ALAN

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O processo de mutação na paisagem no município de Iguape: A
importância do patrimônio histórico e a mudança de características ao
longo do tempo
Orientador: Prof. Dr. Nécio Turra Neto
Aluno: Alan da Silva Vinhaes
Presidente Prudente-SP
2017
Sumário
Resumo .................................................................................................. 3
1.Introdução e Justificativa do tema ....................................................... 3
2.Objetivo Principal................................................................................. 7
2.1.Objetivos Específicos ....................................................................... 7
Referência .............................................................................................. 7
Resumo
A pesquisa visa em si o processo de mutação da paisagem na cidade de
Iguape- SP, verificando a relação espaço-tempo na formação e consolidação deste
sítio urbano, com influência do período colonial, da economia aurífera e do arroz até
a contemporaneidade.
Portanto, Iguape se estabelece no entendimento de sua
totalidade, e os processos de transformação que ali ocorreram.
Palavras-chaves: Iguape-SP, Mutação da Paisagem, Paisagem
1.
Introdução e Justificativa do tema
Na Geografia Tradicional (1870-1950) que o conceito de paisagem é
privilegiado, juntamente com o de região, volvendo em torno deles a discussão
sobre o objeto da geografia e a sua identidade no âmbito das demais ciências. A
geografia alemã ao introduzir o conceito da paisagem como categoria científica trata
como um conjunto de fatores naturais (Schier, 2003).
Friedrich
Ratzel
utilizou
o
conceito
da
paisagem
em
uma
forma
antropogênica, demonstrando que ela é o resultado do distanciamento do espírito
humano do seu meio natural. Desta forma, descreve uma dialética entre os
elementos fixos da paisagem natural, como o solo, os rios, etc, que influenciam na
produção as sociedades humanas. Ratzel aborda o conceito em um caráter geodeterminista, senda a natureza como condicionante nas relações antrópicas (Schier,
2003).
Os autores franceses, sob influência de Paul Vidal de la Blache e Jean
Rochefort, caracterizaram a paisagem descrevendo que não é a simples adição de
elementos geográficos disparatados. É uma determinada porção do espaço,
resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos,
biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da
paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução (Vitte, 2007).
Pode-se dizer que o conceito de paisagem foi originalmente ligado ao
positivismo, na escola alemã, numa forma mais estática, onde se focalizam os
fatores geográficos agrupados em unidades espaciais e, numa forma mais dinâmica,
na geografia francesa, onde o caráter processual é mais importante. Ambas tratam a
paisagem como uma face material do mundo, onde se imprimam as atividades
humanas (Schier, 2003).
Com o avançar dos séculos a paisagem perde a sua importância, sendo
considerada muitas vezes como um conceito adjacente, como exemplo, a
abordagem neopositivista direcionou para o termo região tentando dar enfoque ao
processo de abstração da realidade física, conforme a sua metodologia quantitativa.
A Geografia marxista (materialista) define como um produto territorial da ação entre
capital e trabalho (Schier, 2003).
Essa ação do capital revela o embate entre os espaços vividos (em que
aparece através das subjetividades e dos lugares simbólicos), contraposto com a
injeção na atualidade de grandes corporações financeiras nos lugares, o que tem
ocasionado relações de poder, revelando os espaços livres, e os espaços
construídos.
Pensando nessa articulação a cidade de Iguape, se destaca pela sua
singularidade, em que o espaço simbólico releva-se muito mais predominante que
os agentes hegemônicos. A área ao longo de sua historicidade foi perdendo
características econômicas pelo fracasso da construção do seu canal para
evacuação do arroz, posteriormente por não estar na rota canavieira, o que
resultaram em uma economia voltada para o turismo, que se tem preservado até na
atualidade.
Destaca-se também o estadunidense Carl Sauer, com sua obra intitulada “The
Morphology of Landscape”, de 1925, este utiliza o termo paisagem para estabelecer
o conceito unitário da Geografia, considerada como sendo uma fenomenologia das
paisagens. Sauer, na sua obra supracitada, foi um dos primeiros geógrafos a tratar a
geografia de maneira integrada, privilegiando, ao mesmo tempo, os fatores naturais
e sociais, inserindo a compreensão da categoria paisagem como elo integrador
desses fatores.
Dessa maneira, (SAUER 1925 apud CORRÊA, 1998, p.13) define a paisagem
como sendo,
Uma área composta por associação distinta de formas, ao mesmo
tempo físicas e culturais, onde sua estrutura e função são
determinadas por formas integrantes e dependentes, ou seja, a
paisagem corresponde a um organismo complexo, feito pela
associação especifica de formas e apreendido pela análise
morfológica, ressaltando que se trata de uma interdependência entre
esses diversos constituintes, e não de uma simples adição, e que se
torna conveniente considerar o papel do tempo.
Tanto para o autor Bertrand (1971) quanto Tricart (1976), da escola francesa,
segue a mesma linha de raciocínio de Carl Troll, na qual se apoiam na abordagem
taxonômica, tipológica e dinâmica, e define a paisagem como sendo “Certa porção
do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto, instável, de elementos
físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros um
conjunto único e indissociável.” (BERTRAND, 1971 apud GUERRA; MARÇAL, 2006,
p. 111-112).
O estudo aqui explanado visa debruçar-se diante da composição paisagística
do município de Iguape, bem como averiguar as funcionalidades urbanas
empregadas em suas edificações considerando o período histórico ao qual a cidade
esteve submetida.
Para tanto partiremos da hipótese que o município devido à
influência do período colonial e da economia aurífera e do arroz sofreu e/ou passa
por um processo de permutação pouco intenso o que lhe permitiu a preservação ou
conservação de seu mosaico paisagístico colonial e reconfiguração de suas funções
tornando sua economia típica do turismo.
O município de Iguape se localiza ao sul do estado de São Paulo no Vale do
Ribeira, pertencente à Microrregião Geográfica de Registro e a Mesorregião
Geográfica de como demonstra a figura 1, com uma estimativa de 28.841 habitantes
como aponta IBGE (2010).
Figura 1. Mapa da Localização do município de Iguape-SP
Em vista da conjuntura inicial posta em questão, destaca-se a importância da
categoria paisagem na analise de sítio urbano, e seu processo de mutação ao longo
da história, que floresce uma ação de planejamento assumindo paisagens com um
formalismo geometrizante, neomodernismo, neo-ecletismo, pós-modernismo e
ambientalismo, a partir dos anos 90.
Esse planejamento ou a falta do mesmo revelam o embate entre os espaços
vividos (em que aparece através das subjetividades e dos lugares simbólicos),
contraposto com a injeção na atualidade de grandes corporações financeiras nos
lugares, o que tem ocasionado relações de poder, revelando os espaços livres.
Para tanto iremos nos valer de um referencial bibliográfico consistente que
visa encarar a heterogeneidade e homogeneidade do espaço urbano de Iguape
assim como afirma Santos (2004) ao tratar do espaço como o espaço é a
acumulação desigual dos tempos, não menos importante iremos utilizar do aparato
técnico visual para melhor apreensão das transformações da paisagem urbana,
assim como relatos, depoimentos e outros instrumentos que possam complementar
as análises e assim apresentar objetivamente os resultados auferidos.
O autor supracitado propõe a identificação dos processos sócios espaciais,
através de sua totalidade, assim o estudo, o estudo do espaço aparece herdado
através da reconstrução do Espaço em diversas gerações precedentes. Essa
geração evidencia o processo de mutação da paisagem, podendo ter maior ou
menor dinamismo pelos processos técnicos-científicos e presença da globalização.
A escala local é importante, pois “é o lugar que oferece ao movimento do
mundo a possibilidade de sua realização mais eficaz. Cada lugar se define tanto
por sua existência corpórea, quanto por sua existência relacional”. Dessa forma, o
lugar deve ser apreendido como “um cotidiano compartido entre as mais diversas
pessoas, firmas e instituições – (onde) cooperação e conflito são à base da vida
em comum” (SANTOS, 1996, p.258).
Em vista da conjuntura inicial posta em questão, destaca-se a importância da
categoria paisagem na análise de sítio urbano, na qual advém de um processo de
construção desde a sua formação histórica do município de Iguape.
Com a realização da pesquisa, pretende-se analisar o município de Iguape no
entendimento de sua totalidade, e os processos de transformação que ocorreram em
um acúmulo desigual de tempos, evidenciando alguns pontos que se mostraram
críticos para a análise bem como seu processo de mutação.
2.
Objetivo Principal
Analisar o processo de mutação de uma paisagem urbana no município de
Iguape, localizado no estado de São Paulo visando enquadrar suas preservações
e/ou conservação da paisagem urbana.
2.1. Objetivos Específicos

Discutir brevemente o papel do município desde sua fundação;

Compreender a heterogeneidade e homogeneidade do espaço central no
município;

Identificar através de referencial bibliográfico e visual como e por que
através dos anos as edificações e a configuração paisagística foram
adquirindo outras funções.
Referência
GUERRA, Antônio José Teixeira; MARÇAL, Mônica dos Santos. Geomorfologia
Ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. 192 p.
IBGE.
Instituto
Brasileiro
de
Geografia
e
Estatística.
em<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=352030>
Disponível
Acesso
em
06/12/2016.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. 1982. Espaço e tempo: compreensão materialista
dialética in SANTOS, Milton (org.) Novos Rumos da Geografia Brasileira. São
Paulo: Hucitec.
SANTOS, Milton. 1978. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Edusp.
SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e tempo. Razão e Emoção. São
Paulo: Edusp, 2004. 4. ed.
SAUER, C. O. A morfologia da paisagem. 1925. In: ROSENDAHL, Z.; CORRÊA,
Roberto Lobato. Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1998. pp.1274.
SCHIER, Raul Alfredo. Trajetória do conceito de paisagem na Geografia. Revista
RAEGA, Curitiba, n. 7, p. 79-85, 2003. Editora UFPR.
VITTE, A. C. O desenvolvimento do conceito de paisagem e sua inserção na
geografia física. Mercator - Revista de Geografia da UFC, ano 06, número 11,
2007.
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