UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA AGRÍCOLA PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA DOUTORADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM TECNOLOGIA AGROECOLÓGICA DE CULTIVO DO PINHÃO-MANSO UTILIZANDO URINA DE VACA E MANIPUEIRA TESE FÁBIO AGRA DE MEDEIROS NÁPOLES CAMPINA GRANDE AGOSTO – 2012 FÁBIO AGRA DE MEDEIROS NÁPOLES TECNOLOGIA AGROECOLÓGICA DE CULTIVO DO PINHÃO-MANSO UTILIZANDO URINA DE VACA E MANIPUEIRA Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia Agrícola, do Centro de Tecnologia e Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande, em cumprimento às exigências para obtenção do Título de Doutor (Doctor scientiae) em Engenharia Agrícola. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM ORIENTADOR: CARLOS ALBERTO AZEVEDO - Professor - Doutor - UFCG/CTRN/UAEAg CAMPINA GRANDE – PARAÍBA AGOSTO – 2012 ii FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG N116t Nápoles, Fábio Agra de Medeiros. Tecnologia agroecológica de cultivo do pinhão-manso utilizando urina de vaca e manipueira / Fábio Agra de Medeiros Nápoles. – Campina Grande, 2012. 127 f. : il. color. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais. Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Azevedo. Referências. 1. Jatropha curcas. 2. Agroecologia. 4. Urina de Vaca. I. Título. 3. Manipueira. CDU 633.85(043) iii iv Aos meus pais ‘Lindaci de Medeiros Nápoles’ (in memorian) e ‘Leonília Agra Nápoles,’ pela vida, pelos valores transmitidos, oportunidades, incentivo e amor, fundamentais nas minhas conquistas. DEDICO A minha esposa, Karla e as minhas filhas Thayane e Yasmim pelo apoio, cobrança, paciência e compreensão durante os momentos de dedicação a Tese. Aos meus irmãos, João Alfredo e Carla (in memorian). As minhas sobrinhas Luiza e Izadora pelos momentos de paz. A Kalyanna. A Kaly e Paulinho (in memorian) OFEREÇO v AGRADECIMENTOS Ao meu amado PAI eterno e DEUS todo poderoso, pela companhia privilegiada e sincera, sempre me abençoando em todos os momentos com seu infinito amor; À minha família pela torcida e força durante esta prazerosa tarefa; Ao meu orientador Prof. Dr. Carlos Alberto Azevedo pela amizade constante, competência e disponibilidade em todo tempo; À Universidade Federal de Campina Grande, em especial, a Coordenação de Pós- Graduação em Engenharia Agrícola, pela imensurável contribuição a minha vida profissional e presteza; Ao Professor Dr. Suenildo Jósemo Costa Oliveira e a Professora Dra. Vera Lúcia Antunes de Lima pelas valiosas contribuições, sem as quais não chegaria a este momento; Aos demais membros da banca examinadora pelas contribuições sinceras e importantes; À Universidade Estadual da Paraíba, meu espaço profissional e amada casa, pela oportunidade concedida de crescimento profissional/acadêmico; A todos que fazem parte do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais – CCAA, Campus II da UEPB, pela presteza, companhia, respeito e amizade ao longo da pesquisa; À Embrapa/Algodão, na pessoa do Dr. Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão por contribuir no enriquecimento desta pesquisa; Aos queridos Bacharéis em Agroecologia Giliane Aparecida Vicente da Silva Souza e Filipe Travassos Montenegro, sempre disponíveis, principalmente nos momentos mais difíceis, minha mais sincera gratidão; Aos demais contribuintes da pesquisa Jéssika, Alexandra, Kércio, Josely, Júnior, Mário Sérgio, Wagner, Edna, Cristiano, Elaine e José Thiago. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte desta conquista. vi ÍNDICE LISTA DE FIGURAS...................................................................................... LISTA DE TABELAS...................................................................................... RESUMO ....................................................................................................... ABSTRACT.................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 2 OBJETIVOS........... ....................................................................................... 2.1 Objetivo Geral................................................................................................ 2.2 Objetivos Específicos..................................................................................... 3 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 3.1 Descrição botânica, morfologia e fisiologia do pinhão-manso ...................... 3.2 Uso e importância econômica da cultura ...................................................... 3.3 Biocombustíveis............................................................................................. 3.4 Agroecologia ................................................................................................. 3.5 Adubação orgânica no pinhão-manso........................................................... 3.6 Uso da manipueira na agricultura ................................................................. 3.7 Uso da urina de vaca na agricultura ............................................................. 4 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 4.1 Localização e caracterização edafoclimática da área experimental ............. 4.2 Tratamentos e delineamento experimental ................................................... 4.3 Instalação do experimento............................................................................. 4.4 Características da manipueira e da urina de vaca utilizadas......................... 4.5 Tratos culturais e fertilização ......................................................................... 4.6 Variáveis de crescimento............................................................................... 4.6.1 Altura de planta.................................................................................. 4.6.2 Diâmetro caulinar............................................................................... 4.6.3 Número de folhas e área foliar .......................................................... 4.6.4 Taxas de crescimento relativo em altura de planta, diâmetro caulinar e área foliar....................................................................................... 4.6.5 Fitomassa seca do caule, das folhas e das raízes............................. 4.6.5.1 Fitomassa seca epígea ................................................................... 4.6.5.2 Fitomassa seca hipógea ................................................................. 4.7 Componentes de produção ........................................................................... 4.7.1 Análise da produção ......................................................................... 4.7.2 Análise do teor de óleo das sementes .............................................. 4.8 Identificação das plantas espontâneas na área experimental....................... 4.9 Uso da urina de vaca e da manipueira na prevenção e controle de pragas.......................................................................................................... 4.10 Efeito da urina de vaca e da manipueira sobre as propriedades químicas do solo......................................................................................................... 4.11 Análises estatísticas ...................................................................................... 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 5.1 Dados climáticos ........................................................................................... 5.2 Análise não destrutiva da fitomassa fresca epígea........................................ Pg x xiv xvi xvii 1 3 3 3 4 4 5 7 9 12 14 17 18 18 22 24 26 26 28 28 28 28 29 30 30 30 31 31 31 32 32 32 33 34 34 35 5.2.1 Altura de planta em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca.................................................................................................. 37 vii 5.3 5.4 5.2.2 Diâmetro caulinar em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca ................................................................................................. 5.2.3 Número de folhas em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca ................................................................................................. 5.2.4 Área foliar em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca .............................................................................................................. 5.2.5 Número de folhas em função de diferentes volumes da calda com manipueira...................................................................................................... 5.2.6 Área foliar em função de diferentes volumes da calda com manipueira ..................................................................................................... 5.2.7 Diâmetro caulinar em função da interação urina de vaca e 1000 ml da calda com manipueira ........................................................................... 5.2.8 Área foliar em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira................................................................. 5.2.9 Diâmetro caulinar em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca............................................................. 5.2.10 Área foliar em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina vaca ................................................................. Taxas de crescimento relativo em altura de planta, diâmetro caulinar e área foliar do pinhão-manso em cinco períodos pós-plantio......................... 5.3.1 Taxas de crescimento relativo em altura de planta.............................. 5.3.1.1 Equações de ajuste para taxa de crescimento relativo a altura de planta do pinhão-manso................................................................................. 5.3.2 Taxas de crescimento relativo de diâmetro caulinar ........................... 5.3.2.1 Equações de ajuste para taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar do pinhão-manso.............................................................................. 5.3.3 Taxas de crescimento relativo de área foliar....................................... 5.3.3.1 Equações de ajuste para taxa de crescimento relativo a área foliar do pinhão-manso........................................................................................... Fitomassa seca epígea hipógea.................................................................... 5.4.1 Fitomassa seca do caule em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca ......................................................................................... 5.4.2 Fitomassa seca das folhas em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca ............................................................................. 5.4.3 Fitomassa seca da raiz em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca ...................................................................................... 5.4.4 Fitomassa seca da raiz, em função da interação da urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira ............................................... 5.4.5 Fitomassa seca do caule, em função da interação da urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira ............................................ 5.4.6 Fitomassa seca das folhas, em função da interação da urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira ................................... 5.4.7 Fitomassa seca da raiz em função da interação manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca ...................................... 5.4.8 Fitomassa seca do caule em função da interação manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca ...................................... 5.4.9 Fitomassa seca das folhas em função da interação manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca ........................... 37 38 38 39 40 42 43 46 46 55 55 57 59 61 62 64 66 68 68 69 72 73 75 77 78 79 viii 5.5 5.6 5.7 5.8 6 7 Componentes de produção, em função do uso das caldas com urina de vaca e manipueira.......................................................................................... 5.5.1 Número de frutos em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca.................................................................................................. 5.5.2 Peso dos frutos maduros em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca ......................................................................................... 5.5.3 Peso seco dos frutos em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca.......................................................................................... 5.5.4 Peso seco das sementes em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca.......................................................................................... 5.5.5 Número de frutos em função de diferentes volumes da calda com manipueira...................................................................................................... 5.5.6 Peso dos frutos maduros em função de diferentes volumes da calda com manipueira.............................................................................................. 5.5.7 Peso seco dos frutos em função de diferentes volumes da calda com manipueira.............................................................................................. 5.5.8 Peso seco das sementes em função de diferentes volumes da calda com manipueira................................................................................. 5.5.9 Número de frutos em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira................................................ 5.5.10 Peso dos frutos maduros em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira............................................. 5.5.11 Peso seco dos frutos em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira................................................ 5.5.12 Peso seco das sementes em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira............................................. 5.5.13 Número de frutos em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca............................................ 5.5.14 Peso dos frutos maduros em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca............................................ 5.5.15 Peso seco dos frutos em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca............................................ 5.5.16 Peso seco das sementes em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca............................................ 5.5.17 Análise do teor de óleo nas sementes do pinhão-manso................. Identificação das plantas espontâneas presentes na área experimental................................................................................................ Uso da urina de vaca e da manipueira na prevenção e controle de pragas.......................................................................................................... Propriedades químicas do solo sob a ação da urina de vaca e da manipueira...................................................................................................... CONCLUSÕES .......................................................................................... REFERÊNCIAS ............................................................................................. 79 81 82 82 83 84 84 85 86 88 89 91 93 97 98 100 102 103 103 105 106 111 114 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Pg Localização de Lagoa Seca, no estado da Paraíba ......................... 19 Temperaturas registradas no ano de 2010....................................... 19 Médias mensais da precipitação pluvial e evapotranspiração de referência (ETo), registradas durante a condução do experimento no município de Lagoa Seca, PB, no período de janeiro a dezembro de 2010, segundo dados da EMEPA............................... 20 Mudas de pinhão-manso................................................................... 25 Medição e marcação das covas ...................................................... 25 Abertura das covas........................................................................... 25 Plantio das mudas ........................................................................... 25 Coroamento das plantas .................................................................. 27 Local da coleta de manipueira ......................................................... 27 Diluição da manipueira .................................................................... 27 Aplicação ......................................................................................... 27 Medição do comprimento da folha .................................................. 30 Plantas de pinhão-manso aos seis meses ...................................... 30 Início da floração .............................................................................. 31 Frutos do pinhão-manso .................................................................. 31 Coleta de solo para análise ............................................................. 32 Mistura de amostras de solo ............................................................ 32 Análise de regressão do diâmetro caulinar da planta do pinhãomanso aos 360 dias, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................... 37 Análise de regressão do número de folhas da planta do pinhãomanso aos 360 dias, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................... 38 Análise de regressão da área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB.......................................... 39 Análise de regressão do número de folhas do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB................................ 40 Análise de regressão da área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB................................................... 40 Análise de regressão do diâmetro caulinar da planta do pinhãomanso aos 360 dias, em função dos volumes da calda com urina de vaca, dentro de 1000 ml da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. 42 Análise de regressão da área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função do uso da urina de vaca dentro de cada volume da calda com manipueira, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB........ 44 x Figura 25 Análise de regressão do diâmetro caulinar do pinhão-manso aos 360 dias, em função da adição de manipueira dentro dos respectivos volumes da calda com urina de vaca: 500 ml e 1000 ml, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB............................................ Figura 26 Análise de regressão de área foliar da planta de pinhão-manso aos 360 dias, em função da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01), Lagoa Seca, PB.......... Figura 27 Taxa de crescimento relativo de altura de planta do pinhão-manso, durante os 360 dias, em função do uso da urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB............................................................. Figura 28 Taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar do pinhãomanso, durante os 360 dias, em função do uso da urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB............................................................ Figura 29 Taxa de crescimento relativo de área foliar do pinhão-manso, durante os 360 dias, em função do uso da urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB............................................................. Figura 30 Análise de regressão da fitomassa seca do caule de pinhãomanso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB................... Figura 31 Análise de regressão de fitomassa seca das folhas de pinhãomanso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB................... Figura 32 Análise de regressão de fitomassa seca da raiz da planta de pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.......... Figura 33 Análise de regressão da fitomassa seca da raiz da planta de pinhão-manso aos 360 dias, em função da interação urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. Figura 34 Análise de regressão da fitomassa seca do caule da planta de pinhão-manso aos 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. Figura 35 Análise de regressão da fitomassa seca de folhas da planta de pinhão-manso aos 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. Figura 36 Análise de regressão da fitomassa seca da raiz de pinhão-manso aos 360 dias, em função da interação manipueira dentro de 250 ml e 0 ml da calda com urina de vaca, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB............................................................................................ Figura 37 Análise de regressão da fitomassa seca do caule de pinhãomanso aos 360 dias, em função da interação manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB................................................................................. Figura 38 Análise de regressão da fitomassa seca das folhas de pinhãomanso aos 360 dias, em função da interação entre manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.............................................................. 46 48 57 61 64 68 69 69 73 74 75 77 78 79 xi Figura 39 Figura 40 Figura 41 Figura 42 Figura 43 Figura 44 Figura 45 Figura 46 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51 Figura 52 Análise de regressão do número de frutos do pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. Análise de regressão do peso do fruto maduro do pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. Análise de regressão do peso seco do fruto do pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. Análise de regressão do peso seco das sementes do pinhãomanso, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB................................................. Análise de regressão do número de frutos do pinhão-manso, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB................................................................... Análise de regressão do peso dos frutos maduros de pinhãomanso, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB................................ Análise de regressão do peso seco dos frutos de pinhão-manso, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB................................................... Análise de regressão do peso seco das sementes de pinhãomanso, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB................................ Análise de regressão do número de frutos de pinhão-manso, durante os 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB................................................................................. Análise de regressão do peso de frutos maduros de pinhãomanso, durante os 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. Análise de regressão do peso seco dos frutos de pinhão-manso, durante os 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB................................................................................. Análise de regressão do peso seco das sementes de pinhãomanso, durante os 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................................. Análise de regressão de número de frutos do pinhão-manso, em função da adição de manipueira dentro dos respectivos volumes da calda com urina de vaca: 0 ml, 250 ml, 500 ml e 750 ml, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB.................................................. Análise de regressão do peso dos frutos maduros de pinhãomanso, em função da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01), Lagoa Seca, PB................... 81 82 83 83 84 85 85 86 89 91 93 95 98 100 xii Figura 53 Análise de regressão do peso seco dos frutos de pinhão-manso, em função da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01), Lagoa Seca, PB........................... Figura 54 Análise de regressão do peso seco das sementes de pinhãomanso, em função da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01), Lagoa Seca, PB................... Figura 55 Resultados de Ca+2, Mg+2, e H+ Al+3 em cada tratamento após a biofertilização com urina de vaca e manipueira, Lagoa Seca, PB..... Figura 56 Resultados de Na+ e K+ em cada tratamento após a biofertilização com urina de vaca e manipueira, Lagoa Seca, PB............................ Figura 57 Resultados de Somas de Base e CTC em cada tratamento após a biofertilização com urina de vaca e manipueira, Lagoa Seca, PB..... Figura 58 Resultados de fósforo assimilável em cada tratamento após a biofertilização com urina de vaca e manipueira, Lagoa Seca, PB.... Figura 59 Resultados do pH em cada tratamento após a biofertilização........... 101 103 107 108 108 109 109 xiii LISTA DE TABELAS Pg Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 15 Tabela 16 Principais vantagens ambientais, técnicas e sócioeconômicas do biodiesel ......................................................................................... Resultados das análises químicas das amostras de manipueira aplicados no pomar de mexeriqueira em Campos dos Goytacazes-RJ ............................................................................... Composição química da manipueira em diversas análises ............ Resultados das análises químicas das amostras de urina de vaca aplicados no pomar de mexeriqueira em Campos dos Goytacazes-RJ ............................................................................... Atributos físico-hídricos do material de solo, no inicio da pesquisa, em duas profundidades. Lagoa Seca, PB............................................ Tabela 6 - Atributos químicos e de fertilidade do material de solo, no inicio da pesquisa, em duas profundidades. Lagoa Seca, PB... Atributos químicos (salinidade) do material de solo, no inicio da pesquisa, em duas profundidades. Lagoa Seca, PB....................... Esquema de análise de variância ................................................... Tratamentos com a solução de calda contendo urina de vaca e manipueira....................................................................................... Análise de atributos químicos da água utilizada nas irrigações do experimento, durante a pesquisa. Lagoa Seca, PB........................ Composição física e química da urina de vaca e manipueira utilizadas na pesquisa..................................................................... Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: altura de planta, diâmetro caulinar, número de folhas e área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos volumes das caldas com urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB.............. Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: diâmetro caulinar e área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função da urina de vaca (UV), dentro de cada volume da calda com manipueira (MP). Lagoa Seca, PB.......................................... Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: diâmetro caulinar e área foliar do pinhão-manso, aos 360 dias, em função da manipueira, dentro de cada volume da calda com urina de vaca. Lagoa Seca, PB....................................................... Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: fitomassa seca da raiz, fitomassa seca do caule e fitomassa seca das folhas do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos volumes das caldas com urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB.......................................................................................... Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: fitomassa seca da raiz, fitomassa seca do caule e fitomassa seca das folhas do pinhão-manso, aos 360 dias, em função da urina de vaca, dentro de cada volume da calda com manipueira. Lagoa Seca, PB................................................................................. 8 16 16 18 21 21 22 23 23 25 26 35 41 45 66 71 xiv Tabela 17 Tabela 18 Tabela 19 Tabela 20 Tabela 21 Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: fitomassa seca da raiz, fitomassa seca do caule e fitomassa seca das folhas do pinhão-manso, aos 360 dias, em função da manipueira, dentro de cada volume da calda com urina de vaca. Lagoa Seca, PB............................................................................... Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: número de frutos, peso do fruto maduro, peso seco do fruto, peso seco das sementes e teor de óleo das sementes de pinhãomanso aos 360 dias, em função do uso das caldas com urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB............................................... Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: número de frutos, peso dos frutos maduros, peso seco dos frutos, peso seco das sementes de pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca dentro de cada volume da calda com manipueira. Lagoa Seca, PB......................................... Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: número de frutos, peso dos frutos maduros, peso seco dos frutos, peso das sementes de pinhão-manso aos 360 dias após o plantio, em função dos volumes de manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca. Lagoa Seca........ Número de quadrados (QO) onde a espécie foi encontrada, números de indivíduos (NI), frequência (F), frequência relativa (FR), densidade (D), densidade relativa (DR), abundância (A), abundância relativa (AR) e índice de importância (IR) de espécies espontâneas na área de cultivo do pinhão-manso, Lagoa Seca..... 76 80 87 96 104 xv RESUMO Há pouco tempo, surgiu o interesse pelo pinhão-manso (Jatropha curcas L.) para a produção de biodiesel no país. Objetivou-se desenvolver tecnologia para a produção agroecológica do pinhão-manso em condições de campo, utilizando-se a manipueira e a urina de vaca, visando estudar seus efeitos sobre as características de crescimento e desenvolvimento, sobre as propriedades químicas do solo, na prevenção e no controle de pragas e doenças. O experimento foi desenvolvido em condições de campo, no Campus II da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Lagoa Seca. O esquema de análise fatorial foi 5x5, em um delineamento experimental de blocos ao acaso com 25 tratamentos e 4 repetições por tratamento, divididos em 4 blocos cada um com 25 plantas. Os tratamentos consistiram na combinação de 25 diferentes dosagens de caldas com urina de vaca e manipueira. T1 a T5 se aplicou 0, 250, 500, 750 e 1000ml da calda com manipueira (MP) respectivamente e não houve aplicação de urina de vaca (0 UV). Do T6 ao T10 as plantas receberam 250 UV e 0, 250, 500, 750 e 1000 MP respectivamente. Do T11 ao T15, 500 UV e 0, 250, 500, 750 e 1000 MP, respectivamente. Do T16 ao T20, 750 UV e 0, 250, 500, 750 e 1000 MP, respectivamente. Do T21 ao T25, 1000 UV e 0, 250, 500, 750 e 1000 MP, respectivamente. Foram avaliadas as variáveis de crescimento, de produção, prevenção e controle de pragas, além de atributos químicos do solo. O uso das caldas com urina de vaca e manipueira, proporcionaram ganhos de fitomassa epígea e hipógea. O diâmetro caulinar, número de folhas e área foliar aumentaram em 4,75%; 18,70% e 236,53% respectivamente, quando utilizou-se 1000ml da calda com urina de vaca (1000 UV). O volume de 1000ml da calda com manipueira (1000 MP), incrementou em 53,48% e 414% o número de folhas e a área foliar, respectivamente. As taxas de crescimento relativo em altura de planta, diâmetro caulinar e área foliar foram influenciados positivamente pela urina de vaca, manipueira e principalmente pela interação entre ambos. As maiores taxas de crescimento de altura de planta, diâmetro caulinar e área foliar, aconteceram aos 60, 120 e 240 dias, respectivamente. A fitomassa seca da raiz obteve o maior aumento (145%) quando recebeu urina de vaca e 1000 ml da calda com manipueira. A fitomassa seca do caule cresceu mais quando recebeu urina com 250 MP, enquanto a fitomassa seca das folhas obteve o maior incremento ao receber aplicação de urina e 1000 MP. O número de frutos foi maior quando se acrescentou urina de vaca dentro de 750ml da calda com manipueira. O peso dos frutos maduros com maior valor foi obtido quando se acrescentou urina de vaca dentro de 1000ml da calda com manipueira. O maior valor do peso seco dos frutos foi obtido quando se utilizou apenas urina de vaca. O uso da urina de vaca individualmente também se mostrou mais eficiente para o peso seco das sementes. Não houve diferença significativa para o teor de óleo das sementes nos tratamentos utilizados. A urina de vaca e manipueira foram mais eficientes quando utilizadas simultaneamente. Palavras-chave: Jatropha curcas, agroecologia, urina de vaca, manipueira xvi ABSTRACT Not so long ago, there was interest in jatropha (Jatropha curcas L.) for the production of biodiesel in this country. The objective was to develop technology for the jatropha agroecological production under field conditions, using the cassava wastewater and cow urine, to study their effects on growth and development characteristics, on soil chemical properties and on the pests and diseases prevention and control. The experiment was conducted under field conditions, at the Campus II belonged to the Universidade Estadual da Paraíba, located at Lagoa Seca. The used analysis factorial scheme analysis was 5x5 in randomized blocks with 25 treatments and 4 replications per treatment, divided into 4 blocks each with 25 plants. The treatments consisted of 25 different dosages of alternative pesticides, based on cow urine and cassava wastewater. From T1 to T5 applied 0, 250, 500, 750 and 1000ml of a solution with the cassava wastewater (MP) respectively, and no application of cow urine (0 UV). From T6 to T10 plants received 250 UV 0, 250, 500, 750 and 1000 MP, respectively. From T11 to T15, 500 UV and 0, 250, 500, 750 and 1000 MP, respectively. From T16 to T20, 750 UV and 0, 250, 500, 750 and 1000 MP, respectively. From T21 to T25, 1000 UV and 0, 250, 500, 750 and 1000 MP, respectively. The variables of growth, production, prevention and control of pests, and soil chemical properties, were studied. The use of alternative pesticide with cow urine and cassava wastewater, provided gains of epigeal and hypogeal phytomass. The stem diameter, number of leaves and leaf area increased by 4.75%, 18.70% and 236.53%, respectively, when it was used 1000ml of with cow urine solution (1000 UV). The volume of 1000ml of cassava wastewater solution (1000 MP), increased by 53.48% and 414% the number of leaves and leaf area, respectively. The relative growth rates in plant height, stem diameter and leaf area were positively influenced by cow urine, cassava wastewater and, mainly, by them interaction. The highest rates of growth of plant height, stem diameter and leaf area, occurred at 60, 120 and 240 days, respectively. The root dry weight had the highest increase (145%) when received cow urine and 1000ml of cassava wastewater solution. The dry weight of the stem grew more when the plants were treated with cow urine, 250 MP, while the dry weight of the leaves had the highest increment when applied this urine on1000 MP. The number of fruits was higher when added cow urine within 750ml of cassava wastewater syrup. The weight of ripe fruits with the highest value was obtained when added cow urine within 1000ml of cassava wastewater solution. The highest value of the dry weight of the fruits was obtained only when it was used the cow urine. The use of cow urine was also more efficient for dry weight of the seeds. There was no significant difference for the oil content of the seeds using the treatments. The cow urine and cassava wastewater were most effective when used simultaneously. Keywords: Jatropha curcas, agroecology, cow urine, cassava wastewater xvii 1 INTRODUÇÃO As mudanças climáticas, ocorridas em várias partes do planeta, têm sido creditadas em grande parte, pela liberação de gases de efeito estufa (GEE) para a atmosfera, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, mas, também por práticas agropecuárias intensivas (IPCC, 2007). Acordos internacionais foram firmados, para redução desta emissão e combustíveis renováveis estão sendo introduzidos no mercado a cada ano, como fontes de energia com menor potencial poluidor. Os governos federais, estaduais e municipais começam a dá atenção especial para estas fontes de energia renováveis, como o Programa Nacional de Biodiesel, que determina o uso de 5% de biodiesel em cada litro de óleo diesel. (URQUIAGA et al., 2005; BARROS, 2006). Devido a dimensão continental do nosso país, e da sua diversidade de clima e de solos, estima-se que se tenha aqui mais de 200 espécies de oleaginosas com potencial para produzir óleo para ser fonte de matéria-prima para a produção de biodiesel (energia), o que é uma grande vantagem e ao mesmo tempo uma dificuldade, pois para cada agronegócio há a necessidade de ter toda a cadeia funcionando em sincronia (BELTRÃO, 2006). Há pouco tempo, surgiu o interesse pelo pinhão-manso, que tem a vantagem de ser perene possivelmente nativo daqui do Brasil, e com possibilidades de ser mais uma alternativa para a produção de óleo de boa qualidade para a produção de biodiesel no país. No mundo todo, existe pouco conhecimento sobre esta planta, cujo gênero tem mais de 170 espécies, sendo a mais importante a Jatropha curcas L. e somente nos últimos 30 anos é que foram iniciados estudos agronômicos sobre a mesma, sendo ainda não domesticada (SATURNINO et al., 2005). O pinhão-manso (Jatropha curcas L.), oleaginosa ainda não utilizada para alimentação humana ou animal, é considerado uma matéria prima potencial para o Programa Nacional de Produção e uso de Biodiesel (PNPB). A espécie possui algumas características desejáveis e que a tornam interessante a este Programa, tais como: potencial de altos rendimentos de grãos e óleo; boa qualidade do óleo para produção de biodiesel; adaptabilidade a diferentes regiões; precocidade e longevidade e alternativa para diversificação de cultivos. (EMBRAPA AGROENERGIA, 2009). No entanto, não é só produzir intensivamente visando os lucros máximos que a cultura pode fornecer. É preciso levar em conta o conceito de sustentabilidade, que está diretamente ligado a mudança de rumo da produção energética mundial, que busca combustíveis renováveis. Surgem nos diversos setores sociais discussões em torno da “agricultura sustentável”, cujo conceito não pode ter o aspecto estático, comumente implícito no tempo, pelo qual os sistemas agrícolas são considerados sustentáveis, quando a produção é pensada como fator isolado. Então, há necessidade de se promover modelos alternativos de agricultura ou a implementação de técnicas dentro dos sistemas já existentes, no sentido de garantir a viabilidade agrícola sob seus diversos aspectos. Frente a essa problemática, apresenta-se o uso de biofertilizantes líquidos na agricultura, que vem mostrando bons resultados em algumas formulações já testadas e que podem também ser aplicadas de forma alternativa na proteção de plantas. Essa estratégia é indicada principalmente para as pequenas propriedades, onde os recursos financeiros e tecnológicos são escassos, aproveitando-se subprodutos da agropecuária que muitas vezes são descartados. (MEDEIROS e LOPES, 2006). Dois subprodutos da agropecuária que estão apresentando resultados cientificamente comprovados, como biofertilizantes, são a manipueira e a urina de vaca, além de atuarem no controle preventivo de doenças e de pragas. Frente a essa problemática, foram analisados os efeitos da manipueira e urina de vaca, aplicadas via adubação foliar e no solo, no cultivo do pinhão-manso, incrementando assim, as informações técnicas desta cultura que está em processo de domesticação, numa perspectiva de produção agroecológica ao alcance do agricultor familiar. 2 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Desenvolver tecnologia para a produção agroecológica de pinhão-manso em condições de campo, utilizando-se a manipueira e a urina de vaca como biofertilizante, visando estudar seus efeitos sobre as características de crescimento e desenvolvimento, propriedades químicas do solo e na prevenção e controle de pragas visando uma produção sustentável de matéria prima para biocombustível, acessível aos agricultores familiares. 2.2 Objetivos Específicos • Analisar os efeitos do uso da manipueira e da urina de vaca sobre as características de crescimento do pinhão-manso; • Avaliar os efeitos da aplicação da manipueira e da urina de vaca sobre os componentes da produção do pinhão-manso; • Identificar as plantas espontâneas presentes na área experimental do pinhãomanso; • Avaliar os efeitos da aplicação via foliar da manipueira e da urina de vaca na prevenção e controle de pragas do pinhão-manso; • Estudar a influência da manipueira e da urina de vaca nas propriedades químicas do solo. 3 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Descrição botânica, morfologia e fisiologia do pinhão-manso O pinhão-manso (Jatropha curcas L) é um arbusto pertencente à família Euphorbiaceae (KOCHHAR et al., 2005). Apesar de ser nativa da América tropical, é amplamente cultivada nos países tropicais em todo o mundo (JONGH, 2006). Sendo capaz de crescer em várias zonas climáticas com precipitações anuais variando de 250 a 3000 mm, de acordo com Achten et al. (2008) e temperatura média entre 18 a 28°C (DIAS et al., 2007). Segundo Abou Kheira e Atta, (2009), esta planta se adapta às condições áridas e semi áridas e é, portanto, considerada tolerante à seca. Heller (1996) e Arruda et al. (2004) descreveram o pinhão-manso como um arbusto, de crescimento rápido, cuja altura normal é dois a três metros, mas pode alcançar até cinco metros em condições especiais, apresentando raízes pivotantes e laterais bem desenvolvidas. Segundo Ye et al. (2009), quando cultivado em solo com boa porosidade, a raiz pivotante poderá apresentar o dobro do comprimento da parte aérea, conferindo-lhe uma maior fixação no solo e uma maior exploração dos nutrientes através das suas raízes secundárias. O pinhão-manso possui caule liso, de lenho mole e medula desenvolvida, mas pouco resistente (ROETZ, 2006). As folhas são verdes, esparsas e brilhantes, largas e alternas, em forma de palma com três a cinco lóbulos e pecioladas. Floração monóica, apresentando flores masculinas, em maior número, nas extremidades das ramificações e femininas nas ramificações, a abertura desta última, ocorre entre um a dois dias antes das masculinas. Os principais polinizadores do pinhão-manso são as formigas, abelhas, moscas, trípes e outros insetos, sendo a importância de cada inseto dependente do local de observação (SOLOMON RAJU & EZRADANAM 2002; BHATTACHARAYA et al., 2005) O fruto é capsular ovóide, trilocular com uma semente em cada cavidade. (CORTESÃO, 1956; BRASIL, 1985). A semente é relativamente grande, o tegumento rijo, quebradiço, de fratura resinosa. Debaixo do invólucro da semente existe uma película branca cobrindo a amêndoa. O albúmen abundante, branco, oleaginoso, contendo o embrião provido de dois largos cotilédones achatados (ARRUDA et al. 2004). 4 Segundo Vivian et al. (2011), o pinhão-manso apresenta alto potencial fotossintético e com eficiência de carboxilação estimada de 21 mol fótons mol CO2 e uma resposta a radiação de até 1000 µmol m-2 s-1, com perspectivas de resposta para o cultivo adensado e uso de podas durante o cultivo. Dependendo da variedade e dos tratos culturais, as sementes de pinhãomanso poderão apresentar: massa entre 0,551 a 0,797 g; 33,7 a 45 % de casca; 55 a 66 % de amêndoa; 7,2 % de água; 37,5 % de óleo e 55,3 % de açúcar, amido, albuminóides e materiais minerais, sendo 4,8 % de cinzas e 4,2 % de nitrogênio (ARRUDA et al., 2004; SATURNINO et al., 2005; DIAS et al., 2007). Quanto à produtividade, esta é bastante afetada pela irregularidade na distribuição das chuvas e pelos ventos fortes e prolongados na época da floração (SATURNINO et al., 2005). 3.2 Uso e importância econômica da cultura O pinhão-manso é uma planta de multiuso, ou seja, utilizam-se deste a planta viva, partes vegetativas, subprodutos e principalmente as suas sementes. Adaptada as condições edafoclimáticas das regiões brasileiras e principalmente ao Nordeste, onde seu crescimento e desenvolvimento são tidos como ótimo, o pinhão-manso encontra-se vegetando de forma asselvajada (OLIVEIRA, 2009). O plantio e o uso do pinhão-manso são realizados com os seguintes objetivos: controle da erosão, cerca viva, como fonte de óleo para a produção de sabão e combustível para lamparinas (GUBITZ et al., 1999; OPENSHAW, 2000; ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002; ABREU et al., 2003). Como cultura comercial, é cultivada como matéria prima para a produção de biodiesel (PANT et al., 2006; KUMAR e SHARMA, 2008; OLIVEIRA et al., 2009; HENNING, 2009). As diferentes utilidades já citadas, somadas a sua capacidade de se desenvolver em diversos tipos de solo e as oportunidades geradas para o desenvolvimento rural nos países em desenvolvimento, levaram a um enorme interesse em aumentar as áreas de cultivo desta oleaginosa (JONGSCHAAP et al. 2007; ACHTEN et al., 2008; HANUMANTHA RAO et al., 2008; KUMAR e SHARMA, 2008 e RENNER et al., 2008). Embora menos divulgado, o plantio do pinhão-manso já foi utilizado como barreira natural contra incêndio, isto porque, seus galhos, tronco e folhas possuem 5 alto teor de umidade, o que lhe confere certa resistência ao fogo (YE et al., 2009). Além disso, esta planta também pode ser usada como uma cobertura para impedir a propagação de doenças e infestação de insetos em áreas florestadas (LI et al., 2006). Recentemente, o pinhão-manso tem se tornado tema de muitas pesquisas e programas de melhoramento no mundo inteiro, muitas vezes preocupados com o seu potencial para a produção de biodiesel (JONGSCHAAP et al., 2007; KING et al., 2009; DIVAKARA et al. 2010). Com o advento do Programa Brasileiro de Biodiesel, o pinhão-manso foi incluído como uma alternativa para fornecimento de matériaprima. Esta escolha baseia-se na expectativa de que essa planta possua alta produtividade de óleo, tenha baixo custo de produção por ser perene e seja resistente ao estresse hídrico, o que seria uma vantagem significativa principalmente na região semi árida do país (SEVERINO et al., 2007). Além do seu óleo, o pinhão-manso pode ter mais um valor agregado que pode ser gerado através da torta (subproduto obtido após prensagem e extração do óleo das sementes), a qual pode ser utilizada em diversos setores como aglutinantes (cola), emulsionantes, filmes protéicos e plásticos, produtos químicos, entre outros (WU e HETTIARACHCHY, 1998; KUMAR et al., 2002; VAZ et al., 2003; SCHMIDT et al., 2005; SCOTT et al., 2007; HOJILLA-EVANGELISTA et al., 2009; KONST et al., 2009; LAMMENS et al., 2009 e LESTARI et al., 2010). Além disso, os elevados teores de nitrogênio, fósforo e potássio presentes na torta, faz deste, um excelente fertilizante natural (ARRUDA et al., 2004). Segundo Makkar et al. (2008) a torta do pinhão-manso também apresenta um excelente teor proteico, mas, devido à presença de substancias tóxicas tais como ésteres, saponificantes e inibidores de protease, o seu consumo torna-se impróprio para seres humanos e animais (SUJATHA et al., 2005). Para amenizar tais problemas, pesquisas estão sendo desenvolvidas na tentativa de desenvolver variedades com menor toxidez e métodos de desintoxicação da torta (DEVAPPA e SWAMYLINGAPPA, 2008). Para Wang (2006) e Gunaseelan (2009), a torta ainda pode ser utilizada na produção de biogás e queimado como combustível. É importante ressaltar que é vital para a viabilidade econômica do pinhão-manso um maior incremento de renda obtido com a utilização das várias partes da planta. 6 3.3 Biocombustíveis Os recursos não renováveis, em especial os combustíveis fósseis, ainda são as principais fontes de energia consumidas mundialmente. Contudo, o seu uso é limitado pela diminuição de suas reservas e pelo aumento da emissão de gases promotores do efeito estufa. A utilização de combustíveis alternativos renováveis com menores emissões de gases é necessária para o desenvolvimento sustentável. Uma dessas opções é o biodiesel, produzido por transesterificação de óleos e gorduras de origem agrícola ou animal, com álcoois na presença de catalisadores (SHARMA et al., 2008; LEUNG DENNIS et al., 2010; KEE et al., 2010; GERHARD, 2010), podendo substituir, parcial ou totalmente, o óleo diesel de origem fóssil em motores de ignição por compressão (motores de ciclo diesel) automotivos e estacionários (PNPB, 2011). São utilizados como matéria-prima para a produção de biodiesel: soja, palma, girassol, colza, canola, coco, entre outros (LEUNG DENNIS et al., 2010). Porém, o desvio de óleos comestíveis para a produção deste biocombustível poderá afetar negativamente a produção de alimentos, bem como o setor industrial de biodiesel (LEUNG DENNIS et al., 2010; HOONG et al., 2010). Felizmente, os óleos vegetais não comestíveis, na sua maioria produzidos pela semente de árvores e arbustos fornecem uma alternativa para tal problema. O óleo extraído das sementes do pinhão-manso apresenta características e propriedades físico-químicas e composição de ácidos graxos adequados para a produção de biodiesel (KUMAR et. al, 2003;. PRAMANIK, 2003; AKINTAYO, 2004; SHAH et. al, 2004; FERNANDES, 2010). O biodiesel por ser biodegradável, não tóxico, e praticamente livre de enxofre e aromáticos, é considerado um combustível ecológico. Pode ser utilizado puro ou misturado em quaisquer proporções, em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significantes ou onerosas adaptações. Mundialmente passou-se a adotar uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do Biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do Biodiesel à mistura. No Brasil, a Agência Nacional de Petróleo (ANP), através da resolução 30, de 20/09/2004, estabelece através do Artigo 2° que: 7 • Biodiesel B100: combustível composto de alquil ésteres de ácidos graxos oriundos de óleos vegetais ou gorduras animais conforme a especificação contida no Regulamento Técnico ANP nº 20/2004, parte integrante desta Resolução; • Mistura óleo diesel/biodiesel B2: combustível comercial composto de 98 % em volume de óleo diesel e 2 % em volume de biodiesel, que deverá atender à especificação prevista pela Portaria ANP n° 310 de 27 de dezembro de 2001 e suas alterações; • Mistura teste óleo diesel/biodiesel: combustível composto de biodiesel e óleo diesel em proporção definida quando da autorização concedida para testes e uso experimental conforme previsto pela Portaria ANP n° 240, de 25 de agosto de 2003. Portanto, o biodiesel B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de biodiesel no diesel, respectivamente. As principais vantagens obtidas com a utilização do biodiesel podem ser observadas na Tabela 1. Tabela 1 - Principais vantagens ambientais, técnicas e socioeconômicas do biodiesel Vantagens Ambientais Vantagens Técnicas Vantagens Socioeconômicas • Não contem enxofre, por • isso não contribui com a chuva ácida. O combustível pode ser • Promover usado no motor puro desenvolvimento ampliar o (B100) ou em misturas mercado de trabalho e com o diesel (Bx). valorizar os recursos energéticos. • É um combustível com • índice de cetano maior que o do diesel por isso diminui as emissões de: CO, material particulado e fumaça negra. Não há necessidade mudanças na rede distribuição combustível puro ou misturas. • É biodegradável. Contribui • para diminuição do efeito estufa. Não precisa de • Independência dos países modificações nos motores produtores de petróleo. diesel. Apresenta maior lubricidade e favorece o funcionamento da bomba injetora. de • Viabilizar o auto abastecide mento de combustível ao do produtor agropecuário. em Fonte: Holanda (2004). 8 Pela Lei nº 11.097/2005, a partir de janeiro de 2008, tornou-se obrigatório em todo território nacional, a mistura B2, ou seja, 2% de biodiesel e 98% de diesel de petróleo. Em janeiro de 2013, essa obrigatoriedade passará para 5% (B5). Há possibilidade também de empregar percentuais de mistura mais elevados e até mesmo o biodiesel puro (B100) mediante autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis-ANP (PNPB, 2011). Assim sendo, os estímulos econômicos à produção de biodiesel no Brasil decorrem da própria evolução desse mercado cativo e da conquista de mercados externos, cabendo às políticas públicas proporcionar condições para que ele funcione de modo eficiente e atenda aos objetivos de promover a inclusão social e o desenvolvimento das regiões mais carentes com sustentabilidade no sentido amplo. 3.4 Agroecologia Muitas práticas agrícolas podem ter sido denominadas sustentáveis no passado, ou mesmo no presente, segundo as condições socioeconômicas, edafoclimáticas e demais características locais. Num conceito dinâmico, a sustentabilidade deve levar em conta as mudanças temporais das necessidades humanas, especialmente relacionadas a uma população crescente, bem como uma adequada percepção da relação ambiental com a agricultura (PATERNIANI, 2001). Agroecologia trata de uma nova abordagem que integra os princípios agronômicos, ecológicos e socioeconômicos à compreensão e avaliação dos efeitos das tecnologias sobre os sistemas agrícolas e a sociedade como um todo. A noção de agroecologia entendida enquanto unidade de estudo que inclui dimensões ecológicas, sociais e culturais busca ultrapassar uma visão, estritamente, unidimensional. Nesse sentido, uma abordagem agroecológica incentiva os pesquisadores a penetrar no conhecimento e nas técnicas dos agricultores e a desenvolver agroecossistemas com uma dependência mínima de insumos agroquímicos e energéticos externos. A agroecologia, em seus princípios, busca também não só restaurar a saúde ecológica como também a preservação da diversidade cultural que nutre as agriculturas locais. A desenvolvimento rural sustentável, portanto, passa pelos busca por um pressupostos do conhecimento agroecológico. Para os agroécologos, vários aspectos dos sistemas 9 tradicionais de conhecimentos são particularmente relevantes, incluindo aí, o conhecimento de práticas agrícolas e do ambiente físico, os sistemas taxonômicos populares e o emprego de tecnologias de baixo uso de insumos” (ALTIERI, et al. 2003). Pensar estratégias de desenvolvimento rural, que fuja da lógica produtivista da agricultura convencional, implica o desenvolvimento e difusão de tecnologias agroecológicas baseada na conservação de energia e de recursos. Além disso, exigem a superação dos limites impostos ao agricultor, ao acesso a terra, a água, recursos naturais, linhas de créditos, mercados etc., bem como uma mudança nas políticas agrárias, e incentivos governamentais. O aumento da diversidade vegetal pode oferecer aos agricultores, opções possivelmente úteis, para diminuir a dependência da aquisição de insumos externos, minimizar a exposição aos agroquímicos, reduzir os riscos econômicos e a vulnerabilidade nutricional e proteger os recursos naturais básicos, necessários para a sustentabilidade agrícola. (ALTIERI, 2012). A Agroecologia vem se constituindo na ciência basilar de um novo paradigma de desenvolvimento rural, que tem sido construído ao longo das últimas décadas. Isto ocorre, entre outras razões, porque a Agroecologia se apresenta como uma matriz disciplinar, integradora, totalizante, holística, capaz de apreender e aplicar conhecimentos gerados em diferentes disciplinas científicas, de maneira que passou a ser o principal enfoque científico da nossa época, quando o objetivo é a transição dos atuais modelos de desenvolvimento rural e de agricultura insustentáveis para estilos de desenvolvimento rural e de agricultura sustentáveis. (CAPORAL et al., 2006). Ademais, como ciência integradora a Agroecologia reconhece e se nutre dos saberes, conhecimentos e experiências dos agricultores(as), dos povos indígenas, dos povos da floresta, dos pescadores(as), das comunidades quilombolas, bem como dos demais atores sociais envolvidos em processos de desenvolvimento rural, incorporando o potencial endógeno, isto é, presente no “local”. No enfoque agroecológico o potencial endógeno constitui um elemento fundamental e ponto de partida de qualquer projeto de transição agroecológica, na medida em que auxilia na aprendizagem sobre os fatores socioculturais e agroecossistêmicos que constituem as bases estratégicas de qualquer iniciativa de desenvolvimento rural ou de desenho 10 de agroecossistemas que visem alcançar patamares crescentes de sustentabilidade. Nesta perspectiva, pode-se afirmar que a Agroecologia se constitui num paradigma capaz de contribuir para o enfrentamento da crise socioambiental da nossa época. Agroecologia é uma ciência para o futuro sustentável (CAPORAL et al., 2006). Segundo Luzzi (2007), a rearticulação nacional da agroecologia, com a criação da Articulação Nacional da Agroecologia (ANA) e da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), fortaleceu o debate e aumentou a legitimidade política sobre o tema. A continuidade do diálogo e o estreitamento das relações entre ambas constituem um importante desafio para o avanço da agroecologia, tanto no campo político quanto tecnológico. No entanto, esta temática ainda está sendo incorporada e interpretada de forma bastante desigual entre as organizações do campo agroecológico. Transformar o agricultor em sujeito do processo produtivo, com o técnico sendo um mediador entre o conhecimento popular e o científico, em princípio, lhe proporciona e requer um repensar das formas e dos métodos utilizados durantes décadas pelos profissionais de assistência técnica e extensão rural, inclusive ONGs. Embora o debate agroecológico tenha apresentado forte crescimento nos últimos anos e o tema esteja ganhando cada vez mais legitimidade e conhecimento, o principal desafio para a incorporação mais efetiva e maior generalização destas experiências de inovação é político. A força do agronegócio na política econômica e na agricultura brasileira representa um grande entrave para o avanço na formulação de um projeto democrático e sustentável de desenvolvimento rural para o país, ancorado na agricultura familiar e agroecologia (LUZZI, 2007). Para fugir desta armadilha que a economia convencional coloca, ao sugerir que todos os problemas podem ser resolvidos no âmbito das relações econômicas, a Agroecologia propõe uma mudança de enfoque, de maneira que se possa estudar e entender como as atividades econômicas afetam o ambiente, assim como a maneira como elas determinam o uso dos recursos naturais, alterando as relações ecológicas pré-existentes. Em outras palavras, não se pode ignorar, em qualquer atividade econômica, que a Ecologia, por assim dizer, tem sua própria Economia (que se expressa nos fluxos de matéria e energia, nos ciclos biogeoquímicos, nas cadeias tróficas, etc.) e que, para além da maximização dos lucros, deve-se 11 considerar a sustentabilidade dos recursos e os impactos ambientais provocados pela atividade econômica (CAPORAL et al., 2006). Para dar suporte a esta mudança de enfoque, a Agroecologia busca na Economia Ecológica importantes aportes sobre externalidades. A partir destes estudos é possível afirmar que a agricultura industrial, além de ser dependente e responsável por alto grau de deterioração ambiental no entorno (longe ou perto), ou em ecossistemas distantes, é economicamente insustentável se forem internalizados os “custos” das externalidades negativas que gera. (CAPORAL et al., 2006). A Agroecologia é um conceito em construção que propõe uma agricultura socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável. Trabalha um modelo de relacionamento com a natureza que estabelece uma ética baseada nos princípios da criação, tendo a justiça e a solidariedade como valores fundamentais (PROGERA, 2009). Assim, a Agroecologia é relacionada diretamente ao conceito de sustentabilidade e justiça social. Nessa visão, a Terra é considerada um sistema vivo e complexo, e respeita a diversidade dos povos, das plantas, animais, microrganismos e minerais, em suas infinitas formas de relações. A Agroecologia engloba modernas ramificações e especializações, como: agricultura biodinâmica, agricultura ecológica, agricultura natural, agricultura orgânica, sistemas agroflorestais, permacultura e outras que contribuem para a construção de outro modelo de desenvolvimento rural (ALTIERI, 2012). 3.5 Adubação orgânica no pinhão-manso Práticas de manejo tais como adubação, podem afetar a suscetibilidade das plantas a insetos-pragas ao alterar os níveis de nutrientes no tecido foliar. Solos com elevado teor de matéria orgânica e de atividade biológica, geralmente, apresentam boa fertilidade e cadeias tróficas complexas e organismos benéficos que previnem infestações. As culturas que se desenvolvem nesses solos, geralmente apresentam menor abundância de diferentes insetos herbívoros, fato que pode ser atribuído a um teor de nitrogênio adequado nos cultivos. (ALTIERI, 2012). O ambiente equilibrado diminui o ataque de pragas e doenças. O combate a pragas e doenças elimina os sintomas, mas não controla as suas causas. Causas não se combatem, mas se previnem. Não adianta trabalhar um solo doente e plantas 12 doentes e, depois, tentar evitar que as pragas e doenças as ataquem. Uma planta está doente antes de ser atacada e continua doente mesmo quando o parasita está morto: tanto faz se foi morto por um agrotóxico, um caldo orgânico ou inimigo natural. Todos controlam somente o parasita, mas não curam a planta. (PRIMAVESI, 2006). As exigências nutricionais do pinhão-manso são tidas como mínimas, no entanto, esta observação é feita de forma errônea, pois quando trata-se de produtividade e não de produção, o pinhão-manso produz apenas para a sobrevivência da espécie (ex. das plantas asselvajadas), mas quando trata-se de plantas altamente produtivas o uso de insumos, tais como, os adubos, agem diretamente na fisiologia da planta, afetando seu estado nutricional atendendo as exigências para uma maior produção de frutos (OLIVEIRA, 2009). Fica evidente que estudos sobre a adubação do pinhão-manso são necessários, principalmente quando se tem em vista seu plantio comercial na Região Nordeste, onde a maioria dos solos são pobres em nutrientes minerais (BELTRÃO, 2006). Oliveira et al. (2009a), experimentando diferentes adubos orgânicos em pinhão-manso concluíram que a adubação orgânica via esterco caprino foi a que mais proporcionou aumento de matéria seca da fitomassa seca epígea. O fornecimento parcelado do esterco caprino (50% em fundação + 25% em 30 dias e 25% em 60 dias após germinação, proporcionou os maiores valores médios em ganhos de matéria seca de folhas (70,56g) e caule (231,49 g). O fornecimento parcelado do esterco caprino (50% em fundação + 25% em 30 dias e 25% em 60 dias após germinação, proporcionou os maiores valores médios em ganhos de matéria seca de raiz. (OLIVEIRA et al., 2009b). Tominaga et al. (2009), chegaram a conclusão que nas variáveis de crescimento analisadas, altura das plantas e diâmetro caulinar, assim como em número de folhas de pinhão-manso, houve diferença estatística significativa do efeito da adubação. O mesmo fato estatístico aconteceu com as variáveis de produção no primeiro ano, peso do fruto, da semente e da casca. Considerando a disponibilidade e o preço, recomendaram a adubação orgânica para a obtenção de melhores resultados quanto ao crescimento e à produção de cultura do pinhão-manso em 13 regiões semiáridas da Paraíba. Guimarães (2008), utilizando como fonte de adubo, esterco e torta de mamona na adubação do pinhão-manso, constatou que o aumento da quantidade de N proporcionou um incremento de 0,0125 e 0,0264g na fitomassa fresca radicular. 3.6 Uso da manipueira na agricultura A geração de resíduos ainda se constitui como uma problemática, principalmente pelas repercussões que podem ter sobre o meio ambiente, tornandose particularmente preocupante se gerenciados de forma inadequada. (GLÓRIA, 1992). Existe uma infinidade de resíduos de origem agrícola ou industrial nas formas pastosa, sólida ou líquida, sendo o interesse no uso dos mesmos, fundamentado nos elevados teores de carbono e compostos orgânicos, na capacidade de troca catiônica e neutralização da acidez, o que significa incremento na produtividade e qualidade dos produtos, (ABREU JÚNIOR et al., 2005). O uso de resíduos na agricultura constitui-se como uma ferramenta fundamental que pode provocar o aumento da produtividade e uma melhor distribuição no ambiente, diluindo desta forma seus possíveis impactos ambientais, além de trazer mudanças no sistema agrícola convencional que mantém o uso de insumos sintéticos (ALVES, 2010). A manipueira, nome indígena brasileiro designativo do extrato líquido das raízes de mandioca, é um subproduto da fabricação da farinha de mandioca, que até então, era praticamente desprezado sem qualquer aproveitamento econômico (PONTE, 1992). Porém, apresenta potencial de uso para fertilização de plantas em cultivo orgânico por conter macro e micronutrientes, podendo ser utilizada pura ou diluída, como fertilizante, seja em adubação via solo ou como adubação foliar (ARAGÃO & PONTE, 1995). Quimicamente, a manipueira sustenta a potencialidade como fertilizante, haja vista sua riqueza em potássio, nitrogênio, magnésio, fósforo, cálcio, enxofre, e outros micronutrientes (CARDOSO, 2005). Como adubo, a manipueira possibilita alta produtividade agrícola quando usada em solo de baixa fertilidade, já que possui elementos requeridos à nutrição de plantas, inclusive o íon potássio que se encontra em maior concentração. Além disto, elimina a possibilidade do seu despejo no ambiente de forma descontrolada (FERREIRA et al., 2001). 14 Segundo Fioretto (2002), a manipueira caracteriza-se como um extrato líquido de aspecto leitoso e cor amarelo–claro, proveniente do processamento de raízes de mandioca possuindo um odor ácido forte, contendo de 5 a 7 % de fécula, glicose, ácido cianídrico, bem como outras substâncias orgânicas (carboidratos, proteínas e lipídeos) e nutrientes minerais, podendo ser utilizada como fertilizante e herbicida. Também tem ação inseticida de acordo com Ponte et al. (1992), nematicida para Ponte e Franco (1981) e biosurfactantes, segundo Santos et al. (2000). As casas de farinha são a base da economia de muitas regiões do Brasil, mas também, são responsáveis por boa parte da poluição produzida nestas áreas. A queima da lenha polui o ar provocando doenças respiratórias e o despejo da manipueira nos rios e açudes polui as águas, causando intoxicação nas pessoas, além da morte dos peixes e de outros animais. A manipueira ou “manipeira” é um líquido de cor amarelada que sai da mandioca depois dela prensada, durante a fabricação da farinha. Se ela for despejada na natureza, provoca a poluição do solo e das águas (rios, riachos e açudes), causando grandes prejuízos ao meio ambiente e ao homem, que dele necessita para viver. Este despejo pode ser evitado com a utilização de técnicas corretas de manejo da casa de farinha. (PONTE, 2006). Ponte (2006), ainda afirma que a manipueira pode ser aproveitada de várias maneiras: como fertilizante natural, pois é rica em vários nutrientes como Potássio (K), Nitrogênio (N), Magnésio (Mg), Fósforo (P), Cálcio (Ca) e Enxofre (S), e pode ser utilizada para a fertilização do solo e de folhas, substituindo os agrotóxicos nas lavouras, como defensivo contra insetos e pragas, como formicidas, nematicididas e no controle de doenças que atacam as lavouras, na produção de vinagre para uso doméstico e comercial, e na produção de sabão. Devido à grande quantidade de manipueira gerada diariamente, e a dificuldade em se obter tratamentos que eliminem por completo a carga orgânica, a prática da adubação pode ser a forma mais rápida de solução para disposição desse efluente (FIORETTO et al., 1997). Segundo Ponte (2000), a manipueira para fins de adubação, pode ser usada por vias foliares e edáfica, o que implica em recomendações distintas para tais modalidades de uso. Análises químicas de manipueira foram realizadas por Marinho e Marini (2008) e os resultados apresentados na Tabela 2. 15 Tabela 2 - Resultados das análises químicas das amostras de manipueira aplicados no pomar de mexeriqueira em Campos dos Goytacazes-RJ. Análise pH N P 1 2 4,5 4,7 2,48 2,48 0,4 0,6 K g Kg-1 3,76 4,93 Ca Mg S Fe Cu 0,23 0,35 0,65 0,82 0,20 0,17 10,0 9,0 0,8 0,7 Zn mg Kg-1 4,0 4,3 Mn B 1,8 1,9 3,7 5,2 O uso de manipueira como insumo agrícola vem se tornando cada vez mais eficaz. Em trabalhos realizados por Borszowskei (2009), na cultura do morangueiro, contribuiu para o aumento na produtividade no decorrer do seu cultivo. Segundo Fioretto (2002) a composição química da manipueira é variável, dependendo da variedade utilizada, que por sua vez está correlacionada com as condições edafoclimáticas do local onde é cultivada. No mesmo trabalho é apresentada a composição química da manipueira, onde em um litro contém 0,11% de N; 110 ppm de P; 73,08 meq de K; 55,0 meq de Ca; 50,0 meq. Na Tabela 3 são apresentadas outras análises químicas da manipueira. Tabela 3 - Composição química da manipueira em diversas análises. Elemento N (%) P (ppm) K (meq/L) Ca (meq/L) Mg (meq/L) S (ppm) Fe (ppm) Zn (ppm) Mn (ppm) Cu (ppm) Na (ppm) pH Amostra 1 0,15 219,0 43,0 11,25 30,50 22,0 2,4 1,5 1,0 3,27 Fonte: Fioretto (2002) Amostra 2 0,15 250,0 56,4 13,5 45,0 4,2 Amostra 3 0,21 354,0 64,48 12,0 36,0 210,0 3,9 Amostra 4 0,09 200,2 41,0 13,75 30,0 64,0* 11,2 5,0 9,8 0,81 14,0 4,0 Média 0,15 255,8 51,22 12,62 35,38 137,0 16,8 3,7 5,65 0,90 14,0 4,03 * Sulfetos totais 16 3.7 Uso da urina de vaca na agricultura A urina de vaca já está sendo utilizada em plantas hortícolas, frutíferas, e ornamentais, com resultados satisfatórios, por produtores rurais do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais (PESAGRO-RIO, 2001). No entanto, existe carência de informações e de estudos sobre o emprego da mesma como biofertilizante para as espécies oleaginosas. Por ser um produto natural composto de diversas substâncias que melhoram a saúde da planta, diminuindo a dependência dos agrotóxicos, pode se constituir num excelente biofertilizante (FERREIRA, 1995). O biofertilizante bovino na forma líquida proporciona melhoria das condições edáficas, resultando em maior produtividade agrícola (GALBIATTI et al., 1991). A urina de vaca apresenta na sua composição microrganismos, responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, produção de sais e adição de compostos orgânicos e inorgânicos que atuarão não só na planta, mas também sobre a atividade microbiana (BETTIOL et al., 1998). A urina de vaca possui na sua composição, elevada concentração de N e K, não é tóxica, é adquirida a baixo custo e apresenta efeito rápido, podendo substituir o adubo químico. A utilização do biofertilizante bovino pode ser considerada como uma das alternativas de melhoria do desenvolvimento vegetativo de culturas em sistemas naturais de cultivo (SANTOS, 1992). E sua aplicação, de forma equilibrada, pode contribuir para a elevação dos teores de alguns nutrientes na folha, porém, dependendo da espécie, pode não interferir efetivamente no metabolismo e no desempenho produtivo (SOUSA, 1999). Uma das preocupações para quem utiliza urina de vaca nas plantas via foliar é a queima das folhas, porém, Oliveira et al. (2008), verificaram que a aplicação nas concentrações de 1%, 5%, 10%, 15% e 20% não ocasionaram injúrias nas folhas de pinhão-manso, no entanto, a urina pura provocou injúrias em 61,62% das folhas no mesmo experimento. A urina de vaca, quando aplicada em plantas cultivadas, tem mostrado vantajosos atributos. Em abacaxi, por exemplo, não somente ocasionou aumentos na produtividade, agindo como fator nutricional, mas também se comportou como um defensivo natural contra o agente etiológico da fusariose (GADELHA & CELESTINO, 1992). Cesar et al. (2007), aplicando urina de bovinos sob a forma de 17 pulverização, concluíram que ela promove estímulos ao desenvolvimento de mudas de pepino, referentes ao desenvolvimento do hipocótilo, área cotiledonar e biomassa seca e a resposta máxima à urina foi observada na concentração de 20%. Oliveira et al. (2004), observaram que a aplicação de urina de vaca aumenta a produção de pimentão na presença e na ausência de adubação com NPK, e afirmam que em sistemas de cultivo orgânico de pimentão, a urina de vaca pode ser uma alternativa como fonte não convencional de N e K. Análises químicas de urina de vaca, realizadas em 2005 e 2006 (Tabela 4), foram apresentadas por Marinho e Marini (2008), com os seguintes valores: Tabela 4 - Resultados das análises químicas das amostras de urina de vaca aplicados no pomar de mexeriqueira em Campos dos Goytacazes-RJ. Ano pH N P K Ca Mg S Fe Cu g Kg-1 Zn Mn B mg Kg-1 2005 8,8 5,19 0,03 10,85 0,08 0,43 0,32 2,0 0,6 0,9 0,8 4,6 2006 8,4 5,59 0,03 11,19 0,17 0,54 0,49 4,0 0,6 0,9 1,6 5,2 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Localização e caracterização edafoclimática da área experimental O experimento foi desenvolvido em condições de campo, de janeiro a dezembro de 2010, numa área agrícola pertencente ao Centro de Ciências Agrárias e Ambientais (CCAA), Campus II da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Lagoa Seca, Paraíba, Brasil, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude 7º 09’ S; longitude 35º 52’ W e altitude 634m (Figura 1). 18 Figura 1: Localização de Lagoa Seca, no Estado da Paraíba Durante o período experimental, foram registrados os dados climáticos: temperaturas mínimas, médias e máximas, evapotranspiração de referência e precipitação pluvial (Figuras 2 e 3), na Estação Climatológica da EMEPA, unidade Temperaturas (°C) de Lagoa Seca, PB, localizada próximo à área experimental. 33,0 31,0 29,0 27,0 25,0 23,0 21,0 19,0 17,0 15,0 Tmáx (°C) Tmín (°C) Tméd (°C) Meses Figura 2 - Temperaturas registradas no ano de 2010 19 250,0 200,0 mm 150,0 Prec (mm) EV(mm) 100,0 50,0 0,0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meses Figura 3 - Médias mensais da precipitação pluvial e evapotranspiração de referência (ETo), registradas durante a condução do experimento no município de Lagoa Seca, PB, no período de janeiro a dezembro de 2010, segundo dados da EMEPA. O solo da área experimental é classificado como neossolo regolítico eutrófico, moderadamente declivoso, profundo, de classe textural franco arenosa, boa drenagem e fertilidade moderada. Quanto à salinidade é classificado como normal. Análises físicas, químicas e de salinidade: Foram coletadas 15 amostras simples e aleatórias de material de solo, nas profundidades (0 a 20cm e 20 a 40cm). Em seguida, misturou-se, formando-se duas amostras compostas (0 a 20cm e 20 a 40cm) que foram utilizadas para realização de análises físico-hídricas, químicas e salinidade. As análises foram realizadas no Laboratório de Solos do Centro de Ciências Agrárias da UFPB, de acordo com metodologia da EMBRAPA (1997). Os resultados das análises: físico-hídrica, química e de salinidade do solo estão nas Tabelas 5, 6 e 7. 20 Tabela 5 - Atributos físico-hídricos do material de solo, no inicio da pesquisa, em duas profundidades. Lagoa Seca, PB. Característica físico-hídrica Unidade Profundidade Profundidade (0-20 cm) (20-40 cm) Valor Valor Areia Grossa (2-0,2 mm) g Kg-1 433 401 Areia Fina (0,2-0,05 mm) g Kg-1 291 309 Silte (0,05-0,002 mm) g Kg-1 118 132 Argila (<0,002 mm) g Kg-1 158 158 -1 38 51 Grau de floculação -1 g Kg 759 677 Densidade do solo g cm-3 1,61 1,65 Densidade de partícula g cm-3 2,63 2,63 0,39 0,37 Argila dispersa Porosidade total g Kg 3 -3 m m Análises realizadas no Laboratório de Química e Fertilidade do Solo (CCA/UFPB) Tabela 6 - Atributos químicos e de fertilidade do material de solo, no inicio da pesquisa, em duas profundidades. Lagoa Seca, PB. Característica química pH em água (1:2,5) P S-SO4-2 K+ Na+ H+ + Al+3 Al+3 Ca+2 Mg+2 SB CTC M.O. Fe Mn Zn Unidade mg dm-3 mg dm-3 mg dm-3 cmolc dm-3 cmolc dm-3 cmolc dm-3 cmolc dm-3 cmolc dm-3 g kg-1 mg dm-3 mg dm-3 mg dm-3 Profundidade Profundidade (0-20 cm) (20-40 cm) Valor Valor 5,6 15,21 <LDA 114 0,27 4,46 0,05 2,40 1,10 3,81 8,27 12,55 5,04 19,32 3,06 5,38 4,76 5,26 72 0,19 5,36 0,20 1,85 0,85 3,07 8,43 10,14 5,48 15,33 0,66 Análises realizadas no Laboratório de Química e Fertilidade do Solo (CCA/UFPB) 21 Tabela 7 - Atributos químicos (salinidade) do material de solo, no inicio da pesquisa, em duas profundidades. Lagoa Seca, PB. Característica química (Salinidade) Ca+2 Mg+2 Na+ K+ CO3-2 HCO3ClSO4-2 pH C.E. RAS Unidade Profundidade Profundidade (0-20 cm) (20-40 cm) mmolc L-1 mmolc L-1 mmolc L-1 mmolc L-1 mmolc L-1 mmolc L-1 mmolc L-1 mmolc L-1 -1 mS/c m a 25°C mmolc L-1 Valor Valor 0,31 1,25 0,49 0,48 0,00 1,25 1,25 0,35 6,36 0,231 0,55 1,00 0,50 0,41 0,34 0,00 1,25 1,75 0,75 4,20 0,359 0,47 Análises realizadas no Laboratório de Química e Fertilidade do Solo (CCA/UFPB) 4.2 Tratamentos e delineamento experimental Foi utilizado no experimento, o esquema de análise fatorial 5 x 5, em um delineamento experimental de blocos ao acaso com 25 tratamentos e 4 repetições por tratamento, divididos em 4 blocos. O tratamento 1 representou a testemunha, não se submetendo a aplicação de urina de vaca e manipueira. Nos tratamentos 2, 3, 4 e 5 se utilizou 250, 500, 750 e 1000 ml da calda com manipueira respectivamente e a urina de vaca não foi aplicada. Nos tratamentos T6 a T10 foram utilizados os volumes fixos da calda com urina de vaca de 250 ml, enquanto se seguiu a mesma sequência anterior em relação a manipueira: 0, 250, 500, 750 e 1000 ml de calda respectivamente. Nos tratamentos T11 a T15 o volume fixo da calda com urina de vaca foi de 500 ml, e novamente a mesma sequência de aplicação da calda com manipueira: 0, 250, 500, 750 e 1000 ml respectivamente. Nos tratamentos T16 a T20 o volume fixo da calda com urina de vaca foi de 750 ml e a quantidade de manipueira seguiu a mesma sequência crescente anterior. Os tratamentos T21, T22, T23, T24 e T25 continham 1000 ml da calda com urina de vaca e 0, 250, 500, 750 e 1000 ml da calda com manipueira respectivamente. O esquema de análise de variância e os tratamentos são apresentados nas Tabelas 8 e 9, respectivamente. 22 Tabela 8 - Esquema de análise de variância FONTE DE VARIAÇÃO GRAUS DE LIBERDADE Blocos 3 Volumes de urina de vaca 4 Volumes de manipueira 4 Interação urina x manipueira 16 Resíduo Total 72 99 Tabela 9 - Tratamentos com a solução de calda contendo urina de vaca e manipueira Tratamentos Urina de vaca (ml da calda a 10%) Manipueira (ml da calda a 50%) T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 T14 T15 T16 T17 T18 T19 T20 T21 T22 T23 T24 T25 0 0 0 0 0 250 250 250 250 250 500 500 500 500 500 750 750 750 750 750 1000 1000 1000 1000 1000 0 250 500 750 1000 0 250 500 750 1000 0 250 500 750 1000 0 250 500 750 1000 0 250 500 750 1000 23 4.3 Instalação do experimento A área do experim ento foi previamente preparada em dezembro de 2009, com uma aração. Na produção das mudas, foram utilizadas sementes oriundas do acesso da EPAGRI-MG, as sementes de pinhão-manso (Jatropha curca L.) (Figura 4), adquiridas na EPAGRI-MG, as quais foram semeadas em sacos de polietileno (10cm de diâmetro x 15cm de altura), contendo substrato composto por duas partes de solo e uma de húmus de minhocas cedido pelo Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da UEPB. Enquanto as plantas germinavam e cresciam, as covas foram marcadas (40cm x 40cm x 40cm), abertas e adubadas com 5 Kg de esterco bovino (Figuras 5 e 6), de acordo com sugestão de Beltrão (2007). Foi instalado o sistema de irrigação localizada, composto de um conjunto eletrobomba, uma tubulação principal de 110m no centro da área com registros de saída espaçados de 6 em 6 m, e as mangueiras irrigavam cada planta. As irrigações foram manejadas e controladas mediante uso de planilha eletrônica. A primeira irrigação se elevou a umidade do solo até a capacidade de campo (CC) e, a partir daí, iniciou-se as demais. Os volumes das próximas irrigações variaram em função da determinação da evapotranspiração de referência do balanço hídrico climatológico, determinado pelo método indireto de Penman (1956) e por Allen et al. (1998), e realizadas duas vezes por semana correspondendo a 100% da ET0. Todas as plantas receberam a mesma lâmina de água. O açude do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais (CCAA), Campus II, UEPB, Lagoa Seca, foi utilizado como fonte de água, nas irrigações das plantas. Com a finalidade de se conhecer os atributos físicos e químicos da água de irrigação, foi coletada uma amostra no ponto de captação da água e submetida a análise visando-se ao seu uso (Tabela 10). 24 Tabela 10 - Análise de atributos químicos da água utilizada nas irrigações do experimento, durante a pesquisa. Lagoa Seca, PB. Caraterísticas pH CE Cálcio (Ca+2) Magnésio (Mg+2) Sódio (Na+) Potássio (K+) Bicarbonatos (SO4-2) Cloretos (Cl-) Sulfatos (SO4-2) RAS Classe da água: C3 Unidade dS m-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 (mmolc L-1)1/2 Valor 7,45 1,02 42,08 26,02 120,01 25,42 237,98 200,29 Presença 3,60 Análises realizadas no Laboratório de Irrigação e Salinidade, UFCG/UAEAg/CTRN As mudas foram plantadas no espaçamento 3m X 3m (Figura 7) no mês de janeiro de 2010. Cada bloco recebeu 25 plantas. Figura 4 - Mudas de pinhão-manso Figura 5 - Medição e marcação das covas Figura 6 - Abertura da cova Figura 7 - Plantio das mudas 25 4.4 Características da manipueira e da urina de vaca utilizadas Amostras de urina de vaca e da manipueira também foram coletadas e enviadas para análises químicas nos laboratórios do PROSAB/UEPB e do Centro do Couro e do Calçado (CTCC), ambos localizados em Campina Grande-PB. Os resultados apresentam-se na Tabela 11. Tabela 11 - Composição física e química da urina de vaca e manipueira utilizadas na pesquisa PROSAB UD (10%) CTCC MP MP MD (50%) UP UD (10%) 8,72 8,05 4,55 4,6 2.875 362,5 1.075 537,5 905 466 Parâmetro UP pH 8,34 7,81 4,5 4,47 Fósforo Total (mgP/L) 41,51 20,37 273,12 139,35 Nitrogênio Total (mgN/L) 2.609,60 100,8 2.049,60 636,2 Cloreto (mgCl/L) 3.499 Condutividade (mS/cm) 5,6 1,13 8,43 7,95 DQO (mgO2/L) 12.590 956 141.036 71.713 882 MD (50%) UP = Urina Pura UD = Urina Diluída (10%) MP = Manipueira Pura MD = Manipueira Diluída (50%) 4.5 Tratos culturais e fertilização A área de plantio passou por um roço a cada quinze dias e o coroamento das plantas foi realizado sempre que necessário (Figura 8), deixando-as livres da concorrência das plantas espontâneas. A coleta e preparo da calda com urina de vaca baseou-se na metodologia proposta pela PESAGRO-RIO (2001). A proporção de diluição da urina foi de 10% e os volumes aplicados, em cada tratamento, estão apresentados na Tabela 9. A urina foi coletada em vacas leiteiras mestiças, criadas em sistema de semi-confinamento em pequenas propriedades rurais circunvizinhas. Antes da aplicação, a urina passou por um período de repouso durante três dias em recipiente plástico hermeticamente fechado, conforme metodologia proposta por EMATERCE (2000). A manipueira foi coletada em uma casa de farinha da região 26 (Figura 9), após a prensa da mandioca e colocada em repouso por pelo menos uma semana, em recipientes plásticos hermeticamente fechados. A proporção de diluição da manipueira foi de 50% (Figura 10) e os volumes aplicados em cada tratamento, estão apresentados na Tabela 9. Para melhor aproveitamento, a aplicação das caldas com urina de vaca e manipueira nas plantas, realizou-se mensalmente, no período da manhã, até 10 horas e no período da tarde a partir de 15h:30, com pulverizador manual calibrado, com capacidade para 1,5 litros (Figura 11). As plantas receberam a metade da calda via aérea (pulverização) e metade via solo (aplicação direta). Figura 8 - Coroamento das plantas Figura 9 - Local da coleta de manipueira Figura 10 - Diluição da manipueira Figura 11 - Aplicação 27 4.6 Variáveis de crescimento Foram realizadas avaliações de altura das plantas (AP), diâmetro caulinar (DC), número de folhas (NF), área foliar (AF) bimestralmente, em todas as plantas, a partir dos 60 dias, com leituras sucessivas de 120, 180, 240, 300 e 360 dias. A fitomassa seca do caule, das folhas e das raízes, foram analisadas no final do experimento. 4.6.1 - Altura de planta (AP) A altura das plantas (AP), foi medida através de uma trena graduada em centímetros, entre o colo da planta e a gema apical da haste principal. 4.6.2 - Diâmetro Caulinar (DC) O diâmetro do caule (DC) foi avaliado com paquímetro (mm), a 2 cm do nível do colo das plantas. 4.6.3 - Número de folhas (NF) e área foliar (AF) O número de folhas por planta e a estimativa da área foliar, foi calculada considerando-se ao contar apenas as folhas completamente abertas, com pelo menos 3 cm de comprimento (nervura principal) (Figura 12). Estimou-se a área foliar individual com base na Equação 1, conforme metodologia proposta por Severino et al. (2006) para o pinhão-manso: Equação 1: AF = 0,89P2, onde: AF = Área foliar (cm2) e P = Comprimento da nervura principal (m) 28 4.6.4 - Taxas de crescimento relativo em altura de planta (TCRAP), diâmetro caulinar (TCRDC) e área foliar (TCRAF). As taxas de crescimento foram estimadas, conforme as equações 2, 3 e 4, descritas por Benincasa (2003), a partir dos dados de altura de planta (AP), diâmetro caulinar (DC) e área foliar (AF), coletados a cada dois meses a partir dos 60 dias, em cinco períodos, até os 360 dias, obtendo-se as taxas de crescimento relativo em: altura de planta (TCRAP), diâmetro caulinar (TCRDC) e área foliar (TCRAF), em cinco períodos (T2 - T1): (120 - 60); (180 - 120 ); (240 -180 ); (300 - 240) e (360-300). Equação 2: TCRAP = 1nAP2 − 1nAP1 T2 − T1 Equação 3: TCRDC = 1nDC2 − 1nDC1 T2 − T1 Equação 4: TCRAF = 1nAF2 − 1nAF1 T2 − T1 Onde: TCRAP = Taxa de crescimento relativo em altura (cm.cm-1.dia-1) AP1 = Altura da planta no tempo t1 (cm) AP2 = Altura da planta no tempo t2 (cm) TCRDC = Taxa de crescimento relativo em diâmetro (mm.mm-1.dia-1) DC1 = Diâmetro caule no tempo t1 (mm) DC2 = Diâmetro do caule no tempo t2 (mm) TCRAF = Taxa de crescimento relativo da área foliar (cm2. cm-2. dia-1) AF1 = Área foliar no tempo t1 AF2 = Área foliar no tempo t2 T1 = Inicio do período de determinação das taxas de crescimento relativo T2 = Final do período de determinação das taxas de crescimento relativo 29 Figura 12 - Medição do comprimento da folha Figura 13 - Plantas de pinhão-manso aos seis meses 4.6.5 Fitomassa seca do caule, das folhas e das raízes Para a análise de matéria seca das folhas, caule e raiz, foi utilizado o método destrutivo, proposto por Benincasa (1988), onde as plantas de cada repetição foram sacrificadas e suas partes separadas para cálculo da fitomassa seca epígea e hipógea média, aos 360 dias. 4.6.5.1 - Fitomassa seca epígea: A parte área das plantas foi cortada, separada (caule e folhas) e acondicionada em sacos de papel de acordo com cada tratamento, para em seguida serem colocados em uma estufa a 65° C, permanecendo durante 72 h. Depois de retirados da estufa, o material foi colocado em sacos plásticos (para evitar ganho de umidade) para o transporte até o local onde foi realizada a pesagem em balança de precisão, anotando-se os valores de cada repetição para cada tratamento e calculando-se os valores médios. 4.6.5.2 - Fitomassa seca hipógea: as raízes após coletadas foram lavadas em água corrente, e em seguida levadas a estufa a 65° C, durante 72 h. Logo após a secagem, o material foi colocado em sacos plásticos (para evitar ganho de umidade) para o transporte até o local onde foi feita a pesagem em balança de precisão, anotando-se os valores de cada repetição para cada tratamento e calculando-se os valores médios. 30 4.7 Componentes de produção 4.7.1 - Análise da produção As produções do pinhão-manso foram avaliadas a partir do início da produção, em junho, indo até dezembro de 2010, com base nas variáveis: número médio de frutos, peso maduro médio de frutos, peso seco médio de frutos e peso médio das sementes. O número médio de frutos, em cada planta, foi determinado mediante identificação de cada cacho na planta com um cordão e contagem dos frutos (Figura 15). O peso médio dos frutos e das sementes foi obtido através de pesagem em balança de precisão. 4.7.2 - Análise do teor de óleo das sementes Nas análises das sementes, foi utilizada uma balança de precisão e para a obtenção do teor de óleo, as sementes foram aclimatadas a temperatura de 20,0°C por 24 horas e submetidas à análise não destrutiva em triplicas autênticas por ressonância magnética nuclear de baixo campo, realizadas em laboratório especializado da Embrapa Algodão, conforme metodologia proposta pela AOCS (2000). Para os cálculos estatísticos foram utilizadas 30 sementes de cada tratamento. Figura 14 - Início da floração Figura 15 - Frutos do pinhão-manso 31 4.8 Identificação de plantas espontâneas na área experimental A identificação e quantificação das plantas espontâneas foram realizadas na área de cultivo de pinhão-manso, após seis meses do plantio. As coletas foram realizadas utilizando-se o método do quadrado inventário baseado em Feitosa et al. (2009). 4.9 Uso da urina de vaca e da manipueira na prevenção e controle de pragas O nível de controle de ataque das pragas foi determinado através da metodologia proposta por Albuquerque et al. (2007). Inicialmente, foram identificadas as pragas presentes nas plantas de pinhão-manso e posteriormente a contagem do número de folhas atacadas em todas as plantas, durante os 360 dias. 4.10 Efeito da urina de vaca e da manipueira sobre as propriedades químicas do solo Antes do início do plantio das plantas de pinhão-manso e após o período da pesquisa, foram coletadas amostras compostas de solo de cada bloco (Figura 16), misturadas (Figura 17) e enviadas a laboratório especializado em análises de solos, visando verificar os efeitos da aplicação da urina de vaca e da manipueira sobre os elementos químicos do solo. Figura 16 - Coleta de solo para análise Figura 17 - Mistura de amostras de solo 32 4.11 Análises estatísticas Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise de variância, utilizando o software SAS (Statistical Analysis Sistem, versão 6.12, 1997) sendo interpretados quantitativamente e qualitativamente. Quando se constatou efeito significativo na análise de variância, foi utilizada a análise de regressão para determinação do modelo matemático. Sendo que, na escolha do melhor modelo de regressão foram adotados os seguintes critérios em ordem de importância: regressão significativa, coeficiente de determinação (r2) e explicação biológica em consonância com o modelo estatístico. 33 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 - Dados climáticos Para uma melhor compreensão sobre as variáveis estudadas faz-se necessário a observação sobre a temperatura e a pluviosidade ocorrida durante os 360 dias do experimento (janeiro a dezembro de 2010), pois de acordo com Saturnino et al. (2005) e Santos (2008), o pinhão-manso apresenta comportamento decíduo, onde as folhas caem em parte ou totalmente no final da época seca ou durante a estação chuvosa. Segundo estes autores, o pinhão-manso permanece em repouso, até o começo da primavera, ou da época das chuvas nas regiões secas. Pedroni et al. (2002) e Bianchini et al., (2006) sugerem que outros fatores tais como temperatura e fotoperíodo e disponibilidade de água, influenciam no crescimento dos vegetais. Esta observação é corroborada por Saturnino et al. (2005) pois, conforme a região, o desenvolvimento inicial das mudas de pinhão-manso pode ser influenciado pela época de chuvas, ventos dominantes e outras ocorrências climáticas típicas de cada local. Observando os dados de temperatura, percebe-se uma variação em dois períodos distintos. As variáveis meteorológicas, registradas no período de junho a setembro de 2010, evidenciaram a diminuição da temperatura, atingindo seu menor valor de 17,2°C, no mês de agosto, assim como, o aumento da precipitação pluvial, atingindo um volume de chuva de 573,1 mm apenas no período de abril a agosto de 2010. A umidade relativa do ar também se elevou neste período, atingindo o pico de 94,0% em julho de 2010. No período de novembro de 2009 a março de 2010, as temperaturas atingiram seus valores máximos (29,7°C a 32,6°C), voltando a apresentar valores aproximados no período de outubro de 2010 a janeiro de 2011. Quanto à precipitação pluvial, os valores evidenciaram um período de estiagem entre outubro de 2009 e março de 2010, exceto no mês de janeiro que choveu 112,0 mm. Durante os meses de outubro de 2010 a janeiro de 2011, as precipitações também ficaram escassas, principalmente nos meses de outubro e novembro, que registraram 5,0 mm e 4,5 mm respectivamente. A umidade relativa do ar apresentou valores abaixo de 80% neste mesmo período. 34 A evapotranspiração (ETo) ultrapassou 1200 mm no ano de 2010, enquanto a precipitação pluvial alcançou aproximadamente 800 mm, resultando num saldo negativo no balanço hídrico, de aproximadamente 400 mm, no entanto, no período entre abril e agosto, deste mesmo ano, choveu 573 mm e a ETo foi de 485 mm, apresentando um saldo positivo de 88 mm. É importante observar os dados climáticos, pois o pinhão-manso apresenta sensibilidade ao frio e ao encharcamento. Isso ficou evidenciado nos períodos onde aconteceram tais fenômenos, onde as plantas iniciaram um período de perda de folhas quando a precipitação pluvial aumentou e a temperatura baixou de 18°C. Também foi observada uma demora na recuperação da biomassa, provavelmente pelo período chuvoso prolongado de abril a agosto de 2010, e em determinados dias com excesso de chuva, corroborando com o que observaram Saturnino et al. (2005). 5.2 - Análise não destrutiva da fitomassa fresca epígea Após a coleta e tabulação dos dados de altura de planta, diâmetro caulinar, número de folhas e área foliar do pinhão-manso aos 360 dias de idade, realizou-se análise estatística visando estudar os efeitos da urina de vaca e da manipueira sobre o pinhão-manso, em todos os tratamentos. Os resultados são apresentados na Tabela 12. Tabela 12 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: altura de planta, diâmetro caulinar, número de folhas e área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos volumes das caldas com urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB. FV Urina (UV) Regressão Linear Regressão Quadrática Regressão Cúbica Falta de Ajuste Manipueira (MP) Regressão Linear Regressão Quadrática Regressão Cúbica Falta de Ajuste Interação (UV x MP) Blocos Resíduo CV (%) GL 4 1 1 Altura 0,0076ns 0,0066ns ns 0,0023 1 1 4 1 1 0,0028 ns 0,0188 ns 0,0058 ns 0,0002 ns 0,0005 0,00 ns 2,08 ns 6,91 ns 3,38 ns 0,51 105,13 ns 122,29 ** 3.235,13 ** 11.205,05 * 925,29 ns 242.513.781,73 ** 246.833.345,07 ** 2.326.290.589,83 ** 6.880.791.228,59 ** 2.111.492.443,82 1 1 16 3 72 0,0001ns ns 0,0226 ns 0,0095 ns 0,0073 0,0166 8,92 1,62ns ns 22,13 * 58,23 ns 13,80 27,97 8,17 0,01ns * 810,16 ns 300,94 ns 82,79 197,44 20,63 286.309.343,47** ns 265.693.434,52 ** 593.255.586,15 ns 121.048.888,86 125.449.041,99 26,15 ns Diâmetro 28,74ns 112,50* ns 0,36 ns Nº de folhas 365,88ns 1.326,13* ns 15,09 Área Foliar 108.808.218,41** 209.564.920,32** ** 2.009.846.188,25 ** (**), (*) e (ns) - Significativo a 1%, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F). UV - Urina de vaca MP - Manipueira 35 Nos dados apresentados na Tabela 12, verifica-se que os tratamentos diferiram entre si para as variáveis: diâmetro caulinar, número de folhas e área foliar, evidenciando que a aplicação de diferentes volumes das caldas com urina de vaca e/ou manipueira, influenciaram diretamente no crescimento da planta de pinhãomanso durante os 360 dias de cultivo. A aplicação da calda com urina de vaca nos volumes de 0, 250 ml, 500 ml, 750 ml e 1000 ml, proporcionaram valores médios de: 1.45 m; 1,42 m; 1,46 m; 1,44 m; 1,46 m, respectivamente, para a variável altura da planta. Para a variável diâmetro caulinar: 63,35 mm; 63,80 mm; 64,90 mm; 65,30 e 66,35 mm, respectivamente. E para a variável, número de folhas: 62,80; 66,30; 68,30; 68,55 e 74,55 unidades, respectivamente. Em relação a variável área foliar, foram encontrados os seguintes valores: 3.563,83 cm2; 3.178,25 cm2; 2.482,56 cm2; 3.832,64 cm2 e 8.354,80 cm2 respectivamente. Para o uso da calda com manipueira, os valores médios obtidos após aplicação dos volumes da calda de 0, 250, 500, 750 e 1000 ml, na variável altura da planta, foram: 1,45m; 1,43m; 1,47m; 1,43m; 1,45 m, respectivamente. Em relação ao diâmetro caulinar obtiveram-se os seguintes valores: 66,25 mm; 65,05 mm; 63,90 mm; 65,85 mm e 62,65 mm, respectivamente. Para o número de folhas: 56,0; 61,85; 59,90; 76,80; 85,95 unidades, respectivamente. E para a variável área foliar: 1.974,74 cm2; 2.141,65 cm2; 2.807,01 cm2; 4.337,88 cm2 e 10.150,78 cm2, respectivamente. Para estudos dos fatores simples (urina de vaca e manipueira) e da interação entre fatores duplos (urina de vaca x manipueira), observou-se que houve diferença significativa para as variáveis: diâmetro caulinar, número de folhas e área foliar, respectivamente, das plantas de pinhão-manso, evidenciando que o uso de diferentes volumes das caldas com urina de vaca e manipueira e suas interações, influenciaram de forma direta no crescimento da planta. Para o estudo do comportamento do modelo de regressão, mais realista aos resultados obtidos, o experimento conduzido baseou-se na teoria de Hunt (1982) na qual, a escolha de uma equação ou modelo para representar o comportamento biológico das plantas, deve considerar os padrões fisiológicos e estatísticos, sem 36 obsessões a detalhes de ordem racional, técnica estatística ou de procedimento experimental, assim, o comportamento das curvas de regressão, foi ajustado utilizando-se modelos lineares e polinomiais, sendo este último justificado não somente pelo aumento do coeficiente de determinação, mas, principalmente pelo comportamento mais realístico, do ponto de vista biológico apresentados por tais modelos no presente estudo. 5.2.1 - Altura de planta em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para variável altura de planta, os maiores resultados obtidos foram de 1,46 m, valores alcançados ao se aplicar os volumes de 500 ml e 1000 ml da calda com urina de vaca. A testemunha (0,0 ml UV) alcançou 1,45 m, seguido de 1,44 m alcançado ao se aplicar 750 ml da calda com urina de vaca. O menor valor alcançado, 1,42 m, foi obtido quando se aplicou 250 ml da calda com urina de vaca. 5.2.2 - Diâmetro caulinar em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável diâmetro caulinar, os resultados apresentaram uma curva de regressão de efeito quadrático, com o maior valor obtido de 66,35mm (1000 UV), sendo 4,75% superior à testemunha (0 UV), que foi de 63,35mm (Figura 18). Diâmetro caulinar (mm) Diâmetro caulinar (mm) 67 66 65 64 63 62 61 y = 62,74 + 0,5357x + 0,0357x2 R² = 0,9819 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca Figura 18 - Análise de regressão do diâmetro caulinar da planta do pinhãomanso aos 360 dias, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 37 5.2.3 - Número de folhas em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Em relação a variável número de folhas, o maior valor médio obtido foi de 74,55 unidades, quando se utilizou 1000 ml da calda com urina de vaca, representando um aumento de 18,7%, em relação à testemunha (0 UV), com valor médio 62,80 unidades, apresentando uma tendência quadrática para aumento da quantidade de folhas (Figura 19). Número de folhas Número de folhas 80 75 70 65 y = 62 + 1,1821x + 0,2321x2 R² = 0,9164 60 55 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 19 - Análise de regressão do número de folhas da planta do pinhãomanso aos 360 dias, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.2.4 - Área foliar em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável área foliar, verificou-se que o maior valor médio foi 8.354,80 2 cm , utilizando-se 1000 ml da calda com urina de vaca, representando um aumento de 236,53 % quando não se aplicou a calda com urina de vaca, com valor médio 2.482,56 cm2 (Figura 20). 38 Área foliar (cm²) Área foliar (cm2) 10000,00 8000,00 y = 714214 - 405976x + 84723x2 R² = 0,9433 6000,00 4000,00 2000,00 0,00 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 20 - Análise de regressão da área foliar da planta do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. Em relação ao uso da calda com manipueira, percebe-se que o comportamento das variáveis: número de folhas e área foliar da planta de pinhãomanso aos 360 dias, quando se aplicou os diferentes volumes, apresentaram efeitos significativos e uma tendência quadrática. Isso demonstra um maior crescimento da planta. Este fator pode está relacionado a maior quantidade de potássio, nitrogênio e fósforo, encontrados nestes resíduos orgânicos, e à mobilidade desses nutrientes nas folhas da planta. 5.2.5 - Número de folhas em função de diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável número de folhas de pinhão-manso aos 360 dias, o maior valor médio absoluto foi 85,95 unidades, quando se aplicou 1000 ml da calda com manipueira, representando um incremento de 53,48% em relação à planta sem aplicação de manipueira, que apresentou 56,00 unidades (Figura 21). 39 Número de folhas Número de folhas 100 80 60 40 y = 58,37 - 3,4221x + 1,8179x2 R² = 0,9374 20 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 21 - Análise de regressão do número de folhas do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB. 5.2.6 - Área foliar em função de diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável área foliar, verificou-se que o maior valor médio obtido foi de 10.150,78 cm2 quando se empregou 1000 ml da calda com manipueira, apresentando um aumento de 414,02%, em relação ao menor valor 1.974,74 cm2, quando não se utilizou manipueira (Figura 22). Área foliar (cm²) Área foliar (cm2) 12000,00 10000,00 8000,00 y = 479667 - 335552x + 86839x2 R² = 0,9664 6000,00 4000,00 2000,00 0,00 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 22 - Análise de regressão da área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB. 40 Como a interação foi significativa pelo Teste F, foi feito uma análise de variância para estudar o efeito da urina de vaca, dentro de cada volume da calda com manipueira, cujos resultados são apresentados na Tabela 13. Tabela 13 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: diâmetro caulinar e área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função da urina de vaca (UV), dentro de cada volume da calda com manipueira (MP). Lagoa Seca, PB. FV UV dentro de MP0 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP250 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP500 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP750 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP1000 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste Resíduo CV (%) GL 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 72 Diâmetro caulinar ns 44,05 57,60ns ns 92,57 ns 9,03 ns 17,00 ns 37,08 ns 57,60 ns 18,29 ns 0,40 72,01ns 41,20ns 72,90ns 64,29ns ns 3,60 ns 24,01 ns 20,63 ns 9,03 ns 27,16 ns 46,23 0,09ns 118,70** 9,03ns ns 46,45 ns 1,60 ** 417,73 27,97 8,17 Área Foliar ns 28.504.345,03 635.958,87ns ** 106.029.495,14 ns 4.916.349,88 ns 2.435.576,23 ** 54.106.090,64 ** 150.424.897,13 * 51.582.683,97 ns 3.808.718,75 10.608.062,73ns 36.979.055,97* 45.368.124,57ns 10.928.109,91ns ns 37.499.841,31 * 54.120.148,11 ns 18.535.748,49 ns 34.636.744,31 ns 12.236.256,96 ns 25.558.125,74 1.711.866,92ns 3.322.979.288,59** 5.772.166.573,05** ** 6.882.187.120,85 ** 571.613.249,80 * 65.950.210,68 12.544.904,19 26,15 (**), (*) e (ns) - Significativo a 1, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F). MP0= 0 ml manipueira; MP250= 250 ml manipueira; MP500= 500 ml de manipueira; MP750= 750 ml manipueira; MP1000= 1000 ml manipueira. Observando-se a Tabela 13, percebe-se que para a variável diâmetro caulinar, o efeito da urina de vaca (UV) foi significativo apenas, quando adicionou-se 1000 ml da calda com manipueira (MP), porém, para os outros volumes, não apresentou efeitos significativos estatisticamente. Para a variável área foliar obteve-se efeito significativo quando se utilizou urina de vaca (UV) dentro de 0 ml, 250 ml, 500 ml e 1000 ml da calda com manipueira (MP), entretanto, quando se acrescentou este mesmo insumo orgânico dentro de 750 ml da calda com manipueira, não apresentou nenhum valor 41 significativo estatisticamente, apresentando seus valores absolutos com pouca expressividade, quando comparados com os demais tratamentos. Para o estudo da interação, as variáveis: altura de planta e número de folhas do pinhão-manso, não foram consideradas, pois não demonstraram nenhum efeito significativo. 5.2.7 - Diâmetro caulinar em função da interação de urina de vaca e 1000 ml da calda com manipueira O maior valor do diâmetro caulinar (73,50 mm) foi obtido quando se adicionou urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira, isto significa um aumento de 23,53%, comparado ao valor 59,5 mm, obtido quando se utilizou 500 ml da calda com manipueira. O comportamento da curva de regressão apresentou tendência quadrática, demonstrando que a adição da urina de vaca a 1000 ml da calda com manipueira, favorece o aumento do diâmetro do caule da planta de pinhão-manso Diâmetro caulinar (mm) (Figura 23). 80 Diâmetro caulinar (mm) Interação 1000 ml MP X UV 60 40 20 y = 74,8 - 12,061x + 2,3393x2 R² = 0,974 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 23 - Análise de regressão do diâmetro caulinar da planta do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos volumes da calda com urina de vaca, dentro de 1000 ml da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 42 5.2.8 - Área foliar em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável área foliar, o maior valor encontrado foi de 26.108,46 cm 2, quando acrescentou-se urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira, apresentando um aumento de 543,01% em relação ao menor valor de 4.060,30 cm2, obtido quando se utilizou apenas a manipueira. (Figura 24). No estudo da análise de regressão em função da adição da urina de vaca (UV), nos diferentes volumes da calda com manipueira (MP), a variável área foliar apresentou efeito significativo. As linhas de tendências foram quadráticas (Figuras: 24 A, 24 B, 24 D e 24 E) e cúbica (Figura 24 C), porém, o melhor resultado foi quando adicionou-se 1000ml da calda com urina de vaca (UV) dentro de 1000ml da calda com manipueira (MP) (Figura 24 E). 3000,00 Área foliar (cm2 ) 250ml MP X UV 5000,00 y = 490104 - 257091x + 43513x2 R² = 0,9355 2000,00 1000,00 Área foliar (cm2) Área foliar (cm2) 4000,00 Área foliar (cm2) 0 ml MP X UV 4000,00 y = 242644 - 120776x + 30350x2 R² = 0,9334 3000,00 2000,00 1000,00 0,00 0,00 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca Fig. 24 (A) - Área foliar sem manipueira e Fig. 24 (B) - Área foliar com 250 ml da calda com diferentes volumes da calda com urina com manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca de vaca 43 4000,00 3000,00 2000,00 1000,00 Área foliar (cm2) 750 ml MP X UV 6000,00 Área foliar (cm2) Área foliar (cm2) 5000,00 Area foliar (cm2) 500 ml MP X UV y = - 161787 + 555553x - 215670x2 + 25515x3 R² = 0,7017 5000,00 4000,00 3000,00 2000,00 y = 242036 + 118118x - 14782x2 R² = 0,6322 1000,00 0,00 0,00 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca Fig. 24 (C) - Área foliar com 500 ml da calda Fig. 24 (D) - Área foliar com 750 ml da calda com manipueira e diferentes volumes da com manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca calda com urina de vaca Área foliar (cm2) 1000 ml MP X UV Área foliar (cm2) 30000,00 25000,00 20000,00 y = 2E+06 - 2E+06x + 350566x2 R² = 0,952 15000,00 10000,00 5000,00 0,00 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca Fig. 24 (E) - Área foliar com 1000 ml da calda com manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca Figura 24 - Análise de regressão da área foliar do pinhão-manso aos 360 dias, em função do uso da urina de vaca dentro de cada volume da calda com manipueira, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. Como a interação de urina de vaca com manipueira foi significativa pelo Teste F, foi realizada uma análise de variância para estudar, também, o efeito da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca. Com base nos dados obtidos, se realizou a análise estatística para as variáveis diâmetro caulinar e área foliar, apresentada na Tabela 14. 44 Tabela 14 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: diâmetro caulinar e área foliar do pinhão-manso, aos 360 dias, em função da manipueira, dentro de cada volume da calda com urina de vaca. Lagoa Seca, PB. FV MP dentro de UV 0 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV 250 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV 500 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV 750 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV 1000 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste Resíduo CV (%) GL 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 72 Diâmetro caulinar 8,95ns 3,60ns 16,07ns 14,40ns 1,73ns 16,30ns 40,00ns 7,14ns 5,63ns 12,43ns 119,33** 324,90** 103,14* 12,10ns 37,16ns 56,17ns 50,63ns 90,02ns 10,00ns 74,06ns 39,08ns 112,23* 0,16ns 3,03ns 40,89ns 27,97 8,17 Área foliar 328.313.269,00** 693.294.440,33** 590.660.309,36** 16.804.996,32ns 12.493.330,00ns 102.211.726,82** 367.437.307,67** 4.414.592,63ns 36.768.810,59ns 226.196,39ns 111.542.893,64** 367.517.630,64** 1.721.499,27ns 49.192.260,52ns 27.740.184,12ns 195.462.273,49** 666.751.943,46** 102.263.708,14** 12.647.741,97ns 185.700,40ns 3.961.782.771,49** 9.023.405.153,46** 4.777.918.620,37** 1.871.209.454,82** 174.597.857,29** 12.544.904,19 26,15 (**), (*) e (ns) - Significativo a 1%, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F). UV0 = 0 ml Urina; UV250 = 250 ml Urina; UV500 = 500 ml de Urina; UV750 = 750 ml Urina; UV1000 = 1000 ml de Urina Nos dados da Tabela 14, percebe-se que para a variável diâmetro caulinar do pinhão-manso, houve diferença significativa quando se utilizou manipueira dentro de 500 ml e 1000 ml da calda com urina de vaca, o mesmo não acontecendo para os outros volumes. No entanto, para a variável área foliar, a interação foi significativa entre a manipueira e todos os volumes da calda com urina de vaca. 45 5.2.9 - Diâmetro caulinar em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca No estudo do desdobramento da calda de manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca, o maior valor absoluto em relação às médias do diâmetro caulinar da planta de pinhão-manso foi 73,50 mm, obtido quando se utilizou manipueira dentro de 1000 ml da calda com urina de vaca, isto significa um incremento de 22,5%, em relação ao menor valor (60,0 mm), quando se aplicou manipueira dentro de 500 ml da calda com urina de vaca. No estudo de regressão, em função do uso da manipueira dentro dos volumes da calda com urina de vaca, para a variável diâmetro caulinar da planta do pinhãomanso aos 360 dias, verificou-se que houve efeito significativo (Figura 25), apresentando uma tendência quadrática, quando se aplicou manipueira dentro de 500 ml e linear quando se aplicou 1000 ml da calda com urina de vaca (Figuras 25 A e 25 B). 60 40 20 y = 65,85 - 5,2929x + 1,3571x2 R² = 0,8968 75 Diâmetro (mm) Diâmetro (mm) 80 Diâmetro caulinar (mm) MP X 500 ml UV Diâmetro caulinar (mm) MP X 1000 ml UV 70 65 60 y = 61,325 + 1,675x R² = 0,718 55 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 25 (A) - Diâmetro caulinar em função Figura 25 (B) - Diâmetro caulinar em função dos volumes da calda com manipueira e 500 dos volumes da calda com manipueira e ml da calda com urina de vaca 1000 ml da calda com urina de vaca Figura 25 - Análise de regressão do diâmetro caulinar do pinhão-manso aos 360 dias, em função da adição de manipueira dentro dos respectivos volumes da calda com urina de vaca: 500 ml e 1000 ml, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.2.10 - Área foliar em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável área foliar do pinhão-manso, o maior valor médio foi de 26.108,46 cm2, quando se utilizou manipueira dentro de 1000 ml da calda com urina 46 de vaca, representando um aumento de 837,67% em relação ao valor de 2.784,39 cm2, obtido quando não se utilizou manipueira dentro da urina de vaca. No estudo de regressão em função do uso da manipueira dentro dos volumes da calda com urina de vaca, para a variável área foliar da planta do pinhão-manso aos 360 dias, verificou-se que houve efeito significativo (Figura 26). Área foliar (cm2 ) MP X 0 ml UV 8000,00 6000,00 y = 680333 - 484554x + R² = 0,9777 4000,00 2000,00 0,00 4000,00 2000,00 y = - 31856 + 149116x - 8878,7x2 R² = 0,9095 0,00 0 250 500 750 1000 0 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 26 (A) - Área foliar com manipueira e sem aplicação de urina de vaca 3000,00 2000,00 1000,00 0,00 y = - 493,69 + 62587x + 5544,5x2 R² = 0,8276 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 26 (C) - Área foliar com manipueira e 500 ml da calda com urina de vaca 500 750 1000 Figura 26 (B) - Área foliar com manipueira e 250 ml da calda com urina de vaca Área foliar (cm2 ) MP X 500 ml UV 4000,00 250 Volumes da calda com manipueira (ml) 8000,00 Área foliar (cm2) Área foliar (cm2 ) 5000,00 Área foliar (cm2 ) MP X 250 ml UV 6000,00 102701x2 Área foliar (cm2) Área foliar (cm2) 10000,00 Área foliar (cm2 ) MP X 750 ml UV 6000,00 4000,00 2000,00 0,00 y = 295074 - 127292x + 42733x2 R² = 0,9836 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 26 (D) - Área foliar com manipueira e 750 ml da calda com urina de vaca 47 Área foliar (cm2) 30000,00 20000,00 Área foliar (cm2 ) MP X 1000 ml UV y = 1E+06 - 1E+06x + 292096x2 R² = 0,8709 10000,00 0,00 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 26 (E) - Área foliar com manipueira e 1000 ml da calda com urina de vaca Figura 26 - Análise de regressão de área foliar da planta de pinhão-manso aos 360 dias, em função da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01), Lagoa Seca, PB. Estes resultados corroboram com estudos realizados por Ferreira (1995); Lima et al. 2006; Lima (2010) e Souza et al. (2010), e vários outros autores, que ao estudarem a adubação do pinhão-manso concluíram que as variáveis de crescimento são influenciadas diretamente pelo uso de adubos orgânicos. Estudos realizados por Cereda & Fioretto (1981); Vieites (1998); Cardoso (2005); Nascimento et al. (2010) e Maia et al. (2011), também podem colaborar com a análise dos resultados. Fisiologicamente a resposta da planta ao crescimento e multiplicação celular dár-se por dois meios, o alongamento celular provocado pela absorção d´água e a participação do nitrogênio (Taiz e Zeiger, 2007). O uso da urina de vaca (fonte de nitrogênio) e da manipueira (facilitador da absorção de água, devido aos solutos presentes e principalmente potássio) agiram na fisiologia das plantas que compuseram o experimento, pois segundo Larcher (2004), a energia que a planta requer para o seu crescimento e desenvolvimento provém da atividade fotossintética, adubações e imobilização de minerais de reserva da planta. Assim, de acordo com Ferreira (1995), a urina de vaca é um biofertilizante rico em nutrientes principalmente em N e K, e pode ser usada como adubo e defensivo natural na agricultura. Porém as composições mais importantes na urina de bovinos adultos são a uréia e amônio, que ocorrem com grande variação em suas 48 concentrações em função da alimentação animal. O que, acordo com Jarvis et al. (1989), a uréia representa 75% de nitrogênio total da urina de bovinos. Para Faquin (1994), a uréia tem efeito facilitador na absorção de nutrientes. Assim, ela pode romper ligações químicas entre os componentes da cutícula, ocorrendo um aumento na permeabilidade da própria membrana celular, e como consequência aumenta sua própria absorção e também a absorção de outros íons, (Fe, Zn, P), ocorrendo assim o alongamento celular (MALAVOLTA, 1980). Segundo a PESAGRO-RIO (1999), o potássio é um dos principais componentes da urina de vaca, tornando-se de fundamental importância para o desenvolvimento das plantas, pois o K é o elemento químico que aparece em maior quantidade e atua na planta aumentando o aproveitamento de água, tornando as paredes celulares dos tecidos resistentes e aumentando a eficiência da adubação (PESAGRO-RIO, 1999). Já Gadelha (2001) relata sobre o elevado teor de nitrogênio, potássio, cloro, enxofre, sódio, fenóis e no ácido indolacético na urina de vaca, tornando-a um excelente biofertilizante para as culturas. Resultados obtidos por Lima et al. (2010), avaliando o crescimento de plantas de pinhão-manso em função da adubação orgânica e mineral, demonstraram que o uso de esterco bovino associado com fertilizante mineral (P e K) aumenta o crescimento desta espécie de euforbiácea. Estudos realizados por Souza et al. (2010a), verificaram na avaliação da fitomassa epígea e hipógea em mudas de mamoneira, sob diferentes dosagens de urina de vaca que este tipo de adubação promoveu o aumento da produção de fitomassa. A aplicação de urina de bovinos sob a forma de pulverização promoveu estímulos ao desenvolvimento, de mudas de pepino, referentes ao desenvolvimento do hipocótilo, área cotiledonar e biomassa seca segundo afirma Cezar et al. (2007). Estudos do efeito da urina de vaca no estado nutricional da alface, realizados por Oliveira et al. (2010), demonstraram que quando aplicada via solo ou foliar tem efeito nos teores dos elementos minerais nas partes da planta, embora sem apresentar padrão definido. Gadelha (2001) relata sobre o elevado teor de nitrogênio, potássio, cloro, enxofre, sódio, fenóis e no ácido indolacético na urina de vaca. Quanto à composição química, pode fornecer todos os nutrientes necessários 49 ao crescimento da planta em quantidade adequada e no momento que a planta tem demanda por esses nutrientes (LIMA et al., 2006). Conforme Medeiros et al. (2010), em estudos sobre a produção de mudas de pinhão-manso produzidas em diferentes fontes de matéria orgânica, concluíram que o esterco bovino proporcionou melhor crescimento sobre as mudas desta planta e quando realizado o aumento da dose de fertilizantes orgânicos no substrato, houve maior incremento do número de folhas e da área foliar das mudas de pinhão-manso, independente da fonte utilizada. Para Larcher (2004), a energia que a planta requer para o desenvolvimento dos brotos e dos primórdios florais provém da atividade fotossintética, adubações e imobilização de minerais de reserva da planta. Segundo Nascimento (2010), no processo de adubação fosfatada no crescimento inicial do pinhão-manso verificou que houve efeito significativo das doses de fósforo sobre a altura, diâmetro caulinar e área foliar do pinhão-manso. Em relação a utilização da manipueira como biofertilizante, estudos realizados por Vieites & Brinholi (1994), verificaram respostas positivas na utilização da manipueira, nas doses de 60 e 120 m3 ha-1 associadas à adubação mineral, na cultura da mandioca, com o aumento do comprimento e diâmetro das raízes e elevação da produtividade. Ferreira et al. (2010), estudando o crescimento vegetativo de mudas de mamoneira sob diferentes dosagens de manipueira verificaram que houve aumento na produção vegetativa, porém, não houve diferenciações estatísticas entre os tratamentos apresentados. Santos et al. (2010), afirmaram que a manipueira pode ser utilizada como fonte de potássio, desde que suas doses sejam ajustadas. A recomendação de adubação de uma cultura depende das demandas nutricionais das plantas para os crescimentos vegetativos e reprodutivos, (LAVIOLA et al., 2007). De acordo com Prezotti (2001), também deve ser levado em consideração a eficiência de aproveitamento aplicados e a fração de nutrientes supridas do solo. A urina de vaca, aplicada via solo ou foliar, tem efeitos nos elementos minerais das partes da planta, embora não apresente padrão definido segundo (OLIVEIRA et. al, 2010). A utilização das diferentes dosagens de urina de vaca nesta oleaginosa proporcionou um ganho em diâmetro, número de folhas e área foliar, obedecendo-se 50 uma tendência quadrática, isto significa dizer, que o aumento em fitomassa dar-se até certa dosagem e que logo em seguida ocorre uma diminuição mesmo que seja ofertada uma maior quantidade deste biofertilizante. Isto pode ser observado na Figura 18, pois a dosagem em ordem crescente teve um acréscimo seguido de uma diminuição em ganho de fitomassa para em seguida ter um novo acréscimo. Esses efeitos foram observados por Nascimento et al. (2008), que verificaram a influência da adubação nitrogenada no crescimento inicial do pinhão-manso, utilizando uréia nas dosagens de 0, 60, 90 e 120 kg ha-1 de nitrogênio, concluindo que a dosagem de 120 kg ha-1, proporcionou os maiores valores para as variáveis altura, diâmetro caulinar e área foliar. Conforme Souza et al. (2010b), a urina de vaca pode ser utilizada para fertirrigação do pinhão-manso, mas com cuidado em sua abordagem e modo de aplicação. Autores como Oliveira et al. (2004), Cesar et al. (2007), Guimarães et al. (2009), Albuquerque et al. (2009), Ferreira et al. (2010), e Souza et al. (2010), estudaram e suas conclusões corroboram com os resultados obtidos das variáveis de crescimento do pinhão-manso aos 360 dias. Souza et al. (2010), verificaram que houve efeito significativo das doses de urina de vaca para as variáveis: fitomassa epígea, fitomassa hipógea, fitomassa total e relação fitomassa epígea/hipógea. Resultados semelhantes foram obtidos por Silva et al. (2010), demonstrando que o aumento na concentração de urina de vaca usada na adubação foliar promoveu acréscimos no desenvolvimento em diâmetro do colo do ipê roxo (Tabebuia impetinosa). Oliveira et al. (2004), observando a produção de pimentão em função da concentração de urina de vaca aplicada via foliar e adubação com NPK, concluíram que houve aumento na produção, na presença e na ausência de adubação com NPK e a concentração de 5% de urina de vaca, promoveu a maior produção nos dois níveis de adubação. Cesar et al. (2007), afirmam que a aplicação de urina sob forma de pulverização promove estímulos ao desenvolvimento de mudas de pepino. Albuquerque et al. (2009), avaliando o crescimento do pinhão-manso em função do nível de água e adubação nitrogenada, concluíram que as maiores 51 estimativas para altura da planta e área foliar, foram obtidas quando aplicou-se maior dose de nitrogênio e o maior nível de água no solo. Guimarães e Beltrão (2008), estudando o crescimento de Jatropha curcas em função de fontes e doses de fertilizantes, verificaram que o diâmetro caulinar e área foliar quando se utilizou a torta de mamona, apresentou um aumento de 40,62% e 237,6% em relação ao tratamento não adubado. Lima et al. (2010), observaram que as plantas de pinhão-manso quando adubadas com composto orgânico e esterco bovino apresentaram crescimento progressivo de acordo com o aumento das doses. As composições de Nitrogênio mais importantes na urina de bovinos adultos são uréia e amônio, que ocorrem com grande variação em função da alimentação animal (FERREIRA, 1995). Os efeitos positivos atribuídos ao biofertilizante bovino são oriundos da presença das substâncias orgânicas húmicas no insumo, que são responsáveis pela nutrição mineral das plantas, induzindo o crescimento radicular e estímulo a atividade enzimática nos processos metabólicos, (NARDI et al., 2002; TAIZ & ZEIGER, 2007). A uréia pode representar 75% de N-total da urina de bovinos (JARVIS et al. 1989). A passagem de uréia através da cutícula dos vegetais é mais rápida do que a dos outros compostos e nutrientes, e aumenta com a concentração, mas não proporcionalmente, sugerindo que essa passagem não seja por difusão simples, mas por difusão facilitada (FAQUIN, 1994). O nitrogênio é usado na formação de proteínas, que participam de processos metabólicos, junto com enzimas, tendo grande função estrutural e promovendo elevado crescimento vegetativo. (RAIJ, 1991). Sabendo dos teores de potássio contidos na manipueira, e da sua importância para as plantas, é fundamental levar em consideração pesquisas que comprovaram esta tese. Resultados obtidos por Fioretto (1985), quando aplicou manipueira via irrigação, em lavouras de mandioca proporcionaram aumento no teor de matéria orgânica, P e K no solo, e também ajudando no controle de plantas daninhas. Alguns elementos, como nitrogênio, fósforo, potássio podem prontamente mover-se de folha para folha, outros como boro, ferro e cálcio são relativamente 52 imóveis, na maioria das espécies (TAIZ e ZEIGER, 2007). Porém, no processo de Biofertirrigação com a manipueira é necessário um cuidado na forma de pulverização das folhas para melhor eficiência desse nutriente. Botelho et al. (2009), afirmam que os elevados teores de nitrogênio e potássio na manipueira, tanto proveniente de mandioca de raízes brancas como amarelas, coletadas no produtor, permitem considerá-las como adubo orgânico nitrogenado e potássico. Essa observação foi constatada por Alves (2010), concluindo que a manipueira proporciona acúmulo de íons de potássio em tecidos foliares de alface e rúcula, superiores aos teores recomendados para as plantas. O potássio presente nas plantas desempenha um importante papel na regulação do potencial osmótico das células vegetais. Ele também ativa muitas enzimas envolvidas na respiração e na fotossíntese, (TAIZ e ZEIGER, 2007). Segundo Silva et al. (2008), verificando a aplicação de cinza de casca de arroz e manipueira na cultura da aveia, o tratamento que apresentou maior produção foi à combinação correspondente a 80 mm de manipueira associados a 30 t ha -1 de cinza de casca de arroz, resultando numa produção equivalente a 23.941,7 kg ha-1. Santos et al. (2010), verificaram que para a cultura da alface, em termos de área foliar, as plantas que receberam 200 ml de solução de manipueira (correspondente a 138,20 kg ha-1 de K) foram as que apresentaram os maiores valores (média de 16,67 cm 2). Ferreira et al. (2010), concluíram em suas pesquisas na cultura da mamoneira, que a adubação com manipueira promoveu um aumento no crescimento vegetativo da planta. Prado et al. (2004), encontraram resultados indicativos de que a aplicação de potássio afetou de forma quadrática o desenvolvimento da cultura do maracujá. Porém, o potássio em excesso pode comprometer a absorção de outros elementos, como magnésio, manganês zinco, ferro e cálcio, (EMBRAPA, 2005). Esse nutriente está associado a uma maior resistência das plantas em condições adversas, tais como baixa disponibilidade de água e extremos de temperatura. Sua concentração na solução controla a difusão até a superfície das raízes, controlando a absorção pelas plantas (KOCH e MENGEL, 1977). 53 Segundo Malavolta (2008), as funções do potássio na planta são: economia de água, abertura e fechamento de estômatos, fotossíntese, ativação de enzimas e transporte de carboidratos fonte de dreno. O potássio não promove somente a translocação de fotossintetatos recém-produzidos, mas, também tem efeitos benéficos na mobilização de materiais estocados (KOCH e MENGEL, 1977). O potássio é requerido pelas plantas em grande quantidade, igualando-se as quantidades de Nitrogênio, e chegando a ser três ou quatro vezes mais acumulados nos tecidos que o fósforo (BRADY, 1989). O K+, porém, não faz parte de nenhuma estrutura ou molécula orgânica, sendo encontrado como cátion livre ou adsorvido, o que o torna facilmente trocável das células ou dos tecidos e com alta mobilidade intracelular (CHAGAS et al. 2007). A adubação orgânica e mineral pode influenciar nos teores de fósforo, óxido de fósforo, potássio, óxido de potássio, cálcio, óxido de cálcio, magnésio e óxido de magnésio, causando efeito significativo na análise de tecido vegetal do pinhãomanso (GUIMARÃES, 2008). Quimicamente, a manipueira sustenta a potencialidade como fertilizante, haja vista sua riqueza em potássio, nitrogênio, magnésio, fósforo, cálcio, enxofre, e outros micronutrientes (CARDOSO, 2005). Fioretto (1987), utilizando a manipueira na fertirrigação constatou que a aplicação de doses crescentes de manipueira resulta em aumento de fósforo e potássio, assim também como magnésio trocável na solução de solo, mostrando-se eficiente na fertirrigação de milho e algodão. Estudo realizado por Vieites (1998), concluiu que os efeitos da adubação com manipueira sobre o rendimento e a qualidade dos frutos de tomate, aumentou o rendimento, diâmetro e comprimento dos frutos comerciáveis do tomateiro, apresentando frutos com qualidade superior, quando utilizados as maiores dosagens de manipueira (108 m3/ha). Este efeito provavelmente está relacionado ao teor de potássio presente no resíduo, pela sua atuação na translocação de carboidratos (MENGEL & VIRO, 1964). Maia et al. (2011), estudando o efeito da omissão de macro e micronutrientes no crescimento do pinhão-manso, observaram que para a variável altura da planta, os tratamentos com omissão de P e K e de calagem influenciaram de forma negativa no crescimento das plantas. 54 Já Nascimento et al. (2010), em estudo da adubação potássica, no crescimento inicial do pinhão-manso, verificaram que houve efeito linear negativo das doses de potássio sobre todas as variáveis de crescimento estudadas. A área foliar foi a mais negativamente afetada por esse tipo de adubação, com redução de 20,48%. 5.3 - Taxas de crescimento relativo em altura de planta, diâmetro caulinar e área foliar do pinhão-manso em cinco períodos pósplantio 5.3.1 - Taxas de crescimento relativo em altura de planta (TCRAP) Em relação a taxa de crescimento relativo em altura de planta (TCRAP), o pinhão-manso alcançou seu ponto máximo entre 60 e 120 dias de idade, apresentando um decréscimo logo em seguida (Figura 27), porém, durante o experimento, as plantas sempre apresentaram crescimento em altura, nunca chegando a zero. As maiores taxas médias de crescimento relativo em altura de planta do pinhão-manso, 0,013 cm.cm-1.dia-1; 0,0128 cm.cm-1.dia-1 e 0,0128 cm.cm1 .dia-1, foram obtidas aos 60 dias, nas plantas submetidas aos respectivos tratamentos: T9 (250 ml UV e 750 ml MP); T10 (250 ml UV e 1000 ml MP) e T19 (750ml UV e 750 ml MP). A menor TCRAP durante os 360 dias, foi 0,0001 cm.cm1 .dia-1, 99% menor em relação a 0,013 cm.cm-1.dia-1, e foi obtida pelas plantas submetidas aos seguintes tratamentos e momentos: T5, T12, T14, T17 (aos 180 dias) e T7, T8, T14, T18, T24 (240 dias). A menor TCRAP média no período entre 60 e 120 dias, foi de 0,0112 cm.cm1 .dia-1, obtida pelas plantas submetidas aos tratamentos T6 (250ml UV e 0 ml MP) e T8 (250ml UV e 500 ml MP), sendo 16% menor em relação ao maior valor encontrado em T9 (Figura 27 B), neste momento. Entre 120 e 180 dias, a maior TCRAP média foi 0,0023 cm.cm-1.dia-1, nas plantas de pinhão-manso submetidas ao tratamento T4 (0 ml UV e 750 ml MP), e a menor TCRAP registrada neste momento foi de 0,001 cm.cm-1.dia-1, nas plantas do tratamento T6 (250 ml UV e 500 ml MP). Entre 180 e 240 dias, a maior TCRAP média foi de 0,001 cm.cm-1.dia-1, nas plantas do tratamento T10 (250 ml UV e 1000 ml MP), e a menor foi de (0,0001 cm.cm-1.dia55 1 ), apresentada pelas plantas submetidas aos tratamentos T5 (0 ml UV e 1000 ml MP); T12 (500 ml UV e 250 ml MP); T14 (500 ml UV e 750 ml MP) e T17 (750 ml UV e 250 ml MP). Evidencia-se na Figura 27, que as plantas de pinhão-manso que não receberam urina de vaca, mas receberam 500 ml da calda com manipueira (tratamento T3), e aquelas que receberam 500 ml da calda com urina de vaca e 500 ml da calda com manipueira (tratamento T13), apresentaram a maior taxa de crescimento relativo em altura de planta, no período entre 240 e 300 dias, cujo valor foi 0,0006 cm.cm-1.dia-1, enquanto as menores TCRAP (0,0001 cm.cm-1.dia-1), neste momento, foram das plantas dos tratamentos: T7 (250 ml UV e 250 ml MP); T8 (250 ml UV e 500 ml MP); T14 (500 ml UV e 750 ml MP); T18 (750 ml UV e 500 ml MP) e T25 (1000 ml UV e 1000 ml MP). No momento entre 300 e 360 dias, a maior TCRAP também foi 0,0006 cm.cm1 .dia-1, alcançada pelas plantas submetidas aos seguintes tratamentos: T7 (250 ml UV e 250 ml MP); T16 (750 ml UV e 0 ml MP) e T18 (750 ml UV e 500 ml MP), enquanto que o menor valor da TCRAP (0,0002 cm.cm-1.dia-1), foram das plantas dos tratamentos T2 (0ml UV e 250 ml MP); T6 (250ml UV e 0 ml MP); T13 (500 ml UV e 500 ml MP) e T22 (1000 ml UV e 250 ml MP). T1 T2 T3 T4 T5 60 120 180 Dias 240 300 360 TCRAP cm.cm-1.dia-1 TCRAP cm.cm-1.dia-1 0,013 0,011 0,009 0,007 0,005 0,003 0,001 -0,001 0 -0,003 Taxa de Crescimento Relativo da Altura de Planta 0,013 0,011 0,009 0,007 0,005 0,003 0,001 -0,001 0 -0,003 Taxa de Crescimento Relativo da Altura de Planta T6 T7 T8 T9 T10 60 120 180 240 300 360 Dias Fig. 27 (A) - Taxa de crescimento relativo de Fig. 27 (B) - Taxa de crescimento relativo de altura da planta em função dos tratamentos altura da planta em função dos tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5 durante os 360 dias T6, T7, T8, T9 e T10 durante os 360 dias 56 Taxa de Crescimento Relativo da Altura de Planta 0,011 0,013 T11 T12 T13 T14 T15 0,009 0,007 0,005 0,003 TCRAP cm.cm-1.dia-1 TCRAP cm.cm-1.dia-1 0,013 -0,003 0,011 T16 T17 T18 T19 T20 0,009 0,007 0,005 0,003 0,001 0,001 -0,001 Taxa de Crescimento Relativo da Altura de Planta 0 60 120 180 240 300 -0,001 0 -0,003 360 60 120 180 240 300 360 Dias Dias TCRAP cm.cm-1.dia-1 Fig. 27 (C) - Taxa de crescimento relativo de Figura 27 (D) - Taxa de crescimento relativo altura da planta em função dos tratamentos de altura da planta em função dos T11, T12, T13, T14 e T15 durante os 360 dias tratamentos T16, T17, T18, T19 e T20 durante os 360 dias 0,013 0,011 0,009 0,007 0,005 0,003 0,001 -0,001 0 -0,003 Taxa de Crescimento Relativo da Altura de Planta T21 T22 T23 T24 T25 60 120 180 240 300 360 Dias Figura 27 (E) - Taxa de crescimento relativo de altura da planta em função dos tratamentos T21, T22, T23, T24 e T25 durante os 360 dias Figura 27 - Taxa de crescimento relativo de altura de planta do pinhão-manso, durante os 360 dias, em função do uso da urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB. 5.3.1.1 - Equações de ajuste para taxa de crescimento relativo a altura de planta (TCRAP) do pinhão-manso T1 y = -3E-08x 2 + 2E-05x - 0,0009 R² = 0,0671** T2 y = -1E-09x 3 + 6E-07x 2 - 6E-05x - 0,0008 R² = 0,4121ns T3 y = -1E-10x 3 - 1E-08x2 + 3E-05x - 0,0011 R² = 0,0913** T4 y = -2E-10x 3 + 3E-08x 2 + 2E-05x - 0,001 R² = 0,0884* 57 T5 y = -8E-11x 3 - 2E-08x2 + 3E-05x - 0,0011 R² = 0,0744ns T6 y = 6E-11x 3 - 1E-07x2 + 3E-05x - 0,001 R² = 0,0602* T7 y = -7E-08x 2 + 3E-05x - 0,0009 R² = 0,0716** T8 y = -7E-08x 2 + 3E-05x - 0,001 R² = 0,083** T9 y = -8E-08x 2 + 4E-05x - 0,0012 R² = 0,0789** T10 y = -7E-08x 2 + 3E-05x - 0,0012 R² = 0,0679** T11 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0012 R² = 0,0734** T12 y = -9E-08x 2 + 4E-05x - 0,0013 R² = 0,0898** T13 y = -1E-10x 3 - 1E-08x2 + 3E-05x - 0,0011 R² = 0,0913* T14 y = -7E-08x 2 + 3E-05x - 0,001 R² = 0,083** T15 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0009 R² = 0,0889** T16 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0012 R² = 0,0734** T17 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0012 R² = 0,0734** T18 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0012 R² = 0,0734** T19 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0012 R² = 0,0734** T20 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0012 R² = 0,0734* T21 y = -8E-11x 3 - 2E-08x2 + 3E-05x - 0,0011 R² = 0,0744* T22 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0009 R² = 0,0889** T23 y = -7E-08x 2 + 3E-05x - 0,0009 R² = 0,0716** T24 y = -8E-08x 2 + 3E-05x - 0,0012 R² = 0,0734** T25 y = -7E-08x 2 + 3E-05x - 0,001 R² = 0,083** Os resultados evidenciam que a manipueira atuou mais positivamente, comparando-se a urina de vaca, quanto a taxa de crescimento relativo em altura de planta (TCRAP), pois dos três tratamentos com as plantas que apresentaram maiores taxas: 0,013 cm.cm-1.dia-1;; 0,128 cm.cm-1.dia-1 e 0,128 cm.cm-1.dia-1, dois continham volumes superiores de manipueira (T9 e T10) e um com valores iguais (T19). Além disso, dos cinco tratamentos com as plantas que apresentaram a menor TCRAP 58 (0,0001 cm.cm-1.dia-1;), três continham volumes superiores de urina de vaca (T12, T16 e T17). Contudo, podemos concluir também, que a atuação conjunta entre a urina e manipueira foi mais positiva, em relação a atuação de cada biofertilizante isoladamente. 5.3.2 - Taxas de crescimento relativo de diâmetro caulinar (TCRDC) Os resultados das taxas médias de crescimento relativo de diâmetro caulinar (TCRDC) do pinhão-manso, durante os 360 dias, variaram entre 0,0 mm.mm-1.dia-1 e 0,0031 mm.mm-1.dia-1 (Figura 28). As maiores TCRDC (0,0031 mm.mm-1.dia-1), foram obtidas aos 120 dias (Figura 28 B), nas plantas submetidas aos tratamentos T8 (250 ml UV e 500 ml MP) e T10 (250 ml UV e 1000 ml MP). A menor TCRDC média (0,0 mm.mm-1.dia-1), foi obtida pelas plantas do tratamento T23 (1000ml UV e 500 ml MP) (Figura 28 E), aos 300 dias. Após 120 dias, houve decréscimo nas taxas de crescimento relativo em diâmetro caulinar, na maioria das plantas de pinhão-manso, no entanto, observa-se curvas suaves até 180 dias em vários tratamentos. Após este período percebe-se uma redução mais drástica nos valores de TCRDC (Figuras 28 A, 28 B, 28 C, 28 D e 28 E) No período entre 60 e 120 dias, a maior TCRDC foi de 0,00246 mm.mm-1.dia-1, obtida pelas plantas submetidas ao tratamento T3 (0 ml UV e 500 ml MP) (Figura 28 A) e as menores de 0,0006 mm.mm-1.dia-1, nas plantas dos tratamentos T8 (250 ml UV e 500 ml MP) e T15 (500 ml UV e 1000ml MP) (Figuras 28 B e 28 C). Entre 120 e 180 dias, as plantas submetidas aos tratamentos T8 (250 ml UV e 500 ml MP) e T10 (250 ml UV e 1000 ml MP), apresentaram as maiores TCRDC, com 0,0031 mm.mm1 .dia-1 (Figura 28 B), enquanto a menor TCRDC (0,0007 mm.mm-1.dia-1), foi obtida pelas plantas do tratamento T23 (1000ml UV e 500ml MP) (Figura 28 E). No momento entre 180 a 240 dias, a maior TCRDC foi de 0,00142 mm.mm1 .dia-1, alcançada pelo tratamento T2 (0 ml UV e 250 ml MP) (Figura 28 A) e a menor 0,00028 mm.mm-1.dia-1, nas plantas do tratamento T11 (500 ml UV e 0 ml MP) (Figura 28 C). Entre 240 e 300 dias, a maior TCRDC de 0,0015 mm.mm-1.dia-1 e a menor 0,00012 mm.mm-1.dia-1, foram obtidas pelas plantas de pinhão-manso submetidas aos respectivos tratamentos: T14 (500ml UV e 750 ml MP) e T5 (0 ml UV e 1000 ml MP) 59 (Figuras 28 C e 28 A). No último momento de análise de TCRDC, entre 300 e 360 dias, o maior valor obtido foi 0,00078mm.mm-1.dia-1, nas plantas do tratamento T6 (250ml UV e 0 ml MP) (Figura 28 B), e o menor 0,0 mm.mm-1.dia-1, nas plantas submetidas ao tratamento T23 (1000ml UV e 500 ml MP) (Figura 28 E). Taxa de Crescimento Relativo de Diâmetro Caulinar 60 120 180 240 300 0,0043 0,0038 0,0033 0,0028 0,0023 0,0018 0,0013 0,0008 0,0003 -0,0002 -0,0007 0 T6 T7 T8 T9 T10 TCRDC mm.mm-1.dia-1 T1 T2 T3 T4 T5 TCRDC mm.mm-1.dia-1 0,0043 0,0038 0,0033 0,0028 0,0023 0,0018 0,0013 0,0008 0,0003 -0,0002 -0,0007 0 Taxa de Crescimento Relativo de Diâmetro Caulinar 360 60 120 Figura 28 (A) - Taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar do pinhão-manso em função dos tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5 durante os 360 DIAS 180 240 300 360 Dias Figura 28 (C) - Taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar do pinhão-manso em função dos tratamentos T11, T12, T13, T14 e T15 durante os 360 DIAS TCRDC mm.mm-1.dia-1 TCRDC mm.mm-1.dia-1 360 Taxa de Crescimento Relativo de Diâmetro Caulinar T11 T12 T13 T14 T15 120 300 Figura 28 (B) - Taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar do pinhão-manso em função dos tratamentos T6, T7, T8, T9 e T10 durante os 360 DIAS Taxa de Crescimento Relativo de Diâmetro Caulinar 60 240 Dias Dias 0,0043 0,0038 0,0033 0,0028 0,0023 0,0018 0,0013 0,0008 0,0003 -0,0002 -0,0007 0 180 0,0043 0,0038 0,0033 0,0028 0,0023 0,0018 0,0013 0,0008 0,0003 -0,0002 -0,0007 0 T16 T17 T18 T19 T20 60 120 180 240 300 360 Dias Figura 28 (D) - Taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar do pinhãomanso em função dos tratamentos T16, T17, T18, T19 e T20 durante os 360 DIAS 60 TCRDC mm.mm-1.dia-1 Taxa de Crescimento Relativo de Diâmetro Caulinar 0,0043 0,0038 0,0033 0,0028 0,0023 0,0018 0,0013 0,0008 0,0003 -0,0002 -0,0007 0 T21 T22 T23 T24 T25 60 120 180 240 300 360 Dias Figura 28 (E) - Taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar do pinhão-manso, em função dos tratamentos T21, T22, T23, T24 e T25 durante os 360 DIAS Figura 28 - Taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar do pinhão-manso, durante os 360 dias, em função do uso da urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB. 5.3.2.1 - Equações de ajuste para taxa de crescimento relativo de diâmetro caulinar (TCRDC) do pinhão-manso T1 y = 1E-09x3 - 1E-06x 2 + 0,0002x + 0,0008 T2 y = 1E-09x3 - 9E-07x 2 + 0,0002x + 0,0008 R² = 0,5631** T3 y = 1E-09x3 - 1E-06x 2 + 0,0002x + 0,0007 R² = 0,6685** T4 y = 1E-08x3 - 9E-06x 2 + 0,0015x + 0,0083 R² = 0,5219** T5 y = 1E-09x3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0007 R² = 0,6085** T6 y = 1E-09x3 - 8E-07x 2 + 0,0001x + 0,0007 R² = 0,5031** T7 y = 1E-09x3 - 9E-07x 2 + 0,0002x + 0,0008 R² = 0,5631** T8 y = 1E-09x3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0007 R² = 0,5643** T9 y = 1E-09x3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0007 R² = 0,5785** T10 y = 1E-09x3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0005 R² = 0,6977** T11 y = 1E-09x3 - 9E-07x 2 + 0,0002x + 0,0007 R² = 0,6322** T12 y = 1E-08x3 - 9E-06x 2 + 0,0014x + 0,0081 R² = 0,5265** T13 y = 1E-09x3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0008 R² = 0,5309** R² = 0,5491** 61 T14 y = 1E-09x 3 - 8E-07x 2 + 0,0001x + 0,0008 R² = 0,4585** T15 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0002x + 0,0008 R² = 0,5344** T16 y = 1E-09x 3 - 8E-07x 2 + 0,0001x + 0,0008 R² = 0,4874** T17 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0007 R² = 0,6085** T18 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0007 R² = 0,5347** T19 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0007 R² = 0,5668** T20 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0006 R² = 0,61** T21 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0006 R² = 0,61** T22 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0002x + 0,0008 R² = 0,5641** T23 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0008 R² = 0,5502** T24 y = 2E-09x 3 - 1E-06x 2 + 0,0002x + 0,0005 R² = 0,8214** T25 y = 1E-09x 3 - 9E-07x 2 + 0,0001x + 0,0005 R² = 0,76** Os resultados das taxas médias de crescimento relativo, em diâmetro caulinar (TCRDC), são semelhantes aos de altura de planta, onde mais uma vez a manipueira atuou de forma mais positiva, comparando-se a urina de vaca, pois os dois tratamentos (T8 e T10), com as plantas que apresentaram a maior taxa: 0,0031 mm.mm-1.dia-1, continham volumes superiores de manipueira Além disso, nos três tratamentos (T23, T18 e T24), com as plantas que apresentaram as menores TCRDC (0,0 mm.mm-1.dia-1; 0,0001 mm.mm-1.dia-1 e 0,0001 mm.mm-1.dia-1), continham volumes superiores de urina de vaca. E novamente a atuação conjunta entre a urina e manipueira foi mais positiva, em relação a atuação de cada biofertilizante isoladamente. 5.3.3 - Taxas de crescimento relativo de área foliar (TCRAF) Em relação a TCRAF, os maiores valores obtidos foram 0,37 cm2. cm2 . dia-1 e 0,41 cm2. cm-2. dia-1, nas plantas submetidas aos respectivos tratamentos: T4 (0 ml UV e 750 MP), aos 60 dias e T12 (500 ml UV e 250 ml MP) aos 240 dias. A 62 menor TCRAF foi de -0,041 cm2. cm-2. dia-1 nas plantas do tratamento T19 (750 ml UV e 750 ml MP), aos 300 dias (Figura 29). Entre 60 e 120 dias, a maior TCRAF foi de 0,37 cm2. cm-2. dia-1, obtida pelas plantas de pinhão-manso submetidas ao tratamento T4 (0 ml UV e 750 ml MP) (Figura 29 A), e a menor taxa foi de 0,035 cm2. cm-2. dia-1, nas plantas do tratamento T11 (500 ml UV e 0 ml MP) (Figura 29 C). No momento entre 120 e 180 dias, a maior TCRAF foi de 0,024 cm2. cm-2. dia-1, nas plantas do tratamento T11 (500 ml UV e 0 ml MP) (Figura 29 C) e a menor 0,013 cm2. cm-2. dia-1, nas plantas do tratamento T19 (750 ml UV e 750 ml MP) (Figura 29 D). No período entre 180 e 240 dias, as plantas submetidas ao tratamento T12 (500 ml UV e 250 ml MP), alcançaram a maior TCRAF média, com 0,006 cm2. cm-2. dia-1, enquanto a menor TCRAF média (-0,007 cm2. cm-2. dia-1), foi obtida pelas plantas do tratamento T19 (750 ml UV e 750 ml MP) (Figuras 29 C e 29 D) . Já as plantas do tratamento T12 (500 ml UV e 250 ml MP), no período entre 240 e 300 dias, alcançaram o maior valor da TCRAF média, com 0,41 cm2. cm-2. dia-1(Figura 29 C), e neste mesmo momento, as plantas submetidas ao tratamento T24 (1000 ml UV e 750 ml MP), alcançaram a menor TCRAF média, com -0107 cm2. cm-2. dia-1 (Figura 29 E). Finalizando, no momento entre 300 e 360 dias, a maior taxa de crescimento relativo em área foliar (TCRAF), foi 0,067 cm2. cm-2. dia-1, obtida pelas plantas submetidas ao tratamento T24 (1000 ml UV e 750 ml MP) (Figura 29 E) e a menor TCRAF foi -0,04 cm2. cm-2. dia-1, obtidas pelas plantas do tratamento T19 (750 ml UV e 750 ml MP) (Figura 29 D). 0,4 0,5 T1 T2 T3 T4 T5 0,3 0,2 0,1 0 -0,1 0 -0,2 60 120 180 240 300 360 Dias Figura 29 (A) - Taxa de crescimento relativo de área foliar do pinhão-manso em função dos tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5 durante os 360 DIAS TCRAF cm2. cm-2. dia-1 TCRAF cm2. cm-2. dia-1 0,5 Taxa de Crescimento Relativo de Área Foliar Taxa de Crescimento Relativo de Área Foliar 0,4 T6 T7 T8 T9 T10 0,3 0,2 0,1 0 -0,1 0 -0,2 60 120 180 240 300 360 Dias Figura 29 (B) - Taxa de crescimento relativo de área foliar do pinhão-manso em função dos tratamentos T6, T7, T8, T9 e T10 durante os 360 DIAS 63 T11 T12 T13 T14 T15 60 120 180 240 300 360 TCRAF cm2. cm-2. dia-1 TCRAF cm2. cm-2. dia-1 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 -0,1 0 -0,2 Taxa de Crescimento Relativo de Área Foliar 0,5 Taxa de Crescimento Relativo de Área Foliar T16 T17 T18 T19 T20 0,4 0,3 0,2 0,1 0 -0,1 0 60 120 -0,2 Dias Figura 29 (C) - Taxa de crescimento relativo de área foliar do pinhão-manso em função dos tratamentos T11, T12, T13, T14 e T15 durante os 360 DIAS 180 240 300 360 Dias Figura 29 (D) - Taxa de crescimento relativo de área foliar do pinhão-manso em função dos tratamentos T16, T17, T18, T19 e T20 durante os 360 DIAS Taxa de Crescimento Relativo de Área Foliar TCRAF cm2. cm-2. dia-1 0,5 0,4 T21 T22 T23 T24 T25 0,3 0,2 0,1 0 -0,1 0 -0,2 60 120 180 240 300 360 Dias Figura 29 (E) - Taxa de crescimento relativo de área foliar do pinhão-manso em função dos tratamentos T21, T22, T23, T24 e T25 durante os 360 DIAS Figura 29 - Taxa de crescimento relativo de área foliar do pinhão-manso, durante os 360 dias, em função do uso da urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB. 5.3.3.1 - Equações de ajuste para taxa de crescimento relativo a área foliar (TCRAF) do pinhão-manso T1 y = 1E-08x 3 - 7E-06x 2 + 0,0011x - 0,0004 R² = 0,9715** T2 y = 1E-08x 3 - 7E-06x 2 + 0,001x + 0,0011 R² = 0,6098** 64 T3 y = 2E-08x 3 - 1E-05x 2 + 0,0013x - 0,0002 R² = 0,7618** T4 y = 5E-08x 3 - 3E-05x 2 + 0,005x + 0,0231 R² = 0,5986** T5 y = 2E-08x 3 - 1E-05x 2 + 0,0018x - 0,004 R² = 0,8885** T6 y = 1E-08x 3 - 8E-06x 2 + 0,0011x - 0,0006 R² = 0,9874** T7 y = 7E-09x3 - 5E-06x 2 + 0,0007x + 0,0019 T8 y = 5E-09x 3 - 4E-06x 2 + 0,0006x + 0,0022 R² = 0,5943** T9 y = 9E-09x 3 - 6E-06x 2 + 0,0008x + 0,0017 R² = 0,6007* T10 y = 9E-09x3 - 5E-06x 2 + 0,0007x + 0,0033 R² = 0,171* T11 y = 1E-08x3 - 8E-06x 2 + 0,0012x - 0,0008 R² = 0,8043** T12 y = -3E-08x3 + 2E-05x 2 - 0,0019x + 0,0082 R² = 0,3005** T13 y = 1E-08x3 - 9E-06x 2 + 0,0012x - 0,0002 R² = 0,7861** T14 y = 1E-08x3 - 7E-06x 2 + 0,001x + 0,0009 R² = 0,6021** T15 y = 1E-08x3 - 9E-06x 2 + 0,0012x - 0,0002 R² = 0,8071** T16 y = 1E-08x3 - 8E-06x 2 + 0,0011x - 0,001 R² = 0,9467** T17 y = 1E-08x3 - 8E-06x 2 + 0,0011x - 4E-05 R² = 0,7535** T18 y = 1E-08x3 - 6E-06x 2 + 0,0009x + 0,0023 R² = 0,3109** T19 y = 2E-08x3 - 9E-06x 2 + 0,0013x - 0,0017 R² = 0,8541** T20 y = 1E-08x3 - 6E-06x 2 + 0,0009x + 0,0009 R² = 0,5993* T21 y = 1E-08x3 - 6E-06x 2 + 0,0009x + 0,0009 R² = 0,5986** T22 y = 2E-08x3 - 9E-06x 2 + 0,0012x - 0,0001 R² = 0,6874** T23 y = 9E-09x3 - 5E-06x 2 + 0,0007x + 0,0024 R² = 0,3361** T24 y = 1E-08x3 – 8E-06x² + 0,001x + 0,0022 R² = 0,305** T25 y = 9E-09x3 - 5E-06x 2 + 0,0008x + 0,0014 R² =0,3777* R² = 0,5325** O melhor resultado de taxa de crescimento relativo em área foliar (TCRAF) foi de 0,41 cm2. cm-2. dia-1, alcançado aos 240 dias, pelas plantas submetidas ao tratamento T12, e continha 500 ml da calda com urina de vaca (500 UV) e 250 ml da 65 calda com manipueira (250 MP). Porém, as plantas do tratamento T4 (0 UV e 750 MP) também apresentaram, um valor expressivo, com 0,37 cm2. cm-2. dia-1 de TCRAF aos 60 dias, evidenciando que os biofertilizantes atuaram nas folhas das plantas positivamente, no entanto, a manipueira atuou melhor durante os 60 dias e a urina de vaca no período entre 240 e 300 dias (Figuras 29 A e 29 C). Quanto a menor TCRAF (-0,028 cm2. cm-2. dia-1), foi obtida pelas plantas do tratamento T19 (750 ml de urina de vaca e 750 ml de manipueira). Os resultados diferem um pouco comparados aos de altura de planta e diâmetro caulinar, pois, percebe-se que ambas as substâncias orgânicas contribuíram para o aumento da área foliar do pinhão-manso, no entanto, nas plantas com as duas melhores taxas, a manipueira estava presente, enquanto a urina estava em apenas uma, reforçando novamente a importância deste produto para a agricultura. 5.4 - Fitomassa seca epígea e hipógea Após a coleta e tabulação dos dados de peso seco da raiz, peso seco do caule e peso seco das folhas do pinhão-manso, aos 360 dias, realizou-se análise estatística visando estudar os efeitos da urina de vaca e da manipueira sobre o pinhão-manso, em todos os tratamentos. Os resultados são apresentados na Tabela 15. Tabela 15 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: fitomassa seca da raiz, fitomassa seca do caule e fitomassa seca das folhas do pinhão-manso aos 360 dias, em função dos volumes das caldas com urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB. FV Urina (UV) Regressão Linear Regressão Quadrática Regressão Cúbica Falta de Ajuste Manipueira (MP) Regressão Linear Regressão Quadrática Regressão Cúbica Falta de Ajuste Interação (UV x MP) Blocos Resíduo CV (%) GL 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 16 3 72 Peso da Raiz ns 7.919,28 ** 29.619,59 ns 1.519,67 448,59ns ns 537,84 ** 19.478,23 ns 9.205,07 ns 1.078,79 ** 63.459,88 ns 4.169,19 ** 12.856,23 ns 180,79 3.505,55 24,64 Peso do Caule ** 117.003,53 ** 413.065,06 ** 49.642,31 0,41ns ns 5.306,76 * 21.339,57 * 39.837,89 * 43.780,76 ns 1.737,43 ns 2,21 ** 18.973,70 ns 3,98 6.395,21 15,59 (**), (*) e (ns) - Significativo a 1, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F). UV - Urina de vaca Peso das Folhas ** 2.114,67 ns 523,23 7.025,92** 310,83ns ns 909,54 ns 196,97 ns 104,08 ns 24,73 ns 359,23 ns 299,82 ** 482,05 ns 135,41 162,21 20,57 MP - Manipueira 66 Nos dados da Tabela 15, percebe-se que os tratamentos diferiram entre si para as variáveis fitomassa seca da raiz, do caule e das folhas, evidenciando que o uso da urina de vaca (UV) e a manipueira (MP), em diferentes volumes, influenciaram nas variáveis estudadas. A aplicação da calda com urina de vaca nos volumes de 0 ml, 250 ml, 500 ml, 750 ml e 1000 ml, proporcionaram os seguintes valores médios para a variável fitomassa seca da raiz, respectivamente: 271,09 g; 246,17 g; 237,19 g; 227,82 g; 219,41 g. Para a variável fitomassa seca do caule apresentaram os seguintes valores médios: 446,65 g; 462,02 g; 474,59 g; 552,73 g; 628,52 g; respectivamente. Já para a variável fitomassa seca da folha apresentaram os seguintes valores médios: 50,56 g; 60,26 g; 75,86 g; 68,42 g; 54,54 g. Quanto ao uso da calda com manipueira, os valores médios de fitomassa obtidos para os volumes de 0 ml, 250 ml, 500 ml, 750 ml, 1000 ml, na variável fitomassa seca da raiz foram respectivamente: 238,93 g; 206,79 g; 233,91 g; 291,61 g; 230,44 g. Para a variável fitomassa seca do caule apresentaram os seguintes valores médios respectivamente: 462,57 g; 505,56 g; 537,67 g; 545,57 g; 513,13 g. Na fitomassa seca das folhas, os resultados obtidos foram respectivamente: 60,19 g; 61,73 g; 64,10 g; 57,81 g; 65,76 g. Quanto ao estudo de fatores simples (urina de vaca e manipueira) e duplo (interação entre volumes da urina de vaca e volumes de manipueira), houve interação significativa em todas as variáveis. Isto significa que a urina de vaca quando aplicada em seus diferentes volumes, influenciou diretamente no resultado estatístico, ocorrendo uma resposta positiva na fisiologia da planta quando submetida a aplicação de manipueira, e que o inverso (manipueira x urina de vaca), também apresentou aspectos verdadeiros, ou seja, quando se utilizou a manipueira em um determinado momento, a planta de pinhão-manso apresentou uma resposta à adubação com urina de vaca, demonstrando ganhos positivos nas variáveis estudadas. O comportamento do pinhão-manso, aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com urina de vaca, em cada variável, apresentou efeito linear para peso seco da raiz, efeito linear e quadrático para peso seco do caule, e em relação a 67 variável peso seco das folhas, percebe-se um incremento até certo volume de calda utilizada, apresentando um decréscimo logo em seguida. 5.4.1 - Fitomassa seca do caule em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Quanto à fitomassa seca do caule, o maior valor médio obtido foi quando utilizou-se 1000 ml da calda com urina de vaca, apresentando média de 628,52 g, 40,71% superior ao menor valor médio de 446,65 g, quando não se aplicou a calda com urina de vaca. Observa-se que na medida em que foram sendo acrescentados os diferentes volumes da calda nas plantas, houve um incremento no peso seco desta variável (Figura 30 ). Peso seco do caule (g) Fitomassa seca do caule (g) 700 600 500 400 300 200 100 0 y = 469,77 - 34,445x + 13,315x2 R² = 0,9887 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 30 - Análise de regressão da fitomassa seca do caule de pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.4.2 - Fitomassa seca das folhas em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Percebe-se que, quando se utilizou 500 ml de volume da calda com urina de vaca, as plantas apresentaram maior valor médio de fitomassa seca das folhas, com 75,86 g, apresentando um aumento de 50,03 % em relação as plantas que não receberam urina de vaca, que alcançaram a menor média 50,56g. Demonstrando 68 um decréscimo nos tratamentos com 750 ml e 1000 ml de volume da calda com urina de vaca (Figura 31 ). Peso das folhas (g) Fitomassa seca das folhas (g) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 y = 21,998 + 31,673x -5,0093x2 R² = 0,8925 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 31 - Análise de regressão da fitomassa seca das folhas de pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.4.3 - Fitomassa seca da raiz em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável matéria seca da raiz, percebe-se uma redução após a aplicação dos volumes da calda com urina de vaca de: 250 ml, 500 ml, 750 ml e 1000 ml, em relação à testemunha. O maior valor médio obtido foi de 271,09 g, quando não se utilizou urina de vaca, cujo valor é 23,55% superior ao da dosagem de 1000 ml da calda com urina de vaca, que atingiu o menor valor 219,41g (Figura 32). Peso seco da raiz (g) Fitomassa seca da raiz (g) 300 250 200 150 y = 293,15 - 26,148x + 2,3297x2 R² = 0,983 100 50 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca Figura 32 - Análise de regressão da fitomassa seca da raiz de pinhão-manso aos 360 dias, em função dos diferentes volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 69 A fitomassa seca da planta é um importante parâmetro na avaliação do crescimento, pois sua determinação no ciclo da cultura possibilita estimar o crescimento e o desenvolvimento das plantas (LOPES et al., 2005). Lira et al. (2010), concluíram em seus estudos de fitomassa de mudas de pinhão-manso, sob diferentes dosagens de biofertilizantes, que a aplicação de 20 ml de biofertilizante foi a melhor dosagem para incremento na fitomassa. Plantas de pinhão-manso cultivadas com a adição de uréia ao meio de cultivo apresentaram no maior valor de fitomassa seca de folha acumulada um aumento de 146,79% em relação às plantas cultivadas sem adição de uréia (OLIVEIRA et al., 2009). O nitrogênio influencia não apenas a taxa de expansão quanto a divisão celular determinando, assim, o tamanho final das folhas, o que faz com que o N seja um dos fatores determinantes da taxa de acúmulo de biomassa. Conforme Albuquerque et al. (2009), o padrão de resposta para todas as variáveis de fitomassa seca na cultura do pinhão-manso, foram significativas, quando realizado a aplicação de diferentes níveis de água e adubação nitrogenada. Lima et al. (2007), estudando a adubação fosfatada em mudas de pinhão-manso, constataram quem as plantas produziram maior quantidade de massa seca da parte aérea e de raiz com a dose de superfosfato simples até 4,25 kg/m3 de substrato, reduzindo a massa seca em doses superiores a esta. Segundo Nascimento et al. (2010), houve efeito significativo das doses de fósforo sobre a biomassa seca da parte aérea e do sistema radicular do pinhãomanso, onde as doses de fósforo entre 60 e 70 kg ha-1 são ideais para a produção de fitomassa de plantas de pinhão-manso. Como a interação entre os fatores urina de vaca dentro de diferentes volumes de manipueira apresentaram efeitos significativos pelo Teste F, foi realizada uma análise de variância para estudar o efeito da urina de vaca, dentro de cada volume de manipueira. Os resultados estão apresentados na Tabela 16. 70 Tabela 16 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: fitomassa seca da raiz, fitomassa seca do caule e fitomassa seca das folhas do pinhão-manso, aos 360 dias, em função da urina de vaca, dentro de cada volume da calda com manipueira. Lagoa Seca, PB. FV UV dentro de MP0 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP250 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP500 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP750 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP1000 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste Resíduo CV (%) GL 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 72 Peso Raiz 2.732,47ns 2.876,92ns 60,13ns 388,81ns 7.604,00ns 16.754,74** 2.221,44ns 31.216,67** 32.317,52** 1.263,31ns 14.522,53** 8.730,55ns 35.043,51** 12.719,92ns 1.596,14ns 2.479,73ns 1.556,63ns 6.603,53ns 1.459,14ns 299,63ns 22.854,72** 52.937,99** 29.306,99** 1.466,04ns 7.707,84ns 3.505,55 24,64 Peso Caule 61.976,55** 94.138,51** 137.067,52** 7.764,58ns 8.935,59ns 59.187,10** 152.389,15** 53.019,17** 26.161,18* 5.178,92ns 35.438,57** 119.526,12** 17.122,01ns 135,90ns 4.970,24ns 12.276,99ns 25.256,66ns 1.335,36ns 16.590,96ns 5.924,98ns 24.019,14** 55.358,81** 38.645,80* 2.020,80ns 51,15ns 6.395,21 15,59 Peso Folhas 1.389,64** 303,00ns 4.398,99** 25,49ns 831,07* 219,33ns 4,34ns 280,63ns 90,42ns 501,91ns 223,67ns 352,06ns 169,58ns 372,77ns 0,27ns 1.003,94** 786,95* 1.240,80** 1.661,39** 326,61ns 1.206,29** 229,78ns 3.147,75** 503,11ns 944,51* 162,21 20,57 (**), (*) e (ns) - Significativo a 1, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F). MP0= 0 ml manipueira; MP250= 250 ml manipueira; MP500= 500 ml de manipueira; MP750= 750 ml manipueira; MP1000= 1000 ml manipueira. Observando-se os dados da Tabela 16, percebe-se que quando houve o desdobramento da interação dos volumes da calda com urina de vaca e a manipueira, os efeitos lineares e quadráticos significativos foram maioria. Para a variável peso seco da raiz, não houve diferença significativa quando utilizou-se urina de vaca sem manipueira (0 MP), e urina de vaca com 750 ml da calda com manipueira (750 MP). Para o peso seco do caule não foi significativo quando se utilizou urina de vaca dentro de 750 ml da calda com manipueira. Os resultados da variável peso seco das folhas, não apresentaram efeitos significativos quando se utilizou urina de vaca dentro de 250 ml e 500 ml da calda com manipueira. 71 5.4.4 - Fitomassa seca da raiz, em função da interação da urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável fitomassa seca da raiz, as linhas de regressão obtidas, apresentaram efeitos quadráticos para urina de vaca dentro de 250 ml, 500 ml e linear e quadrático para urina de vaca e 1000 ml da calda com manipueira (Figura 33). O maior valor médio foi obtido quando se utilizou urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira, apresentando o valor de 349,76 g, sendo 145,8 % superior ao menor valor obtido de 142,28 g, quando se utilizou 250 ml da calda com manipueira. Fitomassa seca da raiz (g) (UV x 250 MP) Peso da raiz (g) 400 300 200 y = 56,775 + 74,219x - 6,6036x2 R² = 0,7509 100 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 33 (A) - Fitomassa seca da raiz em função da interação de urina de vaca dentro de 250 ml da calda com manipueira Fitomassa seca da raiz (g) (UV x 500 MP) Peso da raiz (g) 400 300 200 y = 103,12 + 135,32x - 25,016x2 R² = 0,7536 100 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 33 (B) - Fitomassa seca da raiz em função da interação de urina de vaca dentro de 500 ml da calda com manipueira 72 Fitomassa seca da raiz (g) (UV x 1000 MP) Peso da raiz (g) 400 300 200 100 y = 499,71 - 173,64x + 22,877x2 R² = 0,8997 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 33 (C) - Fitomassa seca da raiz em função da interação de urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira Figura 33 - Análise de regressão de fitomassa seca da raiz da planta de pinhãomanso aos 360 dias, para a interação de urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.4.5 - Fitomassa seca do caule, em função da interação da urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira Em relação aos efeitos de regressão, para a variável fitomassa seca do caule, percebe-se uma tendência quadrática, para as seguintes interações: urina de vaca dentro de 0 ml, 250 ml, 500 ml e 1000 ml da calda com manipueira (Figura 34). O maior valor médio obtido foi quando se utilizou urina de vaca dentro de 250 ml de manipueira (Figura 34 B), apresentando o valor médio de 720,42 g, sendo 70,56% superior a testemunha com 329,73 g. Fitomassa seca do caule (g) (UV x 0 MP) Peso do caule (g) 800 600 400 y = 663,35 - 248,33x + 49,474x2 R² = 0,9326 200 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 34 (A)- Fitomassa seca do caule em função da interação de urina de vaca dentro de 0 ml da calda com manipueira 73 Fitomassa seca do caule (g) (UV x 250 MP) Peso do caule (g) 800 600 400 y = 535,78 - 122,89x + 30,77x2 R² = 0,8676 200 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 34 (B) - Fitomassa seca do caule em função da interação de urina de vaca dentro de 250 ml da calda com manipueira Fitomassa seca do caule (g) (UV x 500 MP) Peso do caule (g) 800 600 400 y = 496,08 - 50,25x + 17,486x2 R² = 0,964 200 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 34 (C) - Fitomassa seca do caule em função da interação de urina de vaca dentro de 500 ml da calda com manipueira Fitomassa seca do caule (g) (UV x 1000 MP) Peso do caule (g) 800 600 400 y = 217,64 + 194,82x - 26,27x2 R² = 0,9784 200 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 34 (D) - Fitomassa seca do caule em função da interação de urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira Figura 34 - Análise de regressão da fitomassa seca do caule da planta de pinhãomanso aos 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 74 5.4.6 - Fitomassa seca das folhas, em função da interação da urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável fitomassa seca das folhas, os dados de regressão apresentaram tendência linear e quadrática, nas seguintes interações: urina de vaca dentro de 0 ml, 750 ml e 1000 ml da calda com manipueira (Figura 35). O maior valor médio obtido foi quando se utilizou urina dentro de 1000 ml da calda com manipueira, apresentando valor médio de 91,77 g, representando um incremento de fitomassa de 132,45 % em relação a testemunha (0MP X 0UV) que obteve 39, 48g. Fitomassa seca das folhas (g) (UV x 0 MP) Peso das folhas (g) 100 80 60 40 y = - 10,109 + 55,93x - 8,863x2 R² = 0,8459 20 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 35 (A) - Fitomassa seca das folhas aos 360 dias, em função da interação de urina de vaca dentro de 0 ml da calda com manipueira Fitomassa seca das folhas (g) (UV x 750 MP) 60 40 y = 0,432 + 41,239x -6,0309x2 R² = 0,7616 20 Peso das folhas (g) Peso das folhas (g) 80 Fitomassa seca das folhas (g) (UV x 1000 MP) 100 80 60 40 y = 20,464 + 42,587x -7,4973x2 R² = 0,70 20 0 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 35 (B) - Fitomassa seca das folhas aos 360 dias, em função da interação de urina de vaca dentro de 750 ml da calda com manipueira 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 35 (C) - Fitomassa seca das folhas aos 360 dias, em função da interação de urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira Figura 35 - Análise de regressão da fitomassa seca de folhas da planta de pinhãomanso aos 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 75 Como a interação entre os fatores manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca também apresentaram efeitos significativos pelo Teste F, foi realizada uma análise de variância para estudar o efeito da manipueira, dentro de cada volume da calda com urina de vaca. Os resultados estão apresentados na Tabela 17. Tabela 17 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: fitomassa seca da raiz, fitomassa seca do caule e fitomassa seca das folhas do pinhão-manso, aos 360 dias, em função da manipueira, dentro de cada volume da calda com urina de vaca. Lagoa Seca, PB. FV MP dentro de UV0 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV250 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV500 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV750 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV1000 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste Resíduo CV (%) GL 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 72 Peso Raiz 12.586,74* 7.463,82ns 21.771,67* 12.293,79ns 8.817,69ns 17.286,47** 16.647,62* 1.689,93ns 36.657,58** 14.150,75* 26.686,68** 1.305,31ns 13.857,50ns 84.764,25** 6.819,68ns 6.396,31ns 1.223,79ns 3.992,63ns 4.071,32ns 16.297,53* 7.946,93ns 0,07ns 1,04ns 16.322,41* 15.464,21* 3.505,55 24,64 Peso Caule 8.880,82ns 4.631,10ns 5.102,38ns 25.230,53ns 559,27ns 15.805,76ns 53.805,89** 8.657,99ns 753,86ns 5,30ns 32.609,22** 114.458,97** 6.994,88ns 6.019,17ns 2.963,87ns 16.835,27* 27.829,32* 5.084,64ns 32.378,38* 2.048,77ns 23.103,31** 49.613,71** 22.037,48ns 19.750,47ns 1.011,60ns 6.395,21 15,59 Peso Folhas 254,04ns 524,61ns 2,85ns 486,02ns 2,67ns 598,76** 236,83ns 48,45ns 1.724,10** 385,66ns 795,99** 203,72ns 2.491,78** 303,55ns 184,93ns 93,31ns 116,45ns 11,77ns 74,67ns 170,37ns 383,05ns 95,39ns 1127,44* 23,78ns 285,59ns 162,21 20,57 (**), (*) e (ns) - Significativo a 1, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F) UV0= 0 ml Urina; UV250= 250 ml Urina; UV500= 500 ml de Urina; UV750= 750 ml Urina; UV1000= 1000 ml Urina Observando a Tabela 17, verifica-se que quando houve desdobramento das interações da calda com manipueira, dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca, os efeitos lineares e quadráticos foram maioria. 76 Para a variável peso seco da raiz, os efeitos não foram significativos, quando se utilizou manipueira dentro de 500 ml, 750 ml e 1000 ml da calda com urina de vaca. Em relação a fitomassa seca do caule, os efeitos não foram significativos quando se utilizou apenas manipueira. Verificou-se também, que os efeitos, para a fitomassa seca das folhas, não foram significativos em três oportunidades: quando se utilizou apenas a manipueira, manipueira dentro de 250 ml da calda com urina de vaca e manipueira dentro de 750 ml da calda com urina de vaca. 5.4.7 - Fitomassa seca da raiz em função da interação manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável fitomassa seca da raiz, quando se utilizou manipueira dentro de 250 ml da calda com urina de vaca e apenas manipueira (MP X 0 UV), os efeitos apresentaram valores significativos, proporcionando tendência linear e quadrática respectivamente (Figuras 36 A e 36 B). O maior valor médio, 304,18 g, foi obtido quando se utilizou manipueira dentro de 250 ml da calda com urina de vaca, apresentando um aumento de 113,78% em relação ao menor valor obtido de 142,28 g. Fitomassa seca da raiz (g) (MP x 250 UV) 300 200 100 y = -0,5304x2 + 32,774x + 178,6 R² = 0,696 400 Peso da raiz (g) Peso da raiz (g) 400 Fitomassa seca da raiz(g) (MP x 0 UV) 300 200 100 y = -24,668x2 + 177,36x - 14,553 R² = 0,9911 0 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Fig. 36 (A) - Fitomassa seca da raiz de Fig. 36 (B) - Fitomassa seca da raiz de pinhão-manso aos 360 dias, em função da pinhão-manso aos 360 dias, em função da interação entre MP dentro de 0 ml de UV interação entre MP dentro de 250 ml de UV Figura 36 - Análise de regressão da fitomassa seca da raiz de pinhão-manso aos 360 dias, em função da interação manipueira dentro de 250 ml e 0 ml da calda com urina de vaca, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 77 5.4.8 - Fitomassa seca do caule em função da interação manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca Em relação a fitomassa seca do caule, as interações manipueira dentro de 250 ml, 500 ml, 750 ml e 1000 ml da calda com urina de vaca, apresentaram tendência quadrática (Figura 37), sendo o maior valor médio 568,24 g, obtido quando se utilizou manipueira dentro de 500 ml da calda com urina de vaca, demonstrando um incremento de 72,33% de fitomassa seca em relação a testemunha, com valor de 329,73 g. Fitomassa seca do caule (g) (MP x 250 UV) 400 200 y = 264,95 + 111,28x -12,434x2 R² = 0,988 600 Peso do caule (g) Peso do caule (g) 600 Fitomassa seca do caule (g) (MP x 500 UV) 400 200 y = 235,88 + 120,55x - 11,176x2 R² = 0,9311 0 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Fig. 37 (A) - Fitomassa seca do caule de Fig. 37 (B) - Fitomassa seca do caule de pinhão-manso aos 360 dias, em função da pinhão-manso aos 360 dias, em função da interação entre MP dentro de 250 ml de UV interação entre MP dentro de 500 ml de UV Fitomassa seca do caule (g) (MP x 750 UV) 600 400 200 y = 327,85 + 144,4x R² = 0,8606 18,939x2 0 800 Peso do caule (g) Peso do acule (g) 800 Fitomassa seca do caule (g) (MP x 1000 UV) 600 400 200 y = 595,32 + 83,807x - 19,838x2 R² = 0,7753 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Fig. 37 (C) - Fitomassa seca do caule de Fig. 37 (D) - Fitomassa seca do caule de pinhão-manso aos 360 dias, em função da pinhão-manso aos 360 dias, em função da interação entre MP dentro de 750 ml de UV interação entre MP dentro de 1000 ml de UV Figura 37 - Análise de regressão da fitomassa seca do caule de pinhão-manso aos 360 dias, em função da interação manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 78 5.4.9 - Fitomassa seca das folhas em função da interação manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a fitomassa seca das folhas, a curva apresentou tendência quadrática, para a interação manipueira com 500 ml e 1000 ml da calda com urina de vaca (Figura 38). O maior valor médio foi 91,7 g, 57,76% maior do que o menor valor médio obtido de 58,17 g. Fitomassa seca da folha (g) (MP x 500 UV) 80 60 40 20 y = 115,78 - 37,766x + 6,6705x2 R² = 0,8466 0 80 Peso da folha (g) Peso da folha (g) 100 Fitomassa seca da folha (g) (MP x 1000 UV) 60 40 20 y = 27,763 + 25,378x - 4,487x2 R² = 0,7981 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueirea (ml) Fig. 38 (A) - Fitomassa seca das folhas de Fig. 38 (B) - Fitomassa seca das folhas de pinhão-manso aos 360 DIAS, em função da pinhão-manso aos 360 DIAS, em função da interação entre MP dentro de 500 ml de UV interação entre MP dentro de 1000 ml de UV Figura 38 - Análise de regressão da fitomassa seca das folhas de pinhão-manso aos 360 dias, em função da interação entre manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.5 - Componentes da produção, em função do uso das caldas com urina de vaca e manipueira Após a coleta e tabulação dos dados de número de frutos, peso maduro dos frutos, peso seco dos frutos e peso seco das sementes de pinhão-manso, realizouse análise estatística visando estudar os efeitos da urina de vaca e da manipueira sobre o pinhão-manso, em todos os tratamentos. Os resultados são apresentados na Tabela 18. 79 Tabela 18 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: número de frutos, peso do fruto maduro, peso seco do fruto, peso seco das sementes e teor de óleo das sementes de pinhão-manso aos 360 dias, em função do uso das caldas com urina de vaca e manipueira. Lagoa Seca, PB. Número de Frutos FV GL Urina (UV) Regressão Linear Regressão Quadrática Regressão Cúbica Falta de Ajuste Manipueira (MP) Regressão Linear Regressão Quadrática Regressão Cúbica Falta de Ajuste Interação (UV x MP) Blocos Resíduo CV (%) 4 1 1 168,74** ns 14,58 1 1 4 1 1 283,22 * 290,08 ** 334,04 * 237,62 1 1 16 3 72 898,88 ns 7,43 ** 227,05 ns 32,11 43,88 36,26 ** 370,30 * 192,23 * ** Peso do fruto maduro 6.736,69** ** 19.135,94 ns 2.795,46 Peso seco do fruto Peso seco das sementes Teor de óleo 1.183,32** ** 2.913,21 ns 479,17 617,47** ns 130,70 * 444,73 10,26ns ns 0,01 ns 29,59 1.947,88 * 5.431,66 ** 14.775,08 ns 4.019,10 47.407,92** ns 812,57 ** 1.296,93 ** 2.582,44 ** 1.360,44 7.055,31** ns 750,43 ** 1.195,60 ** 1.483,79 ns 142,91 168,47 27,61 3.412,04 ns 4.313,30 ** 11.741,53 ns 524,17 1.153,79 30,05 (**), (*) e (ns) - Significativo a 1, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F). * 1.654,33 ** 1.850,87 ** 969,64 ** 809,95 685,47** ** 0,81 ns 11,42 ns 11,88 ns 9,12 18,92ns ns * 2.357,03 ns 1,71 ** 662,19 ns 58,94 81,07 30,43 ** 0,56 ns 18,92 ns 9,97 ns 29,17 7,67 8,30 ns Nos dados apresentados na Tabela 18, verifica-se que os tratamentos diferiram entre si para as variáveis: número de frutos, peso do fruto, peso seco dos frutos e peso seco das sementes, comprovando que a aplicação de diferentes volumes das caldas com urina de vaca e/ou manipueira, influenciaram diretamente nos componentes de produção do pinhão-manso durante os 360 dias de cultivo. A aplicação da calda com urina de vaca nos volumes de 0, 250 ml, 500 ml, 750 ml e 1000 ml, proporcionaram valores médios de: 15,25 unid.; 22,35 unid.; 20,15 unid.; 17,05 unid.; 16,55 unid. respectivamente, para a variável número de frutos por planta. Para a variável, peso dos frutos maduros: 143,62 g; 107,11 g; 116,19 g; 100,03 g; 98,25 g respectivamente. Para a variável, peso seco dos frutos: 40,57 g; 43,57 g; 47,93 g; 43,14 g; 59,87 g, respectivamente. Em relação a variável peso seco das sementes, foram encontrados os seguintes valores: 25,44 g; 38,91 g; 29,86 g; 25,79 g; 27,95 g respectivamente. Para o uso da calda com manipueira, os valores médios obtidos após aplicação dos volumes da calda de 0, 250, 500, 750 e 1000 ml, na variável número de frutos, foram: 24,30; 14,00; 17,05; 20,30 e 15,70 unidades respectivamente. Em 80 relação ao peso dos frutos maduros os resultados foram os seguintes: 153,92 g; 89,23 g; 97,55 g; 96,79 g; 127,72 g, respectivamente. Para peso seco dos frutos: 65,13 g; 37,03 g; 42,52 g; 39,56 g; 50,82 g, respectivamente. Para a variável, peso seco das sementes: 40,21 g; 23,03 g; 26,67 g; 32,74 g; 25,30 g, respectivamente. Para estudos dos fatores simples (urina de vaca e manipueira) e da interação entre fatores duplos (urina de vaca x manipueira), observou-se que houve diferença significativa para as variáveis: número de frutos, peso dos frutos maduros, peso seco dos frutos e peso seco das sementes de pinhão-manso, evidenciando que o uso de diferentes volumes das caldas com urina de vaca e manipueira e suas interações, influenciaram de forma direta nos componentes de produção da planta. 5.5.1 - Número de frutos em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável, número de frutos, o maior resultado médio obtido foi de 22,35 frutos, valor alcançado ao se aplicar o volume de 250 ml da calda com urina de vaca, sendo 46,55% superior ao valor do tratamento que não recebeu aplicação da calda com urina de vaca, que foi de 15,25 frutos (Figura 39). Número de frutos (unid) Número de frutos 25 20 15 10 y = 7,85 + 7,69x - 1,15x² R² = 0,7336 5 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 39 - Análise de regressão do número de frutos do pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 81 5.5.2. - Peso dos frutos maduros em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável, peso dos frutos maduros, os resultados apresentaram uma curva de regressão de efeito quadrático, com o maior valor obtido de 143,62 g, do tratamento que não recebeu a calda com urina de vaca, sendo 46,17% superior ao valor da aplicação que recebeu 1000 ml da calda com urina de vaca, que foi de 98,25 g (Figura 40). Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) 160 140 120 100 80 60 40 20 0 y = 164,5 - 28,74x + 3,16x² R² = 0,8015 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 40 - Análise de regressão do peso do fruto maduro do pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.5.3 - Peso seco dos frutos em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Em relação a variável peso seco dos frutos, o maior valor médio obtido foi de 59,87 g, quando se utilizou 1000 ml da calda com urina de vaca, representando um aumento de 47,57%, em relação aos tratamentos que não receberam aplicação da calda com urina de vaca, com valor médio 40,57 g, apresentando uma tendência quadrática para aumento do peso seco dos frutos (Figura 41). 82 Peso seco dos frutos (g) Peso seco dos frutos (g) 70 60 50 40 30 20 10 0 y = 44,72 - 4,03x + 1,30x² R² = 0,7234 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 41 - Análise de regressão do peso seco do fruto do pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.5.4 - Peso seco das sementes em função de diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável, peso seco das sementes, verificou-se que o maior valor médio obtido foi 38,91 g, utilizando-se 250 ml da calda com urina de vaca, representando um aumento de 52,95 % quando não se aplicou a calda com urina de vaca, com valor médio de 25,44 g (Figura 42). Peso seco das sementes (g) Peso seco das sementes (g) 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 y = -17,072 + 63,31x - 22,83x² + 2,39x³ R² = 0,919 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 42 - Análise de regressão do peso seco das sementes do pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 83 5.5.5 - Número de frutos em função de diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável, número de frutos de pinhão-manso, o maior valor médio absoluto foi 24,30 unidades, quando não se aplicou a calda com manipueira, representando um incremento de 73,57% em relação à planta que recebeu 250 ml da calda com manipueira, que apresentou 14,00 unidades (Figura 43). Número de frutos (unid.) 30 Número de frutos 25 20 15 10 y = 57,02 - 47,75x + 16,72x² - 1,76x³ R² = 0,9944 5 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 43 - Análise de regressão do número de frutos do pinhão-manso, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB. 5.5.6 - Peso dos frutos maduros em função de diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável, peso do fruto maduro, verificou-se que o maior valor médio obtido foi de 153,92 g, quando não se empregou a calda com manipueira, apresentando um aumento de 72,50%, em relação ao menor valor 89,23 g, quando se utilizou 250 ml da calda com manipueira (Figura 44). 84 Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 y = 217,57 - 82,555x + 13,012x2 R² = 0,8694 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 44 - Análise de regressão do peso dos frutos maduros de pinhão-manso, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB. 5.5.7 - Peso seco dos frutos em função de diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável, peso seco dos frutos de pinhão-manso, o maior valor médio absoluto foi 65,13 g, quando não se aplicou a calda com manipueira, representando um aumento de 75,88% em relação à planta que recebeu 250 ml de manipueira, que apresentou 37,03 g (Figura 45). Peso seco dos frutos (g) Peso seco dos frutos (g) 70 60 50 40 30 20 y = 89,97 - 32,726x + 5,0197x2 R² = 0,8122 10 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 45 - Análise de regressão do peso seco dos frutos de pinhão-manso, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB. 85 5.5.8 - Peso seco das sementes em função de diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável, peso seco das sementes, verificou-se que o maior valor médio obtido foi de 40,21 g, quando não se utilizou a calda com manipueira, apresentando um incremento de 74,60%, em relação ao menor valor 23,03 g, quando se utilizou 250 ml da calda com manipueira (Figura 46). Peso seco das sementes (g) Peso seco das sementes (g) 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 y = 94,64 - 78,915x + 27,312x2 - 2,8608x3 R² = 0,9996 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 46 - Análise de regressão do peso seco das sementes de pinhão-manso, em função dos diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01) Lagoa Seca, PB. Como a interação foi significativa pelo Teste F, foi feito uma análise de variância para estudar o efeito da urina de vaca, dentro de cada volume da calda com manipueira, cujos resultados são apresentados na Tabela 19. 86 Tabela 19 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: número de frutos, peso dos frutos maduros, peso seco dos frutos, peso seco das sementes de pinhão-manso, em função dos volumes da calda com urina de vaca dentro de cada volume da calda com manipueira. Lagoa Seca, PB. FV GL UV dentro de MP0 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP250 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP500 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP750 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste UV dentro de MP1000 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste Resíduo CV (%) 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 72 Número de frutos 102,55ns 112,23ns ns 141,45 ns 48,40 ns 108,13 ** 259,88 * 280,90 ** 604,57 ns 18,23 135,80ns 172,93** 240,10* ** 311,14 ns 16,90 ns 123,56 ** 494,68 ns 2,50 ** 658,29 ** 1.265,63 ns 52,29 46,93ns 3,03ns ns 154,45 ns 25,60 ns 4,63 43,88 36,26 Peso do fruto maduro 5.536,74** 9.106,51** ns 2.416,45 ns 3.197,30 * 7.426,71 ** 13.806,42 ns 2.087,59 * 7.299,44 ** 26.460,22 19.378,44** 7.454,02** 3.890,56ns * 4.852,93 ** 13.615,36 * 7.457,23 ns 1.788,62 * 6.053,32 ns 0,62 ns 749,87 350,67ns 25.301,91** 14.257,80** ** 22.748,14 ns 554,43 ** 63.647,25 1.153,80 30,05 (**), (*) e (ns) – Significativo a 1, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F). Peso seco do fruto 930,90** 1.519,18** ** 2.104,18 ns 48,55 ns 51,68 ** 1.893,82 ** 1.639,30 ** 5.159,62 ns 54,62 721,74* 919,11** 569,19ns ** 2.864,15 ns 37,09 ns 205,99 ns 340,97 * 881,25 ns 123,05 ns 259,34 100,26ns 3.022,72** 4.713,89** ns 17,17 ** 5.377,53 ** 1.982,29 168,47 27,61 Peso das sementes 547,07** 757,60** ns 44,79 * 495,33 ** 890,57 ** 781,41 ** 642,08 ** 2.225,41 ns 39,54 218,61ns 303,31** 499,85* ** 592,02 ns 0,36 ns 120,99 ** 1.430,65 ns 17,52 ** 1.391,71 ** 4.303,76 ns 9,59 172,93ns 0,57ns ** 676,03 ns 14,44 ns 0,67 81,07 30,43 UV = urina de vaca MP0 = 0 mL manipueira; MP250 = 250 mL manipueira; MP500 = 500 mL manipueira; MP750 = 750 mL manipueira; MP1000 = 1000 mL manipueira. Observando-se a Tabela 19, percebe-se que para a variável número de frutos, o efeito da urina de vaca (UV) foi significativo, quando se adicionou 250, 500 e 750 ml da calda com manipueira (MP), porém, para os volumes de 0 e 1000 ml, não houveram efeitos significativos estatisticamente. Para as variáveis: peso dos frutos maduros, peso seco dos frutos e peso seco das sementes, obteve-se efeito significativo quando se adicionou a calda com urina de vaca (UV) dentro de 0 ml, 250 ml, 500 ml, 750 ml e 1000 ml da calda com manipueira (MP). 87 5.5.9 - Número de frutos em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável número de frutos, o maior valor encontrado foi de 33,00 unidades, quando se acrescentou urina de vaca dentro de 750 ml da calda com manipueira, apresentando um aumento de 325,80% em relação ao menor valor de 7,75 unidades, obtido quando se utilizou apenas a calda com manipueira. (Figura 47). No estudo da análise de regressão, em função da adição da urina de vaca (UV), nos diferentes volumes da calda com manipueira (MP), a variável número de frutos apresentou efeitos significativos. As linhas de tendências foram quadráticas (Figuras 47 A e 47 B) e cúbicas (Figura 47 C), porém, o melhor resultado foi quando adicionou-se 750ml da calda com urina de vaca (UV) dentro de 750ml da calda com manipueira (MP) (Figura 47 C). Número de frutos 30 25 y = 44,95 - 22,364x + R² = 0,8518 20 3,2857x2 15 10 5 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Número de frutos Número de frutos (unid) 250 ml MP x UV Número de frutos (unid) 500 ml MP x UV 30 25 20 15 10 5 0 y = -6,8 + 16,593x - 2,3571x2 R² = 0,7969 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Fig. 47 (A) - Número de frutos de pinhão- Fig. 47 (B) - Número de frutos de pinhãomanso, em função da interação entre urina de manso, em função da interação entre urina de vaca e 250 ml da calda com manipueira vaca e 500 ml da calda com manipueira 88 Número de frutos (unid) 750 ml MP x UV Número de frutos 40 30 20 10 y = 26,80 - 37,22x + 20,38x2 -2,64x3 R² = 0,9736 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Fig. 47 (C) - Número de frutos de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 750 ml da calda com manipueira Figura 47 - Análise de regressão do número de frutos de pinhão-manso, durante os 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.5.10 - Peso dos frutos maduros em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira Na variável peso dos frutos maduros, o maior valor encontrado foi de 224,59 g, quando se acrescentou urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira, apresentando um acréscimo de 526,82% em relação ao menor valor de 35,83 g, obtido quando se utilizou apenas a calda com manipueira. (Figura 48). No estudo da análise de regressão em função da adição da urina de vaca, nos diferentes volumes da calda com manipueira, a variável, peso maduro dos frutos, apresentou efeitos significativos. As linhas de tendências foram quadráticas (Figuras 48 A, 48 B, 48 C e 48 E) e linear (Figura 48 D), porém, o melhor resultado foi quando se adicionou 750 ml da calda com urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira (Figura 48 E). 89 Peso dofruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) 250 ml MP x UV Peso do fruto maduro (g) 0 ml MP x UV 200 150 100 y = 143,65 + 40,00x R² = 0,9642 50 9,97x2 0 0 250 500 750 200 150 100 50 0 0 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 48 (A) - Peso dos frutos maduros de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 0,0 ml da calda com manipueira 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 48 (C) - Peso dos frutos maduros de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 500 ml da calda com manipueira 500 750 1000 Figura 48 (B) - Peso dos frutos maduros de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 250 ml da calda com manipueira Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) y = 9,93 + 97,40x -18,60x2 R² = 0,9203 250 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Peso do fruto maduro (g) 500 ml MP x UV 160 140 120 100 80 60 40 20 0 y = 240,21 - 152,91x + 27,977x2 R² = 0,9556 Peso do fruto maduro (g) 750 ml MP x UV 140 120 100 80 60 40 20 0 y = -12,302x + 133,69 R² = 0,8461 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 48 (D) - Peso dos frutos maduros de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 750 ml da calda com manipueira 90 Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) 1000 ml MP x UV 250 200 150 100 y = -127,59 + 159,52x - 20,30x2 R² = 0,7911 50 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 48 (E) - Peso dos frutos maduros de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 1000 ml da calda com manipueira Figura 48 - Análise de regressão do peso de frutos maduros de pinhão-manso, durante os 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.5.11 - Peso seco dos frutos em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira Para a variável peso seco dos frutos, o maior valor encontrado foi de 89,04 g, quando se acrescentou urina de vaca dentro de 0 ml da calda com manipueira, apresentando um aumento de 82,01% em relação ao menor valor de 48,92 g, obtido quando se utilizou 250 ml de urina de vaca dentro de 0 ml da calda com manipueira. (Figura 49). No estudo da análise de regressão em função da adição da urina de vaca (UV), nos diferentes volumes da calda com manipueira (MP), a variável, peso seco dos frutos apresentou efeitos significativos. As linhas de tendências foram lineares (Figura 49 D), quadráticas (Figuras 49 A, 49 B e 49 C) e cúbicas (Figura 49 E), porém, o melhor resultado foi quando se adicionou 1000 ml da calda com urina de vaca (UV) dentro de 0 ml da calda com manipueira (MP) (Figura 49 A). 91 100 Peso seco dos frutos (g) Peso seco dos frutos (g) Peso seco dos frutos (g) 0 ml MP x UV 80 60 40 y = 89,55 - 30,616x + R² = 0,9731 20 6,1298x2 0 0 250 500 750 Peso seco dos frutos (g) 250 ml MP x UV 80 y = 123,43 - 63,99x + 9,59x2 R² = 0,8975 60 40 20 0 0 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Peso seco dos frutos (g) 500 ml MP x UV 80 Peso seco dos frutos (g) Peso seco dos frutos (g) Figura 49 (A) - Peso seco dos frutos de Figura 49 (B) - Peso seco dos frutos de pinhão-manso, em função da interação pinhão-manso, em função da interação entre entre urina de vaca e 0 ml da calda com urina de vaca e 250 ml da calda com manipueira manipueira 60 40 y = -18,86 + 46,68x - 7,15x2 R² = 0,9339 20 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 49 (C) - Peso seco dos frutos de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 500 ml da calda com manipueira Peso seco dos frutos (g) 750 ml MP x UV 60 50 40 30 20 10 0 y = 23,78 + 5,25x R² = 0,811 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 49 (D) - Peso seco dos frutos de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 750 ml da calda com manipueira 92 Peso seco dos frutos (g) 1000 ml MP x UV Peso seco dos frutos (g) 100 80 60 40 20 y = 23,90 - 27,83x + 29,09x2 - 4,65x3 R² = 0,9526 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 49 (E) - Peso seco dos frutos de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 1000 ml da calda com manipueira Figura 49 - Análise de regressão do peso seco dos frutos de pinhão-manso, durante os 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.5.12 - Peso seco das sementes em função da interação de urina de vaca e diferentes volumes da calda com manipueira Na variável, peso seco das sementes, o maior valor encontrado foi de 59,63 g, quando se acrescentou urina de vaca dentro de 0 ml da calda com manipueira, apresentando um acréscimo de 90,51% em relação ao menor valor de 31,30 g, obtido quando se utilizou 500 ml de urina de vaca dentro de 0 ml da calda com manipueira (Figura 50). No estudo da análise de regressão em função da adição da urina de vaca, nos diferentes volumes da calda com manipueira, a variável, peso seco das sementes, apresentou efeitos significativos. As linhas de tendências foram quadráticas e cúbicas, porém, o melhor resultado foi quando se acrescentou 250 ml da calda com urina de vaca dentro de 0 ml da calda com manipueira (Figura 50 A). 93 70 60 50 40 30 20 10 0 Peso seco das sementes (g) Peso seco das sementes (g) Peso seco das sementes (g) 0 ml MP x UV y = -2,25 + 70,22x - 27,28x2 + 2,93x3 R² = 0,593 0 250 500 750 Peso seco das sementes (g) 250 ml MP x UV 50 y = 78,29 - 40,37x + 5,98x2 R² = 0,8956 40 30 20 10 0 0 1000 Peso seco das sementes (g) 500 ml MP x UV 40 30 20 y = -6,69 + 23,04x - 3,25x2 R² = 0,90 10 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 50 (C) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 500 ml da calda com manipueira 500 750 1000 Figura 50 (B) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 250 ml da calda com manipueira Peso seco das sementes (g) Peso seco das sementes (g) Figura 50 (A) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 0,0 ml da calda com manipueira 250 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Volumes da calda com urina de vaca (ml) Peso seco das sementes (g) 750 ml MP x UV 80 60 y = -149,36 + 234,57x - 82,78x2 + 8,64x3 R² = 0,9983 40 20 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 50 (D) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 250 ml da calda com manipueira 94 Peso seco das sementes (g) Peso seco das sementes (g) 1000 ml MP x UV 40 30 20 y = 0,61 + 20,96x - 3,47x2 R² = 0,9782 10 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com urina de vaca (ml) Figura 50 (E) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre urina de vaca e 1000 ml da calda com manipueira Figura 50 - Análise de regressão do peso seco das sementes de pinhão-manso, durante os 360 dias, para interação entre urina de vaca dentro de diferentes volumes da calda com manipueira (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. Como a interação de urina de vaca com manipueira foi significativa pelo Teste F, foi realizada uma análise de variância para estudar, também, o efeito da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca. Com base nos dados obtidos, realizou-se a análise estatística para as variáveis: número de frutos, peso dos frutos maduros, peso seco dos frutos e peso seco das sementes, apresentada na Tabela 20. 95 Tabela 20 - Resumo da análise de variância (Quadrado Médio) das variáveis: número de frutos, peso dos frutos maduros, peso seco dos frutos, peso das sementes de pinhão-manso aos 360 dias após o plantio, em função dos volumes de manipueira dentro de diferentes volumes da calda com urina de vaca. Lagoa Seca, PB. FV MP dentro de UV0 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV250 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV500 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV750 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste MP dentro de UV1000 Efeito Linear Efeito Quadrático Efeito Cúbico Falta de Ajuste Resíduo CV (%) GL 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 1 1 1 72 Número de frutos ** 247,88 ** 555,03 ns 123,02 * 216,23 97,23ns 362,70** 115,60ns ns 114,29 ** 893,03 ** 327,89 ** 425,70 ns 96,10 ns 0,07 1.368,90** 237,73* 168,30** 25,60ns * 208,29 ns 24,03 ** 415,29 ns 37,68 ns 24,03 ns 24,45 ns 99,23 ns 3,00 43,88 36,26 Peso do fruto maduro ** 12.373,88 ns 4.249,16 ** 44.475,37 ns 743,13 27,86ns 11.107,07** 12.738,47** ns 514,49 ** 23.247,34 * 7.927,97 ** 15.269,32 ** 11.594,71 ** 13.087,63 * 6.958,78 29.436,16** 20.511,94** 62.286,82** ns 4.080,75 ns 959,22 ** 14.720,98 ns 2.572,82 ns 2.286,30 * 5.626,63 ns 2.213,10 165,26ns 1.153,80 30,05 Peso seco dos frutos 2.303,94** ** 6.859,42 ns 322,32 ns 235,81 1.798,23** 336,64ns 11,76ns ns 546,19 ns 399,61 ns 389,00 ** 2.233,92 ** 1.578,16 ** 1.338,00 1.607,19** 4.412,34** 1.101,27** 1.047,45* ns 96,44 ** 2.815,18 ns 446,02 ** 2.549,85 ns 12,86 ** 10.019,48 ns 11,92 155,14ns 168,47 27,61 Peso das sementes ** 921,18 ** 2.362,22 * 471,37 ** 573,65 277,49ns 1.269,88** 439,83* * 536,43 ** 3.504,76 ** 598,48 ** 865,95 ** 640,08 ns 3,16 2.355,76** 464,79* 377,85** 44,04ns * 499,99 ns 55,96 ** 911,42 ns 157,47 ns 161,97 ns 109,56 ns 299,04 ns 59,31 81,07 30,43 (**), (*) e (ns) – Significativo a 1, a 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente (Teste F). MP = Manipueira UV0 = 0 ml Urina; UV250 = 250 ml Urina; UV500 = 500 ml de Urina; UV750 = 750 ml Urina; UV1000 = 1000 ml Urina. Nos dados da Tabela 20, observa-se que para as variáveis, número de frutos e peso seco das sementes, houve diferença significativa quando se utilizou manipueira dentro de 0 ml, 250 ml, 500 ml e 750 ml da calda com urina de vaca; já na variável, peso seco dos frutos, houve diferença significativa quando usou-se 0 ml, 500 ml, 750 ml e 1000 ml da calda com urina de vaca. No entanto, para a variável, peso maduro dos frutos, a interação foi significativa entre a manipueira e todos os volumes da calda com urina de vaca. 96 5.5.13 - Número de frutos em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca No estudo do desdobramento da calda com manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca, o maior valor médio absoluto em relação ao número de frutos do pinhão-manso foi 33,00 unidades, obtido quando se utilizou manipueira dentro de 250 ml da calda com urina de vaca, isto significa um incremento de 325,80%, em relação ao menor valor (7,75 unidades), quando se aplicou 750 ml de manipueira dentro de 0 ml da calda com urina de vaca. No estudo de regressão, em função do uso da manipueira dentro dos volumes da calda com urina de vaca, para a variável, número de frutos do pinhão-manso, observou-se que houve efeito significativo, verificando-se linhas de tendência quadráticas e cúbicas, quando se aplicou manipueira dentro de 0 ml, 250 ml, 500 ml e 750 ml da calda com urina de vaca (Figura 51). 30 25 20 15 10 5 0 Número de frutos 250 ml UV x MP y = 14,75 + 20,35x - 11,64x2 + 1,5x3 R² = 0,9391 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 51 (A) - Número de frutos de pinhãomanso, em função da interação entre manipueira e 0,0 ml da calda com urina de vaca Número de frutos Número de frutos Número de frutos 0 ml UV x MP 35 30 25 20 15 10 5 0 y = 52,6 - 23,05x + 2,25x2 + 0,31x3 R² = 0,9966 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 51 (B) - Número de frutos de pinhãomanso, em função da interação entre manipueira e 250 ml da calda com urina de vaca 97 Número de frutos 500 ml UV x MP Número de frutos 750 ml UV x MP 30 20 y = -37,85 + 53,11x - 12,96x2 + 0,91x3 R² = 0,9999 10 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 51 (C) - Número de frutos de pinhãomanso, em função da interação entre manipueira e 500 ml da calda com urina de vaca Número de frutos Número de frutos 40 30 25 20 15 10 5 0 y = -4,55 + 18,78x - 3,16x2 R² = 0,8328 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 51 (D) - Número de frutos de pinhãomanso, em função da interação entre manipueira e 750 ml da calda com urina de vaca Figura 51 - Análise de regressão de número de frutos do pinhão-manso, em função da adição de manipueira dentro dos respectivos volumes da calda com urina de vaca: 0 ml, 250 ml, 500 ml e 750 ml, (p<0,05 e p<0,01). Lagoa Seca, PB. 5.5.14 - Peso dos frutos maduros em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável, peso dos frutos maduros de pinhão-manso, o maior valor médio foi de 224,59 g, quando se utilizou manipueira dentro de 0 ml da calda com urina de vaca, representando um aumento de 526,82% em relação ao valor de 35,83 g, obtido quando se utilizou 1000 ml da calda com manipueira dentro de 750 ml da calda com urina de vaca. No estudo de regressão em função do uso da manipueira dentro dos volumes da calda com urina de vaca, para a variável peso dos frutos maduros de pinhãomanso, verificou-se que houve efeito significativo (Figura 52). 98 Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) 0 ml UV x MP 250 200 150 100 50 y = 309,97 - 158,78x + R² = 0,9844 0 0 250 500 28,18x2 Peso do fruto maduro (g) 250 ml UV x MP 200 150 100 y = -44,69 + 138,38x - 23,94x2 R² = 0,7473 50 0 750 0 1000 250 Peso do fruto maduro (g) 500 ml UV x MP 200 150 100 y = -34,52 + 76,72x - 7,22x2 R² = 0,7774 50 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 52 (C) - Peso do fruto maduro de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 500 ml da calda com urina de vaca 750 1000 Figura 52 (B) - Peso do fruto maduro de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 250 ml da calda com urina de vaca Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) Figura 52 (A) - Peso do fruto maduro de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 0,0 ml da calda com urina de vaca 500 Volumes da calda com manipueira (ml) Volumes da calda com manipueira (ml) Peso do fruto maduro (g) 750 ml UV x MP 250 200 y = 278,17 - 90,68x + 8,53x2 R² = 0,8089 150 100 50 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 52 (D) - Peso do fruto maduro de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 750 ml da calda com urina de vaca 99 Peso do fruto maduro (g) Peso do fruto maduro (g) 1000 ml UV x MP 150 100 y = 145,74 - 52,58x + 10,02x2 R² = 0,7689 50 0 0 250 500 750 1000 Volumes da calda com manipueira (ml) Figura 52 (E) - Peso do fruto maduro de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 1000 ml da calda com urina de vaca Figura 52 - Análise de regressão do peso dos frutos maduros de pinhão-manso, em função da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01), Lagoa Seca, PB. 5.5.15 - Peso seco dos frutos em função da interação entre manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca No estudo do desdobramento da calda de manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca, o maior valor médio em relação ao peso seco dos frutos do pinhão-manso foi 89,04 g, obtido quando se utilizou manipueira dentro de 1000 ml da calda com urina de vaca, isto significa um incremento de 366,91%, em relação ao menor valor (19,07 gramas), quando se aplicou 1000 ml de manipueira dentro de 0 ml da calda com urina de vaca. No estudo da regressão, em função do uso da manipueira dentro dos volumes da calda com urina de vaca, para a variável, peso seco dos frutos do pinhão-manso, observou-se que houve efeito significativo, verificando-se linhas de tendência quadráticas e cúbicas, quando se aplicou manipueira dentro de 0 ml, 500 ml, 750 ml e 1000 ml da calda com urina de vaca (Figura 53). 100 80 Peso seco dos frutos (g) 500 ml UV x MP y = 62,65 + 20,26x - 15,81x2 + 2,02x3 R² = 0,8049 60 40 20 0 0 250 500 750 Peso seco dos frutos (g) Peso seco dos frutos (g) Peso seco dos frutos (g) 0 ml UV x MP 80 60 40 y = -21,74 + 42,42x - 5,23x2 R² = 0,7141 20 0 0 1000 Volume da calda com manipueira (ml) Peso seco dos frutos (g) Peso seco dos frutos (g) 750 ml UV x MP 80 60 40 20 y = -58,07 + 117,33x - 35,65x2 + 3,14x3 R² = 0,8305 0 0 250 500 750 1000 Volume da calda com manipueira (ml) Figura 53 (C) - Peso seco do fruto de pinhãomanso, em função da interação entre manipueira e 750 ml da calda com urina de vaca 500 750 1000 Figura 53 (B) - Peso seco do fruto de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 500 ml da calda com urina de vaca Peso seco dos frutos (g) Figura 53 (A) - Peso seco do fruto de pinhãomanso, em função da interação entre manipueira e 0,0 ml da calda com urina de vaca 250 Volume da calda com manipueira (ml) Peso seco dos frutos (g) 1000 ml UV x MP 100 y = 155,20 - 80,82x + 13,37x2 R² = 0,9836 80 60 40 20 0 0 250 500 750 1000 Volume da calda com manipueira (ml) Figura 53 (D) - Peso seco do fruto de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 1000 ml da calda com urina de vaca Figura 53 - Análise de regressão do peso seco dos frutos de pinhão-manso, em função da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01), Lagoa Seca, PB. 101 5.5.16 - Peso seco das sementes em função da interação da manipueira e diferentes volumes da calda com urina de vaca Para a variável, peso seco das sementes de pinhão-manso, o maior valor médio foi de 59,63 g, quando se utilizou manipueira dentro de 250 ml da calda com urina de vaca, representando um aumento de 148,97% em relação ao valor de 23,95 g, obtido quando se utilizou manipueira dentro de 500 ml de urina de vaca. No estudo de regressão em função do uso da manipueira dentro dos volumes da calda com urina de vaca, para a variável, peso seco das sementes de pinhãomanso, verificou-se que houve efeito significativo quando se aplicou manipueira dentro de 0 ml, 250 ml, 500 ml e 750 ml de calda com urina de vaca (Figura 54). Peso seco das sementes (g) 50 40 y = 168,37 - 184,58x + 66,05x2 - 7,01x3 R² = 0,9247 30 20 10 0 0 250 500 750 1000 Volume da calda com manipueira (ml) Figura 54 (A) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 0,0 ml da calda com urina de vaca Peso seco das sementes (g) Peso seco das sementes (g) 250 ml UV x MP Peso seco das sementes (g) 0 ml UV x MP 80 60 y = 199,01 - 206,95x + 74,67x2 - 8,01x3 R² = 0,8508 40 20 0 0 250 500 750 1000 Volume da calda com manipueira (ml) Figura 54 (B) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 250 ml da calda com urina de vaca 102 60 y = 126,96 - 148,35x + 57,79x2 - 6,39x3 R² = 0,8658 40 20 0 0 250 500 750 1000 Volume da calda com manipueira Figura 54 (C) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 500 ml da calda com urina de vaca Peso seco das sementes (g) Peso seco das sementes (g) Peso das sementes (g) 500 ml UV x MP Peso das sementes (g) 750 ml UV x MP 40 30 20 10 y = 81,72 - 81,24x + 32,67x2 - 3,81x3 R² = 0,6909 0 0 250 500 750 1000 Volume da calda com manipueira Figura 54 (D) - Peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da interação entre manipueira e 750 ml da calda com urina de vaca Figura 54 - Análise de regressão do peso seco das sementes de pinhão-manso, em função da manipueira dentro de cada volume da calda com urina de vaca (p<0,05 e p<0,01), Lagoa Seca, PB. 5.5.17 - Análise do teor de óleo nas sementes do pinhão-manso O teor médio de óleo nas sementes de pinhão-manso, aos 360 dias, nos 25 tratamentos, foi de 33,39% e os melhores resultados 35,03%, 36,0% e 37,15%, foram alcançados pelas plantas submetidas aos seguintes tratamentos respectivamente: T23 (500 ml MP e 1000 ml UV); T3 (500 ml MP e 0 ml UV) e T4 (750 ml MP e 0 ml UV), este último apresentando um teor médio de óleo nas sementes 20% superior ao do Tratamento 13, que alcançou o menor percentual (31%). Os resultados da análise de variância não foram significativos, corroborando com Albuqurque et. al (2008). Os resultados de produção diferem dos obtidos por Drumond et. al (2008), Silva (2009) e Queiroz (2012), exceto em relação ao teor de óleo das sementes. 5.6 - Identificação das plantas espontâneas presentes na área experimental Foram coletadas e identificadas, como plantas espontâneas predominantes no cultivo do pinhão-manso (Jatropha curcas L.) 3.670 indivíduos (Tabela 21), 103 correspondente a 18 espécies, distribuídas por 11 famílias: as famílias Asteraceae e Poaceae apresentaram maior número de espécies, sendo que a Tiririca (Cyperus rotundus L.) e a Espinho-de-carneiro (Acanthospermun hispidum L.), se destacaram das demais. A Tiririca (Cyperus rotundus L.) aparece cerca de 39,62% e o Espinhode-carneiro (Acanthospermum hispidum L.), cerca de 22,78%. Resultados semelhantes foram obtidos por Feitosa et al. (2009), no cultivo de pinhão-manso na região de Maringá, PR. Tabela 21 - Número de quadrados (QO) onde a espécie foi encontrada, números de indivíduos (NI), frequência (F), frequência relativa (FR), densidade (D), densidade relativa (DR), abundância (A), abundância relativa (AR) e índice de importância (IR) de espécies espontâneas na área de cultivo do pinhão-manso, Lagoa Seca, PB. -2 ESPÉCIE QO NI F FR% Dm DR A AR IR Cyperus rotundus L. Amaranthus hybridus Thell. Echinochloa colonum (L.) Link. Brachiaria decumbens Stapf. Cenchrus echinatus L. Eleusine indica (L.) Gaertn. Ipomoea triloba L. Tagetes minuta L. Chenopodium ambrosioides L. Acanthospermum hispidum DC. Partemum hysterophorus L. Mimosa pudica L. Sida cordifolia L. Ricinus communis L. Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barneby Blainvillea rhomboidea Cass. Richardia brasiliensis Gomes 18 1454 0,90 13,33 72,70 39,62 80,78 25,81 78,76 11 54 0,55 8,15 2,70 1,47 4,91 1,57 11,19 9 139 0,45 6,67 6,95 3,79 15,44 4,93 15,39 12 587 0,60 8,89 29,35 15,99 48,92 15,63 40,51 4 26 0,20 2,96 1,30 0,71 6,50 2,08 5,75 4 2 2 180 5 13 0,20 0,10 0,10 2,96 1,48 1,48 9,00 0,25 0,65 4,90 0,14 0,35 45,00 2,50 6,50 14,38 0,80 2,08 22,24 2,42 3,91 6 41 0,30 4,44 2,05 1,12 6,83 2,18 7,74 18 836 0,90 13,33 41,80 22,78 46,44 14,84 50,95 8 6 16 42 22 100 0,40 0,30 0,80 5,93 4,44 11,85 2,10 1,10 5,00 1,14 0,60 2,72 5,25 3,67 6,25 1,68 1,17 2,00 8,75 6,22 16,57 6 11 0,30 4,44 0,55 0,30 1,83 0,59 5,33 2 4 0,10 1,48 0,20 0,11 2,00 0,64 2,23 5 125 0,25 3,70 6,25 3,41 25,00 7,99 15,10 6 31 0,30 4,44 1,55 0,84 5,17 1,65 6,94 3670 6,75 100 183,5 100 312,99 100 300 TOTAL As Asteraceae estão entre as primeiras plantas espontâneas que surgem após o preparo do solo, devido a sua adaptação em locais desbravados, possui uma 104 grande produção de sementes aonde uma única planta chega a produzir de 3000 a 6000 sementes, apresenta um fácil processo de dispersão no solo em estado de dormência podem germinar após três a cinco anos (LORENZI, 2000). De acordo com Beltrão (2000), das 250 espécies tidas como problemáticas, dentre as dez mais agressivas e competitivas, oito são gramíneas ou ciperáceas, possuidoras de metabolismo fotossintético C4, eficientes, e cinco são perenes, destacando a Tiririca (Cyperus rotundus L.). 5.7 - Uso da urina de vaca e manipueira na prevenção e controle de pragas Algumas pragas comuns à cultura do pinhão-manso como: percevejo pintado (Pachycoris torridus), tripes (Selenothrips rubrocincta) e a cigarrinha (Empoasca kraemeri), foram observadas na área experimental, porém, sem danos severos ao longo da pesquisa, no entanto, o ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus), produziu danos em proporções maiores, embora sem causar impactos significativos, sendo que a análise do seu controle, ficou prejudicada devido a perda natural das folhas das plantas no período do seu aparecimento. As plantas mais atacadas foram as que se submeteram aos tratamentos T8 (500 ml MP e 250 ml UV), T15 (1000 ml MP e 500 ml UV), T20 (1000 ml MP e 750 ml UV e T25 (1000 ml MP e 1000 ml UV), com valores médios de 10 folhas atacadas por planta, enquanto as plantas menos atacadas foram aquelas submetidas aos tratamentos T7 (250 ml MP e 250 ml UV), T17 (250 ml MP e 750 ml UV) e o T21 (250 ml MP e 1000 ml UV), com os seguintes valores médios obtidos respectivamente: 3,2; 3,6 e 3,4 folhas atacadas por planta. Tais resultados, corroboram com o que Alburquerque et al. (2007) afirmaram sobre o aumento de incidência do ácaro branco, em função de maiores teores de nitrogênio. O ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus), é um ácaro polífago (que se alimenta de várias plantas) e que eventualmente pode causar danos ao pinhãomanso. Ele incide nas folhas novas tornando-as coriáceas (rijas e resistentes, mais espessas, com pequenos cristais espalhados que dificultam curvaturas do limbo e o funcionamento dos estômatos) e quebradiças. (ALBUQUERQUE et al. 2007). 105 A manipueira é um ótimo defensivo contra diversas pragas e doenças, destacando-se também pelos seus elevados níveis de nutrientes, logo se apresenta com um caráter alternativo e natural para sua utilização (BORSZOWSKEI et al. 2009). Já a urina de vaca, um bioinseticida natural, pode ser utilizado na agricultura, pois é composto por vários nutrientes essenciais à planta, destacando- se o nitrogênio (PESAGRO-RIO, 2001). Entretanto Alburquerque et al. (2007), ressaltam que quando aplica-se esse nutriente em grande quantidade aumenta o grau de vulnerabilidade da planta ao ataque do ácaro branco, e Daud et al. (2007), ressaltam que além do adubo nitrogenado, outros fatores podem se somar para favorecer o ataque de ácaros, tais como alguma forma de estresse, baixa população de predadores e a localização dos ácaros na base das folhas, o que os protege contra o efeito mecânico da chuva. 5.8 - Propriedades químicas do solo sob a ação da urina de vaca e da manipueira Para a verificação do efeito da aplicação da urina de vaca e da manipueira no solo, foram realizadas análises de solo antes e depois do plantio. Para efeito de comparação, foram utilizados os valores da profundidade de 0 a 20 cm. Observando as Figuras 55, 56, 57, 58 e 59 percebe-se mudanças em praticamente todos os valores dos elementos químicos do solo após um ano de pesquisa, sendo alguns com maior e outros em menor proporção. Os teores de Ca+2 não apresentaram mudanças expressivas em relação ao valor da primeira análise de 2,40 cmolc dm-3, exceto nos tratamentos T11 e T10, que se elevaram alcançando teores de 2,9 e 3,2 cmolc dm-3 respectivamente (Figura 55). O Mg+2 foi o elemento que apresentou a maior elevação nos seus teores, em relação ao valor da primeira análise de 1,10 cmolc dm-3, em todos as amostras dos tratamentos, com destaque para os resultados dos tratamentos T12 e T14, que apresentaram teores de Mg2+ de 4,4 cmolc dm-3 e 3,9 cmolc dm-3 respectivamente. Os valores de H+Al+3 também reduziram em todos os tratamentos, sendo que mais de 50% dos tratamentos ficaram com valores abaixo de 2,0 cmolc dm-3 (Figura 55). 106 O íon Na+ apresentou redução em todos os tratamentos em relação ao valor da primeira análise de 0,27 cmolc dm-3, com teores abaixo de 0,11 cmolc dm-3, sendo o menor valor 0,03 cmolc dm-3 do tratamento T10. O valor de potássio (K+) na primeira análise foi de 0,29 cmolc dm-3, e com exceção dos tratamentos T2, T3, T9, T11, T13 e T24, houve elevação dos teores nos demais tratamentos (Figura 56). Em relação a soma de bases trocáveis (SB), houve elevação dos valores em todos os tratamentos em relação ao valor da primeira análise de 3,81, destacando-se os resultados dos tratamentos T12 e T14 com 7,7 e 7,0 respectivamente. Os resultados da capacidade de troca catiônica (CTC) apresentaram redução em todos os tratamentos em relação ao valor da primeira análise de 8,27, em torno de 50% nas amostras de solo dos tratamentos, no entanto, uma elevação nos teores dos tratamentos T11, T12 e T14 (Figura 57). O valor de fósforo assimilável (P) na primeira análise foi de 15,21 mg dm-3 e apresentou redução em todos os valores dos tratamentos submetidos a urina de vaca e manipueira (Figura 58). O pH só apresentou valor semelhante ao da primeira análise (5,6) no Tratamento T24, nos demais houve elevação, com destaque para os tratamentos T4, T5 e T12, que apresentaram valores entre 6,2 e 6,4 (Figura 59). 5,00 cmolc/dm3 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Tratamentos Ca Mg H + Al Figura 55 - Resultados de Ca+2, Mg+2, e H+ Al+3 em cada tratamento após a biofertilização com urina de vaca e manipueira, Lagoa Seca, PB. T1 T2 T3 T4 T5 - 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP T6 - 250 UV 0 MP T7 - 250 UV 250 MP T8 - 250 UV 500 MP T9 - 250 UV 750 MP T10 - 250 UV 1000 MP T11 T12 T13 T14 T15 - 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000MP T16 T17 T18 T19 T20 - 750 750 750 750 750 UV 0 MP UV 250 MP UV 500 MP UV 750 MP UV 1000 MP T21 T22 T23 T24 T25 - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP 107 0,50 cmolc/dm3 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Tratamentos Na K Figura 56 - Resultados de Na+ e K+ em cada tratamento após a biofertilização com urina de vaca e manipueira, Lagoa Seca, PB. T1 T2 T3 T4 T5 - 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP T6 - 250 UV 0 MP T7 - 250 UV 250 MP T8 - 250 UV 500 MP T9 - 250 UV 750 MP T10 - 250 UV 1000 MP T11 T12 T13 T14 T15 - 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000MP T16 T17 T18 T19 T20 - 750 750 750 750 750 UV 0 MP UV 250 MP UV 500 MP UV 750 MP UV 1000 MP T21 T22 T23 T24 T25 - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP 3 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 12,00 cmolc/dm3 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 1 2 4 5 6 7 8 Tratamentos SB T Figura 57 - Resultados de Somas de Base e CTC em cada tratamento após a biofertilização com urina de vaca e manipueira, Lagoa Seca, PB. T1 T2 T3 T4 T5 - 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP T6 - 250 UV 0 MP T7 - 250 UV 250 MP T8 - 250 UV 500 MP T9 - 250 UV 750 MP T10 - 250 UV 1000 MP T11 T12 T13 T14 T15 - 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000MP T16 T17 T18 T19 T20 - 750 750 750 750 750 UV 0 MP UV 250 MP UV 500 MP UV 750 MP UV 1000 MP T21 T22 T23 T24 T25 - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV - 1000 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP 108 Fósforo assimilável, mg/dm3 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Tratamentos Figura 58 - Resultados de fósforo assimilável em cada tratamento após a biofertilização com urina de vaca e manipueira, Lagoa Seca, PB. T1 T2 T3 T4 T5 - 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP T6 - 250 UV 0 T7 - 250 UV 250 T8 - 250 UV 500 T9 - 250 UV 750 T10 - 250 UV 1000 MP MP MP MP MP T11 T12 T13 T14 T15 - 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000MP T16 T17 T18 T19 T20 - 750 750 750 750 750 UV 0 MP UV 250 MP UV 500 MP UV 750 MP UV 1000 MP T21 T22 T23 T24 T25 - 1000 UV 1000 UV 1000 UV 1000 UV 1000 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP 6,60 6,40 pH, H2O 6,20 6,00 5,80 5,60 5,40 5,20 5,00 4,80 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Tratamentos Figura 59 - Resultados do pH em cada tratamento após a biofertilização T1 T2 T3 T4 T5 - 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP T6 - 250 UV 0 T7 - 250 UV 250 T8 - 250 UV 500 T9 - 250 UV 750 T10 - 250 UV 1000 MP MP MP MP MP T11 T12 T13 T14 T15 - 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 500 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000MP T16 T17 T18 T19 T20 - 750 750 750 750 750 UV 0 MP UV 250 MP UV 500 MP UV 750 MP UV 1000 MP T21 T22 T23 T24 T25 - 1000 UV 1000 UV 1000 UV 1000 UV 1000 UV 0 MP 250 MP 500 MP 750 MP 1000 MP 109 Percebe-se, ao analisar os resultados obtidos, que os biofertilizantes manipueira e urina de vaca agiram diretamente, nos teores dos elementos químicos do solo da área experimental do pinhão-manso, após 12 aplicações, durante os 360 dias de cultivo, corroborando com estudos realizados por Melo et al. (2006), nos quais, verificaram as concentrações residentes dos íons de sódio, potássio, cálcio e magnésio ao utilizarem manipueira em diferentes texturas de solo. Por apresentar elevados teores de fósforo (219 ppm), potássio (1.675 ppm), cálcio (225ppm) e magnésio (366 ppm), a manipueira caracteriza-se como um resíduo promissor na manutenção da fertilidade do solo (CEREDA & FIORETTO, 1981). Quimicamente, a manipueira sustenta a potencialidade como fertilizante, haja vista sua riqueza em potássio, nitrogênio, magnésio, fósforo, cálcio, enxofre, e outros micronutrientes (CARDOSO, 2005). Fioretto (1987), utilizando a manipueira na fertirrigação constatou que a aplicação de doses crescentes de manipueira resulta em aumento de fósforo e potássio, assim também como magnésio trocável na solução de solo, mostrando-se eficiente na fertirrigação de milho e algodão. 110 6 CONCLUSÕES De acordo com as condições edafoclimáticas em que foi conduzido o experimento, pode-se concluir que: - Os diferentes volumes dos biofertilizantes com urina de vaca e manipueira, influenciaram no crescimento das plantas de pinhão-manso durante os 360 dias, exceto na variável altura das plantas; - A aplicação de 1000 ml do biofertilizante a base de urina de vaca, proporcionou incremento no diâmetro caulinar de 4,75%, no número de folhas de 18,70% e na área foliar de 236, 53%, quando comparados a testemunha; - O uso de 1000 ml da calda com manipueira, proporcionou um aumento no número de folhas e na área foliar nas plantas de pinhão-manso de 53,48% e 414,02%, respectivamente, quando comparado ao menor valor obtido; - A interação da urina de vaca com 1000 ml da calda com manipueira proporcionou um incremento em diâmetro caulinar de 23,53% em relação ao menor valor e em área foliar de 543,01%; - A interação manipueira com 1000 ml do biofertilizante a base de urina de vaca, ocasionou um aumento de 22,5% e de 837,67% nas variáveis diâmetro caulinar e área foliar respectivamente, em relação ao menor valor; - As taxas de crescimento relativo das variáveis: altura, diâmetro e área foliar das plantas de pinhão-manso, obtiveram seu ponto máximo entre 60, 120 e 240 dias respectivamente; - A maior taxa de crescimento relativo, para altura da planta, foi de 0,013 cm.cm -1 dia-1 para a dosagem de 250 ml da calda de urina de vaca e 750 ml da calda com manipueira; - Para o diâmetro da planta, a maior taxa de crescimento relativo, foi de 0,0031 mm. mm-1 dia-1, quando se utilizou o volume de 250 ml de calda de urina de vaca e 1000 ml da calda com manipueira; 111 - A taxa de crescimento relativo da variável área foliar apresentou seu ponto máximo aos 240 dias com valor de 0,41 cm².cm-2 dia-1 , nas plantas submetidas a 500 ml da calda com urina de vaca e 250 ml da calda com manipueira; - A fitomassa seca do caule e das folhas da planta do pinhão-manso, foram afetadas de forma positiva pela urina de vaca, apresentando incremento, em relação a testemunha, de 40,71% (500 ml da calda com urina de vaca) e 50,03% (1000 ml da calda com urina de vaca), respectivamente; - A fitomassa seca da raiz apresentou um incremento de 145,8% em relação ao menor valor obtido, quando se utilizou urina de vaca com 1000 ml de manipueira; - O maior valor obtido de fitomassa seca do caule foi obtido pelas plantas submetidas a interação de urina de vaca com 250 ml da calda com manipueira - Quando se utilizou urina de vaca com 1000 ml da calda com manipueira, a fitomassa seca das folhas de pinhão-manso, obteve 132,45% de incremento em relação a testemunha; - A utilização da manipueira com 500 ml da calda com urina de vaca, apresentou um aumento de 72,33% de fitomassa seca do caule, em relação ao menor valor obtido; - A utilização da manipueira com 500 ml e 1000 ml da calda com urina de vaca, aumentou em 57,76% a fitomassa seca das folhas do pinhão-manso, em relação ao menor valor obtido; - Nas variáveis de produção, os diferentes volumes de urina de vaca e manipueira apresentaram efeitos positivos, no entanto, o excesso de chuva e as baixas temperaturas ocorridas entre seis e oito meses de cultivo afetaram negativamente; - A maior quantidade de frutos foi obtida quando adicionou-se 750ml da calda com urina de vaca dentro de 750ml da calda com manipueira; - Na variável peso dos frutos maduros, o maior valor encontrado foi quando se acrescentou urina de vaca dentro de 1000 ml da calda com manipueira; - O maior valor do peso seco das sementes foi obtido quando se utilizou manipueira dentro de 250 ml da calda com urina de vaca; 112 - Em relação ao teor de óleo das sementes das plantas de pinhão-manso, submetidas a diferentes volumes das caldas com urina de vaca e manipueira, os resultados não apresentaram diferença significativa; - Em relação as plantas espontâneas, foram identificadas 3.670 indivíduos no cultivo do pinhão-manso, predominando as espécies: Cyperus rotundus L. (Tiririca) e Acanthospermun hispidum L. (Espinho-de-carneiro); - As pragas presentes no cultivo não afetaram significativamente e o ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus) atacou no total 10 folhas por planta do pinhão-manso; - As plantas menos atacadas pelo ácaro branco, foram aquelas submetidas aos volumes de calda com proporção maior de urina de vaca, apresentando em média dano em 3,4 folhas/planta comprovando seu efeito repelente; - A adição dos biofertilizantes a base de urina de vaca e manipueira, em diferentes volumes, alteraram o equilíbrio iônico de elementos presente no solo, podendo ser consideradas como fontes de nitrogênio e potássio para culturas agrícolas oleaginosas, - A urina de vaca e a manipueira contribuíram para a elevação do pH do solo, do magnésio e da soma de bases trocáveis. - Os efeitos dos biofertilizantes com urina de vaca e manipueira foram positivos, em todas as variáveis estudadas, e individualmente a manipueira teve atuação superior em relação a urina de vaca, na maioria dos resultados obtidos, no entanto, o uso simultâneo destes produtos orgânicos, foi melhor para as plantas de pinhão-manso. 113 7 REFERÊNCIAS ABA – ANUÁRIO BRASILEIRO DE AGROENERGIA, Santa Cruz do Sul, Ed: Gazeta, 2007. 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