“todos os bancos e famílias portuguesas” iam à falência

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Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição de hoje do Jornal de Negócios on line
Economia
António de Sousa
Se Portugal saísse do euro “todos os bancos e
famílias portuguesas” iam à falência
O presidente da APB afasta um cenário de bancarrota, mas admite que os bancos nacionais estão a
ter problemas de financiamento. Em entrevista à Rádio Renascença, António de Sousa afasta o
cenário de Portugal sair do euro, pois todos os bancos e famílias portuguesas iriam à falência e
salienta que "não há financiamento" para mega-projectos.
Jornal de Negócios Online
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O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) afasta um
cenário de bancarrota, mas admite que os bancos nacionais estão a ter
problemas de financiamento. Em entrevista à Rádio Renascença, António
de Sousa afasta o cenário de Portugal sair do euro, pois todos os bancos
e famílias portuguesas iriam à falência e salienta que "não há
financiamento" para mega-projectos.
Em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Rádio Renascença,
António de Sousa revela que as dificuldades começaram em Fevereiro e não são “de curto prazo”.
“Se o mercado internacional e o mercado interbancário se mantiverem com as condições das
últimas semanas, ou até diria dos últimos dois meses, a situação, progressivamente, torna-se mais
complexa, nomeadamente para o próximo ano. A gravidade da situação é a sua manutenção
durante muito tempo”, adverte o antigo governador do Banco de Portugal, em entrevista à Rádio
Renascença.
Neste momento, a questão da liquidez está a ser “resolvida através do acesso ao Banco Central
Europeu” (BCE), mas se o problema persistir durante muito tempo, “pode tornar-se complicado”.
Sobre as quedas sucessivas da Bolsa, António de Sousa considera que estamos em “permanente
desequilíbrio”, a volatilidade e a especulação “são enormes” e também faltam “medidas
estruturais”.
António de Sousa considera que as medidas de austeridade do governo foram “longe no lado do
aumento da receita”, mas mostra-se, no entanto, preocupado com a falta de clarificação dos cortes
na despesa do Estado, nomeadamente dos mega-projectos como o novo aeroporto, o TGV, a
terceira travessia do Tejo ou as auto-estradas.
O não adiamento das grandes obras públicas cria “um problema de financiamento muito
complicado”, avisa. “Eu não estou sequer a pronunciar-me se são bons ou são maus… neste
momento não há dinheiro para eles, não há financiamento para eles, pelo menos”, frisa.
Questionado sobre a possibilidade de Portugal deixar o euro, mesmo que de forma temporária,
António de Sousa não defende essa saída.
“Muito provavelmente, o que aconteceria numa saída do euro seria, imediatamente, seguida pela
falência de todos os bancos e das famílias portuguesas”, diz o antigo governador do Banco de
Portugal.
2010.05.26
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