Módulo: Sociedade, Tecnologia e Ciência _ 5 Efeito Doppler Curso EFA/NS Técnico/a de Contabilidade Elaborado por: Sónia Pais Nr.º 17 Elsa Vieira Nr.º 22 08/03/10 O que são ondas electromagnéticas? Onda electromagnética é uma combinação de um campo eléctrico e um campo magnético, que se propagam numa mesma direcção porém em planos ortogonais. É do nosso conhecimento que uma variação no campo magnético incute um campo eléctrico e vice-versa, portanto numa onda electromagnética o campo eléctrico é gerado pelo campo magnético que por sua vez é gerado pelo campo eléctrico, ambos se nutrindo num arranjo perfeito, conforme a figura: Figura 1 – combinação de campo eléctrico e campo magnético As ondas electromagnéticas transportam energia, um exemplo disso é a radiação solar, se ficarmos muito tempo expostos conseguimos perceber claramente a sua energia. Todas as ondas electromagnéticas se propagam, no vácuo, com a velocidade da luz, ou seja, cerca de 300.000 km/s e na superfície terrestre com uma velocidade muito próxima a esta, as comunicações com satélites, ondas de telemóvel e a luz dão-se através de ondas electromagnéticas. As ondas electromagnéticas estão presentes na televisão, na rádio, na luz visível, raio x e no microondas, mesmo que não possam ser vistas estão ali, desempenhando o seu papel. É importante tomar consciência de como estamos imersos em ondas electromagnéticas. Começando pelo Sol, a maior e mais importante fonte para todos os seres vivos, cuja vida depende do calor e da luz recebidos através de ondas electromagnéticas. Figura 2 – várias ondas electromagnéticas Exemplos de ondas electromagnéticas: Figura 3 - uma antena de uma estação de rádio Figura 4 - A velocidade de propagação de uma onda eletromagnética depende do meio em que ela se propaga. O que é o efeito Doppler? Esse efeito consiste na diferença de frequências sonoras que é captada por um observador, que pode estar em repouso ou não, e essa diferença de frequências é percebida pela sensação auditiva de agudos e graves. Antes de entendermos o efeito Doppler, precisamos entender primeiro o que determina um som ser grave ou agudo. A grandeza física responsável por tal diferença é a frequência da onda sonora. O ouvido humano é capaz de perceber frequências que vão de 20Hz até 20Khz. As frequências mais baixas são percebidas como um som grave e as frequências maiores como um som agudo. No caso do efeito Doppler é possível perceber que, quando a fonte sonora se aproxima de um observador, ele perceberá o som emitido pela fonte mais agudo e quando a fonte se afasta, o mesmo observador perceberá um som mais grave. Para dar uma ideia do que é esse efeito descreveremos uma experiência semelhante à que foi realizada originalmente pelo próprio Doppler. Mas, que acontece se o carro não estiver parado e se aproximar de você com uma velocidade v de uns 120 km/h? Iremos ouvir a buzina com uma tonalidade mais aguda, correspondente à nota MI, que tem uma frequência f ' de 320 ciclos por segundo. Se o carro se estiver afastando de nós com a mesma velocidade, ouviremos um som mais grave, correspondente à nota DO, que tem frequência f ' igual a 256 ciclos/segundo. Um resultado semelhante seria obtido se a fonte do som estivesse parada e estivéssemo-nos aproximar ou a afastar dela com boa velocidade. Suponha que um carro está parado a uns 200 metros de si e o motorista toca a buzina continuamente. Digamos que o som da buzina tem uma tonalidade única, correspondente à nota RE, com frequência f = 288 ciclos por segundo. Esta é uma simplificação, é claro, pois as buzinas normais são mais agudas e quase nunca são de uma nota só. Nesse caso, portanto, irá ouvir um som constante (e irritante) com a tonalidade de RE. Aplicações do efeito Doppler Muito frequente no nosso dia-a-dia, esse efeito permite medir a velocidade de objectos através da reflexão de ondas que são emitidas pelo próprio aparelho que faz a medição, como, por exemplo, os radares, os quais se baseam na radiofrequência ou mesmo em laser que utilizam frequência luminosa. Na astronomia permite medir a velocidade relativa das estrelas e na medicina esse efeito é utilizado para medir e saber a direção do fluxo sanguíneo. O aproveitamento do Efeito Doppler em ondas ultra-sônicas propagando-se através dos tecidos biológicos é a base de uma série de técnicas para estudo, de forma não invasiva, das estruturas móveis do interior do corpo humano. Neste capítulo abordamos os conceitos e particularidades da técnica não-invasiva de medição de fluxo sanguíneo em artérias intra-crânianos, particularmente o Polígno de Willis, através do uso de Doppler ultrasônico pulsado, conhecida como Doppler Ultra-sónico Transcraniano (TCD - Transcranial Doppler). Uma das aplicações do Efeito Doppler em medicina é a medição de fluxo sanguíneo através do desvio da frequência de um sinal ultra-sônico emitido por um cristal e refletido pelas partículas móveis do sangue, por exemplo, as hemáceas. Na forma convencional, o sinal reflectido é captado por um segundo cristal montado ao lado do transmissor, e encapsulados juntos. Este conjunto recebe o nome de transdutor (ou sonda) ultra-sónico e está normalmente conectado através de cabos elétricos a um equipamento eletrônico. Este é responsável por excitar o cristal transmissor em uma frequência definida, receber o sinal captado pelo segundo cristal, calcular o desvio de frequência, e com isto a velocidade das partículas do sangue. Neste processo, quando as partículas recebem o sinal de ultra-som, absorvem parte deste e vibram na frequência que sentem efetivamente o sinal (frequência desviada). Simultaneamente, elas passam a funcionar como fontes móveis de ultra-som, emitindo sinal em todas as direcções. Isto corresponde na realidade ao efeito de espalhamento. O sinal reemitido é então captado pelo cristal receptor. Figura 2. Princípio do Doppler Pulsátil. (a) Um transdutor ultra-sônico emite um feixe a um refletor a distância L. (b) Eventos com tempo como abscissa. (c) e (d) Traçados representando sinais internos no equipamento.