Concentração Atmosférica e Potencial de Formação de “Smog” Fotoquímico para os Precursores de Ozônio Medidos no Rio de Janeiro e em São Paulo Andrea Moreira1 (Cenpes-Petrobras) Tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, os dois maiores centros urbanos no Brasil, é conhecido o impacto majoritário, em termos de qualidade do ar urbano, atribuído à frota veicular circulante. De acordo com os dados dos respectivos inventários oficiais, aproximadamente 76% das emissões globais dos poluentes primários legislados e 98% da carga total de CO emitido são vinculados à frota veicular no Rio; em São Paulo, cerca de 98% das emissões de CO e 97% das emissões de hidrocarbonetos têm vinculação direta com as fontes móveis. Ambas as cidades sofrem rotineiramente das conseqüências associadas aos episódios de poluição do ar, destacando-se em especial os problemas vinculados à formação de “smog” fotoquímico, aerossóis secundários etc. Assim sendo, campanhas exploratórias de monitoramento e caracterização atmosférica foram conduzidas nas regiões metropolitanas das duas cidades, com especial ênfase nos precursores reativos de ozônio. Sob o patrocínio da PETROBRAS, em estudos que tiveram início em 2003, cerca de 130 espécies químicas foram especiadas, em uma parceria técnica entre o CENPES e consultoria internacional (DGA). O objetivo central de tais coletas é avaliar a reatividade fotoquímica global da mistura de Compostos Orgânicos Voláteis (COV’s) presentes na atmosfera, de forma a estimar os potenciais de formação de ozônio, a partir de amostras representativas, coletadas no ar aberto, túneis, estacioanmentos, garagens subterrâneas. Para tanto, foram desenvolvidos cálculos de reatividade fotquímica, com base eminentemente na escala MIR (“Maximum Incremental Reactivity”) e feitas comparações com estudos semelhantes no país. Em última análise, o foco central e de longo prazo do presente trabalho é o de prover uma base de dados técnicos validados, contemplando concentrações dos COV’s especiados no ar e nas emissões, total e plenamente desenvolvida para o cenário urbano do país, com vistas a subsidiar a concepção de políticas de gestão da qualidade do ar e dos processos de tomada de decisão, sobretudo no que se refere ao controle de poluentes secundários, dentro de uma ótica de máximo custo –efetividade, processo vital para uma economia em crescimento. 1 [email protected]