Sumário das atividades de pesquisa (Mara Cristina Pinto) Os flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) são vetores dos protozoários responsáveis pelas leishmanioses, que afetam 12 milhões de pessoas, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Nas Américas existem mais de 500 espécies de flebotomíneos descritas, sendo aproximadamente 40 delas envolvidas na transmissão das leishmanioses. Apesar de sua importância epidemiológica, há ainda muitas lacunas no conhecimento da biologia destes insetos. Uma das lacunas que nosso grupo de pesquisa dedica-se é referente aos estudos de Ecologia Química dos flebotomíneos. Assim como outros insetos hematófagos, os flebotomíneos utilizam substâncias voláteis chamadas cairomônios para encontrar fontes alimentares, seja para alimentação sanguínea ou fontes de carboidratos. Além disso, também utilizam-se de feromônios para outras funções biológicas como oviposição e acasalamento. A Ecologia Química trata de estudar essas substâncias químicas mediadoras de interações entre organismos, nesse caso os cairomônios ou feromônios. Atualmente, apenas armadilhas luminosas são utilizadas no monitoramento dos flebotomíneos em campo. Porém por ser um atrativo pouco específico, muitas outras espécies de insetos são atraídas para a luz. Além disso, espécies de flebotomíneos mais fototrópicas, nem sempre diretamente envolvidas na transmissão das leishmanioses, também são atraídas para as armadilhas. A partir do conhecimento básico de feromônios e cairomônios pretende-se direcionar o desenvolvimento tecnológico de compostos voláteis e formas de liberação de iscas mais específicas para espécies de flebotomíneos importantes na transmissão das leishmanioses.