6 2 SALVADOR TERÇA-FEIRA 8/5/2012 Fotos Mila Cordeiro / Ag. A TARDE COBERTURA Banda carioca satisfaz seus fãs com principais canções, até Anna Júlia Los Hermanos deixa esperança de retorno com música inédita MARCELO ARGÔLO Com Los Hermanos o enredo parece seguir uma fórmula (pelo menos nas passagens da banda por Salvador, que quebraram o recesso anunciado em 2007): meses antes da apresentação, longas, quase intermináveis, filas nas bilheterias e, no dia do show, horas antes da abertura dos portões, fanáticos se aglomeram na entrada em busca do lugar mais próximo do palco. Quando o show começa, a fórmula que constrói a história continua, apenas o elemento principal deixa de ser as longas filas e passa a ser os berros altíssimos, quase sempre femininos e quase todos apaixonados. No último domingo, a entrada da banda foi ensurdecedora. Uma Concha Acústica cheia (não parecia ter todos os seus lugares preenchidos, mesmo com os ingressos esgotados) berrou para os cariocas e cantou praticamente todas as músicas do repertório. As vozes de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante se confundiam com o coro dos fãs ou até sumiam, como no refrão de Cara Estranho. As maiores novidades, em relação aos shows de 2010, foram as micro câmeras instaladas no palco e o telão que exibiam as imagens capturadas por essas câmeras. Os pontos altos de euforia do Como de costume, o público foi uma atração à parte cantando em coro todas as canções do grupo público durante a apresentação de Marcelo Camelo (vocais, guitarra e baixo), Rodrigo Amarante (vocais, guitarra e baixo), Rodrigo Barba (bateria) e Bruno Medina (teclado) foram nas músicas mais conhecidas da banda: O Vencedor, Cara Estranho e Último Romance. Contudo, a maior surpresa da noite ficou reservada para o bis: a renegada canção que já foi gravada até pelo ex-beatle George Harrison, em uma versão em inglês, Anna Júlia. Faixa do primeiro disco da banda, foi a responsável pelo acesso dos Los Hermanos ao grande público e excluída do repertório dos shows. Ela foi cantada e tocada com muita vontade, nem parecia ter sido colocada na geladeira um dia. Como de costume, as falas por parte de Marcelo Camelo e Telão e grande estrutura foram só alguns elementos do show, que teve um Los Hermanos empolgado e feliz de estar tocando na Concha Amarante cantou música inédita, mas não confirmou novo álbum Rodrigo Amarante são mínimas e se resumem a: “tá tudo bom pra vocês?”, “que lindo!” e outras até mesmo burocráticas. O único momento de diálogo da banda foi a declaração de amor de Marcelo Camelo à Concha Acústica: “esse lugar aqui é muito especial pra gente. Está nos nossos corações”. Com o show mesclando o repertório dos quatro álbuns lançados até 2005, Azedume e Descoberta (do álbum Los Hermanos, primeiro da banda) formaram o único bloco de músicas tocadas sem pausa entre uma e outra. Logo depois, começaram os pedidos do público por Pierrot canção também desse disco. Os pedidos continuaram durante todo o show e só foram atendidos no bis. Assim como no show de abertura da turnê, em Recife, Ama- rante apresentou música inédita ainda sem nome. O anúncio da canção imediatamente despertou o grito da plateia: “volta Los Hermanos”. Barba seguiu o público puxando um frevo na bateria, Amarante esboçou uma dancinha e respondeu de forma firme e desanimadora aos fãs: “posso tocar a música [inédita]?!”. Recado claro de que a turnê com 12 shows em comemoração aos 15 anos da banda não culminará na volta constante às atividades. Depois de Salvador os Los Hermanos apresentam, até o dia 9 de junho, a turnê para as cidades de São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Alegre, no Espírito Santo. Assim como no show de domingo, na maioria das cidades os ingressos estão esgotados. Tabuleiro Musiquim: música de festa baiana como se fosse 1979 faz show com a Suinga Victor Jimmy / Divulgação Coletânea Chico Castro Jr. Jornalista e repórter do Caderno 2+ Ser jovem é mesmo uma bênção. Porque só pessoas muito jovens como os músicos da banda Tabuleiro Musiquim ainda teriam a pureza – a inocência, talvez? – de, neste momento horripilante porque passa esta cidade, de fazer canções que louvam o Farol da Barra, a menina baiana, o Carnaval, o dendê e o dengo locais, como se estivéssemos em 1979 ou 1982. “Eu falo sobre isso porque é o meu olhar. Eu não vejo Salvador ou a Bahia totalmente destruídas”, reivindica Sílvio de Carvalho (voz e guitarra). “Eu vejo recantos de beleza e é isso que eu trago pro meu texto. Eu acho que, fazendo assim, a gente se lembra de como era e tenta fazer alguma coisa pela cidade, uma espécie de psi- Tabuleiro: algumas músicas lembram Caetano (fase Cinema Transcendental) e outras, Nação Zumbi Silvio, maroto. Tabuleiro Musiquim é, na verdade, o projeto paralelo de Silvio, guitarrista da badalada Quarteto de Cinco cologia inversa“, aposta. Lançada há pouco mais de um mês com um show lotado na Livraria Cultura, a Tabuleiro Musiquim é, na verdade, o projeto paralelo de Silvio, guitarrista da badalada Quarteto de Cinco. “Lançamos a banda no primeiro de abril, o dia da mentira. O que reforça um pouco essas coisas que eu canto, né?”, pisca GOLDFRAPP VÁRIOS ARTISTAS VAN HALEN Surgida na onda trip hop dos 1990, o duo formado pela cantora Alison Goldfrapp e Will Gregory rebobina os sucessos de uma carreira errática, porém legítima e de muito talento. Pérolas como Lovely Head, Believer e muitas outras merecem audição. THE SINGLES / Gugu Peixoto, Daniel Chaudon, Toni Ferreira, Aureo Gandur, Fred Sommer, Taís Alvarenga e João Guarizo. São eles que fazem a festa no CD que apresenta novos talentos da MPB. Destaque para a faixa Sai de Casa. SARAU - NOVOS Uma das bandas mais alto astral do rock, o Van Halen teve sua pior fase com o vocalista Sammy Hagar. Este DVD, do LP OU812 (1988), traz show mediano com qualidade técnica duvidosa. Adquira por sua conta e risco. TALENTOS DA MPB / UNIVERSAL/ R$ 19,90 EMI / R$ 29,90 CHICO CASTRO JR. MARIANA PAIVA Estranho, hein? Nos últimos anos, ele vinha compondo músicas que supôs não se encaixarem no repertório da banda original. “Mas aí teve uma hora que eu disse ‘ói, sabe de uma?’. Aí chamei os meninos e pronto, começamos a trabalhar essas canções”, con- ta. Com os recrutados Bruno Balbi (guitarra), Filipe Coelho (baixo), Felipe Dieder (bateria) e Diego Cerqueira (percussão), Silvio gravou quatro faixas e lançou em um EP, também disponível on line. As influências estão bem claras à primeira audição: Caetano Veloso, Novos Baianos, Nação Zumbi e por aí vai. “Eu tenho uma coisa muito forte com a música brasileira. Acho que foi minha criação mesmo. Desde os três anos de idade, meu pai me botava pra ouvir Caetano. Na adolescência eu era estranho. Enquanto a galera ouvia Red Hot Chili Peppers, eu ia de Secos & Molhados, Caetano”, conta. No sábado, a Tabuleiro toca com a Suinga, banda com a qual compartilha algumas influências. Na sequência, as bandas partem juntas para shows em Jequié e Vitória da Conquista. TABULEIRO MUSIQUIM E SUINGA PARTICIPAÇÃO: JU MORAES (SAMBA D’JU) / Não quer só comida? Alvíssaras! A Companhia da Pizza abriga mais um projeto musical: Sempre às Terças vai apresentar um nome do instrumental baiano toda semana – menos na última terça-feira do mês, que tem Beatles Social Club. Começa hoje, com o trio Retro_Visor, já visto aqui, que faz um belíssimo trabalho baseado no vibrafone. Style! Hoje, 20 horas, grátis. Pedro, Carlos, Cebola Se instrumental não for a sua, veja Meu Amigo Pedro na Varanda do Sesi. Com Capitão Parafina, Irmão Carlos e Cebola Pessoa. Hoje, 21 horas, R$ 10. Vida e blues na gaita OUÇA: WWW.TABULEIROMUSIQUIM.COM Diego Orrico & The Blue Bullets mandam ver blues de alta responsa toda quinta no Visca Sabor & Arte, 21 horas, R$ 14. TRAIN ROBERTO CORRÊA JORGINHO DO IMPÉRIO Com o CD Viola de Arame Composições Brasileiras, Roberto Corrêa realiza um sonho: deitar e rolar em composições exclusivas para viola. Forrozal (Marco Pereira) e os prelúdios de Ascendino Nogueira arrebatam. VIOLA DE BOTTOM'S UP: OU812 TOUR 1989 /MUSIC Depois de três anos sem lançar um novo trabalho, a banda norte-americana Train reaparece com California 37, sexto álbum da carreira do grupo. Train arrebatou três Grammys, o último deles no ano passado, com Hey Soul Sister. CALIFORNIA 37 / SONY / R$ 24,9 ARAME - COMPOSIÇÕES BRASILEIRAS / Filho de Mano Décio da Viola, Jorginho do Império gravou cinco músicas do pai em O Filho do Imperador - Ao Vivo, incluindo a bela Amor Aventureiro. Mas o que surpreende mesmo é que a voz do sambista está muito sambada. O FILHO DO IMPERADOR - BROKERS DVD/ R$ 17,90 CCJR. MP INDEPENDENTE / R$ 29,90 MARCOS DIAS AO VIVO / DISCOBERTAS / R$ 29,90 MD PORTELA CAFÉ / SEXTA-FEIRA, 22 HORAS / R$ 20, R$ 15 NA LISTA AMIGA