construindo o conhecimento geográfico a partir de imagens

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ISBN 978-85-8015-076-6
Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
CONSTRUINDO O CONHECIMENTO GEOGRÁFICO A PARTIR DE IMAGENS:
CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DO BRASIL
Fabiana Dukievicz¹
Edinéia Vilanova Grizio-Orita²
Resumo. O uso de imagens no processo de ensino-aprendizagem ainda é pouco utilizado pelos
professores nas aulas de Geografia, mas seu uso não pode ser descartado. Vive-se num mundo
onde a informação também é transmitida visualmente, por isso não se pode ignorar seu uso no
processo educacional, bem como sua utilização como recurso metodológico para aprendizagem dos
conteúdos de Geografia. É por meio da comunicação visual que se tem acesso a grande maioria das
informações do mundo contemporâneo. O uso das novas tecnologias é uma necessidade da vida
moderna com a qual é necessário aprender a lidar. No caso do ambiente escolar, as novas
tecnologias educacionais se tornam cada vez mais importantes, pois os alunos se identificam muito
com elas. Este trabalho tem como objetivos apontar os benefícios que o uso de imagens pode trazer
para as aulas de Geografia, desenvolver a leitura interpretativa de imagens e contribuir na
apropriação dos conteúdos geográficos. O estudo se efetivou por meio de uma pesquisa-ação que
contemplou o uso de imagens acerca de um tema, no caso específico: Os Climas do Brasil. Essas
atividades foram realizadas com os alunos do 7º ano do ensino fundamental. Os resultados obtidos
evidenciaram que quando o professor sai de sua área de comodismo e busca diversificar a maneira
de transmitir o conhecimento faz com que o aluno interaja mais com a aula, tornando a aprendizagem
mais prazerosa e proveitosa.
Palavras-chave: Ensino. Imagens. Tecnologia. Clima.
Introdução
O presente trabalho pretende apresentar os resultados das atividades
desenvolvidas junto ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), o qual
tem como um de seus objetivos, a formação continuada dos professores que
pertencem ao quadro da Secretaria de Estado da Educação (SEED), realizado em
parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), durante o período
2013/2014.
O ponto inicial das reflexões, análises e estudos, foi a elaboração de um
Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, durante o primeiro semestre de 2013,
cujo título é Construindo o Conhecimento Geográfico a partir de Imagens:
Características Climáticas do Brasil.
____________________
¹ Professora PDE, Licenciada em Geografia, Especialista em Educação Patrimonial e Educação
Ambiental. Vinculada ao Colégio Estadual Profª Helena RonkoskiFioravante, em Reserva PR.
²Professora Adjunta do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta GrossaPR.
O público-alvo escolhido para participar do desenvolvimento desse projeto,
durante o primeiro semestre de 2014, foram os alunos do 7º ano (turmas A e B), do
Ensino Fundamental do Colégio Estadual Professora Helena Ronkoski Fioravante,
município de Reserva, Núcleo Regional de Educação de Telêmaco Borba - Pr.
Diariamente se houve falar em lançamento de novos produtos tecnológicos
que buscam inovar a vida das pessoas em tudo que fazem. Com a educação não
poderia ser diferente. É preciso inovar também na transmissão do conhecimento,
romper a barreira do quadro de giz ou do livro didático.
O uso de imagens no que diz respeito ao ensino-aprendizagem não pode ser
descartado. Vive-se em um mundo onde a informação é transmitida em sua maior
parte visualmente. Segundo Zatta (2008) "é inquestionável a importância das
imagens, e por isso, não podemos ignorar o seu uso no processo educacional, bem
como, a sua utilização como recurso metodológico para a aprendizagem dos
conteúdos de Geografia”.
O uso de imagens (de livros, revistas, internet, entre outros) nas aulas de
Geografia, ainda é pouco utilizado pelos professores, seja pela falta de
capacitação que estes possuem sobre o uso dos recursos tecnológicos, seja pela
metodologia habitual que lhes foi ensinada nos anos anteriores, voltada
principalmente para os textos teóricos, o que por sua vez não atrai os alunos e
deixa a aula muito cansativa.
De acordo com os livros didáticos, alguns conteúdos trabalhados apresentam
uma abordagem superficial e com poucas informações. Não é o caso do mesmo
ser abandonado, mas buscar outras fontes de ensino que completem o conteúdo
tratado em sala de aula.
O mundo da informação hoje tem intensificado o uso de imagens, é o que se
chama de informação visual. O objetivo deste trabalho é desenvolver junto aos
alunos atividades de exploração do uso desse recurso a fim de enriquecer os temas
e conteúdos geográficos na ampliação do conhecimento.
Desenvolvimento
A sociedade moderna atual detentora de muitos conhecimentos, sobretudo,
tecnológicos vive em meio às constantes transformações. Inúmeros lançamentos
invadem nossas vidas, especialmente no que diz respeito à comunicação. É a
chamada era midiática. É por meio da comunicação visual que temos acesso a
grande maioria das informações no mundo contemporâneo. As imagens passam a
ser então, o foco de atenção.
O uso das novas tecnologias é uma necessidade da vida moderna com a qual
é imprescindível aprender a lidar. No caso do ambiente escolar, as novas
tecnologias educacionais se tornam cada vez mais importantes, visto que o aluno se
identifica muito com elas.
As propostas de renovação das metodologias do ensino e adoção dos novos
recursos tecnológicos na escola passam a ser questões de discussão e pesquisas
para se efetivarem no intuito de melhorar o ensino e a aprendizagem.
As tecnologias aplicadas ao ensino
A educação hoje deve estar voltada para a realidade da sociedade. A escola
deve propiciar situações que permitam ao aluno pensar de forma crítica, enfatizando
a sua vivência, o espaço que o rodeia. O processo de ensino-aprendizagem deve
ser mais criativo e o professor mais preparado. Dessa forma, segundo Nascimento:
A Geografia passa a exercer um papel importante no currículo escolar, pois
é dotada de conhecimentos múltiplos sobre o desenvolvimento da
sociedade. Se os alunos devem ser dotados de habilidades necessárias ao
conhecimento do mundo e tudo o que a ele se relaciona, eles devem ser
dotados também de um senso crítico capaz de compreender um mundo
heterogêneo, de transformações extraordinariamente rápidas devido ao
grande avanço tecnológico e todas as suas consequências (Nascimento,
2004, p.43).
As tecnologias existentes nas escolas como o laboratório de informática, a TV
pendrive, o data-show, podem auxiliar positivamente na assimilação dos conteúdos
por parte dos alunos e são ótimas ferramentas para o professor que deseja uma
aula mais dinâmica, facilitando assim o ensino e otimizando o aprendizado.
O uso dos computadores nas escolas por parte dos alunos ainda é muito
restrito, seja pelo pequeno número deles por aluno, seja pelo despreparo dos
professores em usar essa tecnologia. O computador pode ser um facilitador para o
aluno e um instrumento necessário nos dias atuais. Daí a importância de que seu
uso seja abordado na formação de professores.
A escola tem o papel de preparar indivíduos para o desenvolvimento da
sociedade. De acordo com Weiss (2001), a informática na escola não deve ter o
intuito de preparar alunos especialistas na área, mas enriquecer as atividades
pedagógicas, não como um fim em si mesmo, e sim despertando o interesse e o
desenvolvimento intelectual do aluno. Ainda segundo Weiss:
Pode se afirmar que o uso do computador só funciona efetivamente como
instrumento no processo ensino-aprendizagem, se for inserido num contexto
de atividades que desafiem o grupo em seu crescimento. Espera-se que o
aluno construa o conhecimento na relação consigo próprio, com o outro
(professor e os colegas) e com a máquina (Weiss, 2001, p.18).
A TV pendrive, outro recurso tecnológico nas escolas, pode ser utilizado por
professores enriquecendo suas aulas com filmes, imagens, documentários que
podem ser levados através do DVD ou pendrive.
As tecnologias podem ajudar na construção de ambientes favoráveis à
aprendizagem educacional.
As imagens como fonte alternativa no ensino de Geografia
Nos dias atuais, as crianças têm contato com diversas tecnologias de
comunicação que a escola não pode ignorar. Assistem a TV em casa, filmes, acesso
à Internet através de computadores, do celular, enfim, é por meio de imagens que
grande parte das informações são repassadas.
Mas o uso de imagens não pode levar apenas a ver e sim a compreender
um fenômeno a partir de uma interpretação crítica da imagem. Esta muitas vezes
serve apenas para ilustrar. É preciso então ir além, refletir o que está invisível, não
perceptível, mas que se induz nas entrelinhas.
O professor deve adotar vários tipos de linguagens para repassar os
conhecimentos, no caso das imagens pode estabelecer uma relação com o
conteúdo, de maneira interpretativa. Segundo as diretrizes:
Algumas práticas pedagógicas para a disciplina de Geografia atrelada aos
fundamentos tornam-se importantes para a compreensão do espaço
geográfico, dos conceitos e das relações sócio-espaciais nas diversas
escalas geográficas (DCE Geografia, 2008 p.80).
As diretrizes curriculares da educação do Estado do Paraná contemplam
ainda que:
O uso de imagens não animadas (fotografias, posters, slides, cartões
postais, outdoors, entre outras) como recurso didático, pode auxiliar o
trabalho com a formação de conceitos geográficos, diferenciando paisagem
de espaço e, dependendo da abordagem dada ao conteúdo, desenvolver os
conceitos de região, território e lugar. Para isso, a imagem será ponto de
partida para atividades de sua observação e descrição. Feita essa
identificação, o professor e os alunos devem partir para pesquisas que
investiguem: Onde? Porque esse lugar é assim? Enfim, propõem-se
pesquisas que levantem os aspectos históricos, econômicos, sociais,
culturais, naturais da paisagem/espaço em estudo (DCE Geografia, 2008
p.82).
A atual sociedade pertence a uma cultura midiática onde as informações
são transmitidas por meio de imagens e sons que tem provocado mudanças na
maneira de ensinar.
Por esse motivo é importante que se desenvolvam pesquisas que
demonstrem os resultados acerca do uso das novas tecnologias educacionais no
âmbito escolar.
Uma imagem por si só pode ser muito mais atraente, interessante e
transmissora de informações do que um amontoado de palavras.
O conteúdo a ser trabalhado com os alunos será os Climas do Brasil e para
tanto se faz necessário também, uma abordagem acerca do assunto.
Climas do Brasil
Existem muitos climas na superfície terrestre. A diferença entre eles está
ligado a vários fatores principalmente na temperatura e umidade.
Em relação à temperatura existem os climas quentes e os climas frios.
Quanto à umidade os climas podem ser mais ou menos úmidos interferindo na
quantidade de chuvas.
Outros fatores também influenciam e caracterizam os climas como as
massas de ar, o relevo, as correntes marítimas, a latitude, a altitude e a vegetação.
A variação dos climas brasileiros está voltada a atuação das massas de ar
que nele atuam, na extensão tanto norte-sul quanto leste-oeste, nas altitudes do
relevo em geral baixas e no fato de possuir um grande litoral banhado por águas
quentes.
Os climas tropicais como é o caso do Brasil, apresentam-se de forma geral
com temperaturas elevadas devido a alta insolação recebida e pouca variações das
estações, pode-se dizer que na maior parte do território brasileiro predomina o
verão. As temperaturas médias não variam muito durante o ano.
O Brasil apresenta o predomínio de climas quentes em virtude de sua
posição no globo terrestre, ou seja, localiza-se a baixas latitudes (distância da linha
do Equador) e da ação das massas de ar quente.
Apenas a parte sul do Brasil apresenta um clima com temperaturas mais
baixas, em razão da sua distância com a linha do Equador e também pela atuação
de massas de ar polar com maior intensidade.
Tomando como referência os estudos de Boligian et al (2009) e Almeida
(2010), o Brasil apresenta os seguintes climas: Equatorial, Tropical, Semiárido,
Tropical úmido, Tropical de altitude e o Subtropical. Destacam-se algumas
características de cada um:

Clima Equatorial: recebe massas de ar equatorial continental, úmida
devido à presença da floresta Amazônica. As temperaturas são
elevadas o ano todo com chuvas abundantes. Estende-se por uma
grande parte da região norte, parte do Maranhão e do Mato Grosso.

Clima Tropical: é dominado por três massas de ar: tropical
continental,
tropical
marítima
e
equatorial
continental.
As
temperaturas são elevadas o ano inteiro, apresenta estações bem
definidas: uma chuvosa (verão) de outubro a abril e outra mais seca
(inverno) de maio a setembro. Esse clima ocorre no centro do Brasil.
Se estende por parte da região Centro-Oeste e em algumas regiões
do Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia e Minas Gerais.

Tropical úmido: é influenciado por várias massas de ar entre elas a
equatorial e tropical marítima muito quentes e úmidas, suas
temperaturas são elevadas e as chuvas abundantes. Ocorre no litoral
do Nordeste e Sudeste.

Tropical de altitude: característico das áreas de planaltos e serras da
região Sudeste, ou seja, são terras mais altas. Estende-se em parte
do Paraná (norte), São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito
Santo. Recebe influência da massa de ar tropical marítima, chove
muito e as temperaturas são amenas. No inverno pode ocorrer geada.

Clima subtropical: é controlado por três massas de ar: a tropical
marítima e continental e polar marítima (fria e úmida), as quais
formam as frentes frias durante o período do inverno. Ocorre abaixo
do Trópico de Capricórnio, abrangendo toda a região Sul (Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul). As chuvas são bem distribuídas
durante todo o ano e as temperaturas variam bastante. Apresenta
todas as estações bem definidas. O verão é muito quente com áreas
que atingem mais de 30°C e o inverno muito frio, possui regiões onde
as médias térmicas podem atingir 0°C ou menos.

Clima semiárido: é influenciado pelas massas de ar equatorial e
tropical marítima e sofre influência também do relevo na porção
litorânea nordestina. Essa região alta funciona como uma barreira
natural que impede à umidade trazida por essas massas de ar de
chegar ao interior nordestino, ou seja, no Sertão. Quando chegam,
essas massas de ar já estão muito secas, por isso, as chuvas são
poucas e irregulares. As temperaturas são elevadas durante o ano
inteiro.
O ser humano ao longo do tempo foi se adaptando às condições climáticas e
desenvolvendo técnicas de maneira a amenizar os efeitos do clima sobre sua vida.
Estudar o clima de um lugar e entender os elementos que o interrelacionam
vem de muito tempo antes de Cristo e permanece até hoje, pois está intimamente
ligado as atividades humanas em geral.
Encontra-se o maior número de estudos em climatologia voltados a pesquisas
em países desenvolvidos, ou seja, na chamada zona temperada. Já nos países da
zona tropical, onde sua colonização esteve voltada para a exploração, esses
estudos são mais recentes e de forma insatisfatória, devido à falta de interesse.
Também como afirma AYOADE:
Os trópicos são, na maior parte habitados por populações que estão num
baixo estágio de desenvolvimento econômico. Os governos dos países
tropicais possuem poucos recursos para alocar no desenvolvimento da rede
de observação, tendo em vista a existência de necessidades mais urgentes
em outros setores da economia (Ayoade,2010,p.11).
O Brasil, comparado a outros países, tem se destacado nos estudos sobre o
clima, em virtude de sua atividade agrícola responder por grande parte da economia,
O país tem buscado obter informações sobre as características climáticas que se
configura no nosso território e que interfere nas atividades econômicas aqui
desenvolvidas.
Conhecer o clima de um lugar significa bem mais que saber suas
características atmosféricas. É aproveitar esse conhecimento para planejar as ações
do homem no âmbito ambiental, urbano e agrícola. E saber lidar com o clima
significa também, aproveitar melhor o que a natureza tem para nos oferecer e dessa
maneira nos desenvolver economicamente e como ser humano.
O clima é fator determinante para algumas atividades econômicas que o
homem desenvolve, como por exemplo, a agricultura, determinando o tipo de
produto agrícola mais favorável ou praticável sobre uma determinada área ou região.
Entre os elementos climáticos que mais exercem influencia na agricultura estão a
umidade, a temperatura e a radiação solar. O clima também pode influenciar na
distribuição da população em todo o planeta.
É importante estudar os climas e sua inter-relação com a natureza, pois ao
mesmo tempo que o clima influencia outros elementos naturais, como a vegetação e
o relevo por exemplo, também é influenciado por eles.
As condições do tempo e do clima podem determinar as ações do homem no
seu dia a dia em todo o mundo. O que plantar, o que comer, o que vestir, que tipo de
moradia construir, enfim, são inúmeras e as mais diversas as situações
condicionadas ao clima e suas variações. Daí a importância de se conhecer e
estudar melhor as características climáticas e a sua interferência sobre a vida
humana e como ela está intimamente ligada e condicionada a esse fator natural tão
determinante no nosso planeta.
O impacto do clima sobre o ser humano pode ser visto de duas maneiras,
positiva ou negativa, dependendo do grau da relação de interferência deste sobre o
homem e suas atividades desenvolvidas.
Por isso, é importante conhecer as características climáticas, em especial a
do Brasil, para entender as relações que estas têm com a qualidade de vida.
Implementação da Proposta Pedagógica
No início do ano, juntamente com a equipe pedagógica e dos demais
professores
do
colégio,
foi
realizada
a
apresentação
do
projeto.
Todos
demonstraram aceitação e interesse pelo tema e ainda, que o projeto seria de muita
relevância para a aprendizagem como um todo.
A proposta desenvolvida na produção didática e colocada em prática na
implementação pedagógica teve vários momentos de estudos e reflexões acerca do
tema e com a metodologia adotada.
Para a obtenção das imagens e de seu uso nas atividades buscou-se utilizar
os recursos tecnológicos existentes no colégio como o laboratório de informática, a
TV pendrive e também em outras fontes como revistas e livros da biblioteca.
No primeiro momento foi apresentado aos alunos o projeto, seus objetivos e o
encaminhamento metodológico que seria adotado.
Para a realização das atividades foi adotado um comparativo entre duas
turmas a fim de demonstrar os resultados, pois as atividades eram diferenciadas
devido à metodologia que se propunha, uma turma com o uso de textos e imagens
(7ºA) e outra priorizando o uso de textos (7ºB).
De início os alunos do 7ºA tiveram contato com o assunto a ser abordado
"Características climáticas do Brasil" através de textos, pois entende-se que antes
de qualquer atividade prática haja um conhecimento através do referencial teórico.
Como atividade houve uma leitura explicativa com comentários. Na sequência
os alunos preencheram um quadro sobre as características climáticas do Brasil
utilizando o texto anterior. A partir daí é que se propôs atividades com o uso de
imagens.
Os trabalhos passaram por vários momentos. Depois de terem contato com o
assunto através dos textos estudados, os alunos passaram a adquirir informações a
partir de imagens. As primeiras imagens foram coletadas em revistas e livros da
biblioteca e também trazidos pela professora e por eles mesmos.
Nesta atividade eles puderam perceber visualmente aquilo que haviam
estudado nos textos. Foi um momento de ligação entre a teoria e o visual. As
principais diferenças nas características climáticas foram percebidas e comentadas
por eles a cada imagem que achavam. Quando dúvidas apareciam em alguma
imagem, eles se reportavam ao texto para relacionar ao clima correspondente
através da localização das mesmas. Houve um grande envolvimento da turma na
atividade.
Depois da coleta das imagens, foi hora de seguir para o segundo momento da
atividade, a elaboração dos cartazes. Divididos em grupos cada qual responsável
por um clima, os alunos confeccionaram cartazes, que posteriormente foram
apresentados à turma. Houve uma integração entre eles através da troca de
informações.
As imagens dos cartazes também serviram para a caracterização de um
grande mapa dos climas do Brasil, no qual as características como a vegetação em
especial, a influencia do relevo, os principais produtos agrícolas de cada clima foram
destacadas.
Durante esta atividade os alunos perceberam que o Brasil é um país com
diversas características em função do clima e de sua extensão territorial e que,
portanto, ele não pode ser visto como um todo. É preciso estudar as particularidades
de cada região que o forma.
As atividades continuaram no laboratório de informática a fim de coletar
imagens da internet acerca do assunto e para ser repassado a turma na Tv
pendrive. Os alunos escolheram as imagens de acordo com o clima responsável por
seu grupo. Estas foram armazenadas no pendrive. Na sala de aula, foi feita a leitura
interpretativa destas imagens a fim de retirar informações nelas contidas sobre o
assunto. Para a realização desta leitura seguiu- se um questionário norteador:
Roteiro para análise das imagens
1- O que você observa na imagem?
2- Qual (is) característica (s) a imagem está representando?
3- Relacione a imagem a seu clima.
4- Em qual (is) região (ões) brasileira (s) ou estado (s)esse clima abrange?
Nesse momento houve muita participação dos alunos que demonstraram
interesse sobre o assunto. Complementavam os comentários ao se reportar a outras
imagens que lembravam. Por exemplo, na imagem dos produtos agrícolas mais
cultivados em cada clima lembravam de outros produtos, sua época de plantar, onde
é plantado, entre outros. Esses comentários enriqueceram ainda mais a aula,
envolvendo-os com o assunto e a compreensão daquilo que estavam estudando, por
sua vez, foi maior.
Através das informações obtidas nas imagens os alunos fizeram a articulação
com o texto escrito, complementando desta forma o conteúdo estudado.
Trabalhar com imagens não é apenas ilustrar uma informação, é ir além.
Cabe ao professor refletir, questionar, indagar, levar o aluno a explorá-las a fim de
retirar dados.
Para a compreensão ainda melhor sobre os clima do Brasil os alunos fizeram
uma pesquisa com seus pais ou pessoas mais velhas da família sobre a influência
do clima na vida das pessoas e na agricultura local, visto que o município onde foi
realizado a pesquisa é essencialmente agrícola.
Pode-se perceber que o cotidiano das pessoas é influenciado pelo clima, pois
a maneira de vestir e a alimentação, por exemplo, é condicionada à época das
estações do ano. Os produtos agrícolas mais cultivados também são aqueles que se
adaptam ao clima.
Durante a aplicação das atividades algumas dificuldades foram aparecendo.
Uma delas foi ter os alunos no contraturno. Para eles, a hora do estudo só é aquela
regular, fora disso ele não enxerga a continuação ou oportunidade de ampliar seus
conhecimentos. Cumprir o obrigatório já basta.
Nesse momento, então, foi preciso uma conversa com eles para demonstrar
que fazia parte do projeto e que havia a necessidade de realizar atividades fora do
horário "normal" das aulas. Ainda dentro desta questão, há alunos que moram no
interior e que dependem do transporte escolar e que, portanto, não poderiam
participar. O número de alunos nestas atividades de contraturno foi menor.
Outro fator que limitou o número de alunos nas atividades foi quanto ao uso
dos computadores do laboratório de informática do colégio. Como muitos destes
estão sem manutenção, o número de alunos teve que ser menor, pois não havia
computadores suficientes para todos, lembrando que o laboratório de informática
não é usado só por alunos, mas também por professores nas horas atividades.
No 7ºB onde a proposta metodológica foi basicamente a utilização teórica do
assunto, as atividades se iniciaram com a leitura explicativa do texto e
posteriormente com o preenchimento do quadro sobre as características de cada
clima brasileiro. Nesta atividade os alunos perceberam as diferenças climáticas
brasileiras, bem como as particularidades de cada um.
Dando continuidade às atividades, os alunos divididos em grupo e
responsáveis por um tipo de clima, elaboraram cartazes com frases que
representavam as características dos climas brasileiros. Esses cartazes foram
apresentados para toda a turma como forma de socialização das informações.
Para finalizar as atividades da produção didática e como meio de verificar o
grau de aprendizagem dos alunos, foi feito uma avaliação do conteúdo estudado. Os
resultados obtidos na avaliação serviram de comparativo entre as turmas, para
analisar qual metodologia adotada foi mais positiva.
NO 7ºA mais de 70% da turma atingiram a média da avaliação, enquanto que
no 7ºB apenas 40% alcançaram esse nível. Além disso, os alunos do 7ºA tiveram
mais facilidade em identificar e relacionar as características de cada clima, bem
como localizá-los no território brasileiro.
Os números obtidos deixam claro que a utilização de imagens para a
aquisição do conhecimento é um grande auxiliar no processo ensino-aprendizagem.
Quanto ao GTR (Grupo de Trabalho em Rede), este foi um momento de muita
colaboração e participação dos envolvidos.
Os professores além de tecerem comentários sobre o projeto e a sua
importância na contribuição de um ensino mais eficaz e com melhores resultados,
puderam avaliar e opinar sobre as atividades que seriam propostas. Alguns
sugeriram novas atividades que acabaram por complementar e enriquecer ainda
mais o projeto. Outros previram dificuldades que apareceriam no caminho.
Esse momento foi importante pela troca de ideias, experiências, informações,
sugestões, que só vieram a somar na implementação das atividades. Foi
interessante porque os professores acreditaram na ideia do projeto e que este
poderia ser um grande auxiliar nas aulas. Além disso, este projeto não vai ficar
apenas no colégio onde trabalho, outros professores já o conheceram e estão
colocando em prática. Isto é gratificante e também uma forma de reconhecimento.
Considerações Finais
Grande parte das informações que recebemos todos os dias é visual, seja
através da televisão ou da internet.
Partindo deste pressuposto, e entendendo que é preciso inovar na
transmissão do conhecimento, se pensou então, desenvolver atividades com o uso
de imagens, utilizando os recursos disponíveis na escola, especialmente aqueles
que pudessem chamar maior atenção como o uso do computador e da Tv pendrive.
Este projeto não tem a pretensão de mostrar algo de extraordinário nem
descobrir a fórmula da aula perfeita. Mas ele propõe adotar uma metodologia que
está sendo deixada de lado por muitos professores que preferem uma aula menos
expositiva. Trabalhar com imagens pode exigir tempo para escolha das mesmas e
na preparação das atividades.
A divisão das atividades pelas turmas, adotando metodologias diferenciadas
em cada uma, foi proposital, no sentido de demonstrar os resultados entre elas.
Na turma onde o uso de imagens foi explorado houve grande participação e
envolvimento dos alunos nas atividades desenvolvidas. A atenção e interesse pelo
assunto foi maior. Para se ter ideia em números do percentual de alunos que
atingiram bons resultados na avaliação esse valor chega em torno dos 70%,
enquanto que na turma onde as atividades se basearam somente com o uso de
textos o interesse foi menor, a participação deles na construção de informações foi
menos ativa e o percentual na avaliação foi menor que 50% de alunos que
conseguiram bom aproveitamento.
Os resultados obtidos nesta prática pedagógica evidenciam que quando o
professor sai de sua área de comodismo e diversifica a maneira de transmitir o
conhecimento através de metodologias variadas, fazendo o aluno interagir com a
aula, a aprendizagem pode se tornar mais prazerosa e com melhores resultados. Do
contrário, o professor que prioriza uma aula teórica, onde o aluno é apenas
recebedor do conhecimento pronto e acabado, sem se fazer uma construção e
reflexão sobre aquilo que está sendo estudado, a aula se torna monótona, cansativa,
os alunos menos interessados e, por consequência, aprendem menos.
Referências
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2010.-(Coleção geografia global)
AYOADE, Johnson Olaniyi. Introdução à Climatologia para os Trópicos.14.ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. 350 p. Tradução de: Maria Juraci dos Santos.
BOLIGIAN, Levovet al. Geografia espaço e vivência: introdução a ciência
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NASCIMENTO, Claudinei Ferreira do. A Geografia e as novas teias da Aranha
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Múltiplas
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Londrina:
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AGB/Londrina, 2004.
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WEISS, Alba Maria Lemme; CRUZ, Lúcia Reis Monteiro da. A informática e os
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ZATTA, Celia Inez. O uso de imagens como recurso metodológico para estudar
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