Se tantos camin

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Ser Tão
4 - Vem
Luiz Delfim
Vem, me abre o seu coração
Suas matas, o seu sertão
Eu quero ver o mundo na palma de
1 - Paina
sua mão
Vem, na bola de cristal eu vejo
Como posso ver as coisas
De você um doce beijo
como elas são
Se tenho uma venda em meu
Eu quero me afogar na fonte do
desejo
coração?
Do amor, do amor, do amor
Se tantos caminhos serpenteiam
Vem das águas a minha paixão
por aí
Encantos, carinhos em que me perdi Cheiro de terra, de ribeirão
Tanto vento e brisa que mal dá pra Eu quero na loucura perder
toda a razão
respirar
Vem das notas de um realejo
Tanto tempo tenho tudo
Café, pão de milho e queijo
e algo a faltar
Vem das minas gerais a morena,
Como posso dizer que sou feliz
doce velejo
Se a incerteza já corrompe
Pro amor, pro amor, pro amor
minha raiz
Se tantos olhos já encontrei
Se nenhum olhar deixei
que fosse meu rei
5 - Vento doce
Se meu coração é paina que paira
no ar
Que revolve, volta e envolve
E um vento doce no ar
E não sabe parar no amor
E a fogueira a queimar, toda essa
lua a brilhar
Mas a manhãzinha, a acordar
2 – Não Olhe Agora
Nos encontra a sonhar
E uma viola a tocar, a tocar
Menina, não olhe agora, chove lá E um vento doce no ar
fora, é tão ruim
E a nossa rede a balançar, e o
Não olhe agora, chove lá fora
campo verde a se orvalhar
Menina, não olhe agora, venta lá Mas a manhãzinha, a acordar
fora, olhe por mim
Nos encontra a sonhar
Me olha agora, venta lá fora
E a viola se foi descansar
Dentro de mim
E um vento doce no ar
6 – São Lourenço (instrumental)
3 – Mirar Flores
Meus olhos vão mirar flores
Meu coração persegue mil amores
Mas hoje eu sou imensa mente só
Imensamente solidão
Teus olhos são jardins, são flores
Que guardam em teu seio mil
amores
Mas tu és só, inutilmente só
Perdidamente só
Meus olhos vão colher amores
7 - Às vezes
Às vezes fico pensando
Será que eu sou como sou?
Será que eu sou como não sou?
Pensando...
Às vezes fico sonhando
Será que eu estou acordado?
Será que eu não estou acordado?
Sonhando...
Às vezes dá em mim, saudades sem
natureza
De coisas que eu não conheci
De amores que nunca tive, que eu
nunca vi
8 - Longe vai o amanhã
Longe vai o amanhã que eu
imaginei pra ontem
Momentos vãos, por entre nãos
O meu sorriso eu perdi
Sofro a solidão que um dia me
encontrou
Tanto ela fez que me desfez
De meus caminhos me perdi
Ah, oh não, isso não } bis
Resta a ilusão de um dia ser feliz
Tanto lutei e mais não sei
Se não ganhei também não perdi
Provo a dor e o riso, tento ver o
amor
Quanto mais cresço, mais enrudesço
De meus sentidos me perdi
Ah, oh não, isso não } bis
9 – Sinimbu (instrumental)
10 - Mas não volto
Um grito alto que eu não escuto,
chora no asfalto, mas eu não luto
Pois sou estranho em meu lugar,
deixei em pranto um doce olhar
Mas não volto nunca mais
Gente que fala, mas nada diz,
invade a sala e a matriz
Rezam baixo, pedem perdão, é mas
eu acho, nunca terão
Mas não volto nunca mais
Ah, tivessem na mente, algo de
novo, inteligente
A alma de um povo
Se eles soubessem amar
11 - Vale de lágrimas
Desde que você se foi embora
Vivo num vale de lágrimas
Tudo que tenho e sou agora
Nada me dá alegria mais
Até as coisas que sempre me deram
felicidade
2
Brincadeira beira de rio, pelada pé
da estrada
Nada me diz, eu não ligo pra nada
Que até o trem, quando passa na
estação
Eu já não ligo não, pois longe está
meu coração
Cidade grande se tornou o seu
destino
E plantou saudade em quem teve de
ficar
Acho que a sina quer que eu viva
sozinho
Passo meu tempo garrando a
‘maginar
Que até o trem, quando passa na
estação
Eu já não ligo não, pois longe está
meu coração
14 – Reprocurar
Sim, ainda gosto de você, pois não é
fácil esquecer
Tudo o que você representou, nesta
parte de minha vida, amor
Eu quero reconhecer seus mistérios,
seu valor
Se tudo ficou assim, não se deve a
mim
Tentei tanto me esforçar, correnteza
não quis ajudar
E agora é compreender as coisas e
voltar
A reprocurar o amor
E voltar a reprocurar o amor
Descobri muita maldade
Em gente que só diz não
Tem gente que gosta assim
Mas eu vou na contramão
Vou matar minha saudade
Volto já pro meu sertão
Eu deixei meu coração
Procurei uma cidade
Encontrei muita maldade
Violência e solidão
Eu deixei o meu sertão
Recebi deslealdade
Procurei minha verdade
Em gente que só diz não
Tem gente que gosta assim
Mas eu vou na contramão
Vou matar minha saudade
Volto já pro meu sertão
15 - Vem deitar
17 – Muriqui (instrumental)
12 – Monção (instumental)
E não há nada a explicar, e não há
nada a entender
Que não caiba num só olhar, e em
minha mão a se estender
13 - Eu vou pro interior
Teus lábios palpitam por beijos,
tuas palavras são simples arquejos
Eu vou pro interior, eu quero ouvir Assuma a mulher que quer me
mil grilos em campos em flor
enlaçar - vem deitar
A noite derradeira, a fonte-ribeira
Assuma a vontade que te corrói,
cantando
pois nem todo orgulho tem razão
Andar ao léu olhando o céu, nuvens- Agora que teu coração já não dói,
castelos sonhando
teu corpo quer descanso, afeição
E o cheiro de canela das doces
Não disfarce, não minta, pois vejo
morenas brejeiras
em teu peito arfando o desejo
Viver a cantar e a olhar as aves
Se envolva, se enrole, deixe se
ligeiras
perder - vem deitar
Eu vou pro interior, eu quero ouvir Tristezas num sonho sempre há,
mil grilos em campos em flor
silêncio na vida de nós dois
O vento em minha cama, na rama e Mas o normal já há de voltar,
na folhagem
desculpas sempre ficam pra depois
Bolo de milho e café pra quem
Tua arma, a lágrima, o lenço, mas
estiver de passagem
querendo, num golpe te venço
O povo alegre e amigo, suor, ruga e Mas te quero somente por amor calor
vem deitar
A noite escura, o pio da coruja e a
gente no cobertor
Eu vou pro interior, eu quero ouvir 16 - Meu Sertão
mil grilos em campos em flor
Eu deixei o meu sertão
Procurei minha verdade
Encontrei uma cidade
Com violência e solidão
Eu usei meu coração
Recebi deslealdade
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