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A iluminação artificial na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seus efeitos sobre os ciclos
circadianos dos pacientes
Dezembro/2016
A iluminação artificial na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e
seus efeitos sobre os ciclos circadianos dos pacientes
Felipe Loposzinski – [email protected]
Master em Arquitetura e Iluminação
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Porto Alegre, RS, 23 de maio de 2016
Resumo
O presente estudo buscou identificar de que modo a iluminação artifical utilizada nas
Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) sem iluminação natural expressiva influencia no
quadro clínico dos pacientes. Procurou-se a relação da luminotécnica com o número de
internados nessas unidades que acabam sendo vítimas de condições causadas pela
perda do ciclo circadiano, como o delirium, um estado agudo de confusão mental que
pode prejudicar a recuperação clínica dos pacientes. A Iluminação Circadiana
Adaptativa simula as diferentes temperaturas de cor da luz do sol no decorrer do dia e,
assim, colabora para diminuir a perda da percepção da luz natural, podendo ser uma
alternativa no tratamento e prevenção do agravo de condições patológicas nesses
ambientes. Na busca dessa hipótese, foi realizada uma revisão bibliográfica da
literatura especializada em Arquitetura, Luminotécnica e Medicina. Os resultados
encontrados indicam que a Iluminação Circadiana Adaptativa de fato apresenta o
potencial de reajustar o ritmo biológico em pacientes internados em ambientes
fechados como as UTIs. Conclui-se que o projeto da luminotécnica voltado para o
emprego adequado da luz artificial apresenta benefícios reais no contexto de condições
médicas como o delirium, que ocorrem nos pacientes em espaços hospitalares
complexos.
Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Iluminação Circadiana
Adaptativa. Ciclo Circadiano. Delirium.
1. Introdução
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma unidade hospitalar para pacientes que
necessitam de cuidados intensivos por uma equipe especializada composta por
profissionais de diferentes áreas: médicos intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas,
técnicos em enfermagem, psicólogos, nutricionistas, secretários e auxiliares de limpeza.
ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016
A iluminação artificial na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seus efeitos sobre os ciclos
circadianos dos pacientes
Dezembro/2016
O paciente assistido em uma UTI perde seu contato direto com familiares e pessoas
próximas, sendo destituído, mesmo que temporariamente, da sociedade, de suas
atividades e rotinas e do seu ambiente habitual.
Áreas como as UTIs, onde a eficiência dos profissionais é a prioridade, devem oferecer
a maior quantidade de luz possível. Esse setor precisa ser iluminado satisfatoriamente
para que médicos e enfermeiros trabalhem e, com isso, acaba por interferir no conforto
dos pacientes que precisariam de um ambiente o mais acolhedor possível para se
recuperar.
Algumas condições de saúde que surgem em pacientes internados nesse espaço
hospitalar complexo são decorrentes da inserção e permanência desse indivíduo em um
ambiente, na maior parte das vezes, não humanizado. Sabe-se que ambientes
agradáveis diminuem a ansiedade e a dor, interferindo diretamente na cura. Inclusive a
literatura médica já refere que ambientes frios e impessoais têm sido associados a um
maior tempo de internação e a uma maior dosagem de medicação contra a dor
(FRANCK 1998:434).
Um dos mais prevalentes e graves transtornos em pacientes nessas condições é
conhecido como delirium. O delirium é comum nas UTIs, principalmente em idosos. È
uma síndrome clínica caracterizada por distúrbio agudo da consciência, perda da
atenção e disfunção cognitiva. Essa condição pode estar presente em até 80% dos
pacientes em terapia intensiva e mostra-se como um fator independente de efeitos
adversos nesse ambiente hospitalar, incluindo risco de morte, permanência alongada no
hospital e aumento de custos (WEINHOUSE 2009:234).
No delirium, o paciente pode apresentar sintomas como agitação excessiva ou
hipoatividade, confusão mental, agressividade, perda da consciência de si mesmo
apresentando comportamentos inadequados, alterações do sono e emocionais e perda de
memória.
Acredita-se que o delirium é causado pela perda de funções cerebrais ocorridas, em
grande parte, por alterações dos ciclos circadianos do indivíduo. Os ciclos
circadianos são ciclos biológicos internos necessários para regular o organismo com a
alternância entre dia e noite e com as mudanças de estações durante o ano, preparando o
organismo para as diferentes necessidades metabólicas.
Essas alterações nos ciclos circadianos podem ser decorrentes de condições próprias do
paciente - como doenças e medicações em uso - ou do ambiente, incluindo nesse item,
as questões relacionadas à falta de iluminação natural.
Com base no exposto acima, quais os procedimentos em arquitetura, mais precisamente
no campo da luminotécnica, poderiam ser adotados para promover a melhoria dos
ambientes hospitalares críticos mantendo as condições naturais que auxiliem o
tratamento dos pacientes internados e evitem condições médicas que possam agravar
sua situação de saúde, especialmente causadas pelo delirium?
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A iluminação artificial na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seus efeitos sobre os ciclos
circadianos dos pacientes
Dezembro/2016
Este trabalho tem como objetivo revisar na literatura tópicos sobre luminotécnica nos
ambientes hospitalares de alta complexidade, como as UTIs, e agravos de saúde
associados aos espaços não humanizados, buscando a relação desses temas entre si e
procurando perspectivas de melhoria para a redução desses problemas.
2. Metodologia
Foi realizada uma revisão bibliográfica da literatura especializada em Arquitetura,
Luminotécnica e Medicina para a busca de conceitos a respeito da construção de
espaços hospitalares complexos - especialmente as UTIs -, relação desses espaços não
humanizados com a alteração das condições de saúde e a importância da aplicação
desses conceitos na arquitetura hospitalar.
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3. O ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
A UTI é o local destinado à internação de pacientes com instabilidade clínica e com
potencial de gravidade, ou seja, que precisam ter seus sinais vitais monitorados
constantemente. Por ser um ambiente de alta complexidade, é um local reservado e
único no ambiente hospitalar, já que exige monitorização completa e vigilância 24
horas. Em grande parte das vezes não possui janelas para a rua, sendo a iluminação
totalmente artificial. Pode ser dividida em Unidade Adulta, Pediátrica e Neonatal.
Possui uma equipe de atendimento multiprofissional e interdisciplinar. O objetivo
básico das UTIs é dar suporte ou recuperar as funções vitais dos pacientes enquanto eles
se recuperam, sendo equipadas com aparelhos como respiradores artificiais, aparelhos
de hemodiálise e diversos outros, que reproduzem as funções vitais dos internados.
Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica, oximetria de pulso e rede de
gases (Figuras 1 e 2).
Na UTI busca-se dar conforto e ausência de dor aos pacientes internados. Em casos
mais graves, principalmente quando há necessidade da ventilação mecânica no paciente,
é iniciada a sedação (tranquilizante e indutor de sono) e a analgesia (abolição da dor)
contínuas, que podem levar à inconsciência total e sonolência profunda. Neste estágio,
chamado de coma induzido, não há dor, não há frio e a percepção do paciente é
interrompida. O tempo e o espaço são suprimidos, sendo que pacientes que permanecem
meses na Unidade percebem apenas como se fossem horas.
O paciente da UTI perde o contato direto com familiares e pessoas próximas e é
retirado, ainda que temporariamente, da sociedade e das suas atividades e rotinas, sendo
obrigado a relacionar-se com desconhecidos e a expor-se a situações constrangedoras
em um ambiente diferente e inóspito, deparando-se com outros pacientes, muitas vezes
em condições piores que a sua. O paciente precisa ter preservadas algumas de suas
necessidades como individualidade, privacidade, presença da família, respeito às suas
crenças, culturas e opiniões acerca de seu tratamento.
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Figura 1 – Layout Área de Internação de Unidade de Terapia Intensiva
Fonte: SOMASUS (2015)
Figura 2 – Equipamentos Área de Internação de Unidade de Terapia Intensiva
Fonte: SOMASUS (2015)
O Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde (SOMASUS)
é uma ferramenta para auxiliar gestores e técnicos de instituições de saúde a planejar,
avaliar e elaborar projetos de investimentos em infraestrutura. O SOMASUS foi criado
pelo Ministério da Saúde, permitindo a realização de consultas acerca de aspectos
relacionados à estrutura física dos estabelecimentos assistenciais de saúde, além de
possibilitar a classificação desses por ambientes e serviços, objetivando a elaboração de
projetos mais condizentes com as atividades a serem desenvolvidas e, portanto, mais
efetivos e eficientes com a rede assistencial adotada.
Esse Sistema oferece informações como: lista de serviços de saúde e seus respectivos
ambientes físicos, layouts dos ambientes físicos, esquema de relação funcional entre os
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ambientes, tipos e quantidades de equipamentos, mobiliário e materiais permanentes,
referências bibliográficas de normas relativas à infraestrutura dos Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde (Anexo 1). O conteúdo do Sistema está baseado na normativa
vigente, como portarias ministeriais e resoluções da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.
Visando a uma mudança a nível nacional, o Ministério da Saúde cria, em 2001, o
Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), com o
objetivo de humanizar a assistência hospitalar prestada aos pacientes atendidos nos
hospitais públicos, e, em 2003, juntamente com os demais programas de humanização
preexistentes, o PNHAH transforma-se em uma Política Nacional de Humanização, o
Humaniza-SUS, abrangendo a saúde pública como um todo, na tentativa de melhorar a
qualidade e eficácia dos serviços prestados pelas instituições de saúde (Tabela 1).
Importante observar que as diretrizes do Humaiza-SUS não se referem em momento
algum à arquitetura, mas somente aos recursos humanos.
Ampliar o diálogo entre os trabalhadores, entre trabalhadores e a população e
entre os trabalhadores e a administração, promovendo a gestão participativa,
colegiada e compartilhada dos cuidados/atenção;
Implantar, estimular e fortalecer Grupos de Trabalho e Câmaras Técnicas de
Humanização com plano de trabalho definido;
Estimular práticas de atenção compartilhadas e resolutivas, racionalizar e
adequar o uso dos recursos e insumos, em especial o uso de medicamentos,
eliminando ações intervencionistas desnecessárias;
Reforçar o conceito de clínica ampliada: compromisso com o sujeito e seu
coletivo, estímulo a diferentes práticas terapêuticas e co-responsabilidade de
gestores, trabalhadores e usuários no processo de produção de saúde;
Sensibilizar as equipes de saúde ao problema da violência em todos os seus
âmbitos de manifestação, especialmente a violência intrafamiliar (criança,
mulher, idoso), a violência realizada por agentes do Estado (populações pobres e
marginalizadas), a violência urbana e para a questão dos preconceitos (racial,
religioso, sexual, de origem e outros) nos processos de recepção/acolhida e
encaminhamentos;
Adequar os serviços ao ambiente e à cultura dos usuários, respeitando a
privacidade e promovendo a ambiência acolhedora e confortável;
Viabilizar participação ativa dos trabalhadores nas unidades de saúde por meio
de colegiados gestores e processos interativos de planejamento e de tomada de
decisão;
Implementar sistemas e mecanismos de comunicação e informação que
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promovam o desenvolvimento, a autonomia e o protagonismo das equipes e da
população, ampliando o compromisso social e a co-responsabilização de todos os
envolvidos no processo de produção da saúde;
Promover ações de incentivo e valorização da jornada de trabalho integral no
SUS, do trabalho em equipe e da participação do trabalhador em processos de
educação permanente em saúde que qualifiquem sua ação e sua inserção na rede
SUS;
Promover atividades de valorização e de cuidados aos trabalhadores da saúde,
contemplando ações voltadas para a promoção da saúde e qualidade de vida no
trabalho.
Tabela 1 – Diretrizes Humaniza-SUS
Fonte: Humaniza-SUS (2010)
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4. Iluminação em UTI
A internação intensiva caracteriza-se por ser um setor servido de altos recursos técnicos
e humanos, no intuito de abrigar pacientes graves, prestando assistência médica e
monitoramento durante 24 horas. A iluminação das tarefas visuais desenvolvidas pela
equipe médica é a prioridade neste setor, já que pode influenciar na manutenção da vida
dos pacientes. Contudo, o conforto visual dos pacientes também precisa ser garantido
(AS/NZS, 1997).
A iluminação dos quartos da unidade de internação deve conciliar as necessidades
visuais dos diversos usuários, considerando que o campo visual dos pacientes é
predominantemente o teto (IESNA, 1995; AS/NZS, 1997). Assim, o sistema lumínico
artificial deve ser composto por iluminação geral e iluminação localizada para leitura,
exames e vigília, as quais destinam-se a atender tarefas visuais específicas.
A iluminação geral fica normalmente nas áreas de corredores e postos de enfermagem e
participa do campo visual dos pacientes nos leitos ou boxes. Desta forma, as luminárias
destes espaços devem ser protegidas da visão direta, evitando o ofuscamento dos
acamados (IESNA,1995). Os visores dos aparelhos devem estar protegidos do
ofuscamento da iluminação, já que a sua leitura não pode ser comprometida.
A iluminação localizada para leitura, instalada na cabeceira do leito, destina-se às
atividades individuais do paciente, podendo servir também à enfermagem para a
execução de procedimentos corriqueiros, como a administração de medicamentos. Esta
iluminação considera a posição do paciente reclinado no leito, assumindo uma linha de
visão a cerca de 1,20m de altura acima do piso (IESNA, 1995). É importante que a
iluminação não fique atrás de sua cabeça quando a cama for inclinada. Além disso, a
iluminação localizada para leitura deve ser individual nas enfermarias, de modo a não
perturbar o paciente do leito ao lado.
A iluminação localizada para exames destina-se a atender as tarefas visuais da equipe
médica na realização de procedimentos de precisão. Caracteriza-se por uma distribuição
luminosa concentrada, podendo focalizar o centro da tarefa. Essas luminárias são, em
geral, portáteis, e conduzidas ao quarto quando necessário. São recomendadas lâmpadas
com alta capacidade de reprodução das cores para a correta identificação das cores azul
da cianose e amarelo da icterícia na pele dos pacientes (IESNA, 1995).
A iluminação localizada de vigília auxilia na orientação e locomoção dos
acompanhantes e equipe de enfermagem quando as outras luminárias estão apagadas.
As luminárias, localizadas a 50 cm do piso (BRASIL, Port. 1884/94) podem ser
distribuídas nas paredes, considerando as dimensões do quarto.
No que diz respeito à iluminação natural, as aberturas, quando existentes, geralmente
encontram-se na cabeceira dos leitos, não permitindo aos pacientes a vista ao exterior. A
luz natural está presente, porém limitada e apenas para iluminar as tarefas visuais e
outras atividades executadas nestes espaços. Isso ocorre pela necessidade de instalar os
pontos elétricos na parede da fachada e pela facilitação do atendimento imediato em
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ambos os lados do leito, permitindo o acesso de carrinho de emergência e qualquer
outro equipamento móvel sem obstruções, além de localizar-se no centro de visão do
posto de enfermagem. É importante assinalar que essa tática não se deve a imposições
da legislação, mas a um critério totalmente de projeto.
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5. Percepção da luz no olho humano
Os receptores visuais localizam-se na retina, revestimento interno do olho, posterior à
íris. Os impulsos nervosos chegam à retina após passar pelo cristalino (a lente do olho)
e, através do nervo óptico, devem atingir a parte posterior do cérebro, conhecida como
lobo occipital: essa é a via óptica. (Figura 3)
Na parte posterior da retina, em linha com o centro da pupila, ou seja, com o eixo visual
de cada olho, existe a mácula, no centro da qual se nota uma depressão, a fóvea central.
A mácula corresponde à área da retina onde a visão é mais distinta. A visão nas partes
periféricas não maculares da retina é pouco nítida e a percepção das cores se faz
precariamente.
Os prolongamentos periféricos das células fotossensíveis são os receptores da visão,
cones ou bastonetes. (Figura 3)
Figura 3 – Anatomia do olho humano
Fonte: elaboração própria (2016)
Os raios luminosos que incidem sobre a retina devem atravessar suas camadas internas
para atingir os fotorreceptores, cones ou bastonetes. Os bastonetes são adaptados para a
visão com pouca luz. Nos animais de hábitos noturnos, a retina é constituída
predominantemente por bastonetes. Os cones são adaptados para a visão com luz de
maior intensidade e para a visão de cores. Nos animais de hábitos diurnos, o predomínio
é quase total de cones.
No homem, o número de bastonetes é cerca de 20 vezes maior que o de cones. Contudo,
a distribuição dos dois tipos de receptores não é uniforme. Assim, enquanto nas partes
periféricas da retina predominam os bastonetes, o número de cones aumenta
progressivamente à medida que se aproxima da mácula, até que ao nível da fóvea
central existem exclusivamente cones (MACHADO, 2003:302).
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Embora nossos olhos sejam responsáveis por trazer a maior parte das informações do
mundo externo, eles não são capazes de revelar tudo. É possível ver apenas objetos que
emitam ou sejam iluminados por ondas de luz em nosso alcance de percepção, que
representa somente 1/70 de todo o espectro eletromagnético.
Quando os raios de luz provenientes de um objeto atravessam o olho, formam uma
imagem real e invertida localizada exatamente sobre a retina para que ela seja nítida. A
retina transmite as informações ao cérebro, através do nervo óptico, que processa uma
inversão da imagem fazendo com que vejamos o objeto na sua posição normal. O olho
humano enxerga radiações luminosas entre 4.000 e 8.000 Angströns (unidade de
comprimento de onda). O homem e o macaco são os únicos mamíferos capazes de
enxergar cores (TORMANN, 2006:54).
6. Características da cor da luz
Um dos principais atributos da luz é a sua temperatura de cor, que não se refere ao calor
físico da fonte luminosa, mas sim ao tom de cor que ela dá ao ambiente. A temperatura
de cor é medida em Kelvin (K) e, em geral, em lâmpadas, varia de 2.700 a 7.000 K,
sendo a de 2.700K com tom mais avermelhado (quente) e a de 7.000K com tom mais
azulado (frio).
O sol, nossa fonte de luz natural, varia sua temperatura de cor no decorrer do dia:
amanhece com tom mais avermelhado, torna-se mais azulado no meio do dia, voltando
ao tom mais quente no pôr-do-sol (Figura 4). Esse fenômeno regula as atividades diárias
dos seres humanos em uma cascata biológica conhecida como ciclo circadiano.
Figura 4 – Variação da temperatura de cor da luz do sol ao longo do dia
Fonte: elaboração própria (2016)
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Sendo assim, fontes de luz artificial devem reproduzir as temperaturas de cor ideais para
cada atividade conforme o período em que é executada: atividades de maior
relaxamento pedem luz de temperatura de cor mais baixa, enquanto a luz de temperatuta
de cor mais alta é ideal para ações que exijam maior vigor.
Para medir a qualidade da reprodução de cor de uma luz artificial, é usado o Índice de
Reprodução de Cor (IRC). O IRC serve para medir o quanto a luz artificial consegue
imitar a luz natural, portanto é medido a partir da comparação com a luz do sol, a qual
foi atribuído o IRC 100. Sendo assim, quanto mais próximo do índice 100, mais
fielmente as cores são vistas.
Aquilo que conseguimos enxergar é o reflexo da luz sobre os objetos. Sabendo-se que
os pigmentos contidos nos objetos absorvem determinadas cores e refletem outras, o
IRC da lâmpada utilizada vai influenciar diretamente na qualidade da percepção real da
cor. Adicionalmente, cabe ressaltar que o IRC independe da temperatura de cor da
lâmpada.
7. O ciclo circadiano
O ritmo biológico de cada indivíduo é regulado por um relógio interno, inerente aos
seres vivos, que controla as diversas funções do organismo respeitando um ciclo
sono/vigília, que se repete aproximadamente a cada 24 horas e compreende o controle
da temperatura, da pressão arterial, a produção de hormônios, a sensação de fome e a
atividade de vários órgãos.
No final dos anos 90, a descoberta da proteína que converte o sinal luminoso em
impulso elétrico, ampliou as pesquisas e experiências científicas a respeito dos efeitos
da luz sobre os ciclos biológicos conhecidos como ciclos circadianos. Uma área da
ciência - a cronobiologia - surgiu para se ocupar do estudo da organização temporal dos
seres vivos.
Os ciclos circadianos são, primariamente, sincronizados com a variação da luz
ambiente. A mudança da intensidade luminosa natural e a redução do componente azul
na radiação do sol, coloca o organismo em sintonia com a passagem do dia para a noite
provocando a produção de um hormônio - a melatonina - que favorece o sono.
Decorridas cerca de 12 horas, o ritmo circadiano antecipa as necessidades do dia,
produzindo um outro hormônio - o cortisol - que aumenta o ritmo do metabolismo e
prepara o corpo para as atividades de maior vigor (Figura 5).
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Figura 5 – Ciclo circadiano com a variação da luz e alterações correspondentes no organismo humano
Fonte: adaptado de NUPEHA (2015)
Uma iluminação artificial intensa, por exemplo, rompe a informação fornecida pela
iluminação natural e desregula o ciclo circadiano do indivíduo.
Segundo a cronobiologia, além dos aspectos relativos ao sono (que desde o início são
associados ao ciclo circadiano), atualmente existem diversas doenças relacionadas ao
rompimento do balanço desses ciclos biológicos.
Conforme assinalado pelo NUPEHA (2015), a iluminação artificial por si só não
apresenta efeitos negativos sobre a saúde. O que se constata é que a distribuição dos
comprimentos de onda da iluminação artificial é que necessita regulação durante o dia e
a noite para proporcionar ao organismo o sinal correto e colocar o corpo em sintonia
com a natureza.
8. O Delirium
Delirium é uma disfunção cerebral comum e grave com diversos efeitos adversos e alto
risco de mortalidade. É uma condição muito prevalente no contexto dos pacientes
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internados em UTIs. A consciência de que o delirium requer a instituição de terapia
específica imediata e medidas efetivas de prevenção vem aumentando nos últimos anos.
Essa condição atinge de 30% a 50% dos pacientes de UTI não intubados e pode estar
presente em até 80% dos pacientes com necessidade de ventilação mecânica, ou seja,
em condições clínicas mais graves (WEINHOUSE, 2009:234; SCHIEMANN,
2011:131).
A literatura médica enfatiza que essa condição ainda é pouco reconhecida e tardiamente
detectada nos pacientes, o que acarreta prolongamento das internações hospitalares,
atraso no início do tratamento específico, aumentos dos custos e, em última análise,
dificuldade na tomada de medidas preventivas efetivas.
Define-se delirium como uma disfunção cerebral aguda com alterações na consciência,
atenção, percepção e cognição. Os pacientes com esse distúrbio podem ser classificados
na forma hiperativa (que inclui agitação), hipoativa (na qual podem apresentar
ansiedade e alucinações, mas sem a expressão adequada dos sintomas, sendo, por isso,
menos diagnosticado) e mista (inclui os dois tipos de apresentação clínica).
A Tabela 2 mostra os sinais e sintomas que podem estar presentes no paciente com
delirium:
Agitação
Hipoatividade
Confusão mental
Agressividade
Uso de palavras inadequadas
Desatenção
Não consegue saber a hora do dia
Alucinações visuais
Comportamentos diferentes dos habituais
Distúrbios do sono
Alterações emocionais
Movimentos anormais (como tremores)
Alterações de memória
Tabela 2 – Sinais e sintomas de delirium
Fonte: elaboração própria (2016)
Atualmente, a teoria mais aceita para a origem do delirium é o distúrbio dos
neurotransmissores envolvidos no ritmo do ciclo circadiano (SCHIEMANN, 2011:131).
Essas alterações ocorrem especialmente no contexto da perda de referenciais de dia e
noite baseados na luz ambiental.
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Segundo Van Rompaey (2009), podemos determinar quatro domínios de fatores de
risco para delirium no contexto de UTI: características do paciente, doença crônica
prévia, doença aguda e ambiente. Esses domínios estão apresentados na Figura 6.
Figura 6 – Quatro domínios de fatores de risco para delirium na UTI
Fonte: adapatado de Schiemann (2011)
Após o diagnóstico de delirium em um paciente internado na UTI, diversas medidas
farmacológicas devem ser adotadas para o tratamento dessa condição. A maioria desses
fármacos interagem de forma negativa com as outras possíveis condições clínicas do
paciente e, dessa forma, causam piora dos sintomas, aumento do tempo de permanência
no hospital e elevado risco de mortalidade.
Em vista disso, a literatura médica é unânime em recomendar medidas nãofarmacológicas para a prevenção e mesmo para o tratamento do delirium. Essas
recomendações passam diretamente pela arquitetura hospitalar humanizada e projeto
luminotécnico adequado.
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9. Iluminação Circadiana Adaptativa
Com o advento e a flexibilidade dos LEDs (Light Emitting Diodes), cada vez mais
lâmpadas e sistemas vem sendo desenvolvidos com o intuito de não só minimizar o
efeito nocivo da luz artificial sobre os ciclos circadianos, como também ajudá-los com o
uso modulado da intensidade e do comprimento de onda da iluminação, desta forma
permitindo ao organismo a restauração dos ciclos naturais.
Philips, GE e Osram já disponibilizam sistemas especializados de iluminação circadiana
adaptativa, e a California Lighting Technology Center (CLTC) inaugurou recentemente
a Honda Smart Home como modelo real.
A iluminação de LED usada em toda a Honda Smart Home é projetada para dar suporte
à saúde e ao bem-estar dos ocupantes da casa. A Honda trabalhou com pesquisadores da
CLTC para explorar uma nova lógica de controle de cor circadiano. Imitando as
mudanças naturais na luz do dia que acontecem da manhã à noite, o projeto de
iluminação circadiano-friendly permite que os ocupantes selecionem cenas de
iluminação que complementam os seus ritmos circadianos e ajudam na visão noturna.
As luzes da noite cor âmbar no corredor, por exemplo, fornecem luz suficiente para se
deslocar pela casa na escuridão sem esgotar o fotopigmento no olho humano chamado
rodopsina que ajuda os seres humanos a enxergar em condições de pouca luz. Isto
permite que as pessoas movimentem-se de forma segura e voltem a dormir de forma
rápida e fácil.
A iluminação circadiano-friendly da Honda Smart Home respeita o relógio natural do
corpo e o seu ritmo. Tons de azul são projetados durante o dia e âmbar durante a noite.
O resultado é um ambiente confortável, que não vai perturbar os padrões de sono.
(Figura 7)
Figura 7 – Iluminação da Honda Smart Home – diurna e noturna
Fonte: adaptado de www.hondasmarthome.com (2016)
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circadianos dos pacientes
Dezembro/2016
No exterior, alguns hospitais já começam a instalar a iluminação circadiana adaptativa
em quartos nos quais os pacientes permanecem em ambientes fechados. A ideia é usar a
luz de forma efetiva em um espaço de saúde para melhorar o ambiente de cura e
promover o bem-estar dos pacientes e colaboradores.
NUPEHA (2015) destaca que em um importante estudo denominado "O impacto da luz
sobre os resultados nos serviços de saúde" - Center for Health Design, 2006 - os
pesquisadores observam em suas principais conclusões que, ao controlar sistemas
circadianos do corpo, diminui-se a depressão de pacientes e o tempo de permanência em
internação, ameniza a agitação em pacientes com demência, alivia a dor e melhora o
sono, bem como otimiza a adaptação ao trabalho noturno dos funcionários.
10.
Conclusão
Após revisão bibliográfica realizada acerca do tema proposto, observa-se que
determinadas condições de saúde em pacientes internados em unidades complexas como
as UTIs são decorrentes da inserção e permanência desse indivíduo em um ambiente
com pouca ou nenhuma iluminação natural e não humanizado.
O delirium, um agravo de saúde comum nesses pacientes, é um distúrbio agudo da
consciência que inclui perda de funções cerebrais, apresentando como um dos principais
agentes causais as alterações dos ciclos circadianos do indivíduo. Ambientes sem a
presença da luz natural perdem os efeitos biológicos que ocorrem desde a entrada do
feixe luminoso pelo olho humano até a cascata hormonal que regula nosso organismo ao
longo de um dia.
Sendo assim, encontra-se na literatura especializada exemplos de como a Iluminação
Circadiana Adaptativa apresenta o potencial de reajustar o ciclo circadiano em pacientes
internados em ambientes como as UTIs.
Conclui-se que o projeto da luminotécnica objetivando o uso correto e adequado da luz
artificial apresenta excelentes resultados no contexto de condições médicas como o
delirium, que ocorrem em pacientes de grande vulnerabilidade como aqueles internados
em espaços hospitalares complexos.
Novos estudos a respeito do emprego da luminotécnica visando melhorias terapêuticas
em ambientes hospitalares específicos são necessários para aumentar o poder dos dados
e incluir condutas e perspectivas relevantes nessa área.
Referências
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A iluminação artificial na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seus efeitos sobre os ciclos
circadianos dos pacientes
Dezembro/2016
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A iluminação artificial na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seus efeitos sobre os ciclos
circadianos dos pacientes
Dezembro/2016
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VACCARO, Bernardino, PANDHARIPANDE, Pratik E ELY, Wesley. Bench-tobedside review: Delirium in ICU patients – importance of sleep deprivation.
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Anexo 1
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A iluminação artificial na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seus efeitos sobre os ciclos
circadianos dos pacientes
Dezembro/2016
Anexo 1 - INT26 - Área coletiva de tratamento (exceto neonatologia) - Internação Intensiva
Fonte: SOMASUS (2015)
ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016
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