ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I Versão Online OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS APRESENTAÇÃO DO ARTIGO FINAL PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE Título: Pedagogia de Projetos como formação continuada. Uma proposta de Gestão Escolar por meio de tecnologias informações e comunicação Nome do Autor: Mário Augusto Mayer Nome da Professora Orientadora: Professora Doutora Núria Pons. Resumo: Proposta de capacitação de professores do Colégio Gabriela Mistral sobre Pedagogia de Projetos através do uso de tecnologias de informação e comunicação. Capacitação permanente, como projeto de Gestão da Escola. Foram convidados os professores do turno da manhã e da tarde. Dez professores se prontificaram a participar. Montamos um cronograma de ações, divulgamos e criamos um blog www.aulasemprojetos.blogspot.com.br. Esta foi a ferramenta utilizada para o desenvolvimento, além das aulas presenciais. Foram 32 horas de curso através desta plataforma e das aulas presenciais. Diversos comentários, e mais de 250 visualizações. A proposta segue, mesmo depois da implementação, com o blog sendo alimentado toda segunda-feira com assuntos que podem se transformar em projetos para os alunos. Palavras-chave : Pedagogia, Projetos, Contextualização, Interdisciplinaridade, Tecnologias, Gestão, Capacitação Permanente. Introdução: Segundo (Gomes, 2008) “Escola organizada e limpa, equipamentos funcionando, contas em dia, funcionários em ação, comunidade participativa - e, acima de tudo, alunos aprendendo”. Esse é o cenário ideal para uma instituição de ensino. Não se chega a ele sem muito trabalho e sem a presença de um diretor à sua frente. Ele deve ser um profissional que, na definição clássica do pesquisador Antônio Carlos Gomes da Costa, conjuga três perfis básicos: • Administrador escolar: mantém a escola dentro das normas do sistema educacional, segue portarias e instruções, é exigente no cumprimento de prazos; • Supervisor pedagógico: valoriza a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica e cria oportunidades de capacitação docente; • Líder sociocomunitário: preocupa-se com a gestão democrática e com a participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite trânsito livre em sua sala”. Este é um dos perfis básicos sugeridos, sobre o papel do Gestor Escolar, especialmente o de criar oportunidades de capacitação docente. Faz parte, portanto, das atividades desenvolvidas pelo Gestor Escolar, a de estimular a capacitação do corpo docente de sua escola. Entendemos que a importância de capacitação de professores sempre foi um grande desafio para os Gestores, ainda mais nos dias atuais. Diversas formas e fórmulas já foram experimentadas ao longo do tempo, todas tiveram sua importância, mas, é necessário sempre ir mais longe. Nos dias atuais, o desafio é a capacitação permanente. Os modelos de capacitação de professores com pequenos cursos, dias de estudos, encontros de áreas, foram e serão sempre importantes, mas a descontinuidade e segmentação podem comprometer a continuidade da capacitação e torná-la pouco eficiente. Considerando esta necessidade de capacitação permanente de professores, e tendo a intenção de se propor a da Pedagogia de Projetos, como ferramenta para a busca permanente da construção do conhecimento. Pois segundo (Prado 2005 p.13), Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. Portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações – que tem como centro do processo a atuação do professor – para criar situações de aprendizagem cujo foco incida sobra as relações que se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo a partir das relações criadas nessas situações. Sendo assim, a proposta de se trabalhar com a pedagogia de projetos, dentro da escola, utilizando os diversos recursos tecnológicos existentes para o desenvolvimento deste trabalho, foi a justificativa para a implementação deste projeto. A intenção primeira é a de tornar a capacitação permanente e a construção do conhecimento entre professores e alunos, uma política pedagógica permanente. É indispensável pensar em propostas de aprendizagem onde o aluno seja um participante ativo da aprendizagem. Consideramos que, quando se tem bem claro as propostas e todas elas discutidas de maneira democrática, todos os setores da escola se sentem responsáveis pelos objetivos propostos bem como pelos resultados e a constante busca de melhoria. Isso, em educação, nos parece ser fundamental. A proposta de estudo do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, oferecida pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná, além de ser uma forma de capacitação continuada, oferece a oportunidade de aplicação do projeto em uma escola da Rede Estadual de Ensino. Tal concepção está vinculada a ideia de se partir de uma problematização vivida pelo professor dentro de sua realidade escolar. É pensar em situações recorrentes no ambiente escolar e analisar o que se pode fazer para diminuir ou até solucionar, baseado em análises de pesquisadores, escritores, enfim, em tudo o que já se tenha escrito sobre aquele determinado problema, e nas avaliações e propostas do professor PDE para estas situações. Este projeto tem a intenção de ser uma proposta de Gestão Escolar. Entendemos que o Gestor Escolar, é mais do que parte integrante, é o líder de um complexo espaço de construção do conhecimento e disseminação deste conhecimento, chamado escola. No caso das escolas públicas do estado do Paraná, o Gestor nada mais é do que um professor que se propôs deixar, momentaneamente, suas tarefas de regência de classe, para se dispor a administrá-la em todos os seus aspectos. Sendo assim, em algum momento ele voltará a ocupar aquele espaço de professor deixado quando se propôs a administrá-la. Esta abordagem serve apenas como demonstração de que somos todos protagonistas de um mesmo processo, o da construção do conhecimento, independente do cargo que estejamos ocupando, neste ou naquele momento. Gestor, professor, agentes educacionais em todos os níveis, pais e responsáveis, alunos, devem fazer parte deste espaço escolar enquanto dele pertencerem. Consideramos que, tudo o que acontece dentro do espaço chamado escola, diz respeito a todos que a compõe, pois, os problemas lá gerados, não existiriam se todos não estivessem lá. Segundo (Rios, 2010), Superar um problema é preciso ter consciência de sua existência e assumilo como algo que nos diz respeito. Só quando julgamos que ele é nosso, ou seja, que nos afeta e, por isso, temos a ver com ele, há a mobilização para transpô-lo. Por isso, é fundamental que, ao identificar as questões problemáticas na escola, pensemos em nossa responsabilidade em relação a elas. Cabe a pergunta: "O que podemos, devemos e queremos fazer para transformar a situação?”. Consideramos que, quando todos se propõem a se comprometem verdadeiramente com a escola, e a consideram seu espaço de trabalho, local onde se irá viver parte de sua vida, onde se irão aplicar todos os conhecimentos adquiridos ao longo da vida, onde se deixará uma parte de sua contribuição para a humanidade, onde parte de sua história profissional e de vida será escrita, onde se contribuirá para que a vida de outras pessoas seja melhor, onde se deixará o conhecimento disponível para que outras gerações possam dele se beneficiar, onde se ira preparar novas gerações para o enfrentamento da vida e a construção de um mundo melhor, quando se tem esta concepção de vida, de sociedade de espiritualidade, aí entendemos o ambiente escolar em sua plenitude. Partindo desta realidade nos propomos implantar este projeto no Colégio Estadual Gabriela Mistral, uma escola pública que oferece ensino nas séries finais do ensino fundamental e ensino médio, em três períodos, matutino, vespertino e noturno. Este Colégio possui sete salas de aula, com 16 turmas distribuídas nestes três turnos de atividade, e um número constante de aproximadamente 300 alunos. Atender, ao seu propósito de educar buscando sempre a qualidade de ensino e dispõe de alguma estrutura, equipamentos e profissionais em condições de proporcionar esta qualidade. Sendo assim, um dos grandes problemas que esta escola enfrenta, e que serviu de base para a implementação deste projeto pedagógico, é fazer com que todos, professores, alunos, pais e responsáveis, direção escolar, servidores de todas as áreas da escola se sintam envolvidos com a solução de seus desafios. Entendemos que, ao implementarmos um curso de capacitação de professores para o uso da Pedagogia de Projetos, teremos um corpo docente e discente, buscando a construção permanente do conhecimento, todos serão envolvidos em projetos que contribuam com esta proposta. A qualidade de ensino, quando há o envolvimento e comprometimento de todos, passa a ser um objetivo onde todos se emprenham para alcançar. Projetos pedagógicos podem proporcionar este ambiente, como uma gincana, onde todos pretendem conseguir os melhores resultados. Entendemos deste o início que um projeto de capacitação permanente de professores para o melhor uso dos diversos recursos tecnológicos existentes na escola, utilizando a pedagogia de projetos como proposta de Gestão Escolar é um facilitador para o alcance de cada objetivo proposto. A partir da capacitação dos professores para a Pedagogia de Projetos muitos trabalhos podem ser desenvolvidos pelos alunos, com o acompanhamento do professor. A proposta é que estes trabalhos, façam parte de um grande banco de dados dos projetos construídos, o ambiente virtual de aprendizagem permitirá discutir on-line e em tempo real os desafios e aprendizados, isso criará um corpo envolvido com o verdadeiro objetivo da escola. O conhecimento. A partir da implementação deste trabalho queremos alcançar este objetivo. O trabalho de capacitação dos professores foi um sucesso, e certamente que trará frutos futuros. A interdisciplinaridade e contextualização dois elementos que estiveram presentes em todo o tempo do curso. Desenvolvimento: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Esta é a fundamentação teórica do projeto implementado para tratar de um curso a professores do Colégio Estadual Gabriela Mistral – EFM de Curitiba – Pr, sobre pedagogia de projetos. Este projeto teve um resultado especial. É importante saber como esta proposta pode alterar, para melhor, a qualidade do ensino e a busca da construção do conhecimento, por parte dos alunos, professores, equipe pedagógica, gestor escolar, servidores, além de pais e responsáveis por estes alunos. Entendemos que conciliar esta proposta ao uso dos recursos tecnológicos existentes na escola seja peça fundamental. Segundo Prado (2005) Atualmente, uma das temáticas que vem sendo discutidas no cenário educacional, é o trabalho por projetos. Este parece ser um dos grandes desafios educacionais na atualidade, como desenvolver trabalhos pedagógicos com alunos através de projetos? Como fazer com que professores e alunos assumam esta nova postura? Que projetos são estes e como se constituem? Estas são perguntas desafiadoras e reais. Ainda segundo (Prado, 2005, p13), Essa diversidade de projetos que circula frequentemente no âmbito do sistema de ensino deixa o professor preocupado em saber como situar sua prática pedagógica em termos de propiciar aos alunos uma nova forma de aprender integrando as diferentes mídias nas atividades do espaço escolar. Atualmente a tarefa de atualização de professores em atividade, pode ser considerada uma das mais exigentes para os gestores escolares. Todos os professores procuram, de todas as formas, atualização e capacitação para que possam atender estas demandas. Cursos, semanas pedagógicas, seminários, entre outras atividades, certamente que são importantes. Porém, em grande parte, são capacitações que necessitam que o professor se desloque de sua escola, deixe suas aulas, há necessidade de readequação de horários e atividades da escola para suprir a ausência daquele professor. Assim, a capacitação permanente dentro do ambiente escolar, poderá ser uma resposta como ferramenta a ser utilizada na continuidade do processo de aprofundamento permanente do professor em sua prática cotidiana. Capacitar professores em seu ambiente de trabalho, considera-se um grande desafio, pois ainda não se pode dizer que os gestores escolares encontraram a melhor maneira de desenvolver esta atividade tão importante. A Pedagogia de Projetos se dispõe a ser uma das ferramentas que poderá aproximar cada vez mais o professor e os alunos na busca da construção do conhecimento. Ainda segundo (Prado, 2005, p 13) Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. Portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações – que tem como centro do processo a atuação do professor – para criar situações de aprendizagem cujo foco incida sobre as relações que se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo a partir das relações criadas nessas situações. Observamos que, buscar a capacitação seja uma das tarefas, com a qual o professor, ao abraçar esta atividade, se proponha em sua vida de profissional. Como já descrevemos acima, desenvolver esta atividade de capacitação no ambiente de trabalho, seja ainda, mais um processo do que uma realidade. Porém, ao adotar uma proposta de Pedagogia de Projetos, com uso de tecnologias, essa busca de capacitação permanente, pode se transformar em uma construção de conhecimentos junto aos alunos e ao corpo escolar. Consideramos que, ao construir o conhecimento mutuamente trabalhando, tanto professor, como aluno, pais ou responsáveis, administradores, gestores escolares, pedagogos, podem assumir um papel de coadjuvantes do processo de aprendizagem. Deixa-se assim a necessidade de transmitir o conhecimento e passa-se a prática de construílo. Observamos que, ao se trabalhar com a pedagogia de projetos, aliada ao uso das tecnologias existentes na escola, é provável que haja uma maior comprometimento de todos os personagens da escola na construção do conhecimento. (Almeida, 2005, p.39), ressalta que: Para compreender as contribuições ao ensino e à aprendizagem, propiciadas pela prática pedagógica de projetos, com o uso de tecnologias, é importante considerar três aspectos fundamentais. Um deles se refere a explicitação daquilo que se deseja atingir com o projeto e às ações que se pretende realizar – o registro de intenções, processos em realizações e produções. Outro aspecto diz respeito à integração das tecnologias e mídias, explorando suas características construtivas, de modo que sejam incorporadas ao desenvolvimento de ações para agregar efetivos avanços. O terceiro aspecto trata dos conceitos relacionados com distintas áreas do conhecimento, que são mobilizados no projeto para produzir novos conhecimentos relacionados com a problemática em estudo. Consideramos que um modelo de trabalho pedagógico, através de uma bem elaborada proposta de trabalho com projetos e utilizando as tecnologias existentes na escola, nos parece que a interdisciplinaridade e a contextualização passam a ser metodologias incorporadas ao processo de aprender. É o momento em que todas as disciplinas podem conversar através de seus conteúdos, e a contextualização passa a ser uma prática docente. É importante ressaltarmos que o comprometimento dos alunos na execução do projeto contextualizado, interdisciplinar, e a participação do professor como condutor, mediador, orientador do trabalho, onde a escola tenha esta proposta como um projeto de Gestão possa ser uma prática para vencer problemas de evasão, repetição, indisciplina, preservação da escola, entre outros, que ocupam uma grande parte dos profissionais da escola, e, em muitos casos, deixam de auxiliar para se alcançar o principal objetivo da escola que é o aprendizado. Ainda segundo (Almeida, 2005, p. 39), Projeto é uma construção própria do ser humano, que se concretiza a partir de uma intencionalidade representada por um conjunto de ações que ele vê como necessárias para executar, a fim de transformar uma situação problemática em uma situação desejada. O projeto distingue-se de conjecturas, porque esta em constante comprometimento com ações explicitadas intencionalmente em um plano (esboço ou design) caracterizado pela plasticidade, pela flexibilidade e pela abertura ao imprevisível. É carregado de incertezas, ambiguidades, soluções provisórias, variáveis e conteúdos não identificáveis a priori e emergentes no processo, sendo continuamente revisto, refletido e reelaborado durante sua realização. Observa-se que, um projeto pedagógico, pode ser considerado não uma proposta pronta, muito embora se saiba aonde se quer chegar, o que buscar como proceder. Entendemos que ao se começar o trabalho com o projeto, muitas variáveis podem surgir, e estas variáveis podem levar o aluno a pesquisar outros assuntos, se envolver em outros conteúdos, mergulhar em outras disciplinas que possam lhe auxiliar naquele momento. Possa, este aluno, flexibilizar sua proposta inicial, ampliá-la, corrigir e até propor novos projetos. Entendemos que ao se trabalhar com projetos, o aluno poderá extrapolar o ambiente escolar, o horário da aula, ampliar a pesquisa do conteúdo, partilhar com seus colegas de turma, de outras turmas, a construção do conhecimento possa passar a ser o ar que a escola respira. Consideramos que poderá ocorrer que, durante a pesquisa de um projeto, ou mesmo ao seu final este levar a outros, e a outros, muito embora se saiba que há necessidade de que cada projeto tenha seu começo seu meio e seu fim. Segundo (Almeida 2005, p. 40), Ao desenvolver projetos em sala de aula, é importante levantar problemáticas relacionadas com a realidade do aluno, cujas questões e temáticas em estudo partem do conhecimento que ele traz de seu contexto e buscam desenvolver investigações para construir um conhecimento científico que ajude este aluno a compreender o mundo e a conviver criticamente na sociedade. Consideramos assim, que o aluno traz para dentro da sala de aula um saber de vida que lhe é próprio, compartilhar este saber, e desenvolver um conhecimento científico, pode ser proporcionado com uma proposta pedagógica de projetos, que poderá levar este aluno a compartilhar o que sabe e ainda desenvolver o que ainda não lhe pertence do ponto de vista do conhecimento. Assim, nos parece, que o lúdico e o científico poderão caminhar juntos para a construção do conhecimento. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO: A proposta deste projeto levou em conta a contribuição que a pedagogia de projetos, aliada as diversas ferramentas tecnológicas existentes na escola pode produzir em uma nova realidade de disposição das aulas e especialmente de uma nova metodologia de construção de conhecimentos. Inicialmente este projeto estava preparado para acontecer com um curso de 78 horas,( setenta e oito horas), e oferecido aos professores do Colégio Estadual Gabriela Mistral de Curitiba-Pr. Este curso seria disponibilizado utilizando a plataforma MOODLE, da Universidade Federal do Paraná, e com certificação aos participantes, pela mesma Universidade. Estes, além do curso, teriam o certificado para contribuir em sua carreira. Consideramos que a educação, como política de instrução, e ambiente de construção do conhecimento através das escolas, utilizando todos seus atores como peças fundamentais para a melhoria da vida através da aprendizagem permanente, é um espaço fundamental. Porém, todo o conjunto do que consideramos educação de qualidade necessita de investimentos, e estes são de grande monta. A afirmação de DEREK BOK, disponível na internet, pode ser considerada correta ao afirmar que, “ A educação custa caro, mas a ignorância custa muito mais”. Sendo assim, esta necessita da mão do Estado, para que possa ser viabilizada a todos. Sem este, o financiamento deverá ser particular, e isso está disponível para poucos. Por ser uma política de Estado, está ao sabor das ideologias e passa a ser considerada como política partidária também. Mas o quê tem a ver o Estado com este projeto de capacitação permanente de professores, como está estabelecido? A proposta inicial, como descrita no parágrafo acima, não conseguiu viabilizar-se em função da realidade vivida pelos professores e escolas do Estado do Paraná no início do ano de 2015. O fato de a educação ter seu vínculo com a política e esta com a ideologia, onde muitas vezes ela deixa de ser prioridade, protagonizou no início do ano letivo de 2015, um dos acontecimentos mais indesejáveis para a educação e seus trabalhadores. Acontecimento que jamais faria parte de qualquer planejamento. Na verdade o planejamento foi muito diferente e contemplava, aulas, trabalhos, atividades, conhecimento, livros. O que acabou acontecendo foram outras atividades, violência, cerceamento da liberdade, da cidadania, da justiça, da democracia. Este ano ficará marcado, certamente, como um dos anos mais truculentos da história da educação paranaense. Greves, com longa duração, comprometeram significativamente todos os planos inciais deste trabalho. O que era para ser um curso com certificação e implementado na plataforma MOODLE da Universidade, teve que ser modificado pelo motivo acima disposto. Desta forma, as datas tiveram que ser modificadas. Com as datas alteradas, e em muitos dias, todo o projeto inicial também se alterou. As reservas de data dos laboratórios da Universidade foram desconsideradas, nestes laboratórios foram agendadas outras atividades impossibilitando o seu uso em outros momentos, sem o projeto inicial atendido, a certificação também deixou de ser emitida, e aquilo que era para ser um curso com certificação, deixou de ser. Porém nada disso alterou o conteúdo e a importância, ou relevância do assunto e também do curso. Como a estratégia era utilizar as ferramentas tecnológicas, adotamos outro procedimento. O número de aulas foi reduzido, em função de termos muitos dias de aulas com necessidade de reposição, desta forma, os professores tiveram que alterar seus calendários e adaptar algumas datas para participarem do curso. De 78 horas reduzimos para 32 horas, sem prejuízo do conteúdo que apenas foi resumido, além de, nas aulas presenciais, termos conseguido trabalhar os fundamentos do assunto, com um resultado extraordinário, o que facilitou o desenvolvimento do curso através da plataforma tecnológica utilizada. A certificação deixou de existir, assim, apenas aqueles interessados no conteúdo do curso e não na certificação, se dispuseram a participar. O número de participante reduziu para 10(dez). As aulas presenciais, em número de 08 horas (oito horas) sendo 04 horas (quatro horas) iniciais e 04 horas (quatro horas) finais, foram fundamentais para o andamento e o bom aproveitamento do curso. Nas aulas inciais, com um bom resumo em mãos, os professores foram apresentados à Pedagogia de Projetos e à sua forma de trabalho. Mesmo durante o curso, alguns professores ensaiaram alguns pequenos projetos, em suas disciplinas, incluindo um trabalho interdisciplinar, utilizando uma pequena fábula. As outras horas do curso foram desenvolvidas através da plataforma de um blog. Basicamente, um blog é um conjunto de mensagens curtas ou longas que são conhecidas como POSTs, ou postagens. Estas mensagens são ordenadas em ordem decrescente de data da postagem, e permitem à aqueles que acessam estas páginas fazer seus comentários. Estes são enviados à caixa de mensagens das contas de e-mails daquele que criou o blog, ou, permanecem disponíveis no próprio blog. Para que permaneçam no blog é necessário que o usuário, que fará o comentário, tenha uma conta no provedor que estabeleceu a criação do blog. Descrito as funções das atividades de um blog, vamos ao curso. Após ter sido criado o blog, o conteúdo postado, e estabelecido as questões onde os participantes, no caso os professores, que estavam fazendo o curso, poderiam postar seus comentários, ou apenas ler, interpretar e praticar seu conteúdo, houve um grande interesse nos debates e comentários. A maioria dos professores que estavam fazendo o curso, preferiu cometar e debater o conteúdo nos encontros que fazíamos dentro da escola. Todos estávamos dentro da mesma escola, nos mesmos horários, o que facilitou, sobremaneira, nossas discussões. A cada postagem e a cada questão disponibilizada, na página do blog, tínhamos um acalorado debate na sala dos professores. A atmosfera criada em torno dos conteúdos permitiam um ambiente cada dia mais intenso de discussões positivas entre os professores cursistas e o professor pesquisador. Entendemos que é importante para este trabalho final, disponibilizar alguns comentários postados no blog. Iremos preservar a identificação do comentário, por motivos de não necessidade de exposição, e, especialmente de não necessidade de anexarmos autorizações dos professores que emitiram o comentário. Entendo que a proposta de Pedagogia de Projetos seja uma grande ferramenta para que os alunos tenham uma participação maior na construção do conhecimento. É necessário que o professor tenha um controle absoluto sobre o assunto e sobre o projeto para que todos entendam onde se quer chegar e buscar este horizonte Ainda: Sobre a pergunta do módulo 2, é importante ressaltar que um blog é um ambiente de aprendizagem virtual. Sendo assim, ele pode e deve ser utilizado como ferramenta, não somente nas mãos dos professores, mas deve ser divulgado para que todos os alunos e membros da escola possam dele participar, e além disso contribuir. Imagens, textos, informativos, pesquisas, trabalhos, atividades, podem ser postadas, discutidas, divulgadas... Isso pode ser considerado um projeto que pode ser de longo, médio e curto prazo, dependendo do professor e da proposta. É importante, portanto, que se faça sempre um bom planejamento. Ainda: Sobre a pergunta do módulo 1, penso que o blog pode ser uma ferramenta muito prática e útil na interação entre os indivíduos do coletivo e de colaboração, no sentido em que Torres, conforme citado no texto, coloca tanto como rejeição ao autoritarismo, no caso a estrutura da escola tradicional, como na colaboração coletiva da construção do conhecendo e ainda, entendo, na possibilidade de se extrapolar o espaço da escola. Sendo a escola o local onde o conhecimento é construído e transmitido, fazer com que a escola se movimente junto com as tecnologias e ainda promovendo acessibilidade, se torna uma necessidade a mudança da estrutura tradicional para além de uma simples atualização, e o blog pode ser uma ferramenta para essa construção. (Uma ferramenta...) E ainda: O vídeo contribui para a compreensão do trabalho com projetos ao mesmo tempo em que alerta para a necessidade de envolver os alunos na realização de trabalhos como este no ambiente escolar. Trazendo à tona para a discussão e análise as necessidades presentes dentro da sala de aula, bem como a participação de todos para a resolução dos problemas levantados. Vejo a pedagogia de projetos como uma metodologia desafiadora que nos instiga a rever nossa prática docente e principalmente conhecer o perfil dos educandos para obter o melhor desempenho na sua implantação e implementação. Trabalhos como esse, também exigem um planejamento prévio das ações e um preparo para as situações extrínsecas que podem surgir ao longo do processo. Observa-se nestes pequenos textos contribuitivos, que os professores cursistas, em todo o tempo, sentiram o questionamento, se inspiraram no desafio e se estimularam ao planejamento, à discussão, e criaram, aquilo que a pedagogia de projetos mais propõe, o poder da dúvida. Inquietos senten-se interessados em buscar novos rumos pedagógicos, novos modelos de estímulo à aprendizagem, novos mecanismos de construir conhecimentos. Isso ficou evidente em todo o tempo do curso. A inquietação, como ferramenta para se buscar algo que altere a organização das coisas. Esta ferramenta tecnológica teve ao longo do curso de 32 horas, mais de 250 visualizações, além de uma infinidade de comentários. Tal foi a evidência dos fatos e dos comentários e debates. Comentários muito significativos para o ambiente escolar, há muito não se via na escola a disposição para o debate de ideias, de conceitos pedagógicos, de modelos diferentes de ensino e aprendizagem. Ficou evidente que teríamos uma proposta mais desafiadora pela frente. Não demorou a surgir. Tornar esta plataforma tecnológica permanente. A proposta é que todas a segundasfeiras, sejam postadas novos textos, e estes possam ser lidos pelos alunos, pelos professores, e funcionários, pelos pais em suas casas, e todos possam participar, postando seus comentários, suas críticas, seus elogios, enfim, que esta ferramenta tecnológica seja permanente. Diante de tal evidência ficou claro que o rumo que o projeto de implementação tomou, após todos os percalços, foi o rumo que deveria ter tomado. Prova que todo planejamento deve ser flexível, e que todo projeto pode sofrer alterações, desde que não perca sua essência. Agora temos uma proposta de capacitação permanente, de leitura semanal, que poderá ser diária, com a participação de professores, alunos, gestão escolar, funcionários, pais e comunidade. Decididamente este projeto rumou para o que deveria ser, uma proposta de Gestão com capacitação permanente com o uso de ferramentas tecnológicas e de comunicação. Considerações Finais: É importante considerar a relevância da pesquisa sobre este tema. Um novo modelo de aprendizagem, utilizando ferramentas tecnológicas que estão a disposição, cada dia mais, na vida de todas as pessoas. Não estamos aqui impondo nenhum novo modismo, também não se pretende afirmar que a tecnologia é a maneira de aprendizagem do mundo moderno e que sem ela todo o processo pedagógico estará equivocado. Ao contrário, na plataforma tecnológica onde este curso está inserido, fizemos questão de preparar um texto abordando este assunto e afirmando que a tecnologia, por si só, não pode ser a maneira de aprendizagem do mundo considerado moderno. O mundo só será considerado moderno quanto todos tiverem acesso ao conhecimento e dele possam fazer uso. Lá expressamos que o mundo tecnológico é apenas mais uma ferramenta de aprendizagem, o professor e todos os seus conhecimentos e experiências pessoais, são indispensáveis para que o aluno se interesse em aprender. Não é colocando um tablet nas mãos de nossos filhos e alunos que teremos pessoas melhores. Ao contrário, estes são importantes e tem seus limites de uso. Ainda as brincadeiras, as atividades lúdicas, as atividades que desenvolvem a crítica, o vínculo pessoal, tanto familiar como dentro da escola são, e sempre serão vitais para o pleno crescimento do indivíduo como pessoa , como ser pensante e para o mundo do trabalho. REFERÊNCIAS: Revista Gestão Escolar. A responsabilidade do Diretor. Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/responsabilidades-diretor755886.shtml Acesso em 03/10/2015. Revista Gestão Escolar. O que faz e o que pensa o Gestor Escolar. Disponível em http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/faz-pensa-gestorescolar-507667.shtml Acesso em 03/10/2015. Revista Gestão Escolar. Os problemas ajudam a ver e entender melhor a realidade. Disponível http://gestaoescolar.abril.com.br/comunidade/problemas-ajudam-verentender-melhor-realidade-escolar-551894.shtml Acesso em 25/09/15. em PRADO, M.E.B.B, Pedagogia de Projetos: Fundamentos e Implicações. In. ALMEIDA, M.E.B e MORAN J. M. (Org.) Integração das Tecnologias na Educação. Brasília: Ministério da Educação SEED, 2005. ALMEIDA, M.E.B, Tecnologia, Currículo e Projetos. In. ALMEIDA, M.E.B e MORAN J. M. (Org.) Integração das Tecnologias na Educação. Brasília: Ministério da Educação SEED, 2005. Quem disse. Disponível em http://quemdisse.com.br/frase.asp?frase=4668 Acesso em 18/11/15