Abila Monte africano que, com o monte Calpe, que lhe fica fronteiro

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Abila
Monte africano que, com o monte Calpe, que lhe fica fronteiro, nas costas da Espanha,
formava as colunas de Hércules. Segundo a lenda, Hércules tendo encontrado esses dois
montes unidos em um só todo, os separou, fazendo assim com que as águas do Atlântico se
comunicassem com as do Mediterrãneo. (Estreito de Gibraltar).
Fonte: RIBEIRO, Joaquim Chaves. Vocabulário e fabulário da mitologia. Ed. Martins
acrasia
(do grego, akrasia: intemperança) Fraqueza de vontade: condição em que, apesar de se saber
o melhor que há a fazer, se faz outra coisa. Esse fenómeno intrigou Platão e Aristóteles porque
a equiparação socrática entre saber que uma coisa é boa e desejá-la torna difícil entender
como é possível existir fraqueza de vontade. Filosofias menos otimistas consideram
igualmente problemático compreender a existência da força de vontade.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Acrópole
É a parte mais elevada da cidade, muitas vezes cercada or muralhas e repleta de templos.
Agathon
O bem mais alto. Equivalente a summum bonum (o maior dos bens).
Agonístico, Período
A época que pode-se descrever como o período agonístico comprende o fim da migração
Dórica até o fim do séc. VI, também chamado de Idade Média da história grega. É
caracterizada pelo domínio alternado da polis tanto pela aristocracia como pela tirania que,
segundo Tucídedes, visava defender o povo, do demos, contra os ricos e poderosos
apropriando-se do poder da aristocracia ilegalmente. Outra característica é a crença de que
por intermédio do ideal de kalokagathia fosse contruída uma unidade de nobreza, riqueza e
excelência como fator que diferenciava os gregos do demais povos, como se vê ressaltado pelo
poeta Píndaro em seus epinícios e odes. A supremacia da nobreza alcançou todos os territórios
até aqueles que não foram atingidos pela migração dórica. O direito desses senhores era
fundamentado na crença de um sangue superior, concentração de terras, habilidade em armas
e no conhecimento dos sacrfícios e das leis.
GIORDANI, Mário Curtis. História da Grécia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
MOSSÉ, Claude. Dicionário da Civilização Grega. Tradução de Carlos Ramalhete.
Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
HORTA, Guida Nedda Parreiras. A Luz da Hélade – Ensaios Literários nº 1. Rio de Janeiro: J. Di
Giorgio, 1980.
Ágora
É a praça principal da cidade, onde ficava o mercado e se realizavam as assembléias públicas.
Aisthetón
Capaz de ser percepcionado pelos sentidos; objeto dos sentidos, o sensível (oposto de
noeton).
fonte: F.E. Peters, Termos Filosóficos Gregos: Um léxico histórico. Fundação Caloustre
Gulbenkian.
Aition
O fundamento do ser; o uno.
Alcinoo
Rei dos Feácios, habitantes da ilha Esquéria, Alcínoo era neto do deus dos mares, Poseidon, e
casado com Areté, a “Excelente”, de quem tivera cinco filhos homens e uma só filha, a caçula,
Nausícaa.
Segundo Homero, na Odisseia, foi esta donzela quem encontrou Ulisses, desmaiado e
semimorto, junto a foz de um rio, nas praias da Esquéria, após ter naufragado com a jangada
na qual saíra de Ogígia, ilha da deusa Calipso, tentando novamente retornar a terra natal,
Ítaca.
A princesa levou-o ao palácio de seus pais, onde ele foi recebido, com todas as honras exigidas
pela lei da hospitalidade, embora não soubessem quem ele era. Após algum tempo, Ulisses foi
reconhecido pelo rei: o herói emocionara-se com o canto de Demódoco, aedo feácio,
invocando o episódio do cavalo de madeira, seu ardil que pôs fim a guerra deTróia. O rei
Feácio o recobriu de dádivas e o repatriou contribuindo na última parte do regresso do herói.
O reino de Alcinoo é descrito na Odisseia como paradisíaco, em pérpetua primavera, com
flores e árvores frutíferas em torno do palácio real. Os Feácios estão ligados ao mito dos
Argonautas. Quando Medeia e Jasão, regressando a Grécia com o Velociono de Ouro,
passaram pela Esquéria, aguardavam por eles, os emissários de Eetes, o pai da moça raptada ,
com a incubência de leva-la de volta à Colquida. O rei Alcinoos foi escolhido como juiz da
questão: se Medeia fosse donzela, seria devolvida a terra natal, senão ficaria com os
Argonautas. Então a rainha Areté apressou-se em realizar o casamento de Medeia e Jasão,
salvando assim a moça do castigo paterno.
CALDAS, Thais Evangelista de Assis. Os Argonautas, de Apolônio de Rodes, e a tradição
literária. Disponível em: http://www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/52071_6099.PDF
EURÍPIDES . Medéia, Hipólito, As Troianas. Tradução de Mário da Gama Kury, Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 1991.
HOMERO. Odisseia II: Regresso. Trad. Donaldo Schüler. Porto Alegre: L&PM, 2007.
Aletheia
É a palavra grega para verdade. Denota o sentido do que é não-oculto, não-escondido, nãodissimulado. Por isso, se opõe ao pseudos (falso), o encoberto, escondido, o dissimulado.
Em latim, a palavra para verdade é veritas. Significa, diferentemente do grego, a ideia da
precisão, do rigor e da exatidão da narrativa de fatos, ou a formulação de enunciados que
retratam fielmente aquilo que aconteceu.
Em hebraico, o termo utilizado para verdade é emunah. Significa a ideia de confiança. Traduz
o sentido daquilo que foi ‘pactuado’ e que, portanto, irá cumprir-se. Tem mesma origem da
palavra, amém, que significa ‘assim seja’.
Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
Anadelfosia
Sensação de carência em relação a um irmão. Forte saudade ou sentimento de perda por um
irmão.
Anamnese
Recordação; a lembrança de experiências passadas que adormeceram na consciência.
Anchinoos
Quer dizer, "cuja inteligência chega ao mais próximo da realidade percebida" ou "aquele que
intui" (Brunel, 1998, p. 900).
Brunel, P. Dicionário de Mitos Literários. Brasília: Unb, 1998.
ANDREIA
No período homérico, aparece como a coragem do guerreiro, a força física, virilidade,
tornando-se depois como virtude interior voltada para o bem.
GOBRY, Ivan. Vocabulário grego da filosofia. Martins Fontes. São Paulo, 2007.
Anér
Significa, assim como ánthropos, homem. Entretanto, enquanto neste sentido quer-se
distinguir o homem do animal, no conceito anér quer-se designar o homem enquanto oposto à
mulher; assim que também possui o sentido de varão e de marido. Tal conceito é utilizado no
princípio do poema homérico Odisseia, e este não é um fato sem importância. Como salienta o
historiador francês Vidal-Naquet, não é fácil determinar com precisão o que constituía a
estrutura dominante no mundo grego no contexto da Ilíada, se a pólis, com seus "órgãos de
deliberação", ou o ôikos, "o domínio territorial sobre o qual se apoiava o poder dos chefes de
guerra". Este não é o caso da Odisseia, em que não se encontra nenhum vestígio de
funcionamento da pólis de Ítaca no momento da guerra civil e da reconciliação; na obra em
questão, o ôikos, a propriedade privada, é que está em questão. Ulisses nem sequer cogita a
possibilidade de contar com o apoio da assembléia de Ítaca. Assim, o conceito anér é digno de
nota por trazer à tona uma preciosa chave de interpretação do poema, no que tange às suas
características peculiares e tão dissonantes em relação à Ilíada. Além disso, anér é um conceito
interessante do ponto de vista ético-filosófico, posto que se trata de um termo que define o
papel social de um homem, de um indivíduo; é importante ressaltar esse ponto, pois é algo
que aponta para a grande distância existente entre as "visões de mundo" grega e
contemporânea, num sentido sartriano ou goffmaniano, por exemplo. Enquanto para os
gregos, aqui mais especialmente para Homero, o papel social é o que define por excelência a
identidade do indivíduo, seu lugar na sociedade, perpassando as suas possibilidades de
alcançar a areté - o que parece ser constantemente rejeitado pelo desejo moderno de
autonomia a despeito dos vínculos tradicionais - e, dessa maneira, fator importante para
compreender por qual motivo o sujeito moderno "sobrevoa" as relações sociais como um
fantasma, bem como os problemas daí decorrentes: fragmentação moral e, por conseguinte,
niilismo, dificuldades para a resolução de debates, na medida em que não há uma tábua de
valores constituída coerentemente: daí também advindo problemas como o do emotivismo e
do relativismo, e a falência da vida política.
Referências
VIDAL-NAQUET, P. O mundo de Homero. Tradução de Jônatas Batista Neto. São Paulo:
Companhia das letras, 2002.
MACINTYRE Alasdair. Depois da Virtude. Tradução de Jussara Simões. Bauru, SP: EDUSC, 2001.
COBRY, Ivan. Vocabulário grego da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Antropogonia
Mito do nascimento do homem, que pretende explicar a dupla natureza do homem, composta
de bem e do mal. Esse termo tem mais importância no Orfismo do que a cosmogonia.
Dicionário mítico-etimológico da mitologia grega / Junito de Souza Brandão. _ Petrópoles, RJ:
vozes, 1991. Conteúdo: V.1 Letras A-I
Antropomorfismo
Forma de pensamento que designa características e/ou aspectos humanos a deuses
mitológicos.
Fonte: VASCONCELOS, Ana. Manual Compacto de Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Editora Rideel,
2011.
Ápeiron
Significa aquilo que é indeterminado, infinito. Segundo o filósofo pré-socrático Anaximandro, o
ápeiron é o elemento constituidor do universo que cria tudo que existe em pares de opostos
sem que um prevaleça sobre o outro. É o primeiro a pensar o universo como constituído de
um elemento incognoscível aos sentidos.
CHALITA, Gabriel - "Os Pré-Socráticos. O Pincípio e a Ordem". Os Pensadores, Um Curso. Rio de
Janeiro: Casa da Palavra, 2009, p.15
Apodítica
(lat. Apodictica; ai. Apodiktik, it. Apoditticd). Parte da lógica que tem por objeto a
demonstração. Esse nome foi usado por alguns lógicos do séc. XVII, como p. ex. Jungius. "Entre
as partes especiais da lógica", dizia ele, "precede por dignidade a que tem por objeto a
verdade necessária, isto é, a verdade propriamente dita, e que nos conduz através da apodixe,
isto é, a demonstração à ciência, de modo que é justamente chamada de apodítica ou
epistemônica" (Lógica hamburgensis, 1638, IV, cap. I, § 1). Esse nome depois foi raramente
usado (cf., p. ex., BOUTERWEK, Ideen zu einer Apodiktik, 1799).
Fonte: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 1997.
Aqueus
Nome genérico, que Homero, logo nos dois primeiros versos da Ilíada, estendeu a todos os
gregos que lutaram em Tróia.
Mitologia Grega. Junito de Souza Brandão. Petrópoles, RJ: Vozes, 2000. V.1
Aquiles
É personagem da mitologia grega e teria sido o maior guerreiro da Ilíada (que descreve a
Guerra de Tróia), obra de Homero.
A palavra vem do grego antigo Akhilleus.
Reza a história que Aquiles era invulnerável, exceto em um único lugar de seu corpo: o
calcanhar.
Ele teria morrido durante a Guerra de Tróia por ter sido ferido por uma flecha envenenada
exatamente no calcanhar.
Arcádia
Arcádia. Ligar imaginário onde, onde reina a felicidade, a simplicidade a paz, onde pessoas
viveriam em comunhão com a natureza, chefiado pelo deus Pâ. Muitas vezes se confundindo
com o conceito de Utopia, pela forma como é apresentada, no entanto Arcádia era uma
antiga. Província Grega que ao longo do tempo foi transformada em Mito. Um Pais imaginário
mencionado- em vários contos, no Renascimento e também no Romantismo, daí o termo
arcadismo, difundido na literatura.
Arché
Começo, ponto de partida, princípio, suprema substância subjacente, princípio supremo
indemonstrável.
fonte: F.E. Peters, Termos Filosóficos Gregos: Um léxico histórico. Fundação Caloustre
ARES
O deus Ares (gr. Ἄρης) personificava o espírito do combate e a carnificina nele envolvida. Na
Grécia Antiga, era considerado filho legítimo de Zeus e de Hera, mas na verdade parece ter
origem trácia. A Ilíada refere, efetivamente, que ele habitava a Trácia, região rude e cheia de
povos guerreiros.
http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0177
ARIADNE
É uma personagem da mitologia greco-romana sombreada pelos homens que a rodearam: seu
pai, o rei de Tebas, Minos; Teseu, seu primeiro amante e Baco, seu esposo. A literatura destaca
a primeira aparição com a chegada de Teseu à ilha de Creta para livrar os atenienses dos
caprichos de Minos e da ameaça do Minotauro. Nesse primeiro momento, Ariadne ganha
notabilidade por ajudar Teseu a sair, com vida, do labirinto, abrigo do Minotauro, dando-lhe
um novelo de linha. Após vencer o Minotauro, Teseu e Ariadne viajam para Atenas. Ocorre que
no interstício da jornada, Teseu a abandona, ainda adormecida, na Ilha de Naxos. Ao despertar
e se perceber sozinha na ilha, Ariadne se desespera, concluindo que fora abandonada. Vênus,
diante da cena, teve compaixão da jovem e a consolou com a promessa de um novo amor,
superior ao primeiro. Ainda enquanto Ariadne chorava seu infeliz destino, Baco a encontrou, a
acalentou e a desposou. Réné Ménard (1991, p.200) narra singularmente essa passagem:
“Baco consola Ariadne, que, no seu júbilo, atira para sempre ao mar a lembrança de Teseu e
recebe a promessa de himeneu com o celeste apaixonado”. Como presente de casamento,
recebeu de Baco uma coroa de estrelas, que foi lançada por seu esposo ao céu, quando
Ariadne morreu, para se transformar numa constelação. Embora Ariadne possua uma história
entrecortada pelos feitos de outros personagens, se constitui uma figura ímpar no universo da
mitologia greco-romana. Seu arquétipo pode simbolizar as várias facetas do amor e dos
relacionamentos, isto é, o risco social do sentimento, o abandono e a viva esperança de se
encontrar um novo amor, que deve sempre ser mantida. O signo de Ariadne foi trabalhado, na
Literatura, por Tcheckhov e, nas Artes Visuais, por Giorgio De Chirico.
REFERÊNCIAS:
BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia: história de deuses e heróis. 34.ed. Trad.
David Jardim. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
MÉNARD, RENÉ. Mitologia greco-romana. V.3. Trad. Aldo Della Nina. São Paulo: Opus, 1991.
PEYRONIE, André. Ariadne. In: BRUNEL, Pierre (Org.). Dicionário de mitos literários. Trad.
Carlos Sussekind et al. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997. p.82-88.
Aristéia
Narração que possibilita a divulgação dos feitos extraordinários dos homens valorosos.
Geralmente, termina com o triunfo de um herói famoso sobre o seu adversário.
Referências
BITTENCOURT, Renato Nunes. A conduta dos heróis na épica de Homero. Disponível em:
http://www.journaldatabase.org/articles/conduta_dos_herois_na_epica_homero.html. Acesso
em: 27.04.2012.
JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do povo grego. Trad. Artur M. Parreira. 5ª Ed. São Paulo:
Editora WMF Martins Fontes, 2010.
Aristoi
Aristoi é o termo do grego antigo para "aqueles que são os melhores em seu gênero".
Fonte: http://aristoi.wordpress.com/
Deusa da inocência e da pureza. Depois de sair da terra, foi colocada entre as estrelas, onde se
transformou em constelação Virgo.
Como Bulfinch comenta em sua obra (p.25), sua concepção traduz a personificação de
inocência e ventura, que significava aos antigos gregos, a Idade do Ouro.
BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia: Histórias de Deuses e Heróis. Ediouro, 34ª
ed. p.25. 2011.
Ásty
Compõe a Pólis sendo representado como o espaço urbano do território.
Juntamente com a Chôra, que é o espaço rural da região.
Polis= Chôra + Ásty.
Ataraxía
Tranquilidade, ataraxia.
De acordo com o Vocabulário Grego da Filosofia, de Ivan Gobry: "Perfeita paz da alma que
nasce da libertação das paixões"(p. 33). Trata-se de um vocábulo típico do período helenístico
da filosofia que segue a Aristóteles e, em cujo âmbito, o sábio procura por uma sabedoria
pacífica, longe da agitação. Também pode ser traduzido por "impertubabilidade da alma".
Athánatos
Imortal. Latim: immortalis.
O adjetivo em questão é composto de thánatos, isto é, morte, e do sufixo a, que por sua vez
indica negação. Aquele que se caracteriza pelo thánatos, por natureza, é insuscetível à morte,
tal como frequentemente vemos associado aos deuses e à alma na mitologia e na filosofia,
respectivamente.
Referência:
GOBRY. Ivan. Vocabulário Grego da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Auctorĭtas
Auctorĭtas (s. f.), diferente de auctor (s. m.), é aquele que detém a posse legítima, a
propriedade sobre determinada coisa. Deter a propriedade, neste sentido, é ter ascendência,
influência, domínio sobre o voto, sobre a opinião dominante; sob a auctorĭtas se consuma a
realização, a garantia, a vontade, o desejo, a consideração e o respeito em relação a
determinada criação ou ideia. Este termo é essencial para discutir a história e a cultura
clássica. Sempre haverá quem procure a ‘autoridade’, ainda que no plano cósmico do mundo;
cf. verbete 'pragma'.
Cf. REZENDE, A. M.; BIANCHET, S. B. Dicionário do Latim Essencial. Belo horizonte: Crisálida;
Tessitura, 2005, p. 45-46
Auto Kata Auto
"Aquilo que é, tal como é e nunca muda". Referência direta do termo utilizado por Platão em
algumas de suas obras. Significa a justificação do imobilismo na aquisição de conhecimento
pois, de acordo com Platão, "não é possível haver conhecimento se tudo muda e nada
permanece".
Fonte: Teeteto - Platão
Averno
Uma das mais belas passagens da Eneida de Virgílio é a descida aos Ínferos passando pela
região do Lago Averno, onde estaria localizada a gruta da Sibila, uma das entradas para o reino
de Dite, ou Plutão.
Segundo Junito Brandão, a etimologia do vocábulo é ainda desconhecida. Sabe-se, porém, que
está situado "histórica e geograficamente perto de Nápoles", onde está enterrado o poeta
Virgílio, que no Livro VI da Eneida (v. 124-129) apresenta tal região como sinônimo perfeito do
mundo dos mortos.
Brandão, Junito de Souza, 1924-1996. Dicionário mítico-etimológico da mitologia e da religião
romana. 3. ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. P. 44-45.
Bacantes
Bacantes,eram mulheres seguidoras e adoradoras do culto de Dioniso (ou Baco, na mitologia
romana).
Briseida
Briseida (em grego Βρισηίς) também cohecida como Briseis ou Briseide é personagem central
da desavença entre Agamémnom e Aquiles, o tema da Ilíada. Nos nove anos que precedem a
narrativa da Ilíada, não ocorreu qualquer acontecimento relevante. Mas, em Crisa e Lirnesso,
Aquiles e Agamémnom fizeram cativas duas jovens, Criseida e Briseida, que eram primas, e
levaram-nas para o acampamento. Aquiles ficou com Briseida e Agamémnom com Criseida.
Essa era filha de um sacerdote de Apolo, que se queixou ao deus. Apolo enviou imediatamente
uma peste. Um oráculo, examinando os presságios, recomenda a entrega de Criseida, o que é
seguido pela assembleia de soldados que obriga Agamémnom a entregá-la. Agamémnom, por
sua vez, exige, em compensação, Briseida. Aquiles nega-se a entregá-la. Agamémnom usa seu
poder e faz com que a libertem. Em razão disso, Aquiles recusa-se a continuar na guerra.
(GRIMAL, Pierre. Mitologia clássica - mitos, deuses e heróis. Edições textos & grafia, 2009.
Tradução: Hélder Viçoso. p. 112-113)
CATARSE
Purgação, purificação das emoções mediante algo impressionante como uma tragédia ou
música. Segundo Platão, catarse é "aquela discriminação que conserva o melhor e rejeita o
pior."
Fonte: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Ed. Mestre Jou
Centauro
Raça de monstros meio homens meio cavalos que viviam na Tessália; essa raça foi destruída
por Perito, rei dos Lapitas.
Fonte: HOMERO, Ilíada. São Paulo: Editora Martin Cláret, 2006.
Chôra
É uma área predominantemente rural pertencente a estrutura da Polis.
A Polis compõe-se, juntamente, da Chôra e da Ásty, esta segunda sendo o espaço urbano do
território.
Ciclope
“Chegamos à terra dos Ciclopes, homens soberbos e sem leis, que, confiando nos deuses
imortais, não plantam nem lavram; entre os quais tudo nasce, sem que a terra tenha recebido
semente nem cultura: o trigo, a cevada e as vinhas que produzem o vinho dos pesados cachos,
que para eles a chuva de Zeus intumesce. Não têm assembléias que julguem ou deliberem,
nem leis; vivem em côncavas grutas, no cimo de altas montanhas: e a cada um dita a lei a seus
filhos e mulheres, sem se preocuparem uns com os outros.” (Odisséia, rapsódia IX, p. 83. Trad.
Antônio Pinto de Carvalho. Notas de Médéric Dufour, SP: Abril, 1979)
Ciclope quer dizer “olho redondo” (na tradução de A. P. de Carvalho), das palavras gregas
ciclos, círculo, e ops, olhar. Polifemo, o célebre ciclope da Odisséia, faz parte do grupo dos
ciclopes “sicilianos”, segundo os antigos mitógrafos, para os quais há ainda os ciclopes
“urânios”, filhos de Urano e Gaia (Céu e Terra), e o os ciclopes “construtores”. Ele, o mais
selvagem dos ciclopes, é filho de Poseidon e da ninfa Toosa. O livro IX da Odisseia conta como
Odisseu o cegou e o enganou – data desse episódio a cólera do pai de Polifemo contra o
astucioso herói.
Os ciclopes sicilianos da Odisséia são selvagens canibais, que não cultivam a terra, não fazem
vinho nem vivem em cidades, não têm leis nem dominam a arte da palavra. Sua única
atividade organizada é a criação de ovelhas. São, em certos mitos, assimilados aos sátiros. Na
poesia alexandrina, são representados como artesãos, autores das armas dos deuses que
moram na Sicilia ou nas ilhas Eólias, onde possuem um ateliê subterrâneo. Muitas lendas
vulcânicas contam que o barulho de seus instrumentos de trabalho e o rumor de sua
respiração ribombam no fundo dos vulcões e o fogo com o qual trabalham o metal fumega na
extremidade das crateras. Suas histórias confundem-se com as dos gigantes presos sob as
montanhas, a quem se atribuem os tremores de terra.
Os ciclopes urânios, dotados de apenas um olho, são os mais antigos; pertencem à primeira
geração divina, dos gigantes, e são hábeis artesãos dotados de grande força. Eles se chamam
Bronte, Asterope e Arge, nomes que têm relação com o trovão, o relâmpago e o raio. Urano os
prendeu, mas foram libertados por Cronos que, depois, os prendeu novamente, no Tártaro, de
onde foram posteriormente libertados por Zeus, que havia sido advertido que apenas com a
ajuda deles poderia sair vitorioso na luta contra os titãs. Os ciclopes lhe deram, então, o
trovão, o relâmpago e o raio; Poseidon recebeu deles um tridente e Hades, um elmo que
tornava invisível quem o usasse. Munidos dessas armas, os deuses venceram os titãs, os quais
foram jogados no Tártaro. Asclépio, filho de Apolo, por ter ressucitado alguns mortos, causou a
ira de Zeus, que o matou com um raio; Apolo, já que não podia vingar-se sobre o rei dos
deuses, matou os ciclopes (nessa versão do mito, eles são seres mortais).
Os ciclopes construtores, segundo se conta, vinham da Lícia e a eles era atribuída a construção
de todos os monumentos pré-históricos gregos, feitos com enormes blocos de pedra, e
imponentes muralhas.
Os ciclopes são personagens de uma peça de Eurípedes, da Eneida de Virgílio e de tantas
outras obras. No Idílio, Teócrito transforma Polifemo em herói galante, apaixonado pela
nereide Galateia.
Fontes:
GRIMAL, Pierre. Enciclopedia della mitologia. Milano: Garzanti, 2006, verbetes Ciclope,
Polifemo, Ecatonchiri, Galatea e Aci.
HOMERO. Odisséia. Trad. Antônio Pinto de Carvalho. Notas de Médéric Dufour, SP: Abril, 1979.
HOMERO. Odisséia. Trad. de Manuel Odorico Mendes. Ed. de Antonio Medina Rodrigues. SP:
Ars Poetica/Edusp, 1992.
Online Etimology Dictionary. In: http://www.etymonline.com, consultado em 05/05/2012.
Clássico
A palavra clássico está ligada aos gregos (e romanos) para significar um conceito de beleza,
harmonia e elegância. É aplicada à cultura, especialmente literatura, arte e arquitetura. Quer
dizer "o padrão" ou "o melhor".
Fonte: Almanaque da História Antiga. Aventuras na História. 1. ed. São Paulo: Abril, 2011.
Cosmo
(do grego, kosmos: ordem) A totalidade do mundo, especialmente se for concebida como algo
ordenado e regido por leis, sejam elas o destino, a fatalidade, a justiça, os mandamentos
divinos ou a necessidade racional.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
cosmogonia
Uma teoria (religiosa, mística ou científica) sobre a origem do universo.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
cosmologia
O estudo da origem e estrutura do universo.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
CRÔNIDA
Vários personagens nos textos homéricos são chamados pelo nome de seus pais. Assim, Zeus é
o Crônida (filho de Crono), Aquiles é o peleio ou pélida (filho de Peleu), Peleu é o eácida (filho
de Éaco e às vezes o próprio Aquiles é dito ser eácida por ser neto de Éaco), Pisístrato é o
nestórida (filho de Nestor), os atridas são Menelau e Agamémnone (filhos de Atreu) etc.
Normalmente as terminações em -ida e -ido indicam que se trata de um nome derivado do pai
da personagem.
Ilíada (em versos)/Homero; tradução dos versos de Carlos Alberto Nunes - Rio de Janeiro:
Ediouro, 2001. p 555-5
Daimon
No Banquete (e também na Apologia de Sócrates) de Platão, algo entre o humano e o divino,
embora no pensamento grego anterior seja apenas o divino, não personificado num Deus
específico. A necessidade de intermediários entre o mundo sublunar da mudança e dos
fenómenos e o mundo celestial supralunar ou intemporal torna-se comum no platonismo
médio e no neoplatonismo. Um daimon pode também ser o eu ou um aspecto de cada um de
nós; este é o uso que ainda subsiste em expressões inglesas como "Van Gogh's artistic demon"
("o génio artístico de Van Gogh").
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Dauliana
Dauliana, epíteto de Procne, rainha de Dáulis, transformada em rouxinol, ou de sua irmã
Filomela, transformada em andorinha.
Deméter
Deusa da agricultura, Deméter (gr. Δημήτηρ) representava os frutos obtidos com o cultivo da
terra, de forma geral, e notadamente o trigo. Não deve ser confundida com Gaia, que
representa a terra como princípio cosmogônico. Para os gregos, ela era filha dos titãs Crono e
Réia, nascida logo depois de Héstia, e portanto irmã de Zeus, Hera, Posídon e Hades.
Demiourgós
O operário divino que modela o mundo a partir de uma matéria primitiva. No Timeu de
Platão, vemos o filósofo falar de um feitor divino que,a partir dos Paradigmas eternos modela
o mundo.
demiurgo
(do grego, demiourgos: artífice) O intermediário que faz o mundo físico na cosmologia do
Timeu de Platão.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Demiurgos
Comerciantes e artesãos.
Fonte: MOTOOKA, Débora Yumi. História. Grécia. 2ª ed. São Paulo: SM, 2011
Democracia
A democracia é um sistema político no qual a direção do Estado não é restrita aos ricos e
aristocratas, mas se estende a todos os cidadãos, ricos e pobres, que exercem o poder
segundo seu mérito e não por nascimento ou riqueza. Há igualdade perante a lei.
Fonte: Claude Mossé. Atenas: a história de uma democracia. Brasília: Editora Universidade de
Brasília, 1982. p. 37-38.
Demos
Unidades administrativas que têm como centro uma cidade ou aldeia. Divisão geográfica em
distritos.
ROSTOVTZEFF, M. História da Grécia. 3ª ed. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 1977, p. 90.
DENÁRIO
Em latim, denarius, denarii. Era uma moeda romana de prata que valia inicialmente 10 ases
que correspondia a um dia de trabalho. Foi considerada a base monetária da economia
romana e foi criado no ano 212a.C. para financiar a segunda guerra púnica. Para uma história
mais detalhada do denário e sua utilização atual ver também: http://numisfrance.free.fr/
Fontes: Langenscheidt Dictionary Latin.
http://www.sestercius.com/moedas.php
http://numisfrance.free.fr/
Dike
Quer dizer justiça.
Diógenes Laércio
(? séc.III d.C) Biógrafo grego. Diógenes não foi um filósofo importante, mas seu livri Vidas dos
filósofos ilustres é a principal fonte biográfica para todos os filósofos gregos e romanos até o
séc.III d.C., período em que se presume que Diógenes viveu. Suas referências chegam a 365
livros e 250 autores, e é quanto a citações de obras perdidas que é tido como mais fidedigno.
O próprio Nietzsche, em grande medida um classicista, escreveu sobre Diógenes, afirmando
que ele foi, "acidentalmente, o guardião grosseiro de um tesouro cujo valor não conheceu".
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Dionisíaco
Referente à Dionísio, o Deus despedaçado. Nietzcshe utiliza-se de Dionisio e das bacantes
como referência á condição humana de mudança e desapego.
Fonte: Crespusculo dos Ídolos - Nietzsche
Dionisios
Dioniso ou Dionísio (emgrego: Διώνυσος ou Διόνυσος,transl. Diōnisos ou Diónisos) era o deus
grego equivalente ao deus romano Baco, dos ciclos vitais, das festas, do vinho, da insânia, mas,
sobretudo, da intoxicação que funde o bebedor com a deidade. Filho de Zeus e da princesa
Semele, foi o único deus olimpiano filho de uma mortal, o que faz dele uma divindade grega
atípica.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dioniso
DRACMA
Em grego δραχμη. Antiga moeda ática no valor de seis óbolos, isto é, de um escudo. Liddell e
Scott diz que equivalia aproximadamente ao denário romano e pesava 66 gramas.
Fontes: LIDDELL, H.G, SCOTT, R. Lexicon.
PEREIRA, I. Dicionário Grego-Português e Português-Grego.
Dromo
Era o corredor que levava à entrada de uma tumba monumental.
Écfrase
A écfrase é um termo derivado do grego ἔκφρασις (ékphrasis = descrição), que se origina, por
sua vez, do verbo ἐκφράζω (ekphrázō: descrever; contar com detalhes). Segundo James A.
Francis (2009), a definição mais antiga do termo foi dada no século I d.C., pelo sofista
alexandrino Aelius Theon: “écfrase é linguagem descritiva, trazendo o que é representado
claramente diante dos olhos. Há a écfrase de pessoas, de eventos, de lugares e de tempos”.
(Theon, Progym. 7 - ῎Εκφρασίς ἐστι λόγος περιηγηματικὸς ἐναργῶς ὑπ’ ὄψιν ἄγων τὸ
δηλούμενον. γίνεται δὲ ἔκφρασις προσώπων τε καὶ πραγμάτων καὶ τόπων καὶ χρόνων). Ela é,
portanto, um recurso retórico em que se descreve vividamente algum objeto ou ação, de tal
modo que a palavra se torna meio de visualização mental do que é descrito. Os textos
literários antigos e modernos utilizam por vezes esse recurso. Talvez o exemplo mais famoso e
mais antigo, na épica clássica, de écfrase de objetos seja a longa descrição do escudo de
Aquiles, presente na Ilíada, que terá ecos na descrição do escudo de Enéias, feita por Virgílio
séculos mais tarde.
Referências Bibliográficas:
FRANCIS, James A. “Metal Maidens, Achilles Shield, and Pandora: The Beginnings of ‘Ekphrasis’
” in: American Journal of Philology. nº 130, vol. 1, pp. 1-23, mar-jun/2009.
RODOLPHO, Melina. Écfrase e evidência nas Letras Latinas: doutrina e práxis. 2010.
Dissertação (Mestradoem Letras Clássicas) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
Universidade
de
São
Paulo,
São
Paulo,
2010.
Disponível
em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-26042010-111303/>. Acesso em:
2012-05-07.
eidos
(gr., forma) Termo usado por Platão para as formas abstratas ou ideias.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
eikasia
(gr., faculdade de conhecer por imagens) O estágio mais baixo de conhecimento, segundo o
mito da linha de Platão. É também o estado dos prisioneiros na alegoria ou mito da caverna de
Platão: capturados e em trevas, só vêem sombras de cópias das coisas.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Eleuthería
Liberdade (substantivo feminino). Um valor de grande relevância para os gregos, em especial
os Atenienses. No campo da moral foi comentada por Xenofonte, Epicuro e Plotino (liberdade
de ação), e por Platão, Epicteto e Marco Aurélio (liberdade íntima). No campo da política foi
comentada por Platão e por Aristóteles.
Fonte: Vocabulário Grego da Filosofia, de Ivan Gobry, Trad. Ivone Benedetti, São Paulo: Ed.
Martins Fontes, 2007.
ENEIAS
Eneias ou Enéas (latim Æneas, grego Αἰνείας) é um personagem da mitologia clássica, cuja
história é narrada na Ilíada de Homero e, principalmente, na Eneida de Virgílio. Eneias é filho
de Afrodite e de Anquises, primo do Rei Príamo de Tróia. Após a queda de Tróia, Eneias parte
em longa jornada, que o leva à Trácia, a Cartago (onde se torna amante da Rainha Dido) e ao
Hades, até finalmente chegar ao Lácio, na Península Itálica. Eneias é considerado um dos
fundadores de Roma; ou, conforme a versão, a cidade teria sido fundada por Rômulo e Remo,
seus descendentes. Graças a Virgílio, a épica história de Eneias tornou-se um mito fundador de
Roma, um marco de continuidade entre os valores e a glória de Tróia – e por extensão, do
mundo grego antigo – com a civilização romana. Além disso, serviu para legitimar a dinastia
imperial romana, pela associação de Augusto Cesar e seus descendentes ao mítico herói
troiano.
entimema
Argumento em que uma das premissas não é formulada explicitamente.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Epekeina
O para além; o transcendente.
Epetes
De acordo com o Dicionário de Mitos Literários de Pierre Brunel, o termo significa civilizado,
polido, refinado. Esse atributos eram conferidos a Ulisses ou Odisseus.
Epistéme
A ciência (epistéme) é o conhecimento dos princípios (archaî). Para Aristóteles, o caminho
natural da investigação da ciência da natureza é partirmos do mais conhecido para nós e
depois para o mais conhecido por natureza.
Fonte: Aristóteles. Fisica: livros I e II. Campinas: IFCH/UNICAMP, 1999.
Epokhé
Este conceito é fundamental para a escola cética. A epokhé representa a atitude de suspensão
do juízo, reter o julgamento e não assentir às coisas. Após investigar todas as coisas o cético
descobre que a verdade não pode ser encontrada e chega a este estado de suspensão de
julgamento que lhe tratá a tranqulidade (ataraxia).
Fonte: PATRICK, Mary Mills. Sexto Empírico e o Ceticismo Grego. Trad. Jaimir Conte. E-book.
Florianópolis, 2011, disponível em: http://www.cfh.ufsc.br/~conte/txt-patrick.html.
Epopeia
Designação de origem grega para o género literário também chamado poesia épica, ou poesia
heróica, ou ainda simplesmente épica (como substantivo), que denota um texto poético,
predominantemente narrativo, dedicado a fenómenos históricos, lendários ou míticos
considerados representativos duma cultura. O vocábulo pode igualmente estender-se a um
conjunto de acontecimentos históricos percorridos por um determinado «ambiente»
mitificador.
Fonte: http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=1005&Itemid=2
Erínias
Tisífone, Aleto e Megera. Personificações da justiça e da vingança, como Nêmesis. Só que esta
punia os crimes dos deuses, enquanto as Erínias puniam os homens. Nascidas das gotas de
sangue de Urano que caíram sobre Gaia, quando ele foi castrado por Cronos. Tinham aspecto
horrendo: asas de morcego e cabelos de serpentes. Também eram chamadas de Eumênides
(bondosas) como eufemismo para não atrair sua fúria ao pronunciar seus verdadeiros nomes.
Fontes:
BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
MAGALHÃES, Roberto Carvalho de. O grande livro da mitologia: a mitologia clássica nas artes
visuais. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
Escatologia
Escatologia (do grego antigo εσχατος, "último", mais o sufixo -logia) é uma parte da teologia e
filosofia que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final do gênero
humano, comumente denominado como fim do mundo. Em muitas religiões, o fim do mundo
é um evento futuro profetizado no texto sagrado ou no folclore. De forma ampla, escatologia
costuma relacionar-se com conceitos tais como Messias ou Era Messiânica, a pós-vida, e a
alma.
Escrita Linear B
A escrita linear B foi decifrada em 1952 por MichaelVentris e John Chadwick.
Esta escrita, criada no período Micênico, possuia um sistema gráfico idêntico ao utilizado em
Creta no Séc. XIV a.C.
O objetivo desta escrita era gerenciar os bens e feitos do palácio, ou também em dedicatórias
em santuários. Em geral esta escrita facilitou a perpetuação de informações de nível
administrativo do momento em que se vivia.
Fonte: CHADWICK, J. El Mundo Micénico. Madrid: Alianza Editorial, 1993[1976].
Espírito agonístico
Com origem no termo grego agón, que pode significar disputa, luta, lugar de contendas ou
disputas, pode ser conferido à pessoa que tende à disputa ou à contestação, ou àquele que
tendo gosto pelo conhecimento lança-se na aventura do desconhecido, embora também lute
por retornar à sua vida corriqueira, como o Ulisses de Homero. Características dos gregos que
inventaram a filosofia, povo da desmesura e da contenda.
CHAUI, M. Introdução à história da filosofia. Vol. 1. São Paulo: Companhi das Letras, 2002.
LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
LIDDELL, H. G; SCOTT. Greeck English Lexicon. Oxford University Press, 1989.
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia. São Paulo: Comapanhia das Letras, 1999.
Estética
"Com este termo designa-se a ciência filosófica da arte e do belo".
O que nos interessa aqui é entender estética para o homem grego da antiguidade: como este
termo se encaixa na obra de Homero ao ser citada como aquela que une ética e estética.
Na antiguidade, arte e belo não eram termos mesclados e coincidentes como atualmente. A
doutrina da arte era chamada "com o nome do seu próprio objeto, poética, ou seja, arte
produtiva, produtiva de imagens, enquanto o belo não se incluía a poética e era considerado à
parte". (ABBAGNANO, 2003, p.367)
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Ethos
Em se tratando da língua filosófica grega, o termo ethike (ética) procede do substantivo ethos
que, por sua vez, apresenta duas grafias distintas para designar diferentes aspectos da mesma
realidade: enquanto ethos (com eta inicial) diz respeito ao “[...] conjunto de costumes
normativos da vida de um grupo social [...]” (p. 13), ethos (com epsilon inicial) refere-se “[...] à
constância do comportamento do indivíduo cuja vida é regida pelo ethos-costume” (p. 13).
Inicialmente próprio do domínio animal como morada, covil ou abrigo, o termo ethos foi
transposto para a esfera da praxis humana, exprimindo desse modo a versão humana da hysis
(natureza), de modo que no mundo da praxis humana a physis é ethos. Sendo assim, de
acordo com Vaz tem-se no termo ethos a expressão da “[...] realidade histórico-social dos
costumes e sua presença no comportamento dos indivíduos [...]” (p. 13). Isso posto,
compreende-se que a primeira tentativa histórica de interpretação do ethos à luz dos cânones
da Razão teve lugar na filosofia grega clássica, e deu origem a dois modelos teóricos: o ethos
na sociedade expresso sob a forma da lei (nomos); e o ethos no indivíduo, manifestado sob a
forma da virtude (areté). Tem-se então a origem das disciplinas Ética e Política que, no
contexto grego, por partilharem o domínio da praxis, são unificadas como saber prático pela
unidade objetiva do ethos. A Ética é concebida como ciência do ethos, cujo objeto é a
“realidade humana por excelência, histórica, social e individual e que, com profunda intuição
das suas características originais, os gregos designaram com o nome de ethos” (p. 17).
Portanto, o ser humano habita o ethos que se lhe constitui a casa (oikos) espiritual, dando-lhe
uma significação propriamente humana por estar imerso no mundo da cultura, o qual é
constitutivamente ético. Por conseguinte, a permanência do ethos (constitutiva do seu caráter
tradicional) se converte no índice próprio de sua historicidade (que surge como necessidade
instituída), já que por ser a dimensão normativa e prescritiva da cultura, o ethos consiste na
expressão de um dinamismo de crescimento, adaptação e recriação de valores que se
legitimam a partir de crises oriundas de conflitos éticos que findam por estabelecer uma nova
forma ética de vida. Desse modo, a forma com que o ethos socialmente se apresenta, isto é, a
forma do costume tem suas raízes na interrelação entre permanência e historicidade que, por
sua vez, surge como constitutiva do fenômeno ético. Vaz assevera que “à permanência social
do ethos na forma do costume correspondem sua interiorização e permanência no indivíduo
na forma do hábito” (p. 41). Por significar uma aquisição do agente ético e estando-lhe
disponível na medida da original intencionalidade consciente deste, o hábito difere do
comportamento instintivo e repetitivo próprio dos animais, pois sua formação é oriunda de
uma repetição qualitativa de atos que findam por configurar no indivíduo uma “segunda
natureza”. Vaz afirma ainda que, “no domínio do ethos, [...] o hábito é essencialmente
finalizado pelo próprio bem do indivíduo que é a sua auto-realização segundo os valores do
ethos socialmente legitimado” (p. 42). Isso significa dizer que, pelo hábito, o indivíduo
demonstra a sua excelência moral, já que o ethos como costume se exterioriza no ethos como
hábito ou virtude no indivíduo. Desse modo, é pelo exercício da virtude que se transmite o
ethos nas sociedades tradicionais, as quais consagram assim seus paradigmas éticos pela
educação. Já o termo moral é uma tradução do latim moralis, cuja raiz é o substantivo mos
(mores), o qual por sua vez corresponde ao termo grego ethos, porém compreendendo uma
polissemia mais rica. Em todo caso, desde a época clássica é usual a equivalência entre os
termos moralis e ethos para designar de maneira fundamental o mesmo objeto: o costume
considerado nos moldes sociais e o hábito do indivíduo que, por sua vez, age de acordo com
tal costume, o qual é legitimado pela sociedade.
Referências:
VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Introdução. In: VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de
filosofia IV: introdução à ética filosófica 1. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2006. p. 11-28.
VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Fenomenologia do ethos. In: VAZ, Henrique Cláudio de Lima.
Escritos de filosofia IV: introdução à ética filosófica 1. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2006. p. 35-43.
Eudaimonismo
É a característica própria de toda ética grega, cujo objetivo é a determinação do conceito da
verdadeira felicidade e dos meios para alcançá-la.
REALE, Giovanni. História da Filosofia: léxico, índices, bibliografia. São Paulo: Loyola, 1995.
(Série História da Filosofia). Obra em 5v.
Eupátridas
Aristocratas descendentes das famílias que chefiavam os genos.
Fonte: MOTOOKA, Débora Yumi. História. Grécia. 2ª ed. São Paulo: SM, 2011
Evemerismo
Designa a concepção, defendida por Evêmero de Messina, que considera os deuses como
homens deificados.
REALE, Giovanni. História da Filosofia antiga: léxico, índices, bibliografia. São Paulo: Loyola,
1995. (Série História da Filosofia). Obra em 5v.
Explicar
A palavra explicar tem origem no latim e é formada pela conjunção das palavras ex (por para
fora ) e plicar (dobra, face, prega).
Explicar significa, portanto, tudo aquilo que é colocado para fora, ou desdobrado, ou
despregado.
Ao contrário, complicar significa tudo o que é com (envolto) plicado (dobras).
Complicado significa aquilo que está escondido ou oculto por detrás de dobras.
Como lembra o professor Jean Lauand, professor aposentado da FEUSP,
a) "quem está envolvido nas plicas" é "cúm-plice";
b) o que é "ex-plícito" é aquilo que não tem dobras que o escondam;
c) "su-plicar" é pedir de joelho dobrado.
Fonte:
Revista Língua Portuguesa. Ed. 78. Abril/2012.
Feácios
Povo que, segundo a mitologia grega presente na Odisséia, vivia na ilha de Esquéria e era
possuidor de imensa fortuna e vida livre das ameaças das guerras, sendo , por vezes, até
visitados pelos deuses. Odisseu teve contato com os feácios durante o seu retorno para Ítaca.
Bulfinch; Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia: (a idade da fábula); história de deuses e
heróis. - 8 edição - Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.
Filologia
Termo de origem grega (philos que significa gosto, amor e logos, palavra) que designa o estudo
das línguas, ou de uma língua, especificamente, numa perspetiva de história literária e
gramatical. A filologia estende-se à linguística, à antropologia cultural e à literatura.
filósofo-rei
Segundo Platão (República, Livro V), o único personagem capaz de governar uma sociedade
justa é o que tiver uma paixão pela verdade, tendo ainda atingido a sabedoria superior ou o
conhecimento do Bem: o filósofo.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Genealogia
Esta palavra deriva da junção das palavras gregas geneá (γενεά - gênero, espécie, geração,
idade humana, idade, período da história, família, raça, nação, povo, origem, nascimento,
pátria, lugar de nascença) e logos (logoV– palavra, sentença, discurso, revelação).
A palavra geneá tem estreito parentesco com a palavra gênesis (γένεσις – gênese, causa,
princípio, origem da vida, produção, geração, criação, nascimento, origem, ação de tornar-se
por oposição a ser, conjunto dos seres criados, a criação, raça, espécie, geração, idade). Tanto
a palavra geneá quanto a palavra gênesis são termos que indicam algo relativo a um processo
de existência ou desenvolvimento no tempo, a partir de um ponto inicial, uma origem.
Fonte:
PEREIRA, Isidro. Dicionário Grego-Português e Português-Grego. 8. ed. Braga, Portugal: Livraria
A. I., 1998.
Genos
Os genos eram pequenas aldeias chefiadas por poderosas famílias da nobreza guerreira.
Fonte: MOTOOKA, Débora Yumi. História. Grécia. 2ª ed. São Paulo: SM, 2011
Georgóis
Pequenos proprietários de terra.
Fonte: MOTOOKA, Débora Yumi. História. Grécia. 2ª ed. São Paulo: SM, 2011
Gineceu
Parte da habitação reservada às mulheres. As moças só o deixavam para casar e a mulher
casada, que só mantinha relações com a domesticidade, dele não saía sem autorização do
marido. Para evitar que as mulheres tivessem acesso a zona do mercado, perigosa e
malfadada, os maridos faziam as compras, trazendo-as nas dobras das túnicas ou carregadas
por escravos. Quando o marido viajava, pregava seu selo na porta do gineceu.
Flores, Hilda Agnes Hübner. O helenismo e a mulher. O Mundo Greco-romano. Porto Alegre.
Edipucrs. 2000.
gnose
(do grego, gnosis: conhecimento) A raiz encontra-se em agnosticismo, gnosticismo,
diagnóstico, prognóstico e gnosiologia (um termo obsoleto para epistemologia). Nos textos
teológicos, que se referem freqüentemente às pretensões do gnosticismo a esse
conhecimento, a gnose é o conhecimento superior das coisas espirituais.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
gnothi se auton
(do grego, conhece-te a ti mesmo) Inscrição localizada no templo de Delfos; profunda censura
àqueles que pensam que podem atingir a sabedoria sem esse componente.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Gôrgonas
(G. Gorgones, plural de Gorgó). Três irmãs monstruosas - Euríale ("Caminhante a Passos
Largos"), Estenó ("Poderosa") e Mêdusa ("Rainha") -, filhas de Forcis e de Cetó (vv.), eram
irmãs das Graias (v.), e portanto divindades pré-olímpicas. Euríale e Estenó eram imortais, e
Mêdusa, chamada simplesmente de Gorgó e a mais famosa das três, era mortal.
Fonte: KURY, Mário da Gama. Dicionário de mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1990.
Hades
Hades é um dos deuses gregos, irmão de Zeus. Governa o mundo subterrâneo, o mundo dos
mortos. O reino de Hades é também conhecido como sendo o inferno, designação esta dada
pelas religiões europeias e asiáticas.
Hamartía
Conceito grego que significa "erro de julgamento" ou "erro por ignorância". Na TRAGÉDIA,
segundo Aristóteles (384-322 a.C.), trata-se do erro de julgamento cometido pela personagem
ao estabelecer sua AÇÃO (Poética, XIII). Esse erro deriva da ignorância da personagem acerca
de algum detalhe importante na sequência dos acontecimentos anteriores.
Fonte: VASCONCELLOS, Luiz Paulo. Dicionário de teatro. 6. ed. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.
Hebe
É a personificação da juventude. Era encarregada de distribuir néctar aos deuses, preparar o
banho de Ares e ajudar Hera a preparar sua carruagem. Ela dançava com as musas e com as
Horas. Depois que Héracles fez as pazes com Hera e foi imortalizado, ele se casa com Hebe.
HOMERO. Ilíada. Trad. Carlos Alberto Nunes. 2 ed. São Paulo: Ediouro, 2009.
Heinrich Schliemann
Arqueólogo alemão que, na década de 1870, descobriu sítios arqueológicos micênicos e a
prova da existência de Tróia.
Revolucionou a visão dos estudiosos da Antiguidade, que, até então, pensavam que Tróia, a
Guerra, Ulisses, eram apenas obra mitológica da imaginação das obras de Homero.
HELENISMO
HELENISMO - O Termo designa o período no qual houve forte difusão da cultura grega entre os
povos conquistados pelo império alexandrino. O termo “helenos” vem do grego Hellen e
designa os habitantes de língua grega da Hélade (nome como era conhecido a Grécia Antiga).
Mesmo com a dispersão territorial, os helenos possuíam uma forte coesão: mesma língua,
mesma escrita, mesma religião, mesmas festas e jogos esportivos, etc. Foi essa unidade
cultural que permitiu a expansão e a supremacia da Grécia sobre outras civilizações, daí a
expressão helenismo. FONTE: REZENDE, Antônio. Curso de Filosofia: para professores e alunos
dos cursos de segundo grau e de graduação. 14ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
Heraias
As Heraias se constituíram certamente no único festival atlético feminino que se possui
algumas poucas informações. O festival era em homenagem à Hera contava com uma série de
corridas nas quais competiam jovens mulheres. Estas provas eram disputadas no estádio de
Olímpia a cada quatro anos, mas eram completamente independente dos jogos Olímpicos
masculinos em homenagem a Zeus, dos quais somente grupos masculinos participavam.
Mitologicamente, as Heraias teriam sido instituídas por Hipodamia, esposa de Pélops, que
correu junto com outras 16 mulheres de Élis. Observa-se uma conexão com o culto de Hera, e
também com o grupo de 16 anciãs que eram encarregadas de tecer o pélos da deusa, de
organizar as antigas danças rituais e de estabelecer as competições de corrida a pé.
Lessa, Fábio de Souza e Rocha, Fábio Bianchini. Mulheres nas Práticas esportivas Gregas
Antigas. Revista Phoînix. Mauad, 2003. N°13.
Heródoto
Heródoto foi um escritor grego que buscava reformular a estrutura dos registros sobre o
comportamento humano. Antes dele, os registros eram basicamente elaborados através de
narrativas épicas e poéticas, como as obras clássicas de Homero (Ilíada e Odisséia), que
contavam, quer dizer 'cantavam', as situações da guerra entre gregos e troianos, assim cmo as
aventuras de Ulisses no mundo mitológico. Heródoto passou a descrever os episódios
humanos bem como as paisagens de maneira mais compremetida, esforçando-se a apresentar
narrativas que pudesse conter as informações mais próximas do real, sem a pretensão de
emocionar ou entreter o leitor/ouvinte com histórias fantásticas e divinas, mas de registrar o
comportamento humano em um tempo específico, num determinado espaço e numa
determinada circunstância.
A elaboração dos seus registros era baseada em três níveis de confiabilidade. A informação
que julgara ser mais confiavél seria a resultante de uma observação direta; dele próprio ser
uma testumunha ocular do caso. A segunda informação mais confiável seria a que é coletada
de um observador direto, como uma entrevista da testemunha. E a informação que
demandaria mais desconfiança seria aquela coletada de uma testemunha secundária, ou seja,
uma pessoa que ouviu o testemunho de um observador direto e que agora passa o que
escutou para o pesquisador.
Segundo François Hartog, Heródoto de certa forma quis rivalizar com Homero. Da mesma
maneira que os aedos, inspirados pelas Musas, cantavam os feitos tanto de gregos como de
troianos, Heródoto quis contar os grandes feitos tantos dos bárbaros quanto dos gregos. A sua
condição de exilado de Halicarnasso fez com que ele pudesse substituir a reveleção divina (que
davam aos aedos a capacidade de conhecer as histórias distantes) pela própria experiência
sensorial dos fatos. O passado era buscado para que se pudesse entender como e porque as
coisas se comportam de uma maneira e não de outra. Isso se juntava a um apreço pelo
concreto e pelo empírico, do mesmo modo a desconfiança do abstrato e do sobrenatural;
fazendo com que houvesse uma tendência precoce ao positivismo e ao cinetificismo. Assim o
passado era investigado para que entendesse o presente, deixando registro como exemplo à
posteridade.
Por isso, Heródoto é considerado por muitos como o 'pai da História'.
HARTOG, François. Os antigos, o passado e o presente. Brasília: Editora Universidade de
Brasília, 2003.
HARTOG, François. O espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação do outro. Belo
Horizonte: UFMG, 1999.
Herói
Seu termo representa "o guardião, o defensor, aquele que nasceu para servir". O herói nos
convida à narrativa mítica e à experiência do mito. Resultado da união de um deus ou deusa
com um humano, rerpesenta a união do céu com a terra. Desmonstrando sempre sua natureza
divina através de habilidades sobrehumanas, normalmente o herói é aquele que deverá deixar
seu lar em busca de aprendizado, para depois retornar triunfante (ou não). Seguido de uma
educação elaborada nos caminhos da luta, dos mistérios, da mântica e de outras habilidades, o
herói tem que enfrentar diversos obstáculos (ou trabalhos) para provar sua natureza e adquirir
a timé e a areté. Todos os obstáculos representam as perversões e defeitos que se deve
enfrentar e vencer. Dentre todos os obstáculos, o mais inefável talvez seja descida ao Hades, a
catábasis, onde o herói deve morrer para depois ressurgir vitorioso. Normalmente com um
final trágico, mesmo assim o herói pode ter seus méritos reconhecidos e ganhar o privilégio da
morada divina, ou falar em sua jornada e, devido sua hybris, padecer no tártaro. De toda
forma, quer seja com o bom ou o mal exemplo, o herói nos ensina e compartinha conosco sua
jornada, para que possamos crescer com sua ajuda.
Hesíodo
(gr. Ἡσίοδος)
É o mais antigo poeta grego com evidências de ter realmente existido.
É situado no período Arcaico, embora não haja evidências históricas de sua existência. E
considerado pelos gregos tanto quanto Homero.
Assim como Homero, tem suas poesias inseridas no âmbito das poesias épicas, com origem na
tradição oral.
Dos seus poemas, chegaram até nós integralmente dois deles, a Teogonia, que trata da origem
e genealogia dos deuses; e Os trabalhos e os dias, que fala da vida prática, basicamente
agricultura e justiça. Além destes, inúmeros fragmentos também são conhecidos.
Com a poesia de Hesíodo, ficam abertos muitos caminhos novos à mentalidade grega.
Rocha Pereira, 1993.
Fonte:R. Aubreton, Introdução a Hesíodo, São Paulo, 1956.
Hetairas
As hetairas eram cortesãs aristocráticas, mais desembaraçadas que as esposas reclusas e sem
desenvoltura mental. Peritas em música, filosofia ou literatura, as hetairas faziam o papel de
companheira e amiga dos homens, que encontravam nelas a inspiração inexistente no lar.
Frequentá-las nada tinha de infame.
Uma das hetairas mais célebres foi Aspásia de Mileto, uma estrangeira que conquistou o
coração do grande Péricles.
Flores, Hilda Agnes Hübner. O helenismo e a mulher. O Mundo Greco-romano. Porto Alegre.
Edipucrs. 2000.
Hipatia de Alexandria
Importante matemática e filósofa neo-platônica, Hipatia nasceu em Alexandria por volta de
350 - 370 D.C. Cresceu cercada por estímulos intelectuais e era frequentadora assídua da
grande biblioteca, onde veio a ser professora, aos 30 anos de idade. Ela é normalmente
lembrada por seus trabalhos astronômicos e pela invenção do densímetro, usado para aferir a
densidade de líquidos. Notáveis também são seus comentários sobre as secções cônicas e sua
contribuição para aperfeiçoar o astrolábio. Sua posição de mulher ousada e independente
geraram-lhe perseguições por parte de certas seitas cristãs mais misóginas e radicais. O clima
político em Alexandria era muito tenso e a influência de Hipatia sobre o representante civil do
imperador era grande. O bispo Cirilo, que viria a ser canonizado, e Orestes, representante do
imperador, estavam se desentendendo havia tempo, devido a posições do prelado que
Orestes, e possivelmente Hipatia, consideravam radicais. Acreditando que era Hipatia quem
inflamava Orestes contra Cirilo, um grupo de cristãos fanáticos a atacou em plena rua e a
levou, arrastada, para uma igreja, onde a mataram e esquartejaram utilizando cacos de
cerâmica e conchas amoladas, ela contava entre 50 e 60 anos de idade. A morte de Hipatia
marca o fim trágico da grande tradição acadêmica da antiguidade, seu brutal assassinato
serve, para muitos, como ponto de referência para o início de um longo declínio no cultivo da
herança clássica e das ciências no ocidente.
Homérico
A tradição homérica é uma face fundamental do mundo clássico. As próprias características
físicas e a condição oscilante entre metáfora e personagem histórico fazem de Homero uma
referência para a compreensão desse universo cultural do qual somos todos rebentos, mesmo
que indiferentes ou incrédulos. Mais do que a contribuição inestimável da tradição homérica
para a literatura clássica, encontramos em seus poemas a manifestação do ideal antigo de ser
humano. Valores como curiosidade, engenhosidade, ímpeto... Virtudes que produziram uma
senda civilizatória trilhada por diversos povos ao longo dos séculos.
Homero
O mais antigo poeta grego, cuja existência ainda é muito contestada.
A ele são atribuidos os dois principais poemas épicos da antiguidade, a Ilíada e a Odisseia.
As calorosas discussões que tentam esclarecer a origem da Ilíada e da Odisseia desde o
Período Helenístico compõem a famosa "Questão Homérica", que pode ser resumida da
seguinte maneira:
1.seriam a Ilíada e a Odisseia obras de um só poeta?
2.teriam sido criadas a partir da união de vários poemas isolados?
3.qual dos poemas é o mais antigo?
4.seria Homero o nome atribuído a algum poeta anônimo que organizou uma extensa e antiga
tradição oral?
5.teria sido Homero um poeta genial que simplesmente se baseou em temas da tradição oral
de diversas épocas?
6.seriam os dois poemas, como os conhecemos, modificações tardias dos poemas
originalmente compostos:
Como disse Platão, Homero foi, no mais pleno sentido, o educador da Grécia.
H.-I. Marrou, 1965
Henri-Irénée Marrou. História da educação na Antigüidade, trad. M.L. Casanova, São Paulo,
Herder e EdUSP, 1965.
Hoplita
Soldados que lutavam a pé e usavam um armamento de custo mais baixo e acessível e boa
parte da população ateniense: capacete de metal, espada, couraça e escudo de couro e uma
lança de 2 metros de comprimento.
Fonte: MOTOOKA, Débora Yumi. História. Grécia. 2ª ed. São Paulo: SM, 2011
Hýbris
◦*É uma desmedida, tudo que é exagerado. Temos na hýbris o elemento constitutivo das
tragédias, onde seus personagens vão partir de orgulho e arrogância excessiva. Temos vários
personagens que sofrem da ira dos deuses por conta de sua insolência. Podemos citar como
exemplo Ájax que desmerece a deusa Atena e é acometido pela loucura e morre pela própria
espada. Recorrendo ao tragediógrafo Eurípedes: “Aquele a quem os deuses querem destruir,
primeiro deixam-no louco”.
hylê
(hylas) (gr., matéria) O substrato das coisas materiais, que Aristóteles pensava precisar de uma
forma para fazer uma coisa. Berkeley chamou o defensor do materialismo nos Três diálogos de
Hylas.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Imitatio
Termo em latim para mimesis.
Imitação. Segundo Aristóteles, “imitar é congênito no homem”, e é essa imitação que nos
diferencia dos demais animais. A imitação é sublime, ativa e criativa, está diretamente
relacionada aos conceitos de techné e physis, e é a base para algumas artes (por se tratar da
imitação da ação). São artes miméticas: dança, pintura, escultura, música e artes poéticas.
Para Platão as artes condenáveis são as artes miméticas, ao contrário de Aristóteles que as
exalta. Platão entende a mimesis como simulacro, pois o aedes mimetiza o mundo sensível
que por sua vez mimetiza o mundo ideal.
Íris
Íris, filha de Taumas e da Oceânide Electra. É irmã das Harpias. Os gregos e os romanos que a
identificaram como arco do céu, transformaram-na no símbolo de contato entre o céu e a
terra. Íris representa junto dos deuses e dos homens o papel de mensageira dos imortais,
emissária das vontades de Zeus e mais frequentemente ainda de Hera, de quem é a serva fiel,
banhando-a, embelezando-a e passando as noites sem dormir junto a seu trono.
HACQUARD, Georges. Dicionário de Mitologia greco e romana.
Ítaca
Ítaca – Onde se deve situar a ilha de Ulisses? Depois de Haver sido, durante séculos,
identificada como ilha que conservava o nome da antiga Ítaca- Thiaki - , identificaram-na como
Lêucade; outros pensam ser a ilha de Corfu. Talvez seja prudente continuar a identifica lá com
Thiaki. Convida-nos a isso o nome da ilha, embora a fixidez dos nomes topográficos não seja
absoluta: seu aspecto concorda bastante bem com as indicações do texto homérico; e se a
mediocridade de seus recursos e de sua extensão parece constituir uma objeção, convém não
esquecer que o reino de Ulisses, longe de ser confinar apenas a Ítaca, tira das ilhas vizinhas seu
poder e riqueza.
KAHN, Charles H.
Professor de filosofia na Universidade da Pensilvânia (EUA). É reconhecido mundialmente por
sua pesquisa em história da teoria política e filosofia grega antiga, com ênfase em présocráticos, Platão e Aristóteles.
Fonte: KAHN, Charles H. A arte e o pensamento de Heráclito. Uma edição dos fragmentos com
tradução e comentário. Tradução: Élcio de Gusmão Verçosa Filho. Revisão técnica: Rachel
Gazolla. São Paulo: Paulus, 2009.
Kalokagatia (καλοκαγαθία)
Conceito grego que deriva de Kalos Kai Agathos (καλός καi αγαθός) , que significa
literalmente belo e bom ou, belo e virtuoso. O ideal grego da perfeita personalidade humana.
1) Como virtude interna é o ideal platônico, que não usava o termo em geral, e quando o
usava, aplicava aos ricos ou à Aristocracia (significado corrente?). Para Aristóteles na Ética
Eudêmia e nas Magna Morália: é o perfeitamente bom e belo, o totalmente forte, com
coragem e todas as demais virtudes. O Homem belo e bom não está corrompido por outros
bens como, riqueza e poder, por exemplo. 2) Como virtude magnânima, diz Aristóteles: “É
difícil ser magnânimo e, com efeito, impossível sem kalokagatia”.
ttp://pt.wikipedia.org/wiki/Kalokagathia em 09/05/2012
ABBAGNANO, Nicola, Diccionario de Filosofía, México,D.F. Fondo de Cultura Económica, 3
ed. 1998.
Kalokagatia (καλοκαγαθία)
Conceito grego que deriva de Kalos Kai Agathos (καλός καi αγαθός) , que significa literalmente
belo e bom ou, belo e virtuoso. O ideal grego da perfeita personalidade humana. 1) Como
virtude interna é o ideal platônico, que não usava o termo em geral, e quando o usava,
aplicava aos ricos ou à Aristocracia (significado corrente?). Para Aristóteles na Ética Eudêmia e
na Magna Morália: é o perfeitamente bom e belo, o totalmente forte, com coragem e todas as
demais virtudes. O Homem belo e bom não está corrompido por outros bens como, riqueza e
poder, por exemplo. 2) Como virtude magnânima, diz Aristóteles: “É difícil ser magnânimo e,
com efeito, impossível sem kalokagatia”.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kalokagathia em 09/05/2012
ABBAGNANO, Nicola, Diccionario de Filosofía, México, D.F. Fondo de Cultura Económica, 3 ed.
1998.
Kalón
Beleza, o Belo (substantivo neutro). Substantiva o próprio belo (kalós, adj.). Pode ser utilizado
como a Beleza dos corpos, a Beleza das almas, a Beleza eterna etc, conforme o tratado de
Plotino. Também muito utilizado por Platão para referir-se à 'beleza em si' (autò tò kalón).
Fonte: Vocabulário Grego da Filosofia, de Ivan Gobry, Trad. Ivone Benedetti, São Paulo: Ed.
0Martins Fontes, 2007.
Kapelói
Os Kapelói eram os pequenos comerciantes que, fosse nas lojas ou nos mercados, praticavam
o comércio varejista. Eram intermediários entre os camponeses e artesãos. Aparecem
retratados em relações cotidianas nas comédias de Aristófanes. Tinham origem entre os
cidadãos gregos pobres, mas existiam também estrangeiros entre esses comerciantes. Mesmo
sendo mal vistos, em Atenas participam ativamente da vida política da cidade.
Fonte: Mossé, Claude. Dicionário da Civilização Grega. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
Kléos
Significa glória.
Os dois poemas épicos de Homero, Ilíada e Odiséia utilizam o termo grego kléos
recorrentemente, mas em diferentes acepções. Na Ilíada a kléos é a glória bélica, de guerra. Já
na Odisséia a kléos é a métis, a astúcia, a paciência.
Na Ilíada o valor do homem é provado em batalha, relacionando-se à força física e coragem, e
a imortalidade almejada (glória imperecível) provém justamente desses feitos bélicos. A glória
nesse caso é a kléos andraos, ou seja, a glória proveniente dos feitos bélicos, diretamente
relacionada ao conceito de honra.
Na Odisséia a glória está diretamente relacionada à paciência e inteligência que regem as
decisões e atitudes do herói, e é essa astúcia que concede a ele a imortalidade almejada.
Koiné
Koiné - etimologicamente "comum", é o grego helenístico ou dialeto comum. Também
associado aos termos Alexandrino e Grego do novo testamento. Serviu de língua franca no
mediterrâneo oriental e dialeto comum na Grécia até o império Romano, pois a língua grega
teria sido mantida na região mesmo após a dominação romana. Foi a língua original do Novo
testamento e as influências no Latim e nas línguas neolatinas teria vindo do koiné. Atualmente,
às vezes, se usa o termo para falar de qualquer língua franca.
Referências:
Uma história do grego antigo - Maria Chritē, Maria Arapopoulou.
STÖRIG, H. J. Latim, a língua-mãe da Europa. in ___ A aventura das línguas: uma história dos
idiomas do mundo.
Lăbŏr
1) Trabalho, labor, fadiga; 2) Empresa, tentativa, plano; 3) Cuidado, empenho, solicitude,
sofrimento; 4) Prova, desventura, desastre.
Dicionário Latino Português Saraiva. Editora Garnier, 2000.
Labyrinthos
Palavra originário da língua minóica e que significa Labirinto.
Remete à ideia do Labirinto do Minotauro, da mitologia minóica, e, no fundo, refere-se ao ao
Palácio de Cnossos.
A palavra, traduzida do alfabeto micênico chamado de Linear B (datada de 1.200 a.C) também
aparece na forma "labrys".
O labirinto está associado ao mito do Minotauro, e da relação entre Teseu (que matou o
minoutauro), Ariadne (esposa de Teseu, que o ajudou a escapar do Palácio), Dédalo
(construtor do Palácio), Minos (rei de Cnossos) e Ícaro (amante de Dédalo, que constrói asas
para voar).
A história completa do Labirinto e do Minotauro pode ser encontrada em
Labirinto e Minotauro, de José Ribeiro Ferreira, Editora Simões & Linhares, Coimbra, 2008.
Liceu
Nome da escola fundada por Aristóteles em Atenas, num passeio coberto ou ginásio,
consagrado a Apolo Liceu (nome que provém de lykeios, relativo a lobo, ou de liciano, i.e.,
originário de Lícia, ou ainda de lykê, luz). Seus membros eram os peripatéticos.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Língua Grega
O grego pertence à família de línguas indo-europeias (na qual se incluem o português, o inglês,
o latim, o russo, o lituano, o albanês, o armênio, o persa, o sânscrito, o hitita, o tocário [estas
duas últimas totalmente extintas]). Entre todas essas, a língua grega tem a mais longa história
registrada, indo do século XIV a.C. até os dias atuais. O mais antigo registro do grego antigo
aparece nas plaquetas de argila gravadas na escrita denominada "Linear B" (decifrada apenas
em 1952) nos palácios de Cnossos, em Creta, e em Pilos, Micenas, Tirinto e Tebas, no
continente, entre os séculos XIV e XIII a.C. O "Linear B", ou micênico, era uma escrita silábica
(cada letra representava não um som simples mas uma sílaba); a escrita alfabética, como a
conhecemos, e da qual "se originou" o grego antigo, foi introduzida na Fenícia, por volta do
século VIII a.C. Depois que Constantinopla, que usava o grego antigo como idioma, foi
conquistada pelos turcos, em 1453 d.C., o grego ainda foi mantido como a língua da Igreja
Ortodoxa e continuou a ser amplamente falado.
Fontes: JACT. Reading Greek. 2ª ed. London: Cambridge University Press, 2007, p. 465-7;
Donald J. Mastronarde. Introduction to Attick Greek. Los Angeles: University of California
Press, 1993, p. 1-5.
Logos
Significa a razão, a linguagem, a palavra. Logos designa a razão humana, o pensamento que
busca compreender a natureza; mas, pelo menos a partir de Heráclito, logos também pode ser
interpretado como a razão universal, fixa e imutável que ordena e organiza todas as coisas
particulares e transitórias; o logos, neste sentido, é um princípio cosmológico.
Do mito à filosofia – por José Motta Pessanha
http://oficinadefilosofia.wordpress.com/2011/04/03/physis-cosmos-arche-logos/
Medusa
Uma das górgonas. Também chamada simplesmente Górgona. Era um terrível monstro que
amedrontava homens e deuses. Apenas Netuno não a temia e chegou a unir-se a ela. Por
ordem de Polidectes, tirano de Serifo, Perseu conseguiu matá-la. Elevou-se no ar graças às
sandálias de Mercúrio e, enquanto ela dormia, cortou-lhe a cabeça. Para não ser petrificado,
utilizou-se de um escudo polido como espelho, fitando apenas a imagem do monstro. Do
pescoço cortado, saíram Pégaso e Crisaor, que a Medusa havia gerado com Netuno. Minerva
colocou a cabeça monstruosa no centro de sua égide. Perseu recolheu o sangue saído do
ferimento e que tinha propriedades mágicas: o da veia esquerda era um veneno infalível, e o
da direita, um remédio capaz de ressuscitar os mortos. As serpentes que lhe rodeavam a
cabeça tinham o dom de pôr em fuga o exército ao qual fossem apresentados. De acordo com
uma versão, a Medusa teria sido uma bela jovem, orgulhosa especialmente de seus cabelos.
Por ter ousado rivalizar em beleza com Minerva, a deusa metamorfoseou-a em monstro,
transformando seu cabelo em serpentes. Outra tradição narra que o castigo se deveu à
profanação cometida pela jovem, unindo-se a Netuno no templo de Minerva.
Dicionário de mitologia greco-romana. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
Metafísica
Título da principal obra ontológica de Aristóteles. Versa, sobretudo sobre as condições e
estudo do ser enquanto ser, assim como ele é, tal como é.
Fonte: Metafísica - Aristoteles
Metecos
Estrangeiros.
Fonte: MOTOOKA, Débora Yumi. História. Grécia. 2ª ed. São Paulo: SM, 2011
metempsicose
Transmigração das almas. Processo pelo qual, quando se morre, a alma passa a habitar um
novo corpo. Essa doutrina tem grandes afinidades com a noção indiana de samsara,
associando-se em especial, na tradição ocidental, a Pitágoras e a Empédocles; é
freqüentemente fundamentada fazendo apelo às recordações de vidas passadas.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
métis
A palavra métis é muito importante para a compreensão do conceito de Odysseus (Ulisses).
Designa astúcia, característica que compõe o último herói de ascendência semi-divina e que
encerra de certa forma, o contato humano com os deuses do Olimpo.
VIDAL-NAQUET, P. O mundo de Homero. Trad. Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das
letras, 2002. p. 60.
Métis (segundo significado)
A palavra Métis também terá um outro significado. Será uma das uniões divinas de Zeus cuja
geração resultará na deusa da estratégia bélica e da sabedoria Atená.
Há uma genealogia bastante interessante nesta obra do professor Junito Brandão.
BRANDÃO, J. Mitologia grega. Rio de Janeiro: Vozes, 1986. (Volume I) p.22.
Mimesis
Imitação. Segundo Aristóteles, “imitar é congênito no homem”, e é essa imitação que nos
diferencia dos demais animais. A imitação é sublime, ativa e criativa, está diretamente
relacionada aos conceitos de techné e physis, e é a base para algumas artes (por se tratar da
imitação da ação). São artes miméticas: dança, pintura, escultura, música e artes poéticas.
Para Platão as artes condenáveis são as artes miméticas, ao contrário de Aristóteles que as
exalta. Platão entende a mimesis como simulacro, pois o aedes mimetiza o mundo sensível
que por sua vez mimetiza o mundo ideal.
Em latim traduzimos mimesis por imitatio.
Minos
Filho de Júpiter e Europa. Sucedeu Astério, seu pai adotivo, no trono de Creta. Quando seus
irmãos, Sarpetão e Radamanto, contestaram essa herança, Minos respondeu que o reino lhe
tinha sido destinado pelos deuses. Acrescentou que tudo que pedisse às divindades lhe seria
concedido. Para provar essa afirmação, ofereceu um sacrifício a Netuno e solicitou-lhe que
fizesse sair um touro do mar; promteu, em agradecimento, imolar o animal em homenagem ao
deus. Este o atendeu, mas o soberano, impressionando com a beleza do touro, deixou de
sacrificá-lo. Netuno vingou-se, enlouquecendo o animal (...). Para vingar seu filho Androgeu,
cuja morte tinha sido causada por Egeu, rei de Atenas, Minos impôs aos atenienses um tributo
periódico de sete moças e sete rapazes. Os jovens eram devorados pelo Minotauro.
Foi considerado o primeiro civilizador de Creta. Segundo uma versão, seus atos eram
inspirados por Júpiter, com quem conversava frequentemente numa caverna do monte Ida.
Dicionário de mitologia greco-romana. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
O Minotauro é uma criatura mítica cuja origem remonta à civilização minóica (sec. XX a.C. a XV
a.C.). Seu nome está relacionado ao rei Minos, um rei mítico que vivia no palácio de Cnossos,
na ilha de Creta. Deriva dele o nome atribuído à civilização minóica. De acordo com a lenda, o
rei Minos se recusou a sacrificar a Poséidon um belo touro branco. Para castiga-lo, o deus
suscitou em sua esposa, Pasífae, um amor irresistível por esse touro. A rainha pede a Dédalo, o
engenhoso artífice e arquiteto, que lhe construa uma forma taurina, onde ela pudesse entrar e
copular com o touro. Dessa união nasce uma criatura híbrida, com cabeça de touro e corpo de
homem, cujo nome seria Astério, mas que ficou conhecido como Minotauro (touro de Minos).
A criatura cresce e se torna agressiva e incontrolável, um monstro. O rei Minos determina,
então, que Dédalo construa um edifício para encarcerá-lo. Graças ao gênio de Dédalo o edifício
é construído de tal forma intrincada, que dele é impossível sair. É o labirinto. O Minotauro se
alimentava de carne humana e o rei Minos se servia de um tributo pago, pelos atenienses, de
sete rapazes e sete donzelas para alimenta-lo. Então Teseu, filho de Egeu, rei de Atenas, na
terceira vez do envio dos jovens, se ofereceu para integrar o grupo e, com a ajuda de Ariadne,
filha de Minos, consegue matar o Minotauro e sair do Labirinto, seguindo um fio estendido
desde a entrada por conselho da apaixonada Ariadne. A ideia do fio havia sido indicada por
Dédalo. A lenda do Minotauro está presente, de forma sutil, em testemunhos posteriores
como as obras de Homero e mais fortemente na arte figurativa, em especial na cerâmica. O
labirinto pode estar relacionado à planta do palácio de Cnossos e outras escavações de
palácios na ilha de Creta.
Fonte: FERREIRA, José Ribeiro. Labirinto e Minotauro: Mito de Ontem e de Hoje. Coimbra,
2008.
Mito
É uma verdade instituída que não necessita de provas.
Fonte: VASCONCELOS, Ana. Manual Compacto de Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Editora Rideel,
2011.
Mitologia
A mitologia é uma forma de conhecimento não-lógica* que, através de narrativas sagradas
para certos grupos humanos, explica o mundo e justifica o papel do homem nele. Uma
definição mais precisa do termo (e sua separação de outros conceitos próximos como folclore,
religião) depende da escola de pensamento que o estuda. O mito é interpretado de acordo
com três principais correntes:
FUNCIONALISTA, que descreve a importância social do mito e do ritual como base/reforço da
moralidade, de conhecimentos práticos e de relações sociais; "não é uma força intelectual ou
uma imagem artística, mas é um privilégio pragmático da fé primitiva e da sabedoria moral"
(MALINOWSKI, Myht in primitive psychology, in Magic, science and religion and other essays,
p.101, apud GRIMAL, VIII).
SIMBOLISTA, segundo a qual o alvo do mito não é (apenas) o intelecto, mas também a
fantasia; ele "surge espiritualmente sobre o mundo das coisas materiais como expressão
coletiva, poética e primordial, diferente do pensamento lógico" (GRIMAL, p. IX). Não é uma
falha da razão (como já defendeu, por exemplo, Comte), uma fraqueza, mas uma força ativa,
uma capacidade humana de explicar/interpretar o mundo, embora não pela razão (filosofia ou
ciência).
ESTRUTURALISTA, segundo a qual um sistema religioso trabalha com conjuntos e relações de
elementos dentro deles, e considera errôneo estudar os elementos isolados. Considera-se
função do mito "exprimir dramaticamente a ideologia de que vive a sociedade, de manter na
sua consciência não só os valores que ea reconhece e os ideiais que persegue de geração em
geração, mas, principalmente, o seu ser e sua própria estrutura, os elementos, os vínculos, os
equilíbrios e as tensões que as constituem; justificar, no fundo, as regras e práticas tradicionais
sem as quais tudo que é seu se dispersaria" (Dumézil, Heur et malleur du guerrier, p11, apud
GRIMAL, p. XVI-XVII).
===============================================
* BRANDÃO, p13: "lógos e mytos são as duas metades da linguagem, duas funções igualmente
fundamentais da vida e do espírito. O lógos, sendo um raciocínio, procura convencer,
acarretando no ouvinte a necessidade de julgar. O lógos é verdadeir se é correto e confrme à
lógica; é falso se dissimula alguma burla secreta (sofisma). O mito, porém, não possui outro fim
senão a si próprio. Acredita-se nele ou não, à vontade, por um ato de fé (...)."
Referências:
BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Gregai, volume I. Petrópolis: Ed. Vozes (sem data).
GRIMAL, Pierre. Dicionário da Mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil,
2005.
Musa
Musa: filhas de Zeus e de Mnemósine. As musas eram nove: Calíope, Clio, Melpômene, Talia,
Euterpe, Terpsícose, Érato, Polínia e Urânia. Elas protegiam as artes, as ciências e as letras.
Naós (ναός)
Templo, santuário.
Fonte: http://dicionariobiblico.blogspot.com.br/
Narração
(diegesis; narratio)
Depois do exórdio (a introdução), a exposição dos fatos, a segunda parte do discurso.
REBOUL, Olivier. Introdução a Retórica. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins
Fontes, 2004, p. 217-220; 240
Nepentes
Bebida medicinal contra a tristeza da qual se falava na antiguidade.
Homero. Odisséia. Texto integral em verso. pág. 84. Ed. Martin Claret
Nestor
Rei de Pilo, o mais moço dos doze filhos de Neleu, combateu os centauros na luta contra os
lapitas, e foi um dos argonautas. Fez-se notar, no cerco a Tróia, pela sua prudência, equidade,
respeito aos Deuses, sabedoria, polidez, experiência, coragem e lindos discursos.
Atena e Telêmaco vão a Pilo em busca de notícias de Ulisses e recebem acolhimento afetuoso
(Odisséia). Porém, Nestor nada sabe sobre o herói.
Fonte: RIBEIRO, Joaquim Chaves. Vocabulário e fabulário da Mitologia. Ed. Martins
Ninfas
Divindades secundárias que tinham a aparência de mulheres jovens e belas. Elas
personificavam as fontes, os rios, os lagos, os montes e as árvores. As Ninfas das fontes, dos
rios e dos lagos era chamadas de náiades, enquanto que as dos montes eram chamadas de
orêades e, por fim, as das árvores eram chamadas de dríades ou hamadríades.
As ninfas não eram imortais, mas possuíam uma vida longa e certos atributos divinos
como a profecia. Eram tidas geralmente como filhas de Zeus, embora muitas vezes apareçam
como filhas de seus respectivos rios. Elas aparecem em muitas histórias amorosas, geralmente
com divindades afins e também com os deuses. Algumas foram amadas por simples mortais.
KURY, Mario da Gama. Dicionário de Mitologia Grega e Romana. 8. ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2008. p.284.
Noetón
Capaz de ser compreendido pelo intelecto; o objeto do intelecto, o inteligível (contrário de
aistheton).
fonte: F.E. Peters, Termos Filosóficos Gregos: Um léxico histórico. Fundação Caloustre
Gulbenkian.
Nostos
Odisséia (em Portugal escreve-se Odisseia) (em grego, OΔΥΣΣΕΙΑΣ — ODYSSEIAS, na
transliteração) é um poema de nostos (palavra grega que significa "regresso", de onde deriva a
palavra portuguesa "nostalgia") em 24 cantos atribuído, tal como a Ilíada, a Homero. A
atribuição da autoria constitui aquilo a que se chama Questão Homérica. O livro segue os
eventos da viagem do rei Odisseu, de Ítaca, que voltava da guerra de Tróia.
O Houaiss associa-a ainda a formas de «melancolia profunda causada pelo afastamento da
terra natal», ou a «distúrbios comportamentais e/ou sintomas somáticos», se bem que a
reconheça, de uma forma menos definitiva, como «estado de tristeza sem causa aparente».
www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_45608.html
Noûs
A capacidade humana de buscar a pergunta que conhece pelo fundamento como o
fundamento do próprio ser, o que é experimentado como o que dá direções para o movimento
da busca.
Fonte: VOEGELIN, Eric. Anamnese. Teoria da história e da política. São Paulo: É Realizações,
2009. p. 433.
Nόστοι
Poema de cinco cantos da autoria de Homero ou de Ágias de Trezena, o Nόστοι integra o
chamado Ciclo Épico. Relata viagens de regresso de heróis aqueus vitoriosos em Troia, tal qual
o tema central da Odisseia, épico homérico sobre o νόστος de Odisseu. Dos poemas do Ciclo
Épico, restam apenas fragmentos e referência a seis deles na obra Crestomatia, atribuída a um
Proclus - que pode ou não ser o filósofo neoplatônico do século V d.C.
Fontes:
HOWATSON, M. C. The Oxford Companion to Classical Literature. Oxford: Oxford University
Press, 1997. (1ª edição 1937)
LESKY, Albin. A History of Greek Literature. Trad. Cornelis de Heer & James Willis.
Indianápolis/Londres: Hackett, 1996. (1ª edição 1958)
Odisseu
Odisseu significa , aquele que sente dor, uma definiçao bem original para o enredo vivido pelo
heroi homerico, pois a sua jornada para a sua amada ilha de Itaca é uma jornada de
descobertas e de luta cosntante contra o desanimo e a desesperança. É uma mensagem para a
eternidade; se queremos melhorar em alguma coisa, conquistar algo melhor na nossa odisseia
em nossa curta existencia neste palco existêncial, temos que estar prontos para as dores que
se faram presentes nesta jornada em direção ao nosso objetivo final, temos que ser como
Ulisses, sentir a dor , mas memso assim usar esta dor em nosso beneficio, como uma
possibilidade de melhorar que nós somos.
ólbios
Na Grécia dos primeiros séulos, o homem feliz é ólbios, isto é, vive uma existência plena, não
restrita e limitada mas aquecida pela luz da magnificência e do bem estar. Ele é eudaímon, isto
é, tem um bom demônio ao lado, o qual permite que tudo lhe saia bem.
SNELL, Bruno. A cultura grega e as origens do pensamento europeu. Trad. Pérola de Carvalho.
São Paulo: Perspectiva, 2009. p. 167.
omos
Segundo a definição do professor Anderson Zalewski Vargas: " Omos é um adjetivo que pode
qualificar tanto um pedaço de carne crua, quanto um comportamento desumano." As duas
qualificações se apresentam em textos do grego antigo e distinguem tudo aquilo que é
civilizado do que é selvagem. Os etxtos homeros empregam o termo omos ao se referirem a
lobos, chacais e leões; O termo omestes era "aquele que come carne crua", ou seja animais
selvagens. Ao se referir ao âmbito humano e também divino o termo designa uma excessiva
quantidade de ódio que ultrapassa os limites do mundo civilizados.
Fonte: Vargas, Z. A. Guerra, Stasis e Natureza Humana na Guerra dos Peloponésios,
Atenienses, de Tucídides. IN: Guerra e Paz no Mundo Antigo. Org: Fabio Vergara Cerqueira,
Ana Tereza Marques Gonçalves, Chimene Kuhn Nobre, Glaydson José da Silva e Anderson
Zalewski Vargas. Pelotas: 2007. p. 99-112.
Ontologia
Estudo do ser enquanto ser. Principais obras em Filosofia Antiga que abordam o tema: O
Sofista, de Platão, Metafísica, de Aristóteles.
Fonte: Dicionário de Filosofia - Nicolla Abagnano
Orco
obscuridade, trevas, Erebo (inferno), Erebo (filho de Caos).
ISIDRO PEREIRA, S. J. Dicionário Grego-Português e Português-grego. Braga. 1998.
ORFEU
Filho da musa Calíope e do rei trácio Éagro (ou de Apolo, em algumas versões), Orfeu é o mais
importante poeta lendário da Grécia Antiga, cujo panteão inclui ainda Lino, Anfíon, Aríon,
Museu, Tâmiris etc. Muitos são os atributos de Orfeu (além do canto aliciante que apaziguava
as feras e fazia as árvores se moverem), de acordo com os vários mitemas que compõem seu
ciclo mítico: a viagem com os Argonautas; o doloroso amor por Eurídice, que o leva
frustradamente ao Hades para tentar reavê-la dos mortos; sua própria morte violenta,
esquartejado pelas bacantes da Trácia. Orfeu é o suposto fundador do culto de mistérios que
leva seu nome (o Orfismo), e por isso várias obras anônimas, cultuais e literárias, são a ele
atribuídas, como as Argonáuticas órficas e os Hinos órficos. Moderna e contemporaneamente,
permanece como tema constante da literatura e das artes, mas ainda há controvérsias sobre a
concepção e os fundamentos do que seria, hoje, a “poesia órfica”.
Referências:
BERNABÉ, A.; CASADESÚS, F. (Coord.). Orfeo y la tradición órfica: un reencuentro. Madrid:
Akal, 2008 (2 v.).
BRANDÃO, J. de S. Orfeu, Eurídice e o Orfismo. In:______. Mitologia grega. 20.ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2011. p.147-179.
BRUNEL, P. (Org.). Dicionário de mitos literários. 4.ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 2005.
CAMBOULIVES, C.; LAVALLÉE, M. (Dir.). Les métamorphoses d’Orphée. Tourcoing: Musée des
Beaux-Arts; Strasbourg: Les Musées de la Ville; Ixelles: Musée Communal; Bruxelles: SnoeckDucaju & Zoon, 1995.
CARVALHO, S. M. S. (Org.). Orfeu, orfismo e viagens a mundos paralelos. São Paulo: UNESP,
1990.
GAZZINELLI, G. G. (Org. e trad.). Fragmentos órficos. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
[ORFEU]. Argonáuticas órficas. Himnos órficos. Introducciones, traducciones y notas de Miguel
Periago Lorente. Madrid: Gredos, 1987. p.63-247 (Biblioteca Clásica Gredos, 104).
RUIZ SORIANO, F. (Ed.). Poetas órficos. Madrid: Huerga & Fierro, 2004.
ousia
(gr., substância, entidade, ser, essência, natureza) A categoria mais elevada em Aristóteles;
aquela que seleciona tópicos básicos unificados.
Paidéia
A Paidéia (criação de meninos) pode ser entendida, contemporaneamente, como o conjunto
de valores, costumes e termos que constituíram a formação do homem grego no período
clássico.
Como expresso por Jaeger:
“Não se pode evitar o emprego de expressões modernas como civilização, cultura, tradição,
literatura ou educação; nenhuma delas, porém, coincide realmente com o que os Gregos
entendiam por paidéia. Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele
conceito global, e, para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de emprega-los
todos de uma só vez. (...) Os antigos estavam convencidos de que a educação e a cultura não
constituem uma arte formal ou uma teoria abstrata, distintas da estrutura histórica objetiva da
vida espiritual de uma nação; para eles, tais valores concretizavam-se na literatura, que é a
expressão real de toda cultura superior. E é deste modo que devemos interpretar a definição
do homem culto apresentada por Frínico (Cf. Φιλóλογος, p. 483 Rutherford): Φιλóλογος ò
φιλων λóγους καì σπουδαζων περì παιδεìαν.” (JAEGER, 1995, p. 1)
Fontes: JAEGER, Werner. Paidéia – A Formação do Homem Grego. São Paulo: Martins Fontes,
1995.
Palimpsesto
Palimpsesto: (do grego antigo παλίμψηστος / "palímpsêstos", πάλιν, "de novo" e ψάω,
"riscar", ou seja,"riscar de novo") designa um pergaminho ou papiro cujo texto foi eliminado
para permitir a reutilização. Esta prática foi adaptada na Idade Média, sobretudo entre os
séculos VII e XII, devido ao elevado custo do pergaminho. A eliminação do texto era feita
através de lavagem ou, mais tarde, de raspagem com pedra-pomes. A reutilização do suporte
de escrita conduziu à perda de inúmeros textos antigos, desde normas jurídicas em desuso a
obras de pensadores gregos pré-cristãos. A recuperação dos textos eliminados tem sido
possível em muitos casos, através do recurso a tecnologias modernas (Wikipédia, 12/05/2012).
PAN
Deus dos pastores e dos rebanhos, filho de Hermes. Ele era representado com chifres e pernas
de bode e trazia sempre consigo uma flauta. Nietzsche, citando Plutarco, conta que na época
de Tibério marujos gregos ouviram um brado numa ilha solitária: "O grande Pan está morto!"
Fontes: VERNANT, Jean-Pierre. O Universo, os Deuses, os Homens.
NIETZSCHE, F. O Nascimento da Tragédia.
Pandora
Segundo uma das versões do gênesis humano, Pandora, a primeira mulher, fora feita por Zeus
(ou Júpiter) com a contribuição de outros deuses, que lhes deram caracterísiticas como a
beleza e sensualidade. Ela foi dada ao titã Epimeteu (irmão de Prometeu). Esse titã, que tinha
por tarefa distribuir as características dos seres viventes, guardava em casa uma caixa com
conteúdo maligno, a mantinha reservada dos espertos olhos de Pandora, que consumida pela
curiosidade não se conteve, e abrindo-a liberou sobre a Terra males como a inveja e o
desrespeito. Assustada Pandora tentou fechar a caixa, mas já era tarde. No entanto, restou no
fundo da caixa a esperança, que de certa forma serve para consolar a humanidade. Existe, no
entanto, outra versão dessa história, pela qual a dita caixa, dada de presente aos homens,
continha coisas boas como a felidade e saúde. Essa caixa era prova da boa vontade dos deuses,
mas Pandora, motivada pela mesma curiosidade, abrindo-a deixou escapar as bemaventuranças, restando somente no fundo da caixa a esperança que é a última a sair.
Paradoxo
(paradoxon, inopitatum)
Opinião que contraria a opinião comum.
REBOUL, Olivier. Introdução a Retórica. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins
Fontes, 2004, p. 217-220; 240
Partenon
O Partenon (em grego antigo Παρθενών, transl. Parthenōn; em grego moderno Παρθενώνας,
transl. Parthenónas), na acrópole de Atenas, foi construído no século V a.C. para homenagear
a padroeira da cidade, a deusa Atena. Hoje é uma joia da humanidade, e em sua história foi
igreja católica e mesquita - e até priol de pólvora, durante a guerra entre otomanos e
venezianos.
Fonte: Almanaque da História Antiga. Aventuras na História. 1. ed. São Paulo: Abril, 2011. p. 46.
Parusia
Esta palavra tem um duplo significado. Primeiramente, significa presença. Aquilo está
desvelado, presente, presentificado.
"Por que as Musas são o Canto e o Canto é a Presença como a numinosa força da Parusia: este
é o reino da Memória, Deusa de antiguidade venerável que surge das proximidades das
origens Mundificantes, nascida do Céu e da Terra."
Contudo é também entendido e traduzido como a segunda vinda de Cristo, ou seja, sua
segunda presença.
No entanto, penso que o sentido grego é mais amplo do que o sentido que será conotado
posteriormente com a vinda de Cristo.
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. 3° ed. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras,
1995. p- 28.
PÁTHOS
No que diz respeito à acepção do termo páthos, Platão assim o caracteriza: em primeiro lugar,
como paixão por oposição à ação; depois como impressão, sentimento; em seguida, acidente
por oposição à essência, caráter; e, por último, estado, situação.1 Em contrapartida, para ser
mais pontual no interesse de pensar o páthos no Górgias de Platão atrelado ao sentido de
“paixão”2, “impressão” e “sentimento”3é importante que se faça uma relação com a acepção
do páthos direcionado para o que mais tarde Aristóteles denominará de afecção no De Anima.
1 Cf. ÉDOUARD DES PLACES, S. J. Collection des Universités de France. Paris: Le Belles Lettres,
1989. p. 395.
2 Platão,Górgias, 476C 3, 482C 5.
3 Ibidem. 481C 7, 513C 7.
Peloponeso
O Peloponeso é uma península extensa e montanhosa ligada ao sudeste da Grécia Central por
uma estreita faixa de terra, o istmo de Corinto. Limita-se ao norte com o Golfo de Corinto, a
oeste com o Mar Jônio, a leste com o Golfo Sarônico e Mar Egeu e, ao sul com o Golfo da
Messênia, o Golfo da Lacônia e a ilha de Citera.
O Peloponeso toma seu nome do herói da lenda de Pélope, e da palavra grega que significa
ilha, nisos. Uma das cidades mais importantes da região é Corinto.
O Peloponeso divide-se em sete províncias: Acaia, Ilia, Messênia, Lacônia, Arcádia, Argolida e
Corinthia.
Os Mistérios de Delfos e outras Maravilhas. Coleção Grécia Terra dos Deuses. Editora Escala.
N°4.
Penélope
Filha de Icário e Peribeia, é o modelo de mulher virtuosa. Resiste aos pedidos de casamento
propostos durante a ausência de seu marido Ulisses, por ocasi~so da Guerra de Tróia. A
ausência durou vinte anos. Tendo prometido que tomaria a decisão assim que terminasse a
colcha que estava tecendo, desfazia à noite o que tecia durante o dia, para adiar tal escolha na
esperança do retorno de Ulisses. É mãe de Telemaco.
Pharmacon
Em grego a palavra pharmacon pode ter vários significados: pode ser o que cura, o que traz
alívio, mas também o que mata, o que vicia. O discurso sofista é encarado pelos filósofos da
época como puro pharmacon, mas no sentido negativo, no sentido daquilo que dopa o outro,
que o impede de enxergar a realidade, inebriante.
PHILIA
Philia(he): amizade. Latim: amicitia.
Laço afetivo entre dois seres humanos. Derivado do verbo philô, eu amo.
A amizade é considerada pelos filósofos gregos como uma virtude ou, pelo menos – conforme
escreve Aristóteles - , é acompanhada por virtude( Ét. Nic. , VIII, I, 1). Eles tomam essa palavra
no sentido restrito de afeição recíproca, ao passo que philía tem sentido bem mais amplo. A
amizade como elo privilegiado já é celebrada por Pitágoras, para quem ela é uma igualdade:
isótes(Jâmblico, Vida de Pitágoras, 162) e "o amigo é outro eu'" (Ps-Plutarco, Vida de Homero,
151); Pitágoras teria chegado a dizer que a amizade é "a finalidade de toda virtude"
(Proclos,comentário ao primeiro Alcibíades, 109c). Essas definições fazem parte da teoria geral
da harmonia, que une as partes no universo, as faculdades mentais no espírito e as virtudes no
sábio. Platão emprega incidentemente philía, por exemplo em Fedro (2131 e), quando fala do
homem que merece nossa amizade.
Fonte: COBRY, Ivan. Vocabulário grego da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 112
phronêsis
(gr., inteligência, prudência) Sabedoria prática, ou conhecimento das finalidades próprias da
vida, que Aristóteles distingue do conhecimento teórico e do simples raciocínio instrumental,
ou perícia, sendo em si mesma uma condição necessária e suficiente da virtude.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Physis
Physis pode ser traduzida, grosso modo, como natureza e será um conceito fundamental para
toda a filosofia antiga. Os filósofos pré-socráticos tiveram seu interesse voltado para este
conceito e foram chamados por Aristóteles de phýsicos, ou seja, investigadores da natureza
(physis). Os phýsicos irão investigar a origem da natureza a partir da reflexão racional, pois
para eles o discurso mítico não será suficiente para revelar a realidade tal qual ela é.
Fonte: JAEGER, Werner Wilhelm. Paideia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins
Fontes, 1979.
Platão
Importante filósofo da antiguidade que sistematizou os conhecimentos provenientes de seu
mestre, Sócrates, e estabeleceu uma nova agenda de discussões na polis grega.
Fonte: Dicionário de Filosofia - Nicola Abagnano
platonismo
Ideia, retirada sobretudo dos diálogos do segundo período de Platão, segundo a qual os
objetos abstratos, como os da matemática, ou conceitos como os de número ou de justiça, são
entidades reais, independentes, intemporais e objetivas. Os números estão para a investigação
matemática como os países estão para a investigação geográfica, e os conceitos têm uma
relação semelhante com os diversos domínios de estudo, tais como a filosofia e o direito, que
investigam a sua natureza.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Poder despótico ou patriarcal
A palavra grega que se refere a esse poder é "despotes". Configura-se como poder exercido
por um patriarca (chefe de família), exercido de maneira absoluta e irrestrita, conforme seu
entendimento, arbitrando sobre guerra, paz, questões religiosas, politicas e até sobre direito à
vida no ambiente do clã. Vale salientar que a família chefiada pelo patriarca é diferente das
sociedades modernas, ao qual o núcleo familiar órbita em torno de pai, mãe e filho (os) e
muito diferente da sociedade chamada de pós - moderna, que o poder familiar depender de
sua conjutura e a instância de poder, pode ser exercido por pai, pai e mãe, ou somente mãe
que cuida de seus filhos sem a presença de um pai, tudo isso por conta de conjuntura histórica,
que tem o papel da mulher, muito diferente desse tipo de sociedade. Pois, nessas sociedades a
família se estende da seguinte maneira: Pai, mãe, filho (os), genros, noras, escravos, sobrinhos,
sendo assim muito mais ampla em termo de extensão relação ao tipo de família moderna e
pós-moderna.
Poiético
Produtivo ou criativo, enquanto diferente de prático.
Segundo Aristóteles, a arte é produtiva, enquanto a ação não é.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Polifemo
Ciclope filho do deus Poseidon e da Ninfa Toosa. Aprisiona Ulisses e alguns de seus
companheiros em sua gruta e come 6 deles. Ulisses foge, cegando-o e escondendo-se embaixo
de uma ovelha. Também engana o ciclope dizendo que se chamava "Ninguém". Polifemo, ao
pedir ajuda e dizer que havia sido ferido por "Ninguém", não é correspondido. Por isso,
Poseidon se torna inimigo de Ulisses e atrasa muito seu retorno a Ítaca.
HOMERO. Odisseia. Trad. Carlos Alberto Nunes. 2 ed. São Paulo: Ediouro.
Pólis (politikós)
A Grécia antiga estava dividida num considerável número de pequenos estados
independentes, alguns muito reduzidos quanto ao território e população. A esse estado
autómano e autárcico chamavam os gregos de Pólis, que de um modo geral aparece traduzido
por Cidade-Estado ou também apenas por Cidade. A Pólis englobava a vida política e
económica. O aglomerado urbano e território apareciam apenas como o local em que os
homens construíram uma comunidade de hábitos, normas e crenças.
Baseando-se a Pólis na aceitação absoluta da administração despersonalizada, o grego tinha
por seu único soberano a lei, por ela devia reger-se a Pólis e cada um o seu comportamento.
Mesmo os governantes e sobretudo eles, deviam obedecer á lei, e poder que vêm da
participação dos cidadão, sendo nestes que reside a Pólis.
BIBLIOGRAFIA
FRIEDRICH, C. Introduzione alla filosofia politica (1970) Isedi, Milano 1971.
Politeísmo
A crença em dois ou mais deuses.
Fonte: VASCONCELOS, Ana. Manual Compacto de Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Editora Rideel,
2011.
Politiké
O modelo político grego, sem prescedentes no mundo antigo, torna-se compreensível através
do estudo da cidade grega. do radical pólis (cidade) deriva em português: metrópole, acrópole
e necrópole. De politiké, arte de governar a cidade, deriva política, a arte de governar um
Estado. Assim a política tem sua origem na pólis grega que funcionava como pequena
comunidade autônoma, verdadeira cidade-Estado.
Flores, Moacyr. A cidade-Estado: corporificação do helenismo. Mundo Greco-Romano.
Edipucrs. ano 2000. RS
Pragma
Segundo Danilo Marcondes (2000), o termo “pragmática” é "derivado do grego pragma,
significando coisa, objeto, principalmente no sentido de algo feito ou produzido, sendo que o
verbo pracein, significa precisamente agir, fazer. Os romanos traduziram pragma pelo latim
res, o termo genérico para coisa, perdendo talvez com isso a conotação do fazer ou agir
presente no grego.”
MARCONDES, Danilo. Desfazendo mitos sobre a pragmática. In: Alceu, Rio de Janeiro, vol. 1, n.
1, p. 38-46, jul/dez 2000.
Príamo
Foi o último rei de Troia. Seu primeiro nome foi Podarces. Ao se casar com Hébuca, tornou-se
genro do rei Diamante, da Trácia.
Foi pai de: Páris, Heitor, Laocoonte, Deífobo, Troilo, Polidoro, Hioneia, Polixena e Cassandra.
Fonte: Luiz A. P. Victoria. Dicionário Básico de Mitologia. Ediouro, 2000.
Procusto
Apelido dado a Damastes, descrito pela mitologia grega como um morador da estrada de
Eleusis, que atraia viajantes, oferecendo abrigo. Seus hóspedes, ao adormecerem, tinham seus
corpos adequados ao tamanho do leito. Se muito altos, tinham seus membros amputados por
um machado, se muito pequenos eram esticados com cordas até que ocupassem
perfeitamente o leito, o que lhe rendeu o dito apelido, que significa 'o estirador'.
'Leito de Procusto' é uma metáfora usada quando se busca adequar um fenômeno a uma
classificação, sem levar em conta suas características.
Fonte: ALBUQUERQUE, Fabrício Sarmanho de. Direito Constitucional: Teoria da Constituição.
2a ed. Brasília: Vestcon, 2011.
propedêutica
Propedêutica (gr), relativo à educação, (respeitante à). Instrução preparatória.
Fonte: Mautner, Thomas (org.) Dicionário de Filosofia. Edições Loyola. Março de 2011.
Psyche
Personagem da mitologia grega, psyche é a personificação da alma que conquista o coração de
Eros, deus do amor, e após muitas aventuras, é tornada imortal por Zeus, casando-se com Eros
e habitando o Olimpo.
Para a filosofia, a alma é o princípio da vida, da sensibilidade e das atividades espirituais. A
noção de alma está ligada ao reconhecimento de um conjunto de eventos chamados
“psíquicos” ou “espirituais” (1). Foi considerada, ao longo da história da filosofia, como o
princípio do pensamento (Aristóteles e Escolástica), sinônimo de pensamento ou de espírito
(Descartes), princípio de unidade e de movimento que sustenta o mundo e une a natureza
num organismo universal (Schelling), espírito que se opõe a corpo (filosofia antiga) (2).
Em Homero, psyche tem mais o sentido de “alento vital” que de uma entidade que pensa e
sente. Na narrativa homérica e, portanto, para os homens homéricos, não há uma consciência
do corpo como uma unidade (soma), mas apenas como um conjunto de membros: “Homero
fala uma e outra vez de pernas ágeis, de joelhos que se movem, de braços poderosos” (3). Não
havendo representação do corpo, não há também qualquer representação da alma como uma
entidade (3). Homero afirma que a psyche abandona o homem na hora da morte, saindo pela
boca ou sendo expirada e voando para o Hades. Lá levaria “uma existência espectral, onírica
ou inconsciente” (4).
Para a esfera da alma, além de psyche existem também as palavras thymós e nóos.
Referências:
(1) Abbagnano, “Dicionário de Filosofia”.
(2) Japiassu, H./Marcondes, D., “Dicionário Básico de Filosofia”
(3) Snell, Bruno – “A Descoberta do Espírito”, Edições 70, Lisboa, Portugal, pp. 28-30.
(4) Otto, Walter Friedrich – “Os Deuses da Grécia”, Odysseus Ed., São Paulo, p. 124.
quimera
Uma fantasia extravagante. Na mitologia grega, um monstro que cuspia fogo e que tinha
cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
quintessência
(lat., a quinta essência) Em Aristóteles, o quinto elemento, distinto da terra, do fogo, do ar e
da água, imune à mudança e à deterioração, encontrado somente nos corpos celestes.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Reminiscência
Anámnese. Ato de rememorar determinado conhecimento pré-natal.
Retórica
A Retórica recebeu diversas definições na Antiguidade, consecução de certo de seu caráter
variável, da impossibilidade de constitui-se em sua totalidade um sistema. Quintiliano, nas
Instituições Oratórias (II, 15, 1-38), define-a na esteira dos filósofos estoicos “[...] a Retórica é a
ciência do bem falar. Pois abrange ao mesmo tempo as virtudes do discurso e, precisamente,
os costumes do orador, uma vez que não é capaz de falar bem senão o homem bom.” que não
aceitavam a possibilidade de se discernir separadamente, a virtude e o orador: portanto, entre
os estoicos, a perícia do orador era análoga às suas prerrogativas morais que, juntas –
habilidade oratória e excelência ética –, convertiam sua figura em auctoritas no campo do
discurso e da moral. No mesmo passo, o rétor apresenta outras definições: remete à definição
atribuída a Córax e Tísias, também registrada por Platão: “geradora de persuasão”, peithoûs
dēmiurgós; à aristotélica (Retórica, I, 1355b): “a capacidade de descobrir o que é adequado a
cada caso com o fim de persuadir”; e à atribuída a Hermágoras: “a faculdade de falar bem no
que concerne aos assuntos públicos”. Ora, todas elas, em que pese certas diferenças, põem
em cena a capacidade de o discurso gerar, na audiência, crença, levando em consideração os
processos heurísticos para a composição de discursos e das diferenças entre eles de acordo
com circunstâncias específicas de performance (Aristóteles) e a utilidade da Retórica nos
assuntos de âmbito deliberativo (Hermágoras).
Sabedoria, σοφíα
σοφíα - é normalmente traduzido como "sabedoria", foi utilizado por Homero, na Ilíada, para
designar a habilidade de um carpinteiro que constrói um barco. Corresponderia a uma
habilidade para a prática de uma operação determinada. Mais tarde, esse vocábulo teve seu
significado estendido para designar uma "arte" qualquer.
Desde a época de Heródoto, a significação de σοφíα oscilou entre um sentido
predominantemente teórico (Platão e Aristóteles) e um sentido predominantemente prático.
Fonte: FERRATER MORA. Dicionário de Filosofia, tomo IV. Edições Loyola, São Paulo, Brasil,
2001.
SCHOLÉ
Tempo de ócio, tempo livre para o pensamento. É também a raíz do termo "escola", indicando
a importância do ócio para o aprendizado.
Sentēntĭā
1) Sentimento, dever, parecer, modo de ver; 2) intento, resolução, vontade; 3) Pensamento,
ideia, proposição, máxima; 5) Sentido, significação; 6) Sabedoria, tino, prudência.
Dicionário Latino Português Saraiva. Editora Garnier, 2000.
Septuaginta
Foi uma versão em grego do Antigo Testamento hebraico, feita em Alexandria, onde havia
muitos judeus que falavam grego. Reza a tradição que, a pedido de Ptolomeu Filadelfo (285247a.C.), 70 judeus, hábeis linguistas, foram mandados de Jerusalém ao Egito. Chamou-se
Septuaginta porque 70 foram os tradutores que a começaram, conforme se diz. São incertas
algumas tradições a seu respeito. Concorda-se que foi começada no reinado de Filadelfo e
levada adiante nos 100 anos seguintes. Foi um marco no contato do judaísmo com o mundo
grego.
Fonte: BULTMANN, Rudolf. Teologia del Nuevo Testamento. Salamanca: Ediciones Sigueme,
1987.
Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos - SBEC
A SBEC é uma entidade sem fins lucrativos que congrega profissionais, estudiosos e instituições
do Brasil e do Exterior interessados nas culturas da Antiguidade Clássica e em outras com elas
relacionadas. A SBEC é membro institucional da Fédération Internationale des Associations
d'Études Classique.
Fonte:
Web-site
oficial
da
Sociedade
Brasileira
de
Estudos
Clássicos:
http://www.classica.org.br/
Sócrates
Um dos mais importantes filósofos da antiguidade grega. O pensamento socrático se dedica a
questões que se relacionam com o homem e a sua vida, deixando de lado os problemas
referentes à physis, aos quais se dedicavam os filósofos anteriores, os pré-socráticos. Por sua
dedicação ao que é relativo ao humano, a filosofia de Sócrates se assemelha ao pensamento
dos sofistas. Contudo, ela se diferencia profundamente das concepções desses sábios e
mestres, pois possui uma forte preocupação moral e ética.
Bibliografia:
CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles, volume 1;
São Paulo: Companhia das Letras; 2002.
GIOVANNI, Reale. História da Filosofia: filosofia pagã antiga; São Paulo: Paulus, 2003.
Sofista
Do grego 'sophistés': 'sophía' (sabedoria) + 'tés' (sufixo que designa agente ou profissão, como
em 'poietés', poeta, e naútes, marinheiro). Designa originalmente o profissional da sabedoria,
o homem sábio, hábil, não distanciando-se nessa acepção do adjetivo de mesma raiz 'sophós'.
A partir de meados do século V a.C assume acepção pejorativa (sabereta, sabichão), em
contraste com a figura do filósofo (o amante da sabedoria, que todavia não se declara sábio)
delineada por Platão conforme o modelo socrático. Foram sofistas conhecidos: Górgias,
Protágoras, Hípias, Pródico, Trasímaco, Polos, Eutidemo e Dionisodoro.
Sófocles
Sófocles ( 497- 405 a.C) dramaturgo grego nascido na época de Péricles na cidade de Colono.
De acordo a documentos como a Suda, do século X , que teria escrito mais de 123 peças .
Desse enorme numero apenas 7 peças chegam completas a modernidade , essas :Ajax,
Antígona , As traquínias, Édipo Rei, Electra , Filoctetes e Édipo em Colono.
Referências: Karl Reinhardt, Sófocles, trad. O. Tolle, Brasília, Ed. UnB, 2007
technê
(gr., arte) Conhecimento de como fazer e produzir coisas.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Uma das virtudes intelectuais para Aristóteles.
tékhne
Atividade humana que, em vez de se dobrar às leis da Natureza, permite que o homem aja
segundo sua própria natureza.
Gobry, Ivan. Vocabulário grego de filosofia; Tradução: Ivone C. Benedetti. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
Telêmaco
Filho de Ulisses e Penélope; ainda era muito pequeno quando o pai saiu de Ítaca para
combater em Tróia. Aos 15 anos, ele partiu em busca de notícias sobre seu pai. Os deuses se
comoveram com sua atitude e Palas Atena foi sua conselheira durante sua jornada. O jovem
deseja que seu pai retorne à pátria e expulse os pretendentes de sua mãe, voltando a reger a
lendária ilha. Os quatro primeiros cantos da Odisseia de Homero são dedicados a Telêmaco e
são conhecidos como Telemaquia.
Teogonia
[Θεογονία]
Genealogia dos deuses. Doutrina mística associada à formação do mundo e nascimento dos
deuses. Poema de Hesíodo (séc. VIII a.C.) que descreve o mito de Criação do mundo, dos
deuses e dos homens.
Fontes:
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba:
Positivo, 2004.
MAGALHÃES, Roberto Carvalho de. O grande livro da mitologia: a mitologia clássica nas artes
visuais. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
Teoria
Palavra originária do grego θεωρία , e que significa conhecimento racional.
Etimologicamente, a palavra conjuga Theo com Rya, e pode ser traduzida por 'dispor Deus", ou
'revelar o divino'.
Terpsícore
Musa da Dança, uma das nove Musas, filha de Zeus e Mmemósine. Por vezes é considerada
como mãe das Sirenes, cujo pai teria sido o deus-rio Aqueloo. É também apontada como mãe
de Lino e de Reso.
Themis
Termo que designa, nos poemas homéricos, a justiça de origem divina que rege a vida
intrafamiliar (normatividade própria do génos), contrapondo-se à diké, que diz respeito às
relações de convivência entre famílias diversas.
Fontes:
BENVENISTE, Émile. Le vocabulaire des institutions indo-européennes. S. ed. Paris: Minuit.
1969. vol. 2.
SOLON, Ari M. Direito e tradição: o legado grego, romano e bíblico. S. ed. Rio de Janeiro:
Elservier. 2009.
Theologia
Relato sobre os Deuses, mito; filosofia primeira, metafísica
http://www.filosofia.com.pt/filosofia/termos_gregos.html
THEÓS
O politeismo grego dava às divindades o nome de theói, cuja característica principal era o fato
de serem imortais, o que os separava dos homens, simples mortais. Ser, portanto,
sobrenatural que na filosofia explica a ordem da natureza, o curso dos acontecimentos ou o
destino humano.
GOBRY, Ivan. Vocabulário grego da filosofia. Martins Fontes. São Paulo, 1.a edição. 2007.
MOSSÉ, Claude. Dicionário da civilização grega. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro,
1.a, 2004.
Ulisses
ULISSES - [Mitologia Grega] - Herói da Grécia, filho de Laertes, rei de Ítaca, cujas aventuras
fabulosas foram contadas por Homero, no livro Odisséia.
VÊNUS
Deusa da beleza e do amor, nascida, segundo a lenda, da espuma das ondas. Mãe de Enéias,
tornou-se protetora de Roma e dos romanos (Cíc. Nat. 3,59)
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Dicionário Latino-Português. RJ.1956.
Xantipa
(c.v a.C.) A mulher de Sócrates.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
xenos
"Xenos, por sua vez, é essencialmente o estranho à comunidade. Para além da acepção
comum de 'hóspede', o estranho que pode ou não ser grego, acolhido em casa e vinculado ao
hospedeiro por laços de caráter sócio-religiosos, o termo significa 'estranho' e aplica-se,
essencialmente, a homens ou terra grega não pertencentes á pólis do falante".
FIALHO, Maria do Céu. Rituais de cidadania na Grécia Antiga. In: "Cidadania e paideia na Grécia
Antiga". LEÃO, Deflinn F; FERREIRA, José R. São Paulo: Annablume Clássica, 2011. p.117.
Zenão de Cício
(c.334-262 a.C.) fundador do estoicismo. Fenício nascido em Chipre, Zenão foi originamente
aluno de Crates, o Cínico. Voltou-se para uma filosofia socrática, tendo desenvolvido
gradualmente a metafísica, epistemologia e éticas unificadas que constituem o sistema
estóico.
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Zahar. 1997.
Zeus
Deus do céu e soberano dos deuses olímpicos. Corresponde ao deus romano Júpiter. Segundo
Homero, Zeus era considerado pai dos deuses e dos mortais. Era pai no sentido de proteger e
ser o soberano tanto da família olímpica, como da raça humana. Zeus presidia os deuses no
monte Olimpo, na Tessália.
Zeus era o filho menor do titã Cronos e da titã Réia e irmão das divindades Poséidon, Hades,
Héstia, Deméter e Hera.
Zoe
Vida.
Fonte: http://www.filosofia.com.pt/filosofia/termos_gregos.html
κλέος
κλέος ἄφθιτον ou a "glória imortal" que cabe aos heróis.
É o tema principal da Ilíada, poema épico atribuído a Homero (séc. VIII a.C.), em que Aquiles,
sabendo que morrerá na guerra de Troia, decide permanecer no combate para tornar-se tema
dos cantos futuros dos aedos: “Assisti-me, pois, ó deusas, vós que estais e vistes tudo e tudo
sabeis, mas nós ouvimos apenas falar da glória (κλέος) e nada sabemos”. (Ilíada, II, 484-6, apud
SNELL, p.196)
Sobre a importância do canto poético para o culto heroico, cf. Snell, p.223: “Homero e muitos
poetas arcaicos proclamavam – e isto corresponde a concepções indoeuropeias antiquíssimas
– que a glória sobrevive na palavra do poeta: nos versos, que perduram através dos tempos,
conserva-se o nome”.
Fontes:
SNELL, Bruno. A descoberta do espírito. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1992. (1ª
edição 1975)
The concept of hero in Greek civilization @
http://athome.harvard.edu/programs/nagy/threads/concept_of_hero.html
πόλεμος
πό.λε.μος (pólemos) masculino
1.Guerra, combate, conflito armado:
Ο Πελοποννησιακός Πόλεμος ήταν ο μεγαλύτερος στην αρχαία Ελλάδα. (A Guerra do
Peloponeso foi a maior guerra da Grécia Antiga.)
2.(Sentido figurado) Guerra, campanha contra algo:Η κυβέρνηση έχει κηρύξει τον πόλεμος
κατά των ναρκωτικών (O governo declarou guerra às drogas.)
Fonte: http://pt.wiktionary.org
τέλος
τέλος θανάτοιο (no dialeto homérico) ou τέλος θανάτοu (em ático)
A "consecução da morte" ou "a morte" propriamente, segundo o dicionário Liddell & Scott, na
entrada τέλος. A expressão é usada duas vezes no trecho da Ilíada (IX, 410-6) em que Aquiles é
alertado pela mãe, Thetis, sobre seu destino: morrer com glória (κλέος) em Troia ou voltar à
casa para uma longa vida sem glória. Em uma acepção positiva, τέλος νόsτοιο é a conclusão da
viagem de regresso (νόστος) ou o regresso seguro.
Quílon da Lacedemônia (séc.VI a.C.), um dos sete sábios, teria cunhado a máxima όρα τέλος
μακρόu βίου ou “vê o final de uma longa vida”, ou seja, deve-se considerar que a vida pode ser
longa e implicar mudanças. Os sete sábios antigos são listados pela primeira vez no Protágoras,
de Platão (343a), quando Sócrates elogia a concisão no discurso filosófico.
Fontes:
HOWATSON, M. C. The Oxford Companion to Classical Literature. Oxford: Oxford University
Press, 1997. (1ª edição 1937)
PLATÃO. Diálogos. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: Editora UFPA, 2002.
SNELL, Bruno. A descoberta do espírito. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1992. (1ª
edição 1975)
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