Edição 5 - Abril de 2016

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Edição 5 - Abril de 2016
Equipe econômica apronta pacote, apesar do avanço do impeachment
De acordo com o jornal Valor Econômico, mesmo com a ameaça de a presidente Dilma Rousseff ser afastada do cargo pelo
Senado, a equipe econômica já teria pronta uma lista de medidas para dar novos estímulos à economia ou mudanças mais
estruturais antes da decisão do Congresso. Essas medidas estão divididas em quatro grandes áreas - fiscal, crédito, aumento de impostos e microeconomia.
As medidas mais urgentes estão concentradas na área fiscal: a aprovação do teto de gastos do governo, a mudança da meta
de superávit primário deste ano e uma solução para a renegociação das dívidas de Estados e municípios. Embora o governo
tenha enviado ao Congresso um projeto que permite um déficit de até R$ 96 bilhões em 2016, pela lei orçamentária em
vigor, o governo é obrigado a fazer um superávit primário de R$ 24 bilhões.
Segundo o Valor, na área de crédito, a equipe econômica ainda aguarda os efeitos da liberação de R$ 83 bilhões, feita no
início do ano, terá sobre a economia, já na área de aumentos de impostos, as discussões ainda não estão finalizadas. Na
área de microeconomia, a Fazenda pode desenvolver medidas para melhorar distratos de imóveis, resolver a indenização
das empresas transmissoras de energia e permitir que os Estados formem um fundo comum de previdência complementar
para seus servidores.
Fonte: Valor Econômico
China: crescimento de 6,7% no primeiro trimestre confirma expectativas
O resultado de 6,7% para o crescimento chinês, no primeiro trimestre de 2016, na comparação com o mesmo período do
ano passado, foi o pior resultado anunciado pelo governo da China, nos últimos sete anos. Entretanto, esse número está em
linha com as expectativas do mercado e a meta de crescimento estabelecida pelo governo. Após crescimento de 6,8% do
Produto Interno Bruto (PIB) chinês no último trimestre de 2015, o resultado para 2016 confirma a tendência de desaceleração da maior economia do mundo. Porém, algumas surpresas foram observadas. No acumulado deste ano, janeiro
a março, houve crescimento de 10,7% no investimento em ativos industriais e infraestrutura. O crédito bancário também
surpreendeu positivamente ao avançar 1,37 trilhão de yuans em março.
De acordo com a LCA Consultores, as exportações também fecharam o trimestre num ritmo mais forte, 11,5% na comparação com 2015. Esse fator melhora as perspectivas da economia para o segundo trimestre de 2016, reforçando o cenário no
qual o PIB chinês deverá, neste ano, crescer em linha com o esperado pelo governo, entre 6,5% e 7,0%. O ano passado
foi marcado pelo crescimento mais lento da economia chinesa em 25 anos, 6,9%.
O premier Li Keqiang afirmou na reunião anual do parlamento, no mês passado, que a China “vai enfrentar mais problemas
e desafios mais difíceis no seu desenvolvimento este ano, portanto, o governo deve estar preparado para lutar uma batalha
difícil”. O Congresso Nacional do Povo (NPC) traçou um novo plano de cinco anos para a economia, anunciando medidas que
incluem: cortar a elevada dívida pública, racionalização das empresas estatais e reforma dos mercados financeiros.
Fonte: LCA Consultores e MercoPress
Dudley e Rosengren concordam quanto ao cenário econômico e gradualismo do Fed
O presidente do Fed de Nova York e membro votante do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (Fomc),
William Dudley, aposta que a inflação retornará para o patamar de 2,0% ao ano, à medida que as condições do mercado de
trabalho continuem a melhorar. Entretanto, Dudley alertou sobre os riscos e incertezas em torno do cenário da economia
americana, o que recomenda cautela e gradualismo na condução da política monetária.
Eric Rosengren, presidente do Fed de Boston, tem a mesma opinião de Dudley tanto em relação ao cenário positivo para a
economia dos EUA, quanto à necessidade de o Fed agir com gradualismo. Ele não concorda com as projeções do juro básico
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praticadas no mercado futuro de Fed Fund rate. Os investidores apostam que não haverá alta do juro básico em 2016 e que,
nos próximos dois anos, o Fed subirá apenas 25 pontos base em cada ano. De acordo com a LCA Consultors, Rosengren é
tido como um dos membros mais dovish (pacifista) do Fomc.
Fonte: LCA Consultores
Figura 1 – Evolução das expectativas de mercado para 2016 – crescimento do produto, taxa de
inflação e câmbio
Cenário para 2016:
Maior queda do PIB brasileiro (-3,8%), real depreciado (R$ 3,8) e inflação 0,1 ponto percentual acima da meta de 7,00%.
Fonte: Relatório Focus/Banco Central do Brasil (18/03/2016) A projeção do PIB da agropecuária é calculada pela LCA Consultores
Atividade Econômica (abril/2016)
Em 2016, a queda do Produto Interno
Bruto (PIB) deve ser de 3,8%. O Boletim
Focus, do Banco Central, indica, para
2016, uma expectativa cada vez maior
(figura 1) de desaceleração e queda da
taxa de crescimento da economia brasileira.
Para a balança comercial a expectativa é de aumento para o superávit, US$
45,5 bilhões, este ano, e US$ 50 bilhões,
em 2017.
Expectativas Macroeconômicas
PIB (% ao ano)
Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$)
Taxa SELIC - fim de período (% ao ano)
IPCA (% ao ano)
Dívida líquida do setor público (% do PIB)
Produção industrial (% crescimento)
Saldo em conta corrente (US$ bilhões)
Investimento estrangeiro direto (US$ bilhões)
Balança comercial (US$ bilhões)
Fonte: Relatório Focus/Banco Central do Brasil (15/04/2016)
2016
-3,8
3,8
13,4
7,1
41,4
-5,8
-20,0
55,0
45,5
2017
0,2
4,0
12,3
5,9
46,4
0,7
-18,0
55,0
50,0
Câmbio (março/2016)
Para abril, espera-se uma desaceleração da depreciação do
Real frente ao dólar e ao euro. Em março foi observada a cotação de R$ 3,70 e R$4,13, respectivamente.
Na comparação mês a mês, o Real perdeu 18% do seu valor
em relação ao dólar e 21,4% em relação ao euro. Já a cotação
do dólar em relação ao euro foi de US$1,11 em março.
No ano houve valorização de 8,6% do dólar e 6,28% do euro.
Para a Consultoria o dólar deve fechar 2016 em R$3,70, o
euro e R$4,08 e a cotação dólar-euro em US$ 1,10.
Fonte: Banco Central do Brasil/ LCA Consultores (2015)
*A partir de abril de 2016 os dados são projeções calculadas pela LCA Consultores
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Balança Comercial (março/2016)
No primeiro trimestre de 2016 as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 20 bilhões,
crescimento de 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Balança comercial brasileira - acumulado janeiro a março
(US$ bilhões)
Com importações de US$ 3 bilhões, o superávit da
balança comercial brasileira foi de US$ 17 bilhões.
O agronegócio correspondeu a 49,4% do valor total
exportado pelo Brasil no período. O saldo do setor
foi duas vezes maior que o superávit da balança comercial geral, US$ 8,4 bilhões.
No primeiro trimestre de 2016, as exportações
do agronegócio brasileiro foram lideradas pelo
complexo soja (US$ 5,1 bilhão); carnes (US$ 3,2
bilhões); produtos florestais (US$ 2,6 bilhões); cereais, farinhas e preparações (US$ 2,2 bilhões); e
complexo sucroalcooleiro (US$ 2,2 bilhões). A soma
das exportações desses cinco principais setores foi
de US$ 15,3 bilhões ou 76% do total exportado em
produtos do agronegócio.
Fonte: Aliceweb (MDIC) Agrostat (MAPA)
Juros (abril/2016)
O Banco Central divulgou no início de abril, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) referente ao 1º
trimestre de 2016. As projeções para a inflação,
da autoridade monetária, sobretudo no cenário de
referência - com Selic e câmbio nominal estáveis –
estão bem próximos as simulações feitas pela LCA,
No cenário de referência, com a taxa Selic estável
em 14,25% e um R$/US$ travado em 3,70, as projeções do BC apontam elevação de 6,6% do IPCA em
2016, 4,9% em 2017. As estimativas da LCA indicavam 6,4% e 4,7%, respectivamente.A Consultoria
espera que a redução da taxa básica de juros ocorra
na última reunião do Copom deste ano, tendo continuidade ao longo de 2017.
Para a LCA Consultores a Taxa Selic deve fechar o
ano de 2016 em 14%, queda de 0,25 pontos percentuais em relação projeção do boletim de março.
Fonte: Banco Central do Brasil; LCA Consultores (2016)
*A partir de abril de 2016 os dados são projeções calculadas pela LCA Consultores
Produção Industrial (fevereiro/2016)
Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-IBGE),
a produção industrial brasileira recuou 9,7% em fevereiro, na comparação com o mesmo período em
2015. A indústria de transformação decresceu 9,5%
e a indústria extrativa 12,1%.
Mantendo a projeção apresentada no boletim de
março, a LCA Consultores projeta que a indústria
geral só voltará a crescer em dezembro de 2016.
Estima-se uma variação positiva de 0,3%, em comparação com o mesmo período de 2015.
Fonte: LCA Consultores (2015)
*A partir de março de 2016 os dados são projeções calculadas pela LCA Consultores
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Taxa de desocupação (fevereiro/2016)
Em fevereiro de 2016, a taxa de desemprego alcançou 8,2%, maior valor para o período nos últimos
seis anos. Nos primeiros dois meses de 2016 o desemprego cresceu 0,7 ponto percentual. Comparado com fevereiro de 2015, o desemprego cresceu
2,3 pontos percentuais, o que representa 39% de
aumento no desemprego.
Fonte: LCA Consultores (2015)
Produto Interno Bruto do Agronegócio
(janeiro/ 2016)
O PIB do agronegócio, calculado para janeiro de
2016, cresceu 0,47%, em relação a dezembro do
ano passado.
O desempenho do agronegócio em 2016 está relacionado ao crescimento de 0,7% do ramo agrícola, já que o ramo pecuário apresentou retração de
10,03%.
A renda do agronegócio brasileiro, estimada para
2016, é de R$ 1,36 trilhão, sendo R$ 931,2 bilhões
(68,5%) referentes ao ramo agrícola e R$ 427,5 bilhões (31,5%), ao pecuário, a preços de 2016.
Fonte: CNA; Cepea/USP (2016)
Bruno Barcelos Lucchi - Superintendência Técnica
NÚCLEO ECONÔMICO
Renato Conchon - Coordenador
Fernanda Schwantes - Assessora Técnica
Gabriela Coser Rivaldo - Assessora Técnica
Rafael Alberton - Assessor Técnico
Boletim Macroeconômico é elaborado pelo Núcleo
Econômico da Superintendência Técnica da CNA.
Reprodução permitida desde que citada a fonte
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL
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