Embaixador da República Popular da China fala, no

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Rio, 1 de abril de 2011
Resumo da palestra do embaixador da China no Brasil, realizada no Rio de Janeiro.
CHINA
Embaixador da República Popular da China fala, no âmbito
da UFRJ, sobre perspectivas das relações sino-brasileiras
A China é a principal parceria comercial do Brasil, desde 2009.
A presidente Dilma Rousseff visitará o “Império do Meio”, de
12 a 15 de abril deste ano. O embaixador da China no Brasil,
Qiu Xiaoqi, proferiu palestra, em 22 de março último, no
Instituto de Altos Estudos da UFRJ, na Casa do Estudante
Universitário, no Rio de Janeiro. Brasil é a bola da vez
internacional. Veja aqui.
Formaram a mesa durante a palestra do embaixador Qiu Xiaoqi, no
Instituo de Altos Estudos da UFRJ: Segen Farid Estefen, pela
Coppe/UFRJ – Instituto Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa
de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro –, que
coordenou os trabalhos; e a professora Ana Célia Castro, pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas
Públicas, Estratégias e Desenvolvimento do IE – Instituto de Economia da UFRJ.
Ainda à mesa: a consulesa-geral da China no Rio de Janeiro, Chen Xialoing; o embaixador Affonso
Celso de Ouro-Preto; e a professora visitante da UFRJ Anna Jaguaribe.
O 12º plano quinquenal chinês
O embaixador Qiu Xiaoqi, que se expressou num bom português – “aprendi em dois anos” – e falando
sem recorrer a nenhum papiro ou prompter eletrônico, já visitou todos os estados do Brasil. Referindose à intensa chuva que caía ao iniciar sua fala, explicou que na cultura chinesa “chuva é sinal de alegria
e de dinheiro”.
A seguir, um resumo do pronunciamento do embaixador.
“A economia da China cresceu 10% ao ano ou mais, durante 30 anos. Tal índice trouxe mudança,
profunda e ampla, para o país. Há duas semanas, a Assembleia Popular da China aprovou seu 12º
Plano Quinquenal para 2011-2015. A China também pensa em longo prazo, para certos temas até
2050”.
Desenvolvimentos científico e pacífico são os pilares do plano. “Os amigos ocidentais muitas vezes não
entendem o desenvolvimento científico”. A palavra-chave chinesa é “equilíbrio”. A taxa de crescimento
econômica da China, prevista para 2011-2015, é de 7%, com elevação da “qualidade” da economia.
Fazem parte desse desenvolvimento: reduzir a dependência das exportações; enfatizar o consumo
interno; injetar inovação no aparato produtivo; enfatizar novos setores com serviços modernos. É
transformar o crescimento de extensivo para intensivo.
Outra palavra-chave do 12º Plano é “inclusão”. O objetivo mais importante é que todos os chineses
vivam felizes, com mais dignidade. O per capita do chinês ainda é baixo. (N.R.: US$ 4.520, 90º lugar;
Brasil: US$ 10.4271, 55º lugar). O nível do serviço público não corresponde ao desenvolvimento da
economia. O que se quer é fortalecer a causa social, dar um mínimo de segurança social e melhorar a
vida do povo.
O crescimento da China tem que ser econômico, social, político e cultural. É preciso elevar o nível
científico das decisões, eliminando fatores negativos e liberando forças produtivas para a justiça social.
Nos últimos 30 anos, aconteceram reformas políticas na China, algo que “os amigos ocidentais não
entendem”. As assembleias populares, que são mecanismos de consultas públicas, estão funcionando.
A democracia está se fortalecendo, com novos mecanismos e com eleições distritais.
A China vai desenvolver recursos naturais e de energia, levando em conta os custos ecológicos. Ela irá
assumir compromisso internacional sobre o meio ambiente. Só serão aceitas novas estratégias que
gastem pouca energia e respeitem o meio ambiente. O desenvolvimento da ciência será pacífico (não
agredirá o planeta). O destino da China está ligado ao restante do mundo. É preciso que haja um
ambiente internacional pacífico, para que exista desenvolvimento científico. A China quer a paz no
mundo.
O país está aberto à cooperação para o desenvolvimento mútuo. A China tem relações com países
desenvolvidos e em desenvolvimento e “não quer fechar a porta”. O 12º Plano manda abrir novos
espaços em nível global. A China, em 30 anos, tirou 300 milhões de chineses da pobreza. O problema
da alimentação foi resolvido. Temos 1/5 da população do planeta. Oitenta por cento da população
confiam no futuro do plano. A China é o segundo maior importador em todo o mundo. E a exportação
entre China e Europa cresceu.
O desenvolvimento chinês não é uma ameaça para o Brasil e sim uma oportunidade. São US$ 700
bilhões de investimentos estrangeiros na China, que vai investir, diretamente, US$ 60 bilhões em
outros países. Na África, de 2000 a 2010, ajudou a construir 60 mil km de estradas, e 60 milhões de
metros quadrados de habitações.
A relação China e Brasil é uma parceria comercial e estratégica. A China é o país que mais compra do
Brasil e o segundo de quem o Brasil mais compra. China tem investimentos estratégicos de US$ 20
bilhões por aqui. Isto não é uma ameaça e sim uma cooperação que beneficia a ambos. Nas relações
culturais, a China tem no Brasil (na UnB e na Unesp) dois Instituto Confúcio (N.R.: são mais de 300 em
96 países).
O embaixador Qiu Xiaoqi deu o recado final: “Brasil é um país com futuro. Vai ser uma das potências do
mundo. Tenham confiança. O povo chinês é um pouco como o povo brasileiro”.
Debate
O embaixador Qiu Xiaoqi respondeu a perguntas.
Economia – A economia da China é de mercado, com concorrência, ainda que no Brasil o mundo oficial
não reconheça isso. Habitação – Na China, 80% da população são proprietárias de seus imóveis. No
Brasil, a propriedade da moradia urbana ainda é um desafio para a inclusão social. Reforma Política – A
China efetuou uma reforma econômica e uma reforma política. O poder supremo é a Assembleia
Nacional. A discussão do plano quinquenal foi ampla. A China tem mais de um partido. São oito que
participam do governo. A Conferência Consultiva do povo chinês é multipartidária.
Democracia – A democracia chinesa difere da ocidental. A democracia para um país de 1,3 bilhão de
habitantes tem suas peculiaridades. Ainda é baixo o nível de riqueza per capita. Não temos uma
democracia ocidental. Mas, respeitamos a democracia dos outros países. Não podemos copiar. Em
1911, houve a revolução Xinhai, com abdicação do imperador Xuantong. O resultado não deu certo. Em
1949, o Partido Comunista da China enveredou pelo caminho socialista.
Até 2050 – Vamos democratizar com as peculiaridades chinesas. Vamos chegar ao renascimento, com
uma nova nação. Pensamos na China daqui a 50 anos. Respeitamos a democracia de outros países e
temos a democracia da China. Ecologia – “Não importa a cor do gato, desde que ele cace o rato”. O
gato agora terá que ser verde. Com 1,3 bilhão de pessoas, dentro de 30 ou 50 anos, de onde vamos
importar petróleo? O modelo de desenvolvimento dos EUA não é aplicável ao planeta. Lá, preços
baratos mantêm o consumo maior do mundo. Queremos uma economia sustentável para nossos netos.
Maior Desafio – Manter o desenvolvimento sustentado é um desafio. Dá para manter a taxa de
crescimento daqui a 5 ou 10 anos? O importante é melhorar a qualidade do desenvolvimento humano.
O desafio é como os benefícios da reforma vão privilegiar o povo. Temos que corrigir o social. Esse é o
desafio. Propriedade Intelectual – Para qualquer país é importante. O governo chinês estabeleceu
mecanismos para a PI e tem tido sucesso. O fenômeno da pirataria é universal. Seu combate exige a
cooperação internacional. Energia atômica – Depois do tsunami, estamos reestudando os planos,
revendo o que está em contração e fiscalizando o que está em operação. Taxa de câmbio – Temos
mecanismos de formaçã o da taxa de câmbio. O desequilíbrio não é só China. Houve uma gradual
elevação de 30% em relação aos anos anteriores.
Viagem da presidente Dilma
A presidente Dilma Rousseff, acompanhada de “missão empresarial multissetorial”, visitará a China, de
12 a 15 de abril, indo a Beijing (capital), Sanya (ao sul do país) e Bo’ao (a 180 km de Sanya). Bo’ao é
a sede do Bo’ao Forum for Asia, criado em 2001 como uma cópia do World Economic Forum, de Davos
(Suíça). A agenda da presidente brasileira inclui reuniões com o presidente chinês, Hu Jintao; com o
primeiro-ministro, Wen Jibao; e com a cúpula dos Brics. A missão multissetorial enfocará
infraestrutura, energia, alimentos industrializados e tecnologia.
Luiz Inácio Lula da Silva visitou a China duas vezes; a última, em 19 de maio de 2009. O presidente Hu
Jintao em visita à América Latina veio a Brasília, em 14 e 15 de abril do ano passado, participando da
segunda cúpula do Bric, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China; e do encontro do IBAS, fórum
de diálogo da Índia, Brasil e África do Sul.
Nos dias 29 e 30 de março de 2011, Dilma Rousseff foi a Portugal. Na ocasião, o ex-presidente Lula
recebeu, na “Sala Grande dos Actos”, da Universidade de Direito de Coimbra, o título de doutor honoris
causa. A vetusta instituição lusitana foi fundada por D. Dinis I e “confirmada por Bula do papa Nicolau
IV”, em 9 de agosto de 1290. Isto é, dois séculos antes da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
UFRJ e China
Em janeiro de 2011, foi criado, como Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), o
IBRACH – Institute for Brazil-China Studies. A missão do IBRACH é “promover estudos sobre o
desenvolvimento da China, suas estratégias tecnologias e econômicas e suas opções na política
exterior”.
O IBRACH é um projeto do Programa de Políticas Públicas e Desenvolvimento da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, em consulta e colaboração com diversas organizações, incluindo a Fundação
Alexandre Gusmão do Ministério de Relações Exteriores. Previsto pós-doutoramento e especialização de
estudos sobre a China contemporânea. Haverá o “Observatório-China”, como uma rede de pesquisa
sobre a China contemporânea.
Estudantes chineses, que estão fazendo pós-graduação no Coppe UFRJ, estiveram presentes na
palestra do embaixador Qiu Xiaoqi. Estão aqui para estudar pesquisa de petróleo em águas profundas,
um assunto do qual o Brasil é considerado uma liderança. Uma parceria firmada em 2009, entre o
Coppe/UFRJ e a Universidade Chinesa de Tsinghua, culminou com a criação do Centro Brasil-China de
Tecnologias Inovadoras, Mudanças Climáticas e Energia.
Sobre a China, pela China
Área: A República Popular da China ou China, com 9,6 milhões de km quadrados, é o 3ª maior do
mundo em área (depois da Rússia e Canadá; Brasil é o 4º colocado, com 88% da área da China). País:
A bandeira chinesa é vermelha (da revolução), com cinco estrelas amarelas; a maior representa o
Partido Comunista da China. Administrativamente, são três níveis, o primeiro com 34 unidades de 1º
escalão, incluindo 23 províncias e cinco regiões autônomas, quatro municípios centrais e duas regiões
especiais (Hong Kong, desde 1997; e Macau, desde 1999). Beijing é a capital da China. Cidades
principais: Xangai, Tianjin, Chongqing. Geografia: Dois terços da China são mo ntanhas, planaltos e
colinas. O monte Quomolanga (Everest), na cordilheira Himalaia, atinge 8.848 metros. As bacias dos
rios que desembocam no oceano cobrem 64% do território chinês. Destacam-se o Chaanjiang
(Yangtzé) e o Amarelo. A garganta do rio Yarlung Zangbo é a maior do mundo. A China é o 6º país do
mundo em recursos hídricos, depois do Brasil, Rússia, Canadá, EUA e Indonésia. A superfície de terra
cultivada representa 10% do território nacional chinês. Florestas cobrem 13% do total do país. A China
fica em 3º lugar em relação ao volume de reserva de 45 principais minérios.
Sistema Político: “O sistema socialista é o sistema fundamental da República Popular da China”. A
República Popular da China, desde sua fundação, em 1949, teve quatro versões da Constituição (1954,
1975, 1978 e 1982). A China possui uma Assembleia Popular Nacional. O Conselho de Estado é o órgão
executivo supremo. São 28 departamentos comandados por um 1º ministro. Desde 2003, a China tem
um ministério do comércio. Cúpula Dirigentes: A China é dirigida por engenheiros. São membros do
Comitê Permanente do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China: Hu Jintao,
engenheiro, secretário-geral do PCC – Partido Comunista Chinês –, &e acute; presidente da China. Wu
Bangguo, engenheiro eletrônico, preside o Comitê Permanente da Décima Assembleia Popular. Wen
Jiabao , engenheiro geólogo, é o 1º ministro do Conselho de Estado da China. Jia Quinglin, engenheiro
de eletricidade, preside o Comitê Nacional da 1ª Conferência Consultiva do Povo chinês. Li Changchun,
engenheiro de automação industrial, é membro reeleito do Comitê Permanente do Birô Político do
Comitê Central do PCCC.
População: China é o país mais populoso do mundo abrigando cerca de 1/5 do total mundial de
pessoas. N.R.: Segundo dados da ONU para 2010: China 1,354 bilhão de pessoas, Índia 1,214 bi, EUA
318 mi, Indonésia 232 mi e Brasil 195 milhões. O planejamento familiar é uma política fundamental
chinesa. Religião: China é um país multirreligioso. Taiwan: Em relação à Taiwan, “O governo chinês
persiste na orientação principal de reunificação pacífica e um país, dois sistemas para resolver o
problema”.
História: A primeira dinastia da história da nação chinesa foi a Xia, vivida entre os séculos 21 e 16 A.C.,
num período de mais de 500 anos com 14 gerações e 17 reis. A China distingue as dinastias “mais
prósperas”. Isto é, com imperadores, após guerras anteriores, fazendo reformas e promovendo o
desenvolvimento”. As cinco dinastias “oficialmetne reconhecidas” são: Liang (907-923); Tang (923936); Qin (936-946); Han (947-950) e Zhou (951-960). (JCF)
Acesse, aqui, dados oficiais sobre a China
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