Caracterização morfológica dos efeitos do desuso sobre músculos esqueléticos fenotipicamente distintos de camundongos transgênicos hiperexpressantes da proteína de choque térmico induzível 70 Débora C. Rodrigues1, Tábata L. Nascimento1, Ruben Mestril2, Elen H. Miyabara1 1 Departamento de Anatomia, Instituto de Ciências Biomédicas, USP, SP, BR 2 Physiology Department, Loyola University of Chicago, IL, U.S.A. 1. Objetivos Investigar o papel da proteína de choque térmico 70 induzível (HSP70i) em aspectos, histológicos (morfologia geral e número de células satélites) e funcionais (contração muscular) da atrofia muscular. 2. Materiais e Métodos Foram utilizados camundongos transgênicos hiperexpressantes de HSP70 (HSP70i) doados pela Loyola University of Chicago. Com esses animais montou-se os grupos controle e imobilizado por 7 dias. Os animais foram sacrificados, os músculos sóleo (SOL) e extensor longo dos dedos (EDL) foram removidos e destinados para a histologia. Na histologia, secções transversais de 10 µm de espessura do músculo foram submetidas a imunohistoquímica para fibra muscular do tipo I e do tipo II (MHC I e MHC II, respectivamente) e para número de célula satélite (NCAM). Para os experimentos de contração muscular in vitro, foram utilizados animais exclusivamente para este fim e que pertenciam aos mesmos grupos citados anteriormente. Os músculos SOL e EDL foram, então, removidos e montados em comprimento constante em um banho de tecido contendo solução Krebs Ringer Bicarbonato oxigenada mantida à 37°C e gaseificada com 95% O2 - 5%CO2 constantemente[1]. Com base nesta montagem foram realizados experimentos de contração tetânica máxima, com duração de trem de pulso de 0,8 s e com estimulação da freqüência fixada a 100 Hz e então ajustada em incrementos de 50 Hz até se obter a força isométrica máxima. As contrações foram obtidas em gramas e normalizadas pelo peso muscular dos animais. 3. Resultados Os resultados mostram que a porcentagem de células satélites apresentou uma queda significativa nos músculos SOL e EDL dos animais WT pertencentes ao grupo imobilizado quando comparado ao grupo controle (1,6 e 2,3 vezes vs. controle, respectivamente). Em se tratando de imunohistoquímica, os resultados mostram que no músculo SOL, os dois tipos de fibras musculares (I e II) apresentaram diminuição de área de secção transversal no grupo imobilizado em relação ao grupo controle tanto para os animais WT como para os HSP70i (MHC I: 27% e 17%; MHCII: 31,5% e 32%, respectivamente); no músculo EDL, dos animais HSP e WT, apenas as fibras musculares do tipo II do grupo imobilizado apresentaram área de secção transversal menor em relação ao grupo controle (49,8% e 36,9%, respectivamente). Com relação aos resultados de contração tetânica máxima, os músculos SOL e EDL, observamos que houve queda somente no grupo imobilizado dos animais WT do músculo SOL (55% de queda). Por outro lado, os animais HSP70i não apresentaram alteração nos valores de contração tetânica máxima. 4. Conclusões Os nossos resultados sugerem que a hiperexpressão de HSP70i esteja envolvida na atenuação da perda de massa muscular após imobilização e também menor perda de função muscular. 5. Referências Bibliográficas [1] Segal, S. S., Faulkner, J. A. Temperaturedependent physiological stability of rat skeletal muscle in vitro. AJP - Cell Physiology, 1985.