Programa de Transplantes completa três anos

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Impresso
Especial
Contrato:
9912233734/2009-DR/ES
Vitória Apart Hospital S/A
CORREIOS
ciência_comportamento_tecnologia_saúde
ANO III_06_dezembro_2012
Programa de Transplantes
do Vitória Apart Hospital
completa três anos
Progressos
RELATO DE CASO
ESPAÇO ACADÊMICO
Trombose Venosa Profunda:
novos avanços tecnológicos
O impacto da cirurgia nasal
na qualidade de vida
Hiperplasia nodular
regenerativa do fígado
editorial
Instituto: exercício de cidadania e orgulho
Há pouco mais de um ano foi criado o
Instituto de saúde e Cidadania Vitória
Apart Hospital. esse foi um importante
passo para o nosso comprometimento e
relacionamento com a sustentabilidade
e responsabilidade social. Ao longo
desse período, enfrentamos desafios
que nos levaram à aprendizagem.
Hoje, o Instituto está consolidado e
vem cumprindo o seu papel de retribuir à sociedade capixaba o que ela
proporcionou ao hospital. Quando lançamos a proposta, o objetivo era criar
uma instituição capaz de promover um
esforço coletivo para ações concretas,
conjuntas e participativas visando contribuir para o bem-estar e para a qualidade de vida e saúde das comunidades carentes da região.
Nessa busca, construímos parcerias
importantes. entre elas, com a secretaria de estado da saúde (sesa) e com
a secretaria Municipal de saúde da
serra, além de dezenas de faculdades
e instituições, que elevam ainda mais a
nossa credibilidade e a marca do Vitória Apart. Com o apoio dos parceiros,
promovemos eventos que são motivos
de orgulho para todos nós. entre os
exemplos, temos as Clínicas Comunitárias de saúde solidária (CLICs), que,
já em duas edições, realizaram atendimento médico e encaminhamento da
população a exames e tratamentos.
em se tratando de saúde pública, há
uma longa caminhada para se chegar ao nível ideal, mas podemos dizer
que estamos fazendo a nossa parte
e dando exemplos para quem quiser
nos acompanhar.
Destaque também para as campanhas de descarte correto de medicamentos e contra a automedicação com
a participação da Anvisa. são ações
que representam a oportunidade de
executarmos um valor maior e imensurável: o da solidariedade.
em troca, temos a possibilidade de
aperfeiçoar as nossas habilidades,
adquirir novas experiências e nos tornar pessoas mais conscientes e comprometidas com o outro. É claro que,
Carlos Castanheira
Diretor-superintendente
do Vitória Apart Hospital
expediente
Corpo editorial
Cristiana gomes
Flávio Kataoka
glenda Viana
guilherme Crespo
José Aldir de Almeida
João Luiz sandri
Jorge Wilian gadioli
Priscila reverete Matilha
Vinícius gomes da silveira
Walter J. Fagundes
Jornalista responsável
rita Diascanio
Contatus Comunicação
[email protected]
Tel.: (27) 3089-4100
Assessoria de Imprensa
rita Diascanio
Contatus Comunicação
[email protected]
Tel.: (27) 3089-4100
Coordenação
Centro de estudos e Pesquisas
do Vitória Apart Hospital
Jorge Wilian gadioli
[email protected] / [email protected]
Tel.: (27) 3201-5526
marketing do Vitória Apart Hospital
Cyntia Pacova
[email protected]
Tel.: (27) 3201-5529
Contato Comercial
Marketing do Vitória Apart Hospital
[email protected]
Tel.: (27) 3201-5529
editoração eletrônica
Jéssica serafim e sthefany Frassi
Tab Comunicação
Tel.: (27) 3089-4132
revisão
rita Diascanio
Tiragem
300 – Distribuição gratuita – Dirigida
Versão disponível no site do Vitória
Apart Hospital:
www.vitoriaaparthospital.com.br
Vitória Apart Hospital
BR 101 Norte, Boa Vista II, Km 2,38 - Serra/ES
Tels.: (27) 3201-5555 / (27) 3348-5444
sumário
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eNTreVISTA
Programa de Transplantes completa três anos com números animadores
Dr. Flávio Katoaka e Dr. Vinícius gomes da silveira
CUIde-Se
Papilomavírus humano: desafio à saúde
Dra. Ana Noêmia Mariani
em FOCO
Primeiros socorros: salvando vidas
Coordenadora de enfermagem do Pronto-socorro rochele Viana
Bem-me-QUer
eclâmpsia: diagnóstico e tratamento
Dra. Adriana Alves Moana Nogueira
GeSTÃO em SAÚde
Hotelaria hospitalar e humanização como aliados na desospitalização
Turismóloga (Ênfase em Hotelaria Hospitalar) - Coordenadora de
Hotelaria do Vitória Apart Hospital - Joana da silva França
PrOGreSSOS dA medICINA
Trombose Venosa Profunda: novos avanços tecnológicos
Dr. João Luiz sandri
ArTIGO mÉdICO
Condiloma anal gigante: aspectos clínicos
Dr. sander Dias Mota
eSTUdO CIeNTÍFICO
o Projeto europain: um estudo sobre dor em Unidades de Terapia Intensiva
Dr. Cláudio Piras
reLATO de CASO
o impacto da cirurgia nasal na melhora da qualidade de vida
Dr. Antonio Fernando Nogueira Maciel
INSTITUCIONAL
Centro de Tratamento de Queimados: uma referência no Brasil
Dr. Ariosto santos
eSPAÇO ACAdÊmICO
Hiperplasia nodular regenerativa do fígado
Acadêmicas Marilia Vilas Boas reis e Paula Costa Lyrio,
e Dr. Vinicius gomes da silveira
deSAFIO dIAGNÓSTICO
Diagnóstico da icterícia requer novo olhar
Dr. guilherme santos Crespo
NeWS
Notícias do Vitória Apart Hospital
entrevista
Programa de Transplantes completa três anos
dr. Flávio Kataoka e dr. Vinícius Gomes da Silveira
o coordenador do Programa de Transplantes de Órgãos e Tecidos do
Vitória Apart Hospital, doutor Flávio Kataoka, e o responsável técnico pela
equipe de transplante de fígado, doutor Vinícius gomes da silveira, fazem,
nesta entrevista, um balanço dos três anos da implantação do programa na
instituição. o Vitória Apart realiza um trabalho intenso na área de captação
de órgãos e tecidos e investe na capacitação dos profissionais. em três anos
já foram realizados 45 transplantes.
revista Vitória Apart Progress – O
Programa de Transplantes de Órgãos e Tecidos do Vitória Apart Hospital completou três anos. Como o
senhor avalia o trabalho e os resultados obtidos nesse período?
dr. Flávio Kataoka – Como todos os
procedimentos de alta complexidade
em cirurgia, os programas de transplantes de órgãos e tecidos exigem
treinamento específico por parte dos
profissionais envolvidos. Na verdade,
as implantações dos programas passam por uma curva de aprendizado em
que as rotinas são discutidas, os resultados avaliados e as falhas corrigidas.
É um processo dinâmico, em constante avaliação e busca da excelência. os
nossos resultados, nesse curto espaço
de tempo, são muito bons.
O primeiro transplante foi um marco
para a instituição e para o estado,
pois foi o primeiro transplante duplo (rim e fígado) no espírito Santo.
Como o senhor enxerga esse feito?
dr. Vinícius Gomes da Silveira – Foi
um grande desafio. Transplantamos
uma paciente muito grave, com indicação de transplante duplo de rim e fígado. A paciente estava há pouco mais de
uma semana inscrita para os transplantes. Diante da gravidade do caso, confirmada pela pontuação do MeLD, foi
4
rapidamente transplantada. o resultado
desse transplante, excelente sob todos
os aspectos, permitiu o desenvolvimento
do Programa de Transplante Hepático
do Vitória Apart.
Na época, a paciente submetida ao
transplante sofria de insuficiência
renal e fazia sessões de hemodiálise há anos. Como está o quadro de
saúde da paciente hoje?
dr. Vinícius Gomes da Silveira – Vários pacientes transplantados afirmam
que tiveram uma nova oportunidade
de viver, viver uma nova vida. Alguns
chegam a dizer que têm duas datas
de aniversário. Isso não é diferente
com a nossa paciente. Hoje ela tem
uma vida normal, está livre da hemodiálise, pode viajar sem receios, ganhou
peso e mudou literalmente os hábitos.
Mas, como todo paciente transplantado, necessita do uso diário de drogas
imunossupressoras e de acompanhamento médico permanente.
Lenir Martins e Dr. Vinícius da silveira com a 1ª paciente que recebeu transplante duplo de rim e fígado
meira paciente a ser submetida a um
transplante hepático no Vitória Apart e,
em especial, transplante duplo (fígado
e rim). Contudo, houve um envolvimento pleno de médicos, enfermagem e
pessoal administrativo, o que contribuiu com o excelente resultado.
Quais são o papel e a importância
da Comissão Intra-hospitalar de
doação de Órgãos e Tecidos para
Transplantes (CIHdOTT)?
dr. Flávio Kataoka – o principal papel
da CIHDoTT está ligado à busca ativa
de doadores. ocorre uma ação direta
O transplante múltiplo já é por si só
uma cirurgia complexa. A equipe
encontrou alguma dificuldade durante a cirurgia?
dr. Vinícius Gomes da Silveira – o
desafio inicial foi romper o receio dos
colegas envolvidos nos transplantes.
Havia uma preocupação por ser a pri-
Doutor Vinicius gomes da silveira: pacientes transplantados afirmam terem uma nova vida
ViTória aParT Progress
também com os pacientes listados para
transplante e com as equipes transplantadoras. Há, ainda, a realização de cursos de capacitação de pessoal para
busca ativa de potenciais doadores. Já
aconteceram vários cursos, workshop,
jornadas, seminários, simpósios, o 1°
encontro Capixaba das CIHDoTT e há
um treinamento interno constante.
para aumentar o número de doadores.
explicando melhor, um paciente que
evolui para morte cerebral por inúmeras
razões é um potencial doador de órgãos
e tecidos. o primeiro passo é suspeitar
que o paciente evoluiu ou está evoluindo
para a morte cerebral, informar a família
a respeito e, em seguida, fazer a confirmação através de exames específicos.
O Hospital tem investido na capacitação e no treinamento dos profissionais, inclusive, com seminários
e jornadas. Qual a importância dessas iniciativas?
Uma vez confirmada a morte cerebral,
é preciso que a família do paciente
concorde com a doação, mesmo que o
paciente tenha nos seus documentos a
informação de que é um doador de órgãos e tecidos. Com o aumento do número de pacientes com indicação de
transplante de órgãos e tecidos, muitos centros têm realizado transplantes
com doadores vivos para transplantes
de rim, fígado, pâncreas e pulmão.
dr. Flávio Kataoka – É fundamental.
o investimento na qualificação de pessoal permite a melhoria do quadro funcional e consolida o Vitória Apart como
um centro de excelência em transplantes no espírito santo.
Quantos transplantes já foram realizados dentro do Hospital?
dr. Vinícius Gomes da Silveira – Foram dez transplantes de fígado e 35 de
rim. Além disso, o Vitória Apart doou
dez córneas e realizou um transplante
hepático com doador do Hospital. Até
então, tínhamos autorização para executar transplante de rim e de fígado. em
agosto último, recebemos autorização
para transplante conjugado de pâncreas
e rim. Agora, estamos na expectativa de
sermos credenciados para a realização
de transplante de pâncreas isolado.
A fila de espera por transplantes no
espírito Santo ainda é grande. Onde
está o problema?
dr. Flávio Kataoka – A lista de pacientes com indicação de transplantes de
órgãos e tecidos vem aumentando gradativamente sem que haja o número de
doadores suficientes para esse número
crescente de receptores. o governo tem
feito campanhas de conscientização
ViTória aParT Progress
O Hospital desenvolve alguma ação
para facilitar a busca por doadores?
dr. Flávio Kataoka – A CIHDoTT faz
busca ativa diariamente no Hospital. Todo grande hospital tem uma
CIHDoTT. Infelizmente, existem inúmeros problemas que, às vezes, impedem a efetivação de uma doação. Por
exemplo: a família concorda com a doação, mas o paciente doador está com
uma grave infecção que contraindica
a mesma. Como ação para melhorar
a busca ativa, a CIHDoTT tem feito
reuniões com as diversas unidades de
internação do Vitória Apart para que
haja sempre informação na suspeita
de morte encefálica.
mero ideal para a população atual. Precisamos, sim, é melhorar a notificação
de potenciais doadores para que haja
efetivamente uma melhora no número
de doadores. Atualmente, a maior demanda para transplantes no estado é
para transplante de rim.
Quais são os projetos e investimentos
previstos para o Programa de Transplantes do Vitória Apart?
dr. Flávio Kataoka – os investimentos
têm sido constantes. Primeiramente,
foi feita a adequação do espaço para o
funcionamento do Programa de Transplante, envolvendo consultórios médicos, secretaria e miniauditório com
sala de reuniões. o segundo passo é a
aquisição de alguns aparelhos, como
tromboelastograma, bomba de infusão
rápida com aquecedor, ultrassom com
dopller e outros.
Novos credenciamentos devem ser
feitos? Quais?
dr. Flávio Kataoka – estamos em estudo para a implantação de transplantes como o de coração, de pulmão, de
medula e ósseo.
Como o senhor avalia o cenário dos
transplantes no espírito Santo? ele
se equipara aos grandes centros
ou ainda falta algo para se destacar
nessa área?
dr. Vinícius Gomes da Silveira – o
espírito santo dispõe de bons hospitais
e de centros transplantadores em nú-
Doutor Flávio Kataoka comemora autorização para
realizar transplante conjugado de pâncreas e rim
5
Cuide-se
Papilomavírus humano: desafio à saúde
No mundo inteiro, as Doenças sexualmente Transmissíveis (DsTs) continuam atingindo milhões de pessoas.
o papilomavírus humano (HPV – Humam Papilomavirus) é responsável
pela doença sexualmente transmitida
mais comum no mundo.
Mais de 120 tipos de HPV já foram
descritos; cerca de 40 atingem a região anogenital, dos quais, aproximadamente, 18 tipos são oncogênicos –
HPV 16, 18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51,
52, 53, 56, 58, 59, 63, 66, 68 e 82 –,
estando associados a lesões de alto
grau e ao desenvolvimento do câncer. os demais tipos genitais, HPV 6,
11, 42, 43 e 44, são considerados de
baixo risco oncogênicos; estão associados a lesões benignas, como verrugas/condilomas e a lesões de baixo
grau, de improvável progressão para
malignidade.
Epidemiologia do HPV • Informações sobre a infecção relacionada
ao HPV são de fácil acesso a todos
aqueles que desejam saber mais sobre ela. Apesar da grande disponibilidade de informações sobre esse
vírus, sua incidência ainda é elevada,
principalmente em jovens.
estimativas sugerem que há aproximadamente 20 milhões de pessoas
infectadas com o HPV nos estados
Unidos da América, sendo que cerca
de 6,2 milhões de novos casos surgem
a cada ano. Cerca de 1,4 milhão de indivíduos tem condilomas genitais.
No todo, é estimada que uma parcela provável de 75% da população
sexualmente ativa tenha sido exposta
ao vírus em algum momento de sua
vida.³ Apesar de poder infectar tanto os homens quanto as mulheres de
6
As vacinas contra o HPV representam um marco na área de imunização
maneira semelhante, as mulheres são
mais propensas a apresentar sintomas da doença.³
Transmissão viral • A infecção pelo
HPV é muito comum, sendo o vírus
altamente contagioso, podendo ser
transmitido pelo contado direto com
pele ou mucosa contaminada, mesmo
quando não apresente lesões visíveis.
A principal via de transmissão do vírus
é a sexual. No entanto, não se descartam, ainda, a autoinoculação, a transmissão vertical e a inoculação por
meio de fômites.² em relação à transmissibilidade do HPV, salientaremos
alguns dados alarmantes:
• “A frequência da infecção pelo HPV
oncogênico é de 5% a 10% em crianças
antes do início da atividade sexual.4”
• “A probabilidade de transmissão do
vírus, de uma maneira global, varia
de 5% a 100% por ato sexual com
mediana de 40%. Já a probabilidade
de transmissão do HPV 16 em uma
única relação sexual, de homem para
a mulher, é de 60%.5”
• “Após três anos do início da atividade sexual, 48% das mulheres
apresentam infecção cervical pelo
HPV. Após quatro anos do início da
atividade sexual, 63% das mulheres
encontram-se infectadas por algum
tipo de HPV.6”
• “Mulheres jovens que iniciaram a atividade sexual e mantiveram-se com
único parceiro apresentam 28,5% de
risco de contrair HPV no final do primeiro ano e 50% no final do terceiro
(o risco aumenta com parceiro com
maior experiência); 7”
• “Pacientes com positividade para o
DNA do HPV 6 e 11 apresentam cerca
de 60% de risco de desenvolvimento
de verrugas genitais em 24 meses; “
• “estudos prospectivos com 240 estudantes universitários heterossexuais
de 18 a 20 anos, na cidade de Washington, constataram que, em um
seguimento de 24 meses, a incidência cumulativa de novas infecções por
qualquer tipo de HPV foi de 64,2%.
Conclui-se, dessa maneira, que a infecção genital por HPV em homens
jovens é frequente e multifocal. esse
elevado número de casos novos é de
ViTória aParT Progress
extrema importância, visto que os homens infectados são fontes de contaminação para sua parceira. essas
elevadas taxas de infecção por HPV
em homens devem ser consideradas
na formulação de estratégias para a
prevenção da infecção por HPV em
adolescentes do sexo feminino e mulheres jovens; 8”
• “o risco de novas infecções é maior
nas mulheres que já foram infectadas
por um ou mais tipos de HPV que nas
mulheres não infectadas.“
sabe-se que os adolescentes têm iniciado as atividades sexuais cada vez mais
cedo. estimativas apontam que mais de
30% das mulheres jovens e cerca de
47% dos homens brasileiros iniciam a
vida sexual antes dos 14 anos de idade.
o dado preocupante é que a maioria
das mulheres infecta-se com o HPV
nos primeiros anos do início da atividade sexual, entre os 15 e 25 anos,
sendo comum a infecção repetida
e por múltiplos tipos oncogênicos.
Nessa faixa etária, a resistência imunológica na região do colo do útero
é menor, favorecendo a aquisição
das infecções genitais e o desenvolvimento das lesões pré-neoplásicas.
Não existe forma de prevenção 100%
segura, já que o HPV pode ser transmitido até mesmo por meio e fômites.
Calcula-se que o uso de preservativo
consiga barrar entre 70% e 80% das
transmissões; e sua efetividade não
é maior, visto que o vírus pode estar
alojado em outro local, não necessariamente no pênis.
O HPV e as lesões cutâneo-mucosas • entre as manifestações clínicas
causadas pela infecção dos HPVs,
ViTória aParT Progress
destacam-se as verrugas cutâneas
e mucosas. os tipos 6 e 11 são os
principais responsáveis por cerca de
90% dos casos; verificam-se sobretudo em populações adultas e sexualmente ativas, sendo mais frequentes
nas mulheres (dois terços dos casos).
embora seja extremamente rara, outra
preocupação de saúde relacionada
a certos tipos de HPV é a chamada
papilomatose respiratória recorrente,
que, geralmente, desenvolve-se em
crianças nascidas de mães portadoras dos tipos de HPV que causam a
colo uterino. A relação entre esse
tipo de câncer e a infecção pelo HPV
é bem estabelecida. o DNA do HPV
de alto risco tem sido detectado na
maioria dos espécimes de câncer
cervical invasivo (de 92,9% a 99,7%).
“mais de 120 tipos
de HPV já foram
descritos. Cerca de
40 atingem a região
anogenital, dos quais
18 são oncogênicos,
estando associados
a lesões de alto grau
e ao desenvolvimento
do câncer”
Apesar da baixa probabilidade de
evolução, o número de casos novos
dessa neoplasia esperado para o Brasil, em 2010, foi de 18.430, com um
risco estimado de 18 casos a cada
100 mil mulheres. em nosso país,
esse tumor situa-se como a terceira
neoplasia maligna mais prevalente
entre a população feminina, apenas
suplantada pelo câncer de pele (não
melanoma) e pelo câncer de mama. É
também considerada a quarta causa
de morte por câncer em mulheres.
maioria das verrugas genitais.¹¹
enfatizamos, principalmente, as manifestações mencionadas a seguir
como relacionadas à infecção pelos
HPVs de alto risco: Neoplasias Intraepiteliais (NI) de diferentes localizações, incluindo Cervical (NIC),
Vaginal (NIVA), Vulvar (NIV), Peniana
(NIP) e Anal (NIA);
entre as lesões anteriormente mencionadas, destacamos o câncer do
embora se saiba que mulheres jovens
com HPV têm o risco aumentado para
desenvolver câncer cervical, menos
de 1% daquelas portadoras dos tipos
oncogênicos evoluirão dessa maneira. Todavia, ainda não é possível determinar quem evoluirá para a cura
espontânea ou para o câncer.
Dessa maneira, o melhor caminho
contra a infecção pelo HPV é a prevenção, visto que, após essa ocorrência,
apenas o sistema imune conseguirá
destruir o vírus. Não existem drogas
viricidas capazes de destruí-lo.
Prevenção • É fato bem conhecido
que o câncer do colo uterino é uma
doença evitável. sua evolução, na
maioria dos casos, dá-se de forma
lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. Dessa
maneira, para a redução da incidência
desse tipo de tumor, são necessárias
estratégias de prevenção adequadas
que devem ser estimuladas pelo go7
Cuide-se
verno e pelos órgãos da saúde.1
A prevenção primária, de maneira geral, consistiria em evitar o aparecimento da doença por meio de intervenção
no meio ambiente e em seus fatores de
risco. No caso do câncer cervical, a
prevenção versaria sobre o estímulo ao
uso de preservativos, à prática de sexo
seguro, evitando-se comportamentos
sexuais de risco, e à aplicação de vacinas profiláticas anti-HPV, medidas que
evitariam a infecção pelo HPV.
A prevenção secundária ou rastreamento do câncer cervical serve para identificar pessoas na população em geral
que possam ter lesões precursoras de
um câncer (as NICs). ou, quando isso
não for possível, detectá-lo em estágios
iniciais quando diagnosticado. A sobrevida e a qualidade de vida são bem
mais animadoras nesses casos.
Apesar das elevadas taxas do câncer, observa-se que os impactos psicológicos, sexual, emocional, de autoimagem e o medo de transmissão,
no caso das verrugas genitais, são
de maior amplitude que as alterações
de citologia ou na ocorrência do pré-câncer. o condiloma é uma DsT, e
a mulher consegue visualizá-lo, criando situação constrangedora. Pode
desenvolver-se em qualquer pessoa,
independentemente de classe social
e escolaridade, e seu aparecimento
pode ocorrer de maneira inesperada.
Vacinas • As vacinas contra o HPV representam um marco na área de imunização, particularmente na ginecologia,
como as mais novas ferramentas para
combater o câncer cervical, vaginal, vulvar e as verrugas genitais. As vacinas
contra HPV contêm partículas semelhantes a vírus (Vírus Like Particules - VLPs),
as quais foram obtidas mediante à síntese e ao autoarranjo in vitro das proteínas
principais do capsídeo do HPV (L1).
8
essas proteínas são morfologicamente idênticas aos virions de HPV, mas
não contêm DNA viral e não podem
transmitir o vírus nem ocasionar doença, porém, induzem à geração de anticorpos neutralizantes e à formação
de células de memória que conferem
proteção contra a aquisição de HPV.
Conclusão • os programas de vacinação em larga escala são altamente
eficazes para o controle de morbidade e a mortalidade associadas às
doenças, como poliomielite, varíola,
tétano, febre amarela, sarampo e rubéola, entre outras.
em razão das elevadas prevalências
das altas taxas de contágio e das várias manifestações clínicas associadas à infecção por HPV, a vacinação
tem o potencial de reduzir a incidência de doenças relacionadas ao HPV
que, em geral, apresentam morbidade e mortalidade significativas no
mundo todo. Dentre elas, destaca-se
o câncer de colo do útero, cujas taxas continuam elevadas em certas
regiões, apesar dos programas de
prevenção baseados no exame de
Papanicolaou, os quais, quando organizados e com elevada cobertura
populacional, provocaram a redução
de casos, principalmente em países
mais desenvolvidos.
níveis, destacando-se as questões relativas às infecções de transmissão sexual, incluindo comportamento sexual,
conhecimento das doenças, sua transmissão e risco de câncer e, sobretudo,
a ampla discussão das estratégias disponíveis para sua prevenção, além de
informação clara sobre as propriedades da vacina de HPV, sua segurança,
eficácia e durabilidade.
os médicos e demais profissionais
da saúde têm um papel fundamental
nesse processo, uma vez que sua
atitude em relação à recomendação
do uso da vacina de HPV influencia
sua aceitação por pais, adolescentes
e pela população em geral.
De fato, a aplicação de medidas eficazes para a prevenção de milhões
de infecções e tumores causados por
HPV só ocorrerá com a devida percepção do elevado risco de aquisição e transmissão dessas infecções
e doenças que afetam tanto mulheres
quanto homens em todo o mundo.
Ao contrário, em países onde muitas
mulheres não têm acesso a programa
de rastreamento, o câncer de colo de
útero continua sendo a principal causa
de morte por câncer. Deve ser considerado, além disso, que são diversas
as patologias associadas ao HPV, afetando milhões de mulheres e homens a
cada ano, em todo o mundo.
Finalmente, a vacinação contra HPV
deve vir acompanhada de uma série
de ações educacionais, em todos os
dra. Ana Noêmia mariani
ginecologista, obstétra e sexóloga
no Vitória Apart Hospital
ViTória aParT Progress
CES/ES
ViTória aParT Progress
FEDERAÇÃO DAS
ASSOCIAÇÕES
DE MORADORES DA SERRA
9
em foco
Primeiros socorros: salvando vidas
Você já parou para pensar sobre quem
apareceria primeiro para atendê-lo em
casos de um mal-estar súbito ou de um
acidente? e para pensar que na maioria das vezes não existe por perto uma
equipe de profissionais qualificados e
especializados? ou ainda uma ambulância (serviço de atendimento móvel
de urgência) para prestar os primeiros
atendimentos? em geral, a primeira
pessoa a aparecer nessa cena para
ajudar é leiga, sem formação em
saúde e sem conhecimentos sobre o
que fazer, nos mais simples atendimentos de emergência.
As situações de emergência ocorrem
com certa frequência e exigem uma
atuação muito rápida. No entanto,
quando acontecem, as reações das
pessoas são as mais diversas. Algumas não se manifestam porque não
sabem mesmo o que fazer, enquanto
outras, sabendo ou não o que fazer,
permanecem estáticas, paralisadas
pelo pânico ou pelo medo, incapazes
de tomar qualquer atitude. outras ainda reagem corajosamente e enfrentam
a situação mesmo desconhecendo a
melhor forma de fazê-lo e, muitas vezes, até provocam novas lesões no
acidentado ou a si mesmas, tornando-se vítimas na cena.
Atitudes de coragem ou de medo são
da natureza humana. entretanto, é importante saber controlar tais sentimentos para agir adequadamente nas situações de emergência, que na maioria
das vezes exigem do socorrista iniciativa, tranquilidade e certa liderança ao
prestar esse tipo de atendimento.
existem várias maneiras de ajudar. e
aqueles primeiros procedimentos realizados na vítima por pessoas comuns
até a chegada de um atendimento mé10
dico especializado, a fim de manter
suas funções vitais e evitar seu agravamento, são denominados primeiros
socorros.
Diversas situações podem precisar de
primeiros socorros. As situações mais
comuns são atendimentos às vítimas
de acidentes automobilísticos, afogamentos, atropelamentos, incêndios,
acidentes industriais, tiroteios ou atendimentos a pessoas que passem mal
por ataque cardíaco, crises convulsivas e outras.
Tão importante como saber prestar os
primeiros socorros é saber chamar por
ajuda (assistência médica especializada e/ou ambulância). Ao chamar por
ajuda, o socorrista deve sempre procurar ser o mais direto e objetivo possível
e, ao mesmo tempo, passar o maior número de informações (endereço, ponto
de referência, tipo de acidente, número
de vítimas e condição da vítima).
É muito importante salientar que antes
da abordagem a uma vítima, o socorrista deverá fazer uma rápida avaliação do
cenário, que indicará as suas prioridades e prevenir que o socorrista não se
torne mais uma vítima na cena. Antes
de se aproximar da vítima, o socorrista
deve certificar-se de que o local onde
se encontra a vítima está seguro, analisando a existência dos possíveis riscos.
Uma vez definido e analisado o cenário,
a ação do socorrista, então, deve ser
dirigida para a avaliação da vítima.
Todo procedimento de primeiros socorros inicia-se com a avaliação das
condições da(s) vítima(s). o socorrista
deve observar, primeiramente, o nível
de consciência da mesma, chamando-a pelo nome ou tocando-a fortemente
na região dos ombros. se não houver
nenhum tipo de resposta à solicitação
verbal e/ou dolorosa, o socorrista pode
considerar que a vítima já está em um
estágio de inconsciência, no qual o cérebro não mais recebe oxigênio e que
por falta desse pode levar a sequelas
graves e/ou a morte.
Nesse momento, é de suma importância acionar imediatamente um socorro especializado (samu – serviço de
Atendimento Móvel de Urgência) e, só
depois, iniciar o atendimento à vítima.
Caso o socorrista esteja sozinho, ele
mesmo deverá realizar tal chamado,
mas, caso existam dois ou mais socorristas, um deles deverá acionar ajuda
enquanto o outro dá continuidade à
avaliação das condições da vítima.
Posteriormente, a ação do socorrista
deve ser rapidamente dirigida para
a avaliação da respiração e da circulação (batimentos cardíacos e/ou
pulso) da vítima.
sabemos que a respiração é crítica para
a sobrevivência do organismo, e que o
cérebro tem lesões irreversíveis em no
máximo seis minutos após a interrupção
da respiração, e que, após dez minutos,
a lesão cerebral é quase certa. Para
verificar a respiração, o socorrista deve
flexionar a cabeça da vítima para trás
(evitando, assim, a queda de língua), colocar o seu ouvido próximo à boca do
acidentado, e ao mesmo tempo, observar o movimento do tórax. se não houver movimentos respiratórios, isso indica
uma parada respiratória.
Já a circulação é inicialmente avaliada
pelos batimentos cardíacos e/ou pulso,
sentido através da palpação das artérias carótidas (localizadas uma a cada
lado do pescoço) e/ou artérias femorais
(localizadas uma a cada região inguiViTória aParT Progress
nal). Dada a complexidade da avaliação
do pulso, principalmente por leigos, tal
avaliação não deve ultrapassar a cinco
segundos. Do contrário, diante da dúvida, deve observar se a vítima apresenta
sinais de circulação: respira? Tosse? se
movimenta? Caso esses sinais sejam
negativos, o socorrista deve considerar
que a vítima está sem circulação e, portanto, em parada cardíaca.
o estado de inconsciência, somados à
ausência de respiração e à ausência de
circulação da vítima, é chamado de Parada Cardiorespiratória (PCr). e, nesses casos, as compressões torácicas
devem ser iniciadas imediatamente pelo
socorrista, de modo a promover uma circulação artificial para a vítima até a chegada do socorro médico especializado.
Para a realização das compressões torácicas, o ponto no tórax da vítima deve
ser sempre no terço inferior do esterno,
na linha entre os mamilos. Manter a vítima deitada de barriga para cima, em
uma superfície rígida e plana, apoiar a
palma de uma das mãos sobre o ponto
de massagem, sem encostar os dedos
na vítima, e a outra mão posta sobre a
primeira, entrelaçando ou não os dedos. Manter os braços esticados e sem
flexioná-los, fazer a compressão com o
peso do tórax do socorrista e realizar
cerca de 100 compressões por minuto.
o socorrista deve verificar a cada minuto se a vítima voltou a respirar ou
a ter pulso. Caso contrário, deverá
continuar com as compressões até
a chegada do socorro médico especializado, checando sempre a cada
minuto a respiração e o pulso.
se a vítima for uma criança, o socorrista
deve usar somente uma das mãos na
realização das compressões torácicas.
Já nos casos dos bebês, ela deve ser
feita apenas com os dois dedos (indicador e médio).
É importante lembrar que a tarefa do
socorrista restringe-se sempre a prestar os primeiros socorros, podendo salvar a vida da pessoa socorrida. e com
a chegada da equipe médica especializada, a liderança das ações passa a
ser do médico ou do enfermeiro. Por
questão de cidadania, de humanidade ou principalmente de necessidade, devemos sempre dispor a ajudar
o próximo, na tentativa de salvar vidas
ou ainda minimizar sequelas, oferecendo uma maior qualidade de vida a
essas vítimas.
rochele Viana Gomes
Coordenadora de enfermagem do
Pronto-socorro do Vitória Apart Hospital
Diagnósticos precisos com versatilidade no
atendimento.
*O M-Turbo SonoSite é portátil e possibilita o atendimento a pacientes acamados.
www.angiolabvitoria.com.br | Vitória Apart Hospital 27 3348 5622
ViTória aParT Progress
11
Bem-me-quer
eclâmpsia: diagnóstico e tratamento
A eclâmpsia é a ocorrência de convulsões generalizadas
durante a gravidez, trabalho de parto ou dentro de sete dias
pós-parto e não causadas por epilepsia ou outras síndromes
convulsivas. ou seja, é a fase convulsiva da pré-eclâmpsia
(Pe), constituindo, com a síndrome HeLLP, as formas mais
graves das síndromes hipertensivas da gestação.
os distúrbios hipertensivos da gestação estão entre as principais causas de morbidade-mortalidade materna e perinatal, estando presentes em 7,5% das gestantes brasileiras.
Classificação dos distúrbios
hipertensivos da gestação
• Pré-eclâmpsia (Doença Hipertensiva específica da
gravidez-DHeg): leve/grave/eclâmpsia
• síndrome HeLLP
• Hipertensão arterial crônica
• Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta
• Hipertensão gestacional
Antes de falarmos sobre a eclâmpsia, teremos primeiro que
definir a pré-eclâmpsia. A pré-eclampsia é a entidade que
se manifesta entre a 20ª semana de gravidez e o final da
primeira semana depois do parto, ocorrendo em 5% a 10%
das gestações. Caracteriza-se por tensão arterial elevada
(hipertensão) acompanhada pela eliminação de proteínas
pela urina (proteinúria) ou de retenção de líquidos (edema).
Fatores ou condições que
intervêm na incidênciada Pe
• gravidez em mulheres com idade superior a 40 anos ou
menor de 18
• História familiar de pré-eclâmpsia
• Pe em gestação anterior
• gravidez múltipla
• Diabetes mellitus
• Doença renal crônica
• Intervalo prolongado entre gestações
• gestações com doenças autoimunes
• Primeira gestação
• Mola hidatiforme
• obesidade
• raça negra
12
diagnóstico
o diagnóstico da Pe é dado pela tríade: edema, proteinúria
e hipertensão. É considerada hipertensão na gestação uma
PAs maior ou igual a 140mmhg e PAD maior ou igual a 90
mmhg (Pe leve).
o edema da Pe é um edema generalizado e há ganho de
peso excessivo em um curto período de tempo (ganho de
peso superior ou igual a 500g/1 semana). ele não é um critério diagnóstico para Pe, pois pode ser um tanto comum em
gravidezes normais. A proteinúria é considerada significativa
quando há excreção de 300mg ou mais de proteína em 24h.
exames laboratoriais auxiliares
para o diagnóstico da Pe
• Hemograma • Uréia • Creatinina • Ácido úrico
• Desidrogenase lática • Bilirrubinas • eAs
• Proteinúria de 24h • Tgo • TgP • Dopplerfluxometria fetal
Na ausência de proteinúria, a presença de Pe é altamente suspeita se houver cefaléia persistente, visão turva,
dor abdominal (epigastralgia) ou alterações laboratoriais, tais como plaquetopenia, elevação do ácido úrico,
alteração das enzimas hepáticas e funções renais.
A pré-eclâmpsia grave é caracterizada por PAs maior ou
igual a 160mmhg e PAD maior ou igual a 105mmhg, proteinúria maior ou igual a 2g/24h, oligúria(<400 ml/24h),
aumento da creatinina sérica (>1,2 mg/dl), alteração da
função hepática, hiperbilirrubinemia, aumento da desidrogenase lática, plaquetopenia, presença de sinais de
iminência de eclâmpsia (visão turva, diplopia, escotomas cintilantes, cefaléia, tontura e perda da consciência,
dor epigástrica persistente), edema pulmonar, hemorragia retiniana, CIUr e oligodramnia.
o diagnóstico da eclâmpsia é basicamente clínico, quando são observadas convulsões do tipo tônico-clônico e
generalizadas que podem se apresentar numa sequência de quatro períodos: primeiro período ou de invasão;
segundo período ou de contrações tónicas; terceiro período ou de contrações clônicas; e quarto período ou
coma pós-convulsivo.
ViTória aParT Progress
A ressonância magnética é utilizada em casos de dúvidas
(raras) ou finalidade acadêmica, podendo encontrar lesão
de hipersensibilidade parieto-occipital devido à edema vasogênico e/ou citotóxico, que é o causador das crises convulsivas.
Profilaxia da eclâmpsia
resume-se no tratamento criterioso da Pe e, particularmente, nos casos em que se manisfesta a iminência de eclâmpsia, devendo-se lançar mão de drogas sedativas, anticonvulsivantes e a precoce e oportuna interrupção da gestação.
Tem que se levar em conta na conduta da Pe: a condição
socioeconômica da paciente, idade gestacional, gravidade
do quadro, associações mórbidas e recursos hospitalares.
medidas a serem
consideradas na pré-eclampsia
1. Internação: na Pe leve pode ser dispensada a depender
da condição socioeconômica da paciente. Porém, deve ser
obrigatória em todos os demais casos.
2. repouso em DLe preferencialmente. reduz níveis
pressóricos, melhora o fluxo renal e aumenta a filtração
glomerular, diminui a contratilidade uterina e a hipertonia.
3. Dieta: recomenda-se a hipossódica e hiperproteica.
4. Terapêutica medicamentosa feita através de:
a. sedativos (barbitúricos ou diazepínicos).
b. anti-hipertensivos: o número de drogas utilizadas na pré-eclâmpsia é vasto. Dentre elas: bloqueadores beta-adrenérgicos (propranolol, pindolol, atenolol); alfa-bloqueadores
de ação central (exemplo: metildopa e clonidina); antagonoistas adrenérgicos de ação periférica, bloqueadores alfa
e beta-adrenérgicos, vasodilatadores (ex: hidralazina, nitropussiato de sódio); e antagonista do cálcio (ex: nifedipina).
A nifedipina, a hidralazina e a metildopa são as drogas mais
utilizadas. o nitroprussiato de sódio é utilizado somente em
casos graves e após a interrupção da gestação. Ainda deve
ser destacada a terapia preventiva anticonvulsivante. A medicação de escolha é o sulfato de magnésio, devendo ser
utilizada previamente à cesárea onde existam sinais de iminência de eclâmpsia (visão turva, dor epigástrica, escotomas). É utilizado por até 24 horas após o parto em casos de
eclâmpsia e Pe grave. esta medicação deve ser usada com
ViTória aParT Progress
rigoroso monitoramento (reflexo tendinoso presente, diurese
maior ou igual a 25-30ml/h e respiração maior ou igual 16
movimentos por minuto) e sempre ter seu antídoto, o gluconato de cálcio a 10%, em mãos em caso de necessidade.
se mesmo com a profilaxia da Pe, o quadro da paciente
evoluir para a eclâmpsia, deve-se tratar inicialmente as convulsões e os distúrbios metabólicos maternos e, logo após,
a gestação deverá ser interrompida, sendo a via de parto de
indicação obstétrica.
medidas de tratamento na eclâmpsia
• Aspirar secreções e manter vias aéreas livres
• oxigenação
• Utilização do sulfato de magnésio nas doses preconizadas
• sonda vesical
• sonda nasogástrica
• exames laboratoriais
• Avaliação da vitalidade fetal
• Anti-hiperetensivos
• Conduta obstétrica: avaliar a interrupção da gestação em
momento oportuno
• Formas complicadas e descompensadas, transferir a paciente para a UTI
dra. Adriana Alves moana Nogueira
ginecologista e obstetra do Vitória Apart Hospital
Fontes: obstetrícia Básica-Bussâmara Neme
obstetrícia Fundamental: rezende Monteiro
Programa de Atualização em ginecologia e obstetríciaFebrasgo e Associações.
13
Gestão em saúde
Hotelaria hospitalar e humanização
como aliados na desospitalização
os benefícios gerados pela Hotelaria Hospitalar aos clientes de saúde, através da hospitalidade e humanização, são
muitos. o mercado de saúde se apresenta cada vez mais dinâmico e com ofertas de serviços diferenciados que
contribuem para a melhoria do quadro clínico do paciente, por meio do conforto oferecido no ambiente físico e da
segurança, mas, principalmente, através da arte de bem receber.
o serviço de Hotelaria Hospitalar, aliado à hospitalidade e à humanização,
promove melhorias consideráveis dentro de uma instituição, que se refletem
na satisfação dos clientes internos e
externos. Por meio da implantação
desse serviço, é possível minimizar o
índice de reclamações, reduzir gastos,
padronizar processos, reorganizar tarefas, diminuir o tempo de espera de
um paciente para ser atendido, oferecer conforto e aumentar o faturamento,
a rentabilidade e a margem operacional de lucro das empresas de saúde.
o cliente recebe a assistência de que
necessita, sente-se seguro, respeitado e, a partir daí, pode emitir um juízo
de valor favorável ao atendimento. Portanto, a existência da Hotelaria Hospitalar condiciona os clientes a optarem
por uma empresa em detrimento de
outra, de modo que a escolha se dará
pela instituição que possuir o serviço
de forma mais bem estruturada. Nesta
perspectiva, toda assistência está diretamente relacionada à hospitalidade, à
humanização e ao processo de acolhimento desde a entrada do cliente até
o momento em que ele deixa a empresa. No processo de desospitalização
é fundamental que os familiares sejam
bem instruídos, porque na maioria das
vezes o paciente encontra-se debilitado e dependente.
Pode-se compreender a desospitalização como uma tendência na saú-
14
de, porque oferece vantagens tanto
para pacientes quanto para hospitais
e operadoras de saúde. Para os pacientes, o tratamento domiciliar representa uma opção para transformar os
momentos de dor dentro dos hospitais
em momentos de maior tranquilidade,
conforto e privacidade. Através do auxílio de recursos tecnológicos, da assistência de profissionais qualificados
e da presença da família, o doente
apresenta melhoria das suas condições psicológicas e consequentemente se recupera mais rápido. Além
disso, o paciente fica resguardado de
contrair infecções relacionadas à Assistência à saúde (irAs).
Para realizar esse trabalho existem as
opções de outros empreendimentos
de saúde, tais como: hospitais/clínicas de retaguarda; casas de repouso
(atendimento a idosos); e home care,
cujo objetivo é cuidar da saúde dos
pacientes dentro de seus próprios lares ou em locais que se assemelham
ao ambiente doméstico, contando
com o convívio familiar mais próximo.
Nesta perspectiva, também existe o
serviço de “Hospital Dia”, oferecido
pelas clínicas e casas de repouso,
onde o paciente permanece pelo período de oito ou doze horas recebendo
cuidados específicos e/ou intensivos,
ou até mesmo participando de terapias ocupacionais e de socialização.
em todos os casos, o relacionamento
próximo com hospitais de referência é
indispensável.
os hospitais e os planos de saúde têm
interesse econômico-financeiro em que
os pacientes crônicos ou de longa recuperação migrem para tais tipos de
instituições sem causar-lhes prejuízo
na assistência nem gerar insatisfação
aos clientes (pacientes e familiares). No
caso dos hospitais, a desospitalização
representa vantagens do ponto de vista
da redução de custos e despesas, já
que a migração diminui a taxa de permanência dos pacientes clínicos.
Desse modo, aumenta a rotatividade
de pacientes e, automaticamente, a
oferta do número de leitos disponíveis
para casos cirúrgicos e patologias
mais graves. No caso das operadoras de planos de saúde, também é
interessante reduzir os custos com
as elevadas taxas de diárias hospitalares. No entanto, ainda existe uma
forte tendência dessas operadoras
em resistir à contratação de serviços
prestados em instituições de saúde de
retaguarda (casas de repouso, home
care), provavelmente por acreditarem
que o procedimento seja considerado
dispensável, já que o paciente foi liberado de uma internação hospitalar.
Mesmo diante de tais circunstâncias,
várias operadoras têm percebido que
há muitos pacientes necessitando de
cuidados que podem ser ministrados
ViTória aParT Progress
gestão em saúde
em instituições de saúde de menor
porte, mas que tenham capacidade de
prestar um atendimento de qualidade.
em alguns casos, a solicitação parte
dos próprios familiares. Nessa situação, são firmados convênios entre as
empresas prestadoras de serviço e as
operadoras, com intuito de humanizar
a assistência ao paciente e minimizar
os riscos à sua saúde.
De qualquer forma, este é um processo que demanda tempo para ser
concretizado e que necessita de conscientização tanto do paciente e dos
seus familiares como das operadoras
de planos de saúde. especificamente
no caso das operadoras, a adesão a
esse “novo” modelo tende a ocorrer
de maneira mais rápida e concreta,
visto que a desospitalização representa redução de custos com internações de longa permanência. Assim,
o cenário atual aponta para um novo
conceito: o gerenciamento de Casos
Crônicos, uma tendência que visa ao
monitoramento e cuidado de pacientes reconhecidamente crônicos, parcial ou totalmente dependentes, e que
necessitem de profissionais de áreas
distintas para complementarem seus
conhecimentos na assistência.
existem estudos na área da Hotelaria
Hospitalar mostrando que há possibilidade de proporcionar conforto e comodidade a pacientes fora dos hospitais, ou seja, dentro de instituições de
saúde de menor porte e até mesmo
na assistência domiciliar, através da
hospitalidade, da humanização e do
cuidado oferecido pelos profissionais
que prestam assistência. Nas clínicas
e casas de repouso, a maneira como
o paciente será acolhido contribuirá
ou não para seu bem-estar. Além da
assistência prestada por profissionais
e dos recursos tecnológicos, o paciente também pode desfrutar de um local
aconchegante, arejado, limpo e organiViTória aParT Progress
zado. esses são alguns aspectos responsáveis pela sua recuperação indireta, uma vez que o paciente se sentirá
melhor se estiver em um ambiente satisfatório às suas necessidades físicas
e psicológicas.
Desse mesmo modo, a decoração,
juntamente com a composição ideal de cores, pode servir de estímulo
para uma pessoa debilitada. Contar
com espaços ao ar livre, jardins, locais
para a prática de exercícios físicos, recreação e terapia ocupacional fazem
a diferença na recuperação. Quanto
melhor for a infraestrutura, mais seguros se sentirão o paciente e seus familiares. A desospitalização pode ser,
dessa maneira, uma alternativa para
contribuir com o pronto restabelecimento do paciente se comparada ao
prolongado período de internação.
A profissionalização e a responsabilidade socioambiental são imprescindíveis
para uma empresa de saúde. Por isso,
a preocupação com diversos aspectos:
controle de infecção; gerenciamento de
resíduos; escolha de parceiros e fornecedores em conformidade com as
legislações específicas; recrutamento
e seleção de profissionais qualificados;
treinamentos e capacitação constantes
das equipes de colaboradores (inclusive os da higienização, já que possuem
um papel fundamental para o controle
de infecção), contribuirão para o sucesso ou o fracasso da recuperação do
paciente. A qualidade da prestação do
serviço está diretamente relacionada à
preocupação dos gestores em investir
no serviço de Hotelaria Hospitalar, mas
principalmente em capacitar as equipes para prestar a assistência adequada aos clientes de saúde (pacientes,
acompanhantes e visitantes).
Joana da Silva França
Turismóloga – Coordenadora de Hotelaria do
Vitória Apart Hospital
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15
Progressos da medicina
Trombose Venosa Profunda:
novos avanços tecnológicos
Para todo o tipo de cirurgia, existe um percentual pequeno de incidência estatisticamente já conhecido, mas é bom
lembrar que a cirurgia aumenta em oito vezes o risco de TVP no indivíduo. Por isso, temos no Vitória Apart Hospital
vários protocolos em uso e em desenvolvimento. os mais pertinentes são os chamados Cirurgia segura e o “safety
Zone” (Zona segura), onde existe a profilaxia estabelecida da TVP, dentro do Centro Cirúrgico, diminuindo assim o
risco de uma trombose venosa para o paciente.
A Trombose Venosa Profunda (TVP)
tem sido alardeada na mídia. Há pouco tempo foi mostrada nos jornais
como causa de morte de uma jovem
de 23 anos, atleta, assustando a população com essa possibilidade. então, vamos esclarecer alguns aspectos a respeito da TVP.
Primeiro: o que é a trombose venosa?
É a coagulação do sangue dentro de
uma veia dos membros inferiores, e
isso pode acontecer numa pequena
extensão, numa veia da panturrilha;
pode ser um pouco maior, numa veia
da coxa; e numa situação mais grave
e complicada, em todas as veias de
um membro inferior, quando chamamos de TVP iliofemoral.
Uma trombose venosa, geralmente,
evolui muito bem com poucas complicações, mas duas grandes complicações podem surgir. Uma em
curto prazo, na fase aguda, chamada
embolia Pulmonar, onde o trombo ou
coágulo se desloca para o pulmão.
A outra vem de uma TVP extensa
(iliofemoral) no membro, onde geralmente não é oferecido o melhor tratamento, ou por contraindicaçãoes o
tratamento não pode ser executado, e
a forma tradicional de tratamento leva
o paciente a desenvolver, após algum
tempo (geralmente de 2 a 10 anos),
complicações na perna afetada. Chamada Insuficiência Venosa Crônica,
16
se caracteriza por uma perna inchada, manchada, eventualmente com úlcera, mas sobretudo com uma grande
limitação da qualidade de vida.
“Um alerta
deve ser feito.
a TVP pode
ocorrer durante
a internação.
mas na maioria
das vezes
ocorre quando o
paciente está
em casa”
A TVP é relativamente frequente sob
várias formas clínicas, mais ou menos
intensas, e mais ou menos perigosas. A TVP deve ser sempre tratada
e avaliada por um angiologista. seus
principais sintomas são a dor e a inchação (edema) numa perna, sendo
muito raro ocorrer em ambas. suas
causas são várias e as mais comuns
estão ligadas a um fator desencadeante, que pode ser qualquer tipo de
cirurgia, uso de pílulas anticoncepcio-
nais, gestação e parto, ou alterações
genéticas da coagulação, conhecidas
como trombofilia.
Para todo o tipo de cirurgia, existe um
percentual pequeno de incidência
estatisticamente já conhecido, mas é
bom lembrar que a cirurgia aumenta
em oito vezes o risco de TVP no indivíduo. Por isso, temos no Vitória
Apart Hospital vários protocolos em
uso e em desenvolvimento. os mais
pertinentes são os chamados Cirurgia
segura e o “safety Zone” (Zona segura), onde existe a profilaxia estabelecida da TVP, dentro do Centro Cirúrgico, diminuindo assim o risco de uma
trombose venosa para o paciente.
os constantes conhecimentos, estudos e desenvolvimento nesse campo
da Trombose Venosa fizeram a equipe
de Angiologia e de Cirurgia Vascular
e endovascular-Medicina Vascular do
Vitória Apart Hospital estar à frente do
tratamento dessa doença venosa com
várias técnicas no Brasil.
Dentre elas, estão o tratamento endovascular da síndrome de May-Thurner, uma compressão venosa dentro
do abdome, que é uma frequente
causa de TVP na perna esquerda, e a
Fibrinólise ou Trombólise, que é o uso
de drogas através de catéteres especiais colocados dentro do trombo e
que, literalmente, dissolvem os trombos. essa é uma técnica usada em
ViTória aParT Progress
à disposição do Vitória Apart Hospital,
chama-se Angiojet (foto) e é o dispositivo com o qual são utilizados catéteres
específicos do conjunto. Com eles, realiza-se a aspiração dos trombos dentro da veia sem utilizar uma dose grande da droga trombolítica, diminuindo o
tempo de tratamento do paciente.
casos muito especiais e de indicação
restrita, pela sua complexidade.
A profilaxia da TVP é feita de várias
formas, sendo utilizada uma tabela,
um escore, onde a pontuação indica
o tipo de profilaxia a ser seguida no
protocolo safety Zone. Um alerta aos
pacientes deve ser feito. A TVP pode
ocorrer durante a internação, quando
essa é prolongada. Mas na maioria
das vezes ocorre quando o paciente
já está em casa, e em geral depois de
10 a 15 dias.
Portanto, qualquer que tenha sido a cirurgia, se o paciente sentir dor na perna ou
inchar a sua perna, atenção: reporte-se
ao cirurgião imediatamente e relate os
sintomas. o diagnóstico é muito simples.
É feito com ultrassom vascular, o ecoDoppler, que confirma ou afasta a existência de uma trombose. o acompanhamento e o tratamento serão feitos pelo
angiologista e pelo cirurgião vascular.
“além do
convencional,
há tromboses
que exigem
internação e uma
intervenção mais
agressiva”
o tratamento convencional é feito na
fase aguda com anticoagulantes de
uso venoso (a Heparina) ou de uso
subcutâneo (a enoxaparina), e antiViTória aParT Progress
coagulantes orais para a manutenção
desta anticoagulação entre 3 e 6 meses, geralmente a Varfarina.
Mas já existem outras drogas lançadas nos últimos anos para esse fim,
ou seja, para a fase de tratamento oral.
Além do tratamento convencional, que
é o uso de um anticoagulante de uso
da Heparina, existem tromboses venosas importantes e extensas que necessitam de internação e quase sempre
de uma intervenção mais agressiva.
Assim, a equipe da Medicina Vascular do Vitória Apart Hospital coloca à
disposição da população capixaba
um tratamento moderno e atual no
campo das Tromboses Venosas Profundas, com o emprego de técnicas
avançadas e dedicação exclusiva no
tratamento das tromboses venosas
simples e complexas dos membros
inferiores, contando também com
um pronto-socorro preparado para o
atendimento com modelo de atendimento com padronização internacional de acolhimento do paciente.
Uma delas é a trombólise ou fibrinólise, que é a dissolução do coágulo
por meio de catéteres dentro da veia.
É indicada sempre nessas tromboses
extensas e que necessitam de intervenções endovasculares que duram
cerca de três horas inicialmente, podendo prolongar com o paciente internado em CTI por mais dias. Mas há o
emprego de drogas trombolíticas, que
têm riscos de sangramento.
Por essa razão, foram desenvolvidos
dispositivos capazes de agir com mais
rapidez na remoção dos trombos através de um processo mecânico. ou
seja, a máquina, que em breve estará
dr. João Luiz Sandri
Angiologista e Cirurgião Vascular
Medicina Vascular –
Centro de Tratamento de
Trombose Venosa Profunda
do Vitória Apart Hospital
17
Artigo médico
Condiloma anal gigante:
aspectos clínicos
o condiloma é uma lesão que acomete geralmente o aparelho genital e aparece, comumente, na vulva, vagina, colo
do útero, pênis e nas margens do ânus. Há três formas
distintas: o condiloma plano, observado, com frequência,
no colo uterino; o condiloma acuminado, desenvolvido na
vulva, períneo, margem anal e canal anal e; finalmente, o
condiloma gigante (XAVIer, 1986).
o Condiloma Acuminado gigante ou tumor de Buschke-Lowenstein (TBL) é uma forma rara de apresentação do condiloma acuminado anogenital que, por sua vez, representa
uma doença sexualmente transmissível relacionada ao Papilomavírus Humano (HPV) subtipo 16 e 18 (CoeLHo, et
al, 2008). A descrição clássica do TBL é uma grande lesão
vegetante, verrucosa ou papilomatosa, de aspecto exofítico
(CoeLHo, et al, 2008).
“A afecção aparece em
qualquer idade, sendo mais
comum entre os jovens”
Apresenta consistência amolecida e coloração que varia
entre o cinza e o marrom (XAVIer, 1986). Possui um crescimento lento e, apesar de suas características histopatológicas demonstrarem tratar-se de um tumor benigno, tem
um comportamento agressivo localmente. estas lesões podem ser consideradas também como lesões de risco para
transformação e desenvolvimento de carcinoma de células
escamosas (CoeLHo, et al, 2008).
o condiloma acuminado anogenital é a Doença sexualmente Transmissível (DsT) viral mais diagnosticada nos
estados Unidos. É também a doença venérea mais encontrada na prática cirúrgica, sendo que 1.000.000 de americanos desenvolvem lesões anais ou genitais anualmente,
e 2/3 dos seus parceiros são contaminados. (soBrADo,
et al, 1999). No Brasil, foi a doença sexualmente transmissível mais diagnosticada, tanto em homens (39,6%) como
em mulheres (21%), durante o período de 1998 a 2001. sua
incidência vem aumentando nos últimos anos, associada à
AIDs. A afecção aparece em qualquer idade, sendo mais
comum entre os jovens, provavelmente quando a atividade
18
sexual é maior (NADAL et al, 2004). Nos homens, o condiloma acuminado pode se localizar em todo o pênis (81%
a 94%), na região anorretal (10% a 17%) e na uretra (5%)
(PArAPAr e TABoADA, 2007).
Inicialmente, prevalece a forma plana, não papilífera, assintomática e indetectável a olho nu. É a fase subclínica,
que permanece indefinida por tempo indeterminado até que
surjam os sintomas característicos da forma verrucosa ou
papilomatosa. Para o desenvolvimento das lesões, é necessário um meio quente e úmido. Daí a predileção pelas áreas
genital e anorretal. (XAVIer, 1986)
Começa como uma pápula rosácea ou vermelha de tamanho pequeno, crescendo a uma disposição filiforme que lhe
dá aspecto em couve-flor. Ao atingir a pele, manifesta-se
como massas exofíticas de vários tamanhos, hiperqueratocíticas, macias, papilares, pediculadas e de cor branco,
rosa ou cinza, e cobrem extensões variáveis do anoderma.
Quando afetam mucosas, são geralmente lesões hiperplásicas carnosas, rosa ou branco. Às vezes, elas podem ser
sésseis com múltiplos crescimentos finos e digitiformes.
em outros casos, manifestam-se por sangramento, prurido, odor e desconforto local. o desconforto provocado no
paciente é tanto maior quanto seja o volume da formação
tumoral. Quando há dor, deve-se suspeitar da presença de
lesões concomitantes, como úlceras, infecção ou neoplasia
maligna. (BALAgUerA, 2006)
o diagnóstico do Condiloma Acuminado gigante é realizado
através de história clínica compatível, de exame proctológico
e de toda a área genital de forma minuciosa, além de estudo
histológico das lesões e, em grande número de casos, na detecção de vírus HPV na lesão. É aconselhável também excluir
outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, HIV,
hepatite B, hepatite C e herpes. (BALAgUerA, 2006).
segundo Balaguera (2006), os tratamentos para condiloma
podem ser físicos, químicos, imunológicos e cirúrgicos. A
escolha será determinada por uma série de fatores, incluindo o quadro clínico (tamanho, distribuição anatômica, extensão e grau de queratinização, duração), a resposta ao
tratamento anterior (se existir), o estado imune do hospedeiro, eficiência, disponibilidade, toxicidade e custo do tratamento e, finalmente, o potencial oncogênico de infecção viral.
ViTória aParT Progress
Atualmente, tendo em conta a eficácia
controvertida do tratamento médico,
o tratamento de escolha é a cirurgia,
para erradicar as verrugas grandes,
com grandes áreas afetadas. Um dos
problemas mais importantes no tratamento desta doença é a recidiva.
o risco de recidiva, mesmo nos casos
de resolução completa das lesões,
prevê um plano de revisão periódica
a cada três meses, que continuará ao
longo do tempo com o desenvolvimento de cada caso em particular e a realização de cirurgias ou de tratamentos
de emergência se necessário.
dr. Sander dias mota
Médico residente do serviço de
Proctologia do Vitória Apart Hospital
ViTória aParT Progress
reFerÊNCIAS
BALAgUerA, J. C. Condiloma acuminado
gigante inguinal y perineal: cuadro clínico,
diagnóstico y tratamiento. Mapfre medicina,
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CoeLHo, F. M. P. et al. Tumor de BuschkeLowestein: Tratamento com Imiquimod para
Preservação esfincteriana. relato de Caso.
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NADAL, s.r. et al. sistematização do Atendimento dos Portadores de Infecção Perianal pelo Papilomavirus Humano (HPV). rev
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XAVIer, A. Condiloma da margem do ânus.
rev bras Coloproct, v.6, n.1, p.39-42, 1986.
19
estudo Científico
O Projeto europain®: um estudo sobre
dor em Unidades de Terapia intensiva
o projeto foi idealizado pelo Comitê de
Ética da sociedade europeia de Medicina Intensiva (esICM), tendo como
coordenadores os Drs. Élie Azoulay,
Kathleen Puntillo e Adeline Max. No
Brasil, o coordenador do estudo foi o
Dr. Márcio soares, do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
os objetivos deste trabalho foram divididos em primário e secundários.
o primário constituiu em descrever
a percepção pelo paciente da dor e
do desconforto relacionados a procedimentos em terapia intensiva, e
os secundários, descrever e comparar comportamentos relacionados ou
sugestivos de dor e desconforto em
pacientes capazes e incapazes de
comunicação verbal; identificar fatores
preditivos de ocorrência, intensidade
e respostas comportamentais relacionadas a dor e ao desconforto nos
procedimentos; e identificar fatores relacionados à necessidade de uso de
analgésicos em pacientes submetidos
a procedimentos em terapia intensiva.
Trata-se, portanto, de um estudo multicêntrico internacional para coleta de
informações acerca da percepção
de dor e desconforto relacionados a
procedimentos em pacientes internados em unidades de terapia intensiva.
o desenho é de um estudo transversal, com a participação de centros da
europa, Canadá, Tunísia, Ásia, Austrália, Israel e Brasil.
No Vitória Apart Hospital, um dos centros participantes, o estudo foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa. Após aprovado, teve a coleta de
dados iniciada. A ficha de dados era
preenchida por dois observadores,
20
após assinatura de concordância do
Termo Consentimento Livre e esclarecido (TCLe).
sem qualquer identificação do paciente ou do observador, e enviadas ao
centro coordenador em Paris.
A principal função dos observadores,
que no nosso Hospital foram as enfermeiras Paola Dantas Del rosso e Fernanda Freire Bastos, era a avaliação
sistemática da dor, que incluía os seguintes passos:
o período de inclusão de pacientes
foi de dois meses consecutivos e envolveu UTIs com dimensões variáveis,
não sendo possível prever o número
de pacientes estudados. Pretendia-se
incluir o máximo de pacientes possível
dentro deste período, estando cada
UTI com a incumbência de no mínimo
15 pacientes no período. o tratamento estatístico do estudo será feito pelo
Departamento de Bioestatística do
Hospital saint-Louis, que também será
responsável pela construção do banco de dados e pela sua análise.
1- Checar os critérios de inclusão e exclusão do estudo.
2- Preencher as fichas de avaliação
inicial da dor, observando o paciente
durante um minuto e prestando atenção em comportamentos típicos de
dor.
3- Anotar a presença de cada comportamento na ficha correspondente,
que consta de cinco formulários.
4- observar se o paciente é capaz de
verbalizar e aplicar a escala numérica
de dor e desconforto.
Ao iniciar o procedimento, era registrada a hora e, em seguida, iniciado o
preenchimento da Formulário2. Durante o procedimento, o paciente era observado quanto a comportamentos de
dor, por pelo menos um minuto. Todos
os comportamentos eram registrados
nos Formulários 3, 4 e 5. Ao fim do procedimento, era registrado o horário e,
imediatamente, aplicadas as escalas
numéricas de dor e desconforto nos
casos em que o paciente era capaz de
verbalizar. Finalizada a avaliação, era
feito o registro do uso de drogas analgésicas ou sedativas administradas.
Após coletados todos os dados, a ficha era revista, para se certificar do
completo preenchimento. estas fichas
eram, então, colocadas em envelope,
Todos os dias, milhões de pacientes
adultos criticamente enfermos são
submetidos a procedimentos para
diagnóstico ou tratamento de suas doenças. esses procedimentos podem
causar dor, que representam um fator
de estresse fisiológico e psicológico
aos pacientes.1
entretanto, o conhecimento a respeito
da dor associada a esses procedimentos é bastante limitado, inclusive
sobre como acessar esse sintoma na
população e quantificar a magnitude
desse problema. Também não há dados sobre fatores de risco ou preditores de uma maior probabilidade de um
paciente experimentar dor durante o
procedimento, assim como a probabilidade de desenvolvimento de dor crônica após a estadia em uma Unidade
de Tratamento Intensivo (UTI).
Há 25 anos, a The United states Public Health service’s Agency for Health
Care Policy and research (AHCPr)
ViTória aParT Progress
publicou um guia prático para o manejo da dor aguda relacionada a procedimentos cirurgicos ou trauma.2 esse
guia, entretanto, não contemplava o
tratamento de dor associada a procedimentos em adultos internados em
unidades de tratamento intensivo.
Quando observados os comportamentos relacionados à dor, foram identificados aqueles mais frequentes: alteração da expressão facial, posturas
de rigidez, movimentos para localizar
dor, fechar os olhos, verbalização, gemência e fechar os punhos.3
A principal razão foi a falta de informação obtida de forma sistemática na
literatura acerca das características
da dor referida a procedimentos e sua
real prevalência. Por esse motivo, a
American Association of Critical Care
Nurses (AACN) liderou uma pesquisa
para avaliar as percepções e respostas do doente agudamente enfermo
submetido a procedimentos potencialmente causadores de dor.
em média, havia mais comportamentos
relacionados à dor naqueles pacientes
submetidos aos procedimentos do
que naqueles que não foram submetidos. Usando o modelo de regressão
linear, os investigadores observaram
que 33% da variação na quantidade
de comportamentos relacionados à
dor exibidos durante o procedimento
poderiam ser explicados significativamente por três fatores: a intensidade
da dor causada pelo procedimento, o
grau de desconforto e o procedimento
ser a mudança de decúbito.
seis procedimentos foram selecionados no que foi chamado projeto Thunder II.3 Nesse estudo, mudança de
decúbito, aspiração traqueal, cuidados de feridas, remoção de drenos,
inserção de catéter central e remoção
de bainhas femorais eram observados. o estudo foi realizado em 169
hospitais nos estados Unidos; três
centros no Canadá; um na Inglaterra;
e um na Austrália.4 Foram obtidos dados de 6.201 pacientes com idades
de 4 a 97 anos.
o principal procedimento associado a
dor e desconforto em adultos (n=1.368)
foi a mudança de decúbito, com um
escore médio de intensidade de 4,93
± 3,09 medidos numa escala de 0 a
10 (escala numérica de dor). Mais de
63% dos pacientes não receberam
analgésicos antes do procedimento;
menos de 20% receberam opióides, e
a dose média de opióide recebida foi
de 6,44mg ± 8.96mg.5
ViTória aParT Progress
o projeto Thunder II3 foi o maior estudo sobre dor em procedimentos até o
momento e contribuiu de forma substancial para o conhecimento da magnitude, intensidade e identificação de
comportamentos relacionados à dor
em procedimentos, resultando em sete
publicações e várias apresentações
internacionais. entretanto, esse conhecimento não pode ser generalizado
para pacientes de países não anglo-americanos; àqueles que falam outra
língua que não o inglês; a pacientes de
terapia intensiva que não são capazes
de se expressar verbalmente; e para
pacientes que tenham sido submetidos a procedimentos que não tenham
sido incluídos nos estudos.
Por isso, esse novo estudo foi desenhado para contornar tais limitações.
Apesar de escasso, há algum conhe-
cimento na literatura sobre o impacto
da dor em pacientes internados em
unidades de terapia intensiva. Um estudo com pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca e abdominal
(n=74) reportou dor moderada a grave
associada à aspiração endotraqueal
(n=45) e/ou à remoção de tubo torácico (n=35).6
essa mesma intensidade de dor também foi referida por mais de 30% dos
50 pacientes de uma unidade de terapia intensiva oncológica que foram
submetidos aos seguintes procedimentos: aspiração endotraqueal, mudança de decúbito, punção arterial,
inserção de catéter arterial, inserção
de catéter venoso central ou inserção
de catéter venoso periférico.7
Para estudar a dor causada por procedimentos em pacientes incapazes de
se expressar de forma verbal, foram
identificados alguns comportamentos
típicos exibidos como forma de expressão de dor. enquanto testava a validade e a confiabilidade de uma escala
comportamental de dor, uma equipe
de pesquisadores da França8 observou
que pacientes submetidos a procedimentos como aspiração endotraqueal
e mobilização exibiram mais comportamentos associados à dor do que aqueles submetidos a procedimentos pouco
prováveis de causar dor, como aplicação de meias de compressão e troca
de curativos de catéteres.
Pesquisadores do Marrocos9 aplicaram a escala comportamental de dor13
em pacientes submetidos à aspiração
endotraqueal e inserção de catéter
venoso periférico, fazendo avaliações
antes e depois de cada procedimento.
21
Foram 30 pacientes com 360 observações no total, e a maioria expressou mais comportamentos durante a
realização do procedimento do que
antes, sugerindo que a dor foi causada pelo procedimento. Na Austrália10,
pesquisadores conduziram um estudo
similar encontrando comportamentos
de dor (n=44) quando os pacientes
eram reposicionados no leito. gelinas
et al11 também avaliaram as propriedades psicométricas de uma escala
comportamental de dor. os pacientes
estavam em pós-operatório de cirurgia
cardíaca, com avaliação objetiva antes, durante e depois do reposicionamento no leito.
A expressão de dor através de comportamentos em pacientes intubados
e inconscientes (n=33), intubados
conscientes (n=99) e extubados conscientes (n=105) foi significativamente
maior durante o procedimento e menor
depois que o procedimento era concluído. Portanto, a partir desses quatro
estudos os procedimentos aspiração
endotraqueal, punção de veia periférica e posicionamento no leito foram
identificados como potenciais causadores de dor.
É importante ressaltar que esses procedimentos são comuns e realizados
de forma frequente e rotineira no cenário da terapia intensiva. Mesmo 13
anos após a publicação do guia prático da AHCPr2 para o manejo da dor
aguda relacionado a intervenções,
menos de 25% desses pacientes recebem alguma medida farmacológica
específica para controlar o sintoma,
como detectado no recente estudo
com mais de 200 pacientes em 44 unidades de terapia intensiva da França12.
22
Uma importante razão para não haver
recomendações formais para o uso de
analgésicos especificamente para a realização de procedimentos é a falta de
conhecimento baseado em evidências
sobre esse assunto na literatura, apesar
da extensa literatura acerca das indicações de analgesia e sedação.13
“O projeto Thunder
II3 foi o maior
estudo sobre dor
em procedimentos
realizado até então
para identificar
comportamentos”
anos) tinham maior probabilidade
de reportar a dor ou desconforto do
que aqueles maiores de 65 anos.
Uma semana após a alta da UTI,
120 pacientes de pós-operatório de
cirurgia cardíaca (82% da amostra)
referiram a dor como sintoma mais
comum e traumático da sua internação na UTI; seis meses depois 38%
ainda referiam a dor como o sintoma
mais traumático na UTI. 20 granja et
al21 encontraram que 17% dos 313
pacientes estudados sentiram dor
na UTI em internação mesmo seis
meses após a alta, e muitos desses
pacientes ainda tinham síndrome de
estresse pós-traumático.
As consequências negativas da dor
não tratada em paciente de terapia
intensiva são difíceis de serem previstas. Além do desconforto em si, o
medo de sentir dor constitui preocupação frequente entre os pacientes
de terapia intensiva, sendo uma das
principais causas de má qualidade
do sono14, além de representar um
dos maiores fatores estressantes
durante a internação15-17.
schelling et al22 conduziram um estudo de acompanhamento pós-alta
em 80 pacientes que tinham sido
diagnosticados com síndrome do
Desconforto respiratório Agudo. os
pacientes foram acompanhados por
até quatro anos após a alta. Quando
comparado com controles normais,
aqueles que referiram à dor e outras
situações traumáticas na UTI (27%)
tiveram uma maior incidência de dor
crônica, um aumento significativo
nos sintomas de estresse pós-traumático e menor qualidade de vida
relacionados à saúde.
recentemente, 82% dos pacientes
ainda hospitalizados que tinham
recebido alta da terapia intensiva
(n=75) lembravam de ter sentido dor
causada pelo tubo endotraqueal18 , e
a maioria deles referiu sentir grande
desconforto durante sua internação
na UTI (n=66).19 os pacientes mais
jovens desse estudo (aqueles mais
jovens que a média de idade de 59
Todo o material do estudo europain
foi enviado aos centros participantes
pelo centro coordenador nacional do
estudo. Após o preenchimento, que
foi de forma anônima, os questionários foram colocados dentro de envelopes não identificados (apenas o
código da UTI participante) e, posteriormente, enviados de volta ao centro coordenador nacional do estudo.
ViTória aParT Progress
reFerÊNCIAS
Com este estudo,
espera-se obter
os seguintes resultados:
1) estimar a prevalência de dor associada aos procedimentos mais comumentes realizados em unidades de
terapia intensiva;
2) Identificar aqueles procedimentos
mais frequentemente associados à dor
e à percepção de desconforto;
(1) Puntillo, KA. (1990). Pain experiences
of intensive care unit patients. Heart Lung,
19(5 Pt 1), 526-533.
(2) Acute Pain Management guideline Panel.
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guideline. AHCPr Pub. No. 92-0032. rockville, MD: Agency for Health Care Policy
and research, Public Health service, U.s.
Department of Health and Human services.
Feb. 1992.
(3) Puntillo, KA, Morris, A, Thompson, CL, et
al. (2004). Pain behaviors observed during
six common procedures: results from Thunder Project II. Crit Care Med, 32(2), 421-427.
3) Avaliar o impacto de drogas analgésicas, sedativas ou ansiolíticas na percepção de dor e desconforto;
(4) Puntillo, KA, White, C, Morris, AB et al.
(2001). Patients’ perceptions and responses
to procedural pain: results from Thunder
Project II. Am J Crit Care, 10(4), 238-251.
4) Identificar potenciais fatores preditores de maior frequência e intensidade de dor durante os procedimentos;
(5) Puntillo, KA, Wild, Lr, Morris, AB, et al.
(2002). Practices and predictors of analgesic interventions for adults undergoing
painful procedures. Amer Journal of Critical
Care, 11(5), 415-429; quiz 430-411.
5) Identificar os comportamentos mais
associados à dor naqueles pacientes
que não estão aptos para se expressar
verbalmente.
Uma vez completadas a coleta de
dados e a análise estatística, o estudo tem como compromisso divulgar
os resultados para as comunidades
médica e científica. No momento, estamos aguardando os resultados preliminares do estudo com a perspectiva
de aplicá-los na melhoria da qualidade
de tratamento em nossos pacientes.
dr. Cláudio Piras
Coordenador Médico da
Unidade de Terapia Intensiva
do Vitória Apart Hospital
ViTória aParT Progress
(6) Puntillo, KA. (1994). Dimensions of procedural pain and its analgesic management
in critically ill surgical patients. Am J Crit
Care, 3(2), 116-122.
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(11) gelinas, C, Fillion, L, Puntillo, K A, et al.
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posttraumatic stress disorder in survivors
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23
relato de caso
O impacto da cirurgia nasal
na melhora da qualidade de vida
Pesquisas demonstram que as pessoas que respiram melhor pelo nariz têm menor incidência de problemas em vias
aéreas, como resfriados, sinusites, asma, pneumonia e apneia do sono.
A função nasal é imprescindível para
uma boa qualidade de vida. Pessoas que não respiram bem pelo nariz
têm alterações que comprometem um
sono adequado, costumam ter infecções de via aérea superior com maior
frequência, cefaléia, alteração de voz,
roncos e irritação da garganta, além
de prejuízo à produtividade profissional, mau-humor e dificuldade de relacionamento social.
os primeiros relatos de cirurgia para
tratar o desvio do septo nasal na literatura médica datam do século XIX,
com procedimentos realizados por
Langenbeck (1843) e Diefenbach
(1845), que removiam totalmente a
cartilagem septal dos pacientes, juntamente com o revestimento mucoso,
deixando as duas fossas nasais como
uma cavidade única. A partir de 1882,
Ingalls iniciou a moderna cirurgia do
septo nasal fazendo a remoção submucosa de pequeno triângulo de cartilagem septal.
Crista septal
24
Desde 1889, quando Asch introduz
a técnica pela qual o septo nasal seria corrigido através de fraturas e reposição, até os dias de hoje, vários
pesquisadores descreveram muitas
formas diferentes de corrigir os desvios de septo nasal, entre eles Freer
(1902), Killian (1904), Yankauer (1906),
Mosher (1907), Metzenbaum (1929) e,
finalmente, Cottle, que em 1958 publicou a mais completa descrição da
técnica cirúrgica para correção das
deformidades septais.
Ainda em 1903, Chevalier e Jackson publicaram um artigo sobre a importância
da correção das alterações da parede
lateral do nariz no mesmo tempo em
que se faz a correção do septo nasal,
ou seja, associou-se à cirurgia do septo nasal a cirurgia das conchas nasais,
também chamados de cornetos nasais.
Mais comumente, corrige-se a hipertrofia
das conchas nasais inferiores realizando
a turbinoplastia inferior no mesmo tempo
cirúrgico em que se faz a septoplastia.
os pacientes que apresentam, além
do desvio septal, sinusopatia crônica,
podem se beneficiar de tratamento
cirúrgico para este fim, realizado no
mesmo ato em que se corrige o septo nasal. Messerklinger e stamberger,
no final do século XX, iniciaram, na
Áustria, pesquisas para desenvolver técnica para tratamento cirúrgico
videoendoscópico da rinossinusite
crônica. seus conceitos ganharam o
mundo e, atualmente, sua técnica é
realizada nos mais importantes cen-
Paciente com desvio de septo
tros de otorrinolaringologia com excelentes resultados.
Atualmente, o conceito vigente é o
da tática cirúrgica e não a aplicação
isolada de uma determinada técnica
cirúrgica. Na tática da operação, o cirurgião analisa individualmente cada
caso e faz a programação da cirurgia,
utilizando tempos e conceitos diferentes de várias técnicas descritas,
possibilitando um tratamento individualizado de acordo com as peculiaridades dos vários tipos de alterações do
septo nasal.
Portanto, para permitir uma boa melhora da função nasal, a cirurgia para
correção de desvio septal deve ser
feita associada à correção de alterações da parede lateral, ou seja, adequação do tamanho dos cornetos nasais para permitir um adequado fluxo
ViTória aParT Progress
aéreo nasal bilateral. Além disso, no
mesmo procedimento cirúrgico, pode-se corrigir alterações anatômicas que
dificultam os resultados do tratamento
da rinossinusite.
o acesso vídeoendoscópico para
cirurgia de septo nasal e sinusite
possibilita identificação mais precisa das referências anatômicas, manobras menos agressivas e menor
tempo de cirurgia, o que leva a uma
recuperação menos dolorosa, permitindo ao paciente retornar mais rápido às suas atividades profissionais
e sociais.
outra vantagem da cirurgia por vídeo é de não necessitar o uso de
tampão após a cirurgia. sabe-se que
o tampão é o principal responsável
por grande incômodo ao paciente no
pós-operatório de cirurgias nasais.
Para submeter-se à cirurgia de septo
nasal, o paciente deve realizar uma
“Outra vantagem
da cirurgia
por vídeo é de não
necessitar o uso
de tampão após a
cirugia. Sabe-se
que o tampão
é o principal
responsável por
grande incômodo
ao paciente no
pós-operatório de
cirurgias nasais”
ViTória aParT Progress
os doutores
giulliano enrico
e Antonio
Fernando Maciel
são especialistas
na área
avaliação adequada com um otorrinolaringologista e, uma vez indicado
o tratamento cirúrgico, realizar uma
avaliação cardiológica, exames de
sangue e consulta pré-anestésica.
o principal incômodo no pós-operatório é a obstrução nasal que ocorre
nos primeiros dias, devido ao edema no interior das fossas nasais. os
pacientes relatam uma congestão
nasal semelhante àquela que ocorre
em resfriado comum. Vale ressaltar
que, na cirurgia realizada por vídeo,
na maior parte dos casos não ocorre
edema nem hiperemia da região externa do nariz.
Na maioria das vezes, o paciente
chega ao hospital pela manhã, realiza a cirurgia, passa a tarde em observação hospitalar e recebe alta à
tarde ou no dia seguinte à cirurgia e,
em cerca de 5 a 7 dias, pode retornar às atividades profissionais.
Complicações decorrentes dessa
cirurgia são raras. Podem ocorrer,
em alguns poucos casos, resfriado,
infecção de via aérea e sangramento
nasal, tratados com medicamentos
e alguns cuidados locais. os relatos
de pacientes submetidos à cirurgia
para correção do septo nasal são
muito animadores, com grandes benefícios da qualidade de vida, resultados de melhora da função nasal,
do sono, da função olfativa e da diminuição das crises de rinossinusite.
Várias pesquisas médicas demonstram que as pessoas que respiram
melhor pelo nariz têm menor incidência de problemas em vias aéreas, como resfriados, sinusites,
asma, pneumonia e apnéia do sono,
entre outros.
dr. Giulliano enrico ruschi e Luchi
otorrinolaringologista
do Vitória Apart Hospital
Antonio Fernando Nogueira maciel
otorrinolaringologista
do Vitória Apart Hospital
25
Institucional
Centro de Tratamento de Queimados:
uma referência no brasil
Dr. Ariosto santos
o mundo de hoje é um mundo do trauma. Ao criar condições para melhorar
sua vida, o homem também aumentou
sua exposição ao trauma. Como arma
ou como agente transformador da matéria, o fogo possibilitou à humanidade controlar a natureza e conquistar o
poder sobre os elementos. Ao mesmo
tempo, o fogo tem sido causador de
grandes tragédias, ocasionando dor e
sofrimento às suas vítimas.
o tratamento do paciente queimado
representa, até os dias de hoje, um
grande desafio. envolve a participação
ativa de muitos profissionais médicos
e paramédicos, constituindo uma verdadeira equipe multidisciplinar, cujos
objetivos são salvar a vida, conservar a
função e oferecer ao paciente uma boa
qualidade de reintegração social.
em 1 de março de 2002, ocorreu a
primeira internação de um paciente
queimado no Centro de Tratamento
de Queimados (CTQ) do Vitória Apart
Hospital. Desde então, foram hospitalizados 312 pacientes, entre adultos e
“o tratamento
do paciente
queimado
representa,
até os dias de
hoje, um grande
desafio”
26
Câmara
Hiperbárica
usada no
tratamento de
queimaduras
crianças, bem como atendidos, diariamente, cerca de cinco pacientes para
curativos externos.
permanência hospitalar e sequelas,
tornando o tratamento mais curto, eficiente e humanizado.
A unidade de queimados é composta por cinco leitos para internação em
ambiente de semi-isolamento, sala de
banho e é integrada ao CPC. os pacientes são atendidos por uma equipe
multidisciplinar formada por cirurgião
plástico, médico intensivista, pediatras, enfermeiros, técnicos e auxiliares
de enfermagem, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, psicólogo e assistente social, que seguem um protocolo de tratamento próprio, utilizando a
infraestrutura hospitalar de apoio para
seu funcionamento.
em 2012, até o mês de junho, foram
internados e tratados no CTQ dezoito
pacientes, com uma média de permanência de 23,79 dias.
o CTQ do Vitória Apart Hospital diferencia-se de todos os CTQs no Brasil,
pois foi o único programado para integrar-se operacionalmente com uma
unidade de oxigenoterapia hiperbárica. Isso proporcionou um grande diferencial no tratamento dos pacientes,
reduzindo drasticamente o tempo de
este número é em torno de 50% abaixo da média de permanência de CTQs
em todo o Brasil, em decorrência da
adoção de protocolos mais eficientes
e precoces no tratamento das feridas,
controle da infecção, enxertia de pele
precoce quando necessária, tratamento integrado com a oxigenoterapia
hiperbárica e pela grande dedicação,
envolvimento e carinho demandados
por toda equipe multidisciplinar.
dr Ariosto Santos
dr davi mollo machado
dr Sergio Azevedo bresciane Jr.
Cirurgiões plásticos do Vitória Apart Hospital
ViTória aParT Progress
espaço acadêmico
Hiperplasia nodular regenerativa do fígado
Marilia Vilas Boas reis*, Paula Costa
Lyrio*, Vinicius gomes da silveira**
(*) Aluna do Curso de graduação de
Medicina da eMesCAM
(**) Mestre e Doutor em Cirurgia – UFr
Coordenador do Programa de Transplante de Fígado do VAH
iNTrOdUÇÃO: Hiperplasia Nodular
regenerativa (NrH) do fígado é uma
condição rara caracterizada pela transformação benigna difusa do parênquima hepático em nódulos regenerativos
sem septos fibrosos que variam de
0,1cm a 15cm.3 Acomete ambos os
sexos, todas as raças e idades, principalmente pacientes com mais de 60
anos. A NrH é responsável por 27% a
50% dos casos de Hipertensão Portal
em Não-Cirróticos (NCPH), cuja patogênese consiste em trombose da
veia porta, obstrução dos ramos das
arteríolas hepáticas e vênulas portais,
resultando em uma isquemia hepática
responsável pela indução da mudança
regenerativa nodular (figura 5).1,3
Associa-se com doenças do colágeno, síndrome de Felty, insuficiência
cardíaca congestiva, doenças mieloproliferativas, metabólicas, neoplasias
e drogas hepatotóxicas (azatioprina e
quimioterápicos).2 As manifestações
clínicas incluem sintomas sistêmicos
inespecíficos, síndrome hepatorrenal e
sinais de hiperesplenismo e de hipertensão portal.1 As possíveis complicações incluem a insuficiência hepática,
a ruptura do fígado e a transformação
malígna. os exames de imagem de escolha são a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética.
os principais diagnósticos diferenciais são a hiperplasia nodular focal
e o adenoma hepático. o prognóstico
ViTória aParT Progress
Troubles de la coagulation
Congestion
Lésions hépatocytaires
Alcool
NAsH
Hépatities chroniques:
virales, auto-immunes...
Étais d’hypercoagulabilité
Foie cardiaque
Phlébite
Thrombose
Activation des CeF
Fibrose sínusoïdale
Fibrose sínusoïdale
Lésions vasculaires
Obstruction des
branches VSH
extinction du
parenchyme hépatique
Artérialisation
(Pré)-cirrhose
HNr
Obstruction des
branches de la
VP
régression
Progression
(majoration des lésions vasculaires)
Thrombose VP
Phlébite
Maladie
billaire
Lésions billaires
Sclérose hépatoportale
Maladie
rhumatoïde
Cirrhose septale incomplete
Cirrhose constituée
Lésions veineuses et
artérielles
Figura 5: Algoritmo-Anatomopatologia da Hiperplasia Nodular regenerativa e as Doenças
Crônicas associadas do fígado. NAsH esteatohepatite não alcoólica; CeF: células estreladas
do fígado; VsH: veia supra-hepática ; VP: veia porta. (eMC-Hépatologie.v. 1,p.138–140, 2004.)
depende da existência e gravidade de
hipertensão portal.1 o presente estudo visa considerar os aspectos mais
importantes desta rara doença, como
isso afeta os pacientes e as opções
disponíveis na sua gestão através de
um relato de caso.
reLATO de CASO: JLeA, masculino,
44 anos, apresentou em dezembro de
2010 dor abdominal em hipocôndrio D,
irradiação para todo abdome, intermitente, sem fator de melhora. Ao exame
físico Blumberg e Murphy negativos.
Possui como antecedentes patológicos pequeno mal. Faz uso das seguintes medicações: Tegretol, gardenal
e Lamitor. Nega outras comorbidades
associadas.
Foi submetido a uma tomografia computadorizada que evidenciou formações nodulares hipodensas e parcial-
mente delimitadas (figura 1), que foram
confirmadas pela ressonância magnética (figura 2).
o paciente foi encaminhado ao serviço
de cirurgia, onde foi submetido a procedimento cirúrgico para exérese das
lesões (figura 3 e 4). o histopatológico da
peça evidenciou hiperplasia nodular
regenerativa associado a fenômenos
degenerativos e necróticos hepatocelular, provavelmente, decorrente de
ação medicamentosa. Paciente evoluiu
no pós-operatório sem intercorrências.
Foram realizadas a endoscopia digestiva alta com ausência de varizes
esofágicas e a angioressonância sem
alterações.
dISCUSSÃO: NrH é uma rara doença
hepática benigna, subdiagnóstica em
2,6% da população. estudos comprovam que em até 50% dos casos está
27
espaço acadêmico
Figura 3: exérese cirúrgica
Figura 4: Peças cirúrgicas dos nódulos hepáticos
associada à Hipertensão Portal em
Não-Cirróticos (NCPH)4. em relação
à patogênese, estudos mostram uma
infiltração de linfócitos T CD8+ nos
sinusóides hepáticos e apoptose de
celúlas endotelias sinusoidais, o que
comprovam que 32% dos casos de
NrH estão relacionados a doenças
autoimunes e drogas hepatotóxicas4,5.
outra teoria é que a NrH seria uma
desordem generalizada primária proliferativa do fígado associada à hipercoagubilidade hepática com trombose
venosa subsequente4.
os achados clínicos e exames laboratoriais (hipogamaglobulinemia e aumento leve de fosfase alcalina e transaminases) são variáveis e deve ser
interpretada tendo em vista a possibilidade de doença sistêmica primária5.
os exames de imagem de escolha são
a tomografia computadorizada ou ressonância magnética, porém o diagnóstico padrão-ouro é a biópsia de cunha
aberta com histopatológico apresentando uma alternãncia regular de atrofia e regeneração hepática 4.
sequelas a longo prazo da NrH incluem ascite, esplenomegalia, hepatomegalia, hipertensão portal, varizes
esofágicas, cirrose, insuficiência hepática e ruptura hepática. em relação
à terapéutica, esta visa controlar as
manifestações clínicas da hipertensão
portal. Assim, o tratamento de varizes
esofágicas em NrH não difere dos
28
Figura 2: Lesão expansiva na projeção
do segmento IV, junto ao ligamento
falciforme com comportamento hipervascular, restrição á difusão, medindo
5,3x4,7x4,1cm e indissociável da parede
do estômago distal.
pacientes cirróticos com uso de fármacos, tratamentos endoscópicos e TIPs
(Transjugular intrahepatic portosystemic shunt). A ressecção cirúrgica preconizada nos casos de NrH que não
comprometam a função hepática 6. o
transplante hepático fica reservado aos
casos de NrH com hipertensão portal
sintomática com má resposta aos tratamentos modernos ou com doença hepática descompensada.
da existência e gravidade de hipertensão portal. Conclui-se que a NrH, por
ser considerada uma doença rara, necessita de mais estudos científicos.
estudos mostram que o transplante hepático para NrH apresentam uma taxa
de sobrevida em cinco anos de 78,3%,
mortalidade global de 19,2% nos seis
primeiros meses de pós-operatório
comparado a uma taxa de sobrevida
em dois anos de 85,8 % nos pacientes que não optaram pela realização do
transplante6. o prognóstico depende
2 - goritsas,C.; repanti,M.; Papadak, e.; Lazarou, N.; and Andonopoulos,A. Case report:
Intrahepatic bile duct injury and nodular regenerative hyperplasia of the liver in a patient with
polyarteritis nodosa. Journal of Hepafology, v.
26, p.727-730, 1997.
reFerÊNCIAS
1 - Wang, H.; Hsu, P.; Lin, C.; Chan, H.; Chen,
W. et al. Nodular regenerative Hyperplasia of
the Liver. J Chin Med Assoc, v. 71(10), p.523527, outubro 2008.
3 - Blanc,J.; Balabaud, C.; Bioulac-sage,P.
Hyperplasie nodulaire regenerative Nodular
regenerative hyperplasia. eMC-Hépatologie.v.
1, p.138–140, 2004.
4 - Ziol, M.; Poirel, H.; Kountvhou, g.; Boyer, o.;
Mohand, D.; Mouthon, L.; et al. Intrasinusoidal
Cytotoxic CD8+ T Cells in Nodular regenerative Hyperplasia of the Liver - HUMAN PATHoLogY - Volume 35, No. – 10, october 2004.
5 - Malamut, g.; Ziol,M.; suarez, F.; Beaugrand,
M.; J. F.; Lascaux, A. s.; et al. - Nodular regenerative hyperplasia: The main liver disease in
patients with primary hypogammaglobulinemia
and hepatic abnormalities- g. Malamut et al. /
Journal of Hepatology, v. 48, p.74–82, 2008.
Figura 1: Fígado de volume normal, apresentando formações nodulares hipodensas
e parcialmente delimitadas, localizadas no
segmento II e transição entre os segmentos
III e IV, e V e VIII. A maior localizada entre
os segmentos III e IV, medindo 5,7cmx4,8cm,
abaulando o contorno hepático nesta topografia. os achados são inespecíficos.
6 - Manziaa, T.; gravanteb, g.; Paoloc, D.;
orlandod, g.; Totia, L.; Bellinib M. I.; Cianoa,
P.; Angelicoc,M.; Tisone, g. - review Article
- Liver transplantation for the treatment of
nodular regenerative hyperplasia - Digestive
and Liver Disease.p.1-6,2011.
ViTória aParT Progress
Desafio diagnóstico
diagnóstico da icterícia requer novo olhar
Alguns diagnósticos são simples demais. Icterícia é um exemplo. Quando
o paciente exibe a cor amarelada da
pele e das mucosas, o diagnóstico
dispensa até a realização de um exame para estabelecer este diagnóstico.
Porém, trata-se do diagnóstico de um
sinal, e a sua etiologia pode ser um
verdadeiro desafio diagnóstico.
to do fígado (tamanho, densidade,
presença de lesões), condição das
vias biliares (dilatadas, não dilatadas),
condição da vesícula biliar (distendida
ou não, com sinais flogísticos ou não),
presença de cálculos em qualquer
local investigável e presença de massas relacionadas aos órgãos citados,
incluindo pâncreas.
Devemos lembrar que o uso de alguns medicamentos pode determinar
uma injúria hepática tão importante
que o paciente pode apresentar icterícia aguda, sendo a história clínica determinante no auxílio ao diagnóstico.
outras vezes, um simples exame laboratorial permite diferenciar uma icterícia direta de uma icterícia indireta,
portanto, orientando melhor o médico
aos próximos passos da pesquisa
diagnóstica ou somando informações
para se estabelecer tal diagnóstico.
De acordo com os resultados obtidos,
podemos estabelecer uma suspeita
diagnóstica e traçar um plano terapêutico. Porém, nem sempre é possível chegar à plena certeza deste
diagnóstico, e o complemento da investigação se faz necessário.
Pode-se perceber, através de exames
laboratoriais, que a alteração de outras provas de função hepática estão
diretamente relacionadas a um quadro de hepatite ou insuficiência hepática relacionada a outra causa específica, que talvez seja o diagnóstico que
se procura.
Quando a simplicidade da história clínica, o exame físico e os resultados
de exames laboratoriais não permitem
estabelecer o diagnóstico, na maioria
das vezes, complementamos a rotina
propedêutica com exames de imagem. o primeiro exame que é capaz
de trazer inúmeras informações a respeito do fígado e das vias biliares é o
ultrassom de abdomen superior.
Com ele podemos estabelecer condições que serão importantes para
guiar o diagnóstico, tais como aspecViTória aParT Progress
A tomografia de abdomen superior é
capaz de trazer uma série de informações, contudo, possui menor capacidade de visualizar adequadamente
cálculos e algumas lesões hepáticas.
sua capacidade em visualizar melhor
o pâncreas e as lesões peri-hilares
torna este exame preferencial nas
suspeitas de lesões associadas a tais
estruturas.
A ressonância de abdomen superior
ou a colangiorressonância traz diversas informações preciosas, tanto
sobre o fígado quanto sobre as vias
biliares, e podem ser determinantes
no esclarecimento diagnóstico de um
quadro de icterícia de difícil resolução. Mesmo que os exames de imagem nos orientem adequadamente ao
diagnóstico, por vezes eles podem
não serem capazes de esclarecer a
etiologia do problema. Nesses casos,
podemos precisar de outros métodos propedêuticos mais avançados e
mais invasivos.
A cirurgia é certamente o método mais
invasivo que podemos lançar mão a
fim de estabelecer um diagnóstico. Porém, não é garantido que este diagnóstico seja estabelecido se não for acompanhado de uma equipe cirúrgica bem
equipada, que possua grande volume
de cirurgias hepato-bílio-pancreáticas
e alto grau de suspeição para uma
etiologia patológica bem definida.
A utilização de ultrassom intraoperatório
e a presença de patologista na sala de
cirurgia são condições que devem ser
preconizadas pela equipe cirúrgica e
sem as quais o procedimento cirúrgico
pode incorrer em maior dano do que
benefício. entretanto, a cirurgia hepa-bilio-pancreática é sempre uma cirurgia de grande porte e que, na situação
de icterícia, frequentemente, impõe-se
a um paciente idoso ou com múltiplas
comorbidades, incorrendo, assim, em
grande risco à maioria dos pacientes.
A opção da colangiografia endoscópica retrógrada é menos invasiva do que
a cirurgia e, muitas vezes, pode não só
estabelecer o diagnóstico etiológico
como também prover material para histopatológico e promover o tratamento
da causa etiológica de forma curativa
(extração de cálculos de colédoco e
papilotomia) ou de forma paliativa (colocação de stent em papila de Vater ou
em colédoco).
É uma excelente opção diagnóstica e
terapêutica, que também pode ser utilizada em conjunto com a cirurgia em
programações terapêuticas mais complexas, como no preparo para cirurgia de um paciente com neoplasia de
pâncreas ou de papila. o caso desta
paciente a seguir é ainda mais complexo. A condição clínica da paciente não
permitiu o tratamento cirúrgico. Todos
os métodos diagnósticos anteriores falharam na capacidade de diagnosticar
29
1
É possível verificar a presença de um ponto
de obstrução no colédoco, que permite a
pequena passagem de contraste para o
seguimento distal do mesmo colédoco.
3
Após o cateterismo do trajeto intralesional,
é possível passar um dilatador e o stent.
1
em um segundo momento, foram
necessárias a cateterização do trajeto
intralesional e a passagem do fio guia.
2
a etiologia da lesão e paliar a icterícia,
não sendo possível, portanto, iniciar o
tratamento da paciente.
Para esses casos, existe outra opção
diagnóstica que permite uma avaliação
completa e anatômica da árvore biliar
e que pode ser terapêutica para a icterícia. A realização da colangiografia
percutânea é capaz de estabelecer o
ponto de obstrução e a causa da mesma e, em algumas situações, é possível desviar o ponto de obstrução e re-estabelecer o fluxo adequado da bile.
em algumas situações, a colangiografia percutânea é a única opção
antes da cirurgia para acesso e resolução de obstruções da via biliar
30
Percebe-se já neste
momento o restabelecimento do acesso
ao duodeno e o extravazamento da bile
para o intestino delgado.
5
o próximo passo é abrir o stent para que
este trajeto possa permanecer aberto após
o fim do procedimento. No resultado final
percebe-se a comunicação do colédoco
proximal ainda dilatado com o duodeno e a
presença do stent desde o colédoco até a
luz do delgado.
4
em virtude da necessidade de manter
uma drenagem efetiva mesmo na falha
do stent e acesso seguro à via biliar
para possíveis revisões, prefere-se
manter um catéter de drenagema biliar
externo para estes pacientes.
por motivo de existência prévia de
derivações biliodigestivas. Na situação da incapacidade de restabelecer o fluxo da bile para o intestino
delgado, pode-se, no mesmo momento da realização do exame, estabelecer uma drenagem biliar externa que permitirá ao paciente seguir
o tratamento de acordo com a sua
condição clínica melhorada.
A colangiografia percutânea requer
equipe especializada e ambiente cirúrgico, preferencialmente dotado de
arco cirúrgico ou hemodinâmica. No
caso clínico da paciente em questão,
não foi possível estabelecer o diagnóstico através dos exames previamente citados, e a mesma foi sub-
6
metida à colangiografia percutânea.
o procedimento de colocação de
stent percutânea transhepático e drenagem biliar externa orientada por radioscopia é delicado e de alto risco.
As complicações mais comuns são o
sangramento e a infecção, e a sua realização é passível de complicações
imediatas graves, que podem incorrer em necessidade de cirurgia de
urgência e óbito. Nesses casos não
só o diagnóstico é desafiador, mas
também o tratamento. Dependendo
da causa etiológica, seus resultados
podem ser paliativos ou curativos.
dr. Guilherme Santos Crespo
Cirurgião oncológico
do Vitória Apart Hospital
ViTória aParT Progress
News
INSTITUTO APreSeNTA bALANÇO PArA AUTOrIdAdeS
A diretoria do Instituto de saúde e Cidadania Vitória Apart
Hospital realizou um café da manhã no dia 26 de novembro,
para apresentar um balanço do ano para deputados federais,
estaduais e vereadores da serra. Foram apresentados aos
parlamentares os números de atendimentos realizados pelas
Clínicas Comunitárias de saúde solidária (CLICs), além das
outras ações desenvolvidas pela entidade e seus parceiros.
em 2012, foram realizadas duas CLICs, com 7.372 consultas
e 1.819 exames, beneficiando moradores dos bairros Jardim
Carapina, Boa Vista e José de Anchieta II. As clínicas contaram com a participação de cerca de 1.000 voluntários, entre
médicos, acadêmicos e a comunidade local, realizando mais
de sete mil consultas quase dois mil exames. Cada clínica
contou com a atuação, em média, de 85 médicos e 175 acadêmicos de medicina, enfermagem e farmácia.
HOSPITAL reCebe
AVALIAdOreS de
CerTIFICAÇÃO de QUALIdAde
Avaliadores do Instituto Paranaense de Acreditação em
serviços de saúde (IPAss) visitaram o Vitória Apart Hospital em agosto, como parte do processo de manutenção do
certificado de qualidade Nível 3 (grau máximo) obtido pela
instituição, que teve a certificação renovada. A certificação
é emitida pela organização Nacional de Acreditação (oNA)
e avalia periodicamente o desempenho dos processos de
qualidade e o cumprimento de critérios necessários para a
prestação de um serviço de excelência na área da saúde.
A visita faz parte do processo de manutenção do certificado de
excelência do Hospital
ViTória aParT Progress
As clínicas têm como parceiras a secretaria de estado da
saúde (sesa) e a secretaria de saúde da Prefeitura da serra,
além de outras entidades de classe na área de saúde e instituições de ensino. o Instituto realizou, ainda, uma Campanha
Contra a Automedicação e a Logística reserva do Descarte
de Medicamentos, que teve a participação da Anvisa.
o evento foi realizado no dia 26 de novembro
PrOJeTO Um berÇO
PArA A NATUrezA
o Vitória Apart Hospital realizou mais uma ação do
Projeto Um Berço para a Natureza, desenvolvido pela
Perinatal Vitória do hospital, no dia 13 de novembro,
em parceria com a secretaria de Meio Ambiente da
serra (semma). o projeto, há quatro anos, promove a
educação ambiental junto aos alunos da rede pública
municipal de ensino, com reflorestamento de áreas
degradadas através do plantio de árvores nativas da
Mata Atlântica, principalmente em áreas próximas a
nascentes de rios.
Durante todo o ano, as instituições de ensino trabalham uma agenda do projeto que culmina com o
plantio das mudas. os estudantes participam de palestras, oficinas e outras ações, além de receberem
orientações sobre a importância do reflorestamento.
Nesta edição, o trabalho de reflorestamento aconteceu no sítio Morro do Céu, com 53 alunos da escola
Manuel Vieira Lessa, do Bairro José de Anchieta II.
Toda a ação é acompanhada por técnicos da semma. são parceiros ainda a Fibria, que faz a doação
das mudas, e a Casa do Adubo, responsável por
ceder insumos para o plantio.
31
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