vagner marangon - tcc

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS
CURSO DE AGRONOMIA
AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE
POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)
VAGNER MARANGON
Ijuí – RS
2015
1
VAGNER MARANGON
AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE
POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Agronomia –
Departamento de Estudos Agrários da
Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Prof. Msc. Osório Antônio Lucchese
Ijuí – RS
2015
2
VAGNER MARANGON
AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE
POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia – Departamento de
Estudos Agrários – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul, aprovado pela banca abaixo subscrita.
___________________________________________
Prof. Msc. Osório Antônio Lucchese
DEAg/UNIJUÍ – Orientador
___________________________________________
Eng. Agr. Cesar Oneide Sartori
Ijuí – RS, agosto de 2015
3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Roberto Antônio Marangon e Elaine
Marangon pelo apoio, amor e carinho sempre
dedicado em todos os momentos. Ao professor e
orientador Msc. Osório Antônio Lucchese, pela
orientação e ensinamentos transmitidos nessa
trajetória. Também dedico aos colegas e amigos que
contribuíram de maneira efetiva para a realização
desse trabalho.
A vocês minha gratidão e homenagem.
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida, pela
proteção e pelas forças concedidas para superar as
dificuldades encontradas durante esta trajetória.
Aos meus pais Roberto e Elaine, pelo apoio, carinho,
incentivo, exemplos de vida, os quais me ajudaram
muito nessa jornada.
Aos meus Irmãos, Anderson, pelas diferentes formas
de apoio, nas etapas desta caminhada.
Ao professor Msc. Osório Antônio Lucchese, pela
orientação, ensinamentos compartilhados durante a
realização deste trabalho, por ter acreditado que o
aluno que nunca tinha trabalhado com eucalipto iria
conseguir desenvolver a pesquisa a campo.
Aos colegas de curso e bolsistas que ajudaram nas
etapas da realização desse trabalho, desde o plantio
das parcelas até a montagem de algumas tabelas.
UM SINCERO MUITO OBRIGADO A TODOS.
5
AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE
POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)
RESUMO
A cultura do eucalipto é a base florestal para construção civil entre outras fontes de
matéria prima para as indústrias, por ser uma cultura que se adapta a vários
ambientes e possui um rápido crescimento, se diferenciando das demais culturas
utilizadas em reflorestamentos. Possui retorno econômico mais rápido e também
ajuda a diminuir o desmatamento de áreas de preservação permanente. O processo
de implantação de povoamentos de eucalipto constitui-se em aspecto chave para o
início de um sistema de cultivo qualificado, resultando em rendimentos finais
superiores. O presente trabalho tem por objetivo avaliar aspectos técnicos e
econômicos na implantação de povoamento de Euclyptus grandis, avaliando o
povoamento durante os primeiros 206 dias a partir do plantio. O estudo foi realizado
na área experimental do IRDeR, pertencente ao Departamento de Estudos Agrários
(DEAg) da UNIJUÍ. O povoamento avaliado foi dividido em quatro áreas espaçadas
3,0m entre plantas e filas, cada uma com 2500 m2 e com 278 plantas, onde foram
avaliadas 11% desta população totalizando 30 plantas por área ou 120 plantas no
povoamento. As plantas foram selecionadas aleatoriamente dentro de cada área,
sendo avaliadas o seu desenvolvimento mensalmente, onde foram avaliadas a altura
da planta e o diâmetro do colo da planta a uma altura de 8 cm do solo. Também
foram observadas a ação negativa de pragas (formigas) e plantas daninhas
(corriolas), quantificando estes danos a cada medição realizada, avaliando o nível de
danos que as plantas suportam. Ao final dos 206 dias também se quantificou os
dados econômicos produzindo um custo por muda de eucalipto com a quantificação
dos custos de mão de obra e insumos utilizados. Observou-se que os dados médios
finais de 120 plantas avaliadas, atingiram uma altura de 169 cm de altura e 24 mm
de diâmetro de colo. A mortalidade média de plantas chegou a 25%, sendo
motivados, especialmente, pelo ataque de formigas e a concorrência promovida pela
corriola (Ipomoea cairica) e replantio, onde formigas contribuíram com 60%, corriola
20% e replantio 20%.
Palavras-chave: Eucaliptos. Dados Técnicos e Econômicos. Formiga e Corriola.
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Exigências climáticas ajustadas para Eucalyptus grandis ......................... 14
Tabela 2: Condições climáticas observadas durante 206 dias, após a implantação
do povoamento de eucalipto a campo na estação meteorológica do IRDeR
distante a 1000 metros do povoamento (DEAg/UNIJUÍ, 2015) .................................. 37
Tabela 3: Análise de solo das quatro áreas (DEAg/UNIJUÍ, 2015)............................ 38
Tabela 4: Interpretação dos resultados da análise de solo, das quatro áreas de
estudo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ..................................................................................... 38
Tabela 5: Porcentual de sobrevivência e mortalidade avaliadas em povoamento
de Eucalyptus grandis, observadas em sete avaliações durante um período de
206 dias após o plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ............................................. 40
Tabela 6: Danos de formiga e corriola em um povoamento de E. grandis num
período de 206 dias após sua implantação a campo, apenas plantas que foram
atacadas estão listadas abaixo, nesta tabela estão listadas as quatro áreas
respectivamente (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ...................................................................... 41
Tabela 7: Custos de mão de obra e insumos, num período de 206 dias após a
implantação das mudas a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ............................................ 44
Tabela 8: Percentual de participação das diferentes práticas realizadas sobre o
custo total de implantação do povoamento de (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ........................ 45
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Declividade de 7% observada no terreno no sentido oeste/leste (A),
declividade de 8,5% observada no terreno no sentido sul/norte (B), divisão da
área em quatro partes (C) (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ....................................................... 29
Figura 2: Taxa de desfolha resultante do ataque de formigas onde observa-se os
danos baixo (A), médio (B) e alto (C) de desfolha, ocasionado pela formiga
(DEAg/UNIJUÍ, 2015) ................................................................................................. 32
Figura 3: Taxa de abafamento resultante da competição por corriola onde
observa-se os danos baixo (A), médio (B) e alto (C), ocasionado pela corriola
(DEAg/UNIJUÍ, 2015) ................................................................................................. 33
Figura 4: Crescimento em diâmetro (mm) do colo da planta, medidos a 8 cm do
chão, em plantas de um povoamento de E. grandis, em sete avaliações efetuadas
durante um período de 206 dias após o seu plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) . 34
Figura 5: Altura de plantas (cm) em um povoamento de E. grandis, em sete
avaliações efetuadas durante um período de 206 dias após o seu plantio a campo
(DEAg/UNIJUÍ, 2015) ................................................................................................. 35
Figura 6: Temperaturas médias das mínimas e máximas de cada mês obtidas
durante a implantação do povoamento de eucalipto a campo (DEAg/UNIJUÍ,
2015) .......................................................................................................................... 36
Figura 7: Precipitações mensais observadas durante a fase de implantação do
povoamento de eucalipto a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ......................................... 37
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 10
1.1 IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE EUCALIPTO NO BRASIL .............................. 10
1.2 CARACTERIZAÇÃO DO GÊNERO EUCALYPTUS ............................................. 11
1.2.1 Eucalyptus grandis ......................................................................................... 13
1.3 IMPLANTAÇÃO DE POVOAMENTO DE EUCALIPTO ........................................ 14
1.4 ESPAÇAMENTO .................................................................................................. 15
1.5 AMOSTRAGEM DE SOLO................................................................................... 16
1.6 PREPARO DO SOLO........................................................................................... 17
1.7 RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM ................................................................... 18
1.8 ADUBAÇÃO DE BASE ......................................................................................... 18
1.9 ADUBAÇÃO DE PLANTIO ................................................................................... 19
1.10 QUALIDADE DA MUDA ..................................................................................... 20
1.11 PLANTIO ............................................................................................................ 21
1.12 REPLANTIO ....................................................................................................... 21
1.13 MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS ............................................................... 22
1.14 FORMIGA........................................................................................................... 23
1.14.1 Métodos de Controle ..................................................................................... 24
1.15 ASPECTOS ECONÔMICOS DA IMPLANTAÇÃO DE EUCALIPTO .................. 25
2 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 27
2.1 LOCAL DE ESTUDO ............................................................................................ 27
2.2 HISTÓRICO DA ÁREA ......................................................................................... 27
2.3 IMPLANTAÇÃO DA ÁREA AVALIADA ................................................................ 28
2.4 TABULAÇÕES E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................... 33
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 34
3.1 CRESCIMENTO DAS MUDAS ............................................................................. 34
3.2 ANÁLISES DE SOBREVIVÊNCIA E DOS DANOS NAS PLANTAS .................... 40
3.3 RESULTADOS ECONÔMICOS ........................................................................... 44
3.4 RECOMENDAÇÃO DE PLANTIO ........................................................................ 46
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 50
9
INTRODUÇÃO
O cultivo de eucalipto objetiva garantir o suprimento de matéria-prima
florestal para usos múltiplos, tais como: produção de celulose, fonte de carvão
vegetal para gerar energia e de madeira sólida usada em móveis, pisos,
revestimentos e outras aplicações na construção civil.
A cultura do eucalipto é a base florestal para construção civil entre outras
fontes de matéria prima para as indústrias, por ser uma cultura que se adapta a
vários ambientes e possui um rápido crescimento, se diferenciando das demais
culturas utilizadas em reflorestamentos, possuindo um retorno econômico mais
rápido, e também auxiliando na diminuição do desmatamento de áreas de
preservação permanente.
Na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul existem condições
naturais favoráveis para a produção de várias espécies de Eucalyptus, as quais
representam uma alternativa econômica para a diversificação da propriedade e fonte
de renda para os agricultores. Há várias espécies que poderiam ser plantadas na
região noroeste do Rio Grande do Sul, mas se destacam três espécies: Eucalyptus
dunnii, E. grandis, E. saligna.
Este trabalho teve por objetivo realizar uma análise técnica e econômica das
atividades de implantação de povoamento de eucalipto, nos primeiros 206 dias a
partir do plantio, quantificando os danos por formigas e plantas daninhas
competidoras.
10
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Em 2012, a área ocupada por plantios florestais de Eucalyptus e Pinus no
Brasil totalizou 6.664.812 ha, sendo 76,6% correspondente à área de plantios de
Eucalyptus e 23,4% aos plantios de Pinus. A área de plantios de Eucalyptus
totalizou 5.102.030 ha, representando crescimento de 4,5% (228.078 ha) frente ao
indicador de 2011. O principal fator que alavancou esse crescimento foi o
estabelecimento de novos plantios frente à demanda futura dos projetos industriais
do segmento de Papel e Celulose (ABRAF, 2013).
Também pode ser observado um acréscimo de áreas plantadas com outras
espécies florestais que não as tradicionalmente implantadas no país (Eucalyptus
spp. e Pinus spp.). O crescimento percentual desses florestamentos foi de 60% entre
2005 e 2012, saindo de pouco mais de 300 mil hectares para 520 mil hectares
(ABRAF, 2013).
No Brasil, 100% da produção de celulose e papel têm como origem florestas
plantadas de eucalipto e pinus. Nessas florestas, as árvores são cultivadas em áreas
específicas, com insumos de alta qualidade, e, depois, colhidas para uso industrial.
Em seguida, nova floresta é plantada perpetuando o ciclo plantio/colheita, segundo
dados da associação brasileira de celulose e papel (BRACELPA, 2013).
1.1 IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE EUCALIPTO NO BRASIL
O eucalipto é uma planta originária da Austrália, onde existem mais de 600
espécies. A partir do início do século 20, o eucalipto teve seu plantio intensificado no
Brasil, sendo usado durante algum tempo nas ferrovias, como dormentes e lenha
para as locomotivas e mais tarde como poste para eletrificação das linhas
(MARCHIORI; SOBRAL, 1997).
A partir da década de 1980, questões relativas às mudanças climáticas, ao
aquecimento global e ao efeito-estufa passaram a serem destaques como ameaças
ambientais que colocam em risco a sobrevivência dos seres humanos. Tais
questões ganharam importância mundial (SILVA et al., 2008). O Brasil passa à
beneficiar-se e assumir posição privilegiada perante os países que buscam reverter
o processo de mudança climática, tanto do ponto de vista de reduções das emissões
quanto em projetos de sequestro de carbono, principalmente com implantação de
11
florestas de eucalipto utilizando tecnologias que o difere dos demais países
(ROCHA, 2002).
O gênero Eucalyptus tem sido muito utilizado e a sua produção tem atendido
os setores da indústria de celulose, papel e madeira processada. Por exemplo, o
carvão vegetal, originado de eucaliptos, pode substituir o óleo combustível em
caldeiras. A utilização do eucalipto para serraria ainda é incipiente no Brasil, devido
à exploração (muitas vezes ilegal) de madeira de espécies nativas da Amazônia, por
exemplo. Com as novas exigências do mercado consumidor, preocupado com a
produção sustentada e a manutenção de florestas nativas, o consumo dos produtos
florestais procedentes de florestas plantadas tem aumentado (FREITAG, 2007).
Para atender à demanda mundial de papel, a indústria de celulose vem
obtendo incrementos expressivos de produção, o que faz que haja aumento da
demanda de matéria-prima (ARRUDA et al., 2011). A necessidade de aumento de
produção tem feito que as empresas do setor busquem alternativas de manejo que
aumentem a produtividade florestal (ALMEIDA, 2008).
A alta produtividade de volume de madeira do eucalipto também oferece a
vantagem de contribuir para o alívio da demanda crescente de madeira, favorecendo
a preservação das florestas nativas remanescentes (MARCHIORI; SOBRAL, 1997).
Outro aspecto abordado no Brasil são os florestamentos com eucalipto, os
quais apresentam viabilidade técnica e econômica, mostrando-se muito promissoras
(SOARES et al., 2003). Essa espécie pode ampliar significativamente sua
participação na composição da renda agropecuária, com vantagens adicionais sob a
visão social e ambiental (CORDEIRO et al., 2010).
1.2 CARACTERIZAÇÃO DO GÊNERO EUCALYPTUS
O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae, apresentando cerca de
600 espécies, muitas variedades e híbridos. Possui grande potencial para a indústria
da madeira, devido ao seu rápido crescimento, a boa adaptação às condições
ambientais brasileiras e à produção de madeira de boas propriedades físicas e
mecânicas. Podendo ser produzidas a baixos custos, as madeiras de cores
agradáveis contribuem para destacar e valorizar algumas espécies desse gênero
(ANDRADE, 1961; LIMA et al., 2006).
12
No Brasil, o Eucalyptus sp. foi introduzido por D. Pedro I, em 1825, que
plantou mudas das espécies E. robusta e E. tereticornis no Jardim Botânico do Rio
de Janeiro (MOURA et al., 1980).
No início do século XX, Navarro de Andrade introduziu o eucalipto no estado
de São Paulo, com o objetivo principal de produzir lenha para as locomotivas da
Companhia Paulista de Estradas de Ferro (FEPASA). Com o passar do tempo, a
madeira de eucalipto, foi sendo destinada para outras finalidades, mas
principalmente para a produção da pasta celulósica (OLIVEIRA et al., 2008).
Em território brasileiro, o eucalipto encontrou ótimas condições de clima e
solo para se desenvolver, com um índice de produtividade maior que nos demais
países. Pode ser cultivado em terrenos de baixa fertilidade natural, não exige muitos
nutrientes e defensivos agrícolas em comparação com outras culturas (BRACELPA,
2011).
As características da madeira do eucalipto o tornam indicado para diferentes
usos, entre as quais se destacam a laminação, a movelaria, as estruturas, a
caixotaria, os postes, as escoras, os mourões e o carvão, sendo o Eucalyptus
grandis, E. urophylla, E. saligna, E. tereticornis, E. globulus, E. viminalis as espécies
mais plantadas no mundo (ALZATE, 2004).
O eucalipto é muito utilizado na indústria moveleira, a literatura reporta
algumas características das árvores de eucalipto, como tronco retilíneo, desrama
natural e formação de madeira com variações de densidade, textura e coloração
para a aplicação neste segmento (CALORI; KIKUTI, 1997). A madeira de eucalipto
utilizada na fabricação de móveis apresenta, de modo geral, características
tecnológicas consideradas inapropriadas considerando que provêm de plantações
florestais destinadas à indústria de celulose, chapas, carvão, etc. (LIMA, 2005).
A elevada utilização do eucalipto nos florestamentos ocorre devido a sua
diversidade de espécies, adaptabilidade em várias regiões e climas e seu potencial
de produção, pois contribui para diminuir a pressão do desmatamento das áreas de
preservação e reservas legais de matas nativas e também auxilia na captura de
dióxido de carbono na atmosfera, diminuindo o efeito estufa (GARAY et al., 2004).
Um fator relevante a ser considerado é o benefício gerado por florestas
plantadas de eucalipto ao meio ambiente, auxiliando na recuperação de terras
degradadas. Dentre os principais atributos ambientais de áreas reflorestadas com
esta cultura destacam-se: sequestro de carbono, reduz as ações erosivas de solo,
13
transfere nutrientes das camadas mais profundas do solo para as mais superficiais,
gera excelente camada de material orgânico que preserva a umidade do solo, reduz
a temperatura do microclima, e a maior relevância, reduz o desmatamento de áreas
nativas (EMBRAPA FLORESTAS, 2003).
1.2.1 Eucalyptus grandis
O E. grandis é uma das principais espécies florestais plantadas no Estado
do Rio Grande do Sul, sendo responsável por grande parte do sucesso da atividade
florestal brasileira, principalmente nos setores ligados a produção de papel e
celulose (EMBRAPA, 2003).
Por ser a espécie de mais rápido crescimento e atualmente a de maior
importância nos programas de florestamento, estudos e observações indicam o E.
grandis como de grande potencialidade para as indústrias de processamento
mecânico (AGUIAR, 1986). Se destaca pelo rápido crescimento, desde que sob
condições
ambientais
adequadas,
proporciona
um
insuperável
incremento
volumétrico, boa forma de fuste, boa desrama natural, pequena quantidade de
casca, elevado porcentual de cerne e madeira apropriada para múltiplos usos (DEL
QUIQUI et al., 2001).
Uma das características mais marcantes da espécie é possuir rápido
crescimento, porém; como os programas de melhoramento para qualidade de
madeira visando à serraria são recentes, é relativamente comum o surgimento de
defeitos no aproveitamento de toras para conversão em tábuas, principalmente na
forma de rachaduras, ocasionando perdas na qualidade das peças serradas e menor
rendimento (PALUDZYSZYN et al., 2006).
E. grandis deve ser plantado em áreas livres de geadas e de períodos de
seca muito prolongados, sendo suscetível a doenças foliares e do tronco, além de
apresentar defeitos na madeira serrada (PALUDZYSZYN et al., 2006).
As exigências climáticas para E. grandis foram ajustadas em função da
região de ocorrência, resultados de pesquisa e plantios em várias partes do mundo.
Vale ressaltar a alta suscetibilidade ao frio dessa espécie. Em regiões sujeitas a
geadas
de
forte
intensidade
(PALUDZYSZYN et al., 2006).
(-6ºC)
E.
grandis
não
deve
ser
plantado
14
Tabela 1: Exigências climáticas ajustadas para Eucalyptus grandis
Parâmetros bioclimáticos
Precipitação média anual (mm)
Número de meses sem chuvas
Temperatura média das máximas do mês mais quente
Temperatura média das mínimas do mês mais frio
Temperatura média anual
Fonte: Jovanovic e Booth (2002).
Indicadores
Mínimo
900
0
22°C
0°C
12°C
Máximo
3.730
5
34°C
16°C
25°C
A espécie se desenvolve em solos com boa capacidade, de retenção de
água, bem drenados, profundos e argilosos, de origem aluvial ou vulcânica
(BOLAND et al., 1984). E. grandis não suporta períodos prolongados de seca como
os predominantes no Centro-Oeste do Brasil, nem solos com baixa retenção de
umidade, como os francamente arenosos. Plantações efetuadas em neossolos
quartzarênicos, têm produtividade limitada, muito abaixo do potencial da espécie
(PALUDZYSZYN et al., 2006).
Segundo FAO (1981), o Eucalyptus grandis, prefere solos profundos, de boa
drenagem e se comporta melhor em solos férteis e franco argilosos.
1.3 IMPLANTAÇÃO DE POVOAMENTO DE EUCALIPTO
Em comparação às demais culturas agrícolas, as culturas florestais são
conhecidas pelo longo prazo entre os investimentos iniciais e as receitas futuras. Isto
gera uma preocupação maior com o crescimento do povoamento e a produção, pois
é deles que depende a viabilidade econômica do investimento (GUIMARÃES, 1994).
O manejo florestal nesse ponto é de grande importância para atingir o retorno
esperado.
O crescimento de uma árvore é influenciado pela interação entre o fator
genético com o meio ambiente, no qual estão incluídas as variáveis climáticas, o
solo, topografia e a competição com outros seres vivos presentes no local (SELLE et
al., 1994). A interação entre esses fatores em relação à produção de madeira ou
outro tipo de produto denominada como capacidade produtiva, que junto com a
idade, o grau de utilização do potencial produtivo do lugar e tratamentos
silviculturais, interfere no crescimento e produção de um povoamento florestal
(CAMPOS; LEITE, 2013).
15
Para um plano de manejo florestal ser bem sucedido é necessário o
desenvolvimento e aplicação de métodos quantitativos, além de conhecimentos
ecofisiológicos (CAMPOS; LEITE, 2013). A classificação das terras é importante
para elaboração desse plano. Esta classificação inclui o mapeamento da capacidade
produtiva, que pode ser feita por métodos diretos, indiretos ou por uma combinação
desses métodos.
Para a implantação de reflorestamento de eucalipto, é muito importante a
escolha da espécie que se adapte ao local e aos objetivos pretendidos, como por
exemplo, para lenha e carvão são utilizadas espécies que geram grande quantidade
de madeira em prazo curto como Eucaliptus grandis, E. urophylla, E. torilliana; para
a produção de papel e celulose utiliza-se espécies que apresentem cerne branco e
macio como E. grandis, E. saligna, E. urophylla (MARCHIORI; SOBRAL, 1997). Já,
para postes, moirões, dormentes e estacas, as espécies com cerne duro (para
resistir às intempéries) como E. citriodora, E. robusta, E. globulus são as mais
indicadas e, para a serraria, as espécies de madeira firme, em que não ocorram
rachaduras como o E. dunnii, E. viminalis, E. grandis são os atualmente mais
indicados (PAIVA et al., 2001).
1.4 ESPAÇAMENTO
A escolha do espaçamento a ser utilizado na implantação de plantios
florestais tem uma grande importância no planejamento, isso porque o espaçamento
vai influenciar a taxa de crescimento das árvores, a qualidade da madeira, a idade
de corte, as práticas de implementação, de manejo e de exploração e,
consequentemente, os custos de todo o processo (MORAIS, 2006).
A escolha do espaçamento tem como objetivo inicial proporcionar para cada
árvore o espaço suficiente para se obter o crescimento máximo com melhor
qualidade e menor custo. Durante a fase inicial de crescimento, a demanda de uma
planta é, principalmente, por umidade e calor. Se estes elementos estão em
quantidade adequada, qualquer sítio é capaz de suportar o crescimento inicial de um
povoamento, mesmo com alta densidade. Entretanto, após alguns anos de
crescimento, há um aumento na demanda e as árvores entram em competição por
água, nutrientes, luz e pelo espaço para crescimento da copa e sistema radicular
(CHIES, 2005).
16
O uso final da madeira deve ser considerado quando for fazer uma
recomendação de qual espaçamento a ser usado, além disso, a qualidade do sítio,
as características da espécie, os objetivos de plantio e as condições de mercado,
junto com os tratos silviculturais e os equipamentos disponíveis, os métodos de
colheita e outros produtos (BOTELHO, 1998).
A escolha do espaçamento a ser adotado deve ser selecionada em função
do produto florestal desejado, uma vez que, em espaçmentos mais amplos, a
produção de matéria seca da parte aérea e, em especial, da madeira por árvore, é
elevada em razão de seu maior crescimento em diâmetro, enquanto que em
espaçamentos mais reduzidos ocorre maior produção de biomassa por unidade de
área, em razão de ter um maior número de plantas. Em espaçamentos de 6, 9, 12 e
15 m² em arranjos de 3,0 x 2,0m; 3,0 x 3,0m; 3,0 x 4,0m e 3,0 x 5,0m encontrou-se
que a produção de madeira teve uma resposta linear positiva para a variável área útil
por planta, sendo considerado, neste caso, o espaçamento de 15 m² como o que
proporcionou maior produção de matéria seca da parte aérea (OLIVEIRA NETO et
al., 2003).
O espaçamento inicial tem um impacto muito maior no diâmetro do que na
altura. Plantios com espaçamentos menos densos produzem árvores com DAP
maior, mas com altura similar à das árvores com espaçamentos reduzidos (SMITH;
STRUB, 1991).
Experimentos evidenciaram uma tendência de aumento de crescimento em
altura à medida que se reduz o espaçamento, ou seja, em espaçamentos mais
densos (BOTELHO, 1998). A competição entre as plantas em busca de luz é muito
mais intensa em espaçamentos menores, estimulando assim o crescimento em
altura (PATIÑO-VALERA, 1986).
1.5 AMOSTRAGEM DE SOLO
Para se realizar a amostragem de solo, seguem-se os mesmos principias
básicos definidos para as culturas agrícolas. A camada de solo que tem mostrado
teores de nutrientes mais relacionados com o crescimento das árvores é a 0-20 cm
(GONÇALVES, 1990). As plantas arbóreas têm um sistema radicular profundo, mas
as raízes ativas e responsáveis pela absorção de aproximadamente 80% dos
nutrientes localizam-se até 15 cm de profundidade. As raízes profundas são
17
importantes para a sustentação da estrutura arbórea e para a absorção de água.
(ROLAS, 2004).
A amostragem de solo é o procedimento de coletar amostra de terra, de
modo que essa amostra seja a mais representativa do terreno onde vai ser
implantada a cultura, sendo a etapa inicial de um programa adequado para correção
do solo e adubação das plantas. Nunca é demais lembrar que, por melhor que seja a
análise química, ela não pode corrigir falhas na retirada da amostra ou na sua
representatividade (RAIJ et al., 1996).
1.6 PREPARO DO SOLO
No setor florestal, desde o início da década de 1980, o preparo do solo para
o plantio de eucalipto é considerado um fator primordial para o bom desenvolvimento
das mudas e a uniformidade da produção do povoamento (GONÇALVES et al.,
2000).
O efeito do preparo do solo é resultado do tipo de implemento, forma e
intensidade de seu uso (GONÇALVES et al., 2000). Dessa forma, o melhor manejo é
aquele que apresenta interferência mínima e que deixe a maior quantidade de
resíduos vegetais sobre a superfície do solo. No entanto, nenhum implemento
promove melhorias na estrutura, somente com a atividade biológica de organismos
do solo ou a ação do sistema radicular das plantas isso poderá ser alcançado.
Assim, o grande desafio do manejo do solo consiste em identificar o equilíbrio entre
estratégias e métodos silviculturais que mantenham ou elevam a produtividade a
longo prazo, sem ou com mínimos impactos negativos ao ambiente (PREVEDELLO,
2008).
A qualidade física do solo diz respeito à capacidade do mesmo em promover
ao sistema radicular das plantas condições favorável ao crescimento e
desenvolvimento (NEVES JUNIOR, 2005). Os principais fatores físicos de
crescimento são: a disponibilidade de água e ar, temperatura e resistência que o
solo oferece à penetração das raízes (FORSYTHE, 1967). O teor de água no solo
controla a aeração, a temperatura e a impedância mecânica, os quais são afetados
pela densidade do solo e distribuição do tamanho de poros. Esses fatores juntos
interagem e regulam o crescimento e funcionalidade das raízes refletindo
diretamente na produtividade dos cultivos (REICHERT et al., 2003).
18
O preparo do solo na silvicultura melhora as condições para o
estabelecimento das plantas e o crescimento inicial e aumenta a produtividade
florestal (PREVEDELLO, 2008). O sistema de cultivo mínimo, o qual utiliza
implementos de hastes, como escarificadores, atua na descompactação do solo e
resulta em superfícies mais rugosas, o qual mantém ou eleva o nível de fertilidade
do solo (KOCHHANN; DENARDIN, 2000). Com a redução do revolvimento nas
camadas, a estrutura é pouco afetada, mantendo as condições de porosidade e
capilaridade, fatores essenciais ao crescimento radicular e aos processos de
transferência de água e nutrientes no solo e, além disso, maiores quantidades de
resíduos ficam depositados sobre a superfície ou parcialmente incorporados
(DENARDIN, 1987).
A escarificação rompe as camadas compactadas do solo até uma
profundidade de 0,30 m. Esse processo, gera benefícios imediatos por reduzir a
densidade do solo o que, por sua vez, reduz a resistência à penetração, aumenta o
volume de macroporos, melhora a aeração e a drenagem interna do solo, resultando
em infiltração mais rápida da água e consequentemente, diminui o escoamento
superficial (TAYLOR; BELTRAME,1980).
1.7 RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM
A calagem é prática obrigatória, apesar do eucalipto ser tolerante à acidez e
ao alumínio. O calcário é necessário devido à exigência em cálcio e magnésio da
cultura. Dessa forma, recomenda-se aplicação de calcário dolomítico (SILVEIRA et
al., 2001).
A calagem é recomendada quando o solo for muito ácido (pH < 5,0) ou
quando apresentar teores baixos de Ca e de Mg. O objetivo é elevar o pH do solo a
5,5 e a saturação por bases a 65% (ROLAS, 2004).
1.8 ADUBAÇÃO DE BASE
A aplicação de cada nutriente deve ser realizada com base no teor dos
nutrientes já disponíveis no solo, que é facilmente identificado através da análise do
solo (WILCKEN, 2008).
19
A adubação é uma prática que visa suprir as demandas nutricionais das
plantas, na busca por maior produção. No Brasil, as maiores limitações nutricionais
têm sido observadas quanto ao elemento P (fósforo). Contudo, o aumento do
número de rotações, leva à demanda por outros nutrientes (BARROS et al., 2000).
No caso do eucalipto, entre 70-80% da exigência nutricional das árvores, ocorrem na
fase inicial de desenvolvimento da cultura (SANTANA et al., 1999), sendo, portanto,
a fase inicial, o período indicado para a aplicação dos fertilizantes.
Para o plantio de áreas florestais, a adubação é realizada em momentos
distintos durante a produção da floresta, dividida em três ou quatro aplicações até os
24 meses de plantio (GONÇALVES, 2006). Após este período, ocorre o fechamento
das copas, iniciando a ciclagem de nutrientes.
Após a determinação da quantidade necessária de cada nutriente a ser
aplicado na adubação de plantio, deve-se buscar o adubo formulado que melhor
atenda as proporções desses nutrientes. A fórmula mais utilizada em plantios de
eucalipto é o 06-30-06, com doses variando de 100 a 150 g/muda. Para os adubos
formulados pode-se fazer aplicação mecanizada, em filete continuo ou manualmente
em coveta lateral (WILCKEN, 2008).
1.9 ADUBAÇÃO DE PLANTIO
Pode ser feita na cova ou no sulco de plantio. No primeiro caso, o adubo
deve ser colocado no fundo da cova antes do plantio, bem misturado com a terra
para evitar danos à raiz das mudas. No segundo caso, o adubo é distribuído no
fundo do sulco de plantio, aberto pelo sulcador. (ROLAS, 2004)
Embora não seja uma prática comum, a adubação de cobertura é indicada,
pois ela complementa a adubação de plantio. No caso de não ser feita a adubação
de cobertura, as quantidades recomendadas para plantio e cobertura devem ser
aplicadas no plantio. A adubação de cobertura é feita entre três e seis meses após o
plantio. O adubo é distribuído ao lado das plantas, em faixas ou em coroamento.
Após a aplicação é recomendado cobri-lo com terra (ROLAS, 2004).
A adubação de reposição é feita após o corte e a retirada de madeira por
ocasião do desbaste, dependendo do manejo (ROLAS, 2004).
20
1.10 QUALIDADE DA MUDA
Os atributos necessários para o sucesso no plantio de mudas têm sido
denominados “qualidade de muda” (FONSECA et al., 2002). Vários fatores afetam a
qualidade das mudas, dentre eles, a qualidade da semente, tipo de recipiente,
substrato, adubação e manejo das mudas (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006).
Para que se obtenha retorno financeiro com o cultivo de eucalipto, a
formação de mudas vigorosas, que passa pelo processo de germinação ou
enraizamento, fase de crescimento e de rustificação é essencial, sendo que a fase
de rustificação é de grande importância para a adaptação das mudas a campo
(SILVA, 2003).
Uma forma de se obter mudas de boa qualidade é utilização de irrigação em
viveiros, sendo que essa técnica tem comprovada eficiência, propiciando altas taxas
de sobrevivência das mesmas, minimizando as perdas de mudas a campo (PAIVA et
al., 2001).
Os problemas relacionados com a produção das mudas, ainda no viveiro,
têm sido uma das principais causas da sua mortalidade no campo nos primeiros
anos da implantação, podendo representar 15% nos dois primeiros anos e 20% até
os sete anos (FREITAS; KLEIN, 1993).
Mudas de boa qualidade apresentam maior potencial de sobrevivência e de
crescimento após o plantio, muitas vezes dispensando o replantio e reduzindo a
demanda por tratos culturais. Uma muda de boa qualidade deve ser vigorosa, com
folhas de tamanho e coloração típica da espécie e em bom estado fitossanitário e
nutricional (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006).
Plantio de mudas com alto padrão de qualidade garante altos índices de
sobrevivência e bom desenvolvimento inicial após plantio, reduzindo dessa forma, a
necessidade de limpezas em povoamentos recém-implantados (CARNEIRO, 1995).
Vários fatores afetam a qualidade de mudas, como o potencial genético,
nutrição, controle fitossanitário, clima, substrato, luz, temperatura, recipiente,
aclimatação, água, fertilização e densidade, entre outros (DAVIDE; FARIA, 2008;
HOPPE; BRUN, 2004).
Um dos objetivos de plantio de eucalipto para subsistência ou para fins
comerciais é a obtenção de altas produtividades de forma sustentável. Para isto, é
necessário utilizar tratos silviculturais ideais, durante a fase de produção de mudas,
21
para que se possa adquirir mudas de boa qualidade que irão garantir uma boa
implantação e um bom desenvolvimento no campo (MUNGUAMBE, 2012)
1.11 PLANTIO
O plantio propriamente dito envolve cuidados muito importantes que
definirão o sucesso da futura floresta. Portanto, torna-se necessário a adoção de um
conjunto de medidas, destinadas a favorecer o crescimento inicial das plantas no
campo. Para o sucesso do plantio, é importante que o solo esteja úmido e que a
operação seja realizada em dias chuvosos. Algumas recomendações muito
importantes para o plantio (SILVA, 2011):
- fazer o plantio sempre em dias chuvosos ou nublados;
- molhar bem as mudas antes do plantio;
- procurar concentrar o maior número de pessoas nos dias de plantio;
- levar para o local de plantio apenas a quantidade de mudas suficiente
para a atividade do dia;
- retirar, com cuidado, os recipientes, sejam eles sacos plásticos ou
tubetes;
- encher totalmente a cova com terra e plantar a muda, tomando-se
cuidado de não enterrar a parte aérea ou superior à região do coleto;
- pressionar um pouco a terra ao lado da muda, para afirmá-la.
1.12 REPLANTIO
Geralmente, a sobrevivência das mudas não é completa, podendo ocorrer
falhas. Cerca de trinta a quarenta dias após o plantio, recomenda-se percorrer a
área e avaliar a porcentagem de falhas. Se tal porcentagem exceder a 5%, deve-se
utilizar o replantio e fazer a reposição das mudas, mantendo a população original
(SILVA, 2011).
Em eucalipto, a experiência tem demonstrado que o replantio após 15 dias é
improdutivo, visto que estas plantas não conseguem mais acompanhar as do plantio,
tornando-se na maioria, dominadas (DANIEL, 2006).
22
Se a causa da mortalidade for praga, deve-se procurar controlá-la antes do
replantio. Se for doença, deve-se fazer o replantio um pouco mais distante da cova
afetada (SIQUEIRA et al., 2010).
Os mesmos tratos culturais para o plantio devem ser seguidos também para
o replantio. O período estipulado para o replantio não deve ser ultrapassado, pois,
caso
ocorra,
as
mudas
transplantadas
possivelmente
serão
sombreadas,
prejudicando seu desenvolvimento (SIQUEIRA et al., 2010).
1.13 MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS
Quando se conceitua plantas daninhas, diversos são os termos utilizados,
porém com significados semelhantes, o que pode gerar confusões e controvérsias
de conceitos. Termos como plantas invasoras, ervas más, plantas daninhas, plantas
silvestres, plantas ruderais, mato, entre outros tem sido utilizados indiferentemente
(LORENZI, 2000).
As plantas daninhas podem ser classificadas como comuns ou verdadeiras.
Verdadeiras são aquelas que sobrevivem em condições adversas através de
dormência
e
germinação
desuniforme.
Além
disso,
não
são
melhoradas
geneticamente, são rústicas ao ataque de pragas e doenças, produzem grande
número de sementes por planta (FERREIRA et al., 2010). Por sua vez, plantas
daninhas comuns são aquelas que não apresentam esta capacidade de sobreviver
em condições adversas (OLIVEIRA JR. et al., 2011).
A competição pode ser de uma comunidade de plantas sobre a outra, ou de
um indivíduo sobre outro. Além disso, pode ser entre espécies diferentes,
caracterizando a competição interespecífica, ou entre indivíduos da mesma espécie,
competição intraespecífica (DEUBER, 1992).
A cultura do eucalipto manifesta alta sensibilidade à competição com as
plantas daninhas, especialmente na fase de implantação dos cultivos, até cerca de
dois anos após o transplante da muda (TOLEDO et al., 2003), particularmente com
espécies de rápido crescimento, como as gramíneas (SILVA, 1993).
Diversos são os métodos de controle de plantas daninhas. Tais métodos
podem ser usados isoladamente ou em conjunto e a escolha depende da relação
custo e eficiência para cada situação. O manejo integrado de plantas daninhas visa
23
à interação das práticas culturais, objetivando redução de custos e eficiência no
controle (OLIVEIRA JR. et al., 2011).
O controle preventivo visa precaver a introdução, estabelecimento e
disseminação de plantas daninhas em áreas destinadas às culturas onde não há
infestação de tais espécies. Práticas como o uso de sementes certificadas, limpeza
do maquinário agrícola/florestal, mudas isentas de plantas daninhas ou de sementes
das mesmas dificultam a entrada de espécies daninhas na área (SILVA; SILVA,
2007).
O controle mecânico consiste no emprego do controle manual, capina anual,
cultivo mecanizado (OLIVEIRA JR. et al., 2011) e roçada (SILVA; SILVA, 2007) .
A capina manual é amplamente utilizada na silvicultura, principalmente em
áreas montanhosas e áreas de pequenos produtores. Apesar de apresentar alta
eficiência, em larga escala torna-se economicamente inviável (FERREIRA et al.,
2010).
O controle químico consiste no uso de produtos químicos, herbicidas, que
em concentrações adequadas, retardam ou inibem significativamente o crescimento
das plantas daninhas, ainda podendo levá-las à morte (OLIVEIRA JR. et al., 2011;
FERREIRA et al., 2010).
Tal método pode ser utilizado em períodos chuvosos; permite que a
cobertura morta se mantenha por mais tempo sobre o solo, aumentando o período
de controle; apresenta baixo custo; alta eficiência; não causa danos ao sistema
radicular das plantas de eucalipto, facilita as operações silviculturais e diminui riscos
de erosão. Tornando-se assim, um dos métodos mais empregados no setor florestal.
Porém, necessita de mão de obra especializada e não pode ser o único método de
manejo de plantas daninhas, pois quando usado de forma inadequada, pode causar
desequilíbrio do sistema de produção e estimular plantas daninhas resistentes
(SILVA; SILVA, 2007; FERREIRA et al., 2010).
1.14 FORMIGA
As formigas cortadeiras utilizam essencialmente substratos vegetais frescos
para o cultivo de um fungo do qual se alimentam, destacando-se como formigas de
importância econômica, pois são nocivas ao sistema agrossilvipastoril, já que podem
24
cortar e utilizar ampla diversidade de espécies vegetais que são cultivadas pelo
homem (DELLA LUCIA, 2011).
A formiga cortadeira é a praga que causa os maiores prejuízos ao
empreendimento florestal, podendo destruir plantios inteiros. O eucalipto, por
exemplo, morre após o terceiro desfolhamento (DANIEL, 2006). O primeiro combate
deve ser feito antes do revolvimento do solo, para facilitar a localização dos olheiros.
A maior parte dos relatos de danos causados por formigas cortadeiras
refere-se aos prejuízos observados em plantios florestais, onde se estimou que, em
cultivos de eucalipto, esse dano representou 30% dos gastos no manejo da
plantação até o terceiro ciclo (ALÍPIO, 1989), sendo que, quanto maior o número de
desfolhas sucessivas sofridas pelas árvores, maior será a perda (MARTRANGOLO
et al., 2010).
As formigas cortadeiras destacam-se como a principal praga em florestas
implantadas principalmente nas fases inicia logo após o plantio e no início da
brotação das cepas. As formigas consideradas potencialmente mais críticas em
termos de danos às florestas são as quenquéns (gênero Acromyrmex) e as saúvas
(gênero Atta).
Segundo Alves (2009) as revoadas para formação de novas colônias
ocorrem entre novembro e dezembro. As fêmeas, já fecundadas, procuram um local
adequado no solo para iniciar a escavação da sua própria colônia. Ela livra-se das
asas e em torno de 10 horas faz um canal inicial de aproximadamente 15
centímetros de profundidade que termina em uma pequena câmara. A rainha inicia o
cultivo de um pequeno pedaço de fungo de cerca de 1 milímetro, que trouxe do
formigueiro de origem, alimentando-o com gotas fecais. Coloca os primeiros ovos
que se transformam em larvas, pupas e então adultos. As primeiras operárias
aparecem aproximadamente 60 dias após o vôo nupcial.
1.14.1 Métodos de Controle
As formigas cortadeiras de folhas podem ser controladas através de
métodos mecânicos, culturais, biológicos e químicos. Os métodos químicos são os
mais utilizados, sendo o produto químico tóxico aplicado nas formas de pó, líquida,
ou iscas granuladas.
25
Os tipos de combate mais comuns no caso da utilização de iscas granuladas
são, o localizado, onde a aplicação do formicida é feita diretamente sobre os ninhos
e o sistemático, nesse caso as iscas são distribuídas de forma sistemática na área,
independentemente da localização dos ninhos das formigas.
O controle químico é feito com isca ou qualquer inseticida ou formicida em
pó. Para o caso das formigas com ninhos superficiais, estes devem ser revolvidos e
o veneno aplicado sobre as panelas. O controle cultural consiste de aração e/ou
gradagem do solo. Trezentos formigueiros por ha podem levar à perda de 60% de
cepas de eucalipto em brotação (PACHECO, 1991).
O controle deve ser feito preferencialmente no período seco, com isca
granulada, em uma faixa de no mínimo 100 m de largura no entorno da área onde
será plantado o eucalipto. Essa operação deve ser feita antes de revolver o solo,
para facilitar a localização dos formigueiros. Para avaliar se ainda existe formigueiro
em atividade, após fazer o controle distribuir galhos de eucalipto na área ou bagaço
de laranja ou cana (bater a cana no chão até quebrar a casca para liberar o açúcar e
distribuir na área). Estes atrativos funcionam como um indicativo da presença de
formigas na área. O combate às formigas cortadeiras deve ser feito durante todo o
ciclo florestal.
1.15 ASPECTOS ECONÔMICOS DA IMPLANTAÇÃO DE EUCALIPTO
Nos últimos anos, o setor florestal brasileiro tem obtido crescente
reconhecimento perante a sociedade pela sua contribuição ao desenvolvimento
econômico e social do país (SCHUCHOVSKI, 2003).
O manejo sustentável das florestas envolve as atividades relacionadas à
implantação, crescimento, manutenção, colheita e comercialização da produção
(SILVA et al., 2005).
Por desconhecimento das técnicas de planejamento e implantação dos
plantios, os produtores rurais, na maioria das vezes, têm seus custos de produção
onerados, com rendimentos finais abaixo do esperado. Tal desconhecimento leva
ainda a usos inadequados de equipamentos de proteção individual bem como a má
utilização de máquinas e equipamentos. Outro item bastante problemático é o uso
incorreto de herbicidas, fungicidas e fertilizantes que poderão afetar a saúde dos
26
próprios
trabalhadores,
e
a
qualidade
e
o
desenvolvimento
da
cultura
(SCHUCHOVSKI, 2003).
Todavia o objetivo econômico de qualquer sistema de cultivo é produzir mais
com menor custo. Considerando as variáveis socioambientais, como fundamento
para atingir produção agroflorestais sustentáveis.
27
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 LOCAL DE ESTUDO
O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural
(IRDeR), do Departamento de Estudos Agrários, UNIJUI, localizado no município de
Augusto Pestana – RS, durante o ano agrícola de 2014/2015. Sendo que a área
experimental, localiza-se geograficamente a 28° 25’54.22” de latitude sul e
54°00’02.74” de longitude Oeste e uma altitude aproximadamente de 270 metros.
De acordo com a classificação climática de Köeppen, o clima da região se
enquadra na descrição de Cfa (subtropical úmido), com ocorrência de verões
quentes e sem ocorrência de estiagens prolongadas (KUINCHTNER; BURIOL,
2001). Apresenta ainda invernos frios e úmidos, com ocorrência frequente de
geadas. Os meses de janeiro e fevereiro são os meses mais quentes do ano, com
temperatura superior a 22ºC, enquanto em junho e julho são os meses mais frios do
ano, com temperatura superior a 3ºC. Frente ao volume de pluviosidade, apresenta
normalmente volumes próximos a 1600 mm anuais, com ocorrência de maiores
precipitações no inverno.
O solo da unidade experimental pertence à Unidade de Mapeamento Santo
Ângelo, classificado como Latossolo Vermelho distroférrico típico. Caracteriza-se por
apresentar perfil profundo de coloração vermelha escura, textura argilosa com
predominância de argilominerais 1:1 e óxidos hidróxidos de ferro e alumínio
(SANTOS, 2006).
2.2 HISTÓRICO DA ÁREA
A área anteriormente era destinada a produção de grão com a cultura da
soja (Glycine max) e produção de pastagens para a nutrição do rebanho leiteiro do
IRDeR, com as culturas do azevém (Lolium multiflorum L.), capim sudão (Sorghum
sudanense) e sorgo (Sorghum bicolor). No verão de 2011, foi cultivado soja e no
inverno azevém, no verão de 2012, foi semeado capim sudão e no inverno azevém,
no verão de 2013, foi introduzido sorgo e no inverno azevém.
28
2.3 IMPLANTAÇÃO DA ÁREA AVALIADA
O presente trabalho tem por finalidade avaliar a implantação de eucalipto
para fins comerciais, onde serão avaliados os aspectos técnicos desde o preparo do
solo até o final da implantação e uma avaliação econômica, de todos os custos
referidos a implantação num período de 206 dias, sendo este período o mais critico à
cultura, onde ele se encontra mais vulnerável aos ataques de pragas, principalmente
formigas e abafamento e competição por água, luz e nutrientes entre plantas de
eucalipto e plantas competidoras (gramíneas e trepadeiras), que em casos extremos
podem levar a planta a morte.
Estabeleceu-se critérios de divisão do povoamento em quatro áreas de
avaliação, pois possui declividade em dois sentidos do terreno (Figuras 1 e 2). As
linhas de plantio foram feitas conforme a declividade da figura 1, pois é uma
declividade menor em relação a outra, o que diminui a probabilidade de ocorrer
erosão sobre a linha de plantio, e proporciona uma melhor análise do experimento,
consequentemente obtendo resultados mais confiáveis entre as áreas de estudo.
29
Figura 1: Declividade de 7% observada no terreno no sentido oeste/leste (A),
declividade de 8,5% observada no terreno no sentido sul/norte (B), divisão da área
em quatro partes (C) (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
30
A primeira operação para preparação do solo em pré-plantio foi uma
dessecação utilizando zapp qi (glifosate de potássico), numa dose de 1,5 l por
hectare, no dia 27 de agosto de 2014. Após um período de 30 dias, começou a
subsolagem da área, utilizando um subsolador com três hastes. A haste central foi
utilizada como linha de plantio, as laterais tiveram como objetivo principal auxiliar no
maior revolvimento do solo e consequentemente aumentando a absorção de água e
um melhor crescimento radicular. Foram repetidas três vezes a operação de
subsolagem, para conseguir obter uma profundidade de 35-40 cm de revolvimento
do solo e romper possíveis camadas de solo compactas.
No dia 15 de outubro, foram realizadas as amostras de solo, nas quatro
áreas, com 10 subamostras por parcela, caminhando por toda área em zig-zag e a
amostra era realizada na linha de plantio a uma profundidade de 0-20 cm, utilizando
pá de corte, apenas a terra do centro da pá foi coletada, a terra das laterais era
descartada, colocava-se as subamostras dentro de um balde após o término das
amostragens por área, homogeneizava essa amostra e retirava 500 gramas de terra
que foi encaminhada para o laboratório de solos da UNIJUI.
As mudas utilizadas para o experimento foram produzidas em tubetes,
semeadas nos dias 9 e 17 de abril de 2014, e passaram agosto e setembro por um
período de rustificação, fora da casa de vegetação. A partir disso as mudas estavam
prontas para o plantio a campo, com uma altura média de 25 cm, e 2 mm de
diâmetro do colo da planta e o sistema radicular bem desenvolvido, com
aproximadamente 210 dias.
O plantio foi efetuado no dia 4 de novembro de 2014, utilizando um
espaçamento de 3 m X 3 m. A área total possui 1 hectare, que foi dividida em quatro
áreas de mais ou menos 2500 m2. Cada área constitui um bloco com 278 plantas,
onde será avaliada 11% desta população, contabilizando 30 plantas por área e
totalizando 120 plantas avaliadas. As plantas foram selecionadas aleatoriamente
(sorteio) e marcadas com uma estaca. A cada mês foram feitas medições da altura
das plantas medindo a partir da base até o ápice e diâmetro do colo a 8 cm do solo.
Foram realizados monitoramentos semanais no experimento para possível controle
de formigas e ao mesmo tempo um acompanhamento das plantas daninhas para
realizar o controle procurando evitar maiores prejuízos aos eucaliptos.
31
No dia 25 novembro a 10 de dezembro, foi realizado dessecação manual na
linha de plantio utilizando zapp qi (glifosate de potássico), numa dose de 1,5 l por
hectare para controlar corriola (Ipomoea cairica), que estava matando mudas por
sufocamento, usando cano de PVC de 100 mm para proteger as mudas da
pulverização com glifosato.
No dia 10 de dezembro foram replantadas 400 mudas e realizada roçada na
entrelinha com o trator. No dia 17 de dezembro iniciou-se o coroamento das mudas
com enxada para eliminar as corriolas, pois o glifosato não obteve pleno controle,
em seguida foi realizada a adubação com 120 gramas por muda do adubo formulado
05-20-20. No dia 23 de dezembro foi replantado mais 212 mudas, nos dias 22 de
janeiro e 19 de fevereiro foi realizado roçada de trator entre linhas. Nos dias 25 e 26
de fevereiro foi realizado coroamento manual com enxada.
Para o controle de formiga foi utilizado o produto a base de fipronil: isca
granulada e pulverização central da área com fipromix 2,5%. Os métodos utilizados
para controle de formiga foi à utilização de isca granulada e a pulverização manual
(apenas nos locais que possuem danos), quando a incidência de formiga era grande
e não se encontrava os olheiros. No dia 17 e 26 de dezembro foram utilizadas iscas.
No dia 6 de fevereiro utilizou-se pulverização manual, e no dia 18 de fevereiro foram
utilizado iscas. Nos outros meses, se identificavam os olheiros pelo monitoramento
semanal de formigas e colocavam isca perto dos olheiros.
A coleta de dados foi feita a cada mês, iniciou-se as medições trinta dias
após o plantio, ou seja, em dezembro. Mensalmente eram feitas as medições das
plantas e avaliação das quatro áreas. Foi utilizado paquímetro para medir o diâmetro
do colo da planta a uma altura de (08) cm do solo, e uma trena para medir a altura
das plantas em centímetros.
A primeira avaliação de altura e diâmetro das plantas foi no dia 02 de
dezembro de 2014, 28 dias após o plantio, denominado ponto zero ou inicial, pois
não teve variação de altura e diâmetro do dia de plantio para a primeira avaliação; a
segunda avaliação foi no dia 6 de janeiro de 2015, neste mês analisando-se a área
não seria recomendado a continuação do povoamento de eucalipto pela mal
condição que se encontrava-se, mas continuou-se com a área pois era para fins de
estudo, levantamentos de dados técnicos e econômicos, ou aos 34 dias; a terceira
avaliação foi no dia 09 de fevereiro de 2015, ou aos 67 dias; a quarta avaliação foi
no dia 17 de março de 2015, ou aos 105 dias; a quinta avaliação foi no dia 23 de
32
abril de 2015, ou aos 141 dias; a sexta avaliação foi no dia 20 de maio de 2015, ou
aos 171 dias; e a sétima avaliação foi no dia 25 de junho de 2015, ou aos 206 dias.
Foram observados e quantificados danos de formiga e corriola nas mesmas
datas das medições, por um período de 234 dias de avaliação contando após a
implantação da cultura a campo. Foram quantificados os danos de formiga e corriola
em três níveis, estes foram avaliados visualmente durante as medições mensais.
Sendo registrados em níveis baixo, médio e alto de desfolha ou perda da área foliar
para formiga, ou abafamento da área foliar da copa por corriola correspondente a
dano ≤ 25% como baixo, > 25% ≤ 50% como médio e > 50% como alto.
A corriola se comporta de duas maneiras sobre as plantas de eucalipto, o
estrangulamento e o abafamento. Observaram-se durante as avaliações plantas não
avaliadas que possuíam o ápice quebrado pelo estrangulamento ocasionado pela
corriola.
Figura 2: Taxa de desfolha resultante do ataque de formigas onde observa-se os
danos baixo (A), médio (B) e alto (C) de desfolha, ocasionado pela formiga
(DEAg/UNIJUÍ, 2015)
33
Figura 3: Taxa de abafamento resultante da competição por corriola onde observase os danos baixo (A), médio (B) e alto (C), ocasionado pela corriola (DEAg/UNIJUÍ,
2015)
2.4 TABULAÇÕES E ANÁLISE DOS DADOS
Após coleta dos dados a campo, os mesmos foram tabulados produzindo um
conjunto de variáveis a partir da utilização da planilha eletrônica do Excel. A partir
disto, com base nestas informações foi efetuada uma análise técnica e econômica
sobre os dados estudados e observados.
A média de crescimento em altura e diâmetro de cada área foi feito apenas
com o total de plantas vivas de cada área, ou seja, as plantas que obterão algum
dado e morreram foram descartadas para a realização das médias.
34
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da medição do crescimento das plantas e as quantificações
de danos por formigas e corriolas estão devidamente apresentas neste capítulo,
onde serão relatadas as discussões no sentido de melhor orientar os procedimentos
técnicos para condução de um plantio de eucalipto para estas condições de cultivo.
3.1 CRESCIMENTO DAS MUDAS
Analisando as Figuras 4 e 5 de diâmetro e altura das quatro áreas
experimentais, podemos verificar o desempenho médio das plantas em cada área
num período de 234 dias contando a partir do estabelecimento da cultura a campo.
Figura 4: Crescimento em diâmetro (mm) do colo da planta, medidos a 8 cm do
chão, em plantas de um povoamento de E. grandis, em sete avaliações efetuadas
durante um período de 206 dias após o seu plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
35
Figura 5: Altura de plantas (cm) em um povoamento de E. grandis, em sete
avaliações efetuadas durante um período de 206 dias após o seu plantio a campo
(DEAg/UNIJUÍ, 2015)
A variação de diâmetro e altura entre as quatro áreas obtiveram pouca
variação. Analisando os valores de altura de planta e diâmetro das quatro subáreas
aos 206 dias observamos os seguintes comportamentos: na área 01, as plantas
alcançaram 156,84 cm de altura média; na área 02, 160,25 cm; na área 03, 183,89
cm; e na área 04, 174,58 cm. Os valores de diâmetro foram: na área 01, 23,11 mm;
na área 02, 22,80 mm; na área 03, 25,11 mm; e na área 04, 23,20 mm. O diâmetro
apresentou uma variação de 2,31 mm ou 9,2%, e observou-se uma variação de
27,05 cm ou 14,71% de altura entre as diferentes áreas.
Partindo das informações apresentadas por Jovanovic e Booth (2002), para
a temperatura e precipitação, em áreas naturais com eucalipto, e comparando com
os dados da estação meteorológica do IRDeR (Figuras 6 e 7; Tabela 2), localizada a
1000 metros do povoamento estudado, observa-se similariedade de dados, ficando
dentro do padrão exigido pela cultura do eucalipto, onde as condições climáticas
provavelmente não interferiram negativamente em seu crescimento. As precipitações
verificadas durante o experimento foram adequadas. Apenas durante o mês de
março se verificou pouca precipitação, com volume total de 43 mm distribuídas em
sete dias. Os dados de crescimento medidos nas sete avaliações não mostraram
que esta precipitação possa ter prejudicado o crescimento das plantas, pois o
36
comportamento de crescimento em altura e diâmetro do colo da planta mantiveramse nos mesmos níveis dos meses anteriores e posteriores a (Figura 5).
Figura 6: Temperaturas médias das mínimas e máximas de cada mês obtidas
durante a implantação do povoamento de eucalipto a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
Fonte: Estação Meteorológica IRDeR/DEAg/UNIJUÍ.
Segundo Booth et al. (1991) as melhores produtividades são atingidas nos
climas subtropical e temperado quente, onde a temperatura máxima média do mês
mais quente fica entre 24 e 32ºC; temperatura mínima do mês mais frio entre 3 e
17ºC e temperatura média anual entre 14 a 22ºC.
Estes dados se aproximam dos dados coletados da estação meteorológica
do IRDeR para o período avaliado (Figura 6).
Segundo Jovanovic e Booth (2002), as precipitações médias anuais
adequadas para o eucalipto ficam entre 900 e 3730 mm respectivamente. Os dados
de precipitação obtido pela estação meteorológica do IRDeR, durante 206 dias de
avaliação chegou em um total de 1.338 mm (Tabela 2), onde se enquadra dentro do
padrão exigido pela cultura. Ressalta-se que estas precipitações são do mês de
dezembro de 2014 a junho de 2015.
37
Tabela 2: Condições climáticas observadas durante 206 dias, após a implantação do
povoamento de eucalipto a campo na estação meteorológica do IRDeR distante a
1000 metros do povoamento (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
Parâmetros bioclimáticos
Indicadores (mínimo/máximo)
Precipitação média
1.338 mm
Temperatura média das máximas dos meses mais quente
19 – 31
Temperatura média das mínimas dos meses mais frio
12 – 24
Temperatura média
16 – 28
Mês quente: dezembro, janeiro, fevereiro e março. Mês frio: abril, maio e junho.
Fonte: Estação Meteorológica IRDeR/DEAg/UNIJUÍ.
Figura 7: Precipitações mensais observadas durante a fase de implantação do
povoamento de eucalipto a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
Fonte: Estação Meteorológica IRDeR/DEAg/UNIJUÍ.
Segundo Hadad et al. (2002) o eucalipto apresenta crescimento satisfatório
em diversas situações edafoclimáticas.
Analisando as Tabelas 3 e 4 que mostram os valores da análise de solo e a
sua devida interpretação. As amostragens de solo foram efetuadas a uma
profundidade de 0 a 20 cm, os resultados revelam algumas deficiências de alguns
nutrientes. No entanto as quatro áreas não apresentam grandes diferenças de
comportamento entre si, pois a pouca variação de fertilidade entre as áreas, fato
este explicado pela sua proximidade.
38
Tabela 3: Análise de solo das quatro áreas (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
Dados Analisados
Argila (%)
pH
Índice SMP
Fósforo (mg/dm³)
Potássio (mg/dm³)
Matéria Orgânica (%)
Alumínio (cmolc/dm³)
Cálcio (cmolc/dm³)
Magnésio (cmolc/dm³)
H + Al (cmolc/dm³)
CTC ph 7,0 (cmolc/dm³)
CTC efetiva (cmolc/dm³)
Sat CTC pH7,0 por bases (%)
Sat CTC efetiva por alumínio (%)
Cobre (mg/dm³)
Zinco (mg/dm³)
Manganês (mg/dm³)
Enxofre (mg/dm³)
Área 01
67
4,8
5,4
14,3
249
2,6
0,9
3,1
1,2
8,7
13,6
5,8
36,2
15,4
9,7
12,7
89,6
14,5
Área 02
64
4,9
5,5
9,6
190
2,3
0,8
2,8
1,6
7,7
12,6
5,7
38,7
14,1
9,5
6,5
142
14,5
Área 03
69
4,7
5,4
5,1
339
2,8
1,0
2,7
1,3
8,7
13,6
5,9
35,9
17,0
8,5
4,7
91,5
13,8
Área 04
53
5,1
5,5
6,0
236
2,1
0,4
3,9
1,8
7,7
14,0
6,7
44,9
6,0
15,0
14,7
117,0
18,7
Tabela 4: Interpretação dos resultados da análise de solo, das quatro áreas de
estudo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
Dados Analisados
Argila (%)
pH
Índice SMP
Fósforo (mg/dm³)
Potássio (mg/dm³)
Matéria Orgânica (%)
Alumínio (cmolc/dm³)
Cálcio (cmolc/dm³)
Magnésio (cmolc/dm³)
H + Al (cmolc/dm³)
CTC ph 7,0 (cmolc/dm³)
CTC efetiva (cmolc/dm³)
Sat CTC pH7,0 por bases (%)
Sat CTC efetiva por Al (%)
Cobre (mg/dm³)
Zinco (mg/dm³)
Manganês (mg/dm³)
Enxofre (mg/dm³)
Área 01
Classe 01
Muito Baixo
Muito Alto
Muito Alto
Médio
Médio
Alto
Alto
Médio
Muito Baixo
Médio
Alto
Alto
Alto
Alto
Área 02
Classe 01
Muito Baixo
Alto
Muito Alto
Baixo
Médio
Alto
Alto
Médio
Muito Baixo
Médio
Alto
Alto
Alto
Alto
Área 03
Classe 01
Muito Baixo
Médio
Muito Alto
Médio
Médio
Alto
Alto
Médio
Muito Baixo
Médio
Alto
Alto
Alto
Alto
Área 04
Classe 02
Baixo
Baixo
Muito Alto
Baixo
Médio
Alto
Alto
Médio
Muito Baixo
Baixo
Alto
Alto
Alto
Alto
Nas áreas 03 e 04, que apresentam os melhores valores físico-químicos
para o cultivo do eucalipto, se observa algumas diferenças entre os níveis de
fertilidade, sendo o pH muito baixo e baixo; fósforo se encontra em níveis médio e
baixo; matéria orgânica médio e baixo; e a saturação da CTC efetiva por Al médio e
baixo, respectivamente. Nas áreas 01 e 02 que foram as mais inferiores, se observa
pouca diferença entre seus níveis de fertilidade, onde o teor de fósforo que é muito
alto e alto respectivamente, e os teores de matéria orgânica que são médios e
baixos, respectivamente. Os outros valores da análise de solo são iguais nas quatro
39
áreas, não havendo diferença. Essas diferenças de níveis de fertilidade parecem
não ter interferido de maneira negativa no desenvolvimento do povoamento.
Segundo Silveira et al (2001) a calagem é prática obrigatória, apesar do
eucalipto ser tolerante à acidez e ao alumínio. O calcário é necessário devido à
exigência em cálcio e magnésio da cultura. Dessa forma, recomenda-se aplicação
de calcário dolomítico. A calagem é recomendada quando o solo for muito ácido (pH
< 5,0) ou quando apresentar teores baixos de Ca e de Mg. O objetivo é elevar o pH
do solo a 5,5 e a saturação por bases a 65% (ROLAS, 2004). Ressalta-se, porém
que tal prática não foi efetivada.
Contudo, analisando os níveis de pH e os valores de saturação por bases
identifica-se que estes encontram-se muito baixo e baixo sendo recomendado a
aplicação de calcário para elevar o pH a 5,5, o que poderia estar prejudicando a
disponibilidade de nutrientes para as plantas. Complementarmente a isto, os teores
de hidrogênio mais alumínio estão altos, o que pode vir a prejudicar o crescimento
radicular do eucalipto. Portanto, não foi possível identificar se houve problema no
desenvolvimento da cultura, considerando os níveis de nutrientes observados nas
áreas. Ressalta-se que, sendo o eucalipto tolerante a acidez do solo, os teores de
magnésio se encontram altos e o de cálcio médio, não sendo necessário à aplicação
de calcário para liberação de fósforo (baixo a muito alto), cálcio (médio) e magnésio
(alto). Tal evidência pode ser constada pela relativa homogeneidade do crescimento
das plantas observado nas figuras 4 e 5.
Barros et al (2000) definiu a adubação como uma prática que visa suprir as
demandas nutricionais das plantas, na busca por uma maior produção. No Brasil, as
maiores limitações nutricionais têm sido observadas quanto ao elemento P (fósforo).
Analisando o que Barros citou sobre limitação de fósforo nas terras
brasileiras, o que podemos verificar que na área de estudo se obteve níveis
satisfatórios de fósforo o que não foi um fator limitante no crescimento dos
eucaliptos, apenas uma área apresentou níveis baixos do elemento, que é a área
04.
Segundo Santana et al. (1999) as exigências nutricionais das árvores
principalmente eucalipto, ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura entre
70-80% sendo, portanto, a fase inicial, o período indicado para a aplicação dos
fertilizantes.
40
3.2 ANÁLISES DE SOBREVIVÊNCIA E DOS DANOS NAS PLANTAS
Analisando a tabela 5, observa-se que houveram diferentes níveis de
sobrevivência, nas quatro áreas avaliadas. A área 03 se destacou das demais com
90% de sobrevivência final, e as áreas 01 e 02 com 63,33% e 66,67%
respectivamente. Os menores índices observados nestas resultaram de uma maior
pressão dos danos provocados especialmente por formigas e corriola. O período a
onde se observou a maior quantidade de danos e plantas mortas foi no período de
67 a 105 dias, ou seja, durante os meses de fevereiro e março. Igual comportamento
pode ser observado na área 4 que apresentou índices intermediários de
sobrevivência.
Tabela 5: Porcentual de sobrevivência e mortalidade avaliadas em povoamento de
Eucalyptus grandis, observadas em sete avaliações durante um período de 206 dias
após o plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
Área
Área 01
Área 02
Área 03
Área 04
N° de
plantas
avaliadas
por área
30
30
30
30
Plantas mortas em cada avaliação
0 34 67 105 141 171 206 Total
0
0
0
0
0
0
0
0
9
6
1
4
1
2
2
2
1
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
11
10
3
6
Sobrevivência
(%)
Mortalidade
(%)
63,33
66,67
90
80
36,67
33,33
10
20
O local de estudo totaliza um hectare, onde foi dividido em quatro áreas,
mas transformando os danos obtidos nas quatro áreas em apenas uma, resultado
em um total de 120 plantas avaliadas, chegou a uma taxa de mortalidade de 25%,
onde formigas contribuíram com 60%, corriola 20% e replantio 20%.
A área total possui 1.111 plantas, onde foram replantadas 612 mudas
corresponde a 55% de replantio. As quatro áreas de estudos possuem 120 plantas
onde sete foram replantadas, corresponde a 5,83% de replante. A mortalidade total
chegou a 25% contabilizando 278 plantas. Das sete plantas replantadas, cinco
acabaram morrendo chegando a 4,16% de mortalidade final das plantas avaliadas.
41
Tabela 6: Danos de formiga e corriola em um povoamento de E. grandis num
período de 206 dias após sua implantação a campo, apenas plantas que foram
atacadas estão listadas abaixo, nesta tabela estão listadas as quatro áreas
respectivamente (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
PLANTAS
Dezembro
0
1
4
5
6
9
12
13
14
15
16
17
19
25
26
29
3
6
7
8
13
14
15
17
19
20
21
22
23
24
25
27
28
29
30
Janeiro
34
F+
F +++
F +++
Replantio
Replantio
Replantio
Área 01
Fevereiro
67
BROTOU
C ++
C +++ Morta
F +++ Morta
F +++ Morta
Morta
Morta
Março
105
Abril
141
F +++ Morta
Maio
171
C +++
Morta
Morta
C+
Morta
Replantio
Replantio F ++
F +++
Morrendo
Morta
Área 02
Morta
C+
F ++
F+
F +++
F +++ Morta
Morta
F +++
Morta
F ++
F +++
F +++
F +++ Morta
F ++
Brotou
F +++
F +++ Morta
Morta
F ++
F ++
F+++
Replantio
F +++ Morta
F ++
F +++
F +++
F +++ Morta
Morta
Junho
206
Morta
Normal
Morta
Morta
Morta
Morta
Morta
Normal
Morta
Morta
Normal
Morta
Normal
Morta
Normal
Morta
Normal
Normal
Morta
Morta
F +++
Morta
Normal
Morta
Morta
Normal
Normal
Morta
Normal
Morta
Normal
F +++
Morta
Morta
Área 03
1
6
7
9
17
18
27
29
1
2
6
9
12
17
19
20
F +++
Morta
C ++
C +++
Replantio
Morta
Morta
C ++
C++
C ++
Área 04
Morta
Morta
F +++
F +++
F +++ Morta
F +++ Morta
F +++
C +++ Morta
F +++
Morta
C++
F +++
Morta
Normal
Morta
Morta
Normal
Normal
Normal
Morta
Morta
Morta
Morta
Normal
Morta
Normal
Morta
Dano Formiga: Nível de dano ≤ 25% como baixo (F +), dano > 25% ≤ 50% como médio (F++) e dano
> 50% como alto (F+++). Dano corriola: Nível de dano ≤ 25% como baixo (C+), dano > 25% ≤ 50%
como médio (C++) e dano > 50% como alto (C+++).
Os replantios não foram computados no registro de altura e diâmetro, pois
de sete plantas replantadas cinco acabaram morrendo, e as sobreviventes chegaram
ao final do estudo com uma altura média e diâmetro inferior as plantas não
42
replantadas, portanto descartadas do registro. Então podemos ressaltar que não é
uma prática sustentável realizar o replantio, pois plantas são dominadas e algumas
acabam morrendo. Todavia, deve se reforçar os aspectos de planejamento do
povoamento e manejo para que seja baixa a taxa de mortalidade de plantas, inferior
a 10%.
Pressupõe-se que as plantas listadas da tabela acima mortas sem causas
visíveis, resultaram de negligência na hora do coroamento químico, aonde chegou
deriva de herbicida sobre a planta; no momento da adubação, mal realizada onde se
colocou o adubo muito próximo da muda resultando em salinização excessiva e
“queima da planta”; e mudas mal plantadas, resultantes da inadequada qualificação
da mão de obra.
Nas quatro áreas se obteve uma alta taxa de danos de formigas no mês de
fevereiro e um elevado porcentual de mortalidade das plantas atacadas.
Se a revoada foi no final de novembro e primeira quinzena de dezembro, o
surgimento dos primeiros adultos da nova colônia aconteceria no final de janeiro a
fevereiro, por causa disto se obteve uma maior taxa de danos de formiga em
fevereiro.
Segundo Graham (1963) após o desfolhamento a probabilidade da árvore se
recuperar ou morrer depende do grau e persistência da desfolha, vigor da mesma
antes da desfolha, umidade do solo, clima e presença de insetos pragas.
Segundo Daniel (2006) o eucalipto, morre após a terceira desfolha. De
acordo Mendes (1981) plantas novas de Eucalyptus sp apresentaram mortalidade
com até 3 desfolhas consecutivas, e Fox e Morrow (1983), dizem que a perda de
área foliar tem maiores efeitos em eucaliptos plantados em solos pobres.
Segundo Toledo (2003), o período de maior incidência de mato-competição
em plantações de eucalipto ocorre até o sétimo mês após o plantio. Durante esta
fase, deve-se realizar o controle das plantas invasoras, pois neste período são
realizadas capinas e roçadas necessárias, onde a intensidade dos tratos culturais
varia em função da agressividade da planta daninha e do seu nível de infestação.
Segundo Wargo (1981), a energia para a subsistência e a produção de
novas folhas, é obtida a partir do alimento armazenado. Quando o desfolhamento é
severo, pouco ou nenhum carboidrato é produzido e a árvore deve mobilizar
alimento armazenado para manter seus tecidos vivos.
43
Segundo Silva (1993) a cultura do eucalipto manifesta alta sensibilidade à
competição por água, luz e nutrientes com as plantas daninhas na fase de
implantação de povoamento, particularmente com espécies de rápido crescimento,
como as gramíneas. Com esse efeito, a ausência de controle ou manejo inadequado
dessas invasoras, nos estádios iniciais da cultura, pode implicar em elevadas perdas
na produtividade florestal.
Danos de formigas podem ocorrer durante a implantação de povoamento de
eucalipto, mas em pequenas proporções, onde não venham a prejudicar seu
crescimento em altura e diâmetro.
Durante o período de estudo quantificou-se níveis aceitáveis de desfolha
ocasionados por formiga, onde dois ataques seguidos de > 50% de desfolha
resultaram na morte da planta. Apenas um ataque de > 50% de desfolha na planta
normal, seguido de um ataque de ≤ 25% de desfolha, 30 dias após a planta se
recuperou. No entanto após 100 dias a planta sofreu outro dano de > 50% de
desfolha, a mesma não suporta e morre. Um dano > 25% e ≤ 50% de desfolha não
resulta em morte, apenas atraso do crescimento, recupera-se e volta a ter um
crescimento normal. Dois ataques com severidade > 50% de desfolha a planta não
resiste e morre.
Danos com nível de abafamento por corriola menor que 25% a planta
consegue se manter dentro de uma normalidade de crescimento. No entanto, se
este dano for superior a 50% de abafamento, a planta morre. Níveis aceitáveis de
danos de corriola situam-se em limites inferiores a 50% de abafamento, seguido de
30 dias este dano incorra em mais de 50% de abafamento, a planta não resiste e
morre.
O manejo de controle da corriola foi efetuado nos dias 25 de novembro 2014
á 10 de dezembro de 2014 com a utilização de glifosato; no entanto, este
procedimento apenas protelou o dano por abafamento, pois o controle não se tornou
eficiente, pois as plantas estavam muito desenvolvidas, ou seja, já tinha passado do
ponto certo de controle. Logo, a única alternativa para controlar a planta daninha foi
a realização de um coroamento manual com enxada, realizado no dia 17 de
dezembro. Nos dias 26 e 27 de fevereiro de 2015 foi efetuado o último coroamento
manual com enxada. Por isso, se observa na tabela acima danos de corriola num
determinado mês e no mês subsequente as plantas se encontram normais, pois não
há mais a concorrência com a planta daninha.
44
3.3 RESULTADOS ECONÔMICOS
Os custos variam muito de região para região e dependem das condições
que o produtor encontra em sua propriedade, tais como a disponibilidade de mão de
obra e insumos. Analisando a Tabela 7, que se refere aos custos de mão de obra e
insumos utilizados durante a implantação do povoamento, desde o preparo do solo
até o final de 206 dias, identifica-se que os custos finais alcançaram R$ 3.265.02 por
hectare ou R$ 2,94 por muda para instalação de um povoamento de 1.111 plantas
ha-1.
Tabela 7: Custos de mão de obra e insumos, num período de 206 dias após a
implantação das mudas a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
Insumos
Dessecação
Preparo do Solo
Roçada Trator
Analise de Solo
Adubação
Mudas
Replantio
Coroamento Químico
Formicida
Total
Mão de obra
Coroamento Enxada
Plantio
Replantio
Coroamento químico
Monitoramento Formiga
Custo por hectare
Custo por muda
Unidade
LT
HORAS
HORAS
ÁREA
KG
LT
LT
Unidade
HORAS
HORAS
HORAS
HORAS
HORAS
3265,02
2,94
Valor Uni.
15,00
80,00
80,00
40,00
1,02
0,25
0,25
15,00
91,00
Quantidade
1,5
3
6
4
134
1111
612
1,5
2
Total
22,5
240
480
160
135,02
277,75
153
22,5
182
Valor Uni.
8,25
8,25
8,25
8,25
8,25
Quantidade
108
42
14
28
1
Total
891
346,5
115,5
231
8,25
%
1,35
14,35
28,69
9,56
8,07
16,60
9,15
1,35
10,88
1672,77
%
55,96
21,76
7,25
14,51
0,52
1592,25
100
100
Analisando a Tabela 7 que apresenta participação de cada atividade
realizada durante a implantação do povoamento, que tiveram uma maior
contribuição sobre o custo total do povoamento de eucalipto ou sobre o custo final
das mudas aos 206 dias de avaliação. Os cálculos foram feitos para o plantio que foi
instalado em espaçamento de 3 m entre filas por 3 m entre plantas (1.111 mudas ha1
).
45
Tabela 8: Percentual de participação das diferentes práticas realizadas sobre o
custo total de implantação do povoamento de (DEAg/UNIJUÍ, 2015)
Insumos + mão de obra
Coroamento Manual
Mudas + Plantio
Roçada Trator
Mudas + Replantio
Coroamento Químico
Preparo do Solo
Formicida + Monitoramento
Analise de Solo
Adubação
Dessecação Pré-Plantio
% de custo de cada prática realizada
55,96
38,36
28,69
16,4
15,86
14,35
11,4
9,56
8,07
1,35
O principal problema observado na área de estudo foi a alta pressão de
ataques de formiga, que contribuíram com 60% das plantas mortas. Mas analisando
a tabela 8 do custo de cada atividade realizada durante a implantação do
povoamento, se observa que os gastos com monitoramento e controle de formigas,
contribuíram com apenas 11,4% do custo total.
Segundo Vilela (1986) observou que as formigas cortadeiras representam
75% dos custos e do tempo gasto no controle de pragas. Alípio (1989) relatou que
as formigas representam 30% dos gastos com a floresta até o terceiro ciclo, o que,
segundo Rezende et al. (1983), corresponde a 7,41% do preço da madeira em pé.
Os custos de controle de formigas e monitoramento esta muito abaixo em
relação aos citados por Vilela (1986) e Alípio (1989), por isto se obteve uma forte
pressão de danos e plantas mortas por formigas, resultante do manejo inadequado
do povoamento.
O coroamento manual (enxada) foi o que teve maior participação dos custos
finais com 55,96% para eliminar a corriola que estava abafando as plantas,
contribuindo com 20% das plantas mortas. Já o coroamento químico participou com
15,86% dos custos, mas não foi eficaz no controle da corriola, pois já tinha passado
o momento de controle, ou seja, as plantas já estavam maiores onde o herbicida não
conseguiu ter uma boa eficiência sobre o controle da corriola. O replantio alcançou
uma taxa de sobrevivência de 80%, revelando uma boa eficiência desta prática para
instalação do povoamento.
Em função destes dados, e analisando o conjunto das operações, pode se
inferir que se o plantio tivesse sido efetuado para a segunda quinzena de setembro,
mais ou menos 70 dias de antecipação, as plantas possuiriam uma melhor taxa de
sobrevivência por ter condições climáticas mais amenas na fase inicial de
46
estabelecimento da cultura a campo e baixo dano por formigas. As plantas
certamente teriam uma maior estrutura, área foliar, com isso conseguiriam ter um
melhor desempenho contra os ataques de formigas, pois em fevereiro estes índices
alcançaram os maiores valores de ataque. Como exposto anteriormente, as
revoadas para formação de novas colônias ocorrem em novembro e dezembro; e
apenas após 60 dias começam a ocorrer danos pelo surgimento das operárias.
Se o coroamento químico tivesse feito no momento correto, onde as plantas
de corriolas estariam com três folhas ou dez centímetros de altura, o herbicida teria
sido mais eficiente, o que iria implicar numa maior taxa de sobrevivência de plantas
pela redução do abafamento pela corriola e diminuição dos custos com o
coroamento manual que foi o maior responsável pelo custo de implantação.
3.4 RECOMENDAÇÃO DE PLANTIO
Portanto, a indicação para preparação da área para a implantação do
povoamento de eucalipto deverá seguir os seguintes passos: realizar o preparo do
solo no inicio de abril, com subsolador com três ou mais hastes a uma profundidade
de revolvimento de 40 cm do solo, apenas nas linhas de plantio; após essa prática
semear aveia preta (Avena strigosa) com uma alta população, com 80-90 kg por
hectare, 350-400 sementes por metro quadrado ou 60-70 sementes por metro linear,
mas se consorciar ervilhaca (Vicia sativa L) mais aveia se utiliza um população de 70
kg de aveia e 25 kg de ervilhaca, a ervilhaca tem como principal objetivo
disponibilidade de nitrogênio para as plantas na fase inicial de implantação,
melhorando o arranque inicial das plantas; metade de agosto realizar uma
dessecação mais inseticida fipromix 2,5%, para eliminar possíveis formigas da área;
após a dessecação realizar a marcação das linhas de plantio com subsolador, mas
com apenas uma haste; realizar o plantio na segunda quinzena de setembro. Após o
plantio da muda colocar ao redor da planta palha de aveia ou aveia mais ervilhaca
para o solo se conservar mais úmido e diminuir a incidência de raios solares sobre o
solo para enfraquecer a germinação de plantas competidoras.
Com essa prática de plantio de eucalipto em palhada, apenas um
coroamento químico na hora certa seria realizado, mas deve-se monitorar a área
para se tomar a melhor decisão para efetivação de controle manual.
47
Como as maiores perdas de plantas resultaram do ataque das formigas é de
extrema importância aumentar o monitoramento para cada dois dias ou semanal
para chegar a um menor índice de danos por formigas, ficando dentro do padrão
permitido de desfolha, ou seja, que não venham a matar a planta e nem prejudicar
seu crescimento drasticamente.
48
CONCLUSÃO
Um dos critérios a se tomar quando realizar um reflorestamento com
eucalipto para fins comerciais é um bom planejamento do manejo das práticas
necessárias para a implantação do povoamento de eucalipto, isto inclui o manejo de
preparo do solo, controle de plantas daninhas, pragas, época de plantio, adubação e
coroamento.
Os dados médios finais de 120 plantas avaliadas atingiram uma altura de
169 cm de altura e 24 mm de diâmetro de colo. A mortalidade média de plantas
chegou a 25%, sendo motivados, especialmente, pelo ataque de formigas e a
concorrência promovida pela corriola (Ipomoea cairica) e replantio, onde formigas
contribuíram com 60%, corriola 20% e replantio 20%.
Níveis aceitáveis de desfolha ocasionados por formiga, onde dois ataques
seguidos < 50% a planta morre. Apenas um ataque de com dano superior a 50% de
desfolha, seguido por dano inferior a 25% de desfolha, a planta se recuperou, mas,
se após 100 dias, ocorreu outro dano superior a 50% de desfolha a planta não
resiste e morre. Deste modo é fundamental o monitoramento a cada dois dias ou
semanal para o controle da formiga, pois estes danos responderam por 60% da
morte de plantas.
Antecipar o plantio para início de setembro objetivando uma melhor taxa de
sobrevivência com plantas mais desenvolvidas e rústicas para melhor suportar os
ataques de formigas, que nessa condição de estudo foi o mês de fevereiro, com
maiores índices de danos e mortalidade.
49
Realizar o plantio de eucalipto sobre cobertura vegetal, para aumentar a
umidade do solo e diminuir a incidência de plantas daninhas, consta como
possibilidade de, se não anular, reduzir os custos com o coroamento manual que foi
a prática mais cara durante a implantação do povoamento.
50
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