AS RELAÇÕES ENTRE HALOS SOLARES E

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Anais Semana de Geografia. Volume 1, Número 1. Ponta Grossa: UEPG, 2013. ISSN 2317-9759
AS RELAÇÕES ENTRE HALOS SOLARES E PRECIPITAÇÕES EM 2012 –
PONTA GROSSA/PR
BATISTA, Cassiane Gabriele
CRUZ, Gilson Campos Ferreira da
Introdução
Ao observarmos o céu, principalmente, a partir da superfície terrestre, é possível
identificar diversos fenômenos químico/físicos que ocorrem, particularmente com a combinação
de raios solares e partículas ou moléculas em suspensão.
Com o passar do tempo os seres humanos acabaram estabelecendo relações entre alguns
fenômenos atmosféricos e a ocorrências de alguns eventos naturais, especialmente os
meteorológicos.
Percebe-se que na atmosfera ocorrem fenômenos, visto da superfície, os chamados
“meteoros”, que são classificados em quatro grupos: hidrometeoros, fotometeoros, litometeoros e
eletrometeoros. Na presente pesquisa o foco será os fotometeoros, especificamente os halos,
sendo que existem os solares ou lunares.
Os halos se formam a partir da refração ou reflexão da luz do Sol ou da Lua, que passa
pelos pequenos cristais de gelo que estão na estratosfera inferior, formando anéis, colunas, arcos
ou manchas luminosas.
A formação dos halos ocorre, principalmente, quando da existência de nuvens do tipo
cirrostratus, as quais se caracterizam em sua maior parte mantos leitosos e transparentes que
parecem ser lisas ou fibrosas. Porém as cirrostratus não são as únicas nuvens que fornecem o
fenômeno do halo. Este aparece também em certas partes de nuvens cirrus, nos cristais de gelo
das bigornas de uma cumulunimbus e “das trilhas de virga das precipitações de cristais de gelo
que podem cair de nuvens altas como as cirrocumulus.
Objetivo
Analisar as possíveis relações entre os sistemas atmosféricos, presentes na região, com a
formação dos halos solares e a ocorrência ou não de precipitações.
Metodologia
Acompanhamento da formação dos halos, com registro fotográfico durante o ano de
2012. Obtenção das imagens de satélites para o momento do registro do halo. Compilação dos
dados de precipitações das estações meteorológicas da cidade e região. Todas as informações
serão tratadas, preparadas, analisadas, com a geração de gráficos, tabelas e mapas, com vistas a
conclusões e ou considerações finais.
Referencial Teórico
XX Semana de Geografia; XIV Jornada Científica de Geografia da UEPG; IX Encontro do Saber Escolar e
Conhecimento Geográfico; II Semana e Jornada Científica de Geografia do Ensino a Distância da UEPG
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A formação de halos é relativamente comum, porém é necessário alguma condições
especiais para que os mesmos possam ser vistos no céu.
De acordo com MANTELLI NETO (2005) “Ao redor do Sol é muito comum a presença
de um halo difuso que se estende além do círculo solar, resultante de um espalhamento causado
pelos aerossóis e chamado de turbidez atmosférica”.
Em trabalho desenvolvido no Rio Grande do Sul, Sartori (2005) identificou algumas
impressões e associações de um grupo de pessoas, com relação a fenômenos naturais e
observações em geral, inclusive do céu. Quando da identificação de que a ocorrência de halos
indicava a ocorrência de precipitação, mais ou menos intensa, ela diz que:
...explicadas pela presença de nuvens altas, do tipo cirros- estratos, compostas
por cristais de gelo, que antecedem a chegada de frentes estendendo-se no céu
como tênue e contínuo véu a encobrir o Sol ou a Lua. Essas condições permitem
o surgimento do “halo”, círculo brilhante e luminoso, provocado pela refração
da luz pelos cristais de gelo. Os paraélios ou “olhos de luz” ..., são pontos mais
brilhantes em cada lado do halo do Sol, com mesma origem, e comumente
observados na intersecção do círculo paraélico com halo de 22°; quando são
dois, indicam maior efeito da refração devido a maior concentração de cristais
de gelo, provavelmente denunciando advecção de ar úmido mais intenso nos
níveis superiores e, daí, a chuva frontal posterior ser mais volumosa; se o “olho”
é só de um lado do halo, revela atividade superior e densidade das nuvens
menores, sugerindo que a chuva frontal será mais fraca.
Segundo o Correio Brasiliense (2011) um dos meteorologistas do Inmet, Manoel
Rangel, afirmou quando da formação de um halo no Distrito Federal, no final de setembro de
2011, que não significava que iria chover, segundo o meteorologista "Com halo ou sem halo, ele
aparecendo ou não, uma situação não tem nada a ver com a outra. O evento pode ocorrer durante
todo o ano, mas é comum durante a passagem do inverno para a primavera".
FOTO
DIA
HORA OCORRÊNCIA NO OCORRÊNCIA 1 DIA
DIA
APÓS
15:03 Precipitação de 7,8
Precipitação no dia
mm
06/04/2012 de 0,2 mm
05/04/2012
direção N; 4,5 mm
Chuva após às 17
direção E
horas
12:55
19/04/2012
Sem precipitação
Precipitação no dia
20/04/2012 de 10,8
mm direção N; 0 mm
direção E
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13:17
Sem precipitação
Sem precipitação no
dia 02/09
09:22
Sem precipitação
Precipitação no dia
19/09/2012 de 5 mm
direção N; 0 mm
direção E
10:17
Sem precipitação
Precipitação no dia
19/09/2012 de 5 mm
direção N; 0 mm
direção E
13:30
Sem precipitação
Precipitação no dia
19/09/2012 de 5 mm
direção N; 0 mm
direção E
11:49
Sem precipitação
sem precipitação no dia
04/10/2012
12:13
Sem precipitação
Sem precipitação no
dia 04/10/2012
12:12
Sem precipitação
Precipitação no dia
10/10/2012 de 0,6 mm
direção N; 0 mm
direção E
01/09/2012
18/09/2012
18/09/2012
18/09/2012
03/10/2012
03/10/2012
09/10/2012
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17:15
Sem precipitação
Sem precipitação
12:51
Sem precipitação
Sem precipitação
08:10
Aparecimento de
halo antes de chuva
forte (9:15)
Precipitação de 12,6
mm direção N; 13,3
mm direção E
Precipitação no dia
21/10/2012 de 1,4 mm
direção N; 2,6 mm
direção E
14:41
Sem precipitação
Precipitação no dia
03/11/2012 de 0,4 mm
direção N; 0,4 mm
direção E
11:58
Aparecimento de
halo antes de chuva
Precipitação de 38,9
mm direção N; 5,4
mm direção E
Sem precipitação no
dia 13/11
13:59
Sem precipitação
Precipitação no dia
24/11/2012 de 0,5 mm
direção N; 8,6 mm
direção E
15/10/2012
16/10/2012
20/10/2012
02/11/2012
12/11/2012
23/11/2012
FIGURA 1 – Quadro de relação entre halos e precipitações
Fonte: arquivo próprio dados fornecidos pelo do SIMEPAR
Resultados e Discussão
Os resultados são preliminares, pois os dados continuam sendo analisados, porém alguns
aspectos já podem ser apresentados.
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As imagens da tabela acima são de registros de ocorrências de halos na cidade de Ponta
Grossa – PR no ano de 2012. Analisando-a, conclui-se que das 15 imagens registradas (100%),
80% não houve precipitação no mesmo dia, e 60% houve precipitação no dia seguinte, sendo que
três imagens são do dia 18/09/2012 e duas do dia 03/10/2012.
Em Ponta Grossa, as fotos foram tiradas na região Sul da cidade, em direção N-NW. Os
halos apareceram nas primeiras semanas de outono, no final do inverno e durante a primavera.
A relação entre a ocorrência dos halos e os sistemas atmosféricos ainda se encontra em
analise.
Considerações Finais
Os resultado e discussões são parciais, porém algumas considerações já podem ser feitas.
Em Ponta Grossa a ocorrência dos halos não indica necessariamente a ocorrência de chuvas.
A formação dos halos se dá principalmente entre o outono e a primavera, em diferentes
horários do dia, com certa concentração no período da manhã, dentre os registros realizados. Até
o momento não foi possível estabelecer relação entre o diâmetro do halo e as precipitações,
informação presente no senso comum.
Referência Bibliográfica
FENÔMENO natural, halo solar é visto pelos moradores do DF e de Goiás. Disponível em
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/09/30/interna_cidadesdf272119/f
enomeno-natural-halo-solar-e-visto-pelos-moradores-do-df-e-de-goias.shtml
Acesso
em
06/10/2013.
FERREIRA, A. G. Meteorologia Prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.
MANTELLI NETO, Sylvio Luiz, WANGENHEIN, Aldo von, PEREIRA, Enio Bueno. Modelo
preliminar de estimativa de cobertura de nuvens, no espaço de cores RGB
obtidas a partir de imageador automático. In Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento
Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21 abril 2005, INPE, p. 4123-4131
PINNER, G. P. O Guia do Observador de Nuvens. [tradução Cláudio Figueiredo]. 1 ed. Rio de
Janeiro: Intrínseca, 2008. 320 p.
SARTORI, Maria da Graça Barros. A percepção do tempo e a cognição ambiental do
homem rural do Rio Grande do Sul. In Simpósio Nacional sobre Geografia, Percepção e
Cognição do Meio Ambiente. Londrina: 2005.
VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e Climatologia. Versão Digital. 2006: 449 pp.
XX Semana de Geografia; XIV Jornada Científica de Geografia da UEPG; IX Encontro do Saber Escolar e
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