Impresso Especial Contrato: 9912233734/2009-DR/ES Vitória Apart Hospital S/A CORREIOS ciência_comportamento_tecnologia_saúde ANO III_06_dezembro_2012 Programa de Transplantes do Vitória Apart Hospital completa três anos Progressos RELATO DE CASO ESPAÇO ACADÊMICO Trombose Venosa Profunda: novos avanços tecnológicos O impacto da cirurgia nasal na qualidade de vida Hiperplasia nodular regenerativa do fígado editorial Instituto: exercício de cidadania e orgulho Há pouco mais de um ano foi criado o Instituto de saúde e Cidadania Vitória Apart Hospital. esse foi um importante passo para o nosso comprometimento e relacionamento com a sustentabilidade e responsabilidade social. Ao longo desse período, enfrentamos desafios que nos levaram à aprendizagem. Hoje, o Instituto está consolidado e vem cumprindo o seu papel de retribuir à sociedade capixaba o que ela proporcionou ao hospital. Quando lançamos a proposta, o objetivo era criar uma instituição capaz de promover um esforço coletivo para ações concretas, conjuntas e participativas visando contribuir para o bem-estar e para a qualidade de vida e saúde das comunidades carentes da região. Nessa busca, construímos parcerias importantes. entre elas, com a secretaria de estado da saúde (sesa) e com a secretaria Municipal de saúde da serra, além de dezenas de faculdades e instituições, que elevam ainda mais a nossa credibilidade e a marca do Vitória Apart. Com o apoio dos parceiros, promovemos eventos que são motivos de orgulho para todos nós. entre os exemplos, temos as Clínicas Comunitárias de saúde solidária (CLICs), que, já em duas edições, realizaram atendimento médico e encaminhamento da população a exames e tratamentos. em se tratando de saúde pública, há uma longa caminhada para se chegar ao nível ideal, mas podemos dizer que estamos fazendo a nossa parte e dando exemplos para quem quiser nos acompanhar. Destaque também para as campanhas de descarte correto de medicamentos e contra a automedicação com a participação da Anvisa. são ações que representam a oportunidade de executarmos um valor maior e imensurável: o da solidariedade. em troca, temos a possibilidade de aperfeiçoar as nossas habilidades, adquirir novas experiências e nos tornar pessoas mais conscientes e comprometidas com o outro. É claro que, Carlos Castanheira Diretor-superintendente do Vitória Apart Hospital expediente Corpo editorial Cristiana gomes Flávio Kataoka glenda Viana guilherme Crespo José Aldir de Almeida João Luiz sandri Jorge Wilian gadioli Priscila reverete Matilha Vinícius gomes da silveira Walter J. Fagundes Jornalista responsável rita Diascanio Contatus Comunicação [email protected] Tel.: (27) 3089-4100 Assessoria de Imprensa rita Diascanio Contatus Comunicação [email protected] Tel.: (27) 3089-4100 Coordenação Centro de estudos e Pesquisas do Vitória Apart Hospital Jorge Wilian gadioli [email protected] / [email protected] Tel.: (27) 3201-5526 marketing do Vitória Apart Hospital Cyntia Pacova [email protected] Tel.: (27) 3201-5529 Contato Comercial Marketing do Vitória Apart Hospital [email protected] Tel.: (27) 3201-5529 editoração eletrônica Jéssica serafim e sthefany Frassi Tab Comunicação Tel.: (27) 3089-4132 revisão rita Diascanio Tiragem 300 – Distribuição gratuita – Dirigida Versão disponível no site do Vitória Apart Hospital: www.vitoriaaparthospital.com.br Vitória Apart Hospital BR 101 Norte, Boa Vista II, Km 2,38 - Serra/ES Tels.: (27) 3201-5555 / (27) 3348-5444 sumário 4 6 10 12 14 16 18 20 24 26 27 29 31 eNTreVISTA Programa de Transplantes completa três anos com números animadores Dr. Flávio Katoaka e Dr. Vinícius gomes da silveira CUIde-Se Papilomavírus humano: desafio à saúde Dra. Ana Noêmia Mariani em FOCO Primeiros socorros: salvando vidas Coordenadora de enfermagem do Pronto-socorro rochele Viana Bem-me-QUer eclâmpsia: diagnóstico e tratamento Dra. Adriana Alves Moana Nogueira GeSTÃO em SAÚde Hotelaria hospitalar e humanização como aliados na desospitalização Turismóloga (Ênfase em Hotelaria Hospitalar) - Coordenadora de Hotelaria do Vitória Apart Hospital - Joana da silva França PrOGreSSOS dA medICINA Trombose Venosa Profunda: novos avanços tecnológicos Dr. João Luiz sandri ArTIGO mÉdICO Condiloma anal gigante: aspectos clínicos Dr. sander Dias Mota eSTUdO CIeNTÍFICO o Projeto europain: um estudo sobre dor em Unidades de Terapia Intensiva Dr. Cláudio Piras reLATO de CASO o impacto da cirurgia nasal na melhora da qualidade de vida Dr. Antonio Fernando Nogueira Maciel INSTITUCIONAL Centro de Tratamento de Queimados: uma referência no Brasil Dr. Ariosto santos eSPAÇO ACAdÊmICO Hiperplasia nodular regenerativa do fígado Acadêmicas Marilia Vilas Boas reis e Paula Costa Lyrio, e Dr. Vinicius gomes da silveira deSAFIO dIAGNÓSTICO Diagnóstico da icterícia requer novo olhar Dr. guilherme santos Crespo NeWS Notícias do Vitória Apart Hospital entrevista Programa de Transplantes completa três anos dr. Flávio Kataoka e dr. Vinícius Gomes da Silveira o coordenador do Programa de Transplantes de Órgãos e Tecidos do Vitória Apart Hospital, doutor Flávio Kataoka, e o responsável técnico pela equipe de transplante de fígado, doutor Vinícius gomes da silveira, fazem, nesta entrevista, um balanço dos três anos da implantação do programa na instituição. o Vitória Apart realiza um trabalho intenso na área de captação de órgãos e tecidos e investe na capacitação dos profissionais. em três anos já foram realizados 45 transplantes. revista Vitória Apart Progress – O Programa de Transplantes de Órgãos e Tecidos do Vitória Apart Hospital completou três anos. Como o senhor avalia o trabalho e os resultados obtidos nesse período? dr. Flávio Kataoka – Como todos os procedimentos de alta complexidade em cirurgia, os programas de transplantes de órgãos e tecidos exigem treinamento específico por parte dos profissionais envolvidos. Na verdade, as implantações dos programas passam por uma curva de aprendizado em que as rotinas são discutidas, os resultados avaliados e as falhas corrigidas. É um processo dinâmico, em constante avaliação e busca da excelência. os nossos resultados, nesse curto espaço de tempo, são muito bons. O primeiro transplante foi um marco para a instituição e para o estado, pois foi o primeiro transplante duplo (rim e fígado) no espírito Santo. Como o senhor enxerga esse feito? dr. Vinícius Gomes da Silveira – Foi um grande desafio. Transplantamos uma paciente muito grave, com indicação de transplante duplo de rim e fígado. A paciente estava há pouco mais de uma semana inscrita para os transplantes. Diante da gravidade do caso, confirmada pela pontuação do MeLD, foi 4 rapidamente transplantada. o resultado desse transplante, excelente sob todos os aspectos, permitiu o desenvolvimento do Programa de Transplante Hepático do Vitória Apart. Na época, a paciente submetida ao transplante sofria de insuficiência renal e fazia sessões de hemodiálise há anos. Como está o quadro de saúde da paciente hoje? dr. Vinícius Gomes da Silveira – Vários pacientes transplantados afirmam que tiveram uma nova oportunidade de viver, viver uma nova vida. Alguns chegam a dizer que têm duas datas de aniversário. Isso não é diferente com a nossa paciente. Hoje ela tem uma vida normal, está livre da hemodiálise, pode viajar sem receios, ganhou peso e mudou literalmente os hábitos. Mas, como todo paciente transplantado, necessita do uso diário de drogas imunossupressoras e de acompanhamento médico permanente. Lenir Martins e Dr. Vinícius da silveira com a 1ª paciente que recebeu transplante duplo de rim e fígado meira paciente a ser submetida a um transplante hepático no Vitória Apart e, em especial, transplante duplo (fígado e rim). Contudo, houve um envolvimento pleno de médicos, enfermagem e pessoal administrativo, o que contribuiu com o excelente resultado. Quais são o papel e a importância da Comissão Intra-hospitalar de doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHdOTT)? dr. Flávio Kataoka – o principal papel da CIHDoTT está ligado à busca ativa de doadores. ocorre uma ação direta O transplante múltiplo já é por si só uma cirurgia complexa. A equipe encontrou alguma dificuldade durante a cirurgia? dr. Vinícius Gomes da Silveira – o desafio inicial foi romper o receio dos colegas envolvidos nos transplantes. Havia uma preocupação por ser a pri- Doutor Vinicius gomes da silveira: pacientes transplantados afirmam terem uma nova vida ViTória aParT Progress também com os pacientes listados para transplante e com as equipes transplantadoras. Há, ainda, a realização de cursos de capacitação de pessoal para busca ativa de potenciais doadores. Já aconteceram vários cursos, workshop, jornadas, seminários, simpósios, o 1° encontro Capixaba das CIHDoTT e há um treinamento interno constante. para aumentar o número de doadores. explicando melhor, um paciente que evolui para morte cerebral por inúmeras razões é um potencial doador de órgãos e tecidos. o primeiro passo é suspeitar que o paciente evoluiu ou está evoluindo para a morte cerebral, informar a família a respeito e, em seguida, fazer a confirmação através de exames específicos. O Hospital tem investido na capacitação e no treinamento dos profissionais, inclusive, com seminários e jornadas. Qual a importância dessas iniciativas? Uma vez confirmada a morte cerebral, é preciso que a família do paciente concorde com a doação, mesmo que o paciente tenha nos seus documentos a informação de que é um doador de órgãos e tecidos. Com o aumento do número de pacientes com indicação de transplante de órgãos e tecidos, muitos centros têm realizado transplantes com doadores vivos para transplantes de rim, fígado, pâncreas e pulmão. dr. Flávio Kataoka – É fundamental. o investimento na qualificação de pessoal permite a melhoria do quadro funcional e consolida o Vitória Apart como um centro de excelência em transplantes no espírito santo. Quantos transplantes já foram realizados dentro do Hospital? dr. Vinícius Gomes da Silveira – Foram dez transplantes de fígado e 35 de rim. Além disso, o Vitória Apart doou dez córneas e realizou um transplante hepático com doador do Hospital. Até então, tínhamos autorização para executar transplante de rim e de fígado. em agosto último, recebemos autorização para transplante conjugado de pâncreas e rim. Agora, estamos na expectativa de sermos credenciados para a realização de transplante de pâncreas isolado. A fila de espera por transplantes no espírito Santo ainda é grande. Onde está o problema? dr. Flávio Kataoka – A lista de pacientes com indicação de transplantes de órgãos e tecidos vem aumentando gradativamente sem que haja o número de doadores suficientes para esse número crescente de receptores. o governo tem feito campanhas de conscientização ViTória aParT Progress O Hospital desenvolve alguma ação para facilitar a busca por doadores? dr. Flávio Kataoka – A CIHDoTT faz busca ativa diariamente no Hospital. Todo grande hospital tem uma CIHDoTT. Infelizmente, existem inúmeros problemas que, às vezes, impedem a efetivação de uma doação. Por exemplo: a família concorda com a doação, mas o paciente doador está com uma grave infecção que contraindica a mesma. Como ação para melhorar a busca ativa, a CIHDoTT tem feito reuniões com as diversas unidades de internação do Vitória Apart para que haja sempre informação na suspeita de morte encefálica. mero ideal para a população atual. Precisamos, sim, é melhorar a notificação de potenciais doadores para que haja efetivamente uma melhora no número de doadores. Atualmente, a maior demanda para transplantes no estado é para transplante de rim. Quais são os projetos e investimentos previstos para o Programa de Transplantes do Vitória Apart? dr. Flávio Kataoka – os investimentos têm sido constantes. Primeiramente, foi feita a adequação do espaço para o funcionamento do Programa de Transplante, envolvendo consultórios médicos, secretaria e miniauditório com sala de reuniões. o segundo passo é a aquisição de alguns aparelhos, como tromboelastograma, bomba de infusão rápida com aquecedor, ultrassom com dopller e outros. Novos credenciamentos devem ser feitos? Quais? dr. Flávio Kataoka – estamos em estudo para a implantação de transplantes como o de coração, de pulmão, de medula e ósseo. Como o senhor avalia o cenário dos transplantes no espírito Santo? ele se equipara aos grandes centros ou ainda falta algo para se destacar nessa área? dr. Vinícius Gomes da Silveira – o espírito santo dispõe de bons hospitais e de centros transplantadores em nú- Doutor Flávio Kataoka comemora autorização para realizar transplante conjugado de pâncreas e rim 5 Cuide-se Papilomavírus humano: desafio à saúde No mundo inteiro, as Doenças sexualmente Transmissíveis (DsTs) continuam atingindo milhões de pessoas. o papilomavírus humano (HPV – Humam Papilomavirus) é responsável pela doença sexualmente transmitida mais comum no mundo. Mais de 120 tipos de HPV já foram descritos; cerca de 40 atingem a região anogenital, dos quais, aproximadamente, 18 tipos são oncogênicos – HPV 16, 18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 53, 56, 58, 59, 63, 66, 68 e 82 –, estando associados a lesões de alto grau e ao desenvolvimento do câncer. os demais tipos genitais, HPV 6, 11, 42, 43 e 44, são considerados de baixo risco oncogênicos; estão associados a lesões benignas, como verrugas/condilomas e a lesões de baixo grau, de improvável progressão para malignidade. Epidemiologia do HPV • Informações sobre a infecção relacionada ao HPV são de fácil acesso a todos aqueles que desejam saber mais sobre ela. Apesar da grande disponibilidade de informações sobre esse vírus, sua incidência ainda é elevada, principalmente em jovens. estimativas sugerem que há aproximadamente 20 milhões de pessoas infectadas com o HPV nos estados Unidos da América, sendo que cerca de 6,2 milhões de novos casos surgem a cada ano. Cerca de 1,4 milhão de indivíduos tem condilomas genitais. No todo, é estimada que uma parcela provável de 75% da população sexualmente ativa tenha sido exposta ao vírus em algum momento de sua vida.³ Apesar de poder infectar tanto os homens quanto as mulheres de 6 As vacinas contra o HPV representam um marco na área de imunização maneira semelhante, as mulheres são mais propensas a apresentar sintomas da doença.³ Transmissão viral • A infecção pelo HPV é muito comum, sendo o vírus altamente contagioso, podendo ser transmitido pelo contado direto com pele ou mucosa contaminada, mesmo quando não apresente lesões visíveis. A principal via de transmissão do vírus é a sexual. No entanto, não se descartam, ainda, a autoinoculação, a transmissão vertical e a inoculação por meio de fômites.² em relação à transmissibilidade do HPV, salientaremos alguns dados alarmantes: • “A frequência da infecção pelo HPV oncogênico é de 5% a 10% em crianças antes do início da atividade sexual.4” • “A probabilidade de transmissão do vírus, de uma maneira global, varia de 5% a 100% por ato sexual com mediana de 40%. Já a probabilidade de transmissão do HPV 16 em uma única relação sexual, de homem para a mulher, é de 60%.5” • “Após três anos do início da atividade sexual, 48% das mulheres apresentam infecção cervical pelo HPV. Após quatro anos do início da atividade sexual, 63% das mulheres encontram-se infectadas por algum tipo de HPV.6” • “Mulheres jovens que iniciaram a atividade sexual e mantiveram-se com único parceiro apresentam 28,5% de risco de contrair HPV no final do primeiro ano e 50% no final do terceiro (o risco aumenta com parceiro com maior experiência); 7” • “Pacientes com positividade para o DNA do HPV 6 e 11 apresentam cerca de 60% de risco de desenvolvimento de verrugas genitais em 24 meses; “ • “estudos prospectivos com 240 estudantes universitários heterossexuais de 18 a 20 anos, na cidade de Washington, constataram que, em um seguimento de 24 meses, a incidência cumulativa de novas infecções por qualquer tipo de HPV foi de 64,2%. Conclui-se, dessa maneira, que a infecção genital por HPV em homens jovens é frequente e multifocal. esse elevado número de casos novos é de ViTória aParT Progress extrema importância, visto que os homens infectados são fontes de contaminação para sua parceira. essas elevadas taxas de infecção por HPV em homens devem ser consideradas na formulação de estratégias para a prevenção da infecção por HPV em adolescentes do sexo feminino e mulheres jovens; 8” • “o risco de novas infecções é maior nas mulheres que já foram infectadas por um ou mais tipos de HPV que nas mulheres não infectadas.“ sabe-se que os adolescentes têm iniciado as atividades sexuais cada vez mais cedo. estimativas apontam que mais de 30% das mulheres jovens e cerca de 47% dos homens brasileiros iniciam a vida sexual antes dos 14 anos de idade. o dado preocupante é que a maioria das mulheres infecta-se com o HPV nos primeiros anos do início da atividade sexual, entre os 15 e 25 anos, sendo comum a infecção repetida e por múltiplos tipos oncogênicos. Nessa faixa etária, a resistência imunológica na região do colo do útero é menor, favorecendo a aquisição das infecções genitais e o desenvolvimento das lesões pré-neoplásicas. Não existe forma de prevenção 100% segura, já que o HPV pode ser transmitido até mesmo por meio e fômites. Calcula-se que o uso de preservativo consiga barrar entre 70% e 80% das transmissões; e sua efetividade não é maior, visto que o vírus pode estar alojado em outro local, não necessariamente no pênis. O HPV e as lesões cutâneo-mucosas • entre as manifestações clínicas causadas pela infecção dos HPVs, ViTória aParT Progress destacam-se as verrugas cutâneas e mucosas. os tipos 6 e 11 são os principais responsáveis por cerca de 90% dos casos; verificam-se sobretudo em populações adultas e sexualmente ativas, sendo mais frequentes nas mulheres (dois terços dos casos). embora seja extremamente rara, outra preocupação de saúde relacionada a certos tipos de HPV é a chamada papilomatose respiratória recorrente, que, geralmente, desenvolve-se em crianças nascidas de mães portadoras dos tipos de HPV que causam a colo uterino. A relação entre esse tipo de câncer e a infecção pelo HPV é bem estabelecida. o DNA do HPV de alto risco tem sido detectado na maioria dos espécimes de câncer cervical invasivo (de 92,9% a 99,7%). “mais de 120 tipos de HPV já foram descritos. Cerca de 40 atingem a região anogenital, dos quais 18 são oncogênicos, estando associados a lesões de alto grau e ao desenvolvimento do câncer” Apesar da baixa probabilidade de evolução, o número de casos novos dessa neoplasia esperado para o Brasil, em 2010, foi de 18.430, com um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil mulheres. em nosso país, esse tumor situa-se como a terceira neoplasia maligna mais prevalente entre a população feminina, apenas suplantada pelo câncer de pele (não melanoma) e pelo câncer de mama. É também considerada a quarta causa de morte por câncer em mulheres. maioria das verrugas genitais.¹¹ enfatizamos, principalmente, as manifestações mencionadas a seguir como relacionadas à infecção pelos HPVs de alto risco: Neoplasias Intraepiteliais (NI) de diferentes localizações, incluindo Cervical (NIC), Vaginal (NIVA), Vulvar (NIV), Peniana (NIP) e Anal (NIA); entre as lesões anteriormente mencionadas, destacamos o câncer do embora se saiba que mulheres jovens com HPV têm o risco aumentado para desenvolver câncer cervical, menos de 1% daquelas portadoras dos tipos oncogênicos evoluirão dessa maneira. Todavia, ainda não é possível determinar quem evoluirá para a cura espontânea ou para o câncer. Dessa maneira, o melhor caminho contra a infecção pelo HPV é a prevenção, visto que, após essa ocorrência, apenas o sistema imune conseguirá destruir o vírus. Não existem drogas viricidas capazes de destruí-lo. Prevenção • É fato bem conhecido que o câncer do colo uterino é uma doença evitável. sua evolução, na maioria dos casos, dá-se de forma lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. Dessa maneira, para a redução da incidência desse tipo de tumor, são necessárias estratégias de prevenção adequadas que devem ser estimuladas pelo go7 Cuide-se verno e pelos órgãos da saúde.1 A prevenção primária, de maneira geral, consistiria em evitar o aparecimento da doença por meio de intervenção no meio ambiente e em seus fatores de risco. No caso do câncer cervical, a prevenção versaria sobre o estímulo ao uso de preservativos, à prática de sexo seguro, evitando-se comportamentos sexuais de risco, e à aplicação de vacinas profiláticas anti-HPV, medidas que evitariam a infecção pelo HPV. A prevenção secundária ou rastreamento do câncer cervical serve para identificar pessoas na população em geral que possam ter lesões precursoras de um câncer (as NICs). ou, quando isso não for possível, detectá-lo em estágios iniciais quando diagnosticado. A sobrevida e a qualidade de vida são bem mais animadoras nesses casos. Apesar das elevadas taxas do câncer, observa-se que os impactos psicológicos, sexual, emocional, de autoimagem e o medo de transmissão, no caso das verrugas genitais, são de maior amplitude que as alterações de citologia ou na ocorrência do pré-câncer. o condiloma é uma DsT, e a mulher consegue visualizá-lo, criando situação constrangedora. Pode desenvolver-se em qualquer pessoa, independentemente de classe social e escolaridade, e seu aparecimento pode ocorrer de maneira inesperada. Vacinas • As vacinas contra o HPV representam um marco na área de imunização, particularmente na ginecologia, como as mais novas ferramentas para combater o câncer cervical, vaginal, vulvar e as verrugas genitais. As vacinas contra HPV contêm partículas semelhantes a vírus (Vírus Like Particules - VLPs), as quais foram obtidas mediante à síntese e ao autoarranjo in vitro das proteínas principais do capsídeo do HPV (L1). 8 essas proteínas são morfologicamente idênticas aos virions de HPV, mas não contêm DNA viral e não podem transmitir o vírus nem ocasionar doença, porém, induzem à geração de anticorpos neutralizantes e à formação de células de memória que conferem proteção contra a aquisição de HPV. Conclusão • os programas de vacinação em larga escala são altamente eficazes para o controle de morbidade e a mortalidade associadas às doenças, como poliomielite, varíola, tétano, febre amarela, sarampo e rubéola, entre outras. em razão das elevadas prevalências das altas taxas de contágio e das várias manifestações clínicas associadas à infecção por HPV, a vacinação tem o potencial de reduzir a incidência de doenças relacionadas ao HPV que, em geral, apresentam morbidade e mortalidade significativas no mundo todo. Dentre elas, destaca-se o câncer de colo do útero, cujas taxas continuam elevadas em certas regiões, apesar dos programas de prevenção baseados no exame de Papanicolaou, os quais, quando organizados e com elevada cobertura populacional, provocaram a redução de casos, principalmente em países mais desenvolvidos. níveis, destacando-se as questões relativas às infecções de transmissão sexual, incluindo comportamento sexual, conhecimento das doenças, sua transmissão e risco de câncer e, sobretudo, a ampla discussão das estratégias disponíveis para sua prevenção, além de informação clara sobre as propriedades da vacina de HPV, sua segurança, eficácia e durabilidade. os médicos e demais profissionais da saúde têm um papel fundamental nesse processo, uma vez que sua atitude em relação à recomendação do uso da vacina de HPV influencia sua aceitação por pais, adolescentes e pela população em geral. De fato, a aplicação de medidas eficazes para a prevenção de milhões de infecções e tumores causados por HPV só ocorrerá com a devida percepção do elevado risco de aquisição e transmissão dessas infecções e doenças que afetam tanto mulheres quanto homens em todo o mundo. Ao contrário, em países onde muitas mulheres não têm acesso a programa de rastreamento, o câncer de colo de útero continua sendo a principal causa de morte por câncer. Deve ser considerado, além disso, que são diversas as patologias associadas ao HPV, afetando milhões de mulheres e homens a cada ano, em todo o mundo. Finalmente, a vacinação contra HPV deve vir acompanhada de uma série de ações educacionais, em todos os dra. Ana Noêmia mariani ginecologista, obstétra e sexóloga no Vitória Apart Hospital ViTória aParT Progress CES/ES ViTória aParT Progress FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES DA SERRA 9 em foco Primeiros socorros: salvando vidas Você já parou para pensar sobre quem apareceria primeiro para atendê-lo em casos de um mal-estar súbito ou de um acidente? e para pensar que na maioria das vezes não existe por perto uma equipe de profissionais qualificados e especializados? ou ainda uma ambulância (serviço de atendimento móvel de urgência) para prestar os primeiros atendimentos? em geral, a primeira pessoa a aparecer nessa cena para ajudar é leiga, sem formação em saúde e sem conhecimentos sobre o que fazer, nos mais simples atendimentos de emergência. As situações de emergência ocorrem com certa frequência e exigem uma atuação muito rápida. No entanto, quando acontecem, as reações das pessoas são as mais diversas. Algumas não se manifestam porque não sabem mesmo o que fazer, enquanto outras, sabendo ou não o que fazer, permanecem estáticas, paralisadas pelo pânico ou pelo medo, incapazes de tomar qualquer atitude. outras ainda reagem corajosamente e enfrentam a situação mesmo desconhecendo a melhor forma de fazê-lo e, muitas vezes, até provocam novas lesões no acidentado ou a si mesmas, tornando-se vítimas na cena. Atitudes de coragem ou de medo são da natureza humana. entretanto, é importante saber controlar tais sentimentos para agir adequadamente nas situações de emergência, que na maioria das vezes exigem do socorrista iniciativa, tranquilidade e certa liderança ao prestar esse tipo de atendimento. existem várias maneiras de ajudar. e aqueles primeiros procedimentos realizados na vítima por pessoas comuns até a chegada de um atendimento mé10 dico especializado, a fim de manter suas funções vitais e evitar seu agravamento, são denominados primeiros socorros. Diversas situações podem precisar de primeiros socorros. As situações mais comuns são atendimentos às vítimas de acidentes automobilísticos, afogamentos, atropelamentos, incêndios, acidentes industriais, tiroteios ou atendimentos a pessoas que passem mal por ataque cardíaco, crises convulsivas e outras. Tão importante como saber prestar os primeiros socorros é saber chamar por ajuda (assistência médica especializada e/ou ambulância). Ao chamar por ajuda, o socorrista deve sempre procurar ser o mais direto e objetivo possível e, ao mesmo tempo, passar o maior número de informações (endereço, ponto de referência, tipo de acidente, número de vítimas e condição da vítima). É muito importante salientar que antes da abordagem a uma vítima, o socorrista deverá fazer uma rápida avaliação do cenário, que indicará as suas prioridades e prevenir que o socorrista não se torne mais uma vítima na cena. Antes de se aproximar da vítima, o socorrista deve certificar-se de que o local onde se encontra a vítima está seguro, analisando a existência dos possíveis riscos. Uma vez definido e analisado o cenário, a ação do socorrista, então, deve ser dirigida para a avaliação da vítima. Todo procedimento de primeiros socorros inicia-se com a avaliação das condições da(s) vítima(s). o socorrista deve observar, primeiramente, o nível de consciência da mesma, chamando-a pelo nome ou tocando-a fortemente na região dos ombros. se não houver nenhum tipo de resposta à solicitação verbal e/ou dolorosa, o socorrista pode considerar que a vítima já está em um estágio de inconsciência, no qual o cérebro não mais recebe oxigênio e que por falta desse pode levar a sequelas graves e/ou a morte. Nesse momento, é de suma importância acionar imediatamente um socorro especializado (samu – serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e, só depois, iniciar o atendimento à vítima. Caso o socorrista esteja sozinho, ele mesmo deverá realizar tal chamado, mas, caso existam dois ou mais socorristas, um deles deverá acionar ajuda enquanto o outro dá continuidade à avaliação das condições da vítima. Posteriormente, a ação do socorrista deve ser rapidamente dirigida para a avaliação da respiração e da circulação (batimentos cardíacos e/ou pulso) da vítima. sabemos que a respiração é crítica para a sobrevivência do organismo, e que o cérebro tem lesões irreversíveis em no máximo seis minutos após a interrupção da respiração, e que, após dez minutos, a lesão cerebral é quase certa. Para verificar a respiração, o socorrista deve flexionar a cabeça da vítima para trás (evitando, assim, a queda de língua), colocar o seu ouvido próximo à boca do acidentado, e ao mesmo tempo, observar o movimento do tórax. se não houver movimentos respiratórios, isso indica uma parada respiratória. Já a circulação é inicialmente avaliada pelos batimentos cardíacos e/ou pulso, sentido através da palpação das artérias carótidas (localizadas uma a cada lado do pescoço) e/ou artérias femorais (localizadas uma a cada região inguiViTória aParT Progress nal). Dada a complexidade da avaliação do pulso, principalmente por leigos, tal avaliação não deve ultrapassar a cinco segundos. Do contrário, diante da dúvida, deve observar se a vítima apresenta sinais de circulação: respira? Tosse? se movimenta? Caso esses sinais sejam negativos, o socorrista deve considerar que a vítima está sem circulação e, portanto, em parada cardíaca. o estado de inconsciência, somados à ausência de respiração e à ausência de circulação da vítima, é chamado de Parada Cardiorespiratória (PCr). e, nesses casos, as compressões torácicas devem ser iniciadas imediatamente pelo socorrista, de modo a promover uma circulação artificial para a vítima até a chegada do socorro médico especializado. Para a realização das compressões torácicas, o ponto no tórax da vítima deve ser sempre no terço inferior do esterno, na linha entre os mamilos. Manter a vítima deitada de barriga para cima, em uma superfície rígida e plana, apoiar a palma de uma das mãos sobre o ponto de massagem, sem encostar os dedos na vítima, e a outra mão posta sobre a primeira, entrelaçando ou não os dedos. Manter os braços esticados e sem flexioná-los, fazer a compressão com o peso do tórax do socorrista e realizar cerca de 100 compressões por minuto. o socorrista deve verificar a cada minuto se a vítima voltou a respirar ou a ter pulso. Caso contrário, deverá continuar com as compressões até a chegada do socorro médico especializado, checando sempre a cada minuto a respiração e o pulso. se a vítima for uma criança, o socorrista deve usar somente uma das mãos na realização das compressões torácicas. Já nos casos dos bebês, ela deve ser feita apenas com os dois dedos (indicador e médio). É importante lembrar que a tarefa do socorrista restringe-se sempre a prestar os primeiros socorros, podendo salvar a vida da pessoa socorrida. e com a chegada da equipe médica especializada, a liderança das ações passa a ser do médico ou do enfermeiro. Por questão de cidadania, de humanidade ou principalmente de necessidade, devemos sempre dispor a ajudar o próximo, na tentativa de salvar vidas ou ainda minimizar sequelas, oferecendo uma maior qualidade de vida a essas vítimas. rochele Viana Gomes Coordenadora de enfermagem do Pronto-socorro do Vitória Apart Hospital Diagnósticos precisos com versatilidade no atendimento. *O M-Turbo SonoSite é portátil e possibilita o atendimento a pacientes acamados. www.angiolabvitoria.com.br | Vitória Apart Hospital 27 3348 5622 ViTória aParT Progress 11 Bem-me-quer eclâmpsia: diagnóstico e tratamento A eclâmpsia é a ocorrência de convulsões generalizadas durante a gravidez, trabalho de parto ou dentro de sete dias pós-parto e não causadas por epilepsia ou outras síndromes convulsivas. ou seja, é a fase convulsiva da pré-eclâmpsia (Pe), constituindo, com a síndrome HeLLP, as formas mais graves das síndromes hipertensivas da gestação. os distúrbios hipertensivos da gestação estão entre as principais causas de morbidade-mortalidade materna e perinatal, estando presentes em 7,5% das gestantes brasileiras. Classificação dos distúrbios hipertensivos da gestação • Pré-eclâmpsia (Doença Hipertensiva específica da gravidez-DHeg): leve/grave/eclâmpsia • síndrome HeLLP • Hipertensão arterial crônica • Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta • Hipertensão gestacional Antes de falarmos sobre a eclâmpsia, teremos primeiro que definir a pré-eclâmpsia. A pré-eclampsia é a entidade que se manifesta entre a 20ª semana de gravidez e o final da primeira semana depois do parto, ocorrendo em 5% a 10% das gestações. Caracteriza-se por tensão arterial elevada (hipertensão) acompanhada pela eliminação de proteínas pela urina (proteinúria) ou de retenção de líquidos (edema). Fatores ou condições que intervêm na incidênciada Pe • gravidez em mulheres com idade superior a 40 anos ou menor de 18 • História familiar de pré-eclâmpsia • Pe em gestação anterior • gravidez múltipla • Diabetes mellitus • Doença renal crônica • Intervalo prolongado entre gestações • gestações com doenças autoimunes • Primeira gestação • Mola hidatiforme • obesidade • raça negra 12 diagnóstico o diagnóstico da Pe é dado pela tríade: edema, proteinúria e hipertensão. É considerada hipertensão na gestação uma PAs maior ou igual a 140mmhg e PAD maior ou igual a 90 mmhg (Pe leve). o edema da Pe é um edema generalizado e há ganho de peso excessivo em um curto período de tempo (ganho de peso superior ou igual a 500g/1 semana). ele não é um critério diagnóstico para Pe, pois pode ser um tanto comum em gravidezes normais. A proteinúria é considerada significativa quando há excreção de 300mg ou mais de proteína em 24h. exames laboratoriais auxiliares para o diagnóstico da Pe • Hemograma • Uréia • Creatinina • Ácido úrico • Desidrogenase lática • Bilirrubinas • eAs • Proteinúria de 24h • Tgo • TgP • Dopplerfluxometria fetal Na ausência de proteinúria, a presença de Pe é altamente suspeita se houver cefaléia persistente, visão turva, dor abdominal (epigastralgia) ou alterações laboratoriais, tais como plaquetopenia, elevação do ácido úrico, alteração das enzimas hepáticas e funções renais. A pré-eclâmpsia grave é caracterizada por PAs maior ou igual a 160mmhg e PAD maior ou igual a 105mmhg, proteinúria maior ou igual a 2g/24h, oligúria(<400 ml/24h), aumento da creatinina sérica (>1,2 mg/dl), alteração da função hepática, hiperbilirrubinemia, aumento da desidrogenase lática, plaquetopenia, presença de sinais de iminência de eclâmpsia (visão turva, diplopia, escotomas cintilantes, cefaléia, tontura e perda da consciência, dor epigástrica persistente), edema pulmonar, hemorragia retiniana, CIUr e oligodramnia. o diagnóstico da eclâmpsia é basicamente clínico, quando são observadas convulsões do tipo tônico-clônico e generalizadas que podem se apresentar numa sequência de quatro períodos: primeiro período ou de invasão; segundo período ou de contrações tónicas; terceiro período ou de contrações clônicas; e quarto período ou coma pós-convulsivo. ViTória aParT Progress A ressonância magnética é utilizada em casos de dúvidas (raras) ou finalidade acadêmica, podendo encontrar lesão de hipersensibilidade parieto-occipital devido à edema vasogênico e/ou citotóxico, que é o causador das crises convulsivas. Profilaxia da eclâmpsia resume-se no tratamento criterioso da Pe e, particularmente, nos casos em que se manisfesta a iminência de eclâmpsia, devendo-se lançar mão de drogas sedativas, anticonvulsivantes e a precoce e oportuna interrupção da gestação. Tem que se levar em conta na conduta da Pe: a condição socioeconômica da paciente, idade gestacional, gravidade do quadro, associações mórbidas e recursos hospitalares. medidas a serem consideradas na pré-eclampsia 1. Internação: na Pe leve pode ser dispensada a depender da condição socioeconômica da paciente. Porém, deve ser obrigatória em todos os demais casos. 2. repouso em DLe preferencialmente. reduz níveis pressóricos, melhora o fluxo renal e aumenta a filtração glomerular, diminui a contratilidade uterina e a hipertonia. 3. Dieta: recomenda-se a hipossódica e hiperproteica. 4. Terapêutica medicamentosa feita através de: a. sedativos (barbitúricos ou diazepínicos). b. anti-hipertensivos: o número de drogas utilizadas na pré-eclâmpsia é vasto. Dentre elas: bloqueadores beta-adrenérgicos (propranolol, pindolol, atenolol); alfa-bloqueadores de ação central (exemplo: metildopa e clonidina); antagonoistas adrenérgicos de ação periférica, bloqueadores alfa e beta-adrenérgicos, vasodilatadores (ex: hidralazina, nitropussiato de sódio); e antagonista do cálcio (ex: nifedipina). A nifedipina, a hidralazina e a metildopa são as drogas mais utilizadas. o nitroprussiato de sódio é utilizado somente em casos graves e após a interrupção da gestação. Ainda deve ser destacada a terapia preventiva anticonvulsivante. A medicação de escolha é o sulfato de magnésio, devendo ser utilizada previamente à cesárea onde existam sinais de iminência de eclâmpsia (visão turva, dor epigástrica, escotomas). É utilizado por até 24 horas após o parto em casos de eclâmpsia e Pe grave. esta medicação deve ser usada com ViTória aParT Progress rigoroso monitoramento (reflexo tendinoso presente, diurese maior ou igual a 25-30ml/h e respiração maior ou igual 16 movimentos por minuto) e sempre ter seu antídoto, o gluconato de cálcio a 10%, em mãos em caso de necessidade. se mesmo com a profilaxia da Pe, o quadro da paciente evoluir para a eclâmpsia, deve-se tratar inicialmente as convulsões e os distúrbios metabólicos maternos e, logo após, a gestação deverá ser interrompida, sendo a via de parto de indicação obstétrica. medidas de tratamento na eclâmpsia • Aspirar secreções e manter vias aéreas livres • oxigenação • Utilização do sulfato de magnésio nas doses preconizadas • sonda vesical • sonda nasogástrica • exames laboratoriais • Avaliação da vitalidade fetal • Anti-hiperetensivos • Conduta obstétrica: avaliar a interrupção da gestação em momento oportuno • Formas complicadas e descompensadas, transferir a paciente para a UTI dra. Adriana Alves moana Nogueira ginecologista e obstetra do Vitória Apart Hospital Fontes: obstetrícia Básica-Bussâmara Neme obstetrícia Fundamental: rezende Monteiro Programa de Atualização em ginecologia e obstetríciaFebrasgo e Associações. 13 Gestão em saúde Hotelaria hospitalar e humanização como aliados na desospitalização os benefícios gerados pela Hotelaria Hospitalar aos clientes de saúde, através da hospitalidade e humanização, são muitos. o mercado de saúde se apresenta cada vez mais dinâmico e com ofertas de serviços diferenciados que contribuem para a melhoria do quadro clínico do paciente, por meio do conforto oferecido no ambiente físico e da segurança, mas, principalmente, através da arte de bem receber. o serviço de Hotelaria Hospitalar, aliado à hospitalidade e à humanização, promove melhorias consideráveis dentro de uma instituição, que se refletem na satisfação dos clientes internos e externos. Por meio da implantação desse serviço, é possível minimizar o índice de reclamações, reduzir gastos, padronizar processos, reorganizar tarefas, diminuir o tempo de espera de um paciente para ser atendido, oferecer conforto e aumentar o faturamento, a rentabilidade e a margem operacional de lucro das empresas de saúde. o cliente recebe a assistência de que necessita, sente-se seguro, respeitado e, a partir daí, pode emitir um juízo de valor favorável ao atendimento. Portanto, a existência da Hotelaria Hospitalar condiciona os clientes a optarem por uma empresa em detrimento de outra, de modo que a escolha se dará pela instituição que possuir o serviço de forma mais bem estruturada. Nesta perspectiva, toda assistência está diretamente relacionada à hospitalidade, à humanização e ao processo de acolhimento desde a entrada do cliente até o momento em que ele deixa a empresa. No processo de desospitalização é fundamental que os familiares sejam bem instruídos, porque na maioria das vezes o paciente encontra-se debilitado e dependente. Pode-se compreender a desospitalização como uma tendência na saú- 14 de, porque oferece vantagens tanto para pacientes quanto para hospitais e operadoras de saúde. Para os pacientes, o tratamento domiciliar representa uma opção para transformar os momentos de dor dentro dos hospitais em momentos de maior tranquilidade, conforto e privacidade. Através do auxílio de recursos tecnológicos, da assistência de profissionais qualificados e da presença da família, o doente apresenta melhoria das suas condições psicológicas e consequentemente se recupera mais rápido. Além disso, o paciente fica resguardado de contrair infecções relacionadas à Assistência à saúde (irAs). Para realizar esse trabalho existem as opções de outros empreendimentos de saúde, tais como: hospitais/clínicas de retaguarda; casas de repouso (atendimento a idosos); e home care, cujo objetivo é cuidar da saúde dos pacientes dentro de seus próprios lares ou em locais que se assemelham ao ambiente doméstico, contando com o convívio familiar mais próximo. Nesta perspectiva, também existe o serviço de “Hospital Dia”, oferecido pelas clínicas e casas de repouso, onde o paciente permanece pelo período de oito ou doze horas recebendo cuidados específicos e/ou intensivos, ou até mesmo participando de terapias ocupacionais e de socialização. em todos os casos, o relacionamento próximo com hospitais de referência é indispensável. os hospitais e os planos de saúde têm interesse econômico-financeiro em que os pacientes crônicos ou de longa recuperação migrem para tais tipos de instituições sem causar-lhes prejuízo na assistência nem gerar insatisfação aos clientes (pacientes e familiares). No caso dos hospitais, a desospitalização representa vantagens do ponto de vista da redução de custos e despesas, já que a migração diminui a taxa de permanência dos pacientes clínicos. Desse modo, aumenta a rotatividade de pacientes e, automaticamente, a oferta do número de leitos disponíveis para casos cirúrgicos e patologias mais graves. No caso das operadoras de planos de saúde, também é interessante reduzir os custos com as elevadas taxas de diárias hospitalares. No entanto, ainda existe uma forte tendência dessas operadoras em resistir à contratação de serviços prestados em instituições de saúde de retaguarda (casas de repouso, home care), provavelmente por acreditarem que o procedimento seja considerado dispensável, já que o paciente foi liberado de uma internação hospitalar. Mesmo diante de tais circunstâncias, várias operadoras têm percebido que há muitos pacientes necessitando de cuidados que podem ser ministrados ViTória aParT Progress gestão em saúde em instituições de saúde de menor porte, mas que tenham capacidade de prestar um atendimento de qualidade. em alguns casos, a solicitação parte dos próprios familiares. Nessa situação, são firmados convênios entre as empresas prestadoras de serviço e as operadoras, com intuito de humanizar a assistência ao paciente e minimizar os riscos à sua saúde. De qualquer forma, este é um processo que demanda tempo para ser concretizado e que necessita de conscientização tanto do paciente e dos seus familiares como das operadoras de planos de saúde. especificamente no caso das operadoras, a adesão a esse “novo” modelo tende a ocorrer de maneira mais rápida e concreta, visto que a desospitalização representa redução de custos com internações de longa permanência. Assim, o cenário atual aponta para um novo conceito: o gerenciamento de Casos Crônicos, uma tendência que visa ao monitoramento e cuidado de pacientes reconhecidamente crônicos, parcial ou totalmente dependentes, e que necessitem de profissionais de áreas distintas para complementarem seus conhecimentos na assistência. existem estudos na área da Hotelaria Hospitalar mostrando que há possibilidade de proporcionar conforto e comodidade a pacientes fora dos hospitais, ou seja, dentro de instituições de saúde de menor porte e até mesmo na assistência domiciliar, através da hospitalidade, da humanização e do cuidado oferecido pelos profissionais que prestam assistência. Nas clínicas e casas de repouso, a maneira como o paciente será acolhido contribuirá ou não para seu bem-estar. Além da assistência prestada por profissionais e dos recursos tecnológicos, o paciente também pode desfrutar de um local aconchegante, arejado, limpo e organiViTória aParT Progress zado. esses são alguns aspectos responsáveis pela sua recuperação indireta, uma vez que o paciente se sentirá melhor se estiver em um ambiente satisfatório às suas necessidades físicas e psicológicas. Desse mesmo modo, a decoração, juntamente com a composição ideal de cores, pode servir de estímulo para uma pessoa debilitada. Contar com espaços ao ar livre, jardins, locais para a prática de exercícios físicos, recreação e terapia ocupacional fazem a diferença na recuperação. Quanto melhor for a infraestrutura, mais seguros se sentirão o paciente e seus familiares. A desospitalização pode ser, dessa maneira, uma alternativa para contribuir com o pronto restabelecimento do paciente se comparada ao prolongado período de internação. A profissionalização e a responsabilidade socioambiental são imprescindíveis para uma empresa de saúde. Por isso, a preocupação com diversos aspectos: controle de infecção; gerenciamento de resíduos; escolha de parceiros e fornecedores em conformidade com as legislações específicas; recrutamento e seleção de profissionais qualificados; treinamentos e capacitação constantes das equipes de colaboradores (inclusive os da higienização, já que possuem um papel fundamental para o controle de infecção), contribuirão para o sucesso ou o fracasso da recuperação do paciente. A qualidade da prestação do serviço está diretamente relacionada à preocupação dos gestores em investir no serviço de Hotelaria Hospitalar, mas principalmente em capacitar as equipes para prestar a assistência adequada aos clientes de saúde (pacientes, acompanhantes e visitantes). Joana da Silva França Turismóloga – Coordenadora de Hotelaria do Vitória Apart Hospital 1. reFerÊNCIAS – AMorIM, Luciângela Juvêncio de. A necessidade do serviço humanizado na Hotelaria Hospitalar. Disponível em: http://www.biblioteca. sebrae.com.br/bds, acessado em Fevereiro de 2011. ArAÚJo, Antônio de Lisboa Lopes de. Hotelaria Hospitalar. Disponível em: http://www.clinicasantafeltda.com.br/artigo, acessado em Dezembro de 2010. BeLTrAM, guilherme soares e CAMeLo, Augusto César oliveira. Disponível em: http://www.fcv.edu. br, acessado em Dezembro de 2010. Boeger, Marcelo Assad. gestão em Hotelaria Hospitalar, são Paulo: Atlas, 2003. CAMArgo, Luiz octávio de Lima. Hospitalidade, são Paulo: Aleph, 2004. CAsTeLLI, geraldo. Hospitalidade: Na Perspectiva da gastronomia e da Hotelaria, são Paulo: saraiva, 2005. CHANNe, Daniel de Freitas. Hotelaria Hospitalar: Investir para sobreviver. Disponível em: http://www. abifcc.org.br/oldnews/noti10012006.html, acessado em Fevereiro de 2011. DeNKer, Ada de Freitas Maneti e BUeNo, Mrielys siqueira. Hospitalidade: Cenários e oportunidades, são Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. 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Por isso, temos no Vitória Apart Hospital vários protocolos em uso e em desenvolvimento. os mais pertinentes são os chamados Cirurgia segura e o “safety Zone” (Zona segura), onde existe a profilaxia estabelecida da TVP, dentro do Centro Cirúrgico, diminuindo assim o risco de uma trombose venosa para o paciente. A Trombose Venosa Profunda (TVP) tem sido alardeada na mídia. Há pouco tempo foi mostrada nos jornais como causa de morte de uma jovem de 23 anos, atleta, assustando a população com essa possibilidade. então, vamos esclarecer alguns aspectos a respeito da TVP. Primeiro: o que é a trombose venosa? É a coagulação do sangue dentro de uma veia dos membros inferiores, e isso pode acontecer numa pequena extensão, numa veia da panturrilha; pode ser um pouco maior, numa veia da coxa; e numa situação mais grave e complicada, em todas as veias de um membro inferior, quando chamamos de TVP iliofemoral. Uma trombose venosa, geralmente, evolui muito bem com poucas complicações, mas duas grandes complicações podem surgir. Uma em curto prazo, na fase aguda, chamada embolia Pulmonar, onde o trombo ou coágulo se desloca para o pulmão. A outra vem de uma TVP extensa (iliofemoral) no membro, onde geralmente não é oferecido o melhor tratamento, ou por contraindicaçãoes o tratamento não pode ser executado, e a forma tradicional de tratamento leva o paciente a desenvolver, após algum tempo (geralmente de 2 a 10 anos), complicações na perna afetada. Chamada Insuficiência Venosa Crônica, 16 se caracteriza por uma perna inchada, manchada, eventualmente com úlcera, mas sobretudo com uma grande limitação da qualidade de vida. “Um alerta deve ser feito. a TVP pode ocorrer durante a internação. mas na maioria das vezes ocorre quando o paciente está em casa” A TVP é relativamente frequente sob várias formas clínicas, mais ou menos intensas, e mais ou menos perigosas. A TVP deve ser sempre tratada e avaliada por um angiologista. seus principais sintomas são a dor e a inchação (edema) numa perna, sendo muito raro ocorrer em ambas. suas causas são várias e as mais comuns estão ligadas a um fator desencadeante, que pode ser qualquer tipo de cirurgia, uso de pílulas anticoncepcio- nais, gestação e parto, ou alterações genéticas da coagulação, conhecidas como trombofilia. Para todo o tipo de cirurgia, existe um percentual pequeno de incidência estatisticamente já conhecido, mas é bom lembrar que a cirurgia aumenta em oito vezes o risco de TVP no indivíduo. Por isso, temos no Vitória Apart Hospital vários protocolos em uso e em desenvolvimento. os mais pertinentes são os chamados Cirurgia segura e o “safety Zone” (Zona segura), onde existe a profilaxia estabelecida da TVP, dentro do Centro Cirúrgico, diminuindo assim o risco de uma trombose venosa para o paciente. os constantes conhecimentos, estudos e desenvolvimento nesse campo da Trombose Venosa fizeram a equipe de Angiologia e de Cirurgia Vascular e endovascular-Medicina Vascular do Vitória Apart Hospital estar à frente do tratamento dessa doença venosa com várias técnicas no Brasil. Dentre elas, estão o tratamento endovascular da síndrome de May-Thurner, uma compressão venosa dentro do abdome, que é uma frequente causa de TVP na perna esquerda, e a Fibrinólise ou Trombólise, que é o uso de drogas através de catéteres especiais colocados dentro do trombo e que, literalmente, dissolvem os trombos. essa é uma técnica usada em ViTória aParT Progress à disposição do Vitória Apart Hospital, chama-se Angiojet (foto) e é o dispositivo com o qual são utilizados catéteres específicos do conjunto. Com eles, realiza-se a aspiração dos trombos dentro da veia sem utilizar uma dose grande da droga trombolítica, diminuindo o tempo de tratamento do paciente. casos muito especiais e de indicação restrita, pela sua complexidade. A profilaxia da TVP é feita de várias formas, sendo utilizada uma tabela, um escore, onde a pontuação indica o tipo de profilaxia a ser seguida no protocolo safety Zone. Um alerta aos pacientes deve ser feito. A TVP pode ocorrer durante a internação, quando essa é prolongada. Mas na maioria das vezes ocorre quando o paciente já está em casa, e em geral depois de 10 a 15 dias. Portanto, qualquer que tenha sido a cirurgia, se o paciente sentir dor na perna ou inchar a sua perna, atenção: reporte-se ao cirurgião imediatamente e relate os sintomas. o diagnóstico é muito simples. É feito com ultrassom vascular, o ecoDoppler, que confirma ou afasta a existência de uma trombose. o acompanhamento e o tratamento serão feitos pelo angiologista e pelo cirurgião vascular. “além do convencional, há tromboses que exigem internação e uma intervenção mais agressiva” o tratamento convencional é feito na fase aguda com anticoagulantes de uso venoso (a Heparina) ou de uso subcutâneo (a enoxaparina), e antiViTória aParT Progress coagulantes orais para a manutenção desta anticoagulação entre 3 e 6 meses, geralmente a Varfarina. Mas já existem outras drogas lançadas nos últimos anos para esse fim, ou seja, para a fase de tratamento oral. Além do tratamento convencional, que é o uso de um anticoagulante de uso da Heparina, existem tromboses venosas importantes e extensas que necessitam de internação e quase sempre de uma intervenção mais agressiva. Assim, a equipe da Medicina Vascular do Vitória Apart Hospital coloca à disposição da população capixaba um tratamento moderno e atual no campo das Tromboses Venosas Profundas, com o emprego de técnicas avançadas e dedicação exclusiva no tratamento das tromboses venosas simples e complexas dos membros inferiores, contando também com um pronto-socorro preparado para o atendimento com modelo de atendimento com padronização internacional de acolhimento do paciente. Uma delas é a trombólise ou fibrinólise, que é a dissolução do coágulo por meio de catéteres dentro da veia. É indicada sempre nessas tromboses extensas e que necessitam de intervenções endovasculares que duram cerca de três horas inicialmente, podendo prolongar com o paciente internado em CTI por mais dias. Mas há o emprego de drogas trombolíticas, que têm riscos de sangramento. Por essa razão, foram desenvolvidos dispositivos capazes de agir com mais rapidez na remoção dos trombos através de um processo mecânico. ou seja, a máquina, que em breve estará dr. João Luiz Sandri Angiologista e Cirurgião Vascular Medicina Vascular – Centro de Tratamento de Trombose Venosa Profunda do Vitória Apart Hospital 17 Artigo médico Condiloma anal gigante: aspectos clínicos o condiloma é uma lesão que acomete geralmente o aparelho genital e aparece, comumente, na vulva, vagina, colo do útero, pênis e nas margens do ânus. Há três formas distintas: o condiloma plano, observado, com frequência, no colo uterino; o condiloma acuminado, desenvolvido na vulva, períneo, margem anal e canal anal e; finalmente, o condiloma gigante (XAVIer, 1986). o Condiloma Acuminado gigante ou tumor de Buschke-Lowenstein (TBL) é uma forma rara de apresentação do condiloma acuminado anogenital que, por sua vez, representa uma doença sexualmente transmissível relacionada ao Papilomavírus Humano (HPV) subtipo 16 e 18 (CoeLHo, et al, 2008). A descrição clássica do TBL é uma grande lesão vegetante, verrucosa ou papilomatosa, de aspecto exofítico (CoeLHo, et al, 2008). “A afecção aparece em qualquer idade, sendo mais comum entre os jovens” Apresenta consistência amolecida e coloração que varia entre o cinza e o marrom (XAVIer, 1986). Possui um crescimento lento e, apesar de suas características histopatológicas demonstrarem tratar-se de um tumor benigno, tem um comportamento agressivo localmente. estas lesões podem ser consideradas também como lesões de risco para transformação e desenvolvimento de carcinoma de células escamosas (CoeLHo, et al, 2008). o condiloma acuminado anogenital é a Doença sexualmente Transmissível (DsT) viral mais diagnosticada nos estados Unidos. É também a doença venérea mais encontrada na prática cirúrgica, sendo que 1.000.000 de americanos desenvolvem lesões anais ou genitais anualmente, e 2/3 dos seus parceiros são contaminados. (soBrADo, et al, 1999). No Brasil, foi a doença sexualmente transmissível mais diagnosticada, tanto em homens (39,6%) como em mulheres (21%), durante o período de 1998 a 2001. sua incidência vem aumentando nos últimos anos, associada à AIDs. A afecção aparece em qualquer idade, sendo mais comum entre os jovens, provavelmente quando a atividade 18 sexual é maior (NADAL et al, 2004). Nos homens, o condiloma acuminado pode se localizar em todo o pênis (81% a 94%), na região anorretal (10% a 17%) e na uretra (5%) (PArAPAr e TABoADA, 2007). Inicialmente, prevalece a forma plana, não papilífera, assintomática e indetectável a olho nu. É a fase subclínica, que permanece indefinida por tempo indeterminado até que surjam os sintomas característicos da forma verrucosa ou papilomatosa. Para o desenvolvimento das lesões, é necessário um meio quente e úmido. Daí a predileção pelas áreas genital e anorretal. (XAVIer, 1986) Começa como uma pápula rosácea ou vermelha de tamanho pequeno, crescendo a uma disposição filiforme que lhe dá aspecto em couve-flor. Ao atingir a pele, manifesta-se como massas exofíticas de vários tamanhos, hiperqueratocíticas, macias, papilares, pediculadas e de cor branco, rosa ou cinza, e cobrem extensões variáveis do anoderma. Quando afetam mucosas, são geralmente lesões hiperplásicas carnosas, rosa ou branco. Às vezes, elas podem ser sésseis com múltiplos crescimentos finos e digitiformes. em outros casos, manifestam-se por sangramento, prurido, odor e desconforto local. o desconforto provocado no paciente é tanto maior quanto seja o volume da formação tumoral. Quando há dor, deve-se suspeitar da presença de lesões concomitantes, como úlceras, infecção ou neoplasia maligna. (BALAgUerA, 2006) o diagnóstico do Condiloma Acuminado gigante é realizado através de história clínica compatível, de exame proctológico e de toda a área genital de forma minuciosa, além de estudo histológico das lesões e, em grande número de casos, na detecção de vírus HPV na lesão. É aconselhável também excluir outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, HIV, hepatite B, hepatite C e herpes. (BALAgUerA, 2006). segundo Balaguera (2006), os tratamentos para condiloma podem ser físicos, químicos, imunológicos e cirúrgicos. A escolha será determinada por uma série de fatores, incluindo o quadro clínico (tamanho, distribuição anatômica, extensão e grau de queratinização, duração), a resposta ao tratamento anterior (se existir), o estado imune do hospedeiro, eficiência, disponibilidade, toxicidade e custo do tratamento e, finalmente, o potencial oncogênico de infecção viral. ViTória aParT Progress Atualmente, tendo em conta a eficácia controvertida do tratamento médico, o tratamento de escolha é a cirurgia, para erradicar as verrugas grandes, com grandes áreas afetadas. Um dos problemas mais importantes no tratamento desta doença é a recidiva. o risco de recidiva, mesmo nos casos de resolução completa das lesões, prevê um plano de revisão periódica a cada três meses, que continuará ao longo do tempo com o desenvolvimento de cada caso em particular e a realização de cirurgias ou de tratamentos de emergência se necessário. dr. Sander dias mota Médico residente do serviço de Proctologia do Vitória Apart Hospital ViTória aParT Progress reFerÊNCIAS BALAgUerA, J. C. Condiloma acuminado gigante inguinal y perineal: cuadro clínico, diagnóstico y tratamiento. Mapfre medicina, v.17, n.2, p. 144-150, 2006. CoeLHo, F. M. P. et al. Tumor de BuschkeLowestein: Tratamento com Imiquimod para Preservação esfincteriana. relato de Caso. rev bras Coloproct, v.28, n.3, p. 342-346, 2008. NADAL, s.r. et al. sistematização do Atendimento dos Portadores de Infecção Perianal pelo Papilomavirus Humano (HPV). rev bras Coloproct, v.24, n.4, p322-328, 2004. KoTZe, P.g. 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Condiloma da margem do ânus. rev bras Coloproct, v.6, n.1, p.39-42, 1986. 19 estudo Científico O Projeto europain®: um estudo sobre dor em Unidades de Terapia intensiva o projeto foi idealizado pelo Comitê de Ética da sociedade europeia de Medicina Intensiva (esICM), tendo como coordenadores os Drs. Élie Azoulay, Kathleen Puntillo e Adeline Max. No Brasil, o coordenador do estudo foi o Dr. Márcio soares, do Instituto Nacional de Câncer (INCA). os objetivos deste trabalho foram divididos em primário e secundários. o primário constituiu em descrever a percepção pelo paciente da dor e do desconforto relacionados a procedimentos em terapia intensiva, e os secundários, descrever e comparar comportamentos relacionados ou sugestivos de dor e desconforto em pacientes capazes e incapazes de comunicação verbal; identificar fatores preditivos de ocorrência, intensidade e respostas comportamentais relacionadas a dor e ao desconforto nos procedimentos; e identificar fatores relacionados à necessidade de uso de analgésicos em pacientes submetidos a procedimentos em terapia intensiva. Trata-se, portanto, de um estudo multicêntrico internacional para coleta de informações acerca da percepção de dor e desconforto relacionados a procedimentos em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. o desenho é de um estudo transversal, com a participação de centros da europa, Canadá, Tunísia, Ásia, Austrália, Israel e Brasil. No Vitória Apart Hospital, um dos centros participantes, o estudo foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa. Após aprovado, teve a coleta de dados iniciada. A ficha de dados era preenchida por dois observadores, 20 após assinatura de concordância do Termo Consentimento Livre e esclarecido (TCLe). sem qualquer identificação do paciente ou do observador, e enviadas ao centro coordenador em Paris. A principal função dos observadores, que no nosso Hospital foram as enfermeiras Paola Dantas Del rosso e Fernanda Freire Bastos, era a avaliação sistemática da dor, que incluía os seguintes passos: o período de inclusão de pacientes foi de dois meses consecutivos e envolveu UTIs com dimensões variáveis, não sendo possível prever o número de pacientes estudados. Pretendia-se incluir o máximo de pacientes possível dentro deste período, estando cada UTI com a incumbência de no mínimo 15 pacientes no período. o tratamento estatístico do estudo será feito pelo Departamento de Bioestatística do Hospital saint-Louis, que também será responsável pela construção do banco de dados e pela sua análise. 1- Checar os critérios de inclusão e exclusão do estudo. 2- Preencher as fichas de avaliação inicial da dor, observando o paciente durante um minuto e prestando atenção em comportamentos típicos de dor. 3- Anotar a presença de cada comportamento na ficha correspondente, que consta de cinco formulários. 4- observar se o paciente é capaz de verbalizar e aplicar a escala numérica de dor e desconforto. Ao iniciar o procedimento, era registrada a hora e, em seguida, iniciado o preenchimento da Formulário2. Durante o procedimento, o paciente era observado quanto a comportamentos de dor, por pelo menos um minuto. Todos os comportamentos eram registrados nos Formulários 3, 4 e 5. Ao fim do procedimento, era registrado o horário e, imediatamente, aplicadas as escalas numéricas de dor e desconforto nos casos em que o paciente era capaz de verbalizar. Finalizada a avaliação, era feito o registro do uso de drogas analgésicas ou sedativas administradas. Após coletados todos os dados, a ficha era revista, para se certificar do completo preenchimento. estas fichas eram, então, colocadas em envelope, Todos os dias, milhões de pacientes adultos criticamente enfermos são submetidos a procedimentos para diagnóstico ou tratamento de suas doenças. esses procedimentos podem causar dor, que representam um fator de estresse fisiológico e psicológico aos pacientes.1 entretanto, o conhecimento a respeito da dor associada a esses procedimentos é bastante limitado, inclusive sobre como acessar esse sintoma na população e quantificar a magnitude desse problema. Também não há dados sobre fatores de risco ou preditores de uma maior probabilidade de um paciente experimentar dor durante o procedimento, assim como a probabilidade de desenvolvimento de dor crônica após a estadia em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Há 25 anos, a The United states Public Health service’s Agency for Health Care Policy and research (AHCPr) ViTória aParT Progress publicou um guia prático para o manejo da dor aguda relacionada a procedimentos cirurgicos ou trauma.2 esse guia, entretanto, não contemplava o tratamento de dor associada a procedimentos em adultos internados em unidades de tratamento intensivo. Quando observados os comportamentos relacionados à dor, foram identificados aqueles mais frequentes: alteração da expressão facial, posturas de rigidez, movimentos para localizar dor, fechar os olhos, verbalização, gemência e fechar os punhos.3 A principal razão foi a falta de informação obtida de forma sistemática na literatura acerca das características da dor referida a procedimentos e sua real prevalência. Por esse motivo, a American Association of Critical Care Nurses (AACN) liderou uma pesquisa para avaliar as percepções e respostas do doente agudamente enfermo submetido a procedimentos potencialmente causadores de dor. em média, havia mais comportamentos relacionados à dor naqueles pacientes submetidos aos procedimentos do que naqueles que não foram submetidos. Usando o modelo de regressão linear, os investigadores observaram que 33% da variação na quantidade de comportamentos relacionados à dor exibidos durante o procedimento poderiam ser explicados significativamente por três fatores: a intensidade da dor causada pelo procedimento, o grau de desconforto e o procedimento ser a mudança de decúbito. seis procedimentos foram selecionados no que foi chamado projeto Thunder II.3 Nesse estudo, mudança de decúbito, aspiração traqueal, cuidados de feridas, remoção de drenos, inserção de catéter central e remoção de bainhas femorais eram observados. o estudo foi realizado em 169 hospitais nos estados Unidos; três centros no Canadá; um na Inglaterra; e um na Austrália.4 Foram obtidos dados de 6.201 pacientes com idades de 4 a 97 anos. o principal procedimento associado a dor e desconforto em adultos (n=1.368) foi a mudança de decúbito, com um escore médio de intensidade de 4,93 ± 3,09 medidos numa escala de 0 a 10 (escala numérica de dor). Mais de 63% dos pacientes não receberam analgésicos antes do procedimento; menos de 20% receberam opióides, e a dose média de opióide recebida foi de 6,44mg ± 8.96mg.5 ViTória aParT Progress o projeto Thunder II3 foi o maior estudo sobre dor em procedimentos até o momento e contribuiu de forma substancial para o conhecimento da magnitude, intensidade e identificação de comportamentos relacionados à dor em procedimentos, resultando em sete publicações e várias apresentações internacionais. entretanto, esse conhecimento não pode ser generalizado para pacientes de países não anglo-americanos; àqueles que falam outra língua que não o inglês; a pacientes de terapia intensiva que não são capazes de se expressar verbalmente; e para pacientes que tenham sido submetidos a procedimentos que não tenham sido incluídos nos estudos. Por isso, esse novo estudo foi desenhado para contornar tais limitações. Apesar de escasso, há algum conhe- cimento na literatura sobre o impacto da dor em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Um estudo com pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca e abdominal (n=74) reportou dor moderada a grave associada à aspiração endotraqueal (n=45) e/ou à remoção de tubo torácico (n=35).6 essa mesma intensidade de dor também foi referida por mais de 30% dos 50 pacientes de uma unidade de terapia intensiva oncológica que foram submetidos aos seguintes procedimentos: aspiração endotraqueal, mudança de decúbito, punção arterial, inserção de catéter arterial, inserção de catéter venoso central ou inserção de catéter venoso periférico.7 Para estudar a dor causada por procedimentos em pacientes incapazes de se expressar de forma verbal, foram identificados alguns comportamentos típicos exibidos como forma de expressão de dor. enquanto testava a validade e a confiabilidade de uma escala comportamental de dor, uma equipe de pesquisadores da França8 observou que pacientes submetidos a procedimentos como aspiração endotraqueal e mobilização exibiram mais comportamentos associados à dor do que aqueles submetidos a procedimentos pouco prováveis de causar dor, como aplicação de meias de compressão e troca de curativos de catéteres. Pesquisadores do Marrocos9 aplicaram a escala comportamental de dor13 em pacientes submetidos à aspiração endotraqueal e inserção de catéter venoso periférico, fazendo avaliações antes e depois de cada procedimento. 21 Foram 30 pacientes com 360 observações no total, e a maioria expressou mais comportamentos durante a realização do procedimento do que antes, sugerindo que a dor foi causada pelo procedimento. Na Austrália10, pesquisadores conduziram um estudo similar encontrando comportamentos de dor (n=44) quando os pacientes eram reposicionados no leito. gelinas et al11 também avaliaram as propriedades psicométricas de uma escala comportamental de dor. os pacientes estavam em pós-operatório de cirurgia cardíaca, com avaliação objetiva antes, durante e depois do reposicionamento no leito. A expressão de dor através de comportamentos em pacientes intubados e inconscientes (n=33), intubados conscientes (n=99) e extubados conscientes (n=105) foi significativamente maior durante o procedimento e menor depois que o procedimento era concluído. Portanto, a partir desses quatro estudos os procedimentos aspiração endotraqueal, punção de veia periférica e posicionamento no leito foram identificados como potenciais causadores de dor. É importante ressaltar que esses procedimentos são comuns e realizados de forma frequente e rotineira no cenário da terapia intensiva. Mesmo 13 anos após a publicação do guia prático da AHCPr2 para o manejo da dor aguda relacionado a intervenções, menos de 25% desses pacientes recebem alguma medida farmacológica específica para controlar o sintoma, como detectado no recente estudo com mais de 200 pacientes em 44 unidades de terapia intensiva da França12. 22 Uma importante razão para não haver recomendações formais para o uso de analgésicos especificamente para a realização de procedimentos é a falta de conhecimento baseado em evidências sobre esse assunto na literatura, apesar da extensa literatura acerca das indicações de analgesia e sedação.13 “O projeto Thunder II3 foi o maior estudo sobre dor em procedimentos realizado até então para identificar comportamentos” anos) tinham maior probabilidade de reportar a dor ou desconforto do que aqueles maiores de 65 anos. Uma semana após a alta da UTI, 120 pacientes de pós-operatório de cirurgia cardíaca (82% da amostra) referiram a dor como sintoma mais comum e traumático da sua internação na UTI; seis meses depois 38% ainda referiam a dor como o sintoma mais traumático na UTI. 20 granja et al21 encontraram que 17% dos 313 pacientes estudados sentiram dor na UTI em internação mesmo seis meses após a alta, e muitos desses pacientes ainda tinham síndrome de estresse pós-traumático. As consequências negativas da dor não tratada em paciente de terapia intensiva são difíceis de serem previstas. Além do desconforto em si, o medo de sentir dor constitui preocupação frequente entre os pacientes de terapia intensiva, sendo uma das principais causas de má qualidade do sono14, além de representar um dos maiores fatores estressantes durante a internação15-17. schelling et al22 conduziram um estudo de acompanhamento pós-alta em 80 pacientes que tinham sido diagnosticados com síndrome do Desconforto respiratório Agudo. os pacientes foram acompanhados por até quatro anos após a alta. Quando comparado com controles normais, aqueles que referiram à dor e outras situações traumáticas na UTI (27%) tiveram uma maior incidência de dor crônica, um aumento significativo nos sintomas de estresse pós-traumático e menor qualidade de vida relacionados à saúde. recentemente, 82% dos pacientes ainda hospitalizados que tinham recebido alta da terapia intensiva (n=75) lembravam de ter sentido dor causada pelo tubo endotraqueal18 , e a maioria deles referiu sentir grande desconforto durante sua internação na UTI (n=66).19 os pacientes mais jovens desse estudo (aqueles mais jovens que a média de idade de 59 Todo o material do estudo europain foi enviado aos centros participantes pelo centro coordenador nacional do estudo. Após o preenchimento, que foi de forma anônima, os questionários foram colocados dentro de envelopes não identificados (apenas o código da UTI participante) e, posteriormente, enviados de volta ao centro coordenador nacional do estudo. ViTória aParT Progress reFerÊNCIAS Com este estudo, espera-se obter os seguintes resultados: 1) estimar a prevalência de dor associada aos procedimentos mais comumentes realizados em unidades de terapia intensiva; 2) Identificar aqueles procedimentos mais frequentemente associados à dor e à percepção de desconforto; (1) Puntillo, KA. (1990). Pain experiences of intensive care unit patients. Heart Lung, 19(5 Pt 1), 526-533. (2) Acute Pain Management guideline Panel. Acute Pain Management: operative or Medical Procedures and Trauma. Clinical Practie guideline. AHCPr Pub. No. 92-0032. rockville, MD: Agency for Health Care Policy and research, Public Health service, U.s. Department of Health and Human services. Feb. 1992. (3) Puntillo, KA, Morris, A, Thompson, CL, et al. (2004). Pain behaviors observed during six common procedures: results from Thunder Project II. Crit Care Med, 32(2), 421-427. 3) Avaliar o impacto de drogas analgésicas, sedativas ou ansiolíticas na percepção de dor e desconforto; (4) Puntillo, KA, White, C, Morris, AB et al. (2001). Patients’ perceptions and responses to procedural pain: results from Thunder Project II. Am J Crit Care, 10(4), 238-251. 4) Identificar potenciais fatores preditores de maior frequência e intensidade de dor durante os procedimentos; (5) Puntillo, KA, Wild, Lr, Morris, AB, et al. (2002). Practices and predictors of analgesic interventions for adults undergoing painful procedures. Amer Journal of Critical Care, 11(5), 415-429; quiz 430-411. 5) Identificar os comportamentos mais associados à dor naqueles pacientes que não estão aptos para se expressar verbalmente. Uma vez completadas a coleta de dados e a análise estatística, o estudo tem como compromisso divulgar os resultados para as comunidades médica e científica. No momento, estamos aguardando os resultados preliminares do estudo com a perspectiva de aplicá-los na melhoria da qualidade de tratamento em nossos pacientes. dr. Cláudio Piras Coordenador Médico da Unidade de Terapia Intensiva do Vitória Apart Hospital ViTória aParT Progress (6) Puntillo, KA. (1994). Dimensions of procedural pain and its analgesic management in critically ill surgical patients. Am J Crit Care, 3(2), 116-122. (7) Nelson, Je, Meier, De, oei, eJ, et al. (2001). self-reported symptom experience of critically ill cancer patients receiving intensive care. Crit Care Med, 29(2), 277-282. (8) Payen, JF, Bru, o, Bosson, JL, et al. (2001). Assessing pain in critically ill sedated patients by using a behavioral pain scale. Crit Care Med, 29(12), 2258-2263. (9) Aissaoui, Y, Zeggwagh, AA, Zekraoui, A, et al. (2005). Validation of a behavioral pain scale in critically ill, sedated, and mechanically ventilated patients. Anesth Analg, 101(5), 1470-1476. (10) Young, JJ. siffleet, et al. (2006). Use of a Behavioural Pain scale to assess pain in ventilated, unconscious and/or sedated patients. Inten Crit Care Nurs 22(1): 32-9. (11) gelinas, C, Fillion, L, Puntillo, K A, et al. (2006). Validation of the critical-care pain observation tool in adult patients. Am J Crit Care, 15(4), 420-427. (12) Payen, JF, Chanques, g, Mantz, J, et al. (2007). Current practices in sedation and analgesia for mechanically ventilated critically ill patients: a prospective multicenter patient-based study. Anesth, 106(4), 687695; quiz 891-682. (13) Jacobi, J, Fraser, g L, Coursin, DB, et al. (2002). Clinical practice guidelines for the sustained use of sedatives and analgesics in the critically ill adult. Crit Care Med, 30(1), 119-141. (14) Jones J, Hoggart B, Withey J, Donaghue K. (1979). What the patients say: a study of reactions to an intensive care unit. Inten Care Med, 5, 89-92. (15) Wilson, V. s. (1987). Identification of stressors related to patients’ psychologic responses to the surgical intensive care unit. Heart Lung, 16(3), 267-273. (16) Ballard, Ks. (1981). Identification of environmental stressors for patients in a surgical intensive care unit. Issues Ment Health Nurs, 3(1-2), 89-108. (17) Cochran, J., & ganong, L. H. (1989). A comparison of nurses’ and patients’ perceptions of intensive care unit stressors. J Adv Nurs, 14(12), 1038-1043. (18) rotondi, AJ, Chelluri, ., sirio, C, et al. (2002). Patients’ recollections of stressful experiences while receiving prolonged mechanical ventilation in an intensive care unit. Crit Care Med, 30(4), 746-752. (19) van de Leur, JP, van der schans, CP, Loef, Bg, et al. (2004). Discomfort and factual recollection in intensive care unit patients. Crit Care, 8(6), r467-473. (20) schelling, g, richter, M, roozendaal, B, et al. (2003). exposure to high stress in the intensive care unit may have negative effects on health-related quality-of-life outcomes after cardiac surgery. Crit Care Med, 31(7), 1971-1980. (21) granja, C, gomes, e, Amaro, A, et al. (2008). Understanding posttraumatic stress disorder-related symptoms after critical care: the early illness amnesia hypothesis. Crit Care Med, 36(10), 2801-2809. (22) schelling, g, stoll, C, Haller, M, et al. (1998). Health-related quality of life and posttraumatic stress disorder in survivors of the acute respiratory distress syndrome. Crit Care Med, 26(4), 651-659. 23 relato de caso O impacto da cirurgia nasal na melhora da qualidade de vida Pesquisas demonstram que as pessoas que respiram melhor pelo nariz têm menor incidência de problemas em vias aéreas, como resfriados, sinusites, asma, pneumonia e apneia do sono. A função nasal é imprescindível para uma boa qualidade de vida. Pessoas que não respiram bem pelo nariz têm alterações que comprometem um sono adequado, costumam ter infecções de via aérea superior com maior frequência, cefaléia, alteração de voz, roncos e irritação da garganta, além de prejuízo à produtividade profissional, mau-humor e dificuldade de relacionamento social. os primeiros relatos de cirurgia para tratar o desvio do septo nasal na literatura médica datam do século XIX, com procedimentos realizados por Langenbeck (1843) e Diefenbach (1845), que removiam totalmente a cartilagem septal dos pacientes, juntamente com o revestimento mucoso, deixando as duas fossas nasais como uma cavidade única. A partir de 1882, Ingalls iniciou a moderna cirurgia do septo nasal fazendo a remoção submucosa de pequeno triângulo de cartilagem septal. Crista septal 24 Desde 1889, quando Asch introduz a técnica pela qual o septo nasal seria corrigido através de fraturas e reposição, até os dias de hoje, vários pesquisadores descreveram muitas formas diferentes de corrigir os desvios de septo nasal, entre eles Freer (1902), Killian (1904), Yankauer (1906), Mosher (1907), Metzenbaum (1929) e, finalmente, Cottle, que em 1958 publicou a mais completa descrição da técnica cirúrgica para correção das deformidades septais. Ainda em 1903, Chevalier e Jackson publicaram um artigo sobre a importância da correção das alterações da parede lateral do nariz no mesmo tempo em que se faz a correção do septo nasal, ou seja, associou-se à cirurgia do septo nasal a cirurgia das conchas nasais, também chamados de cornetos nasais. Mais comumente, corrige-se a hipertrofia das conchas nasais inferiores realizando a turbinoplastia inferior no mesmo tempo cirúrgico em que se faz a septoplastia. os pacientes que apresentam, além do desvio septal, sinusopatia crônica, podem se beneficiar de tratamento cirúrgico para este fim, realizado no mesmo ato em que se corrige o septo nasal. Messerklinger e stamberger, no final do século XX, iniciaram, na Áustria, pesquisas para desenvolver técnica para tratamento cirúrgico videoendoscópico da rinossinusite crônica. seus conceitos ganharam o mundo e, atualmente, sua técnica é realizada nos mais importantes cen- Paciente com desvio de septo tros de otorrinolaringologia com excelentes resultados. Atualmente, o conceito vigente é o da tática cirúrgica e não a aplicação isolada de uma determinada técnica cirúrgica. Na tática da operação, o cirurgião analisa individualmente cada caso e faz a programação da cirurgia, utilizando tempos e conceitos diferentes de várias técnicas descritas, possibilitando um tratamento individualizado de acordo com as peculiaridades dos vários tipos de alterações do septo nasal. Portanto, para permitir uma boa melhora da função nasal, a cirurgia para correção de desvio septal deve ser feita associada à correção de alterações da parede lateral, ou seja, adequação do tamanho dos cornetos nasais para permitir um adequado fluxo ViTória aParT Progress aéreo nasal bilateral. Além disso, no mesmo procedimento cirúrgico, pode-se corrigir alterações anatômicas que dificultam os resultados do tratamento da rinossinusite. o acesso vídeoendoscópico para cirurgia de septo nasal e sinusite possibilita identificação mais precisa das referências anatômicas, manobras menos agressivas e menor tempo de cirurgia, o que leva a uma recuperação menos dolorosa, permitindo ao paciente retornar mais rápido às suas atividades profissionais e sociais. outra vantagem da cirurgia por vídeo é de não necessitar o uso de tampão após a cirurgia. sabe-se que o tampão é o principal responsável por grande incômodo ao paciente no pós-operatório de cirurgias nasais. Para submeter-se à cirurgia de septo nasal, o paciente deve realizar uma “Outra vantagem da cirurgia por vídeo é de não necessitar o uso de tampão após a cirugia. Sabe-se que o tampão é o principal responsável por grande incômodo ao paciente no pós-operatório de cirurgias nasais” ViTória aParT Progress os doutores giulliano enrico e Antonio Fernando Maciel são especialistas na área avaliação adequada com um otorrinolaringologista e, uma vez indicado o tratamento cirúrgico, realizar uma avaliação cardiológica, exames de sangue e consulta pré-anestésica. o principal incômodo no pós-operatório é a obstrução nasal que ocorre nos primeiros dias, devido ao edema no interior das fossas nasais. os pacientes relatam uma congestão nasal semelhante àquela que ocorre em resfriado comum. Vale ressaltar que, na cirurgia realizada por vídeo, na maior parte dos casos não ocorre edema nem hiperemia da região externa do nariz. Na maioria das vezes, o paciente chega ao hospital pela manhã, realiza a cirurgia, passa a tarde em observação hospitalar e recebe alta à tarde ou no dia seguinte à cirurgia e, em cerca de 5 a 7 dias, pode retornar às atividades profissionais. Complicações decorrentes dessa cirurgia são raras. Podem ocorrer, em alguns poucos casos, resfriado, infecção de via aérea e sangramento nasal, tratados com medicamentos e alguns cuidados locais. os relatos de pacientes submetidos à cirurgia para correção do septo nasal são muito animadores, com grandes benefícios da qualidade de vida, resultados de melhora da função nasal, do sono, da função olfativa e da diminuição das crises de rinossinusite. Várias pesquisas médicas demonstram que as pessoas que respiram melhor pelo nariz têm menor incidência de problemas em vias aéreas, como resfriados, sinusites, asma, pneumonia e apnéia do sono, entre outros. dr. Giulliano enrico ruschi e Luchi otorrinolaringologista do Vitória Apart Hospital Antonio Fernando Nogueira maciel otorrinolaringologista do Vitória Apart Hospital 25 Institucional Centro de Tratamento de Queimados: uma referência no brasil Dr. Ariosto santos o mundo de hoje é um mundo do trauma. Ao criar condições para melhorar sua vida, o homem também aumentou sua exposição ao trauma. Como arma ou como agente transformador da matéria, o fogo possibilitou à humanidade controlar a natureza e conquistar o poder sobre os elementos. Ao mesmo tempo, o fogo tem sido causador de grandes tragédias, ocasionando dor e sofrimento às suas vítimas. o tratamento do paciente queimado representa, até os dias de hoje, um grande desafio. envolve a participação ativa de muitos profissionais médicos e paramédicos, constituindo uma verdadeira equipe multidisciplinar, cujos objetivos são salvar a vida, conservar a função e oferecer ao paciente uma boa qualidade de reintegração social. em 1 de março de 2002, ocorreu a primeira internação de um paciente queimado no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Vitória Apart Hospital. Desde então, foram hospitalizados 312 pacientes, entre adultos e “o tratamento do paciente queimado representa, até os dias de hoje, um grande desafio” 26 Câmara Hiperbárica usada no tratamento de queimaduras crianças, bem como atendidos, diariamente, cerca de cinco pacientes para curativos externos. permanência hospitalar e sequelas, tornando o tratamento mais curto, eficiente e humanizado. A unidade de queimados é composta por cinco leitos para internação em ambiente de semi-isolamento, sala de banho e é integrada ao CPC. os pacientes são atendidos por uma equipe multidisciplinar formada por cirurgião plástico, médico intensivista, pediatras, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, psicólogo e assistente social, que seguem um protocolo de tratamento próprio, utilizando a infraestrutura hospitalar de apoio para seu funcionamento. em 2012, até o mês de junho, foram internados e tratados no CTQ dezoito pacientes, com uma média de permanência de 23,79 dias. o CTQ do Vitória Apart Hospital diferencia-se de todos os CTQs no Brasil, pois foi o único programado para integrar-se operacionalmente com uma unidade de oxigenoterapia hiperbárica. Isso proporcionou um grande diferencial no tratamento dos pacientes, reduzindo drasticamente o tempo de este número é em torno de 50% abaixo da média de permanência de CTQs em todo o Brasil, em decorrência da adoção de protocolos mais eficientes e precoces no tratamento das feridas, controle da infecção, enxertia de pele precoce quando necessária, tratamento integrado com a oxigenoterapia hiperbárica e pela grande dedicação, envolvimento e carinho demandados por toda equipe multidisciplinar. dr Ariosto Santos dr davi mollo machado dr Sergio Azevedo bresciane Jr. Cirurgiões plásticos do Vitória Apart Hospital ViTória aParT Progress espaço acadêmico Hiperplasia nodular regenerativa do fígado Marilia Vilas Boas reis*, Paula Costa Lyrio*, Vinicius gomes da silveira** (*) Aluna do Curso de graduação de Medicina da eMesCAM (**) Mestre e Doutor em Cirurgia – UFr Coordenador do Programa de Transplante de Fígado do VAH iNTrOdUÇÃO: Hiperplasia Nodular regenerativa (NrH) do fígado é uma condição rara caracterizada pela transformação benigna difusa do parênquima hepático em nódulos regenerativos sem septos fibrosos que variam de 0,1cm a 15cm.3 Acomete ambos os sexos, todas as raças e idades, principalmente pacientes com mais de 60 anos. A NrH é responsável por 27% a 50% dos casos de Hipertensão Portal em Não-Cirróticos (NCPH), cuja patogênese consiste em trombose da veia porta, obstrução dos ramos das arteríolas hepáticas e vênulas portais, resultando em uma isquemia hepática responsável pela indução da mudança regenerativa nodular (figura 5).1,3 Associa-se com doenças do colágeno, síndrome de Felty, insuficiência cardíaca congestiva, doenças mieloproliferativas, metabólicas, neoplasias e drogas hepatotóxicas (azatioprina e quimioterápicos).2 As manifestações clínicas incluem sintomas sistêmicos inespecíficos, síndrome hepatorrenal e sinais de hiperesplenismo e de hipertensão portal.1 As possíveis complicações incluem a insuficiência hepática, a ruptura do fígado e a transformação malígna. os exames de imagem de escolha são a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética. os principais diagnósticos diferenciais são a hiperplasia nodular focal e o adenoma hepático. o prognóstico ViTória aParT Progress Troubles de la coagulation Congestion Lésions hépatocytaires Alcool NAsH Hépatities chroniques: virales, auto-immunes... Étais d’hypercoagulabilité Foie cardiaque Phlébite Thrombose Activation des CeF Fibrose sínusoïdale Fibrose sínusoïdale Lésions vasculaires Obstruction des branches VSH extinction du parenchyme hépatique Artérialisation (Pré)-cirrhose HNr Obstruction des branches de la VP régression Progression (majoration des lésions vasculaires) Thrombose VP Phlébite Maladie billaire Lésions billaires Sclérose hépatoportale Maladie rhumatoïde Cirrhose septale incomplete Cirrhose constituée Lésions veineuses et artérielles Figura 5: Algoritmo-Anatomopatologia da Hiperplasia Nodular regenerativa e as Doenças Crônicas associadas do fígado. NAsH esteatohepatite não alcoólica; CeF: células estreladas do fígado; VsH: veia supra-hepática ; VP: veia porta. (eMC-Hépatologie.v. 1,p.138–140, 2004.) depende da existência e gravidade de hipertensão portal.1 o presente estudo visa considerar os aspectos mais importantes desta rara doença, como isso afeta os pacientes e as opções disponíveis na sua gestão através de um relato de caso. reLATO de CASO: JLeA, masculino, 44 anos, apresentou em dezembro de 2010 dor abdominal em hipocôndrio D, irradiação para todo abdome, intermitente, sem fator de melhora. Ao exame físico Blumberg e Murphy negativos. Possui como antecedentes patológicos pequeno mal. Faz uso das seguintes medicações: Tegretol, gardenal e Lamitor. Nega outras comorbidades associadas. Foi submetido a uma tomografia computadorizada que evidenciou formações nodulares hipodensas e parcial- mente delimitadas (figura 1), que foram confirmadas pela ressonância magnética (figura 2). o paciente foi encaminhado ao serviço de cirurgia, onde foi submetido a procedimento cirúrgico para exérese das lesões (figura 3 e 4). o histopatológico da peça evidenciou hiperplasia nodular regenerativa associado a fenômenos degenerativos e necróticos hepatocelular, provavelmente, decorrente de ação medicamentosa. Paciente evoluiu no pós-operatório sem intercorrências. Foram realizadas a endoscopia digestiva alta com ausência de varizes esofágicas e a angioressonância sem alterações. dISCUSSÃO: NrH é uma rara doença hepática benigna, subdiagnóstica em 2,6% da população. estudos comprovam que em até 50% dos casos está 27 espaço acadêmico Figura 3: exérese cirúrgica Figura 4: Peças cirúrgicas dos nódulos hepáticos associada à Hipertensão Portal em Não-Cirróticos (NCPH)4. em relação à patogênese, estudos mostram uma infiltração de linfócitos T CD8+ nos sinusóides hepáticos e apoptose de celúlas endotelias sinusoidais, o que comprovam que 32% dos casos de NrH estão relacionados a doenças autoimunes e drogas hepatotóxicas4,5. outra teoria é que a NrH seria uma desordem generalizada primária proliferativa do fígado associada à hipercoagubilidade hepática com trombose venosa subsequente4. os achados clínicos e exames laboratoriais (hipogamaglobulinemia e aumento leve de fosfase alcalina e transaminases) são variáveis e deve ser interpretada tendo em vista a possibilidade de doença sistêmica primária5. os exames de imagem de escolha são a tomografia computadorizada ou ressonância magnética, porém o diagnóstico padrão-ouro é a biópsia de cunha aberta com histopatológico apresentando uma alternãncia regular de atrofia e regeneração hepática 4. sequelas a longo prazo da NrH incluem ascite, esplenomegalia, hepatomegalia, hipertensão portal, varizes esofágicas, cirrose, insuficiência hepática e ruptura hepática. em relação à terapéutica, esta visa controlar as manifestações clínicas da hipertensão portal. Assim, o tratamento de varizes esofágicas em NrH não difere dos 28 Figura 2: Lesão expansiva na projeção do segmento IV, junto ao ligamento falciforme com comportamento hipervascular, restrição á difusão, medindo 5,3x4,7x4,1cm e indissociável da parede do estômago distal. pacientes cirróticos com uso de fármacos, tratamentos endoscópicos e TIPs (Transjugular intrahepatic portosystemic shunt). A ressecção cirúrgica preconizada nos casos de NrH que não comprometam a função hepática 6. o transplante hepático fica reservado aos casos de NrH com hipertensão portal sintomática com má resposta aos tratamentos modernos ou com doença hepática descompensada. da existência e gravidade de hipertensão portal. Conclui-se que a NrH, por ser considerada uma doença rara, necessita de mais estudos científicos. estudos mostram que o transplante hepático para NrH apresentam uma taxa de sobrevida em cinco anos de 78,3%, mortalidade global de 19,2% nos seis primeiros meses de pós-operatório comparado a uma taxa de sobrevida em dois anos de 85,8 % nos pacientes que não optaram pela realização do transplante6. o prognóstico depende 2 - goritsas,C.; repanti,M.; Papadak, e.; Lazarou, N.; and Andonopoulos,A. Case report: Intrahepatic bile duct injury and nodular regenerative hyperplasia of the liver in a patient with polyarteritis nodosa. Journal of Hepafology, v. 26, p.727-730, 1997. reFerÊNCIAS 1 - Wang, H.; Hsu, P.; Lin, C.; Chan, H.; Chen, W. et al. Nodular regenerative Hyperplasia of the Liver. J Chin Med Assoc, v. 71(10), p.523527, outubro 2008. 3 - Blanc,J.; Balabaud, C.; Bioulac-sage,P. Hyperplasie nodulaire regenerative Nodular regenerative hyperplasia. eMC-Hépatologie.v. 1, p.138–140, 2004. 4 - Ziol, M.; Poirel, H.; Kountvhou, g.; Boyer, o.; Mohand, D.; Mouthon, L.; et al. Intrasinusoidal Cytotoxic CD8+ T Cells in Nodular regenerative Hyperplasia of the Liver - HUMAN PATHoLogY - Volume 35, No. – 10, october 2004. 5 - Malamut, g.; Ziol,M.; suarez, F.; Beaugrand, M.; J. F.; Lascaux, A. s.; et al. - Nodular regenerative hyperplasia: The main liver disease in patients with primary hypogammaglobulinemia and hepatic abnormalities- g. Malamut et al. / Journal of Hepatology, v. 48, p.74–82, 2008. Figura 1: Fígado de volume normal, apresentando formações nodulares hipodensas e parcialmente delimitadas, localizadas no segmento II e transição entre os segmentos III e IV, e V e VIII. A maior localizada entre os segmentos III e IV, medindo 5,7cmx4,8cm, abaulando o contorno hepático nesta topografia. os achados são inespecíficos. 6 - Manziaa, T.; gravanteb, g.; Paoloc, D.; orlandod, g.; Totia, L.; Bellinib M. I.; Cianoa, P.; Angelicoc,M.; Tisone, g. - review Article - Liver transplantation for the treatment of nodular regenerative hyperplasia - Digestive and Liver Disease.p.1-6,2011. ViTória aParT Progress Desafio diagnóstico diagnóstico da icterícia requer novo olhar Alguns diagnósticos são simples demais. Icterícia é um exemplo. Quando o paciente exibe a cor amarelada da pele e das mucosas, o diagnóstico dispensa até a realização de um exame para estabelecer este diagnóstico. Porém, trata-se do diagnóstico de um sinal, e a sua etiologia pode ser um verdadeiro desafio diagnóstico. to do fígado (tamanho, densidade, presença de lesões), condição das vias biliares (dilatadas, não dilatadas), condição da vesícula biliar (distendida ou não, com sinais flogísticos ou não), presença de cálculos em qualquer local investigável e presença de massas relacionadas aos órgãos citados, incluindo pâncreas. Devemos lembrar que o uso de alguns medicamentos pode determinar uma injúria hepática tão importante que o paciente pode apresentar icterícia aguda, sendo a história clínica determinante no auxílio ao diagnóstico. outras vezes, um simples exame laboratorial permite diferenciar uma icterícia direta de uma icterícia indireta, portanto, orientando melhor o médico aos próximos passos da pesquisa diagnóstica ou somando informações para se estabelecer tal diagnóstico. De acordo com os resultados obtidos, podemos estabelecer uma suspeita diagnóstica e traçar um plano terapêutico. Porém, nem sempre é possível chegar à plena certeza deste diagnóstico, e o complemento da investigação se faz necessário. Pode-se perceber, através de exames laboratoriais, que a alteração de outras provas de função hepática estão diretamente relacionadas a um quadro de hepatite ou insuficiência hepática relacionada a outra causa específica, que talvez seja o diagnóstico que se procura. Quando a simplicidade da história clínica, o exame físico e os resultados de exames laboratoriais não permitem estabelecer o diagnóstico, na maioria das vezes, complementamos a rotina propedêutica com exames de imagem. o primeiro exame que é capaz de trazer inúmeras informações a respeito do fígado e das vias biliares é o ultrassom de abdomen superior. Com ele podemos estabelecer condições que serão importantes para guiar o diagnóstico, tais como aspecViTória aParT Progress A tomografia de abdomen superior é capaz de trazer uma série de informações, contudo, possui menor capacidade de visualizar adequadamente cálculos e algumas lesões hepáticas. sua capacidade em visualizar melhor o pâncreas e as lesões peri-hilares torna este exame preferencial nas suspeitas de lesões associadas a tais estruturas. A ressonância de abdomen superior ou a colangiorressonância traz diversas informações preciosas, tanto sobre o fígado quanto sobre as vias biliares, e podem ser determinantes no esclarecimento diagnóstico de um quadro de icterícia de difícil resolução. Mesmo que os exames de imagem nos orientem adequadamente ao diagnóstico, por vezes eles podem não serem capazes de esclarecer a etiologia do problema. Nesses casos, podemos precisar de outros métodos propedêuticos mais avançados e mais invasivos. A cirurgia é certamente o método mais invasivo que podemos lançar mão a fim de estabelecer um diagnóstico. Porém, não é garantido que este diagnóstico seja estabelecido se não for acompanhado de uma equipe cirúrgica bem equipada, que possua grande volume de cirurgias hepato-bílio-pancreáticas e alto grau de suspeição para uma etiologia patológica bem definida. A utilização de ultrassom intraoperatório e a presença de patologista na sala de cirurgia são condições que devem ser preconizadas pela equipe cirúrgica e sem as quais o procedimento cirúrgico pode incorrer em maior dano do que benefício. entretanto, a cirurgia hepa-bilio-pancreática é sempre uma cirurgia de grande porte e que, na situação de icterícia, frequentemente, impõe-se a um paciente idoso ou com múltiplas comorbidades, incorrendo, assim, em grande risco à maioria dos pacientes. A opção da colangiografia endoscópica retrógrada é menos invasiva do que a cirurgia e, muitas vezes, pode não só estabelecer o diagnóstico etiológico como também prover material para histopatológico e promover o tratamento da causa etiológica de forma curativa (extração de cálculos de colédoco e papilotomia) ou de forma paliativa (colocação de stent em papila de Vater ou em colédoco). É uma excelente opção diagnóstica e terapêutica, que também pode ser utilizada em conjunto com a cirurgia em programações terapêuticas mais complexas, como no preparo para cirurgia de um paciente com neoplasia de pâncreas ou de papila. o caso desta paciente a seguir é ainda mais complexo. A condição clínica da paciente não permitiu o tratamento cirúrgico. Todos os métodos diagnósticos anteriores falharam na capacidade de diagnosticar 29 1 É possível verificar a presença de um ponto de obstrução no colédoco, que permite a pequena passagem de contraste para o seguimento distal do mesmo colédoco. 3 Após o cateterismo do trajeto intralesional, é possível passar um dilatador e o stent. 1 em um segundo momento, foram necessárias a cateterização do trajeto intralesional e a passagem do fio guia. 2 a etiologia da lesão e paliar a icterícia, não sendo possível, portanto, iniciar o tratamento da paciente. Para esses casos, existe outra opção diagnóstica que permite uma avaliação completa e anatômica da árvore biliar e que pode ser terapêutica para a icterícia. A realização da colangiografia percutânea é capaz de estabelecer o ponto de obstrução e a causa da mesma e, em algumas situações, é possível desviar o ponto de obstrução e re-estabelecer o fluxo adequado da bile. em algumas situações, a colangiografia percutânea é a única opção antes da cirurgia para acesso e resolução de obstruções da via biliar 30 Percebe-se já neste momento o restabelecimento do acesso ao duodeno e o extravazamento da bile para o intestino delgado. 5 o próximo passo é abrir o stent para que este trajeto possa permanecer aberto após o fim do procedimento. No resultado final percebe-se a comunicação do colédoco proximal ainda dilatado com o duodeno e a presença do stent desde o colédoco até a luz do delgado. 4 em virtude da necessidade de manter uma drenagem efetiva mesmo na falha do stent e acesso seguro à via biliar para possíveis revisões, prefere-se manter um catéter de drenagema biliar externo para estes pacientes. por motivo de existência prévia de derivações biliodigestivas. Na situação da incapacidade de restabelecer o fluxo da bile para o intestino delgado, pode-se, no mesmo momento da realização do exame, estabelecer uma drenagem biliar externa que permitirá ao paciente seguir o tratamento de acordo com a sua condição clínica melhorada. A colangiografia percutânea requer equipe especializada e ambiente cirúrgico, preferencialmente dotado de arco cirúrgico ou hemodinâmica. No caso clínico da paciente em questão, não foi possível estabelecer o diagnóstico através dos exames previamente citados, e a mesma foi sub- 6 metida à colangiografia percutânea. o procedimento de colocação de stent percutânea transhepático e drenagem biliar externa orientada por radioscopia é delicado e de alto risco. As complicações mais comuns são o sangramento e a infecção, e a sua realização é passível de complicações imediatas graves, que podem incorrer em necessidade de cirurgia de urgência e óbito. Nesses casos não só o diagnóstico é desafiador, mas também o tratamento. Dependendo da causa etiológica, seus resultados podem ser paliativos ou curativos. dr. Guilherme Santos Crespo Cirurgião oncológico do Vitória Apart Hospital ViTória aParT Progress News INSTITUTO APreSeNTA bALANÇO PArA AUTOrIdAdeS A diretoria do Instituto de saúde e Cidadania Vitória Apart Hospital realizou um café da manhã no dia 26 de novembro, para apresentar um balanço do ano para deputados federais, estaduais e vereadores da serra. Foram apresentados aos parlamentares os números de atendimentos realizados pelas Clínicas Comunitárias de saúde solidária (CLICs), além das outras ações desenvolvidas pela entidade e seus parceiros. em 2012, foram realizadas duas CLICs, com 7.372 consultas e 1.819 exames, beneficiando moradores dos bairros Jardim Carapina, Boa Vista e José de Anchieta II. As clínicas contaram com a participação de cerca de 1.000 voluntários, entre médicos, acadêmicos e a comunidade local, realizando mais de sete mil consultas quase dois mil exames. Cada clínica contou com a atuação, em média, de 85 médicos e 175 acadêmicos de medicina, enfermagem e farmácia. HOSPITAL reCebe AVALIAdOreS de CerTIFICAÇÃO de QUALIdAde Avaliadores do Instituto Paranaense de Acreditação em serviços de saúde (IPAss) visitaram o Vitória Apart Hospital em agosto, como parte do processo de manutenção do certificado de qualidade Nível 3 (grau máximo) obtido pela instituição, que teve a certificação renovada. A certificação é emitida pela organização Nacional de Acreditação (oNA) e avalia periodicamente o desempenho dos processos de qualidade e o cumprimento de critérios necessários para a prestação de um serviço de excelência na área da saúde. A visita faz parte do processo de manutenção do certificado de excelência do Hospital ViTória aParT Progress As clínicas têm como parceiras a secretaria de estado da saúde (sesa) e a secretaria de saúde da Prefeitura da serra, além de outras entidades de classe na área de saúde e instituições de ensino. o Instituto realizou, ainda, uma Campanha Contra a Automedicação e a Logística reserva do Descarte de Medicamentos, que teve a participação da Anvisa. o evento foi realizado no dia 26 de novembro PrOJeTO Um berÇO PArA A NATUrezA o Vitória Apart Hospital realizou mais uma ação do Projeto Um Berço para a Natureza, desenvolvido pela Perinatal Vitória do hospital, no dia 13 de novembro, em parceria com a secretaria de Meio Ambiente da serra (semma). o projeto, há quatro anos, promove a educação ambiental junto aos alunos da rede pública municipal de ensino, com reflorestamento de áreas degradadas através do plantio de árvores nativas da Mata Atlântica, principalmente em áreas próximas a nascentes de rios. Durante todo o ano, as instituições de ensino trabalham uma agenda do projeto que culmina com o plantio das mudas. os estudantes participam de palestras, oficinas e outras ações, além de receberem orientações sobre a importância do reflorestamento. Nesta edição, o trabalho de reflorestamento aconteceu no sítio Morro do Céu, com 53 alunos da escola Manuel Vieira Lessa, do Bairro José de Anchieta II. Toda a ação é acompanhada por técnicos da semma. são parceiros ainda a Fibria, que faz a doação das mudas, e a Casa do Adubo, responsável por ceder insumos para o plantio. 31