Abordagens fisioterapêuticas no tratamento da

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Abordagens fisioterapêuticas no tratamento da fibromialgia
Geane Peres de Souza1
E- mail: [email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia2.
Pós- Graduação em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapia manual –Faculdade:Cambury
Resumo:
A presente pesquisa tem como escopo analisar a fibromialgia e as abordagens
fisioterapêuticas de tratamento. Sendo que a fibromialgia é uma síndrome
musculoesquelética não inflamatória, de caráter crônico, de etiologia desconhecida,
caracterizada por dor difusa, aumento da sensibilidade na palpação e por sintomas como
fadiga, insônia, ansiedade, depressão, intolerância ao frio e queixas otológicas. Como
metodologia utilizou-se uma revisão bibliográfica no banco de dados Scielo, Google
acadêmico, Bireme, Lilacs, onde foram selecionados artigos datados de 2007 a 2013, porém
há citações de datas anteriores, visto a importância dos estudos. A pesquisa foi dividida em
três momentos, sendo o primeiro uma abordagem do processo histórico da fibromialgia e
suas características, o segundo momento demonstra as formas de tratamento e o terceiro e
último momento faz uma análise da importância do profissional de fisioterapia. O resultado
da pesquisa apresentou que a fisioterapia se destaca, no âmbito das intervenções físicas, pela
riqueza de recursos terapêuticos que podem controlar a sintomatologia da fibromalgia, onde
utiliza exercícios de baixa intensidade, que vão sendo aumentados gradativamente, para
melhorar a flexibilidade e a força muscular, o que, consequentemente melhora o
condicionamento físico e diminui a fadiga.
Palavras- chave: Fibromialgia; Tratamento; Fisioterapia.
1. Introdução:
A fibromialgia-FM é uma síndrome de caráter crônica não inflamatória, caracterizada por dor
vaga e difusa, com pontos dolorosos,fadiga crônica,distúrbio do sono e rigidez muscular.
Normalmente a fibromialgiaafeta mulheres de meia idade,mas pode afetar ambos os sexos em
qualquer idade, e o homem com menor proporção.
O distúrbio está bem disseminado. Todos os pacientes de clínicas reumatológicas até 2% de
cuidados primários e 15% são de todos os pacientes de clínicas reumatológicas que podem
apresentar-se como fibromialgia,tomando este terceiro distúrbio reumático mais comum,vindo
em seguida da osteoartrite e a artrite reumatoide (WIENTEIN, BUCKWALTER 2000).
Dentro deste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a fibromialgia e
as abordagens fisioterapêuticas de tratamento.
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Pós- Graduanda em: Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapia manual pela faculdade Cambury -2014
Graduada em Fisioterapia pela Universidade Paulista - UNIP 2011.
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Orientadora Prof. MSC. Dayana Priscila Maia Mejia
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E os objetivos específicos consistem em: apresentar o processo histórico da fibromialgia com
suas características; identificar as formas de tratamento e a importância do profissional de
fisioterapia na recuperação do paciente acometido por fibromialgia.
A importância da pesquisa consiste em verificar a importância do profissional de fisioterapia
na intervenção da questão, bem como chamar atenção para possíveis estudos, uma vez que
diversas doenças reumatológicas pelas suas manifestações e áreas de comprometimento
podem gerar alterações importantes.
2. Histórico
Em análise aos estudos iniciais da síndrome de fibromialgia datam de 1816, os primeiros
estudos realizado pelo médico britânico Willian Balfour. A partir de estudos realizados por
Traut em 1968 incluiu-se todos os sintomas cervicais, lombalgias, sendo assim recebeu na
literatura o nome de fibrosite.
A fibromialgia é uma síndrome antiga. Hipócrates já a descrevia como o reumatismo das
histéricas, ao relatar casos de mulheres com dor generalizada associada a importante
componente psiquiátrico. Durante muito tempo usou-se de forma inadequada e por
desconhecimento científico, o termo reumatismo psicogênico para descrever a fibromialgia.
Certamente a fibromialgia não é psicogênica, mas sofre influências do componente
psiquiátrico associado, como observado em outras condições dolorosas crônicas (YUNUS,
2009).
No entanto, até meados de 1935, os pesquisadores não haviam descoberto nenhum achado
inflamatório local que comprovassem a sintomatologia da fibrosite; então, o termo foi
substituído por fibromialgia. Assim, o conceito atual de fibromialgia foi introduzido por
Smythe e Moldofsky entre 1975 e 1977, ao descreverem a presença de pontos dolorosos
específicos (os chamados “tender points”) e as alterações do sono durante a fase 4 de sono
profundo de pacientes pesquisados (ARAÚJO, 2006).
Ademais, estudos demonstram que o termo fibromialgia foi proposto pela primeira vez por
Yunus e colaboradores em 1981. A partir daí vários critérios diagnósticos foram sendo
elaborados por diferentes grupos de pesquisadores. Em 1990 o Colégio Americano de
Reumatologia (ACR) nomeou um comitê que desenvolveu os critérios para a classificação da
fibromialgia e que têm sido utilizados até os dias de hoje.
A combinação de dor difusa, definida como bilateral, sobre e debaixo da cintura, e axial, com
pelo menos três meses de duração associada à presença de pelo menos 11 de 18 pontos
dolorosos previamente especificados, apresentou uma sensibilidade de 88,4% e uma
especificidade de 81,1% para o diagnóstico (FELDMAN, 2011).
Segundo Silva; Lage (2007) destaca-se que o marco para a fibromialgia aconteceu no ano de
1990, com a realização de um simpósio médico internacional, realizado pelo Colégio
Americano de Reumatologia (ACR), e a publicação do protocolo para diagnóstico da FM,
atualmente muito utilizado.
No ano de 1993, a Organização Mundial de Saúde (OMS) adotou este protocolo,
reconhecendo oficialmente a FM, através da declaração de Copenhagen. Ressalta-se ainda,
dizer que o envolvimento do sistema nervoso central (SNC) na fibromialgia foi descrito a
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partir de 1999 inicialmente por Russel, mas principalmente por Bennett, seguido
posteriormente por outros pesquisadores.
Com base nos estudos de Fildman (2001, p.22) a fibromialgia é caracterizada como:
“doença do sistema músculo-esquelético, associada a distúrbios mentais
somatoformes. Está presente fatores como: dor crônica, difusa, lancinante pelo
corpo e sensibilidade exacerbada a digito-pressão em determinados pontos, (tender
points). Alguns portadores apresentam adicionalmente fadiga crônica, alterações no
padrão de sono, distúrbios de humor, cefaléia, dificuldade de concentração, rigidez
muscular matinal de curta duração, sensação subjetiva de edema, fraqueza em
atividade mínima de exercício, parestesias, fenômeno de Raynaud, depressão, fobia
simples, doença do pânico e ansiedade”.
Ressalta-se que a obesidade é uma condição clínica que pode agravar os sintomas verificados
na FM e precisa ser considerada como situação significativa de comorbidade relacionada
aesta síndrome. Por muitos anos, a FM não foi considerada como uma patologia real e variava
de acordo com o especialista que a avaliava, muitas vezes considerada somente de fundo
psicogênico.
A princípio, a FM era conhecida como fibrosite, fibromialsite, reumatísmo muscular ou
miofacite. Segundo Skare (1999, p.232), em 1904 adotou-se o termo fibrosite para explicar
um tipo de dor lombar baixa que transformou em sinônimo de qualquer dor
musculoesquelética idiopática,difusa ou não (JACOMINE; SILVA, 2007 ).
Atualmente, a FM é uma síndrome de etiologia controversa e ainda não totalmente elucidada,
sendo denominada por especialistas de síndrome poliálgica difusa idiopática, considerada
fator real doloroso classificada pela Organização Mundial de Saúde -OMS através da
resolução M790 da décima classificação internacional de enfermidades.
Vale ressaltar que o diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico, não havendo
alterações laboratoriais específicas.
Segundo Cavalcante (2006, p. 72):
“A fibromialgia acomete 5% da população em geral e 10% da população brasileira na
faixa etária de 30 a 60 anos, podendo também ocorrer em crianças e idosos.
Considerando todos os acometidos por essa patologia, 93% são da etnia branca. Além
disso, a síndrome em questão afeta prioritariamente as mulheres, apresentando-se em
uma frequência de até 15 mulheres para cada homem e tem uma importante
prevalência na população geral”.
Ressalta-se que dados epidemiológicos populacionais recentes apontam que enfermidades
caracterizadas por dor crônica alcançam taxa superior a 46,5%. No caso específico da
fibromialgia aponta-se uma frequência entre 1%: e 4%, o que a coloca como o segundo
distúrbio reumatológico mais comum (JACOMINI; SILVA, 2007).
Maurizio; Rogers, (1997) classificam a fibromialgia em duas categorias, sendo elas, primária
ou secundária. A fibromialgia primária apresenta quadro clínico da doença sem haver relação
a outras patologias. Já a secundária ocorre quando o paciente fibromiálgico possui este
quadro de modo concomitantemente ou responsivo a outra patologia.
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Além da dor musculoesquelética difusa e crônica, a maioria dos pacientes com fibromialgia
apresenta fadiga generalizada, sensibilidade cutânea, dor após esforço físico e anormalidades
do sono, tais como sono intermitente e sensação de cansaço ao acordar. Muitos pacientes
relatam também redução da memória, cefaléia, cólon espástico, retenção líquida, bexiga
irritável, vertigens, nervosismo, rigidez articular, sensação de intumescimento nas mãos,
depressão e ansiedade (ARAÚJO, 2006).
Martinez (2008), relatam que estudos recentes sugerem que, nos indivíduos com FM, existe
uma alteração no processamento da dor que leva a uma ampliação da percepção dolorosa.
Segundo eles, as respostas alteradas a um estresse biológico são componentes centrais do
mecanismo da doença.
Além disso, esses processos fisiopatológicos também são influenciados por fatores genéticos,
hormonais e ambientais.
Para Martinez (2008), a dor muscular é com certeza o principal sintoma. Várias descrições já
foram atribuídas a essa dor (peso, aperto, queimação, etc), mas, geralmente, ela é referida
como generalizada, com maior intensidade em algumas áreas, na maioria dos casos. Muitas
vezes, de tão intensa, a algia acaba interferindo no trabalho, nas atividades de vida diária e na
qualidade de vida dessas pessoas.
As alterações psicológicas e comportamentais também afetam grande parte do paciente
fibromiálgico. Neste âmbito, torna-se comum a presença de transtornos de humor, como
depressão, transtornos de ansiedade e irritabilidade. Todavia não há padronização da
classificação da origem de FM devido à falta de alteração orgânica específica.
Diferentes resultados têm sido obtidos variando desde a inexistência de alterações
psiquiátricas, como depressão e ansiedade, até correlação de mais de 80% dos pacientes com
personalidade depressiva.
Estudos demonstram que estes conflitos não obtiveram conclusão em decorrência da falta de
padronização metodológica e de grupos controles. Uma série de alterações psicológicas
(depressão, compulsão, etc.), unidas a agressões infecciosas (vírus Epstein Barr, herpes-6,
etc.), além das alterações no metabolismo muscular, desregulação do sistema imunológico,
alterações na fisiologia do sono, agiriam sobre o indivíduo geneticamente predisposto. Estes
provocariam uma disfunção severa no mecanismo neuroendócrino central de regulação da
dor, com déficit de serotonina, e talvez, outros aminoácidos, e de manifestações clínicas,
principalmente de dor crônica, fadiga e sono não reparador, podendo desencadear um quadro
depressivo. Estes sintomas por sua vez, provocariam cansaço fácil, trauma, erros posturais e
assim amplificação da dor encerrando o ciclo vicioso.
A atitude mental do indivíduo pode influenciar no desprazer causado por estímulo doloroso
padronizado, devido a alterações no fluxo sanguíneo para a área do cíngulo; desta forma
atividade pré-cortical (pensamentos).
Todavia, mais estudos se fazem necessários para que se possa atribuir relações de causa e
consequência entre fibromialgia e as condições psicológicas citadas (KNOPLICH, 2003).
Em relação ao sistema imunológico não existem estudos conclusivos da maneira como afeta
este sistema e dentre as citações na literatura incluem-se a produção alterada de citocinas,
provavelmente devido à alteração do clico sono-vigilia em fibromiálgicos.Aliam-se a
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constatação que pacientes com fibromialgia tem níveis e atividades reduzidas de células de
defesa naturais.
Outros fatores como traumatismos físicos, alterações emocionais e também supressão de
esteróides por medicação podem levar à fibromialgia. Estudos demonstram que entre as
infecções desencadeantes de FM, os agentes presentes em maior proporção são: Epstein - Bar,
o parvovírus e o herpes. Estudos mais específicos necessitam ainda ser realizados, mas é certo
pacientes com fibromialgia apresentam disfunção imunológica.A pesquisa de auto-anticorpos
na fibromialgia tem sido realizada à procura de marcadores biológicos que se associem a esta
condição, especialmente em frequência da sua constante associação a outras doenças
reumatológicas e auto-imunes.
3. Formas de Tratamento da Fibromialgia
Para construção deste item foi utilizada pesquisa de Silva (2009). No qual destaca que o
tratamento para a FM é um desafio para o profissional da saúde, sendo uma mescla de
técnicas medicamentosas e não medicamentosas, com o objetivo de melhora no quadro geral
do paciente.
Portanto, deve-se levar em consideração a opinião do paciente o alertando para a inexistência
de cura, e possíveis efeitos indesejáveis do tratamento.
Entre as práticas mais citadas encontram-se elementos físicos, psicológicos e educacionais e
farmacológicos.
Vale ressaltar que o suporte psicogênico se faz necessário visto a complexidade da síndrome e
o acometimento de diversos sistemas orgânicos; para que o portador e sua família possam
aprender a conviver com esta nova realidade e melhorar assim a qualidade de vida.
3.1 Fatores educacionais / Atividade Física com exercícios aeróbicos ou aquáticos de baixo
impacto, como caminhada, natação ou hidroginástica, visando o fortalecimento do sistema
cardiorrespiratório e muscular. Atividade física apresenta efeito analgésico devido ao estimulo
e liberação de endorfinas que funcionam como antidepressivos, gerando bem-estar. Deve ser
gradual e bem programada, para se evitar baixa adesão, provocada por dores sentidas durante
o exercício.
3.2 Terapia comportamental e cognitiva, em que trata-se de um programa educacional, que
ensina técnicas de autocontrole, com objetivo de melhorar a sintomatologia dolorosa,
compreendendo relaxamento e técnicas de distração. Demonstra-se, inclusive, efetividade a
longo prazo.
3.3 Biofeedback que é uma técnica utilizada em terapia comportamental cognitiva (TCC), na
qual o paciente aprende, mediante feedback apropriado e constante, a modificar uma ou mais
atividades fisiológicas e ter controle voluntário sobre a área amostrada, aprendendo a autoregular a sua dor. Nesta base se insere a yoga e a meditação, práticas que levam o portador ao
autoconhecimento e melhora da condição geral.
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3.3 Intervenção fisioterapêutica. A fisioterapia exerce um papel importante no alívio dos
sintomas da fibromialgia e manutenção das habilidades funcionais do paciente, valendo-se de:
alongamento muscular, massagem, calor superficial, conscientização corporal, acupuntura e
suas variações, hidroterapia, exercícios físicos, relaxamento, entre outras.
3.4 Acupuntura e suas variações: é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa que
consiste em estimular pontos determinados do corpo, explorando as energias vitais que
circulam nos meridianos.Os pacientes tratados referem melhora da dor, redução na quantidade
total de medicamentos utilizados, à alteração na concentração de moduladores da dor
(serotonina e substância P). São ainda usados com os mesmos princípios da acupuntura a
auricoloterapia e estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS-Acupuntura).
3.5 Hidroterapia: é o uso da água com objetivos terapêuticos. Sua utilização proporciona
grande alívio na FM, pois, movimentos na água são lentos e dão suporte às estruturas
corporais, permitindo maior mobilidade e facilidade de alongamento. Porém, como outros
métodos de tratamento não há evidência clínica cientificamente comprovada.
3.6 Coping que é o esforço cognitivo e comportamental que o individuo despende para
administrar as exigências impostas por um agente estressor. Demonstrou-se que indivíduos
submetidos a esse método conseguiram voltar às suas atividades normais.
3.7 Aparelhos: os tradicionais aparelhos usados no combate às dores músculo-esqueléticas
são apenas coadjuvantes do tratamento. Além dos exercícios de musculação e alongamento,
técnicas específicas aplicadas pelo fisioterapeuta como a RPG (reeducação postural) e o
pilates (através de aparelhos específicos aumenta a flexibilidade e tonificação corporal, e
corrige a postura), são bastante úteis.
Não existem evidências científicas de que terapias alternativas, como chás, terapias
ortomoleculares, cristais, cromoterapia e florais de Bach, entre outros, sejam eficazes, bem
como inexistem evidencias científicas da efetividade de que infiltrações de pontos dolorosos
da fibromialgia sejam eficazes.
3.8 Ginástica holística: os movimentos da ginástica holística são baseados na respiração,
relaxamento, flexibilidade, possibilitando grandes benefícios tanto físicos como psíquicos em
pacientes com FM.
3.9 Do ponto de vista farmacológico: nenhum medicamento funciona promovendo alívio
dos vários sinais e sintomas na maioria dos pacientes. Existem muitas dúvidas acerca de qual
seria a medicação inicial de escolha, qual a dose ideal preconizada, por quanto tempo usar, a
dificuldade em se mensurar benefícios e resposta a médio e longo prazo; devem ser
considerados os efeitos colaterais dos fármacos empregados, bem como potencial de
dependência de drogas utilizadas em ensaios terapêuticos e a farmacoeconomia, de
fundamental importância nos dias atuais.
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Os agentes de escolha para o tratamento da FM, são os antidepressivos tricíclicos, devido ao
seus efeitos pscofarmacológicos, são bastante diferentes entre os pacientes com ou sem
depressão maior. Enquanto podem trazer melhora do humor para pacientes depressivos,
podem manter inalterados ou provocar diminuição do humor em pacientes sem tal distúrbio.
Ressalta-se que segundo Silva (2009) não há citação, porém, sem comprovação de eficácia,
que medidas como modificação alimentar, suplementação dietética, dieta vegetariana,
colchões eletromagnéticos possam ao longo do tratamento, demonstrar benefícios no
tratamento de fibromialgia, diminuindo, por conseguinte o número de pontos dolorosos
(tender points).
4. A Importância do Profissional de Fisioterapia na Recuperação do Paciente Acometido
Por Fibromialgia.
Como dito no item anterior a fisioterapia exerce um papel importante no alívio dos sintomas
da fibromialgia e manutenção das habilidades funcionais do paciente e através dos exercícios
físicos os pacientes com fibromialgia em geral têm um nível de controle cardiovascular
autonômico menor que a média (REYES DEL PASO, 2011) e o consumo de oxigênio é
menor do que em pacientes não fibromiálgicos (BATES; HUDSON, 1998; DINLER , 2009).
A atividade física apresenta papel fundamental em relação à qualidade de vida, pois a prática
proporciona boa disposição física e mental, aliviando as tensões diárias e aumentando a
expectativa de vida (NAHAS, 2003; RIBEIRO; FUSCO, 2005). A prática de exercícios
proporciona sensação de bem estar e de autocontrole, apresentando efeito analgésico,
relacionado às dores características da patologia em questão (MARQUES, 2002).
Um programa de exercícios físicos adequados e executados de maneira regular melhora a
coordenação motora e outras capacidades físicas importantes para a realização das atividades
diárias em pessoas genéricas e especialmente em pacientes fibromiálgicos. Ainda, estabelece
uma postura adequada e auxilia no controle da massa corporal, da ansiedade e da condição
cardiovascular.
Inicialmente os programas de exercícios, podem ocasionar um aumento dos sintomas,
principalmente dor e fadiga, contudo, com a continuidade das atividades, esses desconfortos
tendem a diminuir. Os benefícios começam a aparecer entre a oitava e décima semana após o
inicio dos exercícios efetuados e continuam aumentando até a vigésima semana, se
sobrepondo ao desconforto inicial (VALIM , 2003).
Assim, a prática regular de exercícios físicos pode ser adotada como uma abordagem de
otimização do tratamento da fibromialgia, promovendo redução da dor e do impacto dos
outros sintomas, restabelecendo a capacidade física, mantendo a funcionalidade e
promovendo melhora na qualidade de vida (MARTINEZ, 1998).
Como a prescrição de medicamentos deve conter dose, duração e intervalo específicos, a
prescrição do exercício ao paciente fibromiálgico também deve ser detalhada, sobretudo
quando utilizada como estratégia terapêutica não-medicamentosa.
Os profissionais responsáveis precisam manter certos cuidados e estarem atentos em relação à
intensidade e execução de exercícios, preferencialmente iniciando com cargas leves e
progredindo de acordo com as necessidades e evolução de cada indivíduo.
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Atualmente existe uma variedade de programas de exercícios destinados a pacientes com
SFM. Contudo, devemos considerar que alguns exercícios apresentam melhores resultados do
que outros, no controle dos sintomas da doença.
Dentre os exercícios para o tratamento da fibromialgia estão: treinamento de força, atividade
física aquática, exercícios aeróbicos, alongamentos, reeducação postural global, que serão
detalhados a seguir segundo Bueno; Abreu ; Pires e Silva (2009):
4.1 Treinamento de força
Segundo Fleck e Kraemer (1999) o termo treinamento de força pode ser descrito como um
tipo de exercício físico que requer que os músculos se movam ou tentem se mover contra uma
determinada resistência. Neste caso a resistência normalmente é representada por algum tipo
de equipamento, seja em forma de máquinas ou pesos livres.
Hakkinen (2009), em um estudo no qual avaliaram o treinamento de força progressiva em
paciente com SFM, demonstraram uma diminuição no impacto da doença sobre o sistema
neuromuscular, sobre a percepção dos sintomas e sobre a capacidade funcional. Assim, este
tipo de exercício pode ser utilizado seguramente no tratamento da SFM.
4.2 Atividade física aquática:
Um estudo seguindo os critérios do American College of Sports Medicine (ACSM) conduzido
com pacientes do sexo feminino, entre 18 e 65 anos e com diagnóstico clínico de fibromialgia
avaliou as pacientes através de uma anamnese contendo dados demográficos e clínicos, por
questionário de qualidade de vida e avaliou o efeito da aplicação de atividades físicas
realizadas em piscina aquecida sobre os sintomas da fibromialgia. Tais atividades consistiram
de 10 minutos de alongamento, 40 minutos de treinamento aeróbico e 10 minutos de
relaxamento, três vezes por semana em piscina aquecida num período de 16 semanas.
A fisioterapia aquática em piscina aquecida foi eficaz como parte do tratamento para mulheres
com fibromialgia, melhorando diversos aspectos, como qualidade de vida, capacidade
funcional, dores, limitações por aspectos físicos, aspectos sociais e emocionais
(MAGALHÃES, 2008).
Existem relatos dos benefícios dos exercícios na água pré-aquecida no tratamento da SFM,
pois há uma melhora na qualidade do sono e na qualidade de vida (MANNERKORPI, 2002).
Conforme as preferências do paciente, co-morbidades, uso de medicamentos, capacidade
funcional e, se possível, avaliação ergométrica (VALIM , 2003).
4.3 Exercícios aeróbicos:
Dentre os diferentes programas de exercícios os aeróbicos, as atividades de baixa intensidade
e de longa duração, têm sido destacados como eficientes no manejo do paciente fibromiálgico
(MANIDI; MICHEL, 2001).
O treinamento aeróbico induz adaptações em várias capacidades funcionais relacionadas com
o transporte e utilização de oxigênio e com adaptações metabólicas no músculo esquelético.
Segundo Valim (2003) os exercícios aeróbicos apresentam vantagens sobre exercícios de
alongamento no tratamento da SFM, uma vez que o treino aeróbico promove mudanças
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neuroendócrinas como o aumento na liberação da serotonina e norepinefrina, resultando na
melhora do humor, efeito não observado no alongamento.
A aplicação do exercício aeróbico de baixo impacto em pacientes com SFM deve ser com
gradativo aumento de carga e intensidade até 65-70% da frequência cardíaca máxima
(VALIM , 2003).
Alguns estudos com exercícios aeróbicos em solo demonstraram, que as pacientes obtiveram
efeito antidepressivo e relaxante e diminuição da dor nos tender points em 74% das pacientes
com fibromialgia.
4.4 Alongamentos:
Os exercícios de alongamento são exercícios de flexibilidade que são realizados com o intuito
de aumentar a amplitude do movimento de uma articulação ou de uma série de articulações.
A caminhada associada aos exercícios de flexibilidade, em um período de três meses, mostrou
melhora em 35% dos indivíduos com SFM submetidos à intervenção. Assim, os
alongamentos musculares podem gerar impacto positivo na SFM, promovendo melhora em
parâmetros associados à fibromialgia.
As atividades em água aquecida são extremamente benéficas aos portadores da SFM. Devido
à sustentação contínua proporcionada por ela, consegue-se diminuir a sobrecarga óssea de
maneira ideal, promovendo relaxamento muscular.
Bates e Hanson (1998) explicam que exercícios em piscina aquecida são benéficos devido a
uma ausência de força concêntrica. Segundo os autores, os movimentos são mais lentos por
serem realizados na água fazendo com que diminua as chances de micro traumas na
musculatura.
Deste modo as atividades aquáticas induzem aumento tanto na tolerância ao exercício quanto
no nível de resistência, acarretando uma melhora geral no nível de condicionamento e fazendo
com que a intensidade dos sintomas diminua.
4.5 Reeducação Postural Global:
Pasqual (1994) conduziram estudo descritivo com a intenção de avaliar o efeito dos exercícios
de alongamento muscular usando o método da reeducação postural global (RPG) em
indivíduos com fibromialgia. Neste estudo foram avaliadas e tratadas 20 pacientes do sexo
feminino com idade entre 23 e 61 anos. As seções de exercícios variaram de 3 a 11. Foram
realizados exercícios de alongamentos das cadeias encurtadas. O nível de dor foi avaliado
segundo os seguintes critérios: ótimo (ausência de dor), bom (melhora importante e dor
esporadicamente), regular (queixas e dor cíclicas) e ruim (ausência de melhora).
Dentre as participantes deste estudo, 65% classificaram a melhora como ótima e boa, 25%
tiveram melhora cíclica em períodos com dor ausente. Somente 10% afirmaram não ter tido
melhora alguma.
Para Martinez. (1998, p.25):
O medo de uma dor futura causa uma influência negativa sobre a qualidade de vida
dessas pessoas. Segundo os autores, os pacientes alegam que não saber como eles
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serão capazes de realizar suas tarefas no dia seguinte” gera uma extrema ansiedade
Além da dor musculoesquelética difusa, podem estar presentes distúrbios do sono,
fadiga, rigidez matinal de curta duração, sensação de edema, parestesias, depressão,
ansiedade, cefaléia crônica e síndrome do cólon irritável.
Vale ressaltar que a rotina adequada de treinamento de aptidão cardiovascular contribui para
melhorar a qualidade do sono e consequentemente, os sintomas da SFM (MOLDOFSKY,
2002).
Assim, exercícios físicos devem ser prescritos e realizados de forma programada e
organizada, uma vez que são considerados promotores na redução dos sintomas da SFM
(MARQUES, 2002).
Adams (2005) enfatizam a importância de respeitar o princípio da individualidade biológica,
caracterizando as diferenças de cada indivíduo.
Ressalta-se ainda que a melhor modalidade de exercício é aquela na qual o paciente sente
mais prazer durante e após a realização, seja ela relacionada a atividades aquáticas, caminhada
ou outra modalidade.
O Grupo de Apoio à Pacientes com Fibromialgia da Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP) recomenda, em relação às modalidades de exercícios, a prática de exercícios de
alongamento, no mínimo duas vezes por semana. Na musculação, a freqüência pode ser de
duas a três vezes por semana, com série de oito a doze repetições.
O ACSM confirma a importância da realização das atividades físicas diariamente, indicando
de cinco a sete vezes por semana, com duração de pelo menos trinta minutos de intensidade
moderada.
Exercícios físicos aeróbicos como caminhar, andar de bicicleta, correr e fazer hidroginástica,
quando realizados com intensidade de leve a moderada contribuem para uma melhor função
cardiorrespiratória sendo considerados como os mais indicados para a para a SFM.
É importante ressaltar a importância do tratamento fisioterápico em pacientes portadores de
fibromialgia, pois esta atua na melhora do quadro cardiorrespiratório, de força muscular,
álgico e no quadro global do paciente. A partir dessas constatações, fica clara a posição de
que os pacientes que sofram de fibromialgia devem realizar fisioterapia habitualmente ao
longo de sua vida.
Vale ressaltar que pode-se ainda encontrar durante o exame físico espasmos musculares
localizados (nódulos) e sensibilidade ao frio, em especial nos membros inferiores. Alterações
no metabolismo muscular em repouso e no fluxo sangüíneo muscular em exercício, em
especial nos pontos de dor, foram encontrados em vários estudos.
Exames laboratoriais e radiológicos são normais, e, mesmo quando apresentam alguma
alteração não podem excluir a FM como diagnóstico, já que ela pode estar associada a
doenças inflamatórias articulares ou da coluna vertebral. A grande verdade é que nenhum
mecanismo isolado explica a Fibromialgia.
Todavia,Martinez (1998), chama atenção para um aspecto importante dessa síndrome é o
impacto na qualidade de vida dos pacientes e familiares. Isso ocorre porque, apesar da
natureza aparentemente benigna, a FM, com frequência, provoca diminuição da carga de
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trabalho e produtividade dos portadores, além de uma maior tendência ao retraimento físico e
psíquico.
Metodologia
Esta pesquisa, que se direcionou analisar a fibromialgia e as abordagens fisioterapêuticas de
tratamento foi desenvolvida através de uma pesquisa bibliográfica qualitativa e exploratória.
Utilizou-se uma revisão bibliográfica no banco de dados Scielo, Google acadêmico, Bireme,
Lilacs, onde foram selecionados artigos datados de 2007 a 2013, porém há citações de datas
anteriores, visto a importância dos estudos.
Utilizou-se como técnica a pesquisa exploratória em mídias virtuais presentes em sites.
Enquanto que a classificação como pesquisa exploratória demonstra, para Gil (1996, p. 45),
que ela tem: “como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”.
Na análise final os dados foram analisados qualitativamente, onde foram pontuados os
destaques que serviram de subsídios para a construção de uma análise final do objeto da
pesquisa. Em que constou os resultados organizados e interpretados, análise esta que foi feita
para atender aos objetivos da pesquisa.
Resultado e Discussão
Com base na pesquisa é possível afirmar estima-se que sofram de Fibromialgia entre 2 a 8%
da população adulta.
Alguns estudos demonstram que certos sintomas como dores musculares generalizadas e
pontos dolorosos específicos estão presentes em pessoas com a síndrome e que não são
comuns em pessoas sadias e com outros tipos de doenças reumáticas.
Ademais, o tratamento é um desafio para os profissionais de saúde, onde enfatiza-se o
controle da dor, o aumento ou a manutenção da capacidade funcional e a redução de
outras manifestações que causem sofrimento a esses pacientes.
Estudos mostram que muitas tentativas para elucidar a patogenia orgânica de Fibromialgia,
têm sido realizadas na última década indicando que múltiplos fatores e mecanismos podem
estar envolvidos na patogênese dessa doença.
Conclusão
Conforme os autores pesquisados o diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico, não
havendo alterações laboratoriais específicas. Segundo Cavalcante et al. (2006) a fibromialgia
acomete 5% da população em geral e 10% da população brasileira na faixa etária de 30 a
60 anos, podendo também ocorrer em crianças e idosos. Considerando todos os acometidos
por essa patologia, 93% são da etnia branca.
Dados epidemiológicos populacionais recentes apontam que enfermidades caracterizadas por
dor crônica alcançam taxa superior a 46,5%. No caso específico da fibromialgia aponta-se
12
uma frequência entre 1%: e 4%, o que a coloca como o segundo distúrbio reumatológico mais
comum.
Todavia, o profissional de fisioterapia exerce um papel importante no alívio dos sintomas da
fibromialgia e manutenção das habilidades funcionais do paciente e através dos exercícios
físicos os pacientes com fibromialgia em geral têm um nível de controle cardiovascular
autonômico menor que a média.
Enfim, conclui-se que há a necessidade de maior número de pesquisas científicas dedicadas à
busca de orientações sobre a fibromialgia, a importância da fisioterapia no tratamento desta
síndrome e as técnicas mais indicadas para o tratamento desta patologia ainda desconhecida.
Deste modo outras técnicas que visem à melhora de pacientes com esta patologia poderão ser
investigadas, contribuindo com a escolha do melhor método a ser utilizado em cada caso.
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