Visualizar - Irmãs Pastorinhas

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Informativo nº 7 • 2011
CUIDAR DA VIDA...
Atitudes que fazem a diferença
Nós acreditamos no Deus
da Vida! Deus, o Criador e Pai.
Na sua imensa obra da
criação o ser humano foi dotado de inteligência e sabedoria,
tornando-se a mais perfeita de
todas as suas criaturas.
Deus assim o quis “Quando contemplo o céu, obra de
teus dedos, a lua e as estrelas
que fixaste... O que é o homem
para dele te lembrares? O ser
humano, para que o visites? Tu
o fizeste pouco menos do que
um deus, e o coroaste de glória
e esplendor. Tu o fizeste reinar
sobre as obras de tuas mãos, e
sob os pés dele tudo colocaste” (Sl 8, 4-7). O Salmista louva
a grandeza de Deus que coloca o ser humano como senhor
da criação. Ele foi chamado a
ser imagem e semelhança de
Deus. A nossa fé cristã nos faz
optar pela vida!
É por isto que somos comprometidas com o cuidado da vida, em todas as suas dimensões. Lá onde ela
é ameaçada, nós, Irmãs Pastorinhas somos chamadas
a ter atitudes que ajudem a fazer a diferença, por mais
simples que sejam... cuidando da vida em Cristo!
Um cuidado que exige uma série de novas atitudes
solidárias e comprometedoras, um verdadeiro caminho
de conversão, de mudança de direção, em busca de um
mundo mais justo e fraterno, onde possamos dizer que
verdadeiramente reina a Comunhão.
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Podemos dizer que esta é uma verdadeira mística,
que parte da experiência pessoal que cada um faz deste
Deus da Vida e o leva a se relacionar com o próprio Deus,
com o outro, com a natureza e consigo mesmo de maneira saudável e harmoniosa. Trata-se de um movimento
constante e crescente, uma
espiritualidade profundamente encarnada, capaz de nos
preencher e transbordar pelas
nossas mãos e pés, em atitudes que realmente fazem a
diferença na humanidade.
Daí o tema desta nossa
Revista: Cuidar da Vida! E
nos vários artigos e testemunhos que a compõem, você
é convidado a percorrer conosco o “caminho do cuidado”, refletindo também sobre
as imensas ameaças sofridas
pela mãe terra e suas terríveis consequências para toda
a humanidade. Preservar o
planeta é uma tarefa profundamente cristã. Neste lindo
planeta vivem todos os seres
criados por Deus, principalmente suas criaturas amadas,
ou seja, cada um de nós.
Assim, o cuidado do planeta, sobretudo da vida das
pessoas e de toda a natureza é um compromisso também da espiritualidade, pois estamos valorizando e preservando a obra divina da ação do Criador que desde o
início “viu que tudo era bom”!
Sejamos todos “cuidadores” e “cuidadoras” da vida
em Cristo!
Irmã Inácia Josefa dos Santos
Superiora Provincial
“Cuidar da Vida em Cristo:
um caminho de compaixão e de
conversão em comunhão”
E
ste foi o tema do 8° Capítulo Geral que nós, Irmãs
Pastorinhas, celebramos
em julho deste ano e, propositalmente, desejamos partilhá-lo
nesta revista. A realização de um
Capítulo Geral, em uma congregação religiosa é um momento de
profunda escuta do Espírito, para
avaliar a caminhada e lançar novas
perspectivas, procurando sempre
harmonizar os desafios da atualidade com a fidelidade ao próprio
carisma. É um evento eclesial importante, que conta com a representatividade de todas as Irmãs e
resulta de um processo de oração
e reflexão coletiva, tanto pessoal
quanto comunitária. Por isso, o
tema se torna algo realmente significativo.
Em tempos em que tanto se fala
do cuidado da natureza, da ecologia, da preservação ambiental, em
que a Campanha da Fraternidade
no Brasil apela para mudanças radicais de atitude, no intuito de remediarmos a iminente destruição
do planeta, poderia parecer até
modismo, ou oportunismo, falar
de “Cuidar da Vida”. No entanto, a
raiz carismática dessa expressão,
proveniente desde os tempos da
fundação, não nos deixa dúvidas
da atualidade e urgência da nossa
missão hoje.
A mãe terra cuida de seus
filhos amorosamente, proporcionando-lhes tudo quanto seja
necessário para a subsistência.
Entretanto requer também cuidados, para que possa continuar gerando vida, e vida em abundância,
como prometeu Jesus. E isto significa também cuidarmos uns dos
outros, como verdadeiros irmãos
e irmãs. Cuidar do outro significa
garantir-lhe as condições mínimas
para uma subsistência saudável?
Sim, com certeza, mas não só...
O nosso Fundador, o Bem Aven-
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turado Tiago Alberione sempre se
referiu à pessoa como um todo,
uma integralidade, que precisa
ser cuidada (“curada”) em todas
as dimensões (mente, vontade,
coração, forças físicas).
Assim, quando ele dizia “Cura
d’anime” (cura de almas, em
português), atribuindo-a, desde
o início da fundação de nossa
Congregação, como missão específica do nosso ministério pastoral, não significava apenas uma
assistência espiritual, ou uma dicotomia entre corpo e alma, mas
sim, um profundo cuidar da vida
em Cristo, abrangendo todos os
seus aspectos. Esta é a essência
do nosso ministério pastoral!
Quando dizemos “um caminho de compaixão e de conversão em comunhão” significa que
queremos estar abertas para acolher o dinamismo do Espírito, que
nos impulsiona para frente e nos
pede para superar a nossa inércia
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e rigidez, os nossos esquemas,
deixando-nos conduzir por Ele
nas estradas do mundo de hoje.
Um caminho de compaixão... a
misericórdia apaixonada do Pai,
capaz de enviar ao mundo o seu
único Filho, simplesmente por
amor! E é esse amor que nos impulsiona no seguimento de Jesus,
o Mestre com coração de Pastor,
que se inclina sobre as feridas
desta humanidade e as cura.
Para vivenciarmos este seguimento, somos conscientes de
que, como nos pediu Alberione,
precisamos viver em contínua conversão, em comunhão profunda
de intentos e atitudes, porque somente assim, juntas, ajudando-nos
e cuidando reciprocamente, seremos capazes de cuidar daqueles
que nos são confiados, em nosso
ministério pastoral.
O dom da comunhão nos une à
comunidade paroquial, à Igreja local e a todo o Corpo de Cristo, fa-
zendo-nos artífices de comunhão,
de reconciliação e de diálogo, colaborando para que a Igreja seja
uma casa acolhedora para todos,
especialmente os mais pobres e
esquecidos.
Trilhando esse caminho, acreditamos que estaremos contribuindo para a construção de um
mundo mais justo e fraterno, o
tão sonhado e falado Reino de
Deus, que tem início aqui, agora,
no meio de nós e se perpetua na
eternidade... E tudo isto de uma
forma muito específica, fiéis ao
carisma que nos deixou o Fundador, brotando de atitudes simples,
mas capazes de fazer toda a diferença na humanidade. É assim
que nos lançamos para frente,
atentas aos sinais dos tempos,
para “Cuidar da vida em Cristo,
um caminho de compaixão e de
conversão em comunhão!”
Irmã Cristiane Ribeiro, sibp
Cuidar da vida do Planeta
uma urgência
N
este ano, a Campanha da
Fraternidade (CF/2011) lançada pela CNBB no início da
quaresma tem como tema: “Fraternidade e a Vida no planeta” e, como
lema: “A criação geme em dores de
parto” (Rm 8,22).
“Com esta Campanha a Igreja Católica, no Brasil quer contribuir para
a conscientização das comunidades
cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global
e das mudanças climáticas e motivá-las a participar dos debates e ações
que visam enfrentar o problema.” (Texto base n.6).
I – A REALIDADE
Em sua primeira parte – VER, o texto base da CF/2011 nos informa sobre
a realidade do aquecimento global:
§ As mudanças climáticas ocorridas
no passado aconteceram em virtude
de processos naturais, mas as mudanças em curso, nos dias de hoje
(temperatura mais elevada, temporais por toda a parte, vendavais,
longas estiagens) coincidem com
o processo de industrialização que
se intensificou nos últimos séculos.
(texto base, n. 7).
§ A comunidade científica não é unânime a respeito das causas destas
mudanças climáticas a que assistimos, mas a grande maioria as
relaciona com as atividades empreendidas pelo ser humano, após
a implantação do atual sistema de
produção. (texto base, n.7).
§ Os relatórios do Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC) mostram a relação entre
aquecimento global e as atividades
humanas. É o que vemos a seguir:
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Os relatórios do IPCC:
A tese de que o atual aquecimento
global é fruto da ação humana, em virtude do aumento das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) no período
pós-industrial, foi elaborada a partir de
estudos de um grande grupo de especialistas do clima e pesquisadores de
outras áreas do conhecimento constituído pela Organização das nações
unidas (ONU).
O denominado painel do clima iniciou os seus trabalhos em 1988 e os
estudos realizados mostram detalhadamente a variação da temperatura
média da terra a partir de 1750, período que coincide com a implantação do
sistema industrial em muitos países.
O painel publicou quatro relatórios
sobre a mudança climática, em 1990,
1995, 2001 e 2007. Juntamente com
esses documentos o IPCC esboçou
os principais temas dos relatórios e
publicou um resumo para os Tomadores de Decisão.
Os resultados apresentados pelo
IPCC, em seus relatórios foram abraçados por organismos intergovernamentais e internacionais, tendo à frente a ONU e seus organismos. Foram
assumidos também por Igrejas, Movimentos sociais, articulações internacionais como Fórum Social Mundial
e Organizações não governamentais
(ONGs) que atuam em favor da vida no
planeta. (texto base n.16).
O relatório do IPCC de 2007
Em seu 4º relatório, o IPCC afirma
com nível muito alto de confiança, isto
é, com segurança de mais de 90% que o Planeta Terra está aquecendo
desde 1750, tendo elevado a temperatura média em 0,74ºC até 2006.
Alguns dados do relatório chamam
a atenção, como por exemplo, as concentrações de dióxido de carbono (CO2),
o gás de efeito estufa mais importante,
aumentaram entre 1995 e 2005 em ritmo mais acelerado do que entre 1960 e
1995. Como o aumento se deve à maior
presença de dióxido de carbono (CO2)
na atmosfera, então a conclusão é que a
temperatura tende a aumentar cada vez
mais. (texto base n.18).
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O relatório destaca que a maior
parte da emissão de dióxido de carbono (CO2) pelas atividades humanas
provém da queima de combustíveis
fósseis, e a de Metano (CH4) e óxido
nitroso (ND2) provém, principalmente,
da agricultura. (texto base n.19).
Para o IPCC, as mudanças no clima estão se aprofundando e refletem
os aumentos de emissões de gases
de efeito estufa. Entre 1995 e 2006
o mundo teve 11 dos 12 anos mais
quentes já registrados para a temperatura da face da terra. (texto base n.23).
A maior parte do aquecimento se
deve a atividades humanas dos últimos 50 anos. Há muitos indicadores
que mostram a aceleração do aquecimento. As geleiras das montanhas e
as coberturas de neve estão diminuindo. As lâminas de gelo da Groenlândia
e da Antártida estão derretendo em alguns pontos. O nível do mar continua
a subir e a temperatura média do Oceano está aumentando. As secas estão
mais longas e mais intensas e afetam
áreas maiores, as chuvas estão mais
pesadas e provocam graves enchentes. O relatório de 2007 indica que
essas recentes mudanças são maiores do que as ocorridas no clima nos
últimos 1300 anos. (texto base n.23).
O relatório afirma que, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual ou forem ainda
mais intensas, um aquecimento maior
irá ocorrer. Isso, por sua vez, agravará
as mudanças no clima global. A temperatura da superfície deve aumentar
em cerca de 2,4ºC até 2050, mesmo
se a humanidade mudar seu padrão de
produção e consumo imediatamente.
Porém, caso mudanças dessa ordem
não forem realizadas, o aumento pode
alcançar 4ºC. Isso agravaria a elevação
do nível dos mares em até 0,60cm em
virtude do derretimento das geleiras,
ocupando áreas de territórios povoados e provocando imensas levas de
migração – os denominados migrantes climáticos. Os padrões climáticos
seriam alterados significativamente,
com tempestades, furacões, enchentes sempre mais intensas e secas ainda mais amplas e prolongadas. (texto
base, n. 24)
II – A ILUMINAÇÃO BÍBLICA
O texto base da CF/2011 aponta
as passagens bíblicas sobre a preservação da natureza. Vou me deter a uma
breve reflexão sobre o Gn 1, 1-2, 4a:
Quem escreveu esta primeira narrativa da criação foi gente exilada, desen-
raizada, vigiada pelo exército, em região
despovoada (Tel Abibe – Ez 3, 5), às
margens dos rios (Sl 137, 1), escravos
(Is 42, 1), trabalhadores forçados.
O texto expressa a voz de um dos
milhares de povos massacrados pela
Babilônia. É a voz da elite de Israel, ex-sacerdotes e ex-cantores que se converteram no exílio e agora se tornaram
profetas. O texto é uma profecia. A palavra é a grande arma dos profetas. É
a Palavra de Deus que cria o mundo.
O projeto dos deportados em Gn
1, 1-2, 4a se resume a três Palavras
fundamentais:
1ª Palavra: Exigimos o sábado!
O texto afirma o 7º dia como dia de
descanso para participar do SER e do
AGIR de Deus. Quem trabalha no sábado renega Javé e assume a idolatria.
O descanso puxa a memória dos tempos de Jerusalém. O sábado é para
sobreviver, é para a prática religiosa,
é espaço para organizar a esperança
por retorno do exílio. O sentido do sábado é de libertação.
2ª Palavra: Abaixo os Ídolos!
A Liturgia do texto discute a questão da luz e dos astros. Os deuses da
Babilônia (Sol – Lua – Estrelas) estão
desautorizados por esta narrativa da
criação em que Javé cria a LUZ no primeiro dia e só no quarto dia ele cria os
astros (Sol – Lua – Estrelas) que são
apenas repassadores da LUZ e não
sua fonte.
2ª Palavra: A imagem de Deus
(Projeto da casa)
Tudo o que foi criado no 3º, 5º e 6º
dias formam uma unidade e estão ligados à terra agriculturável, à roça, pois
falam da vida do roceiro, de suas plantas, de animais (aquáticos, celestes e
terrestres) da vida da camponesa e da
vida do camponês.
Através do Projeto da Casa, descrito como Projeto da Roça, a partir da
terra, indica que Deus visa estabelecer
a sua imagem que se centraliza no Homem e na Mulher, na relação entre ambos na realidade da Família-clã.
O clã vive dentro de condições
detalhadas em Gn 1, 1-2, 4a, através
das obras do 3º, 5º e 6º dias. Portanto,
trata-se de gente da roça, na
sua relação com as plantas
e animais da terra. É todo
um ambiente denominado
OIKOS (= casa). É toda
uma ECO-LOGIA ou ECO-NOMIA. Tudo faz parte
da IMAGEM DE DEUS!
Pela criação, Deus
visa estabelecer relações gratificantes. No
Projeto da casa a pessoa está integrada no
seu ambiente, numa
grande solidariedade entre as pessoas
e animais e toda a
criação. Há espaço para todos! (cf.
Projetos de Esperança, meditações sobre Gn 1, 1-11, de
Milton Schwantes, coleção Deus conosco, p. 25-35).
III – O AGIR TRANSFORMADOR
Vimos na primeira parte, que a nossa realidade é tão gritante que, mesmo
que a humanidade mude seu padrão
de produção e consumo imediatamente, a temperatura da superfície da terra deve aumentar em cerca de 2,4ºC
até 2050. E se essas mudanças não
ocorrerem, o aumento da temperatura
da terra pode chegar a 4ºC. Não podemos fazer de conta que não está
acontecendo nada. Precisamos fazer
alguma coisa.
1 - Em primeiro lugar, é preciso
tomar consciência da situação para
auxiliar outras pessoas a também entenderem o que está acontecendo em
nosso planeta. É bom participar da
comunidade e de grupos de estudo
e reflexão em sua paróquia e escola,
como também de debates e ações
que visam enfrentar o problema do
aquecimento global.
2 - Para diminuir a emissão de gás
carbônico na atmosfera, todos devem
conhecer a regra dos três erres: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Confira
no site da USP (www.usp.br) e você
encontrará também oito dicas importantíssimas.
3 - E para diminuir o consumo pessoal existe a Campanha promovida
pela 10:10 global, organização fun-
dada em 2009 por Franny Armstrong
e pela 350.org, com o objetivo de
conscientizar as pessoas a contribuírem para que a proporção de dióxido
de carbono (CO2) na atmosfera volte e
não ultrapasse a casa dos 350 ppm.
Essa campanha apresenta 20 maneiras viáveis e sem muitos sacrifícios
para que cada um possa dar o seu
contributo. (texto base, n.207).
Para concluir retomo as reflexões
finais do texto base números 215 –
219, que diz: “O cuidado com o ambiente pode e deve ser hoje uma resposta ao amor redentor de Deus... Ele
é o criador e o mantenedor da criação
e a nossa tarefa é cultivar e guardar.
Somos os mordomos da criação”
O cuidado do homem com o meio
ambiente deve hoje também incluir as
gerações futuras! É preciso sempre
nos perguntar: “Que planeta queremos deixar para os nossos filhos?” e
“Que tipo de filhos deixaremos para o
planeta?”
Que nossas ações contribuam
para o advento do mundo novo que
há de ser construído com empenho
renovado a cada dia, segundo a imagem bíblica de Ap 21, 1: “Novos céus
e Nova terra”!
Irmã Genoveva Fogaça, sibp
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CUIDEMOS DA VIDA!
ELA ESTÁ AMEAÇADA!
“Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a vida por suas
ovelhas. O mercenário que não é pastor a quem não
pertencem as ovelhas, quando vê o lobo chegar, abandona
as ovelhas e sai correndo... Eu sou o bom Pastor: conheço
minhas ovelhas e elas me conhecem...”
Jo 10, 11-14
P
assamos o período da
Campanha da Fraternidade
refletindo sobre as dores do
Planeta. Vivemos um processo de ameaça constante de extinção. Segundo especialistas, isto
é um fenômeno natural.
Porém, o processo de seleção
natural está aumentando cada vez
mais, principalmente devido ao
comportamento humano, como:
desmatamento, urbanização e poluição na natureza. O ser humano é
um dos elementos do ecossistema,
portanto, ele está relacionado aos
outros seres, inclusive em conexão
com os fatores abióticos, como o
clima. Caso comece a desestruturá-lo, consequentemente estará
desenvolvendo graves problemas
para si próprio também. O aquecimento global já está apresentando
suas conseqüências.
Não há dúvida que a sobrevivência do ser humano depende
das suas ações no presente, da
geração de resultados eficazes, o
que é concernente à preservação
e ao uso sustentável dos recursos
naturais.
Costuma-se dividir os recursos
naturais em duas grandes classes:
os renováveis – são os que a natureza repõe e os não renováveis –
são os que a natureza não repõe.
Nesse contexto, pode-se definir o desenvolvimento sustentável
como o procedimento que leva à
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produção, de uma forma ampla,
otimizando e, ao mesmo tempo,
preservando os recursos naturais
renováveis e maximizando a utilização dos não renováveis.
O conceito de sustentabilidade,
e a noção da importância que este
tema tem para a comunidade mundial, se intensificam a partir das mudanças bruscas do clima ocorridas
recentemente.
Mas, o que é a vida? Não se
trata de querer aqui definir a vida a
partir de uma categoria filosófica ou
teológica, mas se trata de entender o que é óbvio: a vida é o lugar
existencial onde fazemos as experiências da perda, dor, sofrimento,
morte, nascimento, dança, solidão,
sentimentos, emoções, pensamentos, prazer, amor, paixão, etc.
É incrível perceber que algumas
pessoas quando se dirigem a Jesus, não tenham em mente que o
Cristo que ressuscitou é o mesmo
que morreu na cruz, o mesmo que
nasceu e teve uma vida onde se
deparou com os acontecimentos
inesperados, ou seja, não percebem que Jesus viveu de fato uma
vida humana. As pessoas que se
esquecem desses fatos fundamentais da fé cristã, pensam que Deus
é um “mágico” que continuamente faz truques e esperam que Ele
faça uma “mágica” rápida que as
tire dos problemas, sofrimentos, ou
seja, procuram um “deus” que as
proteja da vida.
Nas Escrituras fica claro que
todas as pessoas que fizeram realmente uma experiência de Deus
não foram protegidas da vida, mas
ocorreu o contrário: foram lançadas
à vida. Não é preciso ser muito inteligente ou sensível para perceber
que nas experiências que algumas
pessoas fizeram de Deus, narradas
na Bíblia, elas encontraram a paz,
mas perderam a tranqüilidade. Porque perderam a tranqüilidade? Porque a experiência de Deus tirou essas pessoas da sua acomodação
e as lançou à vida! Por exemplo,
Abraão deixou sua terra e partiu,
Moisés teve de enfrentar muitas dificuldades no processo de liberta-
ção do seu povo da escravidão do
Egito, Jeremias enfrentou dificuldades tão grandes que chegou a desejar a morte.
Entretanto, quando se trata de
proteger a vida, a saúde e a dignidade da pessoa que trabalha,
em relação direta com a influência
proveniente do meio ambiente em
que esta se ativa, a competência
tanto material como legislativa diz
respeito ao meio ambiente e à saúde, competindo aos demais entes
federados, além da União, como
prevêem os artigos 23, 24 e 30, da
Lei Maior, acima aludidos, zelar pela
proteção do meio em que o trabalhador exerce suas atividades, bem
como buscar a preservação da
saúde humana.
Não se pode desvencilhar o atual cenário de degradação do meio
ambiente, da má qualidade da educação, da ineficaz política ambiental no país, seja por parte tanto do
governo quanto das corporações,
aliado ainda à desigualdade social.
Tudo isso nos leva a refletir na urgência de agir – mas uma ação real
sobre o meio ambiente – e na necessidade de buscarmos um novo
modelo de desenvolvimento sustentável, repensando a forma como
o homem utiliza os recursos naturais; isso passa a ser uma questão
de sobrevivência.
Para o educador, o Meio Ambiente não se restringe ao ambiente
físico e biológico, mas inclui também as relações sociais, econômicas e culturais. O objetivo é propor
reflexões que levem o aluno ao enriquecimento cultural, à qualidade de
vida e à preocupação com o equilíbrio ambiental.
Propostas ao alcance de toda pessoa, que podem
contribuir para que a VIDA seja mais respeitada.
§ 1 litro de óleo usado jogado no ralo ou na pia contamina 25.000
litros de água.
§ Escove os dentes sem deixar a torneira aberta. A torneira aberta
durante a escovação está jogando fora 30 litros de água.
§ Coma de forma sadia, prefira o orgânico: é um método de cultivo
que respeita o meio ambiente.
§ Um banho de três minutos consome 40 litros de água. Em 10
minutos de banho se consome mais de 130 litros em média.
§ Use lâmpadas econômicas: consomem cinco vezes menos e
duram 10 vezes mais.
§ Para conservar os alimentos, use vidro e não alumínio ou plástico:
esses poluem e, para sua produção, o desperdício energético é
imenso.
§ Faça coleta seletiva: é a contribuição mais inteligente e mais importante que se pode dar ao meio ambiente.
Irmã Maria Sueli Berlanga, sjbp
Comunidade de Eldorado – Vale do Ribeira/SP
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O CUIDADO DA VIDA
POR MEIO DA
EDUCAÇÃO
A
educação no mundo atual que tem precisamente
como objetivo tornar o
“homem mais homem”, só pode
realizar-se autenticamente num
contexto relacional e comunitário.
Não é por acaso que o primeiro
e originário ambiente educativo é
constituído pela comunidade natural da família. A Escola, por sua
vez, coloca-se ao lado da família
como espaço educativo comunitário, orgânico e intencional e apoia o
seu empenho educativo, segundo
a lógica da subsidiariedade. (n.12)
A escola católica, que se caracteriza principalmente como comunidade educadora, configura-se como escola para a pessoa e
das pessoas. De fato, ela tem por
finalidade formar a pessoa na uni-
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dade integral do seu ser, intervindo
com os instrumentos do ensino e
da aprendizagem que formam “os
critérios de juízo, os valores determinantes, os pontos de interesse,
as linhas de pensamentos, as fontes inspiradoras e os modelos de
vida”. Mas, sobretudo envolvendo-a na dinâmica das relações interpessoais que constituem e vivificam a comunidade escolar.
No contexto da globalização, é
necessário formar sujeitos capazes
de respeitar a identidade, a cultura, a história, a religião, sobretudo,
os sofrimentos e as necessidades
dos outros, na consciência de que,
“todos somos verdadeiramente
responsáveis por todos”. (n.44)
“Num mundo no qual o desafio
cultural é o primeiro, o mais provo-
cador e cheio de efeitos” a escola
católica está consciente das tarefas importantes as quais é chamada a enfrentar e conserva a sua
máxima importância também nas
circunstâncias atuais. (n.54)
Nós, Irmãs Pastorinhas, também nos dedicamos à formação
humana, cristã e acadêmica de
crianças, adolescentes e jovens,
no Instituto Divina Pastora, uma
escola católica, fundada em 1947.
A proposta pedagógica de
nossa escola tem história na educação, prioriza e oferece um ensino de qualidade, diferenciado, em
que educar é formar com responsabilidade, referência para o crescimento e a vivência do aluno.
Além do amplo conhecimento
acadêmico, desenvolve Projetos
Sociais (Campanha da Fraternidade, Campanha do Agasalho, Sebo
do livro, Campanha dos Alimentos,
Natal dos Sonhos, etc.), Projetos
Educacionais (Educação no Trânsito; Relações Humanas e Afetivas),
Projetos Ambientais (Preservação
do meio ambiente, sustentabilidade) e qualidade de vida.
No Instituto Divina Pastora, escola e família participam juntas na
construção de um mundo justo e
solidário. Por meio das ferramentas pedagógicas, disponibiliza o
Portal Educacional, com pesquisas, informações, produções literárias e acesso dos pais ao aproveitamento escolar do aluno.
As equipes de direção, coordenação e corpo docente empreendem esforços constantes
na preparação dos alunos para o
ingresso nas mais renomadas universidades e posterior integração
ao mercado de trabalho.
O aluno sociabiliza-se e interage com diversas modalidades esportivas ao participar de torneios,
competições e festivais. A Pastoral
Escolar e os Colaboradores Ami-
gos de Jesus Bom Pastor têm um
papel social importante junto às
comunidades carentes, de acordo com os projetos estabelecidos
pelo Instituto Divina Pastora.
A educação tem evoluído com
o passar do tempo. Educar pode ter
vários contextos, mas os objetivos
são os mesmos e vai ao encontro
dos anseios de quem nela acredita.
O Instituto Divina Pastora não
prioriza somente a aquisição do
conhecimento acadêmico... é uma
escola com perfil humanista, que
visa à conscientização dos alunos,
famílias e toda comunidade escolar, na importância da solidariedade, partilha e respeito ao próximo.
As lições de cidadania partem de
ações concretas, ideias formadas
com comprometimento e desafios. Trabalhar com educação no
Divina Pastora tem produzido os
melhores frutos, porque as pequenas sementes são semeadas
com amor e responsabilidade, e
por nunca deixar de acreditar que
uma nação se faz com educação.
Assim, proporcionamos condições para que os educandos cres-
çam na consciência crítica, sejam
responsáveis pelos seus direitos e
deveres, agindo sempre com justiça, e sejam capazes de questionar
os valores e normas que regem a
sociedade.
Os nossos alunos são orientados a crescer na consciência política, através de fundamentação
filosófica, sociológica e evangélica
que desperta e ajuda a descobrir
o seu protagonismo na construção
da história.
Os novos paradigmas que devem orientar nosso trabalho são:
os desafios de um mundo atual,
equilibrado e harmonioso, a fraternidade e justiça que nos tornam
irmãos, amigos, filhos de Deus.
Em nosso projeto educacional somos conduzidos pelo Bom
Pastor que deixou o seu exemplo
de amabilidade, aproximação,
compaixão e perdão. São estas
atitudes que nos orientam na prática pedagógica cotidiana e Maria
Divina Pastora que nos guia sempre para que possamos compartilhar com os nossos irmãos o dom
da vida.
Fonte: Documento para os Seminários e as Instituições de Estudo.
Educar Juntos na Escola Católica. Missão Partilhada de Pessoas
Consagradas e Fiéis Leigos. Ed. Paulinas. São Paulo 2008.
Irmã Gerlândia Amaro Alencar, sjbp.
Coordenação Religiosa da Escola.
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Sustentabilidade
N
uma urgência!
este milênio, houve um crescente despertar de consciência ética em relação a diversos
desafios levantados pelos avanços
científicos e pelo progresso econômico. A humanidade começa a perceber
que nem todas as descobertas científicas e nem todas as vantagens tecnológicas trazem somente benefícios
para a sociedade.
Crescem as preocupações com
a ecologia, apontando os efeitos maléficos da ciência que não levam em
consideração a preservação ambiental
e, consequentemente, a preservação
da humanidade. Avançando um pouco mais, entende-se que é necessário
cuidado, pois o crescimento científico e
tecnológico, com um progresso voltado ao consumo desordenado se funda
numa relação antropocósmica, o que
não significa a equalização de todos os
seres, nem o respeito à natureza.
Neste artigo, pretendemos refletir
como, do consumo desordenado, da
falta de consciência, da racionalidade
excessiva do ser humano, emergem
fortes preocupações na busca de uma
sustentabilidade mais coerente e humanizadora. Para tanto, vemos que
a natureza passa por inúmeros desafios: a comercialização desordenada
de seus recursos pela sociedade, a
falta de preservação do meio ambiente; enfim, o descaso, além da busca
desordenada do poder e a dificuldade
ferrenha do crescimento sustentado.
Assim, percebemos que a responsabilidade ambiental, a gestão e a sustentabilidade são terminologias usuais
para definir ações e atividades humanas
que visam suprir as necessidades atuais
dos seres humanos, basicamente, sem
comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está
diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos
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naturais de forma inteligente para que
eles se mantenham no futuro.
Alguns princípios relacionados à
sustentabilidade:
§Exploração dos recursos vegetais
de florestas e matas de forma controlada, garantindo o replantio sempre que necessário.
§ Preservação total de áreas verdes não
destinadas à exploração econômica.
§ Ações que visem o incentivo a produção e consumo de alimentos orgânicos, pois esses não agridem a
natureza além de serem benéficos à
saúde dos seres humanos;
§Exploração dos recursos minerais
(petróleo, carvão, minérios) de forma
controlada, racionalizada e com planejamento.
§Uso de fontes de energia limpas e
renováveis (eólica, geotérmica e hidráulica) para diminuir o consumo de
combustíveis fósseis. Essa ação, além
de preservar as reservas de recursos
minerais, visa diminuir a poluição do ar.
§ Criação de atitudes pessoais e empresarias voltadas para a reciclagem de
resíduos sólidos. Além de gerar renda
e diminuir a quantidade de lixo na terra,
isso possibilita a diminuição da retirada
de recursos minerais do solo.
§ Desenvolvimento da gestão sustentável nas empresas para diminuir o
desperdício de matéria-prima e desenvolvimento de produtos com baixo consumo de energia.
§Atitudes voltadas para o consumo
controlado de água, evitando ao
máximo o desperdício. Adoção de
medidas que visem a não poluição
dos recursos hídricos, assim como
a despoluição daqueles que se encontram poluídos ou contaminados.
§ Destacamos que a adoção de ações
de sustentabilidade garante, a médio
e longo prazo, um planeta em boas
condições para o desenvolvimento
das diversas formas de vida, sobretudo a humana. Garante a manutenção
dos recursos naturais necessários
para as próximas gerações (florestas,
matas, rios, lagos, oceanos).
É relevante destacar o consumo
sustentável como um conjunto de
práticas relacionadas à aquisição de
produtos e serviços que visam diminuir
ou até mesmo eliminar os impactos ao
meio ambiente. São atitudes positivas
que preservam os recursos naturais,
mantendo o equilíbrio ecológico em
nosso planeta. Essas práticas, sem
dúvida são coletivas e culturais, mas
podem ter início com a minha postura pessoal diante do problema. Elas
estão relacionadas à diminuição da
poluição, incentivo à reciclagem e eliminação do desperdício. Através delas
poderemos, um dia, atingir o sonhado
desenvolvimento sustentável.
Contudo, das imensas possibilidades que se abrem a partir do conceito
de sustentabilidade, acreditamos que
uma merece um destaque todo especial, seja pelo seu impacto imediato no
meio ambiente, seja pela possibilidade
de todos nós assumirmos esta causa, gerando uma verdadeira mudança
cultural capaz de fazer a diferença no
mundo em que vivemos. Trata-se da
Reciclagem, ou como já se costuma
dizer, o “luxo do lixo”!
A palavra reciclagem ganhou destaque na mídia a partir do final da década de 1980, quando foi constatado
que as fontes de petróleo e de outras
matérias-primas não renováveis estavam se esgotando rapidamente, e que
havia falta de espaço para a deposição de resíduos e de outros dejetos na
natureza. A expressão vem do inglês
recycle (re = repetir, e cycle = ciclo).
Na mesma época, a produção de
embalagens e produtos descartáveis
aumentou significativamente, assim
como a produção de lixo, principalmente nos países desenvolvidos. Muitos governos e ONGs estão cobrando
de empresas posturas responsáveis:
o crescimento econômico deve estar
aliado à preservação do meio ambiente.
Atividades como campanhas de coleta
seletiva de lixo e reciclagem já são comuns em várias partes do mundo.
No processo de reciclagem, além
de preservarmos o meio ambiente que
também gera riquezas, os materiais
mais reciclados são o vidro, o alumínio,
o papel e o plástico. Ele contribui para
a diminuição significativa da poluição do
solo, da água e do ar. Muitas indústrias
estão reciclando materiais como uma
forma de reduzir os custos de produção.
Outro benefício da reciclagem é a
quantidade de empregos que ela tem
gerado nas grandes cidades. Mui-
tos desempregados estão buscando
trabalho nesse setor e conseguindo
renda para manterem suas famílias.
Cooperativas de catadores de papel e
alumínio já são uma boa realidade nos
centros urbanos do Brasil.
Muitos materiais como, por exemplo, o alumínio pode ser reciclado com
um nível de reaproveitamento de quase 100%. Derretido, ele retorna para
as linhas de produção das indústrias
de embalagens, reduzindo os custos
para as empresas. Contudo, muitas
campanhas educativas têm despertado a atenção para o problema do lixo
nas grandes cidades. Cada vez mais,
os centros urbanos, com grande crescimento populacional, tem encontrado
dificuldades em conseguir locais para
instalarem depósitos de lixo. Portanto,
a reciclagem apresenta-se como uma
solução viável economicamente, além
de ser ambientalmente correta. Nas
escolas, muitos alunos são orientados pelos professores a separarem o
lixo em suas residências. Outro dado
interessante é que já é comum nos
grandes condomínios a reciclagem do lixo.
Assim como nas cidades,
na zona rural a reciclagem
também acontece. O lixo
orgânico é utilizado na
fabricação de adubo orgânico para ser utilizado
na agricultura.
Como
podemos
observar, se o homem
souber utilizar os recursos da natureza, poderemos ter, muito em
breve, um mundo mais
limpo e mais desenvolvido. Dessa forma, poderemos conquistar o tão
sonhado desenvolvimento
sustentável do planeta.
Não basta propiciar um ambiente saudável. O necessário é educar o HOMEM para que seus hábitos o
capacitem para um SER melhor!
Profa. Fanny Silva do Nascimento
(Profa. Universitária, Pedagoga,
Psicopedagoga, Orientadora
Educacional e Membro do
Conselho de Pastoral Ambiental
da Doicese de Jataí)
vivendo&anunciando | 13
Testemunhos
Foi Cristo que me
Conquistou para
Cuidar da Vida!
Sou Ir. Rosilene de Lima, nascida dia 20/09/1974,
em Santa Cruz do Monte Castelo, Paraná. Sou a
sétima dos 13 filhos do casal de lavradores João
Raimundo de Lima e Maria das Dores Bezerra de
Lima, migrantes do Rio Grande do Norte. São eles:
Maria Aparecida, Luiz Antônio, Romilda Cristina (in
memorian), Ir. Rosilda (também Pastorinha) Rosana, Roseli, Rosinete, Renato, Regina, Reginaldo,
Ronaldo e Reinaldo.
Uma família de origem humilde, gente trabalhadora e de muita fé, que manifesta um forte
amor a Jesus e Maria, e grande devoção aos Santos. Foi aí, que desde cedo aprendi o valor do trabalho, da fé, do respeito, da justiça e da honestidade para com os outros, do ser uma pessoa de
bem e de fazer o bem como Jesus. Tornei-me
sensível a esta orientação que recebi de meus
pais e em tudo que fazia tinha presente a pessoa
de Jesus, motivo pelo qual a música do Pe. Zezinho tornou-se para mim um grande lema: “amar
como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou,
pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu, sentir o que Jesus sentia, sorrir como Jesus
sorria, e ao chegar o fim do dia sei que dormiria
muito mais feliz...” Acreditei e apostei nessa mística e é, a partir disto, que posso falar do meu despertar vocacional, pois todo esse contexto serviu
de base para opção que fiz na minha vida. Cresci
sendo atraída pelos feitos de Jesus, pelo seu jeito de tratar e cuidar das pessoas, e, encantada,
acreditei que eu podia viver também essa forma
de amar de Jesus que os evangelhos mostram:
sua compaixão, o jeito de perdoar, o amor; enfim,
toda a maneira de ser de Jesus me inspirava, e o
testemunho familiar, mostrava-me que ser como
Jesus é um ideal de vida que vale a pena!
Como morava na zona rural, somente aos 14
anos de idade comecei a catequese e às vésperas
de fazer a primeira Eucaristia, a fala de um dos
catequistas me inquietou: “fazer primeira Eucaris-
14 | vivendo&anunciando
tia não significa a curiosidade de saber que gosto tem a Hóstia, como muitas crianças pensam,
ou para cumprir um ritual. Primeira Eucaristia é
compromisso com Jesus, não podemos parar por
aqui, a Igreja oferece muitos meios de se comprometer mais com o projeto de Jesus”. Então desejei ardentemente viver um compromisso maior
com Cristo.
O ingresso de minha irmã Rosilda na congregação das Irmãs Pastorinhas facilitou o meu
caminho vocacional, pois as Irmãs começaram
visitar a minha família. Eu já tinha claro que queria ser religiosa, mas tinha muito medo de deixar
minha família. Isso se acentuou mais quando
Rosilda saiu de casa e eu vi o sofrimento, sobretudo de meus pais, afinal ela foi a primeira
filha a seguir o seu caminho longe da família.
Cultivava o meu desejo sem contar para ninguém, mas minha mãe percebia e, sentindo que
eu tinha dom para viver esta vocação, acabou
me incentivando. Em uma das visitas de Irmã
Marta (Pastorinha) a minha família, comecei a
fazer acompanhamento vocacional por correspondência. Participei de um encontro vocacional
em Assis-SP, onde conheci melhor a missão das
Irmãs Pastorinhas. Vi que minha irmã Rosilda estava feliz e acreditei que tudo vinha ao encontro
do que eu desejava. Tudo correspondia ao anseio
que me movia. Senti que era nessa congregação
que o Senhor me chamava a consagrar a vida:
eu iria realizar o bem, ser uma pessoa do bem,
como Jesus!
Foi então que no dia 19 de janeiro de 1994,
ingressei na congregação das Irmãs de Jesus
Bom Pastor – Pastorinhas. Vim disposta a tudo!
Confesso que o início não foi um “mar de rosas”,
encontrei muitas dificuldades de adaptação, a
vida na cidade era tão diferente... sentia muitas
saudades de minha família, da roça e mesmo
tendo minha irmã na mesma congregação não
ficávamos juntas.
Mas, na certeza de que estava respondendo
a um chamado e fazendo a vontade de Jesus, a
quem eu queria muito imitar, assumi com responsabilidade os estudos e cada etapa de formação,
segundo a proposta da congregação. Fui me apaixonando cada vez mais por este ideal de vida, pela
espiritualidade e missão da Irmã Pastorinha no
trabalho junto ao povo de Deus, cuidando da vida
em Cristo, em colaboração com os pastores.... e
disse SIM! E digo sim todos os dias...
Ao longo destes 17 anos senti e sinto concretamente que Jesus Bom Pastor está comigo
conduzindo, capacitando-me para responder às
exigências da vida religiosa consagrada. Sempre
estive aberta à sua graça. Cristo se apaixonou por
mim e eu por Ele, seu amor me conquistou, vivo e
o sigo não somente, pelo que ouvi falar Dele, mais
por que o experimentei com e na minha própria
vida. Acredito no Carisma Pastoral como uma forma de já viver o Reino de Deus no aqui e agora
de nossas vidas!
irmã Rosilene de Lima, sjbp
CUIDAR DA VIDA
Vibrar, Inventar,
Dedicar, Amar
O que é a vida? Como cuido da vida? A vida
é movimento, é respiração é ser capaz de vibrar
com os pequenos e grandes acontecimentos; é
ser capaz de inventar, reinventar, as coisas, os
eventos, os fatos do dia a dia.
Vivo a vida procurando dedicar tempo, forças
físicas, psíquicas nos relacionamentos humanos,
com a natureza, ou seja, com toda a criação. Vivenciando os valores do respeito, da responsabilidade e da justiça, com o objetivo de proporcionar
uma vida conforme os ensinamentos de Jesus
Bom Pastor.
Cuidar da vida é amar. Quando amamos nos
inquietamos, ficamos indignados com tudo que
diminui as possibilidades de vida. Por isso, cuido
da vida escutando e procurando estratégia para
dar uma resposta à humanidade que clama por
uma nova espiritualidade integrada e sintonizada
com a economia e a ecologia. Pois, acredito que
hoje para termos uma sociedade feliz é necessário dar qualidade ao ambiente social, termos
um sistema econômico humanizado e valorizar
a cultura própria de cada povo. Cuidar da Vida é
buscar para si e para as pessoas: o bem-estar
psicológico, a saúde, a educação, cuidar do meio
ambiente, preservar a riqueza cultural, é tecer relacionamentos que geram vida.
“O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo”
(Gn 2, 15).
Ir. Lusineide Cardoso de Melo, sjbp
ENCONTREI O
GRANDE TESOURO...
Eu, Irmã Ana Maria de Paiva, sou Natural da
Cidade de Iepê – interior do Estado de São Paulo
e desde muito Jovem senti um forte chamado de
Deus para a vida religiosa: dedicar-me a serviço
dos irmãos colaborando na Comunidade.
Conheci as Irmãs Pastorinhas quando elas foram morar em minha cidade e senti que a forma de
vida delas vinha como resposta aos apelos de Deus
que eu sentia. No entanto, para entrar na Congregação enfrentei várias dificuldades, tanto em nível
familiar, já que eu e minha irmã Maria Conceição,
a qual também pensava em ser religiosa, éramos
filhas únicas e minha mãe era bastante doente,
quanto provenientes da influência de pessoas amigas: a vizinhança só dava conselhos contrários ao
seguimento da minha vocação, porque para eles
era algo muito estranho e absurdo.
Mas depois de dois anos que minha irmã
havia entrado na Congregação, vencendo as dificuldades com a Graça de Deus, também consegui
dar esse passo, contando com o apoio das Irmãs
Pastorinhas que residiam em minha cidade.
Até agora passei por várias comunidades paroquiais, as mais carentes e sofridas, onde pude dar a
colaboração no ministério pastoral junto aos simples
e pequenos. Um verdadeiro cuidar da vida em Cristo!
Hoje estou trabalhando na periferia de Maceió
– Alagoas, num bairro muito pobre e populoso, que
contrasta enormemente com a cidade do turismo.
São pessoas sofridas, mas profundamente amigas,
acolhedoras e sedentas de espiritualidade.
Sou muito feliz no seguimento a Jesus Bom
Pastor, consagrando minha vida a serviço dos irmãos.
Jovem! Convido você a fazer uma experiência em nossa Congregação... se for esta a sua
vocação, você vai sentir que vale a pena deixar
tudo para seguir Aquele que é o maior Tesouro da
nossa vida: Jesus Bom Pastor!
Ir. Ana Maria de Paiva, sjbp
UM CUIDADO
AMOROSO
Acolher a Vida em todas as manifestações
é sempre privilegiar os mais fracos e impossibilitados de ter Vida em abundância. Hoje, vivo
a experiência de Cuidar da vida na sua integralidade, numa doação total, pois, me encontro ao
lado de alguém, a minha mãe, que deseja com
ardor a saúde e vive de lembranças, sonhando
chegar até onde o pensamento pode alcançar.
Essa vivência faz-me olhar, com o coração, o
irmão e a irmã como respiro de Deus. Os necessitados estão presentes no nosso dia a dia
e, este fato nos leva a realizar ações com amor
e zelo pela vida.
Cuidar da vida em Cristo é o Caminho da
Compaixão, que somente com a luz do Espírito
Santo, se pode entender e chegar à conversão
pessoal, pastoral em comunhão com os irmãos
e irmãs. Peço todos os dias que Maria Pastora,
saúde dos enfermos, nos ensine o caminho para
chegarmos até o Pai. É quando cuidamos de nossa saúde mental, espiritual e física, que somos
testemunhas de Amor e de fé no Filho – Jesus
Bom Pastor.
O que existe no mundo foi criado por Deus,
que em sua bondade nos concedeu o que há de
mais importante: O Dom da vida. Esse Dom nos
serve para darmos testemunho Dele e sermos
evangelizadores na construção do reino. Como os
apóstolos curavam doentes, os profissionais da
saúde e todos nós cristãos, também, somo chamados a cuidar do próximo. São Lucas no evangelho diz que: “Reunindo Jesus os doze apóstolos,
deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curar as enfermidades (Lc 9, 1)”.
E curar é cuidar! Eu agradeço a Deus de
neste momento histórico em que minha mãe está
idosa e doente, totalmente dependente, poder
cuidar dela como filha e como consagrada, com
todo amor!
Ir. Maria da Glória Anacleto, sjbp
A Mãe terra geme
e sofre, pelo
cuidado da vida!
Desde o início do mundo
Deus Pai se manifestou
Criando todos os seres
Porque muito nos amou.
Para seu louvor e glória
É o princípio e fundamento
Em toda a obra criada
O homem é o ser mais perfeito
A natureza oferece
Tudo que precisamos
Para ter saúde e vida
Somos livres e optamos.
Aprendi com minha mãe
Da saúde e da vida cuidar
Com meu pai cultivar a terra
Conservá-la e plantar.
Contemplava a obra criada
A riqueza que ela encerra
Tudo tem vida, que beleza
Precisamos cuidar da mãe terra.
Em nome do progresso
Mulher e homem se arriscam
Sem respeito ao Criador
E aos seres que na terra habitam.
Os desafios são muitos
Para a vida e o planeta
Ao distanciar das origens
Realizando tudo o que inventa.
A humanidade evoluiu
Esqueceu a conversão
Precisamos mudar as trilhas
Assumir e viver a compaixão.
A mãe terra geme e sofre
Por sentir-se tão invadida
Desrespeitada pelos homens
Que aos poucos lhe tiram a vida.
Cuidar da própria vida
Sensível e solidário ao irmão
Proteger e conservar o planeta
Esta é a missão do Cristão.
As plantas sempre foram usadas
É uma experiência milenar
Buscando resgatar a vida
Na terra, no oceano e no ar.
Pessoas corajosas e sábias
Em novos caminhos a trilharem
Políticas Públicas e SUS assumindo
Práticas integrativas e complementares.
São deveres, missão e justiça
Para grandes e pequenos em geral
Se quisermos viver longamente
E que Deus nos preserve do mal.
Criar consciência e assumir
Iniciativas e projetos em parceria
Somando forças em prol da vida
O planeta agradece com alegria.
A vocação da Pastorinha
Abrange o mundo inteiro
Fazer o que o Bom pastor fez
E implantar o seu Reino.
Ir Luiza Santos. sjbp
vivendo&anunciando | 15
O Beato Tiago Alberione
nos fala...
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