ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I Versão Online OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DO TEMA MOVIMENTO E CONSERVAÇÃO Eliane Damiani1 Sandro Aparecido dos Santos2 RESUMO: O presente artigo compreende o resultado da aplicação do projeto de intervenção pedagógica com alternativas metodológicas para o estudo da mecânica. Ele foi implementado no Colégio Estadual Laranjeiras do Sul E.F.M., no município de Laranjeiras do Sul – PR. Visamos promover uma aprendizagem significativa que suprisse as dificuldades encontradas durante o processo de ensino e aprendizagem. Desenvolvemos estratégias de ensino no intuito de facilitar a compreensão do aluno. Para isto, o estudo abordou: concepções que os estudantes levam para a sala de aula; o uso de ferramentas midiáticas que favorecessem a fixação dos conceitos físicos abordados à fim de instigar nos alunos a busca pela pesquisa; articulação teoria e práxis usando material alternativo de baixo custo. A problemática que motivou o estudo justifica-se pelas dificuldades do educando ao se adaptar com a nova disciplina curricular, objetivando expor meios alternativos para o ensino dos conteúdos específicos da disciplina, visando capacitar e estimular o interesse nos alunos, de modo a facilitar a compreensão acerca dos conceitos físicos da mecânica, buscando um ensino que prime o entendimento deles, trazendo procedimentos diferenciados para o aumento das possibilidades compreensivas dos discentes dentro de suas subjetividades. O projeto ainda foi discutido no Grupo de Trabalho em Rede (GTR), que propiciou diálogo com outros profissionais da educação, enriquecendo as ações pedagógicas. Percebemos com os resultados obtidos com o emprego de metodologias diversas promove maiores possibilidades educativas no ideário de assimilação dos discentes, permitindo maiores possibilidades educativas. Palavras – Chaves : Ensino Médio. Ensino de Física. Movimento. Conservação. 1 INTRODUÇÃO Devido às dificuldades encontradas na primeira série do Ensino Médio na disciplina de Física, esta proposta busca processos educacionais alternativos para o ensino dos conteúdos específicos da disciplina, visando capacitar e estimular o interesse dos alunos, de modo a facilitar a compreensão acerca dos conceitos físicos da mecânica, abordando os conteúdos básicos de velocidade, aceleração e força, sendo estes, auxiliares no estudo do Movimento e Conservação, intensificando com isso o processo de ensino/aprendizagem. Nesta abordagem propiciamos uma aula com maior autonomia em suas ações no cotidiano escolar, promovendo abordagens científicas que instiguem o senso crítico através de aulas experimentais, concedendo metodologias que respondam às necessidades educacionais e se adequem ao sistema de ensino. 1 Professora Estatuária da Rede Pública Estadual do Paraná, lotada no Colégio Estadual Laranjeiras do Sul E.F.M. Graduada pela Universidade Estadual do Centro Oeste UNICENTRO Curso de Matemática, Licenciatura Plena com Habilitação em Física. Especialista em Didática e Metodologia do Ensino. 2 Professor da UNICENTRO. Doutor em Ensino de Ciências pela Universidade de Burgos – Espanha. Vice Coordenador do Programa de Pós-Graduação – Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Naturais e Matemática. De acordo com Moreira (1997, p. 34) “Um bom ensino deve ser construtivista, promover a mudança conceitual e facilitar a aprendizagem significativa.” Neste contexto, temos que pensar num ensino de Física que leve o aluno a melhor compreender as informações que recebe em sala de aula. Nesta perspectiva, é fundamental que o professor aja como mediador educativo, proporcionando ao aluno uma maior gama de possibilidades para o seu entendimento. É neste momento que além de esclarecedor, o professor deve fomentar nele a busca pelo conhecimento, instigando-o a assumir um papel de pesquisador. Na contemporaneidade encontramos uma pluralidade midiática, há uma troca de informações e notícias constantemente, que devem ser utilizadas como ferramentas favoráveis à educação. Para que isso seja possível, o profissional de sala de aula deve nortear esta adequação da educação com a cyber cultura que se forma, instigando nos alunos a busca pela pesquisa, pois, ao se utilizar destes recursos tecnológicos, a fixação do conteúdo e a formação de um educando com postura crítica e investigativa é evidenciado. Deve ainda, proporcionar ao estudante aportes que concretizem sua compreensão perante os conceitos físicos através da experimentação e do uso das ferramentas tecnológicas que estão presentes no cotidiano. Neste embase, o presente trabalho foi desenvolvido com alunos da 1º série do Ensino Médio, associando os experimentos, pesquisa e o uso das ferramentas tecnológicas com conceitos físicos, frisando a abordagem conceitual qualitativa. O projeto foi usado como ferramenta de pesquisa no Grupo de Trabalho em Rede – GTR, dialética que permitiu a flexibilização das metodologias adotadas, discussões perante os resultados e as possibilidades educacionais, gerenciando novas propostas de intervenções pedagógicas. Partimos da incógnita inter-relacional entre o emprego de metodologias alternativas e o uso de ferramentas midiáticas como facilitadores e estimuladores da aprendizagem. Exploramos as possibilidades metodológicas para o Ensino de Física no conteúdo de Movimento e Conservação, abordando a parte clássica, através da proposta de atividades experimentais, pesquisa e o uso das ferramentas tecnológicas, propostas ensino/aprendizagem. essas que buscaram auxiliar no processo Assim, procuramos com estas metodologias que os conteúdos explanados fossem vivenciados além da vida escolar, onde haja uma apropriação por meio do aluno, em que este seja capaz de unificar a teoria e a prática, atingindo progressivamente o desenvolvimento de suas capacidades mentais. Em curso, descreve os resultados das estratégias adotadas para o desenvolvimento de metodologias auxiliadoras na proposta de ensino alternativa, encaminhando os alunos a uma formação ampla e adequada acerca das necessidades que regem o mundo contemporâneo. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A educação acontece de formas diversas, e a escola tem a função de transmitir os conhecimentos acumulados e criar posturas sociais, proporcionando equilíbrio entre os conhecimentos científicos e filosóficos, que são aprendidos na cultura micro do indivíduo. Assim, buscamos um ensino que prime o contexto individual e o desenvolvimento processual subjetivo. O processo de ensino se caracteriza pela combinação de atividades entre o professor e os alunos, em que gradativamente estes evoluem suas capacidades intelectivas, sendo que a eficiência deste trabalho dependente do direcionamento dado pelo professor a este, pois, é a relação objetivo-conteúdo que determina o método para atingir os objetivos, que implicam numa sucessão sistematizada e planejada de ações. Em virtude da necessária vinculação dos métodos de ensino com os objetivos gerais e específicos, a decisão de selecioná-los e utilizá-los nas situações didáticas específicas depende de uma concepção metodológica mais ampla do processo educativo. (LIBÂNEO, 1994, s/p) Neste sentido ao afirmar que o professor “tem método”, é lhe atribuir mais do que o domínio de procedimentos, pois, o método expressa uma compreensão global do processo educativo da sociedade, que ao ser dirigido pelo profissional de sala de aula promove a interação entre ensino e aprendizagem consolidando os conhecimentos às condições concretas das situações didáticas. Assim, a didática de ensino necessita de consistência entre a dimensão conceitual da aprendizagem disciplinar com a dimensão formativa e cultural, propondo, desta maneira, novas dimensões curriculares organizadas de forma equilibrada. As recentes investigações parecem mostrar que deixando como atividades separadas a resolução de problemas, a teoria e as aulas práticas, os alunos acabam com uma visão deformada do que é ciência, já que na realidade do cientista essas formas de trabalho aparecem muito relacionadas umas com as outras, formando um todo coerente e interdependente. (CARVALHO, 2006, p. 19) Diariamente a Física está em contato com as ações humanas, seja ao se levantar, ao tomar banho ou ao um simples tocar do despertador, sendo assim, o conhecimento quanto as suas leis e princípios é fundamental. O estudo da Física permite o conhecimento das leis gerais da Natureza que regulam o desenvolvimento dos fenômenos verificados no Universo, as quais embasam esclarecimentos criando processos concretos. O Universo não é um conjunto de acontecimentos independentes, mas sim, todos constituem manifestações evidentes que o equiparam como um todo. As leis que regulam o movimento dos corpos, descobertas por Newton, e o seu caráter universal serviram de base para a idealização deste panorama geral do Universo. As leis de Newton obedecem com exatidão tanto os grandes astros como as pequeníssimas partículas de areia agitadas pelos ventos. O próprio vento obedece às mesmas leis, pois que consta de partículas de ar invisíveis a olho nu. (PRÄS, s/d). Para que seja possível a concretização dos conceitos físicos além das definições teóricas, a exemplificação age como facilitador na compreensão por meio dos discentes. É indispensável que a experimentação esteja sempre presente ao longo de todo o processo de desenvolvimento das competências em Física, privilegiando-se o fazer, manusear, operar, agir, em diferentes formas e níveis. É dessa forma que se pode garantir a construção do conhecimento pelo próprio aluno, desenvolvendo sua curiosidade e o hábito de sempre indagar, evitando a aquisição do conhecimento científico como uma verdade estabelecida e inquestionável. (BRASIL, 2002, p. 84). Neste contexto, com o estímulo do professor o discente consegue concretizar os conteúdos em Física, onde a prática ilustra a teoria previamente trabalhada, facilitando o entendimento e agindo como motivador para a empatia disciplinar. Partindo de um ensino que objetiva aos alunos do Ensino Médio uma formação geral e específica que os capacite nas habilidades de pesquisa buscando informações e identificando hipóteses, a resolução de problemas oportuniza ao professor a problematização de situações do cotidiano do aluno. A substituição dos dados numéricos por “dados literais” (letras que representam as grandezas envolvidas) em um bom número de situaçõesproblema tradicionalmente propostas ao aluno e nos exemplos discutidos em sala de aula é condição indispensável para que o estudante assimile e ponha em prática uma metodologia mais eficiente e produtiva na abordagem de problemas. (PEDUZZI; PEDUZZI. In: PIETROCOLA, 2005 p. 104 apud PARANÁ, 2008, p. 68). Buscando exceder as dificuldades encontradas pelos professores em sala de aula ao delegar metodologias diferenciadas na dinâmica de suas aulas, sugere-se uma consolidação quanto à experimentação em Física como forma de integração dos conteúdos. Deve-se explorar os conceitos físicos desprendendo-se da prática abusiva da matematização, legitimando a teoria por meio da práxis experimental. A experimentação, no ensino de Física, é importante metodologia de ensino que contribui para formular e estabelecer relações entre conceitos, proporcionando melhor interação entre professor e estudantes, e isso propicia o desenvolvimento cognitivo e social no ambiente escolar. (PARANÁ, 2008, p. 56) Para que a haja uma ruptura quanto aos métodos tradicionais de ensino, o educando deve adaptar a cultura midiática que se insere fortemente na vida do adolescente em benefício da educação, proporcionando a estes ferramentas que auxiliem no seu processo de formação, os auxiliando na forma e onde pesquisar, fazendo com que estes assumam perfil crítico na hora de utilizar estes mecanismos de busca. [...] os professores devem superar a visão do livro didático como ditador do trabalho pedagógico, bem como a redução do ensino de Física a memorização de modelos conceitos e definições excessivamente matematizados e tomados como verdades absolutas, como coisas reais. (PARANÁ, 2008, p. 50) Portanto, se faz necessário o aperfeiçoamento das metodologias utilizadas nas aulas de Física, estabelecendo um comprometimento com a qualidade de ensino, em que, o professor tem como função nortear a educação, promovendo um resgate nos valores éticos, comprometendo-se com o trabalho permeado pela organização, disciplina, e criatividade em suas estratégias educacionais. 2.1. Ensino de Movimento e Conservação No estudo do Movimento, é imprescindível trabalhar conceitos de conservação, pois eles estão consolidados na própria concepção do desenvolvimento histórico da Física, sendo de suma importância no processo pedagógico, a valorização do conhecimento empírico dos estudantes, fator que possibilita um estímulo espontâneo por meio deles. A problematização do processo de ensino propicia o surgimento de ideias que possibilitam potencializar a aprendizagem, onde a criação de situações permite o desenvolvimento reflexivo do discente. No intuito de obter uma proposta de ensino que seja condizente com os objetivos propostos no projeto, e ainda que estimule os estudantes do Ensino Médio a assumir uma postura investigativa quanto aos conceitos relacionados ao tema Movimento e Conservação, buscamos através da experimentação, da pesquisa e de outras atividades, facilitar o processo de aprendizagem do aluno. Segundo, CARVALHO (1989) “a conservação da quantidade de movimento foi o germe da Física clássica e desempenhou um papel básico na formulação das leis de Newton”, portanto, o tema consegue estabelecer relações entre conceitos básicos de massa, velocidade, tempo, força e aceleração, os quais se apresentam necessários para o entendimento do conteúdo em sua estância mais complexa. Destaca-se o livro I do Principia (NEWTON, 2008), onde se apresenta o primeiro conceito de Movimento, o qual ao ser discutido denota noções quanto a Conservação. O movimento do todo é a soma dos movimentos de todas as partes; portanto, em um corpo com o dobro da quantidade, com igual velocidade, o movimento é duplo; com o dobro da velocidade, é quádruplo. (NEWTON, 2008, p.40) Atualmente, o que conhecemos como quantidade de movimento ou momento linear, era o que Newton chamava de “movimento”. Nesta perspectiva, as leis de Newton tornam a compreensão dos movimentos e suas causas mais lógicas, pois, explicam através das interações entre corpos como uma força provoca variação na quantidade de movimento. Trabalhar o movimento e a conservação requer uma sequência de raciocínio, aliada a atividades diversas que pode levar o aluno a uma prática investigativa. É válido ressaltar que as aulas devem ser construídas dentro de um tempo estimado, contemplando as alegações orais e escritas para expor os argumentos e justificativas dos discentes, diante da problematização apresentada. Uma problematização que visa á construção da noção de quantidade de movimento e sua conservação e, em seguida, introduzimos atividades que estimulam a reflexão sobre as três leis Newton. (BELLUCCO; CARVALHO, 2013, s/p). Sendo assim, a problematização visa construir uma noção de quantidade e movimento e sua conservação, em sequência, com a introdução de exercícios que estimulem a reflexão. Eles podem agir como facilitadores no ensino/aprendizagem, pois, consolidam a abstração do conteúdo exposto fazendo com que o educando adentre o conhecimento, que ao ser considerado em seus diferentes níveis, seja de raciocínio ou de gerenciamento de classe, evitando apenas a exposição de conteúdos sem significado. É de suma importância lembrar que a mecânica é uma ciência bastante antiga e sempre esteve presente no cotidiano do homem, sendo interessante para entender como o movimento pode ser analisado nos corpos. Assim, este estudo em Física pode evidenciar para os educandos as relações entre o mundo, fazendo uma ponte da realidade com os conteúdos discutidos. 3 APLICAÇÃO E RESULTADOS DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA A proposta foi realizada com alunos da 1ª série do Ensino Médio, no Colégio Estadual Laranjeiras do Sul, no município de Laranjeiras do Sul, no Estado do Paraná. O projeto foi executado em duas turmas distintas, sendo uma experimental e a outra controle. Com o objetivo de auxiliar na execução deste projeto, foi elaborado um material didático, denominado Unidade Didática, o qual ilustrou e articulou os conteúdos que foram abordados. Primeiramente, o projeto foi exposto à equipe gestora do colégio, aos professores e ao conselho escolar, e posteriormente, teve sua efetivação no meio discente, no período de julho a outubro de 2015. O trabalho foi desenvolvido em trinta e duas aulas, distribuídas em oito encontros. Onde os alunos realizaram as atividades relacionadas ao conteúdo estruturante Movimento, com leituras, interpretações, experiências, ferramentas midiáticas, simuladores, produções de relatórios e resolução de problemas. 3.1 Etapa 01 Partindo de um ensino que objetiva aos alunos do Ensino Médio uma formação geral e específica que os capacite nas habilidades de pesquisa buscando informações e identificando hipóteses, o uso de metodologias diferenciadas, oportuniza ao professor a problematização de situações do cotidiano do aluno. A substituição dos dados numéricos por “dados literais” (letras que representam as grandezas envolvidas) em um bom número de situaçõesproblema tradicionalmente propostas ao aluno e nos exemplos discutidos em sala de aula é condição indispensável para que o estudante assimile e ponha em prática uma metodologia mais eficiente e produtiva na abordagem de problemas. (PEDUZZI; PEDUZZI. In: PIETROCOLA, 2005 p. 104 apud PARANÁ, 2008, p. 68). Desta maneira, no primeiro contato com os alunos foi apresentado a temática, expondo as atividades que seriam trabalhadas no decorrer do processo de implementação, tendo como ponto de partida a leitura do texto Introdução ao estudo da Física (BONJORNO, et. al. 2013, p. 12), com pretensão de ilustrar aos alunos os conceitos físicos presentes no cotidiano, para então aplicar uma avaliação diagnóstica, na forma de pré-teste, problematizando a aula e verificando o nível de conhecimento do aluno perante o conteúdo. Notou-se, que a física ainda parece muito abstrata aos alunos, sendo de difícil percepção a eles o vínculo com atividades corriqueiras e comuns ao dia-a-dia. 3.2 ETAPA 02 No estudo do conteúdo estruturante Movimento, é imprescindível trabalhar conceitos tais como velocidade vetorial, aceleração vetorial, aceleração centrípeta, aceleração gravitacional, força peso, força normal, força centrípeta, energia potencial elástica, energia cinética, energia potencial gravitacional, pois eles estão consolidados na própria concepção do desenvolvimento histórico da Física, sendo de suma importância no processo pedagógico, a valorização do conhecimento empírico dos estudantes, fator que possibilita um estímulo espontâneo por meio deles. De acordo com Bellucco e Carvalho (2013) o processo de um estudo “é desencadeado por uma problematização e propícia ao surgimento de idéias que são justificadas até chegar a uma explicação e com isso potencializar a aprendizagem” dos educandos. Criar situações que a Física apresenta é buscar e intervir num processo educativo e num desenvolvimento consideravelmente reflexivo. Neste enfoque, no segundo encontro buscando exemplificar os conceitos presentes no conteúdo movimento, houve problematização prática utilizando uma pista de carrinhos de looping, em que foi notável a empolgação e participação ativa de todos os alunos na atividade. No intuito de teorizar a prática, foi transmitido o vídeo Mecânica a Ciência dos Movimentos (YOUTUBE, 2015), e solicitado a anotação perante possíveis dúvidas. Na sequência, tendo como aporte o texto As estrelas fixas estão em movimento (TOSCANO; GONÇALVES, 2012, p. 200), os conceitos físicos de movimento e repouso foram contextualizados. Com os resultados das atividades teóricas e de cálculo aplicadas em seguida, percebeu-se que o contato prático com a teoria permitiu maior gama compreensiva e esclarecedora aos alunos, os quais tiveram resultados favoráveis, relatando a experiência como além de divertida, uma ferramenta que serviu para ampliar o olhar perante um simples brinquedo e suas relações com a física, facilitando a aprendizagem e a compreensão perante os conceitos abordados. 3.3 ETAPA 03 Deslocar-se de uma posição a outra, estimar velocidades durante viagens, encontrar endereços, todas estas ações corriqueiras enquadram-se na cinemática, especificamente na cinemática vetorial. Ao primeiro contato com o conteúdo, as discussões foram embasadas pelo texto Vetores Velocidade Média e Instantânea (TOSCANO; GONÇALVES, 2012, p. 196). O que denominamos velocidade média de um objeto é definido como a razão entre o deslocamento efetuado e o intervalo de tempo necessário para realizá-lo. Esta forma de definir velocidade incorpora a necessidade de considerar a direção e o sentido em que ocorre este deslocamento. Quando discutimos o conceito de quantidade de movimento, chamamos a atenção para o fato de que este conceito levava em conta a direção e o sentido da velocidade com que se deslocavam os objetos analisados. (GREF, 2002, p. 197) Quando conceitos físicos são abordados inúmeras vezes deve-se caracterizálos com uma unidade de medida, porém, para grandezas como posição, deslocamento, velocidade e aceleração, não basta apenas inserir uma unidade, é necessário conhecer a intensidade, sentido direção no espaço, e é a isto que a cinemática vetorial se encarrega. Assim, a prática se deu na quadra poliesportiva, onde divididos em grupos, ficaram incumbidos de calcular a velocidade média individual de uma caminhada, corrida e pedalada. Para proposta seguinte visando fixação do conteúdo, seria necessário o uso do Laboratório de Informática, para prática com o simulador de velocidade, Homem em Movimento (PHET. COLORADO, 2015), porém, apenas dois computadores estavam em bom funcionamento. Desta maneira, a atividade foi encaminhada a domicílio e solicitado relatório perante a experiência. Ao término, foram realizadas atividades complementares de caráter quantitativo que permitiram notar o aumento da compreensão e apropriação dos discentes perante os conteúdos trabalhados, tornando a aprendizagem mais significativa. Novamente, as atividades mostraram resultados satisfatórios, pois ao permitir o contato direto com os conceitos e decorrente prática, os alunos se aproximam e se apropriam do que antes se mostrava abstrato. 3.4 ETAPA 04 Em Física, o movimento é um fenômeno físico que acarreta na mudança de posição de um corpo que está absorto num conjunto ou sistema, sendo a mudança de local, tratando-se dos outros corpos, que servirá como referencial para que o deslocamento seja notado, fator possível graças a trajetória que o corpo deixa. A ciência responsável pelo estudo do conteúdo movimento é a mecânica, a qual busca descrever o movimento. O Documentário Galileu, o mensageiro das estrelas (BRASIL.MEC), seguido do texto do Galileu e o estudo dos movimentos (TOSCANO; GONÇALVES, 2012, p. 207), regeram as discussões e foram temas das atividades de cálculo. Para prática, foram realizadas atividades avaliativas, sendo um relatório do vídeo, onde pudemos observar que os objetivos referentes a esta atividade foram satisfatórios no qual os conceitos relacionados à queda livre, plano inclinado e plano horizontal foram evidenciados, enfatizando aos alunos que a maioria dos descobrimentos da Física é fruto das necessidades sociais de cada época. Na prova com questões objetivas, dissertativas e de cálculo observou-se que 80% dos alunos atingiram o resultado esperado nas questões evidenciando os aspectos conceituais abordados, e os de caráter quantitativo que visam o cálculo em diversas situações, novamente enfatizando os benefícios que o uso de metodologias diversificadas proporcionam ao processo ensino/aprendizagem. 3.5 ETAPA 5 Em toda a interação há sempre um par de forças de ação e reação, nenhuma força existe sem outra. Em cada caso, uma estabelece ação e outra reação, sendo necessário a estas forças o atrito, pois, sem ele pode ser impossível exercer a força de ação necessária para a força de reação. Primeira Lei de Newton: Se não há força resultante agindo sobre um corpo, então a velocidade do corpo não pode se alterar, ou seja, o corpo não pode estar acelerado. (HALLYDAY, 2002, p. 72) Nesta etapa, primeiramente houve problematização com o vídeo Ciência em Quadro - EP 02 Força Resultante (YOUTUBE,2015), com leitura e discussão do texto Forças e Interações (TOSCANO; GONÇALVES, 2012). Onde foi enfatizado alguns casos de força usados diariamente na vida cotidiana, como por exemplo, o cabo de guerra (força resultante), forças de atrito como andar de meia, segurar algum objeto com as mãos ensaboadas, patinar, deslizar o mesmo objeto em superfície rugosa ou polida, etc. Nesta atividade os alunos mostraram-se bastante participativos, surgiram vários exemplos de diferentes casos de força. Em sequência o texto Força Gravitacional (TOSCANO; GONÇALVES, 2012), (para corpos próximos do nosso planeta) foi discutido e houve preposição de atividades. Complementando com o vídeo Ciência em Quadro EP 01 Energia Potencial Gravitacional (YOUTUBE, 2015), seguido de atividade prática com o simulador Forças e Movimento: noções básicas (PHET. COLORADO, 2015), a qual foi encaminhada para atividade a domicílio, devido ao baixo número de máquinas em funcionamento, e entregue um relatório perante a experimentação, o qual permitiu uma investigação quanto aos benefícios que a atividade proporcionou, e o grau de entendimento dos alunos perante o conteúdo abordado. Analisando os relatórios, evidenciou-se os bons resultados que se atinge ao flexibilizar a teoria com a prática, permitindo que o educando vivencie o conteúdo e compreenda-o de fato. 3.6 ETAPA 06 Nesta etapa, foram discutidas as variáveis de força, tendo aporte no texto Força normal, força de atrito e resistência do ar (TOSCANO; GONÇALVES, 2012), enfatizando aspectos qualitativos, e o vídeo Força de Atrito (CUNHA, 2015), para então realizar atividades quanto aos conceitos, fazendo uso de expressões matemáticas. Sempre que você exercer uma força resultante sobre algo, estará também exercendo um impulso. A aceleração decorrente depende da força resultante: a variação decorrente no momentum depende tanto da força resultante como do tempo durante o qual esta força atua. (HEWITT, 2002, p. 100) Na atividade avaliativa, os alunos fizeram interpretação e resolução de problemas perante o texto Você é capaz de imaginar como seria viver sem peso? (TOSCANO; GONÇALVES, 2012), fato que permitiu um enriquecimento e debate em sala de aula através de dados retirados das viagens espaciais. Ao final, foi realizada prova com questões objetivas, dissertativas e de cálculo, cujos resultados foram positivos, pois, pudemos observar nos comentários o amadurecimento quanto aos conteúdos abordados. 3.7 ETAPA 07 Nesta etapa, o impulso foi enfatizado primeiramente utilizando o texto Impulso de uma Força (TOSCANO; GONÇALVES, 2012), Seguido por resolução de atividades, e então discussão dos resultados. Ainda colhendo aparato teórico o texto Quantidade de movimento de um objeto e sua variação (TOSCANO; GONÇALVES, 2012) foi utilizado para interpretação, tendo os conceitos reafirmados através do vídeo Ciência em Quadro EP 03 Quantidade de Movimento (YOUTUBE, 2015). À fim de fixar o estudo dos conceitos expostos, os alunos realizaram atividade de caráter quantitativo e qualitativo, em que se pôde perceber o amadurecimento dos discentes quanto aos comentários e as associações físicas feitas perante ações comuns ao cotidiano. 3.8 ETAPA 08 A segunda Lei de Newton aborda que “A força resultante sobre o corpo é igual ao produto da massa do corpo pela aceleração” (HALLYDAY, 2002). Para a abordagem desta oitava etapa foi utilizado o texto Lei Fundamental dos Movimentos ou segunda Lei de Newton (TOSCANO; GONÇALVES, 2012), seguido de atividades utilizando expressão matemática. Foi solicitado que os alunos, em duplas, fazendo uso de patins ou skates realizassem atividade quanto a aceleração em casa e trouxessem os resultados para a aula seguinte. Ainda como aporte teórico, foi lido o texto Outra formulação da segunda Lei de Newton e Carro enguiçado (TOSCANO; GONÇALVES, 2012) e a Lei Fundamental dos Movimentos (TOSCANO; GONÇALVES, 2012), seguidos da resolução de atividades descritivas, dissertativas e de cálculo. Como fechamento das leis de Newton foi feito uma análise das 3 leis com leitura e interpretação do texto Viajando em segurança na companhia de Newton (TOSCANO ; GONÇALVES, 2012), o qual conscientiza quanto aos cuidados básicos que devem ser tomados ao dirigir, o qual se clarifica à medida que os fenômenos físicos envolvidos são compreendidos. Após a aplicação do Material Didático, foi aplicado um pós-teste aos alunos, onde constatamos que o enriquecimento, a união teoria e práxis, e a promoção de ações pedagógicas diferenciadas trouxeram uma formação e, principalmente, efetivaram a apropriação de fato dos saberes científicos vinculados com o contexto do aluno. Desta maneira, percebemos que conteúdos abordados de maneira flexível somam à compreensão individual. As metodologias proporcionaram, além da leitura, a visualização de vídeos, a prática experimental, o manuseio de simuladores e o uso de ferramentas midiáticas, a facilitação da aprendizagem, as conclusões e correlações com a vida cotidiana. 4 RESULTADOS OBTIDOS JUNTO AO GTR Em relação ao Grupo de Trabalho em Rede (GTR), a participação dos professores cursistas trouxeram contribuições ao Projeto de Intervenção. Percebeuse nas postagens que há um compartilhamento perante a necessidade de adaptação curricular para o ensino de física. Como expôs o professor A: O problema levantado é comum a todas as realidades, logo a metodologia proposta pode ser aplicada em todas escolas. Qualquer tentativa na busca da solução do problema levantado é bem vinda, uma aprendizagem voltada para situações do cotidiano faz com que o estudante desperte o interesse pela busca do conhecimento, proporcionando ao professor um momento ímpar para a introdução ou aprofundamento de conceitos físicos que serão a base para a Física estudada na primeira série do ensino médio. Pôde ser evidenciado a preocupação dos professores quanto a ausência do uso de metodologias para o ensino da física, pois apenas a matematização não é suficiente para o entendimento do educando, fator que corresponde no grau de empatia com a disciplina curricular. Como o cursista B evidenciou: A ojeriza que grande contingente de alunos do Curso Médio sente por Física deve-se em parte à ausência de alternativas de aprendizagem apresentadas a esses alunos. Coloca-se a aprendizagem memorística como a única possibilidade existente. Na realidade, nem se cogita que existam alternativas. A troca de experiências e os embasamentos diferenciados propiciados pelo GTR contribuiu para a evolução da produção didática, pois através do diálogo houve um aumento nas possibilidades de transições educativas. 5 CONCLUSÃO Encontramos vários desafios educacionais, e como educadores, é nosso dever primar por um ensino de qualidade que vise o pleno desenvolvimento do indivíduo, capacitando-o a conhecer os saberes científicos acumulados e permitindo flexibilizá-los com seu cotidiano. Partindo deste pressuposto o uso de metodologias de ensino diferenciadas colaboraram de maneira significativa no processo ensino aprendizagem de Física. O emprego das ferramentas de ensino propostas neste material visaram melhorias na qualidade do ensino na escola pública, pluralizando as possibilidades do entendimento por meio dos discentes, consolidando, de fato, a aprendizagem ao diversificar as aulas com alternativas metodológicas diferenciadas. Cabe a escola, preparar o aluno para a vida, capacitando ele a manter postura ética e crítica, excluindo-o da ignorância e da opressão, atuando com seus deveres morais e cívicos de cidadão. Assim, esta proposta buscou formas variadas de ensino, com o intuito de expandir os conteúdos no ideário do aluno, efetivando o verdadeiro saber ao proporcionar a ligação das teorias com o cotidiano. Nesta perspectiva, procura-se que os conteúdos explanados sejam vivenciados além da vida escolar, onde haja uma apropriação por meio do aluno, em que ele seja capaz de unificar a teoria com a prática, avançando progressivamente o desenvolvimento nas suas capacidades mentais. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLUCCO, Alex; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Caderno Brasileiro de Ensino de Física: Uma proposta de sequência de ensino investigativa sobre quantidade de movimento, sua conservação e as leis de Newton, v. 31, n. 1, p. 3059, 2013. 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