Hérnia Inguinal - Dr. Marcelo Torrente Silva

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Dr. Marcelo Torrente Silva
Cirurgia Pediátrica – Urologia Pediátrica
Araras: Rua Doutor Armando Salles de Oliveira, 525 – Ed. Doctor Center, sala 13
CEP 13600-730 - Fone: (19) 3542-6687
Leme: Rua Coronel João Franco Mourão, 647 - Espaço Santa Lydia, sala 12
CEP 13610-180 - Fone: (19) 3555-1621 e 3571-3815
Site: www.drtorrente.site.med.br
E-mail: [email protected]
Sessão “ Meu Médico Responde... “
1- O que é Hérnia Inguinal ?
Hérnia inguinal é quando os pais ou o pediatra notam um abaulamento ("bolinha") na região
inguinal ("virilha") da criança, ou na bolsa escrotal ("saquinho") no caso dos meninos.
O abaulamento, geralmente, cresce aos esforços (choro, tosse, grito, espirro, evacuação,...) e
ocorre em 1 a 5 % das crianças, sendo 6 a 10 vezes mais freqüentes no meninos.
2- O que causa esta Hérnia Inguinal ?
Explicando primeiro o que ocorre nos meninos, fica mais fácil de entender!
Durante a gravidez, na formação intra-uterina dos genitais masculinos, os testículos são
formados dentro da barriga da criança, perto dos rins, e eles vão descendo até que, entre o 6º e 8º
mês, forma-se um “túnel”, um “canal” na musculatura inguinal ("virilha"), pelo qual os testículos
descem até a bolsa escrotal. Este canal deve cicatrizar e desaparecer até o nascimento, mas se
permanece aberto, formará este “túnel” por onde podem sair os intestinos em direção ao escroto.
Nas meninas, este "túnel" se forma para permitir a passagem do ligamento redondo (um dos
mecanismos de fixação do aparelho reprodutor) em direção aos grandes lábios.
3-Porque a Hérnia Inguinal precisa ser operada?
a) Não existe possibilidade de fechamento espontâneo deste “túnel”!
b) Existe risco de encarceramento ou estrangulamento (como alças de intestinos ou os ovários)!
c) A permanência do intestino, dentro deste “túnel”, causa desconforto, impede a prática de esporte
nas crianças maiores e prejudica, há longo prazo, o desenvolvimento do testículo!
4-O que é estrangulamento de uma Hérnia?
É quando as alças do intestino ficam presas dentro deste “túnel”, não recebem mais sangue e
podendo necrosar ("apodrecer"), o que aumenta muito o risco anestésico, cirúrgico e de seqüelas.
5- E como eu sei que a Hérnia encarcerou ou estrangulou?
O primeiro sinal é a dor intensa, contínua, seguida por vômitos, febre e a criança pára de
evacuar. Ao olhar para o abaulamento na "virilha", você notará que ele está maior, mais
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Dr. Marcelo Torrente Silva
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avermelhado, brilhante pelo edema (“inchaço"), e a dor aumenta ao tocar nele. Você também
observará que o abaulamento não se reduz, não desaparece quando a criança relaxa.
Se isto acontecer não dê mais alimentos para a criança e leve-a imediatamente a um Pronto
Socorro Pediátrico ou ao seu Cirurgião Pediátrico.
6- Qual a idade ideal para cirurgia?
Logo após ser confirmado o diagnóstico, a não ser que a criança apresente alguma outra
doença que contra-indique a cirurgia.
Serão inicialmente realizados os exames laboratoriais de rotina. O pediatra o(a) avaliará e
confirmará que o paciente apresenta boas condições clínico-laboratoriais para a cirurgia.
Uma avaliação pré anestésica, no dia anterior à cirurgia, servirá para orientar os pais e
confirmará que a criança tem condições anestésicas satisfatórias.
7- Como os pais podem preparar o filho para a cirurgia?
a) Em primeiro lugar, os pais devem receber do Cirurgião Pediátrico orientações que lhes permitam
conhecer como será realizada a cirurgia, para que eles se sintam seguros e possam transmitir esta
segurança para seu filho.
b) NÃO MENTIR, NEM ESCONDER do paciente o que será realizado, mas também não entrar em
detalhes que ele não possa compreender, ou que possam assustá-lo. Exemplo: evitar o uso das
palavras "cortar", "tirar fora", ...
c) Mostrar para a criança as vantagens da cirurgia. Exemplo: não terá mais dores para fazer xixi,...
d) “Diminuir o medo do desconhecido!”, demonstrando amor, segurança, respondendo
honestamente todas as perguntas feitas, e levando-o, se possível, a conhecer antecipadamente o
hospital onde será realizado a cirurgia.
8- Como é feita a cirurgia?
A não ser que o paciente seja prematuro, de baixo peso ou tenha outras doenças, a cirurgia
será feita de via ambulatorial. Isto quer dizer que o paciente não precisa ficar internado, não vai
dormir, passar a noite num quarto do hospital, evitando assim uma maior separação do ambiente
familiar, e diminuindo os riscos de infecção hospitalar, e os custos da cirurgia.
Quanto a técnica cirúrgica, e o local da incisão cirúrgica, isto varia conforme a idade e o
sexo do paciente, e a experiência do cirurgião.
9- Como é feita a anestesia?
Na idade escolar e adolescência, a anestesia pode ser feita peri-dural (“na coluna”), ou
mesmo local, após deixar a criança sob sedação.
Do lactente até o pré-escolar, opta-se por anestesia geral ou a inalatória, geralmente
precedido pelo uso de um sedativo e de um analgésico, pois:
a) Evita que o paciente assista, se movimente e se assuste durante o ato operatório.
b) Evita a dor de “picadas” de agulhas e do uso dos anestésicos locais.
c) O paciente não se lembrará de nada que ocorre na sala de cirurgia, não tendo portanto
nenhum trauma psicológico.
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d) Por ser muito seguro (risco de complicações severas inferior a 1 em cada 5.000 anestesias, e
risco de óbito ao redor de 1 em cada 200.000 anestesias).
10- Depois da cirurgia, quantos dias a criança necessita faltar a aula?
As crianças, se possível, são operadas numa quinta ou sexta-feira, e retornam tranqüilamente
as aulas na segunda-feira, mas com a recomendação de que evitem exercícios físicos que possam
traumatizar a região cirúrgica por 4 semanas (Exemplos: - "lutas", jogar bola, andar de bicicleta,
"skate", patins, "rollers",...).
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