Angola: Edifício de Investigação Criminal ruiu

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Angola: Edifício de Investigação Criminal ruiu
O prédio caiu como um baralho de cartas. Durante todo o dia as autoridades procuraram sobreviventes por entre os escombros,
tendo conseguido resgatar com vida 151 pessoas. Dezasseis escaparam ilesas.
30 Março 2008 - 00.30h
Derrocada em Luanda
O edifício da Direcção Nacional de Investigação Criminal em Luanda desabou ontem de madrugada, provocando
a morte a pelo menos quatro pessoas. No prédio de sete andares havia na altura 181 pessoas, entre detidos e
agentes de investigação criminal, tendo pelo menos 151 sido resgatadas com vida. À hora do fecho desta edição
as equipas de socorro tentavam alcançar um grupo de mulheres soterradas que podiam ainda estar vivas.
As autoridades não revelaram as causas da derrocada, mas fontes contactadas pelo CM referiram que uma
eventual infiltração de águas nos alicerces do edifício era apontada como possível causa do acidente. O
comandante-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, descartou a possibilidade da deflagração de uma
bomba como se comentava na altura. "O prédio ruiu e até ao momento não sabemos as razões. Nada indica a
existência de influências externas no sinistro" afirmou.
No interior do edifício encontrava--se dezenas de detidos de ambos os sexos que aguardavam julgamento. Pelo
menos 151 pessoas foram resgatadas com vida dos destroços, 102 das quais com ferimentos de menor ou maior
gravidade.
Foram recuperados os corpos de quatro pessoas. Pelo menos dez mulheres estavam ainda presas nos
escombros e chegaram a contactar com as equipas de socorro através de um telemóvel que lhes foi levado por
um cão-polícia. No entanto, ao final da tarde os contactos cessaram, temendo-se o pior.
O coordenador dos Serviços de Protecção Civil, Eugénio Laborinho, considerou vulnerável toda a área
circundante ao edifício, tendo ordenado de imediato a evacuação de dois prédios vizinhos onde residem dezenas
de pessoas.
Diversas empresas e entidades públicas e privadas manifestaram solidariedade para com as vítimas e no
trabalho de remoção dos escombros, respondendo ao apelo feito pelas autoridades. A empresa portuguesa
Soares da Costa foi uma das mais rápidas a responder ao apelo, tendo enviado camiões e máquinas para ajudar
retirar os destroços.
PROCURADOR VISITOU IMÓVEL
O edifício da Direcção Nacional de Investigação Criminal de Angola, que ontem desabou, tinha sido visitado no
dia anterior, sexta-feira, pelo procurador-geral da República de Angola, José Maria de Sousa, que elogiou a
organização e modernização das suas infra-estruturas. "Congratulou-me com a modernização da Direcção
Nacional de Investigação Criminal que visa aumentar a capacidade de resposta deste órgão, tutelado pelo
Ministério do Interior no combate ao crime", disse na altura o procurador José Maria de Sousa. O edifício,
situado no bairro de Rangel, na zona norte de Luanda, foi construído na década de setenta e não aparentava
sofrer de danos estruturais.
Carlos Menezes
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