Curso internacional sobre saúde, desastres e desenvolvimento Preparação para pandemia de Influenza Eduardo Hage Carmo Instituto de Saúde Coletiva Universidade Federal da Bahia Plano de preparação para situações de risco de natureza biológica Etapas da elaboração do plano • Caracterização do problema • Definição do risco • Construção de cenários • Seleção de medidas • Adoção ou proposição de medidas • Simulação e avaliação Plano de preparação para situações de risco de natureza biológica Bases para definição das medidas • • • • Agente etiológico Modo de transmissão Forma de disseminação:“natural”, intencional, acidental Tempo de exposição período de incubação e de transmissibilidade • Disponibilidade do agente Reservatórios, solo, alimento, água, laboratório • Forma de preservação - esporos, virus • Estado imunitário da população Plano de preparação para situações de risco de natureza biológica Bases para definição das medidas • • • • • • Magnitude Severidade Dinâmica de transmissão Danos econômicos/sociais Recursos tecnológicos existentes Medidas de controle disponíveis Plano de preparação para situações de risco de natureza biológica Experiências brasileiras na elaboração de planos • Varíola – 2001 • Antraz – 2001 • Enchentes – 2002 • SARS – 2003 • Influenza - 2005 Influenza Três situações distintas para a saúde pública: • Influenza Sazonal Problema Permanente • Gripe Aviária Problema Atual • Pandemia Problema Futuro e Incerto Influenza Três situações distintas para a saúde pública: • Influenza Sazonal Problema Permanente • Gripe Aviária Problema Atual • Pandemia Problema Futuro e Incerto Processo de Transmissão do Vírus Influenza • Elevada transmissibilidade • Mutagenicidade (vírus A) • Virulência variável • Vários reservatórios na natureza (aves aquáticas e mamíferos) • Transmissão intra e inter-espécies (ave/porco; homem/homem; porco/homem; ave/homem) • Doença é direta/indiretamente responsável: internações por doenças de causa respiratória Impacto na morbimortalidade • 3 a 4 mil mortes por ano • 95% das mortes ocorrem em idosos. • Complicação mais freqüente- pneumonia bacteriana (2ª causa de internação em idosos). Fedson,1995 • Hospitalizações por pneumonia e gripe no Brasil: 6,48/1000 habitantes (60-69 anos) DATASUS 2004. 13,39/1000 habitantes (70 - 79 anos) DATASUS 2004 29,17/1000 habitantes (80 ou mais anos) DATASUS, 1997 Virus Influenza A e B identificados por imunofluorescência nas unidades sentinela, Brasil, 2006* 20 120 18 nº vírus 14 80 12 60 10 8 40 6 4 20 2 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 semana epidemiologica fonte: SIVEP_gripe Flu A Fonte: Sivep_Gripe – SVS/MS Flu B total de amostras nº amostras coletadas 100 16 Taxas de Mortalidade por Influenza e causas associadas. Brasil e Regiões, 2005 8,0 7,0 taxa 100000 hab 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov mês BRASIL NORTE Fonte: SVS/MS NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE Dez Influenza Três situações distintas para a saúde pública: • Influenza Sazonal Problema Permanente • Gripe Aviária Problema Atual • Pandemia Problema Futuro e Incerto Epizootias de Influenza Aviária H5N1 Casos humanos de Influenza Aviária (H5N1) Cumulative Number of Confirmed Human Cases of Avian Influenza A/(H5N1) Reported to WHO 29 November 2006 2003 2004 2005 2006 Total Country cases deaths cases deaths cases deaths cases deaths cases deaths Azerbaijan 0 0 0 0 0 0 8 5 8 5 Cambodia 0 0 0 0 4 4 2 2 6 6 China 1 1 0 0 8 5 12 8 21 14 Djibouti 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 Egypt 0 0 0 0 0 0 15 7 15 7 Indonesia 0 0 0 0 19 12 55 45 74 57 Iraq 0 0 0 0 0 0 3 2 3 2 Thailand 0 0 17 12 5 2 3 3 25 17 Turkey 0 0 0 0 0 0 12 4 12 4 Viet Nam 3 3 29 20 61 19 0 0 93 42 Total 4 4 46 32 97 42 111 76 258 154 Influenza Três situações distintas para a saúde pública: • Influenza Sazonal Problema Permanente • Gripe Aviária Problema Atual • Pandemia Problema Futuro e Incerto Pandemias de Influenza no século 20 Credit: US National Museum of Health and Medicine 1918: “Gripe espanhola” A(H1N1) 25 a 100 milhões de mortes 1957: “Gripe Asiática” A(H2N2) 1-4 Milhões de mortes 1968: “Gripe de Hong Kong” (H3N2) 1-4 Milhões de mortes ? NÃO sabemos sobre a próxima pandemia • Probabilidade exata de ocorrência • Quando vai ocorrer • Onde vai começar • Qual será a cepa pandêmica • H5N1 é a mais provável • Qual será o grau de patogenicidade da nova cepa pandêmica • Igual a gripe Espanhola ? • Mais grave do que a gripe Espanhola? • Igual às gripes Asiática e de Hong Kong? O que sabemos .... • Na história nunca tivemos tantas oportunidades de gerar uma cepa pandêmica • O vírus H5N1 tornou-se enzoótico na Ásia • Com o aumento da oportunidade de infecção humana aumenta o risco da emergência de uma cepa pandêmica • Temos que estar preparados Fatores para a Emergência de uma Pandemia Plano de Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza Surgimento de nova cepa Influenza A Eficiência da transmissão do agente infeccioso Patogenicidade e a virulência da nova cepa População com pouca ou nenhuma imunidade a esta nova cepa Taxas de contato efetivo Grau de desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade Capacidade de resposta rápida das autoridades de saúde pública Contexto Geral Plano de Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza 1) É parte integrante do processo de adaptação do país ao novo RSI 2) Medidas estruturantes, baseadas em evidências científicas Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza, abril de 2006. Estimativa do impacto de uma pandemia de influenza no Brasil Hospitalizações 3,5 a 77,1 Hospitalizações 0,9 a 17,6 Impacto Econômico e Social Casos 448 a 914 Pandemia de Baixa Transmissibilidade Eventos: 1:100.000 R0 1,4 Pandemia de Alta Transmissibilidade R0 2,8 16 Apr 05 Casos 96 a 182 Plano Brasileiro de Preparação para a Pandemia de Influenza - Comitê Técnico de Preparação (dez/2003) - Grupo de Trabalho do Plano (ago/2005) - Instituição do Grupo Executivo Interministerial (nov/2005) - Seminário Internacional - Rio de Janeiro/RJ (nov/2005) PLANO DE PREPARAÇÃO PARA A PANDEMIA DE INFLUENZA - Participação em reuniões internacionais (Washington, Ottawa, Genebra, China) - Realização da primeira simulação (fev/06) Grupo Executivo Interministerial (Decreto Presidencial de 24/10/05) Ministério da Saúde - Secretaria Executiva - Secretaria de Vigilância em Saúde - Anvisa Presidência da República - Casa Civil - Gabinete de Segurança Institucional/PRE Ministério da Fazenda Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ministério da Integração Nacional Ministério das Relações Exteriores Mnistério da Justiça Ministério da Defesa Fases de Preparação e níveis de risco para uma 2. Novo subtipo viral r de Influenza em animais, baixo risco i n Pandemia para humanos e v e r P 3. Casos sem ou ineficiente transm. r e t interhumana n o C 1. Não há novos subtipos virais 4. Pequenos grupos Transm. interhumana, surto limitado 5. Aumento da Tx de transm. interhumana, surto ampliado r e d n o p s e R 6. Pandemia Objetivos Gerais Plano de Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza Reduzir os efeitos da disseminação de uma cepa pandêmica do vírus influenza sobre a morbimortalidade Reduzir as repercussões de uma pandemia de influenza na economia e no funcionamento dos serviços essenciais do país Conteúdo (3a. versão) Plano de Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza Apresentação Introdução Capítulo 1: O risco de uma nova pandemia de influenza Capítulo 2: A vigilância epidemiológica da influenza humana Capítulo 3: Diagnóstico laboratorial dos vírus influenza Capítulo 4: Ações de imunização Capítulo 5: Vigilância em portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados Capítulo 6: Atenção à Saúde Capítulo 7: Planejamento de Comunicação do Governo Federal Capítulo 8 : Aspectos jurídicos Anexos Atividades Estratégicas em Andamento Plano Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza 1. Expansão e aprimoramento do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza Aumentar a cobertura do Sistema Expansão da rede de laboratórios Melhorar o gerenciamento do Sistema Implementar a análise epidemiológica Vigilância Epidemiológica da Influenza - Brasil, 2006* ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Aumento do n°de unidades sentinelas Laboratório de Referência Estadual Laboratório de Referência Regional Laboratório de Referência Nacional * Até 31 Julho 2006 ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Implantado (2 a 4 unidades sentinela/UF) AL (Maceió) AM (Manaus) AP (Macapá) BA (Salvador) CE (Fortaleza) DF (Brasília) ES (Vitória) GO (Goiânia) MG (Belo Horizonte e Três Pontas) MS (Campo Grande) MT (Cuiabá) PA (Belém) PE (Recife) PI (Teresina) PR (Curitiba e Foz do Iguaçu) RJ (Rio de Janeiro) RN (Natal) RR (Boa Vista) RO (Vila Velha) RS (Porto Alegre, Caxias do Sul, Uruguaiana) SC (Florianópolis) SP (São Paulo) TO (Palmas) SE (Aracajú) PB (João Pessoa) Em implantação Vírus respiratórios identificados por imunofluorescência nas unidades sentinela. Brasil, 2006 influenza A influenza B Parainfluenza Adenovirus VRS Fonte: Sivep_Gripe – SVS/MS Atividades Estratégicas em Andamento Plano Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza 2. Fortalecimento da capacidade de resposta rápida Notificação imediata de casos e surtos Protocolo para Investigação de surto Vigilância em sítios de aves migratórias Implantação de sistemática de detecção, comunicação e resposta às epizootias em áreas de risco Capacitação de profissionais de saúde Distribuição de CD-ROM com curso auto-instrutivo para profissionais de saúde Portaria SVS no. 05/2006 (Influenza) NOTIFICAÇÃO IMEDIATA (em no máximo 24 h.) • Caso suspeito ou confirmado de influenza humana por um novo subtipo viral • Surto ou agregação de casos ou óbitos de influenza humana (sazonal) – institucional, hospitalar ou comunitário • Epizootias e/ou mortes de animais cuja suspeita seja HPAI • Resultados laboratoriais de casos individuais de influenza por novo subtipo viral e de amostras procedentes de investigação de surtos de influenza humana Vigilância em sítios de aves migratórias Manaus/AM Arquipélago de Reentranças Bailique/AP Maranhenses /MA Galinhos/RN Coari/AM Ilha de Itamaracá/PE Pantanal/MS Mangue Seco/BA Foz do Iguaçú/PR Fonte: SVS/MS Lagoa do Peixe/RS Águas Emendadas/DF Atividades Estratégicas em Andamento Plano Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza 3. Investimentos para a produção nacional de vacinas contra a influenza Repasse de R$ 30 milhões para fábrica no Butantan Repasse de R$ 3,2 milhões para unidade-piloto 4. Aquisição de anti-virais – 9.000.000 tratamentos 5. Fortalecimento da infra-estrutura de atenção à saúde Investimento em hospitais de referência e universitários Estudos para a formulação do oseltamivir 6. Elaboração dos Planos Estaduais 7. Simulação do plano nacional Situação da rede de atenção em isolamento respiratório (2005) Unidade de isolamento já atende às necessidades Unidade de isolamento atendera às necessidades (após ajustes) GGTES Não existe, não atende ou sem informações Planos Estaduais de Preparação para o enfrentamento de uma Pandemia de Influenza Fase final1 (n=12) Fase intermediária2 (n=14) Fase inicial3 (n=1) * Data: 02.06.06 Assessorias realizadas: AL, PB, RN,PE, PI, BA, AC 1 Possuem versão preliminar 2 Versão preliminar em elaboração 3 Formação Grupo de Trabalho Atividades Estratégicas em Andamento Plano Brasileiro de Preparação para Pandemia de Influenza 7. Ações inter-setoriais e cooperação internacional Elaboração do Planejamento de Comunicação Social do Governo Federal Plano de preparação da Agricultura Planos para portos e aeroportos (ANVISA, DEFESA, INFRAERO) Ações de defesa civil, defesa, logística Interligação das salas de situação do (MS, MAPA, MD,MIR,GSI) Preparação na rede VE do Cone-Sul - OPAS Preparação no MERCOSUL Fortalecimento da capacidade de resposta às emergências de saúde pública Fortalecimento da capacidade de resposta às emergências de saúde pública Implementação do Regulamento Sanitário Internacional Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/SVS) Incentivo a estruturação de unidades de resposta rápida nas SES Revisão da legislação de vigilância Formação de pessoal para investigação e resposta Implantação de vigilância epidemiológica hospitalar Fortalecimento da rede de laboratórios de saúde pública CIEVS Estrutura Física CIEVS Videoconferência entre técnicos SVS e da SES/RN Investigação de Surto Emergências de saúde pública de relevância nacional Surtos investigados pelo Ministério da Saúde. Brasil, 2000 - 2005 Total = 97 Obrigado [email protected] sites de interesse www.saude.gov.br/svs www.who.int