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Ano VII #Edição 20
Marieta Severo
Atriz volta a mergulhar
no teatro e fala
sobre sua carreira
Carnaval
de São Paulo
História, tradições
e blocos da cidade
SABRINA
SATO
Apresentadora e humorista
conta sua trajetória desde menina,
quando veio do interior de São Paulo
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Uma publicação da
Graiche Construtora e Imobiliária Ltda.
Presidente: José Roberto Graiche
Conselho Editorial:
José Roberto Graiche Júnior
Luciana Martins Graiche
José Rodrigo Martins Graiche
Editores:
Adriano De Luca (Mtb 49.539)
Juliano Guarany De Luca
Diagramação e Arte:
Pedro Pedrosa C Dias de Gouvea
Grazieli Cunha (Estagiária)
Reportagem:
Letícia Iambasso
Comentários e sugestões:
[email protected]
Tiragem: 40 mil exemplares
Foto de capa: Pedrita Junckes/Armazém
Caros leitores,
Quando nos aproximamos do mês de dezembro a cidade fica
mais iluminada. As ruas se acendem à noite e as principais avenidas
estão enfeitadas para o Natal. É uma época de emoções intensas, de
comemorações, de celebrar um ano que passou. Paira no ar uma
sensação de dever cumprido, de um novo tempo que será construído.
Por isso mesmo, é também o momento de refletirmos sobre como
queremos edificar o próximo ano, e os próximos, e os próximos.
Vivemos um intenso 2014. Recebemos o maior evento esportivo do
planeta, a Copa do Mundo. Experimentamos a tristeza da eliminação
e o vexame de uma derrota em larga escala. Devemos perceber, por
outro lado, que no fim das contas trata-se apenas de futebol, e que
o mundo – e o Brasil, principalmente – precisa dar atenção a outras
questões muito mais importantes. A grande festa do futebol trouxe,
além de muitas polêmicas e manifestações, milhares de turistas ao
país e encheu os lares brasileiros de esperança; essa esperança
não pode escoar pelo ralo. Pelo contrário, é preciso buscar o saldo
positivo e, assim, detectar o que precisa ser mudado.
GRUPO GRAICHE
Matriz: Rua Treze de Maio, 1954
1o, 2o, 3o e 4o andares
01327-002 São Paulo SP
Tel.: 55 11 3145-1322
Filial: Rua Barão de Jaceguai, 1673
08780-100 Mogi das Cruzes SP
Tel.: 55 11 4728-4359
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Esta publicação é produzida por:
Obviamente, não estamos falando apenas de futebol. As
eleições de 2014 marcaram os embates mais virulentos do Brasil
democrático, despontando na polarização entre eleitores dos dois
principais partidos políticos do país. Acompanhamos a intolerância
e os ataques radicais de ambos os lados, fatos que, se por um lado
enriqueceram o debate democrático, mostraram também como
ainda falta ao brasileiro uma boa dose de maturidade para discutir e
entender propostas políticas. A conciliação, ou pelo menos o respeito
a diferentes opiniões, faz-se necessária para que, juntos, possamos
fiscalizar nossos políticos, combater a corrupção, dialogarmos sobre
a coletividade e construirmos juntos um conceito mais prático de
país – o que queremos dele e como pretendemos chegar lá.
[email protected]
www.grappa.com.br
Os artigos e matérias assinadas não refletem
necessariamente a opinião da revista.
Nesta Edição
08
04
24
1 Pedrita Junckes/Armazém | 2 Arquivo Marins Arquitetura | 3 Shutterstock
Sabrina Sato / 04
Home Theater - Cinema em casa / 08
Varizes - Como cuidar? / 10
Os benefícios da Romã / 12
Carnaval Paulistano - 100 anos de história / 14
Marieta Severo / 20
Catargena das Índias / 26
Hora de Brincar / 30
A execução da estratégia e a
“Era das Incertezas” / 34
Desejamos que o próximo ano seja um novo período de muitos
desafios. Somente assim, encarando e vencendo os obstáculos,
seremos recompensados com um 2015 mais pleno de amor, de
paz, de saúde e de vitórias para todos nós.
Boa leitura, Boas Festas!
José Roberto Graiche
Presidente
Foto: Pedrita Junckes/Armazém
4 ENTREVISTA
Sabrina
sato
– Você estreou neste ano um programa solo na TV Record.
Quais estão sendo os desafios deste novo projeto e quais frutos espera colher com ele?
Está sendo uma experiência única! Era um sonho que eu
tinha e lutei para conquistar. Estou dando tudo de mim no
programa, participo das reuniões de pauta, viajo o Brasil todo
gravando, conhecendo lugares e pessoas incríveis. Espero
poder amadurecer ainda mais no palco e levar alegria para
as pessoas que me assistem.
– Quais lições você leva para sua carreira e para sua vida após
10 anos de Pânico?
O Pânico foi uma escola para mim. Agradeço a todos pelo
aprendizado e por ter vivido essa experiência incrível. Aprendi muito sobre trabalho, rotina e dedicação.
– Você já interpretou alguns papeis no cinema nacional como
nos filmes mais recentes “A Grande Vitória” e “O Concurso”.
O cinema está nos seus planos?
Amo cinema. Quando era criança ficava o dia inteiro na locadora e escondia em casa os filmes dos quais eu gostava muito.
Chegava uma hora que a multa era tão alta, que meu pai tinha
que comprar o VHS. Sim, fazer cinema é um grande desafio
e essa experiência foi incrível, mas primeiro quero focar no
crescimento do meu programa para depois pensar em administrar essas duas carreiras (risos).
6 ENTREVISTA
– O que essas experiências (cinema) te trouxeram de novo
em relação à televisão?
É uma experiência incrível! Além de contracenar com grandes atores (dos quais sempre fui fã), poder vivenciar um personagem é
muito desafiador, ainda mais quando não tem nada parecido comigo!
– Há alguém que te inspire como atriz e apresentadora?
Quem? Por quê?
Sim, com certeza! É a Hebe. Ela era uma mulher inteligente que
conquistou o Brasil inteiro com o seu carisma. A Hebe sempre
será uma inspiração para mim!
Sem dúvida, a minha família é a grande responsável! Sem eles, não
teria alcançado nada disso. Eles me apoiam em tudo desde criança,
quando decidi fazer aulas de teatro e dança até a minha mudança
para São Paulo, a minha entrada na TV e, principalmente, nessa
conquista do meu sonho em ter meu próprio programa. Devo tudo
a eles! Meus pais sempre me diziam que em nossos sonhos não
há limites, que a gente pode ir longe, ser tudo que quiser ser. E sou
muito grata a eles e aos meus irmãos (Karina e Karin) por serem
tão presentes e me ajudarem tanto.
– A menina que saiu de Penápolis imaginou que um dia alcançaria a fama?
Sempre foi meu sonho e eu tive o apoio da minha família
para ir atrás do que eu realmente queria. Acho que por isso
eu sempre acreditei que um dia fosse se tornar realidade.
Batalhei muito e tenho orgulho disso.
– Como foi enfrentar, na adolescência, uma cidade como São
Paulo?
Foi difícil no início, já que eu era uma menina do interior de São
Paulo que brincava na rua (risos). Mas com o tempo fui me
acostumando com a loucura de uma metrópole e hoje sou muito
feliz por ter feito essa mudança. Amo São Paulo.
– Qual conselho você daria para meninas que, cada vez mais
jovens, tentam seguir os passos de modelo e dançarina?
Meu conselho é que todos devem seguir os seus sonhos, mas
também acho que tudo na vida tem seu tempo.
Foto: Pedrita Junckes/Armazém
– Desde criança você tinha o sonho de ser artista e de aparecer na TV. Qual a importância da sua família na realização
desse sonho e em sua trajetória até aqui?
Foto: Pedrita Junckes/Armazém
Minha família
é a grande
responsável por
tantas conquistas.
Sem eles, não
teria alcançado
nada disso. Eles
me apoiam
em tudo desde
criança.
– De que forma você espera que seu
trabalho como apresentadora impacte
a vida e o dia a dia dos brasileiros que
te assistem e acompanham?
O programa tem muito de mim, quase não tenho restrições. Quando não
estou gravando, estou com a minha
produção trocando ideias e sugestões
de pautas para o programa. Minha
parte preferida, com certeza, são as
reportagens externas, me divirto e
adoro poder conhecer muitas pessoas
e histórias incríveis em cada gravação.
E, além disso, posso ajudar essas pessoas e ter contato com meus telespectadores!
– Você diria que o humor é sua principal
ferramenta para levar a mensagem aos
telespectadores? Se sim, como cuidar para
que esse humor não esbarre em preconceito e desrespeito como é tão comum vermos
hoje em dia na nova geração de humoristas?
como humorista ?
Sinto que já melhorei muito desde que comecei, mas temos que nos renovar todos
os dias. Estou sempre aprendendo e buscando novidades. Quero muito melhorar
meu inglês, para quando eu for entrevistar o Brad Pitt, né?! (risos)
Sim, com certeza o humor é a minha
principal ferramenta para me comunicar com o público. Tento sempre tomar
cuidado para não ofender as pessoas de
maneira desrespeitosa.
– Você se vê trabalhando nas telas (televisão ou cinema) em um futuro bem distante? Ou existem outros planos a serem
realizados em sua vida profissional?
– Em quais áreas ou habilidades da sua
carreira você ainda deseja evoluir, investindo tempo e energia? Como atriz,
como entrevistadora, como dançarina,
Com certeza. Amo trabalhar nas telas e
quero fazer isso para o resto da vida. Estou vivendo o meu sonho de vida profissional. Sinto-me realizada.
8 decoração
Home Theater CINEMA EM CASA
Projeto realizado por Marins Arquitetura
Fotos: Arquivo Marins Arquitetura
Conheça os principais tipos e dicas para instalar o equipamento em ambientes pequenos
Morar em apartamento exige, muitas
vezes, a criatividade para acomodar os
móveis em espaços pequenos e a praticidade de escolher objetos de decoração e
de lazer de acordo com o ambiente em que
se vive. Uma das opções para o entretenimento é o Home Theater, conjunto de alto-falantes que instalado junto à TV produz
melhor qualidade de áudio. Através de um
posicionamento estratégico desses alto-falantes seja na sala de estar ou em outro
cômodo, o sistema chamado de surround
sound propaga o som em todo o ambiente,
assim como acontece no cinema.
Porém, de acordo com Maria Renata
Pietra Papa, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Newton Paiva, o Home Cinema é um
conjunto completo de espaço, ambientação, iluminação e equipamentos, enquanto
que o Home Theater é um equipamento
mais simples e popular, utilizado principalmente em apartamentos e espaços
pequenos. “A melhor opção para a instalação de um Home Theater é contratar um
profissional capacitado (arquiteto ou designer de interiores), que irá projetar todo o
espaço em função da área e do volume,
criando o layout, especificando os materiais de revestimento e dimensionando os
equipamentos de forma adequada, a fim
de otimizar o uso com o espaço”, explica.
Já o arquiteto Fábio Marins indica que
é preciso manter a ideia de proporcionalidade no ambiente. “Ambientes menores
requerem sistemas e equipamentos mais
otimizados, enquanto que em ambientes
mais espaçosos é possível investir em sistemas mais robustos”, informa. Segundo
ele, se a sala não oferece uma distância razoável entre o expectador e a TV não vale
a pena adquirir um aparelho de televisão
fora de suas proporções. “Isso pode trazer até alguns problemas de saúde para as
pessoas, pois a vista será muito exigida por
estar tão perto da imagem, ocasionando
dores de cabeça”, diz Fábio. O arquiteto
explica que o mesmo vale para o áudio
quando não há espaço suficiente para a
propagação do som de forma adequada.
“Existem sistemas que não são tão robustos em termos de tamanho e potência,
mas que oferecem uma qualidade superior de som e imagem, ao passo que há
Projeto realizado por Marins Arquitetura
outros que, à primeira vista, impressionam pela robustez, mas
que são verdadeiros fiascos em termos de qualidade”, relata.
Como escolher um modelo
Existem dois grupos principais de modelos de Home Theater: o
“home theater in a box”, conhecido como “tudo em um só”, sistema
que integra um reprodutor do tipo DVD ou blu-ray (com imagem e
som em alta definição) e caixas acústicas próprias para o sistema.
O outro grupo é o “Separate Component Systems” (Sistemas de
Componentes Separados), com um sistema integrado independente e que é necessário conectar equipamentos como blu-ray, DVD,
CD player com caixas de som também independentes e à escolha.
De acordo com Fábio, dentro destes dois grupos citados acima
há três tipos de home theaters:
• Soundbar: É um único aparelho em formato de barra posicionado abaixo da TV. Ele “simula” o som que seria produzido pelas
cinco caixas acústicas. É indicado para ambientes muito pequenos,
por ser compacto e dispensar a instalação de caixas adicionais.
No entanto, sua qualidade fica aquém dos sistemas tradicionais;
• Sistema 5.1: Composto por cinco caixas e um subwoofer (alto-falante específico para frequências de som graves), onde cada
caixa reproduz um canal de áudio. São três caixas frontais junto
à TV, uma à direita, uma ao centro e outra à esquerda, e duas
caixas traseiras chamadas de surround;
• Sistema 7.1/7.2: Além das cinco caixas descritas no sistema anterior, ele conta com mais duas caixas intermediárias entre o centro e
a traseira. Indicado para ambientes grandes, onde são necessárias
mais caixas para fazer a cobertura de todo “palco sonoro”.
Dicas para instalar um Home Theater
• Aparelhos de TV com muitas polegadas podem distorcer
a imagem e perder a nitidez, principalmente se estiverem
posicionados muito próximos da poltrona. Privilegie as TVs
com definição HD;
• Utilize caixas de som 5.1 para propagar melhor o áudio
no ambiente;
• Caso adquira um equipamento com Sistemas de Componentes Separados, escolha aparelhos de reprodução de
mídia em áudio e vídeo como blu-rays, DVDs, receptores
de TV a cabo etc;
• As caixas frontais deverão estar próximas à TV, sendo que
a caixa “frontal central” (C) deverá estar exatamente no eixo
central da TV e as caixas “frontal direita” (L) e “frontal esquerda” (R) deverão estar simetricamente posicionadas na
lateral da TV e na altura dos ouvidos;
• O subwoofer (LFE) deve ficar diretamente no chão, sem
estar apoiado em nenhuma mobília para não fazer vibrar
nenhum objeto, e frontalmente, se possível;
• Caso a sala de estar seja muito pequena, a solução é fixar
as caixas nas paredes ou embuti-las no forro do teto.
10 cuide-se
VARIZES - Dor e estética
Foto: Shutterstock
Conheça as principais causas e tratamentos da doença
Quem tem na família pessoas com varizes, cedo ou tarde
poderá desenvolver a doença. Segundo o Dr. Adílson Feitosa,
angiologista do Hospital Badim do Rio de Janeiro, as varizes
são veias dilatadas, tortuosas e alongadas localizadas nas
pernas. “É uma enfermidade de evolução crônica e sua ocorrência primária teria predisposição hereditária, em consequência do enfraquecimento da musculatura e elasticidade da
parede da veia. E evolui com o aumento da insuficiência das
veias responsáveis pelo direcionamento do fluxo sanguíneo
nas pernas”, explica. Outros possíveis fatores desencadeantes, segundo o médico, podem ser o processo degenerativo
da veia por causa do envelhecimento; a postura predominante em pé ou sentado por longos períodos durante o trabalho;
obesidade; sedentarismo e profissões ou atividades com levantamento de pesos excessivos.
Em recente estudo divulgado pela Sociedade Brasileira
de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), foi divulgado
que a doença atinge 38% da população brasileira, sendo 45%
em mulheres e 30% em homens. Segundo o presidente da
instituição Dr. Pedro Komlós, as varizes acometem mais as
mulheres por causa da variação hormonal, menos frequente nos homens. “O homem amadurece hormonalmente e fica
estável. Já a mulher sofre com mudanças hormonais, seja
nas menstruações, nas gestações, na menopausa ou com a
ingestão de pílulas anticoncepcionais. Mas isso não quer dizer
que é impossível um homem ter varizes. Afinal, a doença é
genética”, informa.
O especialista diz que apesar de ser uma doença crônica,
é possível prevenir alguns fatores desencadeantes. “Uma alimentação saudável e a prática de exercícios que impulsionam
o retorno do sangue para as pernas podem diminuir e prevenir as varizes”, enfatiza. As varizes tendem a aparecer com
mais frequência nas gestações pelo aumento do abdome da
mulher que faz pressão nos vasos da pelve e também nos
das pernas. Dr. Komlós informa que nesses casos a gestante
deve utilizar meias elásticas e em alguns casos, seu médico
pode receitar algum tipo de medicamento que possa ajudar
na prevenção.
Sintomas
Para o cirurgião vascular do Hospital do Coração de São Paulo
(HCor), Dr. Gilberto Narchi, o primeiro sinal a que um paciente
precisa prestar atenção é a presença de algumas veias dilatadas
nas pernas. Na maioria dos casos a doença é assintomática, mas
pode ter alguns sintomas como dor. “Pode-se sentir peso, cansaço, formigamento, câimbras ao final do dia, ardência e inchaço
nas pernas, principalmente nos tornozelos”, revela. Porém, mesmo se o paciente não possuir sintomas, o cirurgião explica que é
necessário fazer o tratamento o mais cedo possível, assim que
as primeiras varizes surgirem. “Além de prevenir problemas futuros como trombose (formação de um coágulo sanguíneo nas
veias que bloqueia o fluxo sanguíneo), úlcera (feridas nas pernas,
principalmente nos tornozelos em decorrência da hipertensão
venosa local), inchaço e manchas escuras nas pernas, o tratamento também melhora a estética”, conta.
DORES NAS PERNAS
A analista de crédito Genalva Lima, sentia constantes dores nas pernas, principalmente na região das panturrilhas. Em
2010, após uma consulta médica e a realização do ultrassom Doppler, foi constatado que uma de suas veias localizada
atrás do joelho estava com insuficiência no
fluxo sanguíneo. “Segundo meu médico, o
fato de eu trabalhar o dia inteiro sentada
pode ter causado a má circulação”, conta.
Para o tratamento, Genalva realizou uma
microcirurgia para a retirada das varizes
e no mesmo dia retornou para casa. “Fiquei seis horas em observação no hospital
e depois fiz repouso por dois dias. Como
complemento do tratamento, o médico me
receitou meias elásticas e medicamento”,
diz. Após uma semana, Genalva retornou
ao consultório médico, dessa vez para fazer a escleroterapia em alguns microvasos
que possuía. “Valeu a pena ter realizado a
cirurgia, pois não senti mais dores desde
então. Mas é necessário continuar com o
acompanhamento médico”, revela.
Tratamentos
Os especialistas informam que cada tratamento é individualizado e irá depender do tipo de varizes e da situação de
cada caso. “É muito importante uma avaliação médica para
aconselhar o que é mais indicado ao paciente”, diz Dr. Narchi. Conheça a seguir os principais tratamentos:
• Escleroterapia química: São injeções de glicose aplicadas em microvasos (pequenas varizes em tom arroxeado na
perna e com formato de teias de aranha) com objetivo de
secá-los. Após algumas seções esses microvasos desaparecem completamente. “O tratamento é feito em consultório
médico e o paciente pode levar vida normal durante as seções”, conta Dr. Adílson.
• Laser: Endolaser ou laser endovascular é um tratamento com fibra ótica conectada a um aparelho emissor de laser. A fibra é introduzida na veia por punção através da pele
com a utilização de um aparelho de ecodoppler (ultrassom)
e controle da emissão do laser. Esse tratamento é indicado
para alguns tipos de veia. “O tratamento mais indicado hoje
para a safena é o laser. Não é mais necessário retirá-las
com cirurgia”, revela Dr. Gilberto. As seções também são
feitas em consultórios médicos ou ambulatórios e não é necessário repouso do paciente. “Esta técnica apresenta bom
resultado estético e recuperação precoce no pós-operatório, sendo o método minimamente invasivo com menos hematomas e equimoses e boa recuperação em curto prazo”,
informa Dr. Adílson.
• Cirurgia/Microcirurgia: A cirurgia é recomendada para
varizes mais grossas e dilatadas. A operação envolve microincisões na perna para a retirada das veias que estão
com insuficiência. Não é necessária a internação e diferentemente do que acontecia antes, o paciente não precisa mais
dos 15 dias de repouso antes necessários. “Atualmente, pedimos somente um afastamento das atividades físicas mais
pesadas, entretanto, o paciente está liberado para no outro
dia caminhar, trabalhar e demais atividades do dia a dia”,
relata Dr. Gilberto.
• Espuma: Outra opção de tratamento para varizes mais
grossas e para a veia safena é a utilização da espuma densa
(guiada por ultrassom), obtida com a mistura de ar e polidocanol. Essa técnica pode ser feita ambulatorialmente, também em sessões, com dosagem pré-determinada em visita
ao consultório, sendo indicada especialmente para pacientes de alto risco para cirurgia de varizes e com presença de
veias de difícil retirada pelo método cirúrgico.
12 gastronomia
´
~
OS BENEFICIOS
DA ROMA
A simbologia e os benefícios medicinais de uma das frutas mais antigas do mundo
Cultivada há cerca de 5 mil anos no
Oriente Médio, mais precisamente no
Irã, a romã é um fruto com diversos
significados e benefícios. Na Armênia,
acreditava-se que era símbolo de fertilidade, abundância e casamento enquanto que no Irã a fruta trazia boa saúde e
vida longa. No Brasil, suas sementes são
utilizadas em simpatias no Dia de Reis
para trazer dinheiro e fartura durante
o novo ano. Superstições à parte, suas
propriedades medicinais auxiliam na
prevenção e tratamento das doenças do
coração, em processos inflamatórios e
na redução do colesterol por causa de
seus antioxidantes naturais. É rica em
vitaminas, como A, B6, B9, C, E e também cálcio, ferro, magnésio, fósforo,
potássio, zinco. Devido à sua casca grossa, as romãs duram mais que as outras
frutas, seja durante o calor ou o frio.
Seu caldo pode ser utilizado em substituição ao limão, e na cozinha combina
com pratos quentes ou frios.
MOUSSE COM CALDA DE ROMÃ
Ingredientes:
• 3 claras
• 3 colheres (sopa) de açúcar
• 250 g de chocolate branco
• 1 lata de creme de leite
• 1/2 xícara (chá) de água
• 1/4 de xícara (chá) de groselha
• Sementes de 3 romãs
• 1 colher (sobremesa) de suco de limã
o
Modo de preparo:
Bata as claras em neve, junte o açúcar
e continue batendo
até obter picos firmes. Derreta o choc
olate em banho-maria, retire do fogo e adicione o crem
e de leite. Misture delicadamente as claras com o creme
de chocolate. Distribua
em taças individuais e leve-as à gela
deira. Em uma panela, coloque a água, a groselha e leve
ao fogo alto até ferver.
Acrescente as sementes de romã, desl
igue o fogo e misture
o suco de limão. Deixe esfriar e distr
ibua sobre as mousses.
Fonte: Site “M de Mulher”
Fotos: Divulgação
Divulgação
14 cultura
Foto: Caio Pimenta
Carnaval Paulistano 100 anos de HistÓria
Personagens, fatos e lembranças de uma trajetória secular
Um dos principais eventos populares do Brasil e do mundo, o
Carnaval em São Paulo atrai 30 mil turistas todos os anos, sendo
20% estrangeiros, segundo a SPTuris (São Paulo Turismo), organizadora dos desfiles das escolas de samba da capital. O evento
que vê seu valor de arrecadamento aumentar a cada ano – na
última edição foram 51 milhões de reais – também movimenta
52 setores da economia paulista, gerando empregos direta ou
indiretamente. De acordo com dados da SPTuris, são 25 mil pessoas contratadas que contribuem com o crescimento econômico
e cultural da cidade. Em 2013, o samba paulistano foi reconhecido
como patrimônio imaterial pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade de
São Paulo (CONPRESP). A despeito dos números tão significativos, a verdade é que muita gente não sabe como o samba tornouse um dos maiores eventos turísticos da capital paulista.
De cordão à escola de samba
A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo,
organização que representa as agremiações carnavalescas, foi
fundada em 19 de junho de 1986 com o objetivo de coordenar a
atuação conjunta das escolas do Grupo Especial e do Grupo de
Acesso, além de promover e produzir os desfiles desses grupos.
O Sambódromo do Anhembi foi inaugurado no dia 1º de fevereiro de 1991 e recebeu seu primeiro evento naquele mesmo
1992
Alguns cordões continuaram a existir,
mas pouco a pouco, foram dando espaço
às escolas de samba, criadas, principalmente, nas várzeas e periferias das comunidades paulistas. Uma das primeiras
fundadas foi a Primeira de São Paulo em
1935; dois anos depois o cordão Baianas
Paulistas criou a Lavapés que até hoje
existe e desfila por um dos grupos de carnaval de São Paulo. Os últimos cordões
tornaram-se agremiações carnavalescas
nos anos 1970.
Foto: Nara de Lima
2013
Nessa mesma década são criados os
primeiros blocos de rua, alguns em atividade até hoje, cada vez mais organizados e bem estruturados. De acordo com
a Prefeitura de São Paulo, 51 blocos já
estão cadastrados para desfilarem pelas
ruas paulistanas em 2015. Neste ano, a
cidade bateu recorde de foliões e blocos:
mais de 2 milhões de pessoas se espalharam por praças, viadutos, ruas e vielas
da capital paulista embalados por mais de
200 blocos de rua.
Foto: José Cordeiro
mês. Mas a história do carnaval paulistano começou muito antes disso.
Em 1914, um grupo de amigos e familiares moradores do bairro da Barra Funda, liderados por Dionísio Barbosa, negro,
ex-escravo e recém-chegado à cidade,
juntaram sua musicalidade do interior
com a comemoração do Carnaval para
fundarem o primeiro grupo carnavalesco de São Paulo: o Cordão Barra Funda.
Nele, os homens desfilavam pelas ruas
vestidos com camisas verdes e calças
brancas, referência às cores do bairro,
além de durante todo o ano organizarem
outros eventos na comunidade onde viviam para cultivar a cultura local. O grupo
era pequeno: cerca de 15 a 20 pessoas
faziam parte do cordão.
Com o passar dos anos, novos cordões
e grupos carnavalescos foram surgindo
pelos bairros mais afastados da cidade.
O Cordão da Barra Funda, pioneiro, começou a levar para seus desfiles instrumentos de sopro, cordas e de percussão.
Apesar de nessa época não ser conhecido
como um estilo musical próprio, o samba
tinha um modo próprio: ritmado pelas famosas marchinhas de letras curtas e melodias simples. Já na década de 30, com o
surgimento das escolas de samba, o grupo foi refundado com o nome de Cordão
Mocidade Camisa Verde e Branco, e depois, Associação Cultura e Social Escola de
Samba Mocidade Camisa Verde e Branco.
Foto: HélvioSPTuris
Foto: Arquivo SPturis
1990
Foto: José Cordeiro
16 cultura
BLOCOS DE RUA
Estrutura
A Liga Independente das Escolas de Samba coordena os desfiles do Grupo Especial, formado por 14 agremiações, o Grupo de
Acesso e mais quatro divisões de escolas de samba: os grupos
1,2,3 e 4 da União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP). A
cada edição, dependendo do resultado da agremiação, a rotatividade das escolas em cada grupo muda. Cada escola do Grupo
Especial possui investimento médio de R$ 2,5 milhões e até 3,5
mil componentes.
Apesar de acontecer uma vez ao ano, as preparações para os
desfiles das escolas começam até sete meses antes. Nesse período
acontecem dentro de cada barracão a escolha do tema, das composições e os votos para decidir o samba-enredo, as apresentações
pilotos das fantasias e logo depois o trabalho das costureiras, a gravação dos sambas que irão fazer parte do disco, os videoclipes para
a televisão (no caso do Grupo Especial) e os ensaios técnicos no
Sambódromo. Além disso, durante todo ano as escolas promovem
festas temáticas e eventos comemorativos em datas específicas,
como Dia das Crianças, por cumprirem às vezes o papel de núcleo
cultural e de lazer em algumas comunidades.
Atualmente está em fase de construção a Fábrica de Samba,
um local exclusivo para a confecção dos elementos utilizados nos
desfiles e próximo ao Sambódromo do Anhembi, o que denota
facilidade para o transporte dos carros alegóricos e demais fantasias das escolas de samba. “Com infraestrutura adequada e
permanente, além da segurança de poder desenvolver o tema
proposto sem qualquer risco de perder o espaço, as agremiações do grupo Especial terão à disposição elementos inéditos na
história do carnaval paulistano, além da facilidade de estarem a
um quilômetro de distância do sambódromo”, divulgou a SPTuris
no Censo do Samba Paulistano de 2014.
Acadêmicos do Baixo Augusta
Um dos mais novos blocos em atividade, foi criado em
2009 com o objetivo de celebrar a diversidade e a revitalização da região da rua Augusta. Atrai mais de 20 mil
pessoas à região com seu desfile de quatro horas da Rua
Augusta até a Praça Roosevelt. No último ano, a cantora
Pitty saiu como madrinha, a atriz Alessandra Negrini
como rainha, o músico Wilson Simoninha como puxador
e o jornalista Marcelo Rubens Paiva como porta estandarte. A data do evento é alterada todos os anos.
Concentração: Rua Augusta, Centro.
Bloco dos Esfarrapados
De acordo com moradores do bairro do Bixiga, o bloco
é o mais antigo do carnaval paulistano. Criado em 1947,
desfila pelas ruas da região na segunda-feira de carnaval
e atrai foliões de todos as regiões com suas marchinhas
e sambas-enredos da escola de samba Vai-Vai.
Concentração: Rua Conselheiro Carrão, 466.
Vai Quem Quer
Com 34 anos de existência, o bloco carnavalesco Vai
Quem Quer parte da Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, no domingo de Carnaval, mais precisamente às 21h.
A folia atrai muitas pessoas e turistas que marcham
pelas ruas do bairro e da vizinha Vila Madalena.
Concentração: Praça Benedito Calixto, s/n, Pinheiros.
18 cultura
Para quem não perde um
desfile no sambódromo do
Anhembi ou para aqueles
que preferem a folia dos
blocos de rua, o Carnaval de
São Paulo em 2015 já está
batendo à porta: confira
agenda e os enredos das
escolas de samba do Grupo
Especial e alguns blocos de
rua de São Paulo.
Foto: José Cordeiro
Sexta-feira – Dia 13/02
23h15 – Mancha Verde – “Quando surge o Alviverde Imponente, 100 anos de lutas e glórias”;
0h25 – Acadêmicos do Tucuruvi – “Entre confetes e Serpentinas: Tucuruvi relembra as marchinhas do meu, do seu, do nosso carnaval”;
1h35 – Tom Maior – “Adrenalina”;
2h45 – Dragões da Real – “Acredite se Puder”;
3h44 – Rosas de Ouro – “Depois da tempestade….O encanto”;
4h55 – Águia de Ouro – “Brasil e Japão: 120 anos de união”;
6h50 – Nenê de Vila Matilde – “Moçambique, a lendária Terra do Baobá Sagrado”.
Sábado – Dia 14/02
22h30 – Unidos de Vila Maria – “Só os diamantes são eternos na química divina”;
23h20 – Gaviões da Fiel – “No jogo enigmático das cartas, desvendem os mistérios e façam suas apostas, pois a sorte está lançada!”;
00h30 – Mocidade Alegre – “Nos palcos da vida, uma Vida no Palco…Marília!”;
01h40 – Império de Casa Verde – “Sonhadores do mundo inteiro: uni-vos!”;
02h50 – Acadêmicos do Tatuapé – “Ouro – Símbolo da Riqueza e Ambição”;
04h00 – Vai-Vai – “Elis Regina”;
05h10 – X-9 Paulistana – “Sambando na chuva, num pé d’água ou na garoa, sou a X-9 numa boa!”.
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20 perfil
“Quatorze anos é muito tempo. É
muito avassalador, você fica muito
impregnado no personagem”. É
assim que a atriz Marieta Severo,
68 anos, se sente ao falar de sua
personagem Dona Nenê do seriado
“A Grande Família”, que ficou no
ar por mais de uma década na TV
Globo e recentemente se despediu
das telonas. Para ela, o que ficou
da série na qual interpretou uma
das mãezonas mais queridas da
televisão brasileira será a lição
de convivência entre os atores.
“Podíamos pensar e ter opiniões
diferentes, mas conseguimos
sobreviver muito bem”, revela.
Foto: Leo Aversa
Marieta
SEVERO
Foto: Divulgação
22 perfil
Apesar do término da série, a atriz não tem muito tempo para sentir saudades. Atualmente está se dedicando de
“corpo e alma” à peça Incêndios, em que é produtora e protagonista com a direção de Aderbal Freire-Filho, Nawal é
uma mulher árabe cuja vida é atravessada por décadas de
uma guerra civil que parece nunca ter fim. Ela passa seus
últimos anos em exílio voluntário no Ocidente, onde morre
e deixa em testamento uma difícil missão para seu casal de
filhos gêmeos: encontrar o pai e também um irmão perdido
em seu remoto passado no Oriente. “É uma peça que toca
em questões humanas. Uma delas, por exemplo, é a questão
da violência que é muito próxima ao nosso cotidiano”, conta.
Depois de uma temporada prorrogada por setes meses no
Rio de Janeiro – a previsão inicial era de dois meses – a peça
está hoje em São Paulo, reproduzindo o mesmo sucesso da
capital carioca, provavelmente até o mês de dezembro.
– Você se lembra de quando decidiu ser atriz? Como foi?
“
– Do que você já sente mais falta após se despedir da personagem da Grande Família?
Dos colegas. Sinto muita falta das nossas conversas, do
nosso bate-papo, do nosso besteirol, como a gente se chamava, de ficar falando bobagem, ficar rindo. Era uma turma
muito divertida, muito alegre e isso me faz muita falta. A
convivência com as pessoas é o que me dá mais saudade. E
sinto falta também dos personagens e do universo da Grande Família. De pensar: onde está a Bebel? Cadê o Tuco? É
muito estranho porque é uma convivência, digamos assim,
Eu acho sempre difícil
atuar, criar essa mágica,
convencer que você é outra
pessoa, seja na televisão
ou no teatro. Eu acho que
a hora da verdade absoluta
do ator é no teatro, porque
ali não tem ninguém para
te ajudar.
“
Eu ia ser professora primária porque tinha muito jeito para contar
histórias para crianças. Então, fui estudar no estúdio Educação da
Tijuca, no Rio de Janeiro, e no terceiro ano eu fui transferida para
a avenida Amaral que era em frente ao Tablado. Aí eu comecei a
assistir as coisas no Tablado, a frequentá-lo e fiquei amiga do pessoal do teatro. Comecei a conhecer as entranhas do teatro e o lugar
onde se fazia figurino, e fui sendo tocada pela magia do teatro. Um
dia, por acaso, fui acompanhar uma amiga para um teste em um
filme e o diretor Luís Carlos Maciel falou: tem um papel aqui que eu
acho que é muito adequado para você. Fiz o filme e fiquei. A partir
daí acho que fui sendo empurrada. Porque eu nunca disse na minha
infância ou na minha adolescência que queria ser atriz, não fazia
parte do meu mundo. Hoje em dia essa profissão é muito difundida,
todo mundo quer, mas na minha época não era assim não. E eu não
tinha ninguém na família ligado na área artística. Acho que a vida foi
me direcionando e eu fui me deixando levar.
Foto: Leo Aversa
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Peça “Incêndios”
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“anormal” de um personagem para um ator. Quatorze anos
é muito tempo. É muito avassalador, você fica muito impregnado no personagem.
– Você está na peça “Incêndios” como personagem principal,
dirigida por Aderbal Freire-Filho. Como é voltar e ter foco total
nos palcos do teatro?
Na verdade, a minha última peça (As Centenárias) estreou
em 2007 e ficamos nos palcos por quatro anos. Não me sinto voltando porque apesar de ter ficado dois anos fora dos
palcos, o processo de produção de “Incêndios” começou um
ano antes. E a peça é uma daquelas bênçãos que os deuses
teatrais dão para a gente de tanto em tanto tempo. É uma
peça extremamente bem-sucedida com uma forma teatral
belíssima, forte, criativa e com um texto que é de uma qualidade enorme. E eu estou na melhor forma porque estou
contando uma belíssima, tocante e poética história dentro de
um contexto que é possante, com uma direção teatral que é
bastante criativa e com colegas de grande qualidade. Somos
oito em cena. Então eu tenho um enorme prazer de, a cada
noite, contracenar, brincar e jogar com colegas que tenham
também uma paixão total pelo teatro, uma entrega total ao
teatro. É um momento muito completo.
– Qual principal mensagem essa peça se propõe a passar
ao público?
Eu não me preocupo muito com a mensagem. É uma peça que
toca em questões humanas. Uma delas, por exemplo, é a questão da
violência que é muito próxima ao nosso cotidiano. Uma guerra civil
que a gente não vive de forma declarada, mas que vivemos de uma
forma camuflada, onde irmão mata irmão diariamente. A gente está
conversando aqui e sabe que nesse mesmo momento irmãos estão
sendo assassinados, mortos, sofrendo com a violência do tráfico, com
a violência da pobreza. E a peça fala disso de uma maneira muito
bonita. É legal estar com uma tragédia em cena. É um drama. As pessoas se comovem e saem tocadas do teatro. Porque além de divertir
e entreter, outra bela função do teatro é de emocionar.
– O que é mais difícil fazer no Brasil? Teatro ou televisão?
Por quê?
Eu acho sempre difícil atuar, criar essa mágica, convencer
que você é outra pessoa, seja na televisão ou no teatro. Eu
acho que a hora da verdade absoluta do ator é no teatro, porque ali não tem ninguém para te ajudar, não tem luz, não tem
uma câmera que chega ao seu rosto com uma música atrás
que já dá algum significado à cena. A expressão absoluta para
o teatro é o ator. Ali é só você.
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Arquipelago do Rosário
CARTAGENA DAS ÍNDIAS
Foto: Shutterstock
Um dos paraísos banhados pelo oceano caribenho, a cidade revela surpresas e muita história
Margeada pelo Mar do Caribe, Cartagena ou Cartagena
das Índias, na Colômbia, está dividida entre o charme dos
séculos passados e a modernidade dos dias atuais. Patrimônio Cultural da Unesco desde 1984, a cidade foi fundada no
ano de 1533 e muitos de seus edifícios originais ainda estão
preservados. Durante o período colonial no país, foi construído um porto por causa de sua localização estratégica que
facilitava a passagem de mercadorias. Com isso, a cidade
era alvo de ataques constantes de piratas e ladrões.
Para se proteger, os governantes da época construíram “A Cidade Amuralhada”, uma muralha de 11 km que
até hoje cerca todo o centro de Cartagena. Dividido em
quatro pequenos bairros (Centro, San Diego, Matuna e
Getsemani) esse local abriga e preserva os principais
pontos turísticos, além de ruelas charmosas, igrejas,
praças, restaurantes, museus, bares e edifícios de arquitetura colonial com varandas floridas. É possível ainda
fazer todo esse trajeto escolhendo algum dos meios mais
comuns para se locomover: bicicletas, carruagem ou chiva, veículo similar a um ônibus, mas com laterais abertas
e sem vidros. Conheça alguns dos locais imperdíveis para
se aproveitar a cidade.
Torre do Relógio
A Torre do Relógio é um dos principais símbolos de Cartagena, pois é a entrada principal da Cidade Amuralhada e tem uma
construção que chama atenção mesmo de longe. A torre funciona
como um portal que divide dois bairros e é possível passar por
debaixo dela e de seu relógio. À noite, a torre permanece iluminada e atrai mais turistas.
Museu do Ouro Zenú
O local abriga diversos objetos encontrados na região da Colômbia feitos pelo povo Zenú no período pré-colombiano. Através
do ouro é possível conhecer a história da Colômbia e a cultura
indígena de séculos muito antigos. As peças foram trabalhadas
com muitos detalhes. Além das peças de ouro, há também utensílios de cerâmica e ferramentas de caça, pesca e agricultura.
Praias
Em Cartagena, as praias urbanas não possuem o ar do paraíso
caribenho. Entretanto, para conhecer e curtir as praias de areias
brancas e águas transparentes é preciso ir de barco em alguns
pontos específicos do arquipélago:
Castelo de San Felipe de Barajas
Foto: Shutterstock
Centro Histórico
Cidade Amuralhada
A muralha é um dos pontos mais importante da cidade. Se
você gosta de conhecer a história local, é uma ótima região
para fazer uma caminhada pelas pedras ao pôr do sol, além
de conhecer os baluartes da muralha e tirar fotos.
Castillo de San Felipe de Barajas
É uma fortaleza construída entre 1536 e 1657. É considerada
a maior construção feita por espanhóis no Novo Mundo. Sua
função era proteger a cidade de ataques estrangeiros e sua localização permitia observar possíveis inimigos vindos por terra
ou mar. Por fora há uma grande estrutura, mas por dentro do
castelo há quartos, labirintos, corredores e túneis, feitos com o
objetivo de surpreender o inimigo, mas disponíveis hoje para
visitação turística.
Catedral de Cartagena
Também conhecida como Basílica Menor Santa Catalina de
Alejandria, é uma das igrejas mais importantes e históricas da
cidade. Sua construção é de 1575 e sua arquitetura tem detalhes
muito interessantes da época, como as colunas de sustentação,
as capelas e o altar-mor com detalhes de ouro.
Arquipélago de Rosário
Uma das principais atrações marítimas de Cartagena, o local
fica cerca de uma hora de distância do centro da cidade e tem
diversas ilhas privadas, que oferecem estruturas e atividades
diferentes, como mergulho com a possibilidade de ver peixes e
corais. As principais ilhas são: Oceanário, Isla del Pirata e Isla del
Encanto. Ao final do passeio pela ilha de Oceanário há uma parada
no aquário local, onde é possível assistir ao show dos golfinhos,
nadar com eles e até alimentá-los.
Playa Blanca
De águas cristalinas, temperatura agradável, quase sem ondas e areia clara, é possível se distanciar do centro da cidade e
curtir um dia típico de verão nesse local paradisíaco com o mar
caribenho ao fundo. A viagem é de barco e tem a duração de
aproximadamente uma hora.
La Boquilla
Mesmo sendo na cidade, o segredo dessa praia se encontra
na sua distância da área central de Cartagena. O lugar tende a
ser mais vazio, propício para o descanso. A extensão da praia é
grande, a água é calma e há vários bares próximos à areia.
Bocagrande
Uma das praias mais famosas da cidade por suas águas quentes e ondas pequenas. O local é muito movimentado, principalmente aos finais de semana. Há nas redondezas diversas opções
de restaurantes, lojas e bares.
28 turismo
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Foto: Shutterstock
Cartagena foi uma das paradas na viagem da professora Gaya
Machado, que também incluiu San Andrés e Bogotá, ambas também na Colômbia. Sua escolha de hospedagem foi na cidade amuralhada para poder ficar mais perto do centro histórico e aproveitar seus pontos turísticos. “A cidade é muito histórica e charmosa.
Seus prédios coloniais, cortados por ruas de paralelepípedo, foi
como uma volta ao passado”, conta. Gaya aproveitou seus dois dias
de estadia para caminhar nas ruas históricas, conhecer alguns
lugares como o Castillo de San Felipe de Barajas, conferir o pôr
do sol no Café Del Mar e, claro, conhecer as ilhas do arquipélago
de Rosário. “É um paraíso de águas verdes e areia branca. Assisti
a um show de golfinhos e até nadei com eles”, diz.
Já a jornalista Mirian Gasparin viajou com sua filha para Cartagena em 2013 para uma estada de cinco dias. Segundo ela, é possível
aproveitar a cidade tanto de dia como à noite. “Não dá para deixar de
fazer o passeio de chiva (espécie de ônibus sem janelas) que passa
pelos principais pontos turísticos da cidade durante o dia. Para a noite, é imperdível o “Rumba in Chiva” com paradas em discotecas de
rumba, salsa e outros ritmos caribenhos”, destaca. Para quem tem
interesse em visitar Cartagena, Mirian dá algumas dicas de lugares
imperdíveis. “O centro histórico, o Convento de la Popa, onde é possível apreciar uma linda imagem de Nossa Senhora da Candelária e as
águas quentes e tranquilas da praia de Bocagrande”, revela.
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Foto: Gaya
Cidade histórica e charmosa
30 serviços
HORA de
Mamusca
Fotos: Divulgação
Conheça espaços que oferecem atividades para toda a família em São Paulo
Imagine aquele lugar especial da sua infância. Um quintal
com árvores, brinquedos como escorregadores, balanços de
pneus e um espaço ao ar livre para crianças se divertirem.
Apesar de nos remeter a uma casa de cidade pequena, interiorana ou um sítio no meio do mato, esse lugar pode ser encontrado em São Paulo, a maior cidade da América Latina.
Há cerca de cinco anos, espaços como esses surgiram na
capital paulista, com a proposta de receberem crianças, pais,
avós e outras pessoas que participam da vida dos pequenos.
De acordo com Elisa Roorda, proprietária do Mamusca, pais,
mães, crianças, gestantes e até bebês acompanhados podem
passar manhãs ou tardes compartilhando atividades pensa-
Mamusca
ESPAÇOS PARA
BRINCAR EM
SÃO PAULO
Famíliarte
Além das oficinas de expressões
musicais, artísticas, corporais,
do brincar e para a família,
também abre o espaço para
receber festas de aniversários,
eventos corporativos e outras
comemorações como chá de bebê,
de cozinha e batizado.
Rua Sales Júnior, 470, Alto da Lapa.
Telefone: 3642-1706
http://www.familiarte.com.br/
A Casa das Ideias
Recebe crianças e adolescentes com
idades entre 5 a 17 anos. Oferece
cursos e oficinas com professores
formados em engenharia,
arquitetura, design e pedagogia.
Cada sala tem até três alunos.
Rua Fidalga, 174 F, Vila Madalena.
Telefone: 2364-4847
www.acasadasideias.com.br
Mamusca
As atividades são programadas
para diferentes faixas etárias,
desde crianças até avós: artes,
dança, música, culinária, yoga e
capoeira. No espaço também há
um café com refeições e lanches da
tarde, além de horta orgânica, sala
de artes e salas multifuncionais. Os
bebês e as crianças de até três anos
precisam estar acompanhadas de
um responsável.
Rua Joaquim Antunes, 778, Pinheiros.
Telefone: 2362-9303
http://mamusca.com.br/
Casa do Brincar
Oferece para crianças de 0 a 6
anos brincadeiras educacionais e
culturais, entre elas, leitura, narração
de histórias, parede de escalada,
instalações etc. A programação é
atualizada mensalmente e não há
agendamento ou matrícula. É só
chegar e brincar.
Rua Ferreira de Araújo, 388, Pinheiros.
Telefone: 3032-2323
http://www.casadobrincar.com.br/site/
Start
Espaço de pensamento criativo, a
proposta é proporcionar às crianças contato mais profundo com a
arte com aulas de jardinagem, culinária, teatro e dança. Há também
aulas de inglês em parceria com a
Universidade de Cambridge.
Rua dos Macunis, 180, Pinheiros.
Telefone: 3097-8406.
http://www.startarte.com.br/
32 serviços
Familiarte
das para cada um deles. Para isso, todo detalhe foi planejado
– das oficinas culturais à concepção arquitetônica do lugar
– para oferecer espaços integrados para a livre expressão
das crianças. “Temos uma construção feita com blocos e tubulações aparentes que é cenário para que móveis, objetos
vintage e brinquedos antigos tragam aquela cara de ‘casa da
vovó’”, conta Elisa.
A vontade de criar o espaço junto com outra sócia bateu
quando Elisa se tornou mãe e notou a necessidade de existir
um lugar de convivência em comum para os pais e os filhos
pequenos. “Não pensava neste segmento antes de fazer parte
dele. Além da nossa experiência, buscamos informações com
nossos amigos e seus filhos para descobrir o que um espaço
como esse deveria ter”, relata.
Já Paula Santos Soares, sócia proprietária do Famíliarte
diz que o objetivo é receber as crianças no período pré ou
pós-escolar. “Nossa proposta é ser mais acolhedor do que a
escola. É desenvolver a cultura do brincar para as crianças de
todas as idades, abrangendo também todo o grupo familiar”,
explica. A cada hora, o Familíarte realiza uma atividade com
um grupo de no máximo 10 crianças, mas com idades diversas. No espaço há um quintal com árvores para as crianças
escalarem como pitangueiras, amoreiras, balanço de pneu
e oficinas artísticas. “Fazemos um convite para as pessoas
encararem brincadeiras como uma riqueza e ficarem mais
atentos ao presente e ao processo do que ao resultado final.
Afinal, o brincar não tem regras”, ressalta.
Assim como não há regras na hora de se divertir, elas também não existem para os adultos participarem. Segundo Elisa,
o fluxo de pais é cada vez maior e interessante. “O pai moderno
e participativo realmente existe. Há também aqueles que querem se conectar mais com os pequenos e não sabem o caminho. Por isso ajudamos com atividades que ensinam a contar
histórias e até um curso de primeiros socorros”, finaliza.
34 Negócios
A execução da Estratégia
e a “Era das Incertezas”
Renê Guedes
É formado em Engenharia Civil pela Faculdade
de Engenharia Industrial
(FEI), pós-graduado em
Economia Empresarial pela
FEA/FIPE – Faculdade de
Economia e Administração
da Universidade de São
Paulo (USP), “Master” em
Economia e Planejamento pela Universidade de
Grenoble (França), além
do curso de Execução da Estratégia pela London Business
School (Inglaterra).
O mundo atual é um inventário de incertezas que assusta Executivos e Empreendedores. Segundo o grande economista americano John Galbraith, vivemos
uma “Era de Incertezas”, ou seja, um ponto determinado na história onde as revoluções econômicas e tecnológicas se encontram com novos paradigmas sociais
e culturais, criando um momento de extrema tensão e indefinição. E se, nas cartilhas da teoria da administração, as variáveis costumam ser bem conhecidas, em
nossa instável realidade elas são, muitas vezes, oblíquas e indeterminadas.
[email protected]
www.ideasgs.com.br
Finais de ano são angustiantes para quem tem a responsabilidade de conduzir
um projeto, uma equipe ou mesmo uma empresa. É quando a “Era da Incerteza”
grita nas páginas dos jornais. E quando se encontra a oportunidade de refletir sobre a estratégia desenvolvida para o seu negócio, avaliando os sucessos e os fracassos da empreitada. Muitas pessoas, em posição de comando, escoradas em seu domínio do assunto e ou processos dominantes na
empresa, acreditam profundamente na sua capacidade de adaptar-se às vicissitudes diárias. Acreditam na
sua capacidade de mobilizar e conduzir uma equipe que possa entregar os objetivos previamente definidos
(nem que seja unicamente por ele mesmo), mesmo que “desvios” e “correções” aconteçam durante a vigência daquele planejamento. Mas é ai que as coisas complicam. É, nesse momento, que as incertezas podem
definir a continuidade (ou não) de uma empresa ou projeto. Segundo a consultoria Mckinsey, em pesquisa
realizada anos atrás com os seus principais clientes globais, 90% dos projetos e iniciativas desenhadas e
planejadas pelas empresas falhavam. Não se trata mais de como planejar e quais ferramentas metodológicas utilizar. O desafio agora é executar sua estratégia. Segundo a consultoria, 5 fatores contribuem para
número tão superlativo de fracassos. São eles:
1. Comunicar a estratégia: quanto mais discutida, explicada e entendida pelo maior número de pessoas da
organização, melhor. A execução da estratégia não sobrevive a “pontos cegos”, onde o que é urgente para
uns não é, necessariamente, para outros.
2. Tempo dedicado para a execução da Estratégia: O papel não transforma, por mágica, objetivos e definições por si só. Sem a dedicação de todos os envolvidos na execução da estratégia, ela, decerto, fracassará;
3. Fazer o que é necessário: Muitas empresas gastam muito dinheiro e energia, movidos em parte pelo
perigoso ego, em acreditar que possuem uma infinita capacidade de execução. No processo de definição da
“lista de ações”, definem uma lista épica de atividades, que nem a mais rica e estruturada das organizações
poderia fazer frente.
4. Planejar a estratégia e projetar seu orçamento executivo: Um erro grave de muitas empresas é a desconexão entre estratégia e orçamento. O Planejamento orçamentário deve, necessariamente, “nascer” devidamente influenciado pela revisão estratégica.
5. Todos devem se sentir responsáveis pela estratégia: a estratégia é de todos. Se ela fracassa, todos sentem os reflexos. Algumas empresas definem indicadores associados aos objetivos estratégicos da empresa
no plano de metas de todos os funcionários;
A “Era da Incerteza”, acelerada pelo frenesi tecnológico e transformações socioculturais, impõe uma nova
abordagem para os gestores. Uma mudança de paradigma. Logo, não é a existência de boas ideias que
mantém uma empresa “no jogo”, mas a sua capacidade de enfrentar as demandas, imposições e restrições
num mundo cada vez mais incerto.
‘’O JEANS MAIS DESEJADO DO BRASIL’’
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