Resumo de Aula: Fenômenos ondulatórios. 1-Reflexão (i) Introdução Tanto a reflexão quanto a refração (veja adiante) ocorre quando uma onda encontra uma descontinuidade na sua propagação. A reflexão ocorre quando a onda retorna ao meio de origem após interagir com a descontinuidade, a refração ocorre quando a onda passa a se propagar no outro meio. No caso de ondas mecânicas este resultado pode ser generalizado da seguinte forma: Haverá inversão de fase quando o meio dois for mais rígido que meio um. Reflexão em uma extremidade livre O exemplo mais direto da reflexão ocorre quando a luz reflete em um espelho, um outro exemplo ocorre quando o som reflete em uma parede (podendo produzir eco!). (ii) Inversão de fase. Quando uma onda sofre reflexão suas principais características permanecem inalteradas (velocidade, comprimento de onda e frequência), o que pode mudar é a fase da onda refletida. Considerando um modelo simples de um pulso em uma corda teremos as seguintes situações: Reflexão em uma extremidade fixa: Neste caso a extremidade livre não exerce força vertical sobre a corda, não sendo capaz de alterar sua fase. Porém há uma força horizontal exercida pela parede (reação à força exercida pela corda) que faz com que o pulso reflita. Generalizando este resultado temos que, para ondas mecânicas, quando o meio dois é menos rígido que o meio um não há inversão. Ondas eletromagnéticas também sofrem reflexão, que pode ser com ou sem inversão de fase. Neste caso haverá inversão de fase se o índice de refração do meio 2 for maior que o índice de refração do meio 1, do contrário não há inversão de fase. Neste caso a corda é o meio um, a parede onde a corda está presa é o meio dois, e a junção entre elas (o nó) é a descontinuidade. (iii) Variação na direção de propagação No caso de ondas bidimensionais e tridimensionais pode ocorrer uma mudança na direção de sua propagação. Considerando o caso de uma onda bidimensional teremos: Quando a onda atinge a extremidade fixa ela realiza uma força sobre a extremidade que reage com uma força igual e contraria, forçando a onda a refletir com a fase invertida. 1 www.plantaofisica.blogspot.com.br Poderíamos representar a refração de uma onda bidimensional da seguinte forma: Na figura i é o ângulo de incidência e r é o ângulo de reflexão. Neste caso temos que: i=r Lei da reflexão 2- Refração (i) Introdução A refração ocorre quando a onda que se propaga em um meio 1 passa a se propagar em um meio 2. Na refração há uma mudança na velocidade de propagação e no comprimento de onda, porém sua frequência permanece constante e não há mudança em sua fase. A mudança de direção ilustrada na figura é dada pela lei da refração: v 2 senr v1 seni Onde i é o ângulo de incidência da onda (em relação a normal) e r é o ângulo de refração (veja a figura a seguir). Como a frequência é constante podemos escrever, a partir da relação fundamental ( v λf ) , a seguinte relação entre velocidade e comprimento de onda: 3-Interferência A Interferência ocorre quando duas (ou mais ondas) interagem entre si. Há dois tipos de interferência: construtiva e destrutiva. Meio 1 v 1 λ1f v f 1 λ1 Meio 2 v 2 λ2 f v f 2 λ2 v1 v 2 λ1 λ 2 (i) Interferência construtiva. Considere dois pulsos que se propagam em uma corda em direções contrárias conforme a figura. Quando estes dois pulsos se cruzam o resultado é que estes pulsos se somam para fazer um pulso maior. Após interagirem os dois pulsos recuperam suas características e seguem seu caminho. (ii) Direção de propagação A variação de velocidade que ocorre durante a refração pode provocar uma variação na direção de propagação da onda (nas ondas unidimensionais há uma inversão no sentido de propagação). 2 www.plantaofisica.blogspot.com.br de cordas (violão, violino, etc) ou tubos (flauta, trompete, saxofone, etc). Em uma onda estacionária unidimensional temos pontos que não oscilam (estes pontos são chamados de nós) e regiões onde a A amplitude do pulso resultante é a soma dos dois pulsos originais. amplitude varia entre dois pontos extremos (ventres). (ii) Interferência destrutiva. Se os dois pulsos estiverem invertidos (veja a figura a seguir) eles também sofrem interferência, porém a amplitude do pulso resultante é a diferença entre as amplitudes dos dois pulsos. 4- Difração. Difração é a capacidade das ondas em contornarem obstáculos. A figura a seguir ilustra a difração de uma onda por um orifício em uma placa. As ondas difratam por orifícios, continuando seu caminho, quando o tamanho do orifício for próximo ao tamanho do comprimento de onda. No caso dos dois pulsos terem a mesma amplitude temos uma interferência destrutiva total. Como no caso anterior os pulsos, após a interferência, recuperam suas características e seguem seu caminho original.. No caso de ondas sonoras, cujo comprimento de onda é da ordem de dezenas de metros, pode-se perceber o fenômeno acontecendo em obstáculos comuns como portas janelas e muros. Porém para ondas de luz, cujo comprimento de onda é da ordem de 10-9 m, a difração não é tão evidente (pelo menos não é fácil de perceber a quantidade de fenômenos cotidianos que é decorrência direta do fenômeno da difração). (iii) Ondas estacionárias. A combinação da reflexão com inversão de fase com a interferência pode resultar no surgimento de ondas estacionárias. Este é um dos fenômenos responsáveis pela produção de sons em instrumentos musicais Veja mais sobre Física e Matemática no Site Plantão de Física - www.plantaofisica.blogspot.com.br 3