ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I Versão Online 2009 O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação Departamento de Políticas e Programas Educacionais Coordenação Estadual do PDE PREPARO DA HORTA DE PLANTAS MEDICINAIS PELA COMUNIDADE ESCOLAR MEDIANEIRA 2010 Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação Departamento de Políticas e Programas Educacionais Coordenação Estadual do PDE IDENTIFICAÇÃO PROFESSORA PDE: LENI FERNANDES HAMMES ÁREA: CIÊNCIAS NRE: FOZ DO IGUAÇU PROFESSORA ORIENTADORA IES: DRAª LÍVIA GODINHO TEMPONI IES VINCULADA: UNIOESTE PUBLICO ALVO: ALUNOS DE 6ª SÉRIES TEMA: NOÇÕES DE BOTÂNICA TÍTULO DA UNIDADE DIDÁTICA: PREPARO DA HORTA DE PLANTAS MEDICINAIS PELA COMUNIDADE ESCOLAR MEDIANEIRA 2010 2 1- CONSTRUÇÃO DE UMA HORTA DE PLANTAS MEDICINAIS Lorenzi (2002) sugere que para fazer uma horta medicinal, precisamos selecionar as espécies e identificar corretamente as plantas. Uma horta medicinal, por certo, deverá produzir satisfatoriamente, ervas que possam ser usadas na culinária, temperos e plantas de uso de rotina para o tratamento de doenças mais comuns do organismo, é claro, de efeito já comprovado. Tão logo sabemos o que plantar e por que plantar, devemos agora saber onde plantar uma horta medicinal. A área indicada é de no mínimo 100m² para hortas medicinais domésticas. A área deve, de preferência, ser bem drenada ou seca, com solo fácil de ser trabalhado (textura média) e com disponibilidade de água de boa qualidade. Deve receber insolação especialmente pela manhã. A área, se possível deve ter acesso bem controlado, pois muitas plantas medicinais podem ser tóxicas ou venenosas, se usadas em doses erradas e, para evitar a entrada de pessoal desconhecido, se a horta for comercial. A declividade da área é variável, no caso de hortas domesticas usar áreas mais planas. O solo deve ser leve e fértil para que as raízes tenham facilidade de penetrar e se desenvolver. Tendo disponibilidade, é bom fazer a análise do solo, principalmente se tratando de horta comercial. Quanto ao aspecto físico do solo, pode ser melhorado, no seu preparo, incorporando no mesmo, esterco e/ou composto orgânico, que forneceram nutrientes e ajudarão a reter a umidade. A correção do solo pode ser feita com calcário. Para fazer a correção básica do solo recomenda-se usar 150g de calcário/m² de canteiro. Certas espécies exigem solos úmidos, outras já gostam de terrenos areno-argilosos, com umidade controlada; essas exigências devem ser mantidas pela rega ou irrigação. O preparo do solo começa com uma limpeza geral da área, seguindo, o revolvimento do solo com enxadão, pá-reta ou arado (mecanizado ou tração animal) se a horta for comercial. Procede-se então a construção de canteiros que não devem exceder os 30cm de altura e 1,20m se largura. Para realizar o plantio em covas, obedecer ao espaçamento da espécie cultivada; as covas devem possuir as seguintes dimensões: 30cm de largura x 30cm de comprimento x 30cm de profundidade. Algumas espécies como o gengibre, tem a raiz como a parte utilizada; essas plantas podem ser plantadas em leiras ou camalhões de terra, que devem possuir altura de 60cm e largura de 50cm. Devemos ter o cuidado em observar que existem muitos meios de propagação de plantas medicinais; o importante é que, independente do 3 tipo de horta que se for cultivar e do método de propagação que se escolher, deve-se sempre procurar obter mudas, sementes ou estacas de plantas sadias e vigorosas. O plantio, no caso de hortas domésticas se dá por semeio direto ou por mudas retiradas de outras hortas, ou mesmo na natureza. Para Onçay; Alba (2007) os dez mandamentos das plantas medicinais são: 1-SABER ONDE COLETAR: Não colete plantas nas beiras de rios, córregos poluídos, esgotos, nem das margens das estradas, porque geralmente estão contaminadas por fumaça dos carros, pesticidas, poluição química, detritos, etc. Hoje em dia, o melhor é desenvolver uma horta de plantas medicinais e aí cultivar as plantas básicas de cada área, segundo a pesquisa de dados (botânica) realizada previamente. 2- SABER COMO COLETAR: Quando for coletar folhas de uma planta, não retire todas as folhas de um galho, é através delas que a planta absorve os raios solares; despreze as folhas que se apresentem furadas por insetos, mofadas ou com outras quaisquer contaminações. As cascas devem ser retiradas em pequenos pedaços, apenas de um dos lados da planta, pois ao se circundar o caule, pode causar a sua morte. 3- SABER QUANDO COLETAR: As melhores horas para efetuar a coleta são as da manhã, logo após a total secagem do orvalho, e as horas do fim da tarde em dias ensolarados. Para as plantas aromáticas recomenda-se a colheita do final da tarde, especialmente nas das muito quentes, para evitar a evaporação de substâncias facilmente voláteis sob ação do sol. Há diferença na época de colheita de uma espécie para outra; o ideal seria um calendário de coleta de plantas que indicasse a estação propícia, como ocorre com as verduras. Para muitas plantas, o momento propício para coletar as folhas, é quando começam a apontar os órgãos reprodutores, como os que formarão brotos e flores. 4- SABER COMO SECAR E CONSERVAR: Flores e folhas devem ser colocadas à sombra para secar em local ventilado, limpo e em camadas finas, para evitar que somente as de cima fiquem secas. Três a cinco dias são bem suficientes. Outro método é pendurar os galhos de flores e folhas num varal, até que sequem. As cascas devem ser lavadas com água corrente ligeiramente raspadas para retirar a superfície impregnada de poeira, lodo ou 4 insetos e depois devem ser colocadas ao sol para secar. As raízes devem ser lavadas e colocadas para secar. No caso de raízes muito grossas, sugere-se cortá-las em rodelas em espessura de um dedo, após a lavagem e colocá-las para secar. As sementes devem ser colhidas de frutos maduros e sadios, limpos após peneirar ou lavadas e secas ao sol. São as partes vegetais que apresentam uma maior durabilidade. Quando não se dispõe de condições naturais de calor e vento, a secagem pode ser feita em estufa, à temperatura não superior à 40º C. Após secas, as partes das plantas, deverão ser reduzidas a pequenos pedaços, com exceção das sementes, e guardadas em vidros limpos, secos, com tampa e ao abrigo da luz do sol, colando no frasco, uma etiqueta com o nome da planta e data da coleta. É aconselhável observar sempre a existência de mofo, contaminação por insetos, entre outros, o que as tornará impróprias para o consumo. Sugere-se que o estoque seja renovado a cada três ou seis meses. 5- SABER A PARTE DA PLANTA A SER UTILIZADA: É preciso conhecer bem a planta e saber quais as suas partes que são utilizadas: raiz, entrecasca, folhas, planta inteira, frutos e sementes. Note que há plantas das quais se usam somente as sementes, enquanto que noutras usa-se a planta inteira. Informe-se sobre as espécies que possui ou pretende possuir. 6- SABER COMO PREPARAR: Existem diferentes métodos de preparar as plantas como remédios. Por exemplo: Infusão, etc. Evite o uso de vasilhas de ferro, alumínio, cobre ou plástico; dê preferência a vasilha de vidro (que possa ser levada ao fogo), porcelana ou barro. É importante também saber a quantidade da planta a usar no preparo. 7- SABER COMO USAR: Esteja atento da hora de usar as plantas, observando se a indicação é para uso interno (ingestão), ou externo (uso local). Muitas plantas como o confrei (Symphytum officinale L.) não devem ser ingeridas, somente usadas em aplicações como cicatrizantes. Não arrisque em qualquer caso de dúvida que possua. Consulte quem souber. 8- SABER QUANTO USAR: É importante saber quanto se deve tomar de um remédio à base de plantas. Não se pode abusar da dose. O dito popular “que a pancada grande é que 5 mata a cobra”, não deve ser seguido, pois as plantas têm efeitos adversos se forem usadas muito concentradas ou por muito tempo. Um exemplo: uma jovem senhora escutou falar que o olho da goiabeira era bom para diarréia e colocou 10 olhinhos para uma criança tomar. A dose muito forte resultou no óbito da mesma. O uso das plantas medicinais é restrito à atenção primária; em doenças crônicas como a diabetes, onde se usa por muito tempo a preparação, é importante o acompanhamento médico e laboratorial. 9- SABER DA TOXICIDADE DA PLANTA: Uma planta pode ser ora medicinal, ora tóxica, dependendo de quem toma, de quanto toma, e como toma: as crianças e os idosos são mais suscetíveis à intoxicação, por isso, deve-se ter muito mais cuidado com a dose; devem-se evitar chás durante a gestação; muitas plantas têm efeito abortivo como o quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.), capim santo (Cymbopogon citratus DC Stapf); devese evitar chás em crianças que estejam em aleitamento materno até os 6 meses de idade. Lembre-se também que existem plantas, que mesmo em pequenas quantidades, são potencialmente venenosas como a comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta Schot). É aconselhado tomar conhecimento de plantas tóxicas. 10- SABER IDENTIFICAR: Muito cuidado quando se indica uma planta ou se passa uma receita num livro onde não há o desenho ou o nome em latim, isto porque, pode haver uma grande confusão, pois o nome popular é variável de um lugar para outro. Dê a sua preferência a plantas frescas escolhidas corretamente de locais de cultivo do próprio usuário; as plantas secas somente devem ser usadas quando forem adquiridas de fonte responsável e segura. Segundo os estudos de Lorenzi (2002) o emprego correto de plantas medicinais para fins terapêuticos pela população em geral, requer o uso de plantas medicinais selecionadas por sua eficácia e segurança terapêuticas, baseadas na tradição popular ou cientificamente validadas como medicinais. Serão apresentadas algumas descrições de plantas medicinais e as suas propriedades, bem como fotos ilustrativas de cada uma das espécies nas Figuras 1, 2 e 3. 1.1-AGRIÃO 6 Nome popular: agrião, jambu, agrião-da-água, berro, agrião aquático, agrião do rio. Nome científico: Nasturtium officinale R. Br. Família: Brassicaceae Parte usada: caule e folhas Planta herbáceas rasteiras, originadas da Europa, tendo se aclimatado bem no Brasil. Deve ser conservado e utilizado sempre o vegetal fresco, com folhas verde-escuras Exige solo poroso, estercado e com muita umidade. Para um bom desenvolvimento, deve ser plantada em local de água corrente, como na beira de rios, ou colocando as sementes em caixotes, em local seco, e depois transplantar as mudas para local definitivo. O agrião combate a ácido úrico, a tuberculose, o raquitismo, a formação de pedras nos rins, infecção da bexiga e ainda os efeitos tóxicos da nicotina. Como um dos produtos mais ricos da natureza, o agrião é digestivo, faz bem ao fígado, é diurético e bom para os diabéticos. 1.2-ALCACHOFRA Nome comum: alcachofra-hortense, cachofra. Nome científico: Cynara scolymus L. Família: Asteraceae Parte usada: folhas Utilizada para doenças das vias biliares e hepáticas, diabetes, icterícia, eczemas, erupções cutâneas, anemia, escorbuto, raquitismo, colesterol, hemorróidas, prostatite, uretrite, bronquite asmática, debilidade cardíaca, hepatite. 1.3-ALECRIM Nome popular: alecrim, alecrim-de-jardim, alecrim-rosmarino, libanotis. Nome científico: Rosmarinus officinalis L. Família: Lamiaceae. Partes usadas: as folhas. Arbusto muito ramificado, sempre verde, com hastes lenhosas, folhas pequenas e finas, opostas, lanceoladas. As indicações terapêuticas estão relacionadas a dores reumáticas, depressão, cansaço físico, gases intestinais, debilidade cardíaca, cicatrização de feridas, dor de cabeça de origem digestiva, problemas respiratórios, tosse, bronquite e asma. 7 1.4.-ARRUDA Nome popular: arruda, arruda-doméstica, arruda-dos-jardins, ruta-de-cheiro-forte, ruda. Nome científico: Ruta graveolens L. Família: Rutaceae. Partes usadas: as folhas e flores. A arruda é uma planta de existência longa, que se renova a cada primavera. A arruda apresenta propriedades adstringentes: reumatismo, dor de cabeça, hemorragias, hipertensão, verminoses, incontinência urinária, flatulência (gases), dor de ouvido, dor de dente, calmante e antiinfecciosa, muito boa para conjuntivite, infecção no olho. Acredita-se que a mais importante virtude da arruda é oferecer maior resistência aos capilares sangüíneos, evitando-se assim possíveis hemorragias. É necessário ter muito cuidado, pois é uma planta tóxica. É venenosa e abortiva. Contra-indicada para gestantes, lactantes, hemorragias, cólica menstrual e sensibilidade na pele. Efeitos colaterais. Doses elevadas do chá podem causar vertigens, tremores, convulsões, hemorragia e aborto, vômitos, salivações, edema na língua, dores abdominais, náuseas e vômitos, secura na garganta, dores, cólicas, depressão do pulso, contração da pupila e sonolência. 1.5-BABOSA Nome popular: babosa. Nome científico: Aloe vera (L.) Burm.f. Família: Aloaceae Parte usada: folhas Planta herbácea, suculenta, até de um metro de altura, encontrada originalmente nas partes secas da África, especificamente no Cabo Colônia e nas montanhas da África tropica. É um poderoso regenerador natural. A esta planta são reconhecidas propriedades antibacteriana, cicatrizante, capacidade de reidratar o tecido capilar ou dérmico danificado por uma queimadura, entre outras. Queda de cabelo, caspa, brilho no cabelo, combate a piolho e lêndea, inflamação, eczema, erisipela, entorse, contusão, dor reumática. Não deve ser ingerida por mulheres, durante a menstruação ou gravidez. Também deve ser evitada nos estados hemorroidários. Não usar internamente em crianças. 1.6-BOLDO DO JARDIM 8 Nome popular: boldo do jardim, boldo-do-reino, alum, boldo-nacional, malva-santa, malva-amarga, sete-dores, boldo-do-brasil, folha-de-oxalá. Nome científico: Plectranthus barbatus Andrews Família: Lamiaceae. Parte usada: folhas. É usado como tônica, calmante, facilita a digestão, aumentando as secreções salivares e gástricas. Indicado como analgésico, estimulante da digestão e combate azias. São indicadas também nos casos de infecções hepáticas. Tem a propriedade de acelerar a produção da bílis, substância produzida pelo fígado que é importantíssima na decomposição de gorduras. Por isso, quando tomado diariamente é um ótimo auxiliar nos regimes de emagrecimento. Diurético, também é utilizado em casos de icterícia. Quando usado por longos períodos, pode causar irritação gástrica. 1.7-CATINGA-DE-MULATA Nome comum: catinga-de-mulata, tanaceto, atanásia, erva-de-são-marcos. Nome científico: Tanacetum vulgare L. Família: Asteraceae. É uma erva medicinal encontrada na Europa, América do Norte e América do Sul em abundância. A planta é usada principalmente como vermicida o chá é utilizado para perturbações digestivas, icterícia, inflamações nos olhos, dores de dente; é diurético, provoca menstruação. Não usar durante a gravidez. Útil para fazer banhos em problemas de reumatismo, erisipelas e para estancar o sangue. A flor é vermífuga. 1.8-CALÊNDULA Nome popular: calêndula. Nome científico: Calendula officinalis L. Família: Asteraceae. Parte usada Flores e folhas. É usada como: cicatrizante de afecções hepáticas, menstruação (dolorosa ou insuficiente), feridas, úlceras, acnes, inflamações purulentas, entupimento do canal lacrimal, feridas, úlceras, eczemas, fungos da pele, reumatismo contusões, dores musculares, repelente de 9 insetos, sudorífera, analgésica, antiinflamatório, tonificante da pele. Cataplasma - folhas e flores tenras, socadas e empastadas, são aplicadas sobre ferimentos, sobre um pano limpo. 1.9-CAMOMILA Nome popular: camomila. Nome científico: Matricaria chamomilla L. Família: Asteraceae. Parte usada: flores. Para criança ajuda combater vermes. Como chá usado diariamente diminui as dores musculares, tensão menstrual, stress e insônia, diarréia, inflamações das vias urinárias; misturado ao chá de hortelã com mel combate gripes e resfriados; banho com sache de camomila é sedativo e restaurador de forças, e especial para hemorróidas. Na forma de infusão é útil para o fígado, antialérgico, dor de reumatismos, nevralgias; ajuda a purificar o organismo e aliviar a irritação causada pela poluição. Age como sudorífico. 1.10-CAPIM-LIMÃO OU CAPIM-CIDRÓ Nome popular: capim-limão ou capim-cidró, capim-cidreira. Nome científico: Cymbopogon citratus Stapf Família: Poaceae. Parte usada: folhas. Espécie originária da Índia. Sua introdução no Brasil é muito antiga; possivelmente, já no tempo colonial, era utilizada como planta ornamental, sendo encontrada cultivada em todo o país. É indicada como calmante sonífero leve, ação analgésica, atuante dos gases estomacais. Possui efeito calmante nos nervos do cérebro e considerável eficácia contra espasmos e como reconstituinte do aparelho gastrintestinal. Recomendável para mulheres grávidas e por aquelas que estão amamentando uma vez que o capim-limão acalma as cólicas e as sensações de vômito freqüentes nesta fase da mulher, além de estimular a produção de leite materno. 1.11-CARQUEJA Nome popular: carqueja, carqueja amarga, carqueja-do-mato, carquejinha, condamina, iguape, quina-de-condomiana, quinsu-cucho, tiririca-de-babado, tiririca-de-balaio. 10 Nome científico: Baccharis trimera (Less.) DC. Família: Asteraceae. Parte usada: ramos. Ocorre espontaneamente em quase todo o país, crescendo abundantemente em regiões de campos e pastagens, beira de estradas, linhas de cercas, terrenos baldios, terreno seco e pedregoso, e também nos lugares úmidos, ribanceira de rios etc A Carqueja é indicada para problemas do fígado e vesícula biliar como cálculos (pedras). Para problemas digestivos, úlcera, gastrite, má-digestão. A Carqueja purifica e desintoxica o sangue e fígado. Alguns estudos indicam que a Carqueja pode ser eficaz para diabetes, agindo na diminuição dos açúcares. Na medicina popular brasileira, também é usada nos casos de gripe, resfriados, diarréias, garganta inflamada, entre outras. Também é considerada como eficaz para diminuir a pressão. 1.12- CAVALINHA. Nome Comum: Cavinha, erva-canudo, milho-de-cobra, rabo-de-cavalo. Nome científico: Equisetum giganteum L. Família: Equisetaceae. Parte usada: caule. Subarbustos eretos, perenes. É nativa de áreas pantanosas de quase todo o Brasil sendo freqüentemente cultivada com fins ornamentais em lagos decorativos e áreas brejosas. Esta espécie é amplamente utilizada na medicina caseira de longa data em todo o Brasil, especialmente na região sul e sudeste. A cavalinha é usadas como diuréticas, auxiliam no tratamento da gonorréia, diarréias, infecções de rins e bexiga, estimulam a consolidação de fraturas ósseas, agem sobre as fibras elásticas das artérias, atuam em casos de inflamação e inchaço da próstata, aceleram o metabolismo cutâneo, estimulam a cicatrização e aumentam a elasticidade de peles secas, sendo indicada ainda para o combate de hemorragias ou cãibras, úlceras gástricas e anemias. É usada também como hidratante profundo, ajuda a evitar varizes e estrias, limpa a pele, fortalece as unhas, dá brilho aos cabelos, auxilia no tratamento da celulite e também da acne. 1.13-CHAPÉU-DE-COURO. Nome comum: erva-do-brejo, erva-de-campanha, chá-mineiro. 11 Nome científico: Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli. Família: Alismataceae. Parte usada: Folhas. É uma planta, nativa, especialmente dos estados de Minas Gerais, e de São Paulo ao Rio Grande do Sul. É usado contra moléstias da pele, reumatismo, sífilis, afecções dos rins e bexiga; depurativo do sangue. Ajuda a baixar a pressão alta. Evita a arteriosclerose. O rizoma triturado usa-se aplicação sobre hérnia. 1.14-ESPINHEIRA SANTA Nome popular: Espinheira santa, cancorosa-de-sete-espinhos. Nome científico: Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek Família: Celastraceae. Parte usada: folhas. É usada como; analgésicas, cicatrizantes, diuréticas, tumores estomacais, ressacas alcoólicas, feridas, úlceras, azia, úlcera gástrica. Internamente, é usada como antiasmática, contraceptiva, em tumores estomacais e contra ressaca alcoólica. Foi constatada atividade antibiótica, não havendo comprovação das propriedades contraceptivas e abortivas. Em todo caso, seu uso durante a gravidez deve ser proscrito. É contra-indicada para lactantes, pois poderá reduzir a produção de leite. 1.15-FUNCHO Nome popular: funcho. Nome científico: Foeniculum vulgare Mill. Família: Apiaceae. Parte usada: Folha, fruto, raiz, semente. É muito usado para diminuir gases, digestivo, relaxante, estimula a secreção de leite, azia, câimbra, cólica, diarréia, espasmo, estômago, fígado, menstruação irregular, tosse e vômito, o funcho é digestivo, diurético, tônico geral, cólica de criança. 1.16-GENGIBRE Nome popular: gengibre, gengibre-de-jamaica, gengibre-africano. Nome científico: Zingiber officinale Roscoe 12 Família: Zingiberaceae. Parte usada: rizomas. Trata-se de uma planta perene, popularmente, o chá de gengibre, feito com pedaços do rizoma fresco fervido em água, é usado no tratamento contra gripes, tosse, resfriado e até ressaca, combate gases intestinais, vômito, rouquidão, traumatismo, reumatismo, rinite, faringite, laringite, redução do colesterol, alergias respiratórias, diabete, asma, bronquite, amigdalite, tosse É o melhor medicamento para náuseas e vômitos, principalmente pósoperatórios e os causados por viagens. 1.17-GUACO Nome popular: Guaco, cacalia, guaco-liso, guaco-trepador, guaço-da-caatinga. Nome científico: Mikania glomerata Spreng. Família: Asteraceae. Parte usada: Folhas frescas ou secas. A ciência já comprovou as propriedades medicinais do guaco e atestou seu efeito broncodilatador e expectorante. No inverno, quando aumenta incrivelmente a incidência de problemas do aparelho respiratório, afecções respiratórias em geral, tosses, asma, bronquite, gripes, resfriados, alergias, afecções de pele, câncer, reumatismo. Ainda hoje, em algumas regiões do Brasil, o macerado das folhas é aplicado em forma de cataplasma sobre picadas de cobras e outros animais peçonhentos. Existe também a tradição de usar a planta fresca e nova para manter as cobras afastadas. 1.18-LOSNA Nome popular: absinto, artemísia, losna, gotas-amargas. Nome científico: Artemisia absinthium L. Família: Asteraceae. Parte usada: folhas. São usadas para a eliminação de catarros, cólicas, diarréias, envenenamento, estômago (perturbações gástricas diversas), falta de apetite, fígado (afecções diversas), gripe, histerismo, mau–hálito, menstruação difícil e dolorosa e diurética. Não deve ser usada por gestantes e crianças menores. 13 1.19-MALVA Nome popular: malva, malva-alta, malva-de-botica, malva-grande. Nome científico: Malva sylvestris L. Família: Malvaceae. Parte usada: folhas e flores. Esta planta é indicada para o tratamento da bronquite, tosse, asma, enfisema pulmonar, coqueluche, constipação intestinal, contusões, afecções da pele, furúnculos, abscessos, picaduras de insetos, afecções da boca e garganta. É laxativa em doses um pouco mais alta que o corriqueiro. . 1.20-MANJERONA Nome popular: manjerona, manjerona-doce, manjerona-verdadeira. Nome científico: Origanum majorana L. Família: Lamiaceae. Parte usada: folhas. Espécie originária da região Mediterrânea e do Oriente Médio. Usada na inalação, ajuda a eliminar muco e catarro, prevenindo a sinusite. o chá de manjerona combate cólicas menstruais e úlcera estomacal. Folhas frescas e cozidas aplicadas com gaze são boas desinflamadoras no caso de pancadas, feridas e tumores, analgésica, bactericida, cicatrizante, expectorante, relaxante, vermífuga, entre outras. Efeitos colaterais: Altas doses por longos períodos de tempo apresentam hipertensão arterial. Em pequenas doses não tem problema. É inadequado para água do chimarrão. Contra-indicada para diabéticos. 1.21-MELISSA Nome comum: cidreira verdadeira, cidrila, melissa romana. Nome científico: Melissa officinalis L. Família: Lamiaceae. Parte utilizada: raiz. Planta perene, de clima temperado para quente, cresce até 50 cm de altura, com folhas verdes claras em formato de coração, com cheiro de limão, um tanto vilosa, com nervuras sulcadas, serrada e ovada; as folhas tornam-se amarelas e de odor desagradável se estiverem à luz direta do sol, em terreno seco. É uma planta utilizada como sedativo, 14 digestivo, contra pressão alta e dor de cabeça (infusão folhas). Combate gases e cólicas intestinais, auxilia na produção da bile, facilita menstruação, combate infecções virais (gripe, herpes, cachumba e varicela), bom para digestão, icterícia, arrotos, enjôos, fadigas, inflamações oculares. 1.22-MIL-EM-RAMA Nome comum: aquiléa, mil-em-folha, mil-em-rama, milefólio, novalgima, iodo ou mercúrio cromo da natureza, erva de carpinteiro, cento em ramas. Nome científico: Achillea millefolium L. Família: Asteraceae. Parte da planta usada: tanto raiz como partes aéreas Usa-se esta planta par curar ou aliviar debilidade do estômago, cãibras, catarros, cólicas, debilidade da bexiga, má digestão, enfermidade do fígado e dos rins, hemorróidas resfriados, insônia. Indicado em hemorragias internas e externas: uterinas, dos pulmões, de hemorróidas, feridas, úlceras queimaduras e varizes. É analgésica, para cólicas, dores de estômago, de dente e cãibras, intestinos, baixar a febre e abaixa a pressão. 1.23-ORÉGANO Nome popular: orégano, manjerona-silvestre, manjerona rasteira. Nome científico: Origanum vulgare L. Família: Lamiaceae. Parte usada: folhas É usado como antivirótica, analgésica, bactericida, cicatrizante, expectorante, relaxante, vermífuga, entre outras. É importante citar que a produção deve estar dentro de uma visão agroecológica para que as plantas produzidas sejam ricas em seus princípios ativos e não contaminadas por agrotóxicos. Usada como planta condimentar, aromática (perfumaria), planta medicinal e melífera. Como condimento, a planta é usada em carnes, ovos, queijos, no feijão, nas pizzas, em pastelarias, saladas e massas, bem como em molhos, peixes, crustáceos e sopas. 1.24-PATA-DE-VACA Nome popular: mororó, miroró, unha-de-vaca, pata-de-vaca. 15 Nome científico: Bauhinia ungulata L. Família: Fabaceae. Partes usadas: folhas e cascas. Esta planta arbórea originária da Ásia recebeu este nome devido ao formato de suas folhas, que apresentam um corte vertical bem no centro, o que lhe dá o aspecto exato da pata de uma vaca. Ela é considerada como um bom purificador do sangue e uma decocção das folhas são utilizados interna e externamente para a elefantíase e mordidas de cobra, assim como para outros problemas de pele (inclusive as de natureza sifilítica). Nos tratamentos dos casos de diabetes ela chega a ser chamada de “insulina vegetal”. Por isso ela é utilizada na América do sul para ajudar a equilibrar os níveis de açúcar do sangue e para aliviar outros sintomas dos diabetes. 1.25-PULMONÁRIA Nome comum: pulmonária Nome científico: Pulmonaria officinalis L. Família: Boraginaceae. Partes Usadas: folhas. É planta herbácea perene com rizoma subterrâneo e um tufo de caules angulosos, apresentando folhas alternas e rugosas ao tato.. Sempre foi usada para tratamento dos pulmões e especialmente da tuberculose. A Pulmonária é uma planta remineralizante por sua grande riqueza em sais minerais e, sobretudo, o silício que favorece a cicatrização das lesões ósseas, aumenta a resistência de tecido conjuntivo e aumenta a atividade dos glóbulos brancos frente às infecções. Assim é indicada para afecções pulmonares, pneumonia, tuberculose e enfisema pulmonar. 1.26-SABUGUEIRO Nome comum: sabugueiro. Nome científico: Sambucus nigra L. Família Caprifoliaceae. O Sabugueiro é uma planta arbustiva de porte médio, atinge aproximadamente 5 metros de altura, às vezes mais. Pode ser encontrado desde o sul da Escandinávia até o norte da África, e também na região sul do Brasil. Indicado para afecções pulmonares, catapora, 16 bronquite, dor de garganta e como expectorante. Também utilizado para inflamações nos olhos, purificador do sangue. No passado, a loção feita com flores de Sabugueiro era muito utilizada pelas mulheres para deixar as peles mais brancas, suaves e livres de manchas. É muito comum, até nos dias de hoje, colocar flores de Sabugueiro na água da banheira, para relaxamento e pele cansada. 1.27-TANCHAGEM Nome popular: tanchagem, plantagem. Nome científico: Plantago major L. Família: Plantaginaceae. Existem 12 espécies. Na Índia, é uma das ervas mais usadas pelas suas propriedades medicinais. É adstringente combate qualquer inflamação dos ouvidos, dos olhos, da conjuntivite, das gengivas, da garganta, das amídalas, da faringe, do estômago, dos intestinos, dos rins, da bexiga e das hemorróidas. Externamente, se usa o suco das folhas ou o cozimento para curar feridas, doenças de pele, crosta na cabeça, infecção vaginal, câncer dos seios, úlceras, câncer interno; cataplasmas com as folhas e com farinha, diarréia, cólica infantil, febres intestinais, gripes, apendicite crônica, inflamações nos ovários e bexiga, hemorróidas. Combate ainda a tosse, a asma e a tuberculose. Sua pomada é bem eficiente para curar ferida. 17 Fotos: Leni Fernandes Hammes Figura 1. A: Nasturtium officinae R. Br.; B: Cynara scolymus L; C: Rosmarinus officinalis L; D: Ruta graveolens L.; E: Aloe vera (L.) Burm.f. F; F: Plectranthus barbatus Andrews; G: Tanacetum vulgare L.; H:Calendula officinalis L;.I: Matricaria chamomilla L. 18 Fotos: Leni Fernandes Hammes Figura 2. A: Cymbopogon citratus Stapf;. B: Baccharis trimera (Less.) DC; C: Equisetum giganteum L; D: Echinodorus macrophyllum (Kunth) Micheli; E: Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek; F: Foeniculum vulgare Mill.; G: Zingiber officinale Roscoe; H: Mikania glomerata Spreng.; I: Artemisia absinthium L. 19 Fotos: Leni Fernandes Hammes Figura 3. A: Malva sylvestris L; B: Origanum majorana L; C: Melissa officinalis L.; D: Achillea millefolium L; E: Origanum vulgare L.; F: Bauhinia ungulata L.; G: Pulmonaia officinalis L.; H: Sambucus nigra L.; I: Plantago major L. 20 2. ATIVIDADES 2.1-Pesquisar com os familiares Objetivo: Identificar as plantas medicinais encontradas na propriedade de seus familiares Descrição: Cada aluno irá desenvolver 4 entrevista com membros de sua família (Anexo 1), para coletar informações referentes ao tema de estudo. 2.2- Avaliar as entrevistas com base na unidade didática apresentada Objetivo: Identificar as plantas medicinais encontradas em abundância em nossa região, seu nome comum, científico, sua família, e suas ações. Descrição: Após a primeira etapa, serão selecionadas 15 plantas mais citadas pela comunidade escolar para o plantio da horta. 2.3- Construção da horta escolar Objetivo: aproximar o aluno da convivência com a terra de uma vida saudável, na qual através do projeto terão toda a capacitação necessária para entender a questão do consumo de forma consciente. Atividade: construção conjunta da horta com as espécies selecionadas como as mais comuns e importantes na região. 2.4- Apresentação de painéis e mini-palestras dos alunos Objetivo: Divulgar os resultados para a sociedade. Descrição: Os alunos através das pesquisas e das fotos farão a montagem de painéis, que serão expostos na escola. 21 REFERÊNCIAS LORENZI, H. & MATOS, F.J. A. Plantas Medicinais no Brasil Nativas e Exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 2002. ONÇAY, S.T.V. & ALBA R. P. Cadernos Assesoar, no. 05, Série educação. Disciplina de desenvolvimento rural sustentável: para além da disciplina e do rural. Francisco Beltrão: Assesoar/Unioeste. 2007. 22 APENDICE 01 COLÉGIO ESTADUAL MARALÚCIA ANO DE 2009. ROTEIRO DA ENTREVISTA SOBRE O PROJETO DE PLANTAS MEDICINAIS DATA:_____/______/______. 01. Entrevista concedida por:_________________________________________________ 02- Qual a idade do entrevistado? _____________________________________________ 03- Qual a sua escolaridade?__________________________________________________ 04. Faz uso de plantas medicinais caseiras?______________________________________ _________________________________________________________________________ 05. Que planta medicinal existe em seu quintal? :_________________________________ _________________________________________________________________________ 06. Para que serve? _________________________________________________________ 07. Você acredita na cura através das plantas medicinais?___________________________ _________________________________________________________________________ 08-Qual a forma de utilização?________________________________________________ _________________________________________________________________________ 09. Dê um exemplo: ________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 10. É necessário algum cuidado ao coletar e utilizar plantas medicinais? _________________________________________________________________________ 11. Você poderá doar para a escola algumas mudas? ( ) sim ( ) não 12. Você prefere que as mudas sejam recolhidas em: ( ) casa ou ( ) levará até a escola 13. Qual o seu endereço para contato?__________________________________________ 14. Data para recolhimento ou entrega: _______/_______/__________________________ 15. Responsáveis pela entrevista: ______________________________________________ 16. Série _____________Turno: ______________________________________________ 17. Professora: Leni Fernandes Hammes 23