Solubilidade e Miscibilidade – T2A Professor João Luís Alves Ferreira da Silva Trabalho realizado por: Afonso Conceição - 84498 Clarisse Hetier - 84509 Filipa Pinto – 84512 José Moreira –84516 Turno A MeAmbi | Química Geral | 2015/1026 Objetivos 1.Familiarização com compostos químicos e suas propriedades; 2.Relação entre as propriedades mais correntes e a estrutura eletrónica , geometria molecular e características dos grupos funcionais existentes na molécula. Fundamentação dos modelos apresentados na aula teórica; 3.Propriedades decorrentes das forças intermoleculares. Miscibilidade e solubilidade. Introdução Teórica Diz-se que dois compostos são completamente miscíveis ou solúveis um no outro quando podem formar misturas, a nível molecular, com qualquer composição. Em qualquer transformação o sistema tende a minimizar a energia de Gibbs,G, que é uma combinação de um termo entálpico, H (ligado à energia posta em jogo na transformação), e um termo entrópico,S (que mede o aumento de desordem que acompanha a transformação), que multiplica a temperatura absoluta, T. Assim, para que uma transformação ocorra espontaneamente o G tem de diminuir ou seja o G tem de ser negativo: G = H − TS < 0 ΔG = ΔH – TΔS Onde: ΔG – Variação da Energia Livre de Gibbs ΔH – Variação da Entalpia ΔS – Variação da Entropia T – Temperatura Absoluta Para que ocorra miscibilidade entre dois líquidos, ou, para que um sal de dissolva num dado solvente, ΔG <0, ou seja, ΔH – TΔS <0 (para que ocorra uma reação espontânea) então, quando mais negativa a variação da energia livre de Gibbs, melhor, mais facilmente se dá a reação. (Quando ΔG> 0 não ocorre reação). PÁGINA 1 Como ΔS vai ser positivo em ambos os casos que vamos experimentar, pois a desordem vai aumentar com a mistura das substâncias (principalmente quando um dos componentes se encontra em menor quantidade na solução) e como a temperatura absoluta também vai ser sempre positiva, podemos concluir que a parcela – TΔS vai ser então negativa (por causa do sinal – que lhe antecede). Quando ΔH <0, aumenta a temperatura logo, a reação é exotérmica; Quando ΔH> 0, diminui a temperatura logo, a reação é endotérmica. Concluindo, as condições mais favoráveis para que ocorra dissolução dos sais é, quando a variação da entropia é muito grande e quando a variação da entalpia é menor que 0, ou seja, quando é uma reação exotérmica. Nesse caso, a variação da energia livre de Gibbs vai ser muito negativa, que é o que se pretende neste caso. PÁGINA 2 Parte I - Solubilidade: MATERIAL: - Tubos de Ensaio com água (solvente); - Cloreto de Cálcio Anidro (soluto1); - Cloreto de Amónio (soluto2); - Espátula de Cana PROCEDIMENTO: - Colocou-se com a espátula dentro de um tubo de ensaio com água o Cloreto de Amónio; - Verificou-se se houve alteração da temperatura da mistura e se o sal de dissolveu; - Colocou-se noutro tubo de ensaio com água Cloreto de cálcio anidro; - Verificou-se se houve alteração de temperatura e dissolução do sal. CaCl2 (s) Ca2+ (aq) + 2 Cl- (aq) NH4Cl (s) NH4+ (aq) + Cl- (aq) VALORES OBTIDOS: NH4Cl CaCl2 Dissolve-se Dissolve-se Frio Quente ΔH>0 ΔH<0 CONCLUSÃO PARTE I Como no cloreto de cálcio anidro, quando misturado com a água, a temperatura aumentou (ΔH <0), podemos concluir que se trata de uma reação exotérmica, ou seja, há muito boas condições para o soluto se dissolver visto que ΔG vai ser bastante negativo. No cloreto de amónio, quando misturado com a água, como a temperatura não aumentou (ΔH> 0), conclui-se que se trata de uma reação endotérmica, ou seja, apesar de haver mistura do sal com a água, não é dos casos mais favoráveis a que tal aconteça (pois ΔG já não é tão negativo). Como houve mistura há mesma, podemos concluir que TΔS > ΔH. PÁGINA 3 PARTE II – Miscibilidade- Solutos: (X,Y,Z) Etilenoglicol (CH2OHCH2OH): - Molécula Polar; - Ligações de Van Der Walls: 1. Forças de Keesom; 2. Forças de Debye; 3. Forças de London - Ligações de Pontes de Hidrogénio n-Hexano (C6H14): - Molécula Apolar; - Ligações de Van Der Walls: 1.Forças de London Éter Dietílico ( CH3CH2OCH2CH3): - Molécula Polar; - Ligações de Van Der Walls: 1.Forças de Keesom 2. Forças de London 3. Forças de Debye - Solventes: H2O: - Molécula Polar (Momento Dipolar diferente de 0) - Forças de Keesom, London, Debye e Ligações por pontes de hidrogénio CCl4: - Molécula Apolar ( Momento Dipolar = 0) - Forças de London PÁGINA 4 CH3OH: - Molécula Polar; (momento dipolar diferente de 0) - Forças de Keesom, London, Debye e Ligações por Pontes de Hidrogénio Material Tubos de ensaio Espátula de cana Água Tetracloreto de carbono Metanol Etilenoglicol N-Hexano Éter dietílico Procedimento 1. Colocou-se em cada tubo de ensaio um solvente: três tubos de ensaio com água, três com tetracloreto de carbono e três com metanol. 2. Para a água, colocou-se em cada tubo de ensaio um pouco de um dos compostos X, Y ou Z, de forma que cada um dos três tubos de ensaio tenha um composto diferente, sabendo que estes compostos se tratam de etilenoglicol, n-hexano ou éter dietílico. 3. Agimos de forma igual para os tubos de ensaio que contêm tetracloreto de carbono e metanol, de modo a que no final tenhamos nos nove tubos de ensaio todas as nove combinações solvente-composto possíveis. 4. Para cada um dos tubos de ensaio analisou-se a miscibilidade, observando se existe separação física entre os componentes. 5. A partir dos resultados, identificámos quais são os compostos X, Y e Z. PÁGINA 5 Resultados solutos Composto X Composto Y solventes Água M NM Tetracloreto de Carbono NM M Metanol M NM M – Miscível; NM – Não Miscível. Composto Z M M NM Como: Et-Glicol – H2O: K, D, L, LH – miscível pois possuem o mesmo tipo de forças, logo, quando misturados irão ter o mesmo grau de ligações; Et-Glicol – CCl4: D, L – Não miscível pois, o etilenoglicol tem mais forças se se mantiver separado do outro composto; Et-Glicol- CH3OH: K, D, L, LH – Miscível pois não perde forças, possuem o mesmo grau de ligações. N-Hexano: Com: 1. Água: Como a água possui todas as forças e o N-hexano só possui forças de London, quando estão juntos vão formar apenas ligações de Debye e London, ou seja, não vão ser miscíveis pois a água estaria a perder ligações. 2. Tetracloreto de Carbono: Como o tetracloreto de carbono só possui as forças de London, tal como o n-hexano, então vai haver miscibilidade visto que se mantêm o equilíbrio e o mesmo grau de forças; 3. Metanol: Como o metanol possui todas as forças (incluindo as ligações por pontes de hidrogénio), então não vai ser miscível com o n-hexano pois juntos apenas irião formar forças de Debye e London, o que seria desfavorável para o metanol. Éter- Dietílico com: 1. Água: Apesar de formarem ligações de Keesom, Debye, London e Ligações de Hidrogénio, não são miscíveis visto que, as ligações de hidrogénio que se formariam seriam mais fracas do que as que se PÁGINA 6 encontram presentes na água, visto que o éter-dietílico não possui ligações de hidrogénio; 2. Tetracloreto de Carbono: Apesar de apenas formarem forças de London e Debye, ou seja, apesar de o Éter dietílico perder as forças de Keesom, é miscível pois as forças de London são bastante intensas (superiores às de Keesom), de tal maneira que mesmo que se as de Keesom desaparecerem não faz muita diferença. 3. Metanol: Formam todas as ligações, e, apesar de as ligações de hidrogénio serem mais fracas (visto que o éter-dietílico não as possui), não vai fazer grande diferença pois estas já eram fracas, logo vai haver miscibilidade. Resposta aos Exercícios: 1. Uma amálgama é uma liga metálica formada a partir da combinação do mercúrio (um metal liquido à temperatura ambiente) com um ou mais metais. Os metais dissolvem-se então em mercúrio (também metal) pois seguem a regra de “semelhante dissolve semelhante”. 2. PÁGINA 7 3.Enquanto que o CH3CN é um solvente prótico, água é um solvente aprótico, ou seja, apesar de não ocorrer a regra “semelhante dissolve semelhante”, há miscibilidade pois entre as duas moléculas se vão formar pontes de hidrogénio. 4. Quanto maior a resistência melhor a condutibilidade e a resistência = diferença de potencial/ intensidade da corrente. Logo a resistência é diretamente proporcional a diferença de potencial assim sendo quanto maior a diferença de potencial maior a resistência quanto maior a resistência melhor condutores são os matérias. PÁGINA 8