PO236 SÍNDROME GENÉTICA ASSOCIADA A DELEÇÃO INTERSTICIAL DE NOVO EM 7Q36.1-Q36.3 Helena Vasconcelos1, Ana Beleza-Meireles2, Ricardo Oliveira1, Eunice Matoso3, Joana Barbosa Melo4, Isabel M Carreira4, Eduardo D Silva5 ( 1Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra , 2Departamento de Genética Clínica - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra , 3 Laboratório de Citogenética e Genómica, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; Departamento de Genética Clínica - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra , 4Laboratório de Citogenética e Genómica, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra , 5Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Laboratório de Citogenética e Genómica, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra ) Introdução: A aplicação de oligoarray-CGH (array-based comparative genomic hybridization) para análise genética de doentes com alterações congénitas do desenvolvimento, de causa desconhecida, tem-se tornado uma referência da tecnologia moderna no diagnóstico de alterações polimórficas ou patogénicas do genoma humano. A sua utilização em crianças com atingimento multi-sistémico permite, muitas vezes, o diagnóstico de alterações cromossómicas de outro modo não detetadas. Objetivo: Descrever um caso clínico de anomalias oculares bilaterais congénitas múltiplas, não associadas a alterações intelectuais. Métodos: Doente do sexo masculino, de 12 anos de idade com microftalmia bilateral, microcórnea, e colobomas coriorretinianas, associados a outros achados sistémicos. Foi submetido a um exame oftalmológico completo, caraterização fenotípica sistémica e ressonância magnética crânio-encefálica. Foi também realizada análise citogenética convencional e análise por oligoarray-CGH com slides de 4x180 K (Agilent Technologies). Resultados: Doente do sexo masculino, raça caucasiana, com 12 anos de idade, que se apresentou com um fenótipo ocular dismórfico complexo, associado a baixa estatura, microcefalia, alterações dentárias e dedos afilados, sem deficiências intelectuais. Ao exame oftalmológico, a melhor acuidade visual corrigida era de 20/100, apresentava microftalmia, microcórnea (9mm) e heterocromia da íris; à fundoscopia observava-se coloboma do disco óptico, atrofia difusa do epitélio pigmentado da retina e degenerescência vítrea. A ressonância magnética crânio-encefálica não revelou alterações estruturais. A análise do cariótipo mostrou uma deleção terminal de 7q. A análise por oligoarray-CGA revelou deleção intersticial de novo em 7q36.2-q36.3. Conclusões: A utilização de array-CGH para avaliação genética permitiu a deteção de uma deleção numa região que abrange 10 genes, incluindo SHH, a proteína PAXIP1 e os genes EN2 e CNPY1, potencialmente envolvidos no desenvolvimento do olho. Este avanço tecnológico tem proporcionado uma melhor compreensão da morfogénese normal, ao nível molecular. Referências Bibliográficas: 1. Frints SG, Schoenmakers EF, Smeets E, Petit P, Fryns JP. 1998. De novo 7q36 deletion: breakpoint analysis and types of holoprosencephaly. Am J Med Genet 75(2):153-158. 2. Ginocchio VM, De Brasi D, Genesio R, Ciccone R, Gimelli S, Fimiani F, de Berardinis T, Nitsch L, Banfi S, Magli A, Della Casa R. 2008. Sonic Hedgehog deletion and distal trisomy 3p in a patient with microphthalmia and microcephaly, lacking cerebral anomalies typical of holoprosencephaly. Eur J Med Genet 51(6):658-65.