Campo magnético 1. Um íman tem dois polos: norte e sul. Polos opostos atraem-se; Polos iguais repelem-se. 2. Os polos de um íman são inseparáveis: se parto um íman a meio obtenho dois novos ímans (cada um com um polo norte e um polo sul) ) não existem monopolos magnéticos (“cargas magnéticas”). 3. Devido ao ponto 2. não podemos definir o campo magnético à semelhança do campo elétrico (força exercida sobre uma carga de prova unitária positiva) ou do campo gravítico (força exercida sobre uma massa de prova unitária). A definição do campo magnético é então dividida em duas partes: • A direção e sentido de um campo magnético num ponto é definida pela direção e sentido (norte) de uma bússula colocada nesse ponto. • A intensidade do campo magnético num ponto é igual ao módulo da força que se exerce sobre uma carga de prova unitária que se desloca a uma velocidade de 1 m s 1 nesse ponto. Experiência de Oersted Oersted observou que a passagem de uma corrente elétrica num fio condutor elétrico linear fazia com que uma bússula tivesse tendência a orientar-se perpendicularmente à direção do fio. Dito de outra forma Oersted mostrou que era possível produzir um campo magnético a partir de um campo elétrico: ~ !B ~ E (1) Os físicos franceses Biot e Savart chegaram a uma fórmula que permitia obter o campo magnético produzido a partir de intensidade de uma corrente elétrica. Fio linear infinito µ0 i (2) 2⇡R µ0 : permeabilidade magnética do vácuo; i: intensidade da corrente elétrica; R: menor distância entre o ponto e o fio condutor elétrico. Espira circular B= µ0 i 2R µ0 : permeabilidade magnética do vácuo; i: intensidade da corrente elétrica; R: raio da circunferência. A transformação descrita em 1 passou então a ser: B= (3) ~ !i!B ~ E Sempre que há uma corrente elétrica é gerado um campo magnético. Em particular podemos ver um átomo de hidrogénio como uma carga positiva (relativamente estática) com um eletrão a circular a grande velocidade em seu redor. Ou seja, o eletrão em movimento é uma corrente elétrica. Sendo assim podemos inferir que todos os átomos produzem um campo magnético. Considerando um modelo simples do átomo de hidrogénio em que o eletrão descreve um movimento circular de raio R a velocidade v constante em torno do protão, as forças centrífuga e de atração elétrica entre o eletrão e o protão igualam-se: m v2 1 e2 = R 4⇡"0 R2 m: massa do eletrão; e: carga do eletrão; "0 : permitividade elétrica do vácuo A velocidade do eletrão será então: v=p 1 e p 4⇡"0 mR Uma vez que o movimento é circular a velocidade constante: v= 2⇡R T T : período (tempo que o eletrão demora a dar uma volta completa em torno do protão) 1 (4) Combinando as duas expressões anteriores: p 1 e 2⇡R p = T 4⇡"0 mR 1 1 1 e p p = T 2⇡R 4⇡"0 mR Uma vez que a intensidade da corrente é a carga transportada por unidade de tempo, podemos então dizer que: i= e 1 1 e2 p p = T 2⇡R 4⇡"0 mR Logo a partir da equação 4: B= µ0 i µ0 1 e2 p p = 2R 4⇡R2 4⇡"0 mR Em conclusão, podemos conceber um modelo em que todos os campos magnéticos resultam de cargas elétricas em movimento. 2