artropodologia_filos_tutoria_20025

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Universidade Castelo Branco
Rainer Alves da Fonseca (Mat. 2007000249)
Filo Mollusca
Rio de Janeiro
2008
Rainer Alves da Fonseca (Mat. 2007000249)
Filo Mollusca
Trabalho
realizado
cumprimento
para
parcial
o
da
disciplina de Artropodologia e
Malacologia, da graduação em
Ciências Biológicas.
Prof. Marcelo de Araujo Soares.
Rio de Janeiro
2008
FILO MOLLUSCA
Bivalves,
Mais
Ostras,
de
Lulas,
100.000
Plano
Polvos
e
Spp
Caramujos.
descritas
básico:
Maior
parte
vida
marinha.
águas
rasas.
Bilateralmente
simétrico,
ligeiramente
ovóide.
Superfície ventral achatada e muscular formando a sola rastejadora ou pé.
Superfície dorsal coberta por uma concha oval, convexa em forma de escudo
que protegia Órgãos internos subjacentes ou massa visceral.
Manto: Epiderme subjacente (também chamada de pálio, secreta a concha).
Pálio:
Epiderme
subjacente.
Cavidade do Manto: Projeção da concha que sobressai ao corpo do molusco
que forma uma cavidade onde encontramos estruturas pares como brânquias e
nefrídios.
Brânquias: Órgãos responsáveis pelas trocas gasosas, consistentes de
filamentos achatados que se projetam para cada lado de um eixo de suporte:
bipectinadas.
Rádula: Órgão alimentar consistente de uma alongada base cartilaginosa, o
odontóforo (odontóforo: portador de dentes), e em volta de sua porção anterior
estende-se um cinturão membranoso, a rádula propriamente dita, que possui
várias fileiras de dentes quitinosos onde cada dente consiste de uma placa
basal fixada à membrana radular e uma cúspide ereta direcionada para trás.
Músculos protratores e retratores da rádula: Músculos ligados ao
odontóforo e a rádula que projetam e retraem o aparelho radular.
Saco da rádula: Terminação posterior do aparelho radular onde se forma uma
cavidade,
com
a
finalidade
de
armazenamento
do
alimento.
Glândulas salivares: Par de glândulas que se abrem na parede dorsal
posterior da cavidade bucal; secretam muco que lubrifica a rádula e aglutina as
partículas
ingeridas.
Esôfago.
Estomago: Forma cônica com ampla porção anterior hemisférica onde se abre
o esôfago, com revestimento quitinoso na porção anterior para proteção das
paredes
contra
possíveis
lesões
por
superfícies
pontiagudas.
Saco do estilete: Porção cônica posterior do estomago que leva ao intestino, é
revestida
por
cílios
mas
desprovida
de
quitina.
Protóstilo: Massa mucosa que por ação dos cílios do saco do estilete está em
movimento
de
rotação.
Digestão: As partículas utilizadas como alimento passam para dentro dos
ductos das glândulas digestivas e a digestão ocorre intracelularmente no
interior das células dos túbulos distais. Embora a digestão intracelular pareça
se primitiva nos moluscos. ocorre pelo menos um pouco de digestão
extracelular no interior da cavidade gástrica da maioria das espécies
existentes.
Intestino: Longo e enrolado, funciona principalmente na formação de bolotas
fecais.
Anus: Abre-se mediano dorsalmente na margem posterior da cavidade do
manto e os detritos são expulsos pela corrente exalante. A formação de bolotas
fecais compactas diminui o risco de contaminação da cavidade do manto e das
brânquias
pelos
detritos.
Coração: É circundado pela cavidade celomática (ou cavidade pericárdica) e
consiste de um par de aurículas posteriores e um único ventrículo anterior. As
aurículas drenam o sangue (?) proveniente de cada brânquia e passam-no
para o interior do ventrículo muscular que bombeia o sangue para frente
através de uma aorta única. o sangue banha os tecidos e passa pelas
brânquias onde retorna ao coração. o sangue contém amebócitos e um
pigmento
denominado
hemocianina.
Metanefrídios: Par de órgãos excretores tubulares que drenam a cavidade
celomática e cuja extremidade (nefridioporo) se abre na cavidade do manto.
Sistema nervoso: Constituído de um anel nervoso em volta do esôfago, cuja
porção inferior se estende dois pares de cordões nervosos para trás. O par
ventral, denominado cordões ventrais inerva os músculos do pé; os pares
dorsais, chamados cordões viscerais, inervam o manto e os órgãos viscerais.
órgãos sensitivos: Par de tentáculos, muitas espécies possuem olhos
(primitivos ocelos) na base dos tentáculos, estatocistos no pé e osfradios
(órgãos localizados na margem posterior da membrana branquial aferente
funcionando como quimioreceptores e também determinam a quantidade de
sedimento
na
corrente
inalante).
Primitivamente
dióicos.
Gônadas: Um par localizado dorsoventralmente anteriores em cada lado do
celoma. quando maduros os óvulos e espermatozóides caem na cavidade
celomática e são transportados para o exterior pelos nefridioporos.
Fertilização
externa.
Desenvolvimento indireto: larva trocófora, livre natante; após véliger, mais
evoluída, na qual aparece o pé, a concha e outras estruturas. A metamorfose
ocorre no fim do estágio larval onde a larva afunda até o substrato para
assumir o hábito bentônico adulto.
Bivalvia
Bivalvia
Ocorrência: Cambriano - Recente
"Bivalva" do livro, de Ernest Haeckel
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo:
Mollusca
Classe: Bivalvia
Bivalvia (do latim bi, duplicado + valva, porta de duas folhas, valva)
anteriormente Pelecypoda e Lamellibranchia, é a classe do filo Mollusca que
inclui os animais aquáticos popularmente designados por bivalves. Estes
organismos caracterizam-se pela presença de uma concha carbonatada
formada por duas valvas. Esta concha protegem o corpo do molusco, entre
elas há o pé muscular e os sifões inalantes e exalante para a entrada e saída
da água, que traz oxigênio, depois absorvido por difusão direta pelas lâminas
branquiais, assim como alimento e também aumenta o risco de intoxicações,
pois este tipo de alimentação é comum em animais fixos represantando um
grande risco caso a ostra e/ou marisco entre em contato com poluição. O grupo
surgiu no Câmbrico e é actualmente muito diversificado, com cerca de 15,000
espécies. A separação das diferentes sub-classes faz-se pelo tipo e estrutura
das guelras nos organismos vivos, e pelas características das valvas nos
bivalves fósseis. O mexilhão, a amêijoa e a conquilha são exemplos populares
de bivalves que servem como alimento ao Homem. As ostras são também a
origem das pérolas.
Morfologia da concha
A concha dos bivalves é em primeira análise semelhante à dos
braquiópodes, uma vez que é constituida por duas valvas. A principal diferença
reside no facto de, nos braquiópodes, as duas valvas serem desiguais
(inequivalves) mas simétricas em relação a um plano médio imaginário. Pelo
contrário, nos bivalves, as valvas são iguais mas inequilaterais, estando o
plano de simetria paralelo à charneira.
As duas valvas são unidas por ligamentos e músculos aductores. O
ligamento, composto pelo resílio e tensílio, controla a abertura das valvas que
se dá quando esta estrutura está em reposo. O bivalve fecha a concha através
da contracção dos músculos aductores, que podem ser um ou dois, conforme a
espécie. A geometria e distribuição das cicatrizes dos músculos aductores no
interior da valva é um critério importante na classificação dos bivalves actuais e
fósseis. A zona mais antiga da valva é o umbo, uma saliência localizada na
zona antero-dorsal de cada valva, em torno da qual se dispõem linhas de
crescimento radiais.
As valvas unem-se pela charneira, através de um conjunto de dentes
cardinais e/ou laterais, que são expansões carbonatadas, e respectivas
fossetas, onde encaixam na valva oposta. Os tipos principais de charneira são:
Taxodonte: dentes numerosos e de dimensão equivalente, dispostos
perpendicularmente à charneira ou em arco
Disodonte: dentes limitados a pequenas saliências junto ao umbo (ex:
mexilhão)
Esquizodonte: dois ou três dentes volumosos, com pregas ortogonais
Heterodonte: dois ou três dentes cardinais e dois dentes laterais (ex:
ameijoa)
Desmodonte: um dente em forma de colher, designado por condróforo
O manto característico dos moluscos está nos bivalves totalmente
confinado e fixo à concha. A linha paleal das valvas soltas mostra o limite de
extensão do corpo mole do organismo.
A face externa da valva pode ou não ser ornamentada para além das linhas
de crescimento. A concha pode também apresentar várias cores.
Ecologia
Os bivalves são um grupo extremamente bem sucedido e diversificado.
São animais exclusivamente aquáticos, mas podem ocorrer em ambientes de
salinidade diversa como água salgada, doce ou salobra. A maioria das
espécies é bentónica e vive junto ao fundo. Alguns bivalves são organismos
sésseis que se fixam ao substrato através do bisso, uma segregação fibrosa,
enquanto que outras espécies vivem enterradas nos fundos arenosos. As
espécies que vivem soltas podem deslocar-se através de propulsão
conseguida por expulsão de água sob pressão.
Os bivalves são os únicos moluscos que não têm rádula e alimentam-se
por filtração através dos sifões, as únicas partes do corpo mole que estes
organismos conseguem fazer sair da concha. Geralmente há dois sifões,
servindo um para aspirar a água carregada de pequenos organismos e algas e
o outro para expelir. Os sifões, quando recolhidos, ocupam uma cavidade na
valva designada por seno palial. Nas espécies fósseis, a dimensão relativa do
seno palial é um indicador do modo de vida do organismo. Quando é grande,
esta estrutura sugere que o bivalve vivesse enterrado uma vez que necessitava
de sifões de grande dimensão.
História geológica
Os bivalves surgiram no Câmbrico, há cerca de 500 milhões de anos,
em ambiente marinho e tornaram-se comuns no Silúrico. As primeiras formas
de água doce surgiram no Devónico inferior e alguns grupos serviram para
definir a estratigrafia de depósitos de carvão do Carbonífero. Os bivalves
sofreram uma acentuada redução na extinção permo-triássica, mas os grupos
que sobreviveram depressa recolonizaram os diversos nichos ecológicos. No
Jurássico médio surgiram os Rudistas, um grupo de bivalves e construtores de
recifes que dominou os mares mesozóicos e desapareceu na extinção K-T. No
Cenozóico, os bivalves tornam-se bastante abundantes e diversificados e
assim permanecem até aos dias de hoje.
As ostras são moluscos pertencentes à família Ostreidade e à ordem
Ostreoida. Estes moluscos se desenvolvem em águas marinhas dentro de
conchas de formatos irregulares e desiguais entre si. Estas conchas são muito
calcificadas e se mantêm fechadas graças a um músculo adutor. Seu corpo é
mole e é constituído de boca, estômago, coração, intestino, rins, gônadas
(órgãos sexuais), guelras, músculo adutor, ânus e manto.
As ostras podem ser encontradas em todos os mares do mundo, menos em águas muito frias
e/ou poluídas. No início, estes moluscos vivem soltos nas águas e na areia e com o passar do
tempo fixam-se nas rochas. Seus principais predadores são, além do homem, diversas espécies
de peixes, a estrela do mar, caranguejos e outros tipos de moluscos. Hoje, os maiores
produtores de ostras são: Portugal, Itália, França, Inglaterra, Holanda e Bélgica.
Quando precisa se alimentar, a ostra abre as conchas e suga a água para dela retirar seus
nutrientes (plâncton, algas e alimentos diversos em suspensão) que ficam presos no seu muco
e de lá são transportados até a boca. Quando a temperatura passa dos 10°C, as ostras
costumam ingerir mais alimentos, chegando a filtrar, cada uma delas, até 5 litros de água por
hora.
A ostra não é o único molusco capaz de fazer pérolas (o mexilhão também pode, por exemplo,
embora isto ocorra muito mais raramente). A “fabricação” da pérola se dá quando alguma
substância estranha entra em contato com o corpo da ostra. Como conseqüência, a ostra
produz uma espécie de resina chamada de madrepérola que envolve o agente invasor, seja ele
sólido ou líquido. Com o passar do tempo, a crescente solidificação da madrepérola
transforma-se em pérola, cujas cores podem ser bem variadas: preta, branca, cinza, vermelha,
azul e verde. As pérolas utilizadas para fazer jóias são aquelas com formato bem esférico e
feitas por um tipo especial de ostras chamadas de ostras aladas.
Existe no Pacífico Sul, um tipo de ostra gigante chamada Tridacna, seu peso pode chegar a 500
kg. Este animal se alimenta de algas que nascem no interior de sua concha e a ostra também
produz substâncias úteis às algas, constituindo, assim, uma relação perfeita.
Apesar da aparência não muito agradável, a ostra é um molusco muito apreciado na culinária
por diversos povos (há evidências de caçadores de ostras em várias civilizações costeiras da
pré-história). É um animal rico em zinco, um dos nutrientes requeridos para a produção de
testosterona (hormônio masculino).
As lulas são moluscos, da classe dos cefalópodes, que vivem no mar e respiram por
meio de brânquias. Cefalópodes é uma palavra de origem grega, sendo que kephalé = cabeça e
podos = pés. O corpo das lulas é dividido em cabeça, massa visceral e tentáculos. Diferente de
seus parentes próximos, os mariscos (bivalves) e as lesmas (gastrópodes), as lulas não
possuem uma casca dura externa, e sim, uma casca interna, sendo que a parte externa de seu
corpo é muito macia.
A classe dos Cefalópodes é dividida em octópodes (oito tentáculos), ou decápode (dez
tentáculos). A lula é decápode, pois possui dez tentáculos. Sua massa visceral é alongada, e seu
corpo é envolto pelo manto, que é uma cavidade muscular que se encontra atrás da cabeça
das lulas. É através da cavidade desse manto que a água circula, passando pelas guelras,
tornando possível a respiração do molusco.
Na parte posterior de sua massa visceral, a lula possui duas nadadeiras de
formato triangular. Existem aproximadamente trezentas espécies diferentes de
lula, espalhadas por todo o mundo, sejam em águas rasas, ou em águas
profundas.
A água que circula pela cavidade respiratória da lula, assim como a tinta, ou
sépia, que protege as lulas é expelida por um tubo chamado de funil, localizada
abaixo da cabeça das lulas. É o jato de água gerado pela contração do manto e
expelido pelo funil que faz com que a lula seja projetada, nadando para trás,
por propulsão a jato. Entre os cefalópodes, as lulas são as mais rápidas e ágeis
nadadoras.
Apesar de sua rapidez, agilidade e de um sistema de camuflagem utilizado
para defesa, as lulas são presas vulneráveis, devido ao seu corpo macio. As
lulas são capazes de mudar de cor e até de textura graças às células de
pigmentação presentes nos seus tentáculos, chamados de cromatóforos.
As lulas são grandes caçadoras, tendo em seu cardápio pequenos peixes,
camarões, caranguejos e outras lulas. Para caçar, utiliza seus tentáculos, e
com eles, conduz a presa ainda viva até suas mandíbulas com formato de bico,
com
as
quais
rasga
e
corta
a
presa.
A reprodução das lulas é sexuada, ou seja, o macho transfere o esperma para
o corpo da fêmea (pelo funil ou pela boca). Os ovos fertilizados formam uma
massa gelatinosa que a fêmea expele e esconde em buracos ou em baixo de
pedras. Os filhotes nascem entre quatro e oito semanas e são miniaturas dos
pais. Alimentam-se de plâncton até alcançarem a vida adulta.
Dentre as 300 espécies de lulas, as subordens myopsida e oegopsida são as
principais.
As espécies da subordem myopsida têm os tentáculos diferentes. Ao invés de
ganchos, seus tentáculos têm ventosas, e seus olhos são cobertos por uma
transparente membrana. Vivem em águas rasas. As principais espécies de
lulas
dessa
subordem
são:
Lula da Califórnia (Loligo opalescens) – vive principalmente na Baía de
Monterey,
Califórnia.
Lula de recifes do Caribe (Sepioteuthis sepioidea) - vive no Mar do Caribe.
Lula comum (Loligo vulgaris) – vive no leste do Oceano Atlântico e no Mar
Mediterrâneo.
Já as espécies da subordem oegopsida vivem no oceano e no mar profundo.
Essas espécies possuem tentáculos com os ganchos e/ou com as ventosas.
Seus olhos não possuem córnea. As principais espécies de lulas dessa
subordem
são:
Lula luminescente de mar profundo (Taningia danae) – vive distante das costas
das Bermudas, Austrália, Nova Zelândia, Havaí, Japão e no Atlântico Norte.
Vive abaixo de 900 metros de profundidade e produz luz, chamada de
bioluminescência.
Lula de Humboldt (Dosidicus gigas) - vive ao leste do Pacífico.
Lula de barbatana curta (Illex illecebrosus) - vive no Oceano Atlântico.
O tempo de vida da lula é curto - seu ciclo de vida todo é de apenas um ano.
Após o acasalamento, geralmente as lulas morrem.
Mas a espécie mais misteriosa é, sem dúvida, a lula gigante (Architeuthis).
Essa espécie é o maior invertebrado do mundo, e suas aparições causavam
pânico em tempos mais remotos, no oceano Atlântico, onde vivem. Não à toa,
pois as lulas gigantes podem atingir 500 kg, distribuídos em 18 m de
comprimento. Seus tentáculos ultrapassam os 10 metros de comprimento, com
ventosas de aproximadamente 5 cm de diâmetro. Os olhos têm tamanho
comparável a bolas de futebol.
POLVO
O Polvo é um molusco marinho e carnívoro encontrado nas águas
tropicais e temperadas de todo o mundo. Suas principais características são
um corpo mole (sem ossos), uma grande cabeça que abriga um cérebro
desenvolvido, além de oito braços, cada um provido de duas fileiras de
ventosas. Assim como nos animais vertebrados, os grandes e complexos olhos
do polvo são dotados de cristalino, o que proporciona uma visão bastante
aguçada. O polvo tem como característica também a capacidadede mudar, de
maneira bem rápida, a cor e a textura de sua pele.
HABITAT
Os polvos passam grande parte de sua vida escondidos sendo que muitas
espécies, entre as quais o Polvo Comum, que pode atingir um tamanho de até
1 m, escolhem uma toca natural entre as rochas ou escombros. Uma espécie
de tamanho pequeno, o Polvo Pigmeu do Atlântico, que não atinge mais do que
2 cm de comprimento, prefere se esconder no interior de uma concha vazia
com as duas valvas ainda unidas pelo ligamento. O polvo se instala sobre uma
das valvas da concha e fecha a outra arrastando-a com seus tentáculos.
ALIMENTAÇÃO
Para se alimentar, geralmente de crustáceos e moluscos bivalves, o polvo se
utiliza de duas técnicas: atrair sua vítima movendo a ponta de um de seus
braços como se fosse um verme, ou aproximar-se da vítima deslizando-se
calmamente para, de súbito, agarrar sua preza com seus tentáculos e matá-la
com suas fortes dentadas.
O polvo é apreciado por um imenso número de espécies de peixe, entre as
quais a Moréia. Quando atacado ou quando se sente em perigo, o polvo aspira
uma grande quantidade de água e expele-a logo em seguida por um sifão, que
funciona como uma turbina, e que permite que o polvo fuja em grande
velocidade. Esta fuga é geralmente oculta por uma nuvem de tinta. A
substância expelida pelo polvo para defender-se é de coloração escura e sabe
se que a tinta de algumas espécies podem ter um efeito paralisante sobre os
órgãos sensoriais do seu predador.
REPRODUÇÃO
Um macho interessado em acasalar-se aproxima-se o suficiente de uma fêmea
para que, ao alargar um braço modificado, o hectocótilo, consiga tocá-la. Este
braço possui um sulco profundo por entre as duas fileiras de ventosas e
termina em um extremo em forma de colher. Passado um período de cortejo , o
polvo macho insere seu braço no manto da fêmea e os espermatozóides por
ele produzidos descem pelo sulco do braço modificado até o oviduto da fêmea.
Pouco depois do acasalamento, a fêmea começa a depositar os ovos
fecundados em sua toca. Um polvo fêmea produz em duas semanas
aproximadamente cento e cinqüenta mil ovos, cada um deles envolto por uma
cápsula transparente. Pelos 50 dias seguintes, a fêmea protege os ovos
depositados lançando-lhes jatos de água para aerá-los e limpá-los.
As crias de espécies como o Polvo de Pontos Brancos, nascem com apenas 3
cm de comprimento. Flutuam até a superfície e passam a integrar o chamado
plâncton durante quase um mês. Passado este período, os pequenos polvos
voltam a submergir e iniciam sua vida normal no fundo. Geralmente, os polvos
adultos permanecem em uma zona determinada. As espécies planctônicas são
encontradas em todo o mundo já que suas larvas são carregadas e espalhadas
pelas correntes e marés.
CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA
Os polvos pertencem à classe Octopoda. O Polvo Comum é classificado como
Octopus vulgaris, o Polvo Pigmeu do Atlântico como Octopus joubini e o Polvo
de Pontos Brancos como Octopus macropus, sendo que todos pertencem à
família Octopotidae.
Gastrópodes
Gastropoda
Ocorrência: Cambriano Inferior - Recente
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo:
Mollusca
Classe: Gastropoda
Sub-classes
Orthogastropoda
Eogastropoda
Os gastrópodes (Gastropoda, do grego gaster, estômago + pous, podos, pé)
constituem um grande classe de moluscos definida pela primeira vez por
Georges Cuvier em 1797, sendo a mais bem sucedida dentro do seu filo. Conta
com cerca de 60,000 a 75,000 espécies actuais que incluem os caracóis e
lesmas terrestres (ca. 1/3 das espécies), bem como um grande número de
formas marinhas e de água doce (ca. 2/3). O registo fóssil dos gastrópodes é
igualmente abundante.
Características gerais e ecologia
A grande maioria dos gastrópodes tem o corpo protegido por uma
concha, geralmente espiralada sobre o lado direito embora algumas formas
(como as lapas) tenham evoluído uma concha mais simples. Os
gastrópodes apresentam uma cabeça bem marcada, munida de dois ou
quatro tentáculos sensoriais e uma boca com rádula. A cabeça encontra-se
unida a um pé ventral musculado em forma de pala. O seu desenvolvimento
embrionário caracteriza-se por torção da massa visceral, coberta pelo
manto, que surge no adulto enrolada sobre um dos lados de forma a ser
acomodada na concha. As lesmas têm uma concha apenas vestigial e, em
consequência, os efeitos deste enrolamento são diminutos sendo o corpo
linear.
O modo de alimentação dos gastrópodes é bastante variado e
controla o tipo de rádula presente em cada espécie. Os gastrópodes
herbívoros têm rádulas fortes que usam para raspar algas do substrato
rochoso ou triturar folhas e caules. As formas detritívoras e filtradoras têm
uma rádula simples ou ausente. Os gastrópodes carnívoros têm peças
bucais sofisticadas e algumas formas, como os Conus, são predadores
activos que caçam pequenos peixes com uma espécie de arpão. Muitos dos
gastrópodes marinhos têm modo de vida endobentónico, isto é, vivem
enterrados no subsolo. Estas formas apresentam um sifão extensível que
actua como um respirador, permitindo ao animal o contacto com a água
carregada de oxigénio.
O sistema respiratório dos gastrópodes é igualmente variável consoante o
modo de vida. As formas marinhas respiram através de branquias, enquanto
que as terrestres têm uma cavidade no manto muito vascularizada que toma
a função de pulmão. Todos os gastrópodes terrestres pertencem à ordem
Pulmonata; as outras formas são parafiléticas.
Algumas formas de gastrópodes marinhos são bastante coloridas, como
forma de camuflagem, enquanto outras são bastante venenosas.
História geológica
Os primeiros gastrópodes (eg. Chippewaella, Strepsodiscus) surgiram em
ambiente marinho, no Câmbrico superior e diversificaram-se rapidamente.
No Ordovícico o grupo estava já presente numa grande variedade de
ambientes aquáticos, incluindo de água salobra e doce, mas ao longo de
todo o Paleozóico a classe dominante de moluscos foram os bivalves.
O primeiro exemplo de gastrópode terrestre (Maturipupa) surge em níveis
de carvão do Carbónico da Europa, mas até ao Mesozóico estas formas são
raras. O género Helix, que inclui as espécies mais familiares de caracol
durante o Cretácico.
No início do Cenozóico, marcada pelo evento KT, os gastrópodes tornam-se
muito abundantes e mais diversificados, com todos os grupos actuais já
individualizados.
Classificação
1-concha, 2-figado, 3-pulmão, 4-anus, 5-poro respiratorio, 6-olho, 7-tentáculo, 8ganglios cerebrais, 9-ducto salival, 10-boca, 11-, 12-glándula salival, 13-poro
genital, 14-penis, 15-vagina, 16-glándula mucosa, 17-oviducto, 18-saco de dardos,
19-pé, 20-estómago, 21-rim, 22-manto, 23-coração e 24-vasos deferentes
Tradicionalmente, a classe Gastropoda é divida em três sub-classes:
Pulmonata - organismos terrestres com “pulmões”, hermafroditas
Opisthobranchia - organismos marinhos com brânquias à direita e na
zona posterior do coração, hermafroditas, concha reduzida
Prosobranchia - organismos marinhos com brânquias na zona anterior
ao coração, sexos separados
Porém, com o advento das técnicas de sequenciação de ADN, estes grupos
provaram ser parafiléticos, o que obrigou a uma revisão da taxonomia do
grupo, que está ainda longe de ser consensual.
Segue-se a taxonomia mais aceite hoje em dia, com o posicionamento
antigo entre parênteses (Pros, Prosobranchia; Opist, Opistobranchia).
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