Pedagogia de Projetos como formação docente continuada

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ISBN 978-85-8015-080-3
Cadernos PDE
I
Versão Online
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
APRESENTAÇÃO DO ARTIGO FINAL
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
Título:
Pedagogia de Projetos como formação continuada. Uma proposta de Gestão
Escolar por meio de tecnologias informações e comunicação
Nome do Autor:
Mário Augusto Mayer
Nome da Professora Orientadora:
Professora Doutora Núria Pons.
Resumo:
Proposta de capacitação de professores do Colégio Gabriela Mistral sobre
Pedagogia de Projetos através do uso de tecnologias de informação e comunicação.
Capacitação permanente, como projeto de Gestão da Escola. Foram convidados os
professores do turno da manhã e da tarde. Dez professores se prontificaram a
participar. Montamos um cronograma de ações, divulgamos e criamos um blog
www.aulasemprojetos.blogspot.com.br. Esta foi a ferramenta utilizada para o
desenvolvimento, além das aulas presenciais. Foram 32 horas de curso através
desta plataforma e das aulas presenciais. Diversos comentários, e mais de 250
visualizações. A proposta segue, mesmo depois da implementação, com o blog
sendo alimentado toda segunda-feira com assuntos que podem se transformar em
projetos para os alunos.
Palavras-chave :
Pedagogia, Projetos, Contextualização, Interdisciplinaridade, Tecnologias,
Gestão, Capacitação Permanente.
Introdução:
Segundo (Gomes, 2008)
“Escola organizada e limpa, equipamentos funcionando, contas em dia,
funcionários em ação, comunidade participativa - e, acima de tudo, alunos
aprendendo”. Esse é o cenário ideal para uma instituição de ensino. Não se
chega a ele sem muito trabalho e sem a presença de um diretor à sua
frente. Ele deve ser um profissional que, na definição clássica do
pesquisador Antônio Carlos Gomes da Costa, conjuga três perfis básicos:
• Administrador escolar: mantém a escola dentro das normas do sistema
educacional, segue portarias e instruções, é exigente no cumprimento de
prazos;
• Supervisor pedagógico: valoriza a qualidade do ensino, o projeto
pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica e cria oportunidades
de capacitação docente;
• Líder sociocomunitário: preocupa-se com a gestão democrática e com a
participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e
lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite trânsito
livre em sua sala”.
Este é um dos perfis básicos sugeridos, sobre o papel do Gestor
Escolar, especialmente o de criar oportunidades de capacitação docente.
Faz parte, portanto, das atividades desenvolvidas pelo Gestor Escolar, a de
estimular a capacitação do corpo docente de sua escola.
Entendemos que a importância de capacitação de professores sempre
foi um grande desafio para os Gestores, ainda mais nos dias atuais.
Diversas formas e fórmulas já foram experimentadas ao longo do
tempo, todas tiveram sua importância, mas, é necessário sempre ir mais
longe. Nos dias atuais, o desafio é a capacitação permanente.
Os modelos de capacitação de professores com pequenos cursos, dias
de estudos, encontros de áreas, foram e serão sempre importantes, mas a
descontinuidade e segmentação podem comprometer a continuidade da
capacitação e torná-la pouco eficiente.
Considerando esta necessidade de capacitação permanente de
professores, e tendo a intenção de se propor a da Pedagogia de Projetos,
como ferramenta para a busca permanente da construção do conhecimento.
Pois segundo (Prado 2005 p.13),
Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir,
levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas,
descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. Portanto, o
papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão
de informações – que tem como centro do processo a atuação do professor
– para criar situações de aprendizagem cujo foco incida sobra as relações
que se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as
mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo
que está aprendendo a partir das relações criadas nessas situações.
Sendo assim, a proposta de se trabalhar com a pedagogia de projetos,
dentro da escola, utilizando os diversos recursos tecnológicos existentes
para o desenvolvimento deste trabalho, foi a justificativa para a
implementação deste projeto. A intenção primeira é a de tornar a
capacitação permanente e a construção do conhecimento entre professores
e alunos, uma política pedagógica permanente. É indispensável pensar em
propostas de aprendizagem onde o aluno seja um participante ativo da
aprendizagem.
Consideramos que, quando se tem bem claro as propostas e todas
elas discutidas de maneira democrática, todos os setores da escola se
sentem responsáveis pelos objetivos propostos bem como pelos resultados
e a constante busca de melhoria.
Isso, em educação, nos parece ser fundamental.
A proposta de estudo do Programa de Desenvolvimento Educacional –
PDE, oferecida pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná,
além de ser uma forma de capacitação continuada, oferece a oportunidade
de aplicação do projeto em uma escola da Rede Estadual de Ensino. Tal
concepção está vinculada a ideia de se partir de uma problematização vivida
pelo professor dentro de sua realidade escolar. É pensar em situações
recorrentes no ambiente escolar e analisar o que se pode fazer para diminuir
ou até solucionar, baseado em análises de pesquisadores, escritores, enfim,
em tudo o que já se tenha escrito sobre aquele determinado problema, e nas
avaliações e propostas do professor PDE para estas situações.
Este projeto tem a intenção de ser uma proposta de Gestão Escolar.
Entendemos que o Gestor Escolar, é mais do que parte integrante, é o líder
de um complexo espaço de construção do conhecimento e disseminação
deste conhecimento, chamado escola.
No caso das escolas públicas do estado do Paraná, o Gestor nada
mais é do que um professor que se propôs deixar, momentaneamente, suas
tarefas de regência de classe, para se dispor a administrá-la em todos os
seus aspectos. Sendo assim, em algum momento ele voltará a ocupar
aquele espaço de professor deixado quando se propôs a administrá-la. Esta
abordagem serve apenas como demonstração de que somos todos
protagonistas de um mesmo processo, o da construção do conhecimento,
independente do cargo que estejamos ocupando, neste ou naquele
momento.
Gestor, professor, agentes educacionais em todos os níveis, pais e
responsáveis, alunos, devem fazer parte deste espaço escolar enquanto
dele pertencerem.
Consideramos que, tudo o que acontece dentro do espaço chamado
escola, diz respeito a todos que a compõe, pois, os problemas lá gerados,
não existiriam se todos não estivessem lá.
Segundo (Rios, 2010),
Superar um problema é preciso ter consciência de sua existência e assumilo como algo que nos diz respeito. Só quando julgamos que ele é nosso, ou
seja, que nos afeta e, por isso, temos a ver com ele, há a mobilização para
transpô-lo. Por isso, é fundamental que, ao identificar as questões
problemáticas na escola, pensemos em nossa responsabilidade em relação
a elas. Cabe a pergunta: "O que podemos, devemos e queremos fazer para
transformar a situação?”.
Consideramos que, quando todos se propõem a se comprometem
verdadeiramente com a escola, e a consideram seu espaço de trabalho,
local onde se irá viver parte de sua vida, onde se irão aplicar todos os
conhecimentos adquiridos ao longo da vida, onde se deixará uma parte de
sua contribuição para a humanidade, onde parte de sua história profissional
e de vida será escrita, onde se contribuirá para que a vida de outras pessoas
seja melhor, onde se deixará o conhecimento disponível para que outras
gerações possam dele se beneficiar, onde se ira preparar novas gerações
para o enfrentamento da vida e a construção de um mundo melhor, quando
se tem esta concepção de vida, de sociedade de espiritualidade, aí
entendemos o ambiente escolar em sua plenitude.
Partindo desta realidade nos propomos implantar este projeto no
Colégio Estadual Gabriela Mistral, uma escola pública que oferece ensino
nas séries finais do ensino fundamental e ensino médio, em três períodos,
matutino, vespertino e noturno.
Este Colégio possui sete salas de aula, com 16 turmas distribuídas
nestes três turnos de atividade, e um número constante de
aproximadamente 300 alunos.
Atender, ao seu propósito de educar buscando sempre a qualidade de
ensino e dispõe de alguma estrutura, equipamentos e profissionais em
condições de proporcionar esta qualidade.
Sendo assim, um dos grandes problemas que esta escola enfrenta, e
que serviu de base para a implementação deste projeto pedagógico, é fazer
com que todos, professores, alunos, pais e responsáveis, direção escolar,
servidores de todas as áreas da escola se sintam envolvidos com a solução
de seus desafios. Entendemos que, ao implementarmos um curso de
capacitação de professores para o uso da Pedagogia de Projetos, teremos
um corpo docente e discente, buscando a construção permanente do
conhecimento, todos serão envolvidos em projetos que contribuam com esta
proposta.
A qualidade de ensino, quando há o envolvimento e comprometimento
de todos, passa a ser um objetivo onde todos se emprenham para alcançar.
Projetos pedagógicos podem proporcionar este ambiente, como uma
gincana, onde todos pretendem conseguir os melhores resultados.
Entendemos deste o início que um projeto de capacitação permanente
de professores para o melhor uso dos diversos recursos tecnológicos
existentes na escola, utilizando a pedagogia de projetos como proposta de
Gestão Escolar é um facilitador para o alcance de cada objetivo proposto.
A partir da capacitação dos professores para a Pedagogia de Projetos
muitos trabalhos podem ser desenvolvidos pelos alunos, com o
acompanhamento do professor. A proposta é que estes trabalhos, façam
parte de um grande banco de dados dos projetos construídos, o ambiente
virtual de aprendizagem permitirá discutir on-line e em tempo real os
desafios e aprendizados, isso criará um corpo envolvido com o verdadeiro
objetivo da escola. O conhecimento.
A partir da implementação deste trabalho queremos alcançar este
objetivo. O trabalho de capacitação dos professores foi um sucesso, e
certamente que trará frutos futuros.
A interdisciplinaridade e contextualização dois elementos que estiveram
presentes em todo o tempo do curso.
Desenvolvimento:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Esta é a fundamentação teórica do projeto implementado para tratar
de um
curso a professores do Colégio Estadual Gabriela Mistral – EFM
de Curitiba –
Pr, sobre pedagogia de projetos. Este projeto teve um
resultado especial. É
importante saber como esta proposta pode alterar,
para melhor, a qualidade do ensino e a busca da construção do
conhecimento, por parte dos alunos,
professores, equipe pedagógica,
gestor escolar, servidores, além de pais e
responsáveis por estes alunos.
Entendemos que conciliar esta proposta ao uso dos recursos
tecnológicos existentes na escola seja peça fundamental.
Segundo Prado (2005)
Atualmente, uma das temáticas que vem sendo discutidas no cenário
educacional, é o trabalho por projetos.
Este parece ser um dos grandes desafios educacionais na atualidade,
como desenvolver trabalhos pedagógicos com alunos através de projetos?
Como fazer com que professores e alunos assumam esta nova postura? Que
projetos são estes e como se constituem? Estas são perguntas desafiadoras e
reais.
Ainda segundo (Prado, 2005, p13),
Essa diversidade de projetos que circula frequentemente no âmbito do
sistema de ensino deixa o professor preocupado em saber como situar sua
prática pedagógica em termos de propiciar aos alunos uma nova forma de
aprender integrando as diferentes mídias nas atividades do espaço escolar.
Atualmente a tarefa de atualização de professores em atividade, pode
ser considerada uma das mais exigentes para os gestores escolares. Todos
os professores procuram, de todas as formas, atualização e capacitação
para que possam atender estas demandas. Cursos, semanas pedagógicas,
seminários, entre outras atividades, certamente que são importantes. Porém,
em grande parte, são capacitações que necessitam que o professor se
desloque de sua escola, deixe suas aulas, há necessidade de readequação
de horários e atividades da escola para suprir a ausência daquele professor.
Assim, a capacitação permanente dentro do ambiente escolar, poderá ser
uma resposta como ferramenta a ser utilizada na continuidade do processo
de aprofundamento permanente do professor em sua prática cotidiana.
Capacitar professores em seu ambiente de trabalho, considera-se um
grande desafio, pois ainda não se pode dizer que os gestores escolares
encontraram a melhor maneira de desenvolver esta atividade tão importante.
A Pedagogia de Projetos se dispõe a ser uma das ferramentas que poderá
aproximar cada vez mais o professor e os alunos na busca da construção do
conhecimento.
Ainda segundo (Prado, 2005, p 13)
Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir,
levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas,
descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento.
Portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da
transmissão de informações – que tem como centro do processo a atuação
do professor – para criar situações de aprendizagem cujo foco incida sobre
as relações que se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor
realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar
sentido naquilo que está aprendendo a partir das relações criadas nessas
situações.
Observamos que, buscar a capacitação seja uma das tarefas, com a
qual o professor, ao abraçar esta atividade, se proponha em sua vida de
profissional. Como já descrevemos acima, desenvolver esta atividade de
capacitação no ambiente de trabalho, seja ainda, mais um processo do que
uma realidade. Porém, ao adotar uma proposta de Pedagogia de Projetos,
com uso de tecnologias, essa busca de capacitação permanente, pode se
transformar em uma construção de conhecimentos junto aos alunos e ao
corpo escolar. Consideramos que, ao construir o conhecimento mutuamente
trabalhando,
tanto
professor,
como
aluno,
pais
ou
responsáveis,
administradores, gestores escolares, pedagogos, podem assumir um papel
de coadjuvantes do processo de aprendizagem. Deixa-se assim a
necessidade de transmitir o conhecimento e passa-se a prática de construílo.
Observamos que, ao se trabalhar com a pedagogia de projetos, aliada
ao uso das tecnologias existentes na escola, é provável que haja uma maior
comprometimento de todos os personagens da escola na construção do
conhecimento.
(Almeida, 2005, p.39), ressalta que:
Para compreender as contribuições ao ensino e à aprendizagem,
propiciadas pela prática pedagógica de projetos, com o uso de tecnologias,
é importante considerar três aspectos fundamentais.
Um deles se refere a explicitação daquilo que se deseja atingir com o
projeto e às ações que se pretende realizar – o registro de intenções,
processos em realizações e produções. Outro aspecto diz respeito à
integração das tecnologias e mídias, explorando suas características
construtivas, de modo que sejam incorporadas ao desenvolvimento de
ações para agregar efetivos avanços. O terceiro aspecto trata dos conceitos
relacionados com distintas áreas do conhecimento, que são mobilizados no
projeto para produzir novos conhecimentos relacionados com a
problemática em estudo.
Consideramos que um modelo de trabalho pedagógico, através de uma
bem elaborada proposta de trabalho com projetos e utilizando as tecnologias
existentes na escola, nos parece que a interdisciplinaridade e a
contextualização passam a ser metodologias incorporadas ao processo de
aprender. É o momento em que todas as disciplinas podem conversar
através de seus conteúdos, e a contextualização passa a ser uma prática
docente. É importante ressaltarmos que o comprometimento dos alunos na
execução do projeto contextualizado, interdisciplinar, e a participação do
professor como condutor, mediador, orientador do trabalho, onde a escola
tenha esta proposta como um projeto de Gestão possa ser uma prática para
vencer problemas de evasão, repetição, indisciplina, preservação da escola,
entre outros, que ocupam uma grande parte dos profissionais da escola, e,
em muitos casos, deixam de auxiliar para se alcançar o principal objetivo da
escola que é o aprendizado.
Ainda segundo (Almeida, 2005, p. 39),
Projeto é uma construção própria do ser humano, que se concretiza a partir
de uma intencionalidade representada por um conjunto de ações que ele vê
como necessárias para executar, a fim de transformar uma situação
problemática em uma situação desejada.
O projeto distingue-se de conjecturas, porque esta em constante
comprometimento com ações explicitadas intencionalmente em um plano
(esboço ou design) caracterizado pela plasticidade, pela flexibilidade e pela
abertura ao imprevisível. É carregado de incertezas, ambiguidades,
soluções provisórias, variáveis e conteúdos não identificáveis a priori e
emergentes no processo, sendo continuamente revisto, refletido e
reelaborado durante sua realização.
Observa-se que, um projeto pedagógico, pode ser considerado não
uma proposta pronta, muito embora se saiba aonde se quer chegar, o que
buscar como proceder. Entendemos que ao se começar o trabalho com o
projeto, muitas variáveis podem surgir, e estas variáveis podem levar o aluno
a pesquisar outros assuntos, se envolver em outros conteúdos, mergulhar
em outras disciplinas que possam lhe auxiliar naquele momento. Possa, este
aluno, flexibilizar sua proposta inicial, ampliá-la, corrigir e até propor novos
projetos.
Entendemos que ao se trabalhar com projetos, o aluno poderá
extrapolar o ambiente escolar, o horário da aula, ampliar a pesquisa do
conteúdo, partilhar com seus colegas de turma, de outras turmas, a
construção do conhecimento possa passar a ser o ar que a escola respira.
Consideramos que poderá ocorrer que, durante a pesquisa de um
projeto, ou mesmo ao seu final este levar a outros, e a outros, muito embora
se saiba que há necessidade de que cada projeto tenha seu começo seu
meio e seu fim.
Segundo (Almeida 2005, p. 40),
Ao desenvolver projetos em sala de aula, é importante levantar
problemáticas relacionadas com a realidade do aluno, cujas questões e
temáticas em estudo partem do conhecimento que ele traz de seu contexto
e buscam desenvolver investigações para construir um conhecimento
científico que ajude este aluno a compreender o mundo e a conviver
criticamente na sociedade.
Consideramos assim, que o aluno traz para dentro da sala de aula um
saber de vida que lhe é próprio, compartilhar este saber, e desenvolver um
conhecimento científico, pode ser proporcionado com uma proposta
pedagógica de projetos, que poderá levar este aluno a compartilhar o que
sabe e ainda desenvolver o que ainda não lhe pertence do ponto de vista do
conhecimento. Assim, nos parece, que o lúdico e o científico poderão
caminhar juntos para a construção do conhecimento.
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:
A proposta deste projeto levou em conta a contribuição que a
pedagogia de projetos, aliada as diversas ferramentas tecnológicas
existentes na escola pode produzir em uma nova realidade de disposição
das aulas e especialmente de uma nova metodologia de construção de
conhecimentos.
Inicialmente este projeto estava preparado para acontecer com um
curso de 78 horas,( setenta e oito horas), e oferecido aos professores do
Colégio Estadual Gabriela Mistral de Curitiba-Pr. Este curso seria
disponibilizado utilizando a plataforma MOODLE, da Universidade Federal
do Paraná, e com certificação aos participantes, pela mesma Universidade.
Estes, além do curso, teriam o certificado para contribuir em sua carreira.
Consideramos que a educação, como política de instrução, e ambiente
de construção do conhecimento através das escolas, utilizando todos seus
atores como peças fundamentais para a melhoria da vida através da
aprendizagem permanente, é um espaço fundamental.
Porém, todo o conjunto do que consideramos educação de qualidade
necessita de investimentos, e estes são de grande monta. A afirmação de
DEREK BOK, disponível na internet,
pode ser considerada correta ao
afirmar que, “ A educação custa caro, mas a ignorância custa muito mais”.
Sendo assim, esta necessita da mão do Estado, para que possa ser
viabilizada a todos. Sem este, o financiamento deverá ser particular, e isso
está disponível para poucos. Por ser uma política de Estado, está ao sabor
das ideologias e passa a ser considerada como política partidária também.
Mas o quê tem a ver o Estado com este projeto de capacitação
permanente de professores, como está estabelecido?
A proposta inicial, como descrita no parágrafo acima, não conseguiu
viabilizar-se em função da realidade vivida pelos professores e escolas do
Estado do Paraná no início do ano de 2015.
O fato de a educação ter seu vínculo com a política e esta com a
ideologia, onde muitas vezes ela deixa de ser prioridade, protagonizou no
início do ano letivo de 2015, um dos acontecimentos mais indesejáveis para
a educação e seus trabalhadores. Acontecimento que jamais faria parte de
qualquer planejamento. Na verdade o planejamento foi muito diferente e
contemplava, aulas, trabalhos, atividades, conhecimento, livros. O que
acabou acontecendo foram outras atividades, violência, cerceamento da
liberdade, da cidadania, da justiça, da democracia. Este ano ficará marcado,
certamente, como um dos anos mais truculentos da história da educação
paranaense.
Greves, com longa duração, comprometeram significativamente todos
os planos inciais deste trabalho. O que era para ser um curso com
certificação e implementado na plataforma MOODLE da Universidade, teve
que ser modificado pelo motivo acima disposto.
Desta forma, as datas tiveram que ser modificadas. Com as datas
alteradas, e em muitos dias, todo o projeto inicial também se alterou. As
reservas de data dos laboratórios da Universidade foram desconsideradas,
nestes laboratórios foram agendadas outras atividades impossibilitando o
seu uso em outros momentos, sem o projeto inicial atendido, a certificação
também deixou de ser emitida, e aquilo que era para ser um curso com
certificação, deixou de ser.
Porém nada disso alterou o conteúdo e a importância, ou relevância do
assunto e também do curso. Como a estratégia era utilizar as ferramentas
tecnológicas, adotamos outro procedimento. O número de aulas foi reduzido,
em função de termos muitos dias de aulas com necessidade de reposição,
desta forma, os professores tiveram que alterar seus calendários e adaptar
algumas datas para participarem do curso. De 78 horas reduzimos para 32
horas, sem prejuízo do conteúdo que apenas foi resumido, além de, nas
aulas presenciais, termos conseguido trabalhar os fundamentos do assunto,
com um resultado extraordinário, o que facilitou o desenvolvimento do curso
através da plataforma tecnológica utilizada.
A certificação deixou de existir, assim, apenas aqueles interessados no
conteúdo do curso e não na certificação, se dispuseram a participar. O
número de participante reduziu para 10(dez).
As aulas presenciais, em número de 08 horas (oito horas) sendo 04
horas (quatro horas) iniciais e 04 horas (quatro horas) finais, foram
fundamentais para o andamento e o bom aproveitamento do curso. Nas
aulas inciais, com um bom resumo em mãos, os professores foram
apresentados à Pedagogia de Projetos e à sua forma de trabalho. Mesmo
durante o curso, alguns professores ensaiaram alguns pequenos projetos,
em suas disciplinas, incluindo um trabalho interdisciplinar, utilizando uma
pequena fábula.
As outras horas do curso foram desenvolvidas através da plataforma
de um blog. Basicamente, um blog é um conjunto de mensagens curtas ou
longas que são conhecidas como POSTs, ou postagens. Estas mensagens
são ordenadas em ordem decrescente de data da postagem, e permitem à
aqueles que acessam estas páginas fazer seus comentários. Estes são
enviados à caixa de mensagens das contas de e-mails daquele que criou o
blog, ou, permanecem disponíveis no próprio blog. Para que permaneçam
no blog é necessário que o usuário, que fará o comentário, tenha uma conta
no provedor que estabeleceu a criação do blog.
Descrito as funções das atividades de um blog, vamos ao curso. Após
ter sido criado o blog, o conteúdo postado, e estabelecido as questões onde
os participantes, no caso os professores, que estavam fazendo o curso,
poderiam postar seus comentários, ou apenas ler, interpretar e praticar seu
conteúdo, houve um grande interesse nos debates e comentários. A maioria
dos professores que estavam fazendo o curso, preferiu cometar e debater o
conteúdo nos encontros que fazíamos dentro da escola. Todos estávamos
dentro da mesma escola, nos mesmos horários, o que facilitou,
sobremaneira, nossas discussões.
A cada postagem e a cada questão disponibilizada, na página do blog,
tínhamos um acalorado debate na sala dos professores. A atmosfera criada
em torno dos conteúdos permitiam um ambiente cada dia mais intenso de
discussões positivas entre os professores cursistas e o professor
pesquisador.
Entendemos que é importante para este trabalho final, disponibilizar
alguns comentários postados no blog. Iremos preservar a identificação do
comentário, por motivos de não necessidade de exposição, e, especialmente
de não necessidade de anexarmos autorizações dos professores que
emitiram o comentário.
Entendo que a proposta de Pedagogia de Projetos seja uma grande
ferramenta para que os alunos tenham uma participação maior na
construção do conhecimento. É necessário que o professor tenha um
controle absoluto sobre o assunto e sobre o projeto para que todos
entendam onde se quer chegar e buscar este horizonte
Ainda:
Sobre a pergunta do módulo 2, é importante ressaltar que um blog é um
ambiente de aprendizagem virtual. Sendo assim, ele pode e deve ser
utilizado como ferramenta, não somente nas mãos dos professores, mas
deve ser divulgado para que todos os alunos e membros da escola possam
dele
participar,
e
além
disso
contribuir.
Imagens, textos, informativos, pesquisas, trabalhos, atividades, podem ser
postadas, discutidas, divulgadas... Isso pode ser considerado um projeto
que pode ser de longo, médio e curto prazo, dependendo do professor e da
proposta. É importante, portanto, que se
faça sempre um bom
planejamento.
Ainda:
Sobre a pergunta do módulo 1, penso que o blog pode ser uma ferramenta
muito prática e útil na interação entre os indivíduos do coletivo e de
colaboração, no sentido em que Torres, conforme citado no texto, coloca
tanto como rejeição ao autoritarismo, no caso a estrutura da escola
tradicional, como na colaboração coletiva da construção do conhecendo e
ainda, entendo, na possibilidade de se extrapolar o espaço da escola.
Sendo a escola o local onde o conhecimento é construído e transmitido,
fazer com que a escola se movimente junto com as tecnologias e ainda
promovendo acessibilidade, se torna uma necessidade a mudança da
estrutura tradicional para além de uma simples atualização, e o blog pode
ser
uma
ferramenta
para
essa
construção.
(Uma
ferramenta...)
E ainda:
O vídeo contribui para a compreensão do trabalho com projetos ao mesmo
tempo em que alerta para a necessidade de envolver os alunos na
realização de trabalhos como este no ambiente escolar. Trazendo à tona
para a discussão e análise as necessidades presentes dentro da sala de
aula, bem como a participação de todos para a resolução dos problemas
levantados.
Vejo a pedagogia de projetos como uma metodologia desafiadora que nos
instiga a rever nossa prática docente e principalmente conhecer o perfil dos
educandos para obter o melhor desempenho na sua implantação e
implementação.
Trabalhos como esse, também exigem um planejamento prévio das ações e
um preparo para as situações extrínsecas que podem surgir ao longo do
processo.
Observa-se nestes pequenos textos contribuitivos, que os professores
cursistas, em todo o tempo, sentiram o questionamento, se inspiraram no
desafio e se estimularam ao planejamento, à discussão, e criaram, aquilo que
a pedagogia de projetos mais propõe, o poder da dúvida. Inquietos senten-se
interessados em buscar novos rumos pedagógicos, novos modelos de
estímulo à aprendizagem, novos mecanismos de construir conhecimentos.
Isso ficou evidente em todo o tempo do curso. A inquietação, como
ferramenta para se buscar algo que altere a organização das coisas.
Esta ferramenta tecnológica teve ao longo do curso de 32 horas, mais
de 250 visualizações, além de uma infinidade de comentários.
Tal foi a evidência dos fatos e dos comentários e debates. Comentários
muito significativos para o ambiente escolar, há muito não se via na escola a
disposição para o debate de ideias, de conceitos pedagógicos, de modelos
diferentes de ensino e aprendizagem. Ficou evidente que teríamos uma
proposta mais desafiadora pela frente. Não demorou a surgir. Tornar esta
plataforma tecnológica permanente. A proposta é que todas a segundasfeiras, sejam postadas novos textos, e estes possam ser lidos pelos alunos,
pelos professores, e funcionários, pelos pais em suas casas, e todos possam
participar, postando seus comentários, suas críticas, seus elogios, enfim, que
esta ferramenta tecnológica seja permanente.
Diante de tal evidência ficou claro que o rumo que o projeto de
implementação tomou, após todos os percalços, foi o rumo que deveria ter
tomado. Prova que todo planejamento deve ser flexível, e que todo projeto
pode sofrer alterações, desde que não perca sua essência.
Agora temos uma proposta de capacitação permanente, de leitura
semanal, que poderá ser diária, com a participação de professores, alunos,
gestão escolar, funcionários, pais e comunidade. Decididamente este projeto
rumou para o que deveria ser, uma proposta de Gestão com capacitação
permanente com o uso de ferramentas tecnológicas e de comunicação.
Considerações Finais:
É importante considerar a relevância da pesquisa sobre este tema. Um
novo modelo de aprendizagem, utilizando ferramentas tecnológicas que estão
a disposição, cada dia mais, na vida de todas as pessoas. Não estamos aqui
impondo nenhum novo modismo, também não se pretende afirmar que a
tecnologia é a maneira de aprendizagem do mundo moderno e que sem ela
todo o processo pedagógico estará equivocado. Ao contrário, na plataforma
tecnológica onde este curso está inserido, fizemos questão de preparar um
texto abordando este assunto e afirmando que a tecnologia, por si só, não
pode ser a maneira de aprendizagem do mundo considerado moderno. O
mundo só será considerado moderno quanto todos tiverem acesso ao
conhecimento e dele possam fazer uso.
Lá expressamos que o mundo tecnológico é apenas mais uma
ferramenta de aprendizagem, o professor e todos os seus conhecimentos e
experiências pessoais, são indispensáveis para que o aluno se interesse em
aprender. Não é colocando um tablet nas mãos de nossos filhos e alunos que
teremos pessoas melhores. Ao contrário, estes são importantes e tem seus
limites de uso. Ainda as brincadeiras, as atividades lúdicas, as atividades que
desenvolvem a crítica, o vínculo pessoal, tanto familiar como dentro da escola
são, e sempre serão vitais para o pleno crescimento do indivíduo como
pessoa , como ser pensante e para o mundo do trabalho.
REFERÊNCIAS:
Revista Gestão Escolar. A responsabilidade do Diretor. Disponível em:
http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/responsabilidades-diretor755886.shtml Acesso em 03/10/2015.
Revista Gestão Escolar. O que faz e o que pensa o Gestor Escolar.
Disponível em http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/faz-pensa-gestorescolar-507667.shtml Acesso em 03/10/2015.
Revista Gestão Escolar. Os problemas ajudam a ver e entender melhor a
realidade.
Disponível
http://gestaoescolar.abril.com.br/comunidade/problemas-ajudam-verentender-melhor-realidade-escolar-551894.shtml Acesso em 25/09/15.
em
PRADO, M.E.B.B, Pedagogia de Projetos: Fundamentos e Implicações. In.
ALMEIDA, M.E.B e MORAN J. M. (Org.) Integração das Tecnologias na
Educação. Brasília: Ministério da Educação SEED, 2005.
ALMEIDA, M.E.B, Tecnologia, Currículo e Projetos. In. ALMEIDA, M.E.B e
MORAN J. M. (Org.) Integração das Tecnologias na Educação. Brasília:
Ministério da Educação SEED, 2005.
Quem disse. Disponível em http://quemdisse.com.br/frase.asp?frase=4668
Acesso em 18/11/15
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