Rev Panam Infectol 2010;12(4):46-49. Short communication/comunicação breve Soroepidemiologia da febre amarela, poliomielite, sarampo e hepatite B em uma comunidade indígena da Região Centro-Oeste do Brasil Seroepidemiology of yelow fever, measles, poliomyelitis and hepatites B virus, in one Brazilian Indians of the Middle West Region José Ivan Aguiar1, Eliana Aguiar2, Juberty de Souza3, Elba Regina S. de Lemos4, Clara Tachibana F. Yoshida5, Marcos Freire6, Anna Maya Yoshida Yamamura7, Eliane Veiga da Costa8, Joaquim Caetano A Neto9 Médico, Doutorado em Medicina, Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS; 2 Médica, Mestrado em Medicina, Professor Adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS; 3 Médico, Doutorado em Medicina, Professor Adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS; 4 Médica, Doutorado em Medicina, Chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz, FioCruz/RJ, Rio de Janeiro, RJ; 5 Bióloga, Doutorado em Microbiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisador Titular do Laboratório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ; 6 Veterinário, Doutorado em Ciências, Vice-Diretor de Desenvolvimento Tecnológico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos/Biomanguinhos da FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ; 7 Médica, Mestrado Profissional em Imunobiológicos/Biomanguinhos. Chefe do Laboratório de Tecnologia Virológica, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ; 8 Farmacêutica, Mestrado em Biologia Celular. Tecnologista Sênior do Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ; 9 Médico, Professor Titular da Universidade Federal de Goiás, GO. 1 Laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos/ Biomanguinhos da FioCruz/RJ. Rev Panam Infectol 2010;12(4):46-49. Conflicto de intereses: ninguno. Recibido en 30/03/2010. Aceptado para publicación en 24/08/2010. 46 Resumo Objetivo: Avaliar a presença de anticorpos contra os vírus da poliomielite, sarampo, febre amarela e hepatite B em uma população indígena Terena habitante da zona rural do Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Métodos: Um estudo de soroprevalência foi realizado em uma reserva indígena com 225 moradias e uma população de 1.278 habitantes, na faixa etária entre 1 e 94 anos. A coleta de soro foi realizada num único dia e as amostras analisadas posteriormente. Os participantes foram escolhidos por sorteio, sendo incluídos 32% dos domicílios (72/225), analisadas 312 amostras de soro, representando 24% (312/1278) da população. A detecção de anticorpos contra os vírus da febre amarela, sarampo e os sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da poliomielite foi feita através da técnica de redução da neutralização em placa (PRNT50), enquanto para anti-HBs foi usada a técnica de ELISA. Um banco de dados com informações sobre as vacinas foi também analisado. Resultados: Os sorotipos 1, 2 e 3 do poliovírus tiveram as prevalências de: 62,2% (95% IC 56,5-67,6), 71,7% (95% IC 66,2-76,6) e 63,5% (95%IC 56,5-69,6), respectivamente, ao passo que a prevalência de anticorpos neutralizantes contra sarampo e febre amarela foi de 91,4% (95% IC 88-94,7) e 97% (95% IC 93,9-98,3), respectivamente. O anti-HBs foi reagente em 16,7% (95% IC 12,621,3). Conclusões: A prevalência encontrada de anticorpos contra o sarampo e febre amarela foi considerada dentro dos parâmetros esperados para uma população adequadamente imunizada. O mesmo não ocorreu com os três sorotipos do vírus da poliomielite e com a HBV, denotando uma situação de vulnerabilidade da população estudada a estes agentes. Os registros vacinais disponíveis revelaram taxas elevadas de indígenas não vacinados. Palavras-chave: Índios, vacinação, febre amarela, sarampo, poliomielite, hepatite B, epidemiologia. Abstract Objective: To evaluate the presence of antibodies against the polio virus, measles, yellow fever and hepatitis B in a population Aguiar JI, et al • Soroepidemiologia da febre amarela, poliomielite, sarampo e... Terena indigenous inhabitant of the rural state of Mato Grosso do Sul, Brazil. Methods: A seroprevalence study was carried out on an Indian reservation with 225 houses and a population of 1278 inhabitants aged between 1 and 94 years. Serum samples collection was made in a single day and analyzed later. Participants were chosen by random, and comprised 32% of households (72/225), analyzed 312 serum samples, representing 24% (312/1278) of the population. The detection of antibodies against the virus of yellow fever, measles and serotypes 1, 2 and 3 of polio virus was made using the technique of plaque reduction neutralization (PRNT50), while for anti-HBs was used technique ELISA. A database of vaccine records were also reviewed. Results: The anti-HBs prevalence was 16,7% (95% IC 12,6-21,3) while for yellow fever, measles virus, they were 91,4% (95% IC 88-94,7) and 97% (95% IC 93,9-98,3),respectively. The rates of antibodies against all serotypes of the polio virus were, 62,2% (95% IC 56,5-67,6), 71,7% (95% IC66,2-76,6)and 63,5% (95% IC 56,569,6). Conclusions: The results showed an adequate immunization against measles and yellow fever and one low protection against the HBV and the three serotypes of polio virus. The records vaccine showed high rates of indigenous non-vaccinated. Key words: Amerindians, vaccination, yellow fever, measles, poliomyelitis, hepatitis B, epidemiology. Introdução O impacto da imunização nas condições de saúde do país é um dado relevante e os resultados alcançados são dignos de nota. Dados do ano de 2006 mostram que a cobertura vacinal na população brasileira alcançou taxas elevadas, com proteção contra inúmeras enfermidades.(1) Desde os primórdios do Programa Nacional de Imunização (PNI) em 1973, o controle das doenças imunopreveníveis vem alcançando excelentes índices, com inúmeros êxitos: erradicação da poliomielite, controle do sarampo, redução de casos de tuberculose, tétano, coqueluche, difteria, rubéola e caxumba. Apesar dos avanços, morrem por ano no mundo cerca de dois milhões de crianças por enfermidades preveníveis por vacinação. Admite-se que uma em quatro crianças não esteja vacinada contra uma das enfermidades: poliomielite, sarampo, coqueluche, difteria, tuberculose e tétano.(2) Dados do IBGE (2000) mostram que na população indígena a mortalidade infantil foi de 51,4/1.000, enquanto na população geral a taxa foi de 30,1/1.000.(3) Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a mortalidade infantil indígena chega a 142/1.000 nascidos vivos, aproximadamente quatro vezes a média nacional.(4) A disparidade destes índices reflete o ambiente de pobreza em que vivem os indígenas e o papel que as doenças imunopreveníveis podem representar neste universo.(5,6) Os índios Terena pertencem ao grupo linguístico Aruak e viveram durante séculos no chaco paraguaio, migrando a partir de meados do século XVIII para o então Estado de Mato Grosso.(7) Essa migração resultou no assentamento de pequenos grupos por diversas regiões do Estado, produzindo uma fragmentação de sua unidade e objetivos de vida. Nos últimos anos, o crescimento da população indígena acima da média brasileira proporcionou novos desequilíbrios, com graves repercussões.(8) O reflexo destas relações é o objeto deste trabalho, que avalia uma questão básica nas condições de saúde de uma população, a proteção vacinal. Metodologia Um estudo de prevalência foi realizado em uma reserva indígena Terena situada na zona rural dos municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos dos Buritis, distantes 100 quilômetros da capital do Estado de Mato Grosso do Sul. Os participantes ocupam uma área de 1.800 hectares, população de 1.278 pessoas, 225 domicílios, 666 homens (52,3%) e 612 (47,7%) mulheres (p > 0,05). Foi utilizada a técnica de amostragem por conglomerados, sendo selecionadas por sorteio 72/225 (32%) das habitações e as amostras foram estratificadas por faixa etária (tabelas 1 e 2). Durante o trabalho de campo foi feita a coleta de soro em 24,4% (312/1.278) dos habitantes num único dia. As amostras foram criopreservadas e encaminhadas para o Instituto Oswaldo Cruz/FioCruz/RJ e Instituto de Biotecnologia em Imunobiológicos/FioCruz/ RJ, para a detecção de anticorpos contra poliomielite, sarampo, hepatites virais e febre amarela. Na identificação de anticorpos contra a poliomielite foi utilizada a técnica de redução da neutralização em placa (PRNT50) segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde - OMS.(9). Para o sarampo e febre amarela foi igualmente utilizada a técnica (PRNT50).(10) O anti-HBs foi testado por ensaio imunoenzimático (ELISA), kit comercial da Organon Hepanostika Holland. Ocorreram perdas amostrais, sendo analisadas 308 amostras para o anti-HBs, 301 para febre amarela, 300 para sarampo e 307 para os poliovírus tipo 1, 2 e 3. Os registros vacinais existentes foram compilados os dados foram analisados pelo programa estatístico Epiinfo versão 6.04, nível de significância de 5% (p < 0,05) O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (CEP) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP-MS). Resultados Participaram do inquérito sorológico 312 pessoas, 137 homens e 175 mulheres, com uma média de idade 47 Rev Panam Infectol 2010;12(4):46-49. de 26,4 e 25,7 anos, respectivamente (dp 12,2 e 19,1) distribuídas por 72 moradias. A análise sorológica das amostras mostrou anticorpos anti-HBs em 16,7% da população estudada, com valores extremos de 77,3 e 4,7%, na faixa de 0 a 4 e acima de 65 anos, respectivamente. A taxa de anticorpos contra o vírus da febre amarela ficou acima de 80% a partir dos 10 anos e unicamente entre 5 e 9 anos o resultado foi abaixo desse valor, 3,3% das amostras tiveram resultado indeterminado. A prevalência de anticorpos contra sarampo apresentou, em todas as faixas etárias, resultados entre 90 e 100%. Nas faixas acima de 45 anos houve 100% de positividade. Na poliomielite, a presença de anticorpos contra os três sorotipos foi abaixo de 80%, não ocorrendo diferenças estatisticamente significantes entre os mesmos (tabelas 1 e 2). Com base nos registros disponíveis foi possível contabilizar informações de 374 pessoas com idade entre 0 e 4 anos, não havendo registros relativos a vacinação contra a febre amarela. dos objetivos da pesquisa foi confrontar os dados obtidos de vacinações prévias com os resultados da sorologia, porém isso não foi possível, pelo fato da população não ter a posse das carteiras de vacinação. A análise dos registros existentes na instituição responsável pela saúde indígena disponibilizou informações quanto às vacinas e o número de doses aplicadas, na faixa etária entre 0 e 4 anos, porém não foi possível identificar os participantes do estudo que receberam vacinação no período 1991/2000. As vacinas promoveram uma significativa redução de doenças que no passado produziram grandes impactos na saúde dos povos e em especial entre os índios. Durante muitos anos eles receberam vacinação através de ações assistemáticas e sem um controle pelos organismos de saúde do Brasil. Essa situação começou a sofrer modificações no inicio dos anos 2000, com a implantação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.(11) A vacina contra a hepatite B integra o Programa Nacional de Imunização (PNI) e as populações indígenas têm prioridade e devem ser vacinadas, Tabela 1. Prevalência de anticorpos contra os vírus da hepatite B, independentemente da faixa etária.(12) O estudo febre amarela e sarampo, segundo faixa etária em população indídemonstrou uma prevalência do anti-HBs de 16,7% gena Terena em Mato Grosso do Sul, 1999-2002 (IC 95% 12,6-21,3), dado que reflete um baixo Hepatite B1 Febre amarela2 Sarampo3 nível de imunidade à infecção pelo HBV. Com base Idade Pos/N (%) (IC 95%) Pos/N (%) (IC 95%) Pos/N (%) (IC 95%) nos registros disponíveis foi possível contabilizar 0-4 17/22 (77) (0,55-0,92) 15/18 (83) (0,59-0,96) 16/17 (94) (0,71-100) informações de 374 pessoas com idade entre 0 e 4 anos, e constatar que: 24% não tinham recebido 5-9 16/58 (28) (0,17-0,41) 40/55 (73) (0,60-0,82) 51/53 (96) (0,87-0,99) nenhuma dose da vacina, 8,5% receberam uma 10-19 15/95 (18) (0,09-0,25) 88/95 (93) (0,87-0,98) 89/94 (95) (0,88-0,98) dose, 32% duas doses e 37% três doses. Por esses 20-44 0/72 (0) 0 71/72 (99) (0,95-100) 70/72 (97) (0,90-100) dados, a baixa prevalência do anti-HBs teve relação 45-64 2/38 (5) (0,01-0,18) 34/34 (100) (0,90-100) 39/39 (100) (0,93-100) com a ausência ou com vacinações incompletas. > 65 1/23 (5) (0,01-0,24) 27/27 (100) (0,87-100) 25/25 (100) (0,94-100) A vacinação antiamarílica no Brasil se concentra na área endêmica e de transição. A primeira Total 308/51 (16,7) (0,13-0,21) 275/301* (91) (0,88-0,95) 290/300 (97) (0,94-0,98) compreende as regiões Norte, Centro-Oeste e o 1 Total analisado = 308; 2Total = 301; 3Total = 300. Estado do Maranhão, enquanto a de transição corresponde à região sul do Piauí, oeste da Bahia, Tabela 2. Prevalência de anticorpos contra os poliovírus, o centro-oeste de Minas Gerais, além da região oeste segundo faixa etária em população indígena Terena, Mato dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grosso do Sul, 1999-2002 Grande do Sul. O estudo sorológico demonstrou uma prevalência de anticorpos que variou entre 72,7 e 100%, Pólio 1 Pólio 2 Pólio 3 Idade N (%) % (IC 95%) % (IC 95%) % (IC 95%) com elevada positividade nas faixas etárias acima dos 21 (6,8%) 67 (0,43-0,85) 57 (0,34-0,78) 67 (0,43-0,85) 0-4 40 anos. Na literatura existem poucos relatos sobre o 57 (18,5) 79 (0,66-0,89) 82 (0,70-0,91) 72 (0,58-0,83) 5-9 assunto e os dados obtidos devem ser adequadamente analisados. Em Rio Branco (AC), localizada na Região 95 (30,9) 59 (0,48-0,69) 70 (0,60-0,79) 58 (0,47-0,68) 10-19 Amazônica, foi observada uma prevalência de anticorpos 72 (23,4) 60 (0,47-0,71) 76 (0,65-0,86) 69 (0,57-0,79) 20-44 abaixo de 30%,(13) resultado que difere da avaliação do 39 (12,7) 54 (0,37-0,70) 66 (0,50-0,81) 54 (0,37-0,69) 45-64 PNI, que considera que a cobertura vacinal, nas regiões 23 (7,4) 52 (0,31-0,73) 56 (0,34-0,77) 61 (0,38-0,80) > 65 endêmicas, deve estar em torno de 80%.(14) Na cidade de 307 (100%) 62 (0,56-0,68) 72 (0,66-0,77) 63 (0,58-0,69) Total Bocaiuva, localizada na região norte do Estado de Minas Gerais, um estudo sorológico realizado 90 dias após a aplicação da vacina demonstrou que 25% da população Discussão vacinada não apresentou soroconversão, fato atribuído A realização deste estudo se prestou para avaliar as a falhas ocorridas durante o processo de aplicação da condições de proteção conferida por algumas vacinas, vacina.(15) Entre 2008 e 2010 ocorreu um número exnuma população cujo histórico vacinal é impreciso. Um 48 Aguiar JI, et al • Soroepidemiologia da febre amarela, poliomielite, sarampo e... pressivo de casos de febre amarela silvestre atingindo regiões próximas a conglomerados urbanos, inclusive na Região Sul do Brasil. O fato comprova a ampla circulação do vírus no país e a necessidade de avaliar o nível da proteção das comunidades, considerando a ocorrência de efeitos adversos graves com a vacinação em massa, medida tradicionalmente prescrita. No tocante ao sarampo, o estudo sorológico demonstrou que o nível de anticorpos estava entre 94.1% e 100%, compreendendo a faixa entre 0 a 4 anos e aquela com idade igual ou superior a 45 anos, respectivamente. Os dados demonstram uma proteção efetiva e confirmam a permanência prolongada de anticorpos na população.(16) Os registros referentes à situação vacinal de 374 habitantes, na faixa etária entre 0 e 4 anos, demonstraram que 41% não tinham recebido vacinação, 23% uma dose e 36% duas doses, de maneira que os resultados observados estão em desacordo com os registros. Nos três sorotipos da pólio, os resultados indicaram prevalências de anticorpos abaixo de 80%, revelando uma importante vulnerabilidade da população estudada aos vírus. A falha na soroconversão à vacina Sabin (OPV) é conhecida, sendo mais frequentemente detectada nas regiões tropicais, motivo pelo qual é desejável que sejam aplicadas mais de 3 doses da vacina.(17,18) Casos observados da doença a partir de cepas vacinais, são um problema adicional, visto que eles predominam nas regiões com baixa cobertura.(19,20) Os registros vacinais de 374 habitantes, na faixa etária entre 0 e 4 anos, mostraram que 19% não receberam vacina, 9% tiveram uma dose, 7 % duas doses, 19% três doses e 45% quatro doses. Pelos dados coletados ficou evidente que um grande percentual da população não foi vacinada ou não recebeu um número adequado de doses. As informações apresentadas avaliam as condições ligadas à proteção de uma população que habita a zona rural de uma região endêmica e que possui características socioculturais diferenciadas da população geral. Os resultados do estudo referentes à poliomielite e à hepatite B são um testemunho da necessidade de uma avaliação da efetividade dos programas de vacinação, especialmente num pais com diferentes realidades. No grupo estudado, os registros do período não condizem com a situação encontrada, justificando a iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que em repetidas ocasiões realizou a Semana de Vacinação nas Américas.(21). Esta iniciativa visa prevenir a ocorrência de doenças imunopreveníveis em grupos minoritários, moradores de regiões de fronteira, indígenas, limitando a possibilidade destes segmentos virem a apresentar doenças e desempenhar um papel importante na sua transmissão.(22) Referências 1. Ministério da Saúde. DATASUS 2008. http://tabnet.datasus.gov. br/cgi/tabcgi.exe?pni/cnv/cpniuf.def Acesso 02/04/2008. 2. Erath J. The value of vaccination: a global perspective. Vacina 2003; 2(27-30):4105–17. 3. 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