PREVALÊNCIA DE HPV EM MULHERES QUE UTILIZAM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CRUZ ALTA-RS CORREA, Franciele Andrade1, ROSA, Linda Schieffelbein da1, POSSENTI, Cecília Gabriela Rubert2, BORTOLOTTO, Josiane Woutheres3. Palavras-Chave: Papilomavírus Humano (HPV), Prevalência, PCR. Introdução A infecção por HPV é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns da atualidade. Os estudos realizados evidenciam a associação do HPV com variados tipos de câncer. O HPV é encontrado de três formas: clinica, subclinica e latente. A infecção clinica é facilmente detectada a vista desarmada como uma verruga. A forma subclinica e a mais frequente no colo do útero, correspondendo a 80% dos casos, e diagnosticada com o uso do colposcopio, após o uso de acido acético a 5%. A forma latente e identificada apenas através dos exames de biologia molecular. Nos dias atuais o HPV é detectado através de técnicas como dot blot, hibridização em situ e ainda pela tecnica de PCR(Reação da Cadeia em Polimerase) sendo esta a mais sensível entre as citadas. (CASTRO, et.al, 2009 ) A caracterização da PCR se dá pela amplificação da quantidade do DNA que se deseja realizar diagnostico de alguma patologia, neste caso como se trata do DNA HPV, usaremos iniciadores (primers) consesun o MY09 e o MY09. Atualmente utilizamos para detecção apenas o PCR quantitativo que nos permite saber se a vírus em determinada amostra ou não. (CASTRO, et.al, 2009). Atualmente reconhecem-se mais de 70 genótipos de HPV com base na homologia do seu DNA, sendo que aproximadamente 30 possuem tropismo pelo trato ano genital. Os HPVs genitais podem infectar o epitélio escamoso e as membranas mucosas da cérvice, da vagina, da vulva, do pênis e da região perianal, e podem induzir ao aparecimento de verrugas genitais (condiloma acuminado), lesões pré-cancerosas ou cancerosas.( KANESHIMA, et.al, 2005). 1 Graduando em Biomedicina (8º semestre) - Universidade de Cruz Alta – [email protected]; Graduando em Biomedicina (8º semestre) - Universidade de Cruz Alta - [email protected] 2 Mestranda em Desenvolvimento Rural - Universidade de Cruz Alta – [email protected] 3 Professora. do Curso de Farmácia - Universidade de Cruz Alta - [email protected] 1 Metodologia e Materiais Estudo prospectivo, realizado no período de fevereiro de 2009 a setembro de 2013, este estudo foi realizado pelo laboratório escola de Genética e Biologia Molecular da Universidade de Cruz Alta. Todas as pacientes foram previamente informadas do objetivo do trabalho, bem como dos procedimentos envolvidos Os critérios de inclusão admitiam pessoas do sexo feminino, idade de 18 a 80 anos, com vida sexual ativa e com presença de lesão genital clinica ou subclinica por HPV ou sem lesões. Foram recrutadas 50 pacientes. Durante o exame de preventivo colheram-se amostras de raspados citológicos utilizando escovas esterilizadas (Kit para coleta de copo citologia oncótica) no local (vagina e colo do útero). Estes raspados foram colocados em tubos separados e identificados contendo uma solução(TRIzol®), encaminhados para o Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cruz Alta (Unicruz) e mantidas sob temperatura de -20oC, para execução da tecnica PCR. A extração do RNA genômico foi realizada conforme a recomendação do reagente Trizol®, enquanto que a concentração do RNA de cada amostra foi estimada através de um espectrofotômetro. A amplificação do RNA viral foi através dos primers consensus MY09/MY11, com posterior identificação dos tipos virais pela visualização dos padrões obtidos de eletroforese. Resultados e Discussões Houve um resultado considerável de acordo com os estudos atuais. (Figura1). Infecção por HPV 12% 12% Positivo Negativo 76% Fonte: Autoras, 2013. Inconclusivo Os resultados da PCR das amostras genitais apresentaram positividade em 06 das 50 pacientes (12%) obtiveram resultados positivos para o RNA HPV e 06 (12%) resultado inconclusivo, enquanto que 38 (76%) obtiveram resultados negativos. Segundo Pollock et. al. (2006), as porcentagens de casos de câncer do colo uterino atribuídos à infecção por HPV foram estimados em 82% nos países desenvolvidos e em 91 % nos países em desenvolvimento. Neste estudo, 06 (12%) das 50 pacientes tinham confirmação do DNA HPV, destaca-se a importância do diagnóstico confirmatório pelas técnicas de biologia molecular, principalmente a PCR, que e a mais sensível ao HPV. Esses resultados corroboram os achados de Diógenes, Varela e Barroso (2006), onde o HPV é ainda desconhecido por grande parte da população em geral. Essa afirmação faz parte de um estudo realizado cuja amostra era de 25 mulheres, que evidenciou o desconhecimento de aspectos importantes da doença e até confundiam com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). O Brasil é um dos líderes mundiais em infecção por HPV. Estudos realizados no Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer apontam que mais de 90% dos cânceres de colo de útero tem DNA de HPV e, em torno de 25% da população sexualmente ativa no Brasil seja portadora do vírus. Constatou-se que 43,35% dos exames com resultado de HPV positivo eram de indivíduos com menos de 25 anos; e 30,33% dos exames, de indivíduos entre 25 aos 35 anos. A faixa etária dos 36 aos 45 anos representou 18,99% das amostras positivas. E, por fim, 7,34% das amostras positivas estavam dentro da faixa etária superior a 45 anos. Observou-se maior prevalência em indivíduos com idade menor que 25 anos. (ZAMPIROLO,et.al;2007) A tecnica PCR foi o método usado para a pesquisa do HPV oral e genital neste estudo, utilizando os iniciadores consensus MY09-MY11, uma vez que e o método mais sensível e mais preferido para a detecção do DNA do HPV em esfregaços e amostras de tecido14. A infecção pelo HPV prevalece principalmente em mulheres mais jovens com vida sexual ativa, diminuindo com a maturidade. No entanto, as mais atingidas com a presença da neoplasia maligna são as mulheres acima de 40 anos (GIRALDO, 2008). Conclusão Neste estudo a extração de DNA foi feita com objetivo de verificar a presença de bandeamentos no citado teste de pesquisa. Considerando que os resultados obtidos enfatizam a prevalência de casos negativos, referente a 76 %. Lembrando que este teste tem diagnóstico rápido e de alta precisão. Portanto deve ser feito rotineiramente e sempre realizar campanhas de prevenção e informação, conscientizando a população quando aos cuidados com o vírus e a consequência que o mesmo pode ocasionar no indivíduo afetado. Referências ______. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos Cânceres do Colo do Útero e da Mama. Brasília, MS, 2006. CARVALHO, J. et al, Atualização em HPV Abordagem Científica e Multidisiplinar, Instituto Garnet, 2ª edição, São Paulo, 2012. CASTRO, et.al, Detecção de HPV na mucosa oral e genital pela técnica PCR em mulheres com diagnóstico histopatológico positivo para HPV genital. Braz J Otorhinolaryngol. 2009;75(2):167-71. 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