Palavras Coligadas e Enigmas da Antiguidade

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- Ensino Sistêmico sobre a Vida Cristã -
Palavras Coligadas e
Enigmas da
Antiguidade
Série:
Sugestões para
Leitura e Estudo da Bíblia
2ª Edição – Dez/2014 - Copyright do Autor – Ver Informações de Uso no Próprio Material
Considerações Gerais Sobre o Uso Deste Material:
Este material tem como objetivo servir de apoio ao conhecimento e aprofundamento
do estudo da Bíblia e da Vida Cristã.
Tendo como base o entendimento de que na Bíblia Cristã está contida a consolidação
dos registros fundamentais e formais dos escritos inspirados por Deus para a
humanidade e para cada indivíduo dela, os conteúdos expostos neste material não
visam jamais acrescentar algo à Bíblia, e nem jamais retirar algo dela, mas almejam
contribuir na exploração daquilo que já foi registrado e repassado a nós pelo Único
Criador e Senhor dos Céus e da Terra ao longo de milhares de anos da história.
O que se pretende apresentar são assuntos agrupados, coligados, organizados e
sistematizados, visando abordar temas e considerações específicas contidas na Bíblia
Cristã, com o intuito de auxiliar nas abordagens de alguns tópicos especiais dentre tão
vasto conteúdo que ela nos apresenta.
Eclesiastes 12:11 As palavras dos sábios são como aguilhões,
e como pregos bem fixados as sentenças coligidas, dadas pelo único Pastor.
As palavras coligadas, postas juntas, como ditas no texto bíblico acima, servem como
pregos de apoio para fixação, sustentação. Assim, um dos objetivos neste material é
estudar e buscar um mais amplo entendimento das verdades que nos foram entregues
pelo Único Pastor, O Deus Criador dos Céus e da Terra.
Sugerimos que a leitura e o estudo sejam sempre acompanhados da prudência e
averiguação devida, considerando que isto é um hábito muitíssimo saudável a ser feito
em relação a qualquer material que é apresentado por outrem.
O ato de aceitação, rejeição, ou o “reter o que é bom”, é um atributo pessoal e
individual dado àqueles que recebem a sabedoria de Deus e que deveria ser exercitado
ou usado por eles em relação a todo o material que chega às suas mãos.
Provérbios 8:12
Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de
conhecimentos e de conselhos.
Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois
receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias
para ver se as coisas eram, de fato, assim.
Atos 17:11
O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos
lábios vem do SENHOR.
2 Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o SENHOR pesa
o espírito.
3 Confia ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.
Provérbios 16:1
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Este material específico, impresso ou em mídia digital, está autorizado a ser copiado
livremente para uso pessoal. Ele é direcionado àqueles que têm sede e fome de
conhecerem mais sobre o Deus Criador dos Céus e da Terra, o Pai Celestial, sobre a
Bíblia Cristã, a Vida de Cristo e a Vida Cristã, ou mesmo aqueles que somente querem
iniciar um conhecimento sobre estes aspectos.
Apocalipse 21:5 E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas
todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e
verdadeiras.
6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.
Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.
A disponibilização livre desses materiais é tão somente a adoção de uma prática
similar do exemplo e da maneira como o Rei dos Reis, O Senhor dos Senhores, distribui
da fonte da água da vida àqueles que têm sede por ela.
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naquilo que lhes for benéfico, bem como para compartilhá-lo, também livremente,
àqueles que têm restrições ou dificuldades de acesso direto ao “site” mencionado.
1Timóteo 2:3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador,
4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade.
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Índice
Conteúdo
Índice ........................................................................................... 4
C1. Diversidade de Aspectos do Relacionamento com a Palavra da Verdade .......... 5
C2. Palavras que Esclarecem, Unificam e Sustentam Outras Palavras ................. 8
C3. Palavras Coligadas nas Escrituras .................................................... 11
C4. Palavras que se Utilizam de Outras Palavras Já Explicadas Previamente –
Enigmas da Antiguidade ...................................................................... 23
C5. Detalhar sem se Afastar da Visão Global para evitar os Ventos de Doutrina .... 29
C6. Qual é o Melhor Dicionário Bíblico? ................................................. 32
Bibliografia .................................................................................. 35
5
C1. Diversidade de Aspectos do Relacionamento com a
Palavra da Verdade
Na Série Sugestões de Leitura e Estudo da Bíblia procuramos apresentar estudos que
enriqueçam a forma de a pessoa interagir com os textos Bíblicos. Em cada um destes
estudos queremos incentivar a pessoa a praticar, de fato, a leitura dos textos da Bíblia
Cristã.
Se o leitor tiver possibilidade e disposição, sugerimos que antes de avançar neste
estudo específico, seja feita a leitura dos seguintes estudos:
1. “A História Contada pelo Pai de Todos os Filhos e Filhas”.
2. “Adequada Divisão da Palavra da Verdade”.
Nos dois estudos referidos acima, foi iniciada a exposição de que há várias maneiras
de uma pessoa se relacionar com os escritos da Bíblia. Neles também foi mostrado que
a aproximação de uma pessoa com as Escrituras pode ser feita através de maneiras
adequadas e boas, mas também por maneiras equivocadas e prejudiciais.
No estudo sobre “A História Contada pelo Pai de Todos os Filhos e Filhas” foi dado
um destaque de que nas Escrituras há narrativas históricas, princípios e condutas que
se aplicam aos seres humanos de todas as épocas, mas que também há narrativas de
fatos, princípios e condutas que eram dirigidos a pessoas em períodos específicos.
O estudo sobre “A Adequada Divisão da Palavra da Verdade” foi apresentado como
uma continuidade e complemento do primeiro assunto, asseverando que uma boa
leitura e estudo da “Palavra da Verdade” necessita ser acompanhada de critérios
específicos para reconhecimento dos diversos grupos de assuntos presentes nas
Escrituras.
Na Bíblia há uma diversidade de princípios de vida que variam de acordo com a
escolha do tipo de vida que as pessoas fazem. É importante notar na Bíblia que “nem
todo principio bíblico é um princípio cristão” e “nem todo princípio bíblico é uma
instrução que deveria ser praticada pelos cristãos”. Diversas instruções e princípios
bíblicos eram restritos às pessoas a quem foram dirigidos ou de acordo com opções por
algumas formas de vida que elas fizeram.
Apesar do conjunto completo das Escrituras ser considerado como “Palavra de
Deus” ou “Palavra da Verdade” em tudo o que elas expõem, é necessário que a leitura
delas seja feita com sobriedade e discernimento, pois elas expõem as possibilidades de
caminhos assertivos e suas consequências, bem como expõem as possibilidades de
caminhos corrompidos e suas consequências. A leitura deveria sempre levar isto em
consideração para não confundir os caminhos assertivos com os caminhos distorcidos.
Uma adequada identificação das distintas partes que se encontram ao longo da
Bíblia, é fundamental para que se possa saber a quem cada uma destas partes é
direcionada, visando um discernimento da aplicação ou não dos diversos textos na vida
do leitor.
Entretanto, além da Adequada Divisão da Palavra da Verdade, ainda há outros
valorosos princípios fundamentais e gerais que são importantes a serem considerados
no relacionamento com as Escrituras que nos foram deixadas pelo Senhor.
6
Um dos princípios mais belos e lindos apontado nas Escrituras é o fato de que o
Deus das Escrituras é um Deus vivo e presente e está junto à vida daqueles que desejam
conhecer as palavras do Senhor. As Escrituras da Bíblia tem o suporte constante e vivo
Daquele que inspirou a escrita das mesmas. A presença viva do Senhor vivifica a Sua
palavra de forma renovada no coração das pessoas de cada nova geração.
Todavia, antes de vermos mais sobre a presença viva do Senhor junto àqueles que
buscam conhecer os detalhes da Palavra da Verdade, assunto que está exposto
especificamente no estudo “Letra ou Vida”, gostaríamos de nos deter um pouco mais
em alguns detalhes conceituais e estruturais do relacionamento com as Escrituras.
Conforme já citamos nos estudos anteriores, a Bíblia é um compêndio com um
volume extraordinário de informações. A Bíblia não se refere a um simples livro
literário de histórias e fatos antigos. As Escrituras são um depósito de narrativas de
fatos verdadeiramente ocorridos, descrição de experiências, conhecimentos registrados
por séculos e o conjunto de uma gama de conceitos e princípios inigualáveis na face da
Terra.
Outro aspecto fundamental das Escrituras é que elas se apresentam como a
narrativa de uma diversidade gigantesca de informações, mas ao mesmo tempo se
apresentam como sendo as Escrituras que tem uma mesma fonte de informações.
O fato das Escrituras apresentarem uma diversidade, mas, ao mesmo tempo, serem
a expressão de uma só fonte e uma mesma história no seu todo, faz com que elas
tenham que ter consistência, credibilidade e uma mesma continuidade condizente em
todos os seus registros.
Se nos dois primeiros estudos citados no inicio do capítulo o objetivo é direcionado a
despertar o leitor para uma adequada divisão da palavra da verdade quanto ao fator
cronológico e o fator dos grupos de público alvo, neste novo estudo, por sua vez, o
objetivo é falar sobre a realização do caminho inverso dos dois primeiros temas. Neste
novo tema o alvo é destacar a importância de agrupar o entendimento de textos
similares distribuídos em diversas partes ao longo da Bíblia.
Uma vez que se aprende a separar partes da Bíblia adequadamente, as partes
separadas podem ser vistas de maneira agrupada com os outros trechos que contêm
assuntos comuns ou similares entre si.
Se a adequada divisão da palavra da verdade coopera para o enriquecimento do
entendimento das Escrituras, o agrupamento de vários textos similares distribuídos ao
longo delas também coopera grandemente para o aprofundamento da compreensão da
“palavra de Deus”.
Há propósito para separar e há propósito para ajuntar.
Isaías 34:16 Buscai no livro do SENHOR e lede; nenhuma dessas coisas falhará,
nem uma nem outra faltará; porque a sua própria boca o ordenou, e o seu
espírito mesmo as ajuntará. (RC)
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito
debaixo do céu:
...
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e
tempo de afastar-se de abraçar;
Eclesiastes 3:1
5
7
A separação, conforme já mencionado, é direcionada mais precisamente para o
discernimento das partes que são dadas para serem vividas pelo cristão e as partes que
são dadas com o objetivo de não serem aplicadas por ele.
O benefício da devida separação de assuntos é de importância incalculável e guarda
as pessoas de ser envolverem no que não lhes é pertinente e as protege de dissabores de
grandes proporções.
Por outro lado, o processo de ajuntar informações, conteúdos, conceitos e princípios,
serve de importantíssima ferramenta para dar consistência e sustentação àquilo que se
almeja avaliar.
No presente estudo, queremos ver alguns aspectos muito valiosos que visam
cooperar com o esclarecimento das formas práticas de como o processo de ajuntamento
de informações e conceitos pode ser realizado na aproximação e relacionamento com as
Escrituras Bíblicas.
A abordagem deste estudo visa oferecer reflexões que permitam que mais uma parte
das diversidades de aspectos do relacionamento com as Escrituras seja conhecida, para
que os benefícios dela possam ser mais amplamente acessados.
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C2. Palavras que Esclarecem, Unificam e Sustentam
Outras Palavras
Em princípio, o exercício de dividir adequadamente a palavra da verdade para uma
compreensão do que se aplica ou o que não se aplica a uma pessoa, pode parecer que
não combina muito com a ideia de ajuntamento de palavras e com a ideia de não perder
o foco global que Deus expressa em seus escritos.
Contudo, o processo de dividir para agrupar ou o processo de dividir em partes para
agrupá-las de acordo com um objetivo específico, é extremamente comum na vida do
ser humano.
O próprio ser humano é um ser composto de muitas partes e que se mantêm unidas,
apesar de que o seu corpo diariamente separa e expele aquelas que o corpo não quer
que sejam mantidas incorporadas a ele.
Desde a fabricação de um carro ou de um avião, e até de um pão que diariamente é
feito, o princípio de separação e agrupamento de partes é utilizado.
As pessoas separam fios para reagrupá-los em tecidos, para novamente cortá-los e
agrupá-los para fazerem roupas, toalhas, bordados e toda a diversidade advinda destas
atividades.
Por que, então, os cristãos não deveriam também se esmerar em aprender a
manusear adequadamente a “Palavra da Verdade”, a “Palavra que ensina sobre a vida
na Terra e sobre a vida eterna”?
1 Ts 5: 20 Não desprezeis as profecias;
21 julgai todas as coisas, retende o que é bom;
22 abstende-vos de toda forma de mal.
1 Coríntios 14:20 Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos
na malícia e adultos no entendimento. (RC)
Na vida em geral, pode ser observado que muitos ajuntamentos de partes formam
conjuntos de coisas completamente novas.
Uma parede é o ajuntamento de várias peças, um bolo é o resultado de um
agrupamento e processamento de diversos ingredientes.
Nas Escrituras Bíblicas, à sua própria maneira, este expediente de ajuntamento de
partes também pode evidenciar ou conceder luz a entendimentos e compreensões
completamente inusitadas para os leitores e para aqueles que se relacionam com os
escritos dela.
Assim como há muitos materiais que são usados para dar a liga entre elementos
distintos que compõem algo novo, assim também ocorre com algumas partes dos
escritos da Bíblia.
Outro ponto a ser destacado em ajuntamentos de partes distintas é o aspecto da
sustentação que há na agregação de alguns elementos a outros. Por exemplo, assim
como ferro é colocado para dar maior sustentação a uma viga de concreto, há palavras
ou sentenças nas Escrituras que exercem a função de sustentação a outros trechos das
mesmas.
9
Ainda outros elementos da vida material servem como instrumentos de encaixe,
conexão e fixação de outros elementos. Sem eles, as outras coisas tornam-se frágeis ou
ate inúteis.
Podemos comparar isso, por exemplo, à situação em que alguém compra móveis
pré-moldados que vêm desmontados e que precisam ser montados em casa. Sem os
pregos, encaixes ou parafusos de fixação, aqueles móveis não são utilizáveis, pois não
conseguem ficar em pé por falta de firmeza nos diversos encaixes. Os pregos são como
pequenas peças que dão firmeza ao todo. Os pinos firmam o entrelaçamento das
diversas peças.
Também situações correlatas a essas ocorrem com as Escrituras Bíblicas.
Contudo, com o propósito de não nos dispersarmos procurando uma terminologia
para cada uma destas situações que podem ocorrer em relação às Escrituras,
gostaríamos de concentrar o conjunto delas debaixo de um termo comum encontrado
em algumas versões de uma descrição dos próprios escritos da Bíblia.
A expressão que gostaríamos de usar para nos referirmos às palavras ou sentenças
que esclarecem, unificam e dão sustentação a outras palavras, é o termo combinado de
duas palavras chamado de “palavras coligadas” ou “sentenças coligadas”, cuja ideia de
uso foi extraída da linda declaração do texto a seguir:
As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem
fixados as sentenças coligidas (ou coligadas), dadas pelo único Pastor.
Demais, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é
enfado da carne.
Eclesiastes 12:11
12
O texto acima citado, não apresenta uma tradução uniforme quanto ao uso das
mesmas palavras nas diversas versões e idiomas, mas em todas as suas variantes está
exposta a ideia de que as palavras reunidas e agrupadas, ou as palavras selecionadas e
agrupadas por estudiosos, passam a expressar uma finalidade especial.
A palavra "coligada", talvez, não é usada comumente em alguns idiomas, mas dá
uma boa ideia do que pretendemos expor neste assunto. A palavra transmite o
pensamento de (1) para ligar ou unir; atar firmemente; aderir ou (2) relacionar (fatos
isolados, observações, etc.) a uma hipótese geral. (Definição descrita por
dictionary.reverso.net).
Notemos novamente o que nos diz o verso de Eclesiastes: Existem muitos textos e
muitas palavras no mundo, mas há várias palavras que podem ser compostas em
“sentenças coligadas”. Estas sentenças, por sua vez, servem como pregos bem fixados.
A ideia de pregos como usado no referido texto, pode abranger vários aspectos. Os
pregos historicamente podiam, por exemplo, referir-se ao uso de pregos de madeira
para juntar coluna com coluna em construções de madeira, podiam ser estacas que
seguravam as tendas, podiam ser fixadores de paredes, telhados, e podiam ser estacas
que se utilizam para escalar montanhas, paredes ou lugares íngremes. E muito mais.
Como é terrível e perigoso, por exemplo, subir ou descer uma escada cujo degrau
está solto porque não foi firmado por um prego ou parafuso ou porque o prego não foi
bem fixado.
10
De forma similar, a última analogia é aplicada a palavras ou sentenças. Há palavras e
sentenças que podem ser bem definidas, firmes e bem estabelecidas a ponto de
servirem de suporte para quem por elas anda ou nelas se apoia. Há outras, porém, que
podem tornar um caminho frágil e perigoso.
Salmos 119:133 Firma os meus passos na tua palavra, e não me domine
iniqüidade alguma.
Salmos 119:89 Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra no céu.
Provérbios 12:6 As palavras dos perversos são emboscadas para derramar
sangue, mas a boca dos retos livra homens.
Provérbios 29:12 Se o governador dá atenção a palavras mentirosas, virão a ser
perversos todos os seus servos.
Vamos rever mais uma vez o texto de Eclesiastes já exposto anteriormente.
As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem
fixados as sentenças coligidas (ou coligadas), dadas pelo único Pastor.
Demais, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é
enfado da carne.
Eclesiastes 12:11
12
Neste texto em destaque, pode ser visto também que muitas vezes a solução não é a
quantidade de palavras. Nem sempre a multiplicação de livros sobre um tema o torna
num “prego bem fixado”, pelo contrário, “não há limite para os livros” e muitas vezes a
expansão de um assunto o torna cada vez mais diluído, fragilizado e divergente, em vez
de sólido e forte.
Outro ponto crucial do texto, e certamente o mais crucial de todos, é a declaração de
que as “sentenças coligadas” tem um razão especial para serem comparadas a pregos
bem fixados. A razão desta comparação somente é sustentável porque as "sentenças
coligadas" são dadas a partir da única fonte de palavras que são verdadeiras firmes e
eternamente sólidas, a saber: O Único Pastor e Bispo das almas dos seres humanos.
1 Pedro 2:25 Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos
convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma.
As “palavras coligadas” que são dados pelo Único Pastor são palavras que
esclarecem, unificam e sustentam outras palavras.
No próximo capítulo procuraremos descrever e exemplificar um pouco mais
detalhadamente algumas ações destas “palavras coligadas” no âmbito do
relacionamento com as Escrituras.
11
C3. Palavras Coligadas nas Escrituras
Obviamente não se pretende esgotar o assunto das palavras coligadas nas Escrituras
neste capítulo, mas o foco é trazer algumas exemplificações destas palavras e alguns
princípios que estão associadas a elas. O objetivo destas exemplificações e
considerações é auxiliar na percepção de alguns funcionamentos das palavras coligadas
para que os leitores das Escrituras possam utilizar os conceitos dos exemplos na
diversidade de outros temas da Bíblia.
Em um primeiro momento, uma pessoa pode vir a pensar que a ampliação de
conhecimento e de entendimento estará sempre atrelada à expansão e ao alargamento
do horizonte dos conhecimentos.
Este tipo de pensamento pode levar a pessoa a querer buscar sempre uma maior
divergência e ampliação do conhecimento da diversidade existente.
Entretanto, a divergência e a diversidade, por si só, não são garantia de obtenção de
conhecimento e nem de entendimento.
Se o ser humano dependesse do conhecimento de todos os detalhes do universo que
o rodeia, ele jamais teria respostas para as questões mais importantes e eminentes da
sua vida.
O caminho da convergência em muitos casos, provavelmente na maioria e nos
principais, é mais importante para o conhecimento e entendimento do que a
divergência e a diversidade.
Na vida há questões definidas, que estão estabelecidas e jamais sofrerão qualquer
mudança.
Tiago 1:17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai
das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.
Buscar a divergência nos fatores que já são claramente e verdadeiramente
consolidados e estão firmemente estabelecidos, somente postergará o encontro com
aquilo que já está definido de forma concreta.
O texto de Eclesiastes 12, colocado em destaque no capítulo anterior, diz que “o
muito estudar é enfado da carne”, pois quando se estuda a variação daquilo que não
pode variar, o estudo nunca chegará a um resultado concreto, mas somente levará o
estudioso ao desgaste e enfado.
Como que as divergências e as divagações, que não nunca culminam para
convergências e definições consistentes, poderão ser como um prego bem fixado para
servir de apoio e sustentação?
O Único Pastor, citado em Eclesiastes, não age somente na expansão da revelação da
diversidade, Ele tem palavras firmes que convergem e concentram as divergências em
definições muito exatas, contundentes, precisas, muito bem definidas e muito bem
estabelecidas.
1 Pedro 1:21 que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os
mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.
12
As “sentenças coligadas” dadas pelo Único Pastor não são vagas, subjetivas, mas elas
são dignas de confiança, são palavras que servem para direcionamentos e
posicionamentos bem objetivos na vida daqueles que as recebem.
As “palavras coligadas” dadas pelo Único Pastor conectam e consolidam
tudo o que necessário para que as Suas sentenças possam servir de decisão
e apoio e, ao mesmo tempo, também possam servir de proteção para que
nenhum aspecto que pudesse fragilizar as Escrituras ou corromper o
propósito pelo qual foram dadas seja adicionado a elas.
O “Único Pastor” que deu todas as palavras espalhadas pelos séculos
também é o “Único Pastor” que dá as sentenças coligadas das diversas
palavras, as quais sustentam as pessoas para que possam pautar suas vidas
nestas sentenças e também para que possam agregar devidamente outras
partes das Escrituras às suas vidas.
É admirável como escritos de tantos séculos foram registrados de forma que todos
eles apontem para o mesmo e Único Deus. São muitos escritos que apontam para um
mesmo ponto. E isto ocorre somente porque sempre foram dados pelo mesmo e Único
Pastor.
Se por um lado, a grandeza de Deus é admirável pelo fato Dele espalhar os seus
escritos adequadamente por séculos, por outro lado, também é igualmente admirável o
poder de conexão, encaixe, síntese, condensação e consolidação que é expresso na
palavra de Deus.
Os escritos da Bíblia informam e expandem os principais e os essenciais assuntos
sobre a vida humana na Terra e sobre a preparação para a vida que segue após o tempo
de vida no corpo terreno. Ela oferece muitas e muitas informações sobre os assuntos
mais relevantes que uma pessoa necessita saber. Contudo, para que haja uma clareza
muito prática e objetiva sobre os principais e essenciais assuntos sobre a vida, as
Escrituras Bíblicas também contém sentenças que sumarizam e associam as questões
essenciais de forma bem direta e pontual.
Há textos nas Escrituras que associam verdades e as consolidam com uma grandeza
e maestria que os escritores humanos, somente com as suas habilidades naturais,
jamais conseguiriam fazer.
As sentenças coligadas, dadas pelo Único Pastor, e registradas nas
Escrituras por homens inspirados por Deus, são como um suporte firme
para os demais escritos da Bíblia na vida de uma pessoa.
Vejamos a seguir alguns dos muitos exemplos de “palavras coligadas” ou “sentenças
coligadas” que há nas Escrituras e algumas considerações sobre elas como palavras de
esclarecimento, unificação e sustentação que são para outras palavras.
Sentenças Coligadas - Exemplo 1:
Isaías 43:11
Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador.
Este texto registrado pelo profeta Isaías é um exemplo de uma “sentença coligada”
com uma afirmação muito forte e muito claramente definida. É uma afirmação que se
13
choca com qualquer pensamento sobre a face da Terra que apresente uma alternativa
contrária ao Senhorio Supremo de Deus e à Sua condição de Salvador exclusivo.
Apesar de a Bíblia conter longos trechos de textos, nela há também uma série de
textos com poucas palavras ou com poucas sentenças que contêm em si mesmo
verdades completas, que por si só compõem um todo. Estes textos sintetizados servem,
ao mesmo tempo, de colunas para as demais Escrituras, bem como de filtros contra as
palavras que se opõem a estas afirmações tão contundentes.
Conforme expresso na própria Bíblia, nenhuma pessoa, na sua vida na Terra, é
obrigada a concordar com esse tipo de afirmação feita pelo profeta Isaías, mas o que
não pode ser negado é que estas afirmações de fato estão registradas na Bíblia, fazendo
com que elas sejam um fundamento em todos os seus escritos.
Há trechos na Bíblia em que um só versículo contém em si mesmo aquilo que
passaremos a chamar de “uma afirmação global” com começo, meio e fim. Pode até ser
que um verso deste tipo, como o citado por Isaías, não explique a “razão” do Deus da
Bíblia ser o Senhor Soberano, talvez ele não explique o que O faz ser o Único Salvador,
mas uma coisa é clara: ele afirma que Deus é o Senhor e Único Salvador. Pode até ser
que sejam necessários outros textos complementares para ampliar as explanações
sobre uma “afirmação global” tão objetiva e concentrada, mas é impressionante
observar como um único verso das Escrituras esclarece de forma tão precisa que em
todo o Universo existe somente um Salvador e que, ao mesmo tempo, não existe
nenhum outro Salvador. O verso declarado por Isaías, limita as possibilidades de
salvação no Universo a um Único Ser somente.
Várias tentativas de adesão de mais textos à Bíblia foram feitas por pessoas ao longo
da história, mas as mesmas não tinham em si mesmas as conexões suficientes que lhes
eram necessárias para serem incorporadas e mantidas unidas às demais já
estabelecidas firmemente.
Em função da clareza de definição de um texto como o de Isaías 44 verso 3, nenhum
escrito humano que não concordasse plenamente com ele teria os elementos mínimos
de conexão com as Escrituras de Deus.
Se em algum outro ponto de toda a Bíblia fosse encontrada uma variação contrária a
esta afirmação de Isaías 44, as bases de sustentação da Bíblia estariam seriamente
fragilizadas.
Aqueles que já estão mais familiarizados com a Bíblia sabem que estas afirmações
centrais nela declaradas nunca são contrariadas nas Escrituras, pelo contrário, elas são
confirmadas e ratificadas vez após vez.
Isaías 44:6 Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, seu Redentor, o SENHOR dos
Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus.
ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso,
glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por
todos os séculos. Amém!
Judas 1:25
As “palavras coligadas” de Isaías 44 verso 3 convergem a salvação para um só ponto
em todo o Universo e por isto servem de firme sustento para aqueles que nelas creem.
Se uma pessoa não se apoiar nestas “palavras coligadas” e se apoiar em outras palavras
14
que não são dadas pelo Único Pastor, cedo ou tarde, ela se deparará com o fato de ter-se
apoiado em um prego que não estava de fato bem fixado.
Sentenças Coligadas - Exemplo 2:
João 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Que conjunto mais extraordinário e belo de “palavras coligadas” pode ser visto no
texto deste segundo exemplo.
Como é possível consolidar toda a descrição da história da redenção e também do
propósito da salvação de Deus em apenas “duas” linhas de texto?
O versículo 16 de João 3 mostra um poder de síntese e condensação imensurável
quanto ao que ele abrange em termos de informações e quanto ao que ele abrange em
termos de proposta para a vida dos seres humanos.
Que pessoa na Terra poderia condensar uma frase tão curta com tão imensas e
extensas implicações como as encontradas no verso 16 de João 3? Quem poderia, com a
devida propriedade, declarar uma frase tão pequena, mas com afirmações de tamanha
amplitude?
As sentenças coligadas que afirmam resumidamente e objetivamente quem e como
Deus é e qual é o desejo de Deus para a criação, jamais deveriam deixar de estar no
coração e diante da vista das pessoas, pois elas são proteção para que se possa crescer
no conhecimento de outros assuntos e se aprofundar neles sem se desviar dos pontos
cruciais da vida cristã.
As sentenças coligadas que o “Único Pastor” nos concedeu, servem de sustentação
para que uma pessoa possa se apoiar e ser edificada de forma sólida e firme sobre a
Rocha da Salvação Eterna, que é o Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito dado pelo Pai
Celestial.
Salmos 89:26 Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus e a rocha da
minha salvação.
Sentenças Coligadas - Exemplo 3:
Este exemplo trata-se de um complemento de um mesmo exemplo usado no estudo
sobre a “Adequada Divisão da Palavra da Verdade”.
As palavras “coligadas numa sentença”, independentemente do tamanho destas
sentenças, são firmes e podem trazer uma enorme implicação na vida das pessoas que
as leem e que se creem nos seus ensinos.
No estudo sobre a Adequada Divisão da Palavra de Deus, foram vistos dois textos de
Paulo que tem a finalidade de “sentenças coligadas” para que um cristão não incorra de
novo na submissão à Lei de Moisés.
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Romanos 3:19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da
lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável
diante de Deus. (RC)
Romanos 6:14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais
debaixo da lei, mas debaixo da graça.
Se um cristão remover uma “sentença coligada” da sua vida, como as citadas acima,
ele também pode estar removendo os pregos que fixam os degraus da sua vida para não
ser novamente envolto naquilo do qual ele foi liberto.
Quando Paulo registra a afirmação que diz que “o que a lei diz (lei de Moisés) é para
os que estão debaixo da lei o diz”, esta declaração torna-se uma sentença coligada e de
sustentação para aqueles que não estão debaixo da lei. Eles podem passar a ter a
convicção e paz por saberem que a lei de Moisés não é dirigida a eles para que sejam os
cumpridores dos seus mandamentos. Por outro lado, esta declaração também pode ser
uma palavra de alerta da obrigatoriedade do cumprimento de toda a lei, e da
impossibilidade disto, para todos aqueles que se sujeitam à referida lei.
Todavia, as Escrituras também não se limitam a dar somente “sentenças coligadas”
que informam aquilo que não se aplica ao cristão, elas também dão todas as “sentenças
coligadas” que apontam para o local onde se encontra o conteúdo daquilo que foi dado
para a vida cristã.
Romanos 1: 16 Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder
de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do
grego.
17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas
o justo viverá da fé. (RC)
Se pela Lei de Moisés se adentra no caminho que leva ao conhecimento da injustiça
pela tentativa de justificação por obras, pelo conhecimento e fé no Evangelho de Cristo
se adentra ao caminho que leva ao conhecimento da justiça redentora de Deus.
As “sentenças coligadas e bem fixadas” são a expressão do propósito de Deus, e
qualquer palavra que tentar contrariá-las estará tentando contrariar o querer eterno de
Deus e deveria ser rejeitada brevemente e firmemente por um cristão.
Os escritos da Bíblia mostram os caminhos que convergem para a justiça de Deus,
bem como mostra os caminhos que convergem contra a justiça de Deus. Portanto, a
leitura e estudo das Escrituras deveriam ser acompanhados das “sentenças coligadas”
como ponto de fixação e sustentação para que o leitor se mantenha no caminho reto do
Senhor.
16
Sentenças Coligadas - Exemplo 4:
Ao observar as Escrituras bíblicas de forma mais pormenorizada, é possível ver que
nelas estão expostos diversos textos chaves que contêm verdades completas e
fundamentais, conforme foi visto nos exemplos anteriores. Estes textos chaves é que
estão sendo denominados, neste estudo, de “sentenças ou palavras coligadas”.
Por outro lado, também há nas Escrituras algumas partes que dependem desses
textos chaves para serem entendidas adequadamente. Há diversos textos nos registros
da palavra de Deus que dependem das sentenças coligadas para que a verdade contida
neles seja visto em concordância com as verdades fundamentais expostas na Bíblia.
Em outras palavras, se algumas sentenças coligadas não forem compreendidas e
assimiladas previamente, também os textos que são explicados por elas não poderão ser
compreendidos adequadamente.
As sentenças coligadas das Escrituras servem para iluminar outras partes das
próprias Escrituras.
Assim sendo, a compreensão de uma sentença coligada pode servir de chave para
um novo, mais amplo e muito mais acurado entendimento do verdadeiro fundamento
que está por detrás de outras grandes parcelas das Escrituras.
As verdades das sentenças coligadas norteiam o estudo de outras partes das
Escrituras e assim também servem de escudo contra as variantes indevidas de
interpretação e aplicação de trechos da palavra de Deus.
Apesar de muitas palavras coligadas serem expressas em frases curtas e
concentradas, elas não são trechos resumidos somente para que uma pessoa as decore e
as tenha na ponta da língua. O conhecimento delas também serve como balizadores
para que a pessoa compreenda a palavra de Deus de forma segura e de forma que ela
não se desvie do caminho da verdade.
Visto que nas Escrituras um mesmo tema pode ter ângulos distintos tratados ao
longo dos trechos de toda a Bíblia, as sentenças coligadas também exercem um papel
fundamental para tornar uniformes os assuntos iguais que se encontram distribuídos
em várias partes dos registros bíblicos.
O fato dos textos de assuntos similares estarem distribuídos em partes distintas das
Bíblia, não diminui em nada a estabilidade e credibilidade dos mesmos, pois as
sentenças coligadas os unem a despeito do tempo e do local em que foram dados por
Deus para serem considerados como parte das suas Escrituras.
Os mais diversos trechos bíblicos se mantêm sólidos e unificados por milhares e
milhares de anos e assim permanecerão, porque o Único Pastor colocou neles todas as
conexões eternas necessárias para os sustentarem constantes e inabaláveis para
sempre.
1 Pedro 1:25 a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a
palavra que vos foi evangelizada.
Para exemplificar o uso de algumas “sentenças coligadas” para elucidar múltiplos
textos de um mesmo assunto específico distribuído em várias partes das Escrituras,
usaremos o tema bíblico sobre a “sabedoria”.
17
Em um dos livros da Bíblia do chamado “Antigo Testamento”, o livro de
“Provérbios”, encontra-se uma grande série de escritos que fazem referência à
“sabedoria”, como por exemplo:
Provérbios 4:7
O princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; sim, com tudo o
que possuis, adquire o entendimento.
Provérbios 3:13
Provérbios 8:11
Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire
conhecimento;
Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja
nada se pode comparar com ela.
Provérbios 8:12
Provérbios 11:2
Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de
conhecimentos e de conselhos.
Em vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas com os humildes
está a sabedoria.
Lendo estes textos acima citados sobre a sabedoria, e há muitos outros, uma pessoa
pode passar a dar atenção aos mesmos e pode também se conscientizar da importância
de adquirir e manter a sabedoria em sua vida. Esta pessoa pode, inclusive, passar a
envidar grandes esforços para alcançar a tão importante e necessária sabedoria.
Mas somente a partir da leitura de Provérbios, será que é possível desvendar
facilmente e exatamente qual é a sabedoria que a pessoa deveria passar a buscar? De
qual sabedoria o livro de Provérbios está falando?
A sabedoria a ser buscada, é aquela que se encontra depositada nos servidores da
Internet? É a sabedoria que se encontra nas bibliotecas ao redor do mundo? É a
sabedoria que se encontra nas pessoas de idade mais avançada? Seria a sabedoria
milenar dos filósofos? Ou seria ela a sabedoria difundida por consultores, mentores e
orientadores, ou ainda, a sabedoria propagada por jovens atores que anunciam seus
conselhos baseados nos seus sucessos de exposição pública ou nos seus sucessos
financeiros?
São muitos os textos do próprio livro de Provérbios que falam de sabedoria, mas
seriam estes, por si só, pregos bem fixados?
O texto de Eclesiastes diz que o “Único Pastor” concede sentenças coligadas que são
pregos bem fixados. O que seriam então estas “palavras coligadas” ou “sentenças
coligadas” em relação às palavras da sabedoria de Provérbios?
As sentenças coligadas, conforme já mencionado, também são como aqueles pinos
de encaixes (pregos de madeira, metal ou pedra) que firmam todas as partes que
compõe um todo.
É interessante observar que se for encontrada uma sentença coligada que tenha
função de sustentar a muitas outras palavras e sentenças, cada um dos versos soltos de
um trecho passa a ter o valor agregado ampliado e passa a ter algo a acrescentar à
própria sentença coligada, complementando o ensino central de todas as sentenças.
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Quando, porém, não se tem a sentença coligada de sustentação, podem pairar
diversas dúvidas em como uma pessoa pode aplicar um texto de forma prática em sua
vida.
Assim, seguindo o nosso exemplo da “sabedoria”, será que na Bíblia há sentenças
coligadas que possam dar firmeza a tantos textos de Provérbios que falam sobre a
necessidade da sabedoria e do entendimento?
Como exercício prático da busca das “sentenças coligadas” para uma melhor
compreensão sobre a “sabedoria” citada em Provérbios, nós gostaríamos de sugerir a
observação de alguns textos a seguir:
Primeiro texto:
Tiago 3:14 Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e
sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade.
15 Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e
demoníaca.
16 Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de
coisas ruins.
17 A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica,
indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem
fingimento.
O “Único Pastor”, através dos escritos registrados por Tiago, apresenta palavras que
indicam a necessidade de pregos fixadores ao assunto “sabedoria”.
Pelo texto de Tiago, pode ser observado que o seu foco não está na obtenção daquilo
que comumente é chamado de “sabedoria”! Para que a verdadeira sabedoria seja
alcançada, não basta possuir conhecimentos terrenos e as formas de aplicações destes
conhecimentos. É necessário saber se a informação daquilo que se propõe ser sabedoria
vem de boa fonte ou de má fonte.
O fato de muitas pessoas não checarem a fonte de tudo aquilo que é chamado de
sabedoria não seria uma das razões de tantas tentativas chamadas de “sábias”
fracassarem vez após vez? Não seria a falta da distinção do tipo de sabedoria que estaria
levando as pessoas a pisarem em degraus fixados com pregos inadequados ou até sem
pregos?
No texto de Tiago em referência, podemos destacar as seguintes palavras como
sendo uma “sentença coligada” que procuramos, a saber: “a sabedoria lá do alto”.
“A sabedoria lá do alto” é uma sentença coligada que estabelece um conceito
completamente inusitado às formas pelas quais a grande maioria das pessoas busca a
“sabedoria”. Ela concede um prego de fixação para todo e qualquer assunto sobre a
sabedoria e entendimento.
Depois que uma pessoa percebe esta sentença coligada de que “a sabedoria do alto” é
a “sabedoria que contém de fato a verdadeira sabedoria’’, toda leitura dos textos de
Provérbios passa a ter uma perspectiva completamente renovada.
Se uma pessoa ler os trechos de Provérbios pensando em buscar conceitos de
sabedoria dissociados da sabedoria de Deus, ela estará buscando palavras que não se
19
sustentarão, pois não estarão fixadas pelos pregos das sentenças coligadas dadas pelo
Único Pastor.
O texto de Tiago, como uma sentença coligada de inestimável valor, esclarece para o
presente e para o futuro o que os textos de Provérbios dizem para ser buscado com
tanto apreço e intensidade, a saber: “A Sabedoria que vem de Deus”.
Entretanto, uma vez estabelecida esta sentença coligada como um prego bem fixado,
outra pergunta poderá se levantar: Como, então, obter a sabedoria do alto?
Podemos ver aqui que um prego de fixação já foi obtido, mas ainda necessitamos de
outro para alcançar uma posição mais prática em relação ao texto de Provérbios sobre a
sabedoria.
No primeiro prego obtido foi visto que a sabedoria almejada é a “sabedoria do alto”,
mas no segundo prego a ser bem fixado buscamos a informação sobre o meio de obter a
sabedoria do alto.
O segundo prego de fixação não tem mais o seu foco no que se deseja alcançar, mas
em como alcançá-lo, abrindo assim a necessidade do agrupamento e da fixação de
outro conjunto de textos.
Vejamos assim alguns outros textos sobre a sabedoria e sobre as condições para
obtê-la.
Segundo grupo de textos:
Provérbios 11:2
Tiago 4:6
Em vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas com os humildes
está a sabedoria.
Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas
dá graça aos humildes.
Salmos 138:6
O SENHOR é excelso, contudo, atenta para os humildes; os soberbos,
ele os conhece de longe.
As menções sobre a “sabedoria” no livro de Provérbios não são diferentes das
menções sobre a “sabedoria” citadas milhares de anos após através de Tiago em novos
textos bíblicos. São todos sobre a mesma “sabedoria”, mas a partir de Tiago estão
revelados de forma mais direta os pregos de fixação deste tema.
No contexto da busca pela sabedoria, pode-se observar que um dos elementos
centrais para que a busca seja exitosa é a condição de humildade daquele que anela pela
obtenção da sabedoria.
As sentenças que sumarizam a forma como Deus vê a soberba e a
humildade, são pregos muitos bem definidos no quesito da obtenção ou
não da sabedoria.
Ainda quanto aos pregos de fixação, podemos ver que eles antigamente
também podiam representar estacas e eram usados como as colunas
centrais que sustentavam as tendas. Uma vez que uma tenda era bem
erguida e sustentada, a luz e o ar podiam entrar mais amplamente nela.
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Quando Deus nos permite ver as sentenças coligadas das Escrituras,
pode ocorrer uma grande mudança na forma como os escritos são lidos e
vistos.
Assim, e ainda continuando no exemplo sobre a “sabedoria”, vamos nos
deter a mais um conjunto de textos.
Terceiro grupo de textos:
mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos,
pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
...
30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,
31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
1Coríntios 1:24
Se uma pessoa ler somente o livro de Provérbios, ela até pode vir a concluir que a
sabedoria que uma pessoa deveria buscar é o conjunto de conselhos e informações
sábias que há no mundo ou com os sábios dele.
Entretanto, a partir de uma leitura pormenorizada das “sentenças coligadas” do
texto do primeiro capítulo da carta aos Coríntios, a busca da sabedoria passa a ter uma
instrução completamente nova. Uma coluna totalmente diferente é erguida perante a
vida do leitor do referido texto, permitindo que a luz se manifeste de uma forma ampla
e clara como não havia sido manifesta até então.
O texto de 1Coríntios 1 não altera em nada a importância que o livro de Provérbios
atribui à busca pela sabedoria e também não altera em nada as virtudes da sabedoria
que são descritas naquele livro. Contudo, o texto de 1Corintios 1 dá uma perspectiva
completamente nova do que é a sabedoria de Deus e onde esta sabedoria está guardada.
Com a informação de 1Coríntios 1 é possível compreender a declaração de
Provérbios que diz que a “sabedoria” tem nome, fala como uma pessoa e é, de fato, um
ser vivo e real.
Provérbios 8:12
Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de
conhecimentos e de conselhos.
Em Provérbios foram vistos vários textos da importância da sabedoria, em Tiago
pode-se ver que a sabedoria de Deus é a sabedoria que vem do alto. Ainda em Tiago e
nos Salmos foi visto que a sabedoria é dada por Deus pela sua graça, que é concedida
aos humildes de coração.
Entretanto, quanta mudança de perspectiva é trazida pela sentença coligada de
1Coríntios 1, pois ela afirma que “CRISTO É A SABEDORIA DE DEUS” que foi dada
para os seres humanos.
A sabedoria que vem do alto e é dada pela graça aos humildes, é uma
pessoa viva!
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A busca da “sabedoria”, a partir desta informação, passa a ser a busca de
um relacionamento com uma pessoa específica, a pessoa do Senhor Jesus
Cristo!
A palavra de Deus diz que com o Senhor Jesus Cristo habita a prudência, a plenitude
de conhecimento e dos conselhos celestiais para toda a vida e existência.
Assim sendo, tendo esta nova sentença coligada como prego de fixação,
pode ser visto que a “sabedoria do alto” é concedida àqueles que buscam e
se relacionam com a pessoa do Senhor Jesus Cristo com humildade de
coração. Esta é a combinação de “sentenças coligadas” que fixa a “busca da
sabedoria” numa base inequívoca e bem definida.
A carta aos Colossenses complementa esta afirmação ao narrar:
para que o coração deles seja confortado e vinculado juntamente
em amor, e eles tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento,
para compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo,
3 em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.
Colossenses 2:2
Por causa das “palavras coligadas” dadas pelo Único Pastor, podemos sair de uma
busca de sabedoria calcada em conhecimentos e habilidades dispersos pelo planeta,
para a sabedoria calcada num relacionamento vivo com o Senhor Jesus Cristo, Filho de
Deus, que conhece e contém todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.
Como a sabedoria está firmada em Cristo, o repasse dela não depende
necessariamente da capacidade intelectual e de formação educacional de
quem a recebe de Cristo, mas depende da pessoa se relacionar
efetivamente com o Senhor Jesus e da capacidade de Cristo concedê-la a
quem o busca.
Nenhum autointitulado seminário bíblico pode garantir que seus alunos irão
alcançar a verdadeira sabedoria, porque a dádiva dela não depende deles, mas isso
depende, em primeiro lugar, da relação de uma pessoa com o próprio Cristo.
O principal objetivo da obra de Cristo na Terra não visou, exatamente, a
reconciliação dos homens com Deus?
Tiago 1:5 Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a
todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.
Sem as “palavras coligadas” reveladas no Novo Testamento, o homem continuaria
tateando em degraus frágeis sobre o que seria a sabedoria de fato, mas com o
ajuntamento de algumas “sentenças coligadas” uma grande iluminação sobre ela foi
lançada.
Esta questão da “sabedoria” foi exposta aqui como um exemplo adotado para
despertar o leitor sobre a importância de conhecer as palavras do Único Pastor e suas
afirmações coligadas.
O objetivo deste exemplo é destacar a importância de correlacionar assuntos
similares da Bíblia, ainda que distribuídos em vários dos seus livros e textos, pois pelo
processo de conexão um amplo esclarecimento dos mesmos pode ser acrescentado.
22
No texto de 1Coríntios 1 também é citado que o Senhor Jesus Cristo é a nossa
“justiça”, “redenção” e “santificação”.
Buscar a “justiça de Deus em primeiro lugar” é buscar em primeiro
lugar um relacionamento com Cristo, a nossa justiça!
Orar pela “justiça de Deus” para o mundo, é pedir ao Senhor para que o mundo
receba a oportunidade ampla e clara de conhecer a Cristo e receba os benefícios da sua
obra redentora, e assim por diante.
Todos os livros da Bíblia têm grandes instruções de vida para os cristãos, mas estes
passam a ter a real sustentação na vida do leitor quando são associados às verdades das
“sentenças coligadas” que Deus colocou também ao longo das escrituras e que apontam
para o Seu Filho Unigênito, o Senhor Jesus Cristo.
Efésios 1: 9 desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu
beneplácito que propusera em Cristo,
10 de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos,
todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;
Finalizando o aspecto das “palavras coligadas” neste estudo, gostamos sempre de
relembrar que, para auxiliar aos que querem conhecer os caminhos de Cristo, o Senhor
Jesus proveu um “Instrutor e Consolador” muito especial que é perfeitamente capaz
para poder guiá-los nesta jornada de percepção e compreensão das profundezas das
Suas “sentenças coligadas”.
João 14:26 mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu
nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos
tenho dito.
23
C4. Palavras que se Utilizam de Outras Palavras Já
Explicadas Previamente – Enigmas da Antiguidade
Após vermos que muitas “palavras coligadas” utilizam-se da sumarização e da
convergência de verdades fundamentais para servirem de firme sustentação e
funcionarem como pregos bem fixados para os que nelas creem e também para as
demais Escrituras, nós gostaríamos de expor, neste novo capítulo, mais uma maneira
utilizada nos registros da Bíblia para combinar múltiplos textos.
Nas Escrituras, há textos que fazem referências bem sucintas e abreviadas a nomes,
locais, fatos e situações históricas de outros textos das Escrituras. As referências aos
outros textos não são meras menções despropositais, mas visam despertar os leitores
para que eles associem um determinado texto que estão lendo com uma série de
informações correlatas que estão por detrás das referências mencionadas nele.
A prática das menções diretas a outras referências dentro das próprias Escrituras é
também usada em muitas outras literaturas. Esta prática visa indicar temas e
conteúdos relevantes ao leitor sem, contudo, fazer uma reapresentação de todos os
detalhes a cada novo texto exposto.
Se um leitor conhece o conteúdo que está por detrás da menção indicada, ele pode
avançar mais apropriadamente para os próximos temas do texto principal que ele está
verificando. Se, porém, o leitor não conhece os conteúdos da menção indicada, ele
pode, por meio dela, se interar dos detalhes pormenorizados da referência indicada
para que na sequência compreenda mais amplamente o texto principal que está lendo.
Nos dias atuais, poderíamos comparar as referências que a Bíblia faz a outros
conteúdos dela mesma, como sendo “links” que são feitos entre diversas partes de um
mesmo compêndio para indicar os locais onde um termo usado referenciado é mais
amplamente explanado. O uso de “links” em alguns temas pode ser muito útil, pois eles
permitem tratar novas abordagens de alguns temas de forma mais objetiva sem,
contudo, descartar o conteúdo que serviu de base para a elaboração deles.
Uma das maneiras que as Escrituras usam para fazer as referências cruzadas entre
os seus textos é o que é chamado nelas de “Enigmas” ou também de “Enigmas dos
Tempos Antigos” ou “Enigmas da Antiguidade”, como pode ser visto no trecho do
Salmo 78 a seguir.
Escutai, povo meu, a minha lei; prestai ouvidos às palavras da minha
boca.
2 Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos.
3 O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais,
não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores
do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez.
Salmos 78:1
4
A palavra “enigmas”, usada no texto acima, nas anotações relacionadas aos
comentários de Strong é explicada da seguinte forma:
02420 chiydah
9 enigma, questão difícil, parábola, dito ou questão enigmática, palavra ou questão
perplexa
enigma (expressão obscura)
24
adivinhação, enigma (para ser adivinhado)
questões perplexas (difíceis)
transação dúbia (com o verbo ter)
Quando é abordado o tema “enigmas”, de forma alguma o objetivo é dar a ideia de se
tratar de coisas veladas e que agora serão descortinadas.
Com a vinda do Filho de Deus ao mundo em carne e com toda a sua obra para
redenção da humanidade, muitos “enigmas antigos” foram desvendados.
Assim, antes de Cristo, a quantidade de considerações sobre “enigmas dos tempos
antigos” não esclarecidos era muito superior ao que temos depois da vinda de Cristo.
Para as pessoas que viviam antes de Cristo, a quase totalidade das coisas que
sobrevieram a Cristo era para eles inconcebíveis de acontecerem ao Filho de Deus.
Como entenderiam que Deus em Cristo seria crucificado pelos homens?
Depois da morte e ressurreição de Cristo isto ficou esclarecido. Isto era um enigma
que para nós já foi desvendado. O Cordeiro que tira o pecado do mundo já foi imolado
para a redenção das pessoas e para tornar acessível a possibilidade da reconciliação
delas com Deus.
Entretanto, a Bíblia continua usando a expressão referente “ao Cordeiro que foi
morto”. Já sabemos que o Cordeiro era o Senhor Jesus e que morreu na cruz para
salvação de todos os homens. Mas a Bíblia não considera que Jesus somente foi o
Cordeiro de Deus, mas que é e continua sendo. Quando as Escrituras posteriores a
Cristo usam a referência ao enigma chamado de “Cordeiro de Deus”, elas o fazem
apontando a todo o conteúdo que está implícito no fato de Cristo ter sido e continuar
sendo o “Cordeiro de Deus”.
Assim como consta na Bíblia de que “nós somos ovelhas do seu pasto” e isto não nos
transforma literalmente em animais, O Senhor Jesus Cristo não é um cordeiro no
sentido material, mas sim no sentido da figura em que Ele, “como um cordeiro que foi
morto”, proveu a salvação de muitos pelo sacrifício do Seu corpo e do Seu sangue.
Os enigmas usados na Bíblia muitas vezes parecem ser o que em nossos dias
chamaríamos de “figuras de linguagem”, lembrando que esta comparação não se aplica
plenamente em todos os casos.
As figuras de linguagem são usadas quando alguém quer usar poucas palavras para
se referir a um conjunto de pensamentos ou eventos que estão agregados às figuras de
linguagem mencionadas.
Mesmo quando pessoas viajam para um país do qual elas conhecem relativamente
bem o idioma local, poderá ocorrer de que elas não compreendam o que é falado neste
outro país quando alguém usa uma figura de linguagem típica daquele país ou região.
Nestes casos, para que elas possam compreender o que as pessoas falam, será
necessário interrogar ou pesquisar especificamente sobre o assunto e sobre o
significado das figuras de linguagem utilizadas.
Por outro lado, uma vez que a figura de linguagem for exposta e esclarecida ao
viajante, não é necessário que todo o conteúdo que está associado a ela tenha que ser
novamente explicada a cada vez que a figura de linguagem é mencionada.
O mesmo ocorre na leitura da Bíblia. Há muitas expressões citadas nela que são
complementos das figuras de linguagem que nela já existiam previamente.
25
Se o leitor não investigar do que se trata uma referência a uma figura de linguagem,
ele poderá ficar com o seu entendimento restrito sobre os assuntos novos a ela
correlacionados.
A Bíblia apresenta a si mesmo como palavra de Deus e também se apresenta como
um compêndio já estabelecido pelo Senhor, não havendo nenhuma indicação nas
Escrituras que Deus tenha em mente fazer uma nova versão dos fatos para que estes
recebam nomes mais modernos ou que sejam transformados em figuras de linguagem
com termos contemporâneos.
Deus se refere, e continua a se referir, aos fatos antigos da mesma maneira como
eram nominados quando ocorreram e com os mesmos nomes e locais em que foram
registrados. Obviamente, não estamos dizendo que a Bíblia e os nomes usados nela não
deveriam ser traduzidos para todas as línguas, mas o que queremos dizer é que os
nomes e os exemplos da Bíblia, em essência, continuam a ser os que estão registrados
na Bíblia como Deus mostrou para serem registrados.
Em outras palavras, cabe ao leitor da Bíblia tomar conhecimento dos fatos originais.
Não cabe ao leitor ficar esperando Deus promover a modernização dos fatos para que
aqueles textos recebam exemplos mais contemporâneos. O mesmo Deus que inspirou
os textos, também é o Senhor que sabe fazê-los compreensíveis para aqueles que O
buscam.
Deus disponibiliza as Escrituras para aqueles que anelam por conhecer a “Palavra da
Verdade” e as sustenta para que passem de geração em geração. Entretanto, cada
geração precisa envidar os devidos esforços para ser achegar diretamente a Deus, para
conhecer o que está referenciado, na própria Bíblia, aos enigmas da antiguidade
quando são usados como figura de linguagem.
As pessoas que registraram as Escrituras de Deus, o fizeram com esmero, por amor a
Deus e com amor pelas suas descendências. O esforço para entender os seus termos é
muito menor do que o esmero que aqueles que os escreveram tiveram que envidar.
Alguns literalmente doaram as suas vidas a árduos sacrifícios para que as verdades
celestiais fossem passadas de geração em geração.
Se uma conduta humana foi digna de ser registrada na Bíblia, quer ela tenha sido
adequada ou não, e o exemplo específico desta pessoa ou grupo de pessoas atingiu um
propósito de servir para ensino naquele aspecto e serviu para ser adotado por Deus
como referência a ser registrada nas Escrituras, mesmo que outros repitam as mesmas
ações por outras inúmeras vezes e com nomes diferentes, Deus entendeu por bem
nominá-las com a figura de linguagem que Ele escolheu para registrá-las.
Ou ainda, isso nos mostra que há condutas feitas a milhares de anos atrás, que, em
sua essência, têm os mesmos ingredientes dos atos similares feitos nos dias atuais e que
não precisam ser reeditados para serem compreendidos.
Quando a Bíblia usa um exemplo antigo, com figuras de linguagem antigas, mas com
validade para os dias presentes, a mensagem que ela passa é que o ser humano pode ter
mudado nos aspectos externos do seu habitat, mas no interior, no seu coração, os
desejos e ações são as mesmas de milhares de anos atrás.
Além do exemplo do “Cordeiro de Deus”, somente queremos citar rapidamente mais
dois exemplos para colaborar no despertar do leitor para este aspecto das figuras de
linguagem, deixando o estudo maior destes exemplos específicos para algum momento
mais apropriado:
26
Exemplo 1:
Judas 1:11 Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de
ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá.
12 Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade,
banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se
apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena
estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas;
13 ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas
errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre.
Este é um texto repleto de exemplos do que está sendo comentado neste capítulo.
Caim, Balaão e Coré são homens reais que viveram no passado e cujas condutas se
tornaram em figuras de linguagem, ou seja, tornaram-se, de certa forma, em “enigmas
da antiguidade” para sempre, mesmo que já estejam desvendadas nas Escrituras.
Os textos como o de Judas, por exemplo, associados ao significado das figuras de
linguagem, contribuem para que os homens e mulheres maus em cada nova geração
sejam identificados pelas suas obras, mesmo que tenham discursos suaves e agradáveis
aos ouvidos, pois eles são na realidade como “rochas submersas”, rochas escondidas,
que podem causar grandes danos para quem transita por águas em que eles se
escondem.
“O caminho de Caim”, “o erro de Balaão” e a “revolta de Coré” são enigmas expostos
e esclarecidos nas Escrituras para servirem de alerta para comportamentos similares
que se manifestam de tempos em tempos e em todas as gerações.
Se os leitores da Bíblia, vez após vez, simplesmente passarem por cima destes textos,
não realizarem um aprofundamento dos significados dos nomes destes personagens e a
figura de linguagem que está associada a eles, os leitores correrão o risco, mesmo
milhares de anos após, de se encontrarem frente a frente com situações similares
àquelas antigas, mas sem se aperceberem que estão ocorrendo também em seus dias e
diante dos seus próprios olhos.
Na própria Bíblia há os esclarecimentos sobre os nomes de pessoas, locais, povos e
condutas antigas e que ela usa como enigma ou como figura de linguagem e, se estes
são citados, é para ensino e benefício do leitor é que são citados.
Nas Escrituras há nomes e figuras de linguagem que apontam para exemplos que
devem ser seguidos, bem como para exemplos que deveriam ser fortemente rejeitados
por aqueles que leem as palavras do Senhor.
Exemplo 2:
Dizei-me vós, os que quereis estar sob a lei: acaso, não ouvis a lei?
Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava e outro da
livre.
23 Mas o da escrava nasceu segundo a carne; o da livre, mediante a promessa.
24 Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma,
na verdade, se refere ao monte Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar.
Gálatas 4:21
22
27
25
Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que
está em escravidão com seus filhos.
26 Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe;
Na versão NKJV, em inglês, a palavra alegórica é traduzida como “simbólica”, ou
seja, a tradução por esta versão seria: “Estas coisas são simbólicas”. Isto mostra que na
Bíblia de fato há diversos aspectos usados como figura de linguagem.
As vidas das duas mulheres do texto acima de Gálatas, e os fatos envolvidos nas suas
vidas, tornaram-se como símbolos de condutas para todas as gerações futuras. As
pessoas em todas as épocas, inclusive nos dias presentes, podem vir a adotar e
manifestar comportamentos que tem, na sua composição básica, os mesmos princípios
que estas duas mulheres adotaram e manifestaram, e de fato o fazem diariamente em
suas vidas sem, contudo, na maioria das vezes, discernirem que as praticam.
Há muitas simbologias relacionadas nestes textos. Aprender a compreendê-las e
usá-las de forma adequada e moderada faz parte do processo de crescimento no
entendimento dos escritos bíblicos.
É claro que isso não significa que todos os personagens da Bíblia podem ser usados
como “simbólicos” a qualquer tempo e conforme o desejo do leitor. Porém, quando a
própria Bíblia os usa como tais, pode haver uma grande contribuição em conhecê-los
mais detalhadamente.
Por exemplo, os últimos textos de Judas e Gálatas citados acima, estavam em cartas
escritas e direcionadas para as pessoas em geral que criam no Senhor Jesus Cristo. Não
eram pessoas em posição especial, os textos não eram dirigidos a líderes especiais e
nem eram dirigidos somente aos judeus daqueles dias que sabiam mais sobre os
eventos e exemplos dos personagens citados. As palavras de Tiago e Paulo eram
dirigidas para pessoas “comuns” que aderiram à fé no Senhor Jesus Cristo em diversas
regiões daquela época.
Da mesma forma nos dias atuais, pessoas “comuns” são desafiadas a conhecer mais
profundamente as Escrituras da Bíblia, bem como algumas das suas principais
simbologias da antiguidade.
Deus pode usar figuras de linguagens modernas para instruir uma pessoa para que
ela se aperceba do que Ele está querendo lhe ensinar. Deus sabe falar com pessoas de
todos os tempos, todas as idades e em qualquer situação que se encontram. Entretanto,
Deus escolheu um conjunto de exemplos para comporem os seus registros formais para
todas as gerações e que servem de base para que os ensinos pessoais sejam validados e
confirmados.
Para o cristão sempre é importante voltar às Escrituras em si. Elas são ferramentas
de ensino e ferramentas de proteção para a vida dos cristãos.
Quando neste estudo está sendo dada a ênfase de conhecer a palavra de Deus em si,
bem como os enigmas da antiguidade, esta ênfase não está se referindo ao retorno às
Escrituras para busca pelas tradições e das culturas que havia nos povos antigos, mas
na busca dos princípios de Deus que estão acima das tradições e culturas e que são
dadas para serem vividas em todas as gerações.
Muitas culturas e tradições se opõem à vontade de Deus para as pessoas, mesmo
sendo antigas, e a sua “antiguidade” não as valida para serem adotadas por aqueles que
querem seguir ao Senhor Jesus Cristo.
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Marcos 7:8 Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos
homens.
9 E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes
a vossa própria tradição.
Colossenses 2:8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs
sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e
não segundo Cristo;
9 porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.
Infelizmente, nos dias atuais, estamos rodeados de muitos conceitos e ensinos que se
apresentam como sendo genuinamente cristãos, mas que na realidade não passam de
uma expressão de comportamentos que as pessoas tentaram agregar ao que é a
verdadeira vida de fé em Cristo e que passaram a ser adotados culturamente como se
fossem pertencentes à fé originalmente ensinada pelo Senhor.
Seguir a Cristo e almejar compreender as Suas sentenças coligadas e os enigmas da
antiguidade é algo bem diferente do que buscar compreender as tradições culturais e
religiosas que as pessoas têm repassado de geração em geração. Pelo contrário, as
palavras coligadas do Senhor e os enigmas da antiguidade também servem para
discernir aquilo que se mostra com aparência de ser verdadeiramente cristão somente
porque é praticado por séculos, mas que não o é de fato e nem é aprovado pelo Senhor.
Conhecer a fé cristã por repasse tradicional e intelectual, misturado com culturas
comportamentais acrescidas pelas pessoas ao longo dos anos, é completamente
diferente do que conhecer a Cristo pessoalmente e do que conhecer as verdadeiras
palavras que Deus deixou registradas nas Escrituras para todas as pessoas.
Todas as palavras ensinadas pelo Único Pastor são plenamente verdadeiras, mesmo
quando expressas na Bíblia como figuras de linguagem, e elas vêm acompanhadas da
vida que há no próprio Senhor que as concede.
Salmos 119:160 As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio,
e cada um dos teus justos juízos dura para sempre.
João 6:63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as
palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.
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C5. Detalhar sem se Afastar da Visão Global para evitar os
Ventos de Doutrina
Grande parte da geração que vive nos dias atuais na Terra, em muitos aspectos, é
especialmente privilegiada se comparada com as gerações passadas.
Atualmente, existe a disponibilidade de facilidades de locomoção, comunicação,
acesso à energia elétrica, água, tratamentos de saúde, e muitas outras coisas, de uma
maneira que não eram nem concebidas a menos de cem anos atrás. As condições
anteriores para alcançá-las eram muito mais difíceis e limitadas, sendo que muitos dos
meios que são utilizados contemporaneamente nem sequer existiam num passado
próximo.
Outro aspecto que está se difundindo de uma forma acelerada, crescente e
imensurável é a ampla disponibilização de acesso às mais diversas informações
existentes no mundo. Com o advento da Internet e com o advento dos equipamentos
móveis, pessoais e chamados de inteligentes, este acesso aos dados está alcançando
enormes multidões, nos mais diversos pontos do mundo, e das mais variadas classes
sociais.
Além disso, juntamente com as informações, está sendo disponibilizado um mar de
ferramentas de manuseio e exploração destas informações.
É certo que a geração destes dias, como todas as outras gerações anteriores, também
tem enormes problemas e desafios com os quais se depara diariamente, mas
efetivamente há uma disponibilidade de diversos recursos, e numa escala tal, que
nunca foi vista em outros tempos.
Por outro lado, porém, é importante destacar que apesar de cada geração ter
desafios específicos pertinentes à sua própria época, cada geração também tem desafios
que são exatamente iguais aos das gerações de todas as épocas passadas. As pessoas
continuam morrendo, a vida na Terra continua sendo finita e a perspectiva do “pósvida” continua a ser o maior desafio de todos, como foi desde os primeiros tempos.
Como a Bíblia é um arsenal de informações e instruções, é claro que os benefícios
atuais das ferramentas de manuseio de dados também podem servir de benefício no
estudo da palavra nela contida.
Hoje podemos realizar pesquisas filtradas por palavras específicas, agrupar textos
em temas, reordenar textos em diversas ordens de classificação, como por exemplo, por
época estimada e cronológica de escrita, comparar versões de diversas traduções e
comparar textos com vários idiomas distintos, e muito mais.
Até os tempos presentes, nunca houve uma geração que pudesse explorar a Bíblia
com tantas ferramentas técnicas disponíveis para a realização de pesquisas nas
Escrituras.
O acesso às Escrituras, nos dias atuais, pode ser realizado de diversas maneiras,
sendo, inclusive, possível visualizar a palavra no idioma original das Escrituras para
cada palavra no idioma em que o leitor as está acessando. Não bastando isto, estas
palavras no idioma original ainda encontram-se associadas a dicionários que as
esclarecem e exemplificam.
Todos estes benefícios disponíveis são úteis e dignos de serem explorados.
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Entretanto, também há riscos envolvidos nesta facilidade de manuseio de textos e de
agregação de anexos, comentários e complementações externas relativas aos conteúdos
da Bíblia. Em muitos casos, o excesso de desejo de informações das mais variadas
pesquisas, pode fazer o pesquisador chegar a descer a um nível de detalhes tão
minucioso que o entendimento dos temas passa a ficar comprometido. Pela entrega a
uma análise pormenorizada de um determinado aspecto, o pesquisador pode chegar ao
ponto de ser absorto pelos detalhes e se dissociar das verdades globais das Escrituras.
Toda a tecnologia para acesso e tratamento de informação que há no mundo, não
garante e jamais poderá garantir a compreensão adequada das Escrituras.
Na própria Bíblia há alertas para que as ações de estudo das Escrituras tenham
sempre em mente de que a Bíblia é um compêndio global com as mesmas verdades
centrais ao longo de seus escritos. Os estudos da Bíblia deveriam sempre ter em mente
este aspecto global que se entrelaça por seus mais diversos textos, e o detalhamento dos
estudos das Escrituras não deveria servir para criar doutrinas e ensino dissociados da
visão global que Deus expressa nos escritos que deixou aos seres humanos.
O ensino de Deus, também chamado de doutrina de Deus, não é para ser fracionado
segundo os interesses dos homens que usam somente as partes lhes interessam para
criarem e espalharem as suas ideias distorcidas como ventos. Como ela é a Palavra da
Verdade, o leitor sempre deveria buscá-la de forma consistente com a própria verdade,
mesmo se isto, em algum momento, contrariar os interesses dele.
Efésios 4:14 para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para
outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos
homens, pela astúcia com que induzem ao erro.
15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo,
2 Timóteo 3:16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para
toda boa obra.
Ventos de doutrina são ensinos que são constituídos a partir de algumas frações de
textos extraídos da própria palavra de Deus. Eles podem se apresentar como “bons
ventos da doutrina bíblica”, mas por eles não serem fiéis a “Adequada Divisão da
Palavra da Verdade”, não serem fieis às “sentenças coligadas” e nem ao significado
expresso por Deus sobre os “enigmas da antiguidade”, estes ventos ficam
desconectados das verdades de Deus, induzindo os seres humanos a grandes e terríveis
erros, pois são apresentados com aparência de verdadeira piedade.
Somente pela comunhão com o Único Pastor que concedeu as Escrituras é que uma
pessoa pode permanecer na observância adequada das mesmas. O crescimento
saudável no conhecimento das Escrituras ocorre quando alguém cresce naquele que é O
Cabeça de todas as Escrituras.
1Timóteo 6:3 Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs
palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade,
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4 é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de
palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas,
5 altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da
verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro.
Um detalhamento mais amplo deste texto de Timóteo pode ser encontrado no
estudo sobre “O Outro Evangelho”, considerando que neste estudo o propósito maior é
despertar o interesse do leitor para os princípios de se relacionar adequadamente com
as Escrituras.
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C6. Qual é o Melhor Dicionário Bíblico?
Observando os diversos aspectos sobre um relacionamento adequado com as
Escrituras, uma pessoa pode vir a considerar que a tarefa de fazê-lo não é algo tão
simples assim.
E de fato a interação com a Palavra de Deus não é uma tarefa simples, na realidade
ela é impossível de ser feita adequadamente somente por meio de recursos naturais
disponíveis ao ser humano.
Entretanto, apesar da tarefa de relacionamento com a palavra de Deus não ser
simples, ela pode ser alcançada e realizada por pessoas simples se elas se deixarem
orientar por aquele que inspirou os conteúdos das Escrituras, ou seja, o Único Pastor.
O mesmo e Único Deus que inspirou as Escrituras, é também o mesmo e Único Deus
que pode desvendá-la a quem Ele quiser fazê-lo.
A compreensão das Escrituras está muito mais relacionada às concessões que Deus
faz para que as mesmas sejam assimiladas, do que com a capacidade de quem as quer
assimilar.
Salmos 8:2 Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa
dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador.
Mateus 21:16 Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca
lestes: Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?
Lucas 10:21 Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te
dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e
instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu
agrado.
Romanos 9:16 Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de
usar Deus a sua misericórdia.
Em um primeiro momento poderíamos estar inclinados a considerar que a Bíblia é o
melhor dicionário dela mesma, mas observando os textos da própria Bíblia, pode ser
observado que o melhor dicionário da Bíblia é o próprio Autor que inspirou as
Escrituras que nela estão contidas.
Quem melhor do que o próprio autor de escritos para explicar os seus escritos?
Em muitos escritos humanos não é mais possível acessar os seus autores, pois eles já
não estão mais presentes e atuantes na Terra, mas no caso da Bíblia isto não ocorre. Os
escritores da Bíblia já não estão mais presentes, mas a fonte que lhes inspirou é eterna e
sempre presente junto aos seres humanos de todas as épocas, inclusive no tempo
presente.
O fato, porém, de que o próprio Deus é o melhor dicionário para esclarecer os Seus
escritos, não significa que Deus não usará dos escritos e nem deixará de responder por
meio deles.
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Muitas pessoas, muitos preciosos estudiosos, têm servido suas gerações, bem como
gerações que lhes sucedem, com materiais de apoio para o estudo de idiomas e
expressões, registrando-os em incontáveis dicionários.
Da mesma forma, muitos o fizeram escrevendo e compilando dicionários sobre
palavras e expressões da Bíblia.
Essas pessoas prestaram e prestam um enorme e precioso serviço descrevendo sobre
termos nos seus idiomas originais, bem como explicando como eles foram usados em
traduções antigas e recentes.
Da mesma forma as descrições arqueológicas das cidades e como poderiam se
parecer nos tempos antigos são de grande utilidade, bem como suas prováveis
localizações, seus costumes e muitas outras informações valiosas que podem facilitar
em muito os estudos de quem deseja conhecer mais da Bíblia.
Para uma pessoa receber o entendimento de uma instrução de Deus, ela precisa
saber e compreender um vocabulário mínimo para se comunicar e receber a
comunicação. Neste sentido os diversos dicionários e materiais cooperam para a
comunicação em geral de uma pessoa e também na sua comunicação com Deus.
Entretanto, seguindo e ampliando o pensamento das “sentenças coligadas”, as
palavras e informações recebidas precisam ser ordenadas e concatenadas de tal forma
que recebam o sentido adequado para poderem ser colocadas adequadamente em
prática.
Apesar de o próprio Deus ser o instrutor das pessoas que lhe buscam, um dos
principais meios pelos quais Deus instrui as pessoas e lhes exemplifica o seu querer é
pelas palavras das Suas Escrituras.
Sem as Escrituras, Deus, por exemplo, teria que explicar tudo o que nelas está
contido para cada pessoa, o que simplesmente tomaria mais tempo do que a vida
inteira desta pessoa na Terra, implicando em que a mesma não teria mais tempo hábil
para viver o querer de Deus para ela.
As Escrituras, como um compêndio inspirado por Deus, podem servir de apoio para
facilitar e agilizar a compreensão do querer de Deus.
Neste sentido, a própria Bíblia, traz muitas explicações de si mesmo que muitos
dicionários linguísticos não poderiam trazer e ela também acaba se tornando um
dicionário útil dela mesma. Depois do próprio Deus, o melhor dicionário da Bíblia é a
própria Bíblia.
Em princípio, nenhum dicionário linguístico vai dizer que a definição de “sabedoria”
é igual à pessoa do “Senhor Jesus Cristo”. Isto não é visto com um papel do dicionário
linguístico, mas é um papel indispensável da própria Bíblia.
Quando a Bíblia, por exemplo, contém a expressão “pecado”, nela mesma pode ser
observado os principais detalhes sobre o pecado. Nas Escrituras o pecado é relatado em
fatos, tem a sua origem exposta, tem as consequências amplamente descritas e
demonstradas, e muitos outros aspectos relacionados ao mesmo.
Muitos materiais de apoio são realmente úteis no estudo da Bíblia, mas um grande
risco se torna presente quando as definições sobre as coisas escritas na Bíblia são
usadas sem as citações das explicações dadas pela própria Bíblia e quando são dadas
sem se utilizarem das “sentenças coligadas” dadas pelo “Único Pastor”.
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E, por outro lado, ainda há aspectos que simplesmente são inexplicáveis à mente
humana, e quando algo não é explicável nem nas Escrituras, a Bíblia narra que aquilo
simplesmente é inexplicável:
Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes
disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem:
Qual é o seu nome? Que lhes direi?
14 Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos
de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.
Êxodo 3:13
DEUS É DEUS!!!
A Bíblia e a prática da vida mostram que se pode saber muito sobre a pessoa de Deus
e falar sobre as características de Deus, mas com a mente humana é impossível alcançar
uma definição total de quem é este Deus. O Senhor é Deus e os seres humanos são
criaturas! A Bíblia explica o que é necessário, mas também mostra aquilo que vai além
da compreensão do ser humano na Terra.
Assim, por fim, se um leitor incrementar à sua leitura e ao seu estudo da Bíblia (1)
uma especial atenção como a que uma criança tem quando o pai lhe conta uma história,
(2) se ele começar a separar adequadamente os blocos de assuntos, (3) se ele se
dispuser a identificar as palavras coligadas para agrupar os assuntos debaixo da
coligação dada pelo Único Pastor e, ainda, (4) acrescentar o interesse em entender
alguns dos principais enigmas de tempos antigos (ou figuras de linguagem), a tarefa do
próprio Deus em instruí-la de forma pessoal pode se tornar mais objetiva e mais
produtiva para a vida daquele que anela pelo querer de Deus.
Se a tarefa em se aprofundar na Bíblia conforme instruído pela própria Bíblia for
acompanhada da ajuda e direção de Deus, este aprofundamento na “Palavra da
Verdade” certamente não será entediante e poderá proporcionar preciosos benefícios
temporais e eternos àqueles que dela fizerem uso.
Salmos 119:144 Eterna é a justiça dos teus testemunhos; dá-me a
inteligência deles, e viverei.
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Bibliografia
Observação sobre Textos Bíblicos referenciados:
1) Os textos bíblicos sem indicação específica de referência foram extraídos
da Bíblia RA, conforme indicada abaixo.
2) Os destaques nos textos bíblicos, como sublinhado, negrito, ou similares,
foram acrescentados pelo autor deste estudo.
Bíblia EC - João Ferreira de Almeida Edição Comtemporânea (1990).
Editora Vida.
Bíblia LUT - Alemão - Tradução de Martinho Lutero (1912) - CD Online
Bible.
Bíblia NKJV - Inglês - New King James Version (2000) - CD Online
Bible.
Bíblia RA - Almeida Revista e Atualizada (1999) - CD OnLine Bible.
Bíblia RC - Almeida Revista e Corrigida (1995) - CD OnLine Bible.
James Strong, LL.D, S.T.D. - Léxico Hebraico e Grego de Strong - CD
Online Bible.
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