4.6. Condutor Esférico em Equilíbrio Eletrostático Um condutor isolado, eletrizado ou não, está em equilíbrio eletrostático quando não existe nele nenhum movimento ordenado de cargas elétricas. EINT=0 6ª) A intensidade do campo elétrico nas proximidades do condutor é proporcional à densidade de cargas da respectiva região. EPROX ESUP Numa espera metálica, raio R, por exemplo, isolada e em equilíbrio eletrostático, as cargas distribuemse uniformemente pela sua superfície. Propriedades: 1ª) O potencial interno e o da superfície são iguais (Potencial elétrico constante em todos os seus pontos - internos ou da superfície). | E1 | > | E3 | > | E 2 | 4.7. Potencial e Campo Elétricos de um Condutor Esférico em Equilíbrio Eletrostático EINTERNO = 0 (referencial no infinito) E PROX = k 0 . Q R 2 Vint = Vsup = Κ. 1 ESUP = .E PROX 2 Vext = Κ. Q R Q d Q EEXT = k 0 . d2 Gráficos da Esfera Vint = constante ; Vsup = constante; Vint = Vsup 2ª) O campo elétrico no seu interior é nulo. 3ª) As cargas elétricas em excesso de um condutor em equilíbrio eletrostático distribuem-se pela sua superfície externa. Cilindro oco de alumínio. As cargas elétricas em excesso estão na superfície externa. 4ª) O campo na superfície perpendicular a ela. tem direção 5ª) Há maior densidade superficial de cargas elétricas nas regiões de maior curvatura (pontas). d1 = densidade superficial de cargas da região 1. d2 = densidade superficial de cargas da região 2. d3 = densidade superficial de cargas da região 3. d 1 > d3 > d 2 Campo Elétrico Potencial Elétrico 4.8. Densidade superficial de cargas É definida por: Q , sendo ΔA um elemento de superfície de um σ A condutor, no qual se localiza a carga ΔQ. Para um condutor esférico a densidade superficial é constante em toda região superficial e pode ser calculada pelo quociente entre a carga total Q da esfera e a área de toda superfície esférica: Q σ = Q/A ou σ , R = raio da esfera. 4 πR 2 4.8. Rigidez Dielétrica de materiais É o maior valor do campo elétrico que pode ser aplicado a um isolante sem que ele se torne condutor. Exemplos: 6 Vidro pirex :...........14 .10 N/C. 6 Mica :.................. 100 .10 N/C. 6 Ar atmosférico:....... 3 . 10 N/C. 4.9. Poder das Pontas Num condutor eletrizado, com forma pontiaguda, a concentração das cargas será maior nas regiões mais pontiagudas, densidade de carga () elevada, o que garante um campo elétrico mais intenso nas pontas do corpo; podendo ultrapassar a rigidez dielétrica do ar nessa região. Os átomos do ar (normalmente isolante), existentes na atmosfera são polarizados pelo campo elétrico e os íons produzidos neste local tornam o ar condutor e as manifestações elétricas ocorrem inicialmente nas pontas. Aplicações: nos pára-raios. E ponta 4.10. Blindagem eletrostática Comprovada, na famosa experiência da gaiola, por Michael FARADAY, constituí-se numa capa metálica que envolve um aparelho elétrico, tornando nulo o campo elétrico sobre o mesmo e livrando-o das ações elétricas que o cercam; dizemos que o aparelho está blindado contra influências elétricas. Um condutor oco pode ser usado para produzir uma blindagem eletrostática. Corpo B blindado das ações elétricas, pois o campo elétrico no interior do corpo A é nulo. ( nome em homenagem a Michael Faraday). 1C 1F 1V Da mesma maneira que o coulomb, o farad é uma unidade muito grande e, na maioria dos casos práticos, as capacitâncias são muito menores que 1 F. Usamos, então, seus submúltiplos, que são: -3 1 milifarad = 1mF = 10 F; -6 1 microfarad = 1µF = 10 F; - 9 1 nanofarad = 1 nF = 10 F; - 12 1 picofarad = 1pF = 10 F. Observemos que mesmo o microfarad (µF) é uma unidade elevada; somente capacitores de grande porte têm capacitância dessa ordem. 5.3 Capacitância de um Condutor Esférico Para um condutor esférico de raio R e carga elétrica Q, isolado, no vácuo, o seu potencial elétrico vale: V K0 Q R Condutor esférico isolado Aplicações: Em cabos de antenas revestidos por telas metálicas; em dispositivos envolvidos por capas metálicas, existentes em aparelhos de TV, Etc. V – CAPACIDADE OU CAPACITÂNCIA (C) É uma grandeza física, escalar positiva, que mede a capacidade do condutor ou do capacitor de armazenar cargas ou energia elétrica. Depende da suas formas geométricas, de suas dimensões e do meio que os envolvem. 5.1. Capacidade de um Condutor Isolado Em qualquer tipo de condutor isolado, a sua carga elétrica Q e o seu potencial elétrico V sempre são proporcionais. Assim, é constante a razão entre a carga Q e o potencial V, define-se capacidade ou capacitância eletrostática do condutor, com sendo: C Q V , onde C é uma constante, positiva. Observações: 1º) A capacitância do condutor depende da sua forma geométrica, de suas dimensões e do meio que o envolve. 2º) Os condutores esféricos têm maior capacitância que outros de igual volume, mas de formatos diferentes. 5.2. Unidade de Capacitância unidade de carga Unidade (C) unidade de potencial coulomb No S.I. temos: Unidade (C) = farad = F volt Levando em conta a definição de capacitância, teremos: C Q V Q R C Q K0 K0 R Conclusões: 1) Com o cancelamento da grandeza Q, mais uma vez fica demonstrado que a capacitância não depende da carga elétrica do condutor. 2) A capacitância C do condutor esférico é diretamente proporcional ao seu raio R. 3) Se o condutor não estivesse no vácuo, trocaríamos a constante eletrostática K0 por outra (K) cujo valor depende do meio. 5.4. Energia Eletrostática de um Condutor Isolado Se fizéssemos um gráfico do potencial elétrico (V) em função da carga elétrica (Q) para um condutor metálico à medida que é eletrizado, obteríamos uma reta oblíqua passando pela origem, pois a função é: Q=C.V ou V 1 .Q C Como 1/C é uma constante, a função é linear. A área assinalada no gráfico é numericamente igual a energia eletrostática do condutor. Observaremos que esta energia é potencial, pois está armazenada no condutor. b .h Epot N área do triângulo 2 E pot Q’1 e Q’2 = novas cargas de A e B V’1 e V’2 = novos potenciais de A e B Q.V 2 Se levarmos em conta que: Q=C.V C . V2 Q.V C.V .V Teremos: Epot ⇒ Epot 2 2 2 Q Q.V Q.Q / C Ou então: V , Epot ⇒ Epot C 2 2 Sejam no equilíbrio: 2 Q 2C No S.I., a unidade de energia é o JOULE. 5.5. Equilíbrio Eletrostático entre dois Condutores Consideremos dois condutores, A e B, isolados um do outro e também de quaisquer outros condutores. Sejam Q1 = carga inicial de A Q2 = carga inicial de B, V1 = potencial inicial de A V2 = potencial inicial de B com V2 > V1 Se os interligarmos através de um fio condutor de capacidade desprezível, haverá escoamento de elétrons de A para B, devido à ddp entre eles. O condutor B recebendo elétrons terá sua carga diminuindo gradativamente, ao passo que o condutor A terá aumento da carga (perdeu elétrons). Com isso o potencial de B diminuirá e o de A aumentará, gradativamente. V2 V1 No início tínhamos V2 > V1, mas com a troca de cargas entre A e B haverá um instante em que os potenciais vão se igualar e teremos: V’2 = V’1 Uma vez atingindo esse estado, cessará a troca de elétrons e os corpos terão atingido o equilíbrio eletrostático. V’1 = V’2 = Ve = potencial de equilíbrio Usando o princípio da conservação das cargas elétricas: Q’1 = Q’2 = Q1 + Q2 (1) Sendo: Q’1 = C1 Ve e Q’2 = C2 Ve Onde C1 e C2 são as capacitâncias de A e de B, respectivamente, teremos: Q Q2 C1 Ve + C2 Ve = Q1 + Q2 ⇒ Ve 1 C1 C 2 Para n condutores, temos: Ve Q 1 Q 2 ... Q n C 1 C 2 ... C n