicamento. Se persistirem os vômitos é indicado suspender a administração. Nesse contexto, Marques e Pierin (2008) revelam que muitos dos pacientes não realizam o tratamento corretamente, admitem que às vezes se esquecem de ingerir os medicamentos no horário ou até mesmo não tomam a medicação e, por fatores emocionais, acabam sem tomá-las por acharem desnecessário. Essa não adesão correta ao tratamento pode trazer agravos à saúde do paciente; cabe, portanto, aos profissionais da enfermagem orientar aos familiares e aos pacientes quanto à importância da adesão, para que a medicação passe a ser rotineira em suas vidas. O enfermeiro deverá ajudar o paciente a criar estratégias para não esquecê-las e fazer o uso contínuo dos medicamentos. Considerando a administração das drogas antineoplásicas, Brito e Lima (2012) mencionam que a via endovenosa é a mais usada para a administração dos medicamentos e consideram uma das mais seguras no que se refere à absorção; no entanto, essa via de administração requer cuidados especiais, principalmente quando se administram quimioterápicos vesicantes, denominação dada a um agente capaz de produzir grave destruição tecidual quando extravasado. Nesse sentido, Correia, Albach e Albach (2011) informam que a região do antebraço é o melhor local para que sejam administrados os quimioterápicos, por estar longe das articulações. Locais como o dorso da mão, fossa anticubital, dorso do pé e punho, são locais que, se ocorrer danos, como necrose tissular, que afetam de forma irreversível tendões e nervos dos pacientes, devem ser evitados. Veias menos tortuosas são as melhores para realizar a administração, por favorecerem a técnica de punção e, consequentemente, evitar a ocorrência do extravasamento. Nesse âmbito, Brito e Lima (2012) relatam que o extravasamento ocorre de forma acidental e representa cerca de 6% de ocorrências nos pacientes. As consequências variam de leve eritema e desconforto, até dor severa, necrose do tecido, ulceração de pele e invasão de estruturas profundas, tais como tendões, nervos e vasos sanguíneos. É preciso desconfiar do extravasamento quando o paciente se queixar de dor durante a infusão, mesmo que não haja evidência visual. Os sinais e sintomas imediatos do extravasamento são a diminuição ou parada do gotejamento, resistência durante a infusão, diminuição ou ausência de retorno venoso, presença de edema e hiperemia e queixa de queimação. Já os sinais tardios são a ulceração, vesículas e necrose. (SCHNEIDER; PEDROLO, 2011). 20 Ainda conforme Correia, Albach e Albach (2011), é recomendada a infusão de soro fisiológico 0,9% de 10 a 20 ml previamente à administração dos quimioterápicos, devendo-se observar a área que se encontra puncionada, verificando-se se não apresenta edema e hiperemia, pois, conforme já foi dito, são sintomas de extravasamento. Após essas certificações, caso constate-se um bom posicionamento do cateter, pode-se iniciar a infusão das drogas. Os mesmos autores acrescentam ao revelar que a pouca experiência na manipulação e cuidados com pacientes em uso de quimioterápicos pode contribuir para maiores erros, que provocam efeitos adversos nos pacientes e ainda expõem o trabalhador a maiores riscos à sua saúde. Nesse sentido, a elaboração da educação continuada pelos enfermeiros é uma estratégia que tem por finalidade repassar as informações sobre a importância dos quimioterápicos, manuseio como os mesmos, cuidados na administração e o uso do equipamento de proteção individual (EPI’s) para que se possam evitar erros e acidentes e prejudicar a saúde tanto do paciente que se encontra em tratamento como da equipe que realiza a assistência do mesmo. A toxidade dermatológica local de grande parte dos quimioterápicos impede a aplicação intramuscular e subcutânea dessas drogas. Além disso, a absorção mais lenta e menos precisa constitui-se em mais um fator limitante a essas vias de administração. (BONASSA; SANTANA, 2005). As autoras citadas complementam quando informam que com o desenvolvimento dos fármacos no mercado surgiram bons quimioterápicos, mas estes necessitam de cuidados especiais para a sua administração, rigores absolutos de assepsia, punção cuidadosa utilizando-se agulha de menor calibre possível, rodízio adequado das áreas de aplicação e efetiva compressão local após a infusão no sítio da punção. A administração dessas drogas quimioterápicas deve ser realizada por profissionais capacitados e treinados. De acordo com Brasil (2013), os quimioterápicos apresentam um esquema terapêutico que pode ser administrado por dia, semana, quinzena, de três em três, de quatro em quatro, cinco em cinco semanas ou de seis em seis semanas. Quando se completa a administração do esquema do quimioterápico, diz-se que se aplicou um ciclo. Portanto, sua administração é aplicada em ciclos que consistem em um ou mais medicamentos a intervalos regulares. Dessa maneira, a quantidade máxima de meses geralmente varia de seis a doze meses, tempo esse que será determinado pela resposta tumoral máxima, mesmo que transitória, quando, então ao controle do doente, até a próxima manifestação de sintoma ou recidiva tumoral, quando, novamente, se indica a quimioterapia, sob o mesmo código de procedimento, ou não. (BRASIL, 2013). 21 Há vários tipos de tratamentos quimioterápicos e cada um deve ser aplicado de acordo com cada especificidade. (BARBOSA et al., 2008). Bonassa e Santana (2005) revelam sobre a quimioterapia potencializadora, que é quando se faz a utilização da radioterapia juntamente com quimioterápicos, tendo como objetivo principal potencializar o efeito dos antineoplásicos no local irradiado, o que, conceitualmente, não interfere no efeito sistêmico do tratamento. Para Machado e Sawada (2008), a quimioterapia adjuvante é utilizada uma vez que foi retirado o tumor cirurgicamente, porém, o reaparecimento da doença pode ocorrer através de possível micro metástases. Portanto, o tratamento através da quimioterapia adjuvante consiste em, justamente, erradicar as micrometástases, diminuindo a chance de recidiva e aumentando a sobrevida do paciente. A quimioterapia neoadjuvante é aplicada no período pré-operatório, significa a aplicação de antineoplásicos que podem contribuir para a redução tumoral, tornando a ressecção cirúrgica mais fácil e econômica, permitindo a preservação funcional do órgão. (BONASSA; SANTANA, 2005). Barbosa et al. (2008) informam que após realizar o tratamento quimioterápico deve ser realizada uma avaliação da resposta terapêutica obtida pelos pacientes. Nesses casos, mensura-se o tamanho que se encontra as lesões tumorais e verifica-se se a resposta foi obtida, baseando-se na avaliação do volume tumoral e nos índices de marcadores das lesões, podendo-se, então, determinar o que ocorreu e se houve redução do tumor. Essa avaliação é a mais fidedigna. Ainda, segundo os autores, se após a avaliação da medição ocorrer o desaparecimento completo da doença, pode-se dizer que o paciente apresentou uma boa resposta terapêutica. Mas, se a doença apresentar-se estável, com a redução de menos de 50% ou até um aumento de 25% no produto de diâmetros de quaisquer lesões mensuráveis, deve ser reavaliado o tratamento. Essa mensuração do tamanho da lesão deve ser reavaliada sempre com o objetivo de monitorar e acompanhar a regressão e a proliferação do tumor. De acordo com Bonassa e Santana (2005), quando a resposta for parcial haverá redução da massa de 50% da soma dos produtos de um diâmetro de todas as lesões mensuráveis. Essa diminuição das medidas deve continuar pelo menos por quatro semanas. Se não houver aumento mais que 25% em qualquer lesão, não deverão surgir novas lesões. Dessa forma, as autoras supracitadas informam ainda que na doença pode surgir a progressão da massa tumoral, que representa um aumento de pelo menos 25% da soma dos produtos de diâmetros máximos e de um diâmetro perpendicular de qualquer lesão 22 mensurável ou surgimento de novas lesões. Se apresentar um aumento progressivo da lesão, deve ser elaborada outra forma terapêutica. Contudo, Barbosa et al. (2008) informam que a terapia antineoplásica apresenta os seus efeitos tóxicos diferentes em qualidade e intensidade, uma vez que os tecidos normais se recuperam totalmente antes das células neoplásicas, sendo, então, possível realizar o tratamento. É nessa diferença de comportamento celular que a quimioterapia se baseia em sua eficácia. 4.2.3 Tratamento radioterápico A radioterapia é um tratamento localizado que usa radiação ionizante produzida por aparelhos ou emitida por radioisótopos naturais. A dose total é fracionada em aplicações diárias por um período variável de até dois meses. (LORENCETTI; SIMONETTI, 2005). De acordo com Campos e Leite (2010), a terapia de radiação tem sido usada há mais de 100 anos, é um método comprovado para controlar malignidades, que possibilita o aumento da sobrevida de indivíduos acometidos por câncer. O objetivo da radioterapia é alcançar um índice terapêutico favorável, levando as células malignas a perderem a sua clonogenicidade e, ao mesmo tempo, preservando os tecidos normais. (BARBOSA et al., 2008). Já para Lorencetti e Simonetti (2005), a escolha do tratamento com a radioterapia ocorre em três aspectos: quando não há outro método curativo para o tratamento, quando a terapia alternativa é considerada tóxica ou quando é considerada como função paliativa em casos avançados. Tem o objetivo de interromper o crescimento e o desenvolvimento de células cancerosas e normais. Smeltzer et al. (2005) nos revelam que a radiação interna ou braquiterapia acontece através da liberação de uma dose elevada de radiação para uma área localizada. Pode ser realizada por meio de agulhas e sementes, cápsulas de platina com iodo, em pacientes portadores de câncer de próstata, pode ser administrada com um implante temporário de cateteres dentro das cavidades orgânicas como na vagina, abdome, pleura ou mama e, ainda, na próstata. A braquiterapia pode ser administrada temporariamente ou permanentemente. Quando é administrada em uma dose mais baixa, ela pode ser aplicada por um período mais prolongado. Uma das vantagens que ela apresenta em determinados casos é o fato de poder 23 ser aplicada por um tempo mais curto, reduzindo assim o período do tratamento. (SMELTZER et al., 2005). Lorencetti e Simonetti (2005) revelam a existência de várias formas de administração da radiação interna. A braquiterapia intralumina envolve a inserção de cateter ou tubos ocos nos lumens dos órgãos, de tal modo que radioisótopo possa ser liberado o mais próximo possível do leito tumoral. As autoras afirmam que quando é indicada a radioterapia paliativa, a mesma tem o objetivo de tratar o local do tumor primário ou de metástase sem influenciar a taxa da sobrevida global do doente. Normalmente, a dosagem aplicada é menor do que a dose máxima permitida para a área. A radioterapia também pode ser aplicada no período do préoperatório, que tem como finalidade reduzir o tumor e facilitar o procedimento operatório, e na fase de pós-operatório com a intenção de esterilizar possíveis focos microscópicos do tumor, para que, eventualmente, não ocorra surgimento de novos focos de células malignas na região diagnosticada. (LORENCETTI; SIMONETTI, 2005). Barbosa et al. (2008) complementam quando informam que as terapias modernas têm perspectiva de serem curativas ou paliativas. A teleterapia é considerada uma terapia por feixes externos de curta distância, quando a fonte emissora de radiação se encontra a cerca de um metro de distância do paciente. Nesse tipo de tratamento, têm os feixes de Raios X, Radiação Gama, elétrons de alta energia e nêutrons. De acordo com o planejamento terapêutico, o fracionamento varia de 25 a 35 aplicações. 4.2.4 Cuidado paliativo Anteriormente, o cuidado paliativo era comparado historicamente com o termo “hospice”, que definia abrigo, destinados a receber e cuidar de peregrinos e viajantes. Existem alguns relatos feitos no século V, quando Fabíola, discípula de São Jerônimo, cuidava de viajantes vindos da Ásia, da África e dos países do leste no Hospício do Porto de Roma. Foi nessa época que surgiram as novas ideias sobre o cuidado, cuidados esses que deveriam ser dados a pessoas que já não possuíam indicação de tratamento curativo. (BRASIL, 2009). Segundo Pessini e Bertachini (2005), o conceito de cuidado paliativo teve sua origem em movimento hospice idealizado por Dami Cecily Eaunders, que começou a sua carreira profissional como enfermeira e assistente social e depois estudou medicina com a finalidade de cuidar bem dos pacientes terminais esquecidos pelos médicos tradicionais. A mesma descreveu a filosofia do cuidado da pessoa que está morrendo, com o objetivo de aliviar o 24 sofrimento físico, psicológico, social e espiritual, tendo, assim, a finalidade exclusiva de cuidar. O Comitê de Câncer da OMS foi quem desenvolveu um grupo de trabalho responsável por definir políticas para o alívio da dor e cuidados do tipo “hospice” que fossem recomendados em todos os países para pacientes com câncer. O termo cuidado paliativo, já utilizado no Canadá, passou a ser adotado pela OMS devido à dificuldade de tradução adequada do termo “hospice” em alguns idiomas e foi determinado que em pacientes fora de possibilidade terapêutica fossem desenvolvidos os cuidados paliativos. (BRASIL, 2009). Para Pessini e Bertachini (2005), os pacientes que estão com doenças avançadas ou em estado terminal têm basicamente os mesmos direitos que os outros pacientes, tais como o direito de passar a ter cuidados médicos apropriados, apoio pessoal e informação, mas também o direito de recusar procedimentos diagnósticos e ou tratamentos, quando estes simplesmente nada acrescentam diante da morte prevista. Os cuidados paliativos já foram vistos como aplicáveis exclusivamente no momento da morte iminente. Hoje, os cuidados paliativos são oferecidos no estágio inicial do curso de uma doença progressiva, avançada e incurável. (BURLÁ; PY, 2014). De acordo com Kruse et al. (2007), o tratamento paliativo tem início quando a terapêutica curativa deixa de ser utilizada por não mais haver prognóstico de cura, estando associada a uma intervenção na assistência que não tem a finalidade de antecipar a morte nem de prolongar a vida, estando voltada para o controle dos sintomas e melhora na qualidade de vida do paciente, para que vivam tão ativamente quanto possível nessa etapa tão difícil da vida. À medida que a doença avança e o tratamento curativo deixa de oferecer um controle razoável, os cuidados paliativos crescem em importância, passando a ser considerados como uma necessidade absoluta na fase em que a incurabilidade se torna uma realidade. (OLIVEIRA; CRUZ; TOMOKO, 2012). Para Lemos e Santana (2011), os cuidados a serem administrados podem ser em ambiente hospitalar, ambulatorial e domiciliar. A execução adequada dos cuidados paliativos preconiza uma atenção individualizada para cada doente e à sua família, na busca da perfeição no controle de todos os sintomas e na prevenção do sofrimento, possibilitando, simultaneamente, sua maior autonomia e independência. Essa estratégia deve ser adaptada a cada país ou região de acordo com aspectos relevantes como: disponibilidade de recursos materiais e humanos, tipo de planejamento em saúde existente, além dos aspectos culturais e sociais da população atendida. 25 Desse modo, Brasil (2009) relata que a OMS definiu o cuidado paliativo como um cuidado ativo e total para pacientes cuja doença não é responsiva ao tratamento. Busca o controle da dor, de outros sintomas, de problemas psicossociais e espirituais. O objetivo do cuidado paliativo é proporcionar a melhora da qualidade de vida, possível para pacientes e familiares. A proposta a ser desenvolvida pela OMS baseia-se em princípios que regem a atuação das equipes multiprofissionais na elaboração dos cuidados paliativos que são definidas para promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis, afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida, sem acelerar e não adiar a morte. Brasil (2009) enfatiza, dessa forma, que cuidado paliativo nada tem a ver com eutanásia, como muitos ainda insistem em afirmar. A ênfase dos princípios dos cuidados paliativos é integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente, oferecer um sistema de suporte que possibilite ao mesmo viver tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte, promover uma assistência aos familiares, para que possam superar esses momentos em que o tratamento parece não ter boas expectativas e o processo de luto, além de melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia, radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhorar, compreender e controlar situações clínicas estressantes. Diante disso, Silva e Fernandes (2006) perceberam que ainda existem muitas mudanças a serem realizadas, devendo ser um longo caminho a percorrer para que o cuidado paliativo seja olhado a partir de uma postura ética. Sabe-se que uma assistência eficaz depende da postura de cada profissional em procurar mais conhecimento e trabalhar seus próprios conflitos com compromisso, a fim de assistir o paciente com responsabilidade e prestar um atendimento holístico. Esse cenário indica a necessidade urgente do conhecimento dos conceitos fundamentais em cuidados paliativos, bem como do empreendimento de esforços para se estabelecerem políticas de saúde voltadas para os indivíduos ao final da vida. (MACIEL et al., 2006). Ainda de acordo com os autores supracitados, estar bem informados sobre a doença, recebendo apoio e orientação quanto aos cuidados a serem prestados, diminui a ansiedade de familiares e pacientes, aproximando-os da equipe profissional e criando uma atmosfera de confiança e segurança. Portanto, o cuidado paliativo deverá ser proposto para pacientes portadores de doença grave, progressivas e incuráveis, que ameacem a continuidade da vida. (BRASIL, 2009). 26 4.3 A enfermagem e os cuidados paliativos O aspecto do cuidado na prática profissional dos enfermeiros visa prestar uma assistência holística, envolvendo a família e os hábitos sociais que envolvem o bem-estar e a qualidade de vida do paciente. (BRASIL, 2009). Cuidado é entendido como ir ao encontro, dar sentido às existências, buscar transpor a realidade do sofrimento e da dor, mediante formas criativas e efetivas e vislumbrando novos horizontes do cuidado. (STUMM; LEITE; MASCHIO, 2008). Especificamente no âmbito dos cuidados paliativos, o enfermeiro exerce seu papel desenvolvendo ações práticas e gerenciais em maior consonância com toda a equipe de saúde, cujos profissionais, nesse momento tão específico do tratamento terapêutico, convergem seus discursos para a estrutura do cuidado ante a estrutura da cura. (BRASIL, 2009). O cuidado paliativo não se baseia em protocolos, mas em princípios. Não se fala mais em terminalidade, mas em doença que ameaça a vida. Indica-se o cuidado desde o diagnóstico, expandindo nosso campo de atuação. (BRASIL, 2009). Para Araújo e Silva (2007) é errado pensar que não há mais nada a se fazer pelo paciente sem possibilidades de cura e que ele somente espera a morte, pois enquanto houver vida existe a necessidade do cuidado de enfermagem. Nesse sentido, a atuação da equipe de enfermagem é primordial e indispensável para o cuidado por proporcionar o máximo de conforto ao paciente sob cuidados paliativos, ajudando-o a vivenciar o processo de morrer com dignidade, para que possa utilizar-se, da melhor forma possível, do tempo que ainda lhe resta de vida; isso é fundamental. Assim, Quintana et al. (2006) conceitua que a interpretação do significado da fase terminal da vida tem para os profissionais que dela se ocupam uma ferramenta importante para permitir à equipe de saúde uma melhor aproximação dos pacientes. Dessa maneira, ocorre um benefício duplo: por um lado, para o paciente seria conveniente, pois, na medida em que a equipe não mais o excluísse e juntamente com ele se relacionasse, sem receio de escutar as suas preocupações, estaria colaborando para a sua saúde mental e, consequentemente, produziria efeitos positivos em relação aos sintomas físicos como dores e falta de energia; por outro lado, essa aproximação seria benéfica para os próprios profissionais de saúde, desprovidos da culpa pelo abandono a que submeteram seu paciente e asseguraria o conforto de saber que ajudaram ao doente a enfrentar uma das fases mais difíceis da vida. Nesse sentido, para Waterkemper e Reibnitz (2010), o enfermeiro que executa os cuidados paliativos busca, através do seu entendimento, aliviar ou sanar qualquer tipo de 27 desconforto que o paciente ou família apresente, como as dores. A ele, designa-se papel importante na avaliação da dor oncológica, devendo orientar e implementar os cuidados terapêuticos e auxiliar na avaliação da eficácia do tratamento, apoiando o indivíduo e a família durante todo o processo da doença. No entanto, para poder proporcionar esses cuidados, é fundamental que o profissional desenvolva conhecimentos sobre a dor e, por meio deles, alcance condições de avaliar e dimensionar a sua complexidade. Para as autoras citadas, a dor é um dos sinais e sintomas que o paciente oncológico mais apresenta e relata. O seu controle, para o alívio do desconforto e sofrimento, é uma das preocupações mais persistentes no cotidiano dos enfermeiros que trabalham com esse tipo de paciente, principalmente nas unidades de cuidados paliativos. De acordo com Sousa et al. (2009), o câncer tem sido visto como uma doença irreversível e cheio de significados para o paciente e equipe de saúde, que se estabelecem a partir de uma convivência com mitos, medos e incertezas, formados desde o momento em que há possibilidades do seu diagnóstico. Apesar de ser uma patologia que apresenta vários sintomas, ela ainda se constitui de uma infinidade de sofrimentos, idas e vindas aos hospitais, angústias que são demonstradas pelos familiares que então constantemente juntos, a mudança drástica em que o paciente irá estabelecer em sua vida, o desespero, medo e o descontrole emocional desencadeado pelo fato da sensação de morte iminente. Assim, para Salci e Marcon (2011), o período em que o paciente se encontra em tratamento é acompanhado por uma acumulação emocional intensa, que envolve vários sentimentos negativos, principalmente por parte dos familiares. Para eles, cuidar de um ente querido com câncer é crucial, mesmo com a presença das manifestações de solicitude ao doente, em alguns momentos, ao sentirem e verem o sofrimento, também vivenciam sentimentos de revolta diante da situação. Silva et al. (2012) ainda revelam que muitos enfermeiros se sentem despreparados para lidar com o sofrimento do paciente e familiares, manifestado através de revolta, medo, insegurança e da própria perspectiva da morte. Essa dificuldade do profissional pode estar relacionada ao sentimento de impotência. Dessa forma, os profissionais sentem-se perdidos, perplexos, cansados e frustrados, não sabendo como lidar com as mudanças ocorridas no processo de adoecer do paciente com o câncer. Segundo Silva et al. (2012), esse sentimento pode estar relacionado ao despreparo na formação acadêmica, pois em muitas instituições de ensino não consta em seus currículos a disciplina de oncologia; além disso, nesses discentes, e até mesmo enquanto profissionais, não se percebe a busca de conhecimentos específicos na área de oncologia, deixando a cargo das 28 instituições de saúde que seja feita a capacitação em serviço, com abordagem de temas relacionados ao atendimento do paciente com câncer a fim de promover aperfeiçoamento profissional e, consequentemente, a melhoria da assistência. Os autores complementam, ainda, que mesmo não sendo proposital essa atitude prejudica os cuidados prestados ao paciente e que nesse momento busca a sua própria autonomia, intensificando o desejo de falar e de ser ouvido. Para Stumm, Leite e Maschio (2008), nesse aspecto, a enfermagem deve identificar suas próprias dificuldades relacionadas ao câncer e estabelecer estratégias de enfrentamento, buscando uma assistência qualificada e eficaz que possibilite minimizar o sofrimento de todos os envolvidos no processo de cuidar. Dessa forma, a assistência de enfermagem exige presença, flexibilidade, corresponsabilidade, partilha de sentimentos, conhecimentos e solidariedade. Assim sendo, cabe ao profissional da enfermagem prestar assistência à pessoa com câncer trabalhando com a vida, não importando quanto tempo ainda lhe reste, pois ela necessita de cuidado integral, constituído de ações para manutenção e qualificação da vida, mesmo sabendo que pouco pode ser elaborado para aquele em que se encontra em fase terminal. (STUMM; LEITE; MASCHIO, 2008). Os autores supracitados complementam ao considerar que a assistência é uma ação fundamental para a promoção e recuperação da saúde. A atuação da equipe de enfermagem é essencial, principalmente para pacientes portadores de neoplasias, quando não há perspectivas de cura e nem de sobrevida. Cabe aos profissionais que lidam com esses pacientes ter um conhecimento técnico, cientifico e emocional para que possam ser realizados planejamentos de atividades educativas e preventivas, detecção precoce, cuidados e reabilitação, envolvendo equipe, pacientes e familiares. Para Silva et al. (2012), nos dias de hoje, o atendimento ao pacientes com câncer cresce rapidamente, pois, cada vez mais, os mesmos procuram o serviço de saúde para o atendimento de suas necessidades. Muitos profissionais relatam ter um convívio positivo com o paciente com câncer. O conhecimento da doença, a atividade de exercer educação em saúde, a recuperação e o contato entre ambas as partes fazem com que se sintam integrados e úteis na prestação da assistência. De acordo com Kluser et al. (2011), é no vivenciar do cuidado que o profissional de enfermagem reconhece como tal e percebe a sua forma de cuidar. A compreensão de si como enfermeiro se revela, em sua vivência, a maneira particular de ver e sentir o cuidado. Sua 29 satisfação é obtida mediante a aproximação do paciente, a formação de vínculo contemplando o atendimento das reais necessidades que o mesmo almeja e anseia. 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de uma doença de proliferação rápida e com grande poder de destruição de células, o câncer apresenta nos dias atuais uma evolução drástica não só para a sociedade brasileira, mas para todo o mundo, por demonstrar ser uma doença silenciosa, possuir constantes fatores que predispõem a evolução da patologia e porque quando ocorrem os aparecimentos dos sintomas, muitas das vezes já não há tratamento efetivo para a mesma. Mediante a situação, o MS tem a pretensão de levar a saúde para mais perto das famílias nas comunidades e, com isso, melhorar a qualidade de vida, optando-se pelas ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma integral e contínua, em todas as fases da vida. Com essa ampliação, as possibilidades de atendimento fora dos espaços tradicionais dos serviços de saúde, especialmente dos hospitais, que tem como objetivo prestar cuidado às pessoas acometidas por doenças crônicas, permitirá que assistência possa ser realizada de forma a ajudar os pacientes, que se encontra debilitados, assim como os seus familiares, que necessitam de auxílio no decorrer dos tratamentos. Os programas existentes no SUS têm intuito de orientar, cuidar, tratar e prevenir novas comorbidades, dando orientações que favorecem uma qualidade de vida cada vez mais saudável. Hoje, com o desenvolvimento tecnológico, já existem até mesmo métodos profiláticos em relação ao câncer. Vários são os tipos de terapias disponíveis, como a quimioterapia, radioterapia, além dos tratamentos cirúrgicos; porém, nem todos os pacientes portadores dessa patologia possuem a indicação dos métodos citados. Devido à abrangência da doença, muitas vezes pelo diagnóstico tardio, o paciente deve ser submetido ao tratamento paliativo. Esse tratamento, abraçado por uma filosofia que preza o cuidar, visa tratar de forma holística a pessoa que está fora das possibilidades terapêuticas previstas. Diante da doença progressiva, e muitas vezes irreversível, que ameaça a vida, as medidas de cuidado buscam o conforto e a manutenção da qualidade de vida, além da dignidade humana no processo de morrer. O enfermeiro, da mesma maneira que os profissionais da equipe interdisciplinar que prestam a assistência referente aos cuidados paliativos, necessita demonstrar conhecimento técnico e cientifico para que seja planejada uma assistência integrada, onde os pacientes possam ser participativos e se sentirem interligados aos cuidados a serem desenvolvidos. Essas assistências envolvem não somente os pacientes que se encontram em tratamento, mas seus familiares, que estão diretamente ligados ao cuidado do ente que se 31 encontra debilitado, cansado e, em muitos casos, já na fase terminal. Essas ações exigem muita dedicação do familiar, provocando-lhe desgaste intenso, físico e emocional. Nesses casos, a reação psicológica, o medo, a ansiedade e a raiva chegam a representar uma ameaça, pois os familiares começam a não aceitar as fases que a doença apresenta, demonstrando insegurança e revolta, prejudicando ainda mais o paciente. O enfermeiro tem um papel promissor em relação os sentimentos desenvolvidos, por ser o profissional que se encontra constantemente interligado aos cuidados, portanto deve respeitar e orientar os familiares nesses momentos. Assim sendo, os enfermeiros que se encontram na assistência paliativa precisam estar preparados psicologicamente e emocionalmente, pois as situações presenciais com que deverão se deparar não são fáceis de lidar. Dessa forma, e enfermeiro necessariamente precisa estar sempre buscando novos conhecimentos e técnicas a serem elaboradas e, principalmente, amar a profissão, respeitar e demonstrar carinho ao próximo e gostar de prestar a assistência aos pacientes, e só assim o seu trabalho terá resultados satisfatórios. 32 REFERÊNCIAS ARAUJO, Monica M. T.; SILVA, Maria, J. P. A comunicação com o paciente em cuidados paliativos: valorizando a alegria e o otimismo. Revista Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 43, n. 03, p. 581-587, jun./ set. 2007. 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