Experimento 8 Campo Magnético da Terra Objetivo Medir o campo magnético da Terra em Rio das Ostras Material utilizado • Par de bobinas de Helmholtz • Teslâmetro com sonda Hall • Suporte para a sonda Hall • Bússola e suporte para a bússola • Fonte de tensão • Reostato • Multímetro Digital 1. Campo magnético da Terra Acredita-se que o campo magnético da Terra seja gerado por um fluido condutor (principalmente ferro em estado líquido) em movimento no núcleo externo do planeta. O movimento do fluido é criado pela rotação da Terra e pelas correntes de convecção. O campo magnético terrestre é semelhante a um campo de dipolo, e o eixo desse dipolo faz um ângulo de 110 com o eixo de rotação da Terra. Um dos métodos utilizados para medir o campo magnético terrestre consiste em observar a direção do campo com uma bússola e posteriormente aplicar um outro campo magnético sobre a bússola, o que faz com que ela se oriente na direção do campo resultante. Através da relação entre o ângulo de deflexão da bússola e o campo aplicado, é possível obter a componente horizontal do campo magnético da Terra. Seja hBE a componente horizontal do campo magnético da Terra e hBH o campo criado por uma corrente elétrica I em um aparato qualquer. A Figura 8.1 mostra a relação entre os vetores hBE, hBH e a resultante h BR, onde α é o ângulo entre hBE e hBR e φ o ângulo entre hBE e hBH. Figura 8.1 – Diagrama vetorial da medida da componente horizontal do campo terrestre. Os vetores pontilhados se referem ao campo criado por uma corrente I com sentido inverso do anterior. Pela lei dos senos, temos (8.1) Portanto, se variarmos a magnitude do campo hBH e medirmos os ângulos de deflexão correspondentes, podemos obter hBH através de um ajuste linear. Para determinar a componente vertical, devemos girar o círculo graduado do magnetômetro até que seu plano fique paralelo ao plano vertical. Em seguida, bastar medir o ângulo de inclinação da direção do campo (com a agulha), em relação ao plano horizontal (veja a figura 8.2). A componente vertical será determinada usando sua relação com a componente horizontal e o ângulo medido. Figura 8.2 – Diagrama vetorial da medida da componente vertical do campo terrestre. 2. Bobinas de Helmholtz As bobinas de Helmholtz são duas bobinas iguais, paralelas uma à outra, separadas por uma distância igual aos seus respectivos raios e que conduzem a mesma corrente, produzindo campos magnéticos axiais iguais. Uma das principais características das bobinas de Helmholtz é a produção de um campo magnético resultante uniforme entre as bobinas. O aparato é ilustrado na Figura 8.3. Figura 8.3 – Par de bobinas de Helmholtz O campo magnéticos criado pelas bobinas de raio R formadas por N espiras, no centro do arranjo, é dado por (8.2) Como o campo é proporcional à corrente I, podemos escrever a equação acima simplesmente como (8.3) onde K é uma constante. Utilizaremos o campo criado pelas bobinas de Helmholtz para a medida do campo terrestre, conforme descrido anteriormente. 3. Procedimento Experimental 3.1 – Determinação da constante K 1. Ligue o teslâmetro. Com a fonte de alimentação desligada, ajuste o teslâmetro para que a medida do campo magnético seja 0,0 mT. 2. Ligue a fonte diretamente nas bobinas de Helmholtz e o amperímetro em série com a bobina. Variando a corrente entre 0,20 A e 1,0 A, meça o campo magnético hBH no centro do par de bobinas. Tome pelo menos 5 pontos e construa uma tabela com os valores de I e hBH. 3. Faça o gráfico de hBH versus I em um programa de computador e obtenha o valor de K através de um ajuste linear. (veja Eq. 8.3). 3.2 – Determinação da componente horizontal do campo terrestre 1. Aumente gradualmente a corrente até observar a deflexão máxima ζ da bússola. ζ = ( )± ( ) 2. Desligue a fonte. Coloque a bússola entre as bobinas com o centro da bússola coincidindo com o centro do par de bobinas. 3. A agulha da bússola apontará na direção norte/sul. Anote o valor do ângulo de deflexão da agulha α0 = ( )± ( ) 4. Determine o valor de φ, que será dado pela diferença entre o ângulo de deflexão máxima e α0. φ = ( ζ – α0 ) = ( )± ( ) 5. Conecte o reostato ao circuito. 6. Ligue a fonte e varie a corrente I . Meça o ângulo de desvio da bússola para cada valor de I e complete a tabela abaixo. Lembre-se de que o valor de é dado pela diferença ente o ângulo medido na bússola e α0 . Corrente (mA) α φ - α senα/sen (φ - α) BH = I.K (μT) 10 15 20 25 30 35 45 65 80 90 7. Com os dados da tabela, faça o gráfico de hBH x senα/sen (φ - α) em um programa de computador. Obtenha o valor de hBE através de um ajuste linear (considere um algarismo significativo para o erro): hBE = ( )±( ) 3.3 – Determinação da componente vertical do campo terrestre 1. Gire o círculo graduado do magnetômetro até que seu plano fique paralelo ao plano vertical. 2. Meça o ângulo de inclinação ϑ1, da agulha em relação ao plano horizontal. 3. Gire o círculo de 180 graus e repita o procedimento para medir ϑ2. Calcule o ângulo de inclinação médio ϑ = ϑ1 + ϑ2 . 4. Use a relação entre as componentes horizontal e vertical, vBE = hBE tan ϑ , para determinar a componente vertical vBE e seu erro: vBE = ( )±( ) 5. Determine a magnitude do campo magnético terrestre e seu erro usando: BE = ( )±( )